Revista Visão c/ Alberto Fernandes

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minados Terrenos comDeficiência, a VISAO da Pessoa NoAnoEuropeu foradecasa, aqueles foivercomosemovimentam, queestãopresos derodas. a umacadeira comqueasruasdascidades a facilidade Econstatou deminas emcampos setransformam ondeLiüane tardefomosâ um sàoppirrg, paraentrare sair com a case'esgoelou' ì laltadeberma.AlbertoFemandes deiraderodasporquea rampade acesso prírao canoemplenafaixade roera longae muito inclinad4 e aindaoufl dagem.Quandopuxao travãode viu alguémdizerqueo lugardosdeflcienfl ! I mão.a sinfoniadebuzinassoaaltesera em casa.' Desdequefezestaviata e afinadaatrásde si.Sepudese,sairia gemjá passaramcinco anos,masquem a correr do ca.rÌo,para entraÍ naquela anda oelasruas numa cadeirade rodas portamesmoà beiradamovimentada Es- íou cóm um carrinhode bebô continua tradaNacionaln.o14.no Porto,e deixaÌ a encontrarmuitosobstáculos. Mas a Ainda no mês passado,o GEOTA seguiros conduioresimpacientes. impede-odeter a ligeireza GrüDode Estudosde Ordenamentodo suaparaplegia quea localizaçãodo Cenhode Saúdede Tenitórioe Ambiente- denuncioua falta paraquemsedeslocadecadecondições Castêloda Maiaerige. saAlberto,30anos,precisaqueaÌguém deiraderodasemLisboa.Instalações nitárias,caixasmuìtibancoe cabinastelelhe vá buscara cadeirade rodasao poresiações deautofónicasde difrcilacesso, ta-bagagens e interompa o trânsitoem esiaciosentidoconuiírio(paraevitarum atrope- caro queimpedema passagem, demasiado eslamento).Depois,estápronto pam sarr namentoabusivo,passeios treitose faltâdepisosrebaúadosnaspasdo carroe "rodar>atéà ponâ.Só atéà foramasprincipaisqueixas. porta.I-,áchegado,apenasuma ncadetra- sadeiras - atéporquenão -voadoraoo ajudariaa ultrapassaro derepetem-se Osalertas grauquetemdedescere osoutros11que sehata apenasde umaquestâode mobilidade.PedroHomemGouveia.arouitecé obrigadoa subir. portanto.Uma das to especializado emacessibitidades, subliMisúo impossível, no essede- úa: nÁsbaneirasarquitectónicas mútascomqueAlbertoFemandes paço público não ú acentuamcomo para diariamente- tal como os maisde mútasvezesestãonabasedadesigualda150 mil deficientesmotoresque üvem no acessoà habitaem Portugal(nrírnerosde 2001).Apesar de de oportunidades ao lazere à de secomemoraro Ano EuÌopeuda Pes- ção,ao emprego,à educação, soacomDeficiência e de2004sero lirni- participaçãoda úda em comunidade.o te legal paru todos os espaçosestarem Cadeiraempinada .adaptadosa quem tem dificuldadesde nMalsaído hospital,emcadeiraderomobilidade(zercai.xa),nascidadespordas,percebiquenão era fácil andarpor eú4 quas€tudo por fazer. tuguesas um deficiente físicobrasileiro aí Existembaneimsatnísde barreiras,, Ronaldo, que,na companhiade uma amiga,resol- recordaAlberto Femandes.Foi de um dia parao outro,já lá vãoquaseseisanos, veu realizaro seusonhode conhecera na pele. que ficou sernforça na pema esquerda. Europa,senüuessasdificuldades .A útima etapafoi Lisboa,sobrea qual Depoisde fazere refazerexames, chegou e.comele,asmásnoúcias: nãotenhomuitoa dizerporqueestacida- o diagnóstico nãotemneúuma adap- tumor na medüla.Com24 anose um cadepraticamente e fiquei samentorecente,o anúnciodeumaparata@oa ponadores dedeficiência restritoao hotel",contanuma crónica plegianãofoi fácil de enfrentar. o queviu em No entanto,AlbertoÌesolveuencarara onJine,depoisdedescrever bataìhadiríriaqueprecisoudetravar.MuBruxelas,na Suíçae em Paris."Paranào dou de casa(depoisde mesesà procura dizer que não saÍ em Lisboa,na útima GABRIETA LOURENçO I

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de2003 ìlsÃo 6deNovembro


0 quediza lei n.' 123/97 o Decreto-[ei EmPortugal, de baneiras deteÍmina a eliminação públicotequipamentos nosedifícios e viapública.0 prazoìimicolectivos cabeà Dite é 2004e â fiscalização e Monudos EdiíÍcios recção-GeÍal lie àsentidades mentosNacionais As multasparaquem cenciadoras. vãode250a asnormas nãocumorir e de500 individuais euÍosDara 2 5OO paraempresas.Alguns a dezmileuros exemolos: . Passeios nas rêbaixados pelomenosaté0,2 passadeiras metros,paraquea inclinação seiasuave . A inclinação máxima dasrampasé de 6010 . Osátriosdevemser(livres ou de desníveis de degraus acentuadosD . Asfechaduras e osmanlpulos dasportasdevemestaÍà alturâ de 0,90a 1,10metrosdo chão . Asdimensõês mínimas do interiordoselevadores devemserde 1,10metros (largura) e í,40 (profundidade) . A alturamáximada ranhura paramoedasou cartão, tal comoo painelde maÌcação dostelefones de números deveter entÍe1 e 1,30metros

de uma ondepudeseclcuìar: nnãosão sóascasasantigasquenãotémacesos.ü prédiosem consúu€oabsu'dos")e hoje é naideummeninadedoisanos,trabalha num citlïo num escritórioe desloca-se adaotado.Mais:é membroactivoda Rode l*sionaPortuguesa dar, Associação quefunciona no Porto. dosMedulares. uÉ uma sortepoderconduzir Não teúo neúuma outraaltemativaparume deslocarparao trabalho.,Todasasmanhãs,comumaginásticatreinada,Alberde2003 ì ls.lo 6deNolembro

to passada cadeimde rodasparao banco do carroe deixa-aali na garagemdo prédioencostada a um pilar,antesde selevaouguir viagem.No porta-bagagens úa, queoscolegasdetrabalhofarão-ofavor detirar quandochegara Gaia.E esta a suarotina diária,maso cenárioganha tons negrosquandotem de tratar de algum assuntona rua. Albertodeixao carrono parquede esdasGaleriasCentralPlaza, tacionamento na Maia, onde conseguecircüÌar à >

. Asmedidas de uma mínimas de câsâde banho dascabinas deveseÍde 2,20por 2,20 merros . Numasalade êspedáculos commenosde 300lugâÌet devemexistirno mínimo de rodas trêsde cadêiÍas . NumpaÌquede estacionamento parã25a cemcarrot no mínimotrêslugaresdevem seÍ paradeficientes 115


onde NobaiÍÍodêB€ ica,emLisboa, muitai temdeultrapassar moÍa,Teresa difi0ldad€6quandosaide(õa: indinadas degraus rampas demasiado nasenlÌadat@ÍÌ06estacionados (raramente .. Íebãixados) nospasseio6 AtéparaentrarnoseupÌédioé nece5sária a aiudadopai muita{giústicar.Vhlc-lhê

panhar.É elequea ajudaa subirumadas do CenhoComercialFonteNova, ramDas vai comfrequênemBenfca,ondeTeresa cia por ficar pertode casae seracessíveÌ. nDesceraindadesço,porquevou havando a cadeira,massubirsozinhaé impossível',,afrrma,enquantoo pai a empuÍra por um declivefugreme.uQuandofazem ramDas nãopensamem nósmasem caÌriúòs de beÈésou desupermercado." Na Eshadade Benfica,a calçadaPorfrequentuguesanãorecebemanut€nção te, o quefaz comqueo chãosebanstorme num piso irregularde altose baixos. No caminhopam casa,Teresaval num trepidar constante..Áqui, tenho sode pomue larSou, o passeioé relativamente -oassando ao ladodoscarrosali estaáiz. cionãdos.No entanto,nãosãopoucasas vezesemqueé obrigadaa ir pelaeúada, ooroue -Pura nâo sobraespaçoparacircuìar. atravessar asruas.e à faltade rebaipará sarseháou nãoacessibilidades onEm pÍisão domiciliáÌia xamentos,é o pai quea ajuda,levantanacabopor nàoir.' de vou.Muitasvezes, ondo a cadeira.Afinal,perguntaTeresa, Para as estaústicasfoi apenasmais um. Alberto vai somandoos sítiosondedeiísicos defrcientes miÌhares de de estão os o iníuma üda e foi o fim de Para Teresa é um deles xou de entrar.A Sédo Porto queninguémosvê? oEsüÍo portugueses, nNãoé desculpa osedifíciosseremanti- cio de uma ouúa muito diferente.Há oicasa,porqueé múto comfechados em em de automóvel, um acidente gos.É precisoadapúìos."E nem.ape- to anos, pücadoandaremna ruan,respondedesanas as enLradas costumamser oficels. Manteigas, deixou-a paraplégica. Eram nimada.oAsbaneirasno espaçopúblico nlá andei,allito,à procurade umacasa cinco passageirose ditou a sorte que ela muiÌagentea prisãodomicicondenam A a sofrer consequências. que fosse a única encondebanho.Em nenhumadas liiíria,semapelonemagmvo',concorda meio, flcou o curso de Engenharia Civiì, travacabiaa cadeiraderodasn,conta,a em acesibilidades,Pedro o especialista rir (porque,às tantas,maisvaÌe rir). Já no lnstituto Superior Técnico de Lisboa, que Homem Gouveia. se acalentam sonhos e a maioria dos lista da sua riscou vários restaurantes À enhadado prédiodeTeresaé necesaos20 anos.uÉ tudo uma baneira,, de-Dorestasimplesrazão. transporum degrau.Ela empurraa sário hoje com 29. ParatentartomaÌa cidademaisinclu- sabafaTeresaGonçalves, porta com os pésenquantoo Pai le- > podeÍ paÌa acompai a reformou-se O do Porto Municipal siva, a Câmara de2003 \ ls.lo 6deNovembÍo 116

criou, em Setembrode 2002.a Provedoria do Cidadão com Deficiência. nHá que muito oara fazer Não se resolvem de reo vontadee ondeaté existealguém reconheaiudacom a cadeira.Sobeno espaçoso pente ãnos de esquecimentou, e saiparaa rua.Quandoo sinal òe o provedorJoáocottim. Debaixo de eievador fica verde,empinaa cadeiraparaconse- olho estãoas obrasde remodelaçãodo Hospital de SantoAntónio e as de prezuir descero passeioe repeteo moüirento parasubiro do lado-delá da pns- paraçãopara o Euro'2004.O provedor sadeira- a cenaé a mesma,vezessem só não foi a tempo do Porto 2001: (Á cldade, que já tinha obs!ículos,ainda ficonta,atéchegar,unsmetos à frente,ao menos,já tem cou piorn A Câmara,_pelo edificiodasFinanças.Albertonão enha a apontara portadaTesouraria uma rampa na enlÍaoa. Limìta-se A ex-surfista Marta RafaeÌ, 25 anos, A rampaesDaramostÍaro difrcilacesso. que que, ficou tetraplégicadepoisde um acisoziúo, iá h, masé tão inclinada numacadeiraderodas,ninguéma conse- dente no mar, disparasemhesitações:(A guedescerou subir Com ajuda,a tarefa partir do momento em que passeia andaÍ numa cadeira de rodas, a minha cidade óontinuaa ser hercúleae. depoisdiso. ficou reduzida aos cenbos comerciais, aindahá um degraualto pamtanspor. porque aí não há buracos, rampas mal À procurade umacasade banho feitas ou postesde iluminação e caixotes oAntesde sairde casa,tenhode pen- do lixo no meio dospasseios.o

> ÌERREN0S lVllNADos


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