Revista Literata

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Literata

O CENTENÁRIO DE

Clarice Lispector

Revista Literata

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Primeira edição Junho 2020


Revista

Primeira edição Joinville, junho de 2020 Revista por: Ana Laura Picolli Baldi

ÍNDICE 04 - O que ler em 2020 06 - Série de livros brasileira mistura Harry Potter com folclore nacional 07 - Remake de O Jardim Secreto tem dua data de estréia adiada; Vale a pena comprar um leitor digital? 09- Levantamento mostra aumento na venda online de livros no Brasil; Conheça o BookCrossing, o site que te permite trocar livros com o mundo 10 - Centenário de Clarice Lispector 12- A importância da representatividade LGBT+ na literatura 13- 3 romances LGBT+ que vão fazer você se apaixonar 14- Arroz, feijão e livros; cestas básicas estão incluindo literatura na Bahia 16- J.K. Rowling e transfobia: entenda a polêmica 17- A literatura na infância

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O que ler em 2020 Em meio ao caos da Pandemia nós reunimos uma lista de livros, de vários os gêneros, autores e países, que farão você enxergar a vida de outra forma.

Sobre os ossos dos mortos Olga Tokarczuk

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m uma remota região da Polônia, uma professora de inglês aposentada costuma se dedicar ao estudo da astrologia, à poesia de William Blake, à manutenção de casas para alugar e a sabotar armadilhas para impedir a caça de animais silvestres. Sua excentricidade é amplificada por sua preferência pela companhia dos animais aos humanos e pela crença na sabedoria advinda do estudo dos astros. Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais. (Texto via: Todavia livros)

Felicidade Clandestina Clarice Lispector

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laro que nossa autora centenária não poderia ficar de fora dessa lista.Lançado inicialmente em 1971, “Felicidade Clandestina” reúne 25 textos de Clarice Lispector que foram escritos em diversas fases da vida da autora e que tratam de temas como a infância, a adolescência, a família, o amor e questões da alma. Através da recordação de fatos do seu passado, a autora busca nos contos fazer uma investigação psicológica de autoanálise. Assim, dentro desse processo de associação de ideias e pensamentos desconexos, em um dado momento a personagem passa por um momento de epifania, que é uma súbita revelação ou compreensão de algo. (Texto via: Guia do Estudante; adaptado)


O ano do pensamento mágico Joan Didion

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luto é dos temas mais duros que um escritor pode abordar. Joan Didion enfrenta, no entanto, com uma coragem ímpar, o desafio proposto. O ano do pensamento mágico é uma obra autobiográfica que foi escrita a partir da experiência da autora de ter perdido o marido de modo repentino. Com uma linguagem simples, coloquial, e uma entrega total - uma honestidade avassaladora - ficamos conhecendo o sofrimento de Didion, que é igual ao de todos nós que já perdemos uma pessoa querida. Ao invés de nos esquivarmos da morte, o livro nos faz pensar sobre o assunto de uma maneira desdramatizada e realista, dando ferramentas para melhor digerirmos esse processo terrível que é o luto. O ano do pensamento mágico é um livro essencial para todos aqueles que passaram por uma grande perda ou para aqueles que ainda irão passar, afinal de contas, a morte é inerente à vida. (Texto via: Cultura Genial)

A revolução dos bichos George Orwell

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scrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. A história se passa numa granja onde, insatisfeitos com a dominação e exploração e liderados pelo Porco Major, os animais decidem fazer uma revolução. Os animais se organizam e expulsam Sr. Jones da granja, pois não queriam mais ser tratados como escravos dos humanos. Os porcos passam a liderar a granja, considerando-se os animais mais inteligentes. Os ensinamentos do Porco Major, denominados de Animismo, passam a predominar, mesmo após sua morte. Na granja, todos os animais são iguais entre si. Porém, “uns são mais iguais que outros”. A revolução dos bichos se mostra uma dura crítica à manipulação e ao totalitarismo em regimes políticos. (Texto via: Cultura Genial; adaptado)

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Série de livros brasileira mistura Harry Potter com folclore nacional A

s Aventuras de Tibor Lobato é uma trilogia de tirar o fôlego que explora o folclore brasileiro de uma maneira nunca vista antes. Uma ficção para o público jovem adulto que traz toda a magia e as crenças de um povo de forma criativa e divertida. Gustavo Rosseb resgata e moderniza nossos mitos e “causos” e provoca a reflexão ao ilustrar temas como o conceito de família, o ego e o medo, a força da amizade, o primeiro amor, a o preconceito, entre outros. Reformula personagens famosos como a Mula sem cabeça, o Curupira, a Cuca e o Saci e outros nem tanto como a Pisadeira, a Porca dos Sete Leitões, a Bernúncia e o Gorjala. A história começa após os irmãos Tibor Lobato e Sátir perderem os pais num terrível incêndio e passarem dois anos num orfanato. Eles então são encontrados pela avó e vão morar em seu sítio, onde fazem amizade com Rurique, bom conhecedor das lendas e histórias do lugar. Na época da quaresma, coisas muito estranhas acontecem na região. Seres fantásticos e assombrações passam a aterrorizar os habitantes dos Sete Vilarejos. Os amigos começam a correr perigo quando descobrem segredos sinistros que ligam a família dos irmãos a esses seres fantásticos e a um lendário Oitavo Vilarejo. A partir daí, inicia-se uma aventura cheia de magia, que os levará a reconhecer e valorizar virtudes como lealdade, coragem, esperança e amizade.

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A série foi lançada pela editora Jandaga em 2016 e ganhou os prêmios de: “Os livros mais vendidos do estande na Bienal do Livro no Rio”, em 2017, “O autor mais vendido do estande na Bienal do Livro de São Paulo” em 2018 e “Os livros e autor mais vendidos do estande na Bienal do Livro no Rio” em 2019. (Texto via:Tibor Lobato; adaptado)


Remake de O Jardim Secreto tem sua data de estréia adiada

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m dos dos livros infanto-juvenis mais importantes do século 20, O Jardim Secreto, foi adaptado novamente para as telas, dessa vez com direção de Marc Munden (Utopia) e roteiro de Jack Thorne (Extraordinário, His Dark Materials). O filme conta a história da pequena Mary, uma órfã de 10 anos, que vai viver com o tio em um casarão na Inglaterra. Lá ela conhece Dickon, um menino que conversa com as plantas e os animais, e Colin,

Vale a pena comprar um leitor digital?

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omo a boa leitora que sou, essa pergunta se passou pela minha cabeça recentemente, algo que eu nunca imaginei que aconteceria pois, para mim, a experiência de ler um livro vai muito além do que só mergulhar na história. Mas decidi arriscar. Comprei um Kindle. Sentir a textura, o cheiro e o peso do papel sempre foi algo que gostei muito, então tive medo de estranhar demais não sentir essa sensação, e confesso: não estranhei, nem sinto falta. No geral é muito satisfatório poder ler em qualquer lugar, sem se preocupar com farelos, manchas, líquidos, nem mesmo com a bolsa que vou ter que escolher para caber um livro de mais de 500 páginas. Também é muito agradável poder ler em qualquer posiçao e lugar, sem se preocupar com a iluminação do ambiente. Sério, eu posso ler antes de dormir, com a luz do quarto apagada.

um pequeno lorde, doente e isolado em um dos quartos. Juntos, os amigos descobrem um jardim secreto trancado em um dos cantos do jardim e como a amizade pode transformar suas vidas. A estréia do filme, inicialmente marcada para dia 16 de abril, no Reino Unido, foi adiada para o dia 14 de agosto de 2020, devido à pandemia do Coronavírus.

Outro ponto positivo é o valor dos livros, todos sabemos que um livro digital é muito mais barato e às vezes eles até estão disponíveis gratuitamente. Mesmo tendo a disposição o Kindle Unlimited optei por não assinar pois não costumo ler mais de um livro por mês. Mas como a review nõ é focada no Kindle e nos serviços da Amazon, tudo bem. Em meio a uma pandemia não posso me dar ao luxo de passar horas em livrarias escolhendo qual vai ser o próximo livro que vou comprar e no fim nunca comprar nenhum pois já tenho 5 na fila em casa. Mas imagino que essa situação não vá ser muito diferente daqui pra frente. Ainda posso passar horas na livraria escolhendo o próximo livro que vai entrar pra biblioteca digital, e, se gostar muito, voltar lá e comprar a versão física do livro porque eu também mereco encher minha estante de capas bonitas. Enfim, só posso dizer que estou amando essa nova fase da minha vida. Não me arrependo e ainda recomendo a todos que deem uma chance.

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Levantamento mostra aumento na venda online de livros no Brasil

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m levantamento realizado pela Nielsen Book apontou que houve um crescimento nas vendas para o mercado nacional. Além de mostrar um destaque para o aumento das livrarias exclusivamente virtuais, a venda on-line cresceu 4,46%. Em 2019, o setor livreiro produziu 395 milhões de exemplares, sendo que 80% deles foram reimpressões.

O comparativo entre 2018 e 2019 revela também que houve um aumento no número de títulos e em exemplares. No ranking de gênero, o melhor desempenho, excetuando didáticos, está nos livros religiosos, seguidos por literatura infantil e adulta, respectivamente.

dos do levantamento indicam uma mudança comportamental do leitor brasileiro. Com o isolamento social e a impossibilidade de comprar livros diretamente nas livrarias, os leitores brasileiros têm investido na aquisição de e-books, ou seja, na versão digital dos títulos.

Desde 2014 não há um resulta- (Texto via: Diário de do tão positivo no setor. Os da- Pernambuco)

Conheça o BookCrossing, o site que te permite trocar livros com o mundo

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book crossing é uma “Biblioteca Mundial”, uma rede social inteligente e ativa onde livros ganham uma nova vida que dá a um livro uma identidade única e, conforme o livro é passado de leitor a leitor, ele pode ser rastreado e assim unir seus leitores. Existem atualmente 1.896.516 BookCrossers e 13.299.552 livros viajando por 132 países. O sistema de arquivo e rastreamento online permite aos membros conectarem-se com outros leitores, fazer comentários e resenhas de literatura, trocar e seguir seus livros

enquanto vidas são transformadas através de “ler e libertar”. Usuários são capazes de etiquetar e rastrear seus livros individuais gravando-os com números BCIDs (BookCrossing Identity - Identidade do BookCrossing). Cada BCID é único para cada livro – uma vez registrado em nosso site, ele pode então ser seguido e receber comentários eternamente.

A primeira é a “liberação controlada”, onde você presenteia um amigo ou desconhecido com seu livro. A segunda é a chamada “libertação ao acaso” onde você deixa o livro etiquetado em qualquer lugar ao acaso e espera ele ser encontrado por um leitor sortudo. Você também pode criar um “Ponto Oficial de BookCrossing” onde você e outras pessoas podem libertar e retirar No site você encontra etique- livros a vontade. tas especiais que te permitem cadastrar seus livros. Após o (Texto via: BookCrossing; cadastro tem várias formas de adaptado) envia-lo ao mundo.

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Centenário

de Clarisse Lispector Biografia terá reedição ampliada e os livros publicados por Clarice serão relançados.

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larice Lispector, foi uma escritora e jornalista ucraniana naturalizada brasileira. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, reputando-se como uma de suas principais características a epifania de personagens comuns em momentos do cotidiano. Estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, apesar de, na época, ter demonstrado mais interesse pelo meio literário, no qual ingressou precocemente como tradutora, logo se consagrando como escritora, tornando-se uma das figuras mais influentes da Literatura brasileira e do Modernismo, sendo considerada uma das principais influências da nova geração de escritores brasileiros.

Mas há a vida

(Clarice Lispector)

Mas há a vida que é para ser intensamente vivida. Há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.

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Pouco tempo depois da publicação de um de seus mais famosos romances A Hora da Estrela, Clarice é hospitalizada, com um câncer de ovário detectado tarde demais e inoperável. A doença se espalhara por todo o seu organismo. Clarice faleceu em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário.


Um estilo próprio O estilo de Clarice Lispector é inconfundível. Suas personagens, geralmente mulheres, vivenciam situações cotidianas e, na banalidade do dia a dia, passam por diversos conflitos psicológicos. Conhecido como intimista, o modo como Lispector escreve consegue penetrar por profundos e complexos pensamentos e conflitos nas personagens. As descrições psicológicas são, portanto, uma marca de Lispector.

nidade, o cuidado com casa e os filhos – tudo isso já havia sido escrito antes, mas ninguém escrevera como ela.” Além disso, em geral, nas narrativas da escritora ocorre a epifania – uma espécie de revelação com a qual a personagem passa a compreender algo novo sobre si ou sobre a realidade. Normalmente, as epifanias acontecem após acontecimentos corriqueiros.

“Os temas tradicionais e cotidianos que tinham a ver com as mulheres, a mater-

Centenário da autora Para comemorar o centenário da autora, a editora Rocco, que detém os direitos de publicação de seus livros, já começou a colocar no mercado a obra completa da escritora em 18 edições. Há outras novidades. O Instituto Moreira Salles de São Paulo prepara uma exposição sobre Clarice, com curadoria de Eucanaã Ferraz e Veronica Stigger, prevista para o segundo semestre. Além disso, duas adaptações cinematográficas de seus livros estão a caminho: A Paixão Segundo G.H., por Luiz Fernando Carvalho, com estreia confirmada para 2020, e Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres, de Marcela Lordy, sem previsão de lançamento. (Texto via: Wikipédia, Gaúcha ZH e Globo Educação; adaptados)

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A importância da representatividade LGBT+ na literatura

Junho é o mês do Orgulho LGBT+, e precisamos falar de uma questão muito importante: onde estão as personagens lésbicas, gays, bissexuais e transexuais protagonistas na literatura? Para nós, leitores, ler tem um espaço na nossa formação como pessoas. Os livros que nós lemos passam a fazer parte de nós e sempre deixam uma marca em nossa história. Quem é que nunca se perdeu no universo contido nas páginas de um livro e se imaginou vivendo no lugar da sua personagem favorita? É uma experiência comum, principalmente para quem vê os livros como uma válvula de escape. E é aí que entra a importância da presença de personagens ‒ especialmente protagonistas ‒ LGBT+ nos livros, É acolhedor se identificar com os outros e perceber que não se está sozinho no mundo. Todos merecem se ver representados em personagens fortes e em histórias que os façam acreditar que podem viver suas próprias aventuras na vida real. É certo que estamos vendo uma onda de livros que abordam a temática LGBT+ fazendo muito sucesso ultimamente. Vemos isso como uma grande evolução na literatura popular, que deve incluir persona-

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gens mais diversos tanto quanto possível para que, dessa forma, mais leitores possam se envolver nas histórias. Mas ainda dá para melhorar. Queremos ver personagens cujas histórias não girem em torno do fato de serem gays, lésbicas, bi ou transexuais. Ainda que assumir-se LGBT+ seja um passo importantíssimo na vida das pessoas, faltam plots onde a sexualidade da personagem não é o foco. É preciso tratar a comunidade LGBT+ com a mesma naturalidade, para representá-los fielmente: como algo absolutamente normal… e real. O que nos leva a outro fato: devemos ser realistas. Pessoas LGBT+ estão em todos os lugares, são de todas as etnias e todas as idades. Portanto, não faz sentido não possuírem seus lugares nos livros. A literatura é um reflexo da sociedade e precisa explorar o maior número possível de histórias sobre pessoas no universo literário. Porque representatividade, quando bem feita, importa, sim. (Texto via Medium)


3 romances LGBT+ que vão fazer você se apaixonar One man guy (Michael Barakiva)

Um romance sobre dois garotos, dois mundos e um encontro. Ethan é tudo o que Alek gostaria de ser: confiante, livre e irreverente. Apesar de estudarem na mesma escola, os dois garotos pertencem a mundos diferentes. Enquanto Ethan é descolado e tem vários amigos, Alek tem apenas uma, Becky, e convive intensamente com sua família e a comunidade armênia. Mesmo com tantas diferenças, os destinos de Ethan e Alek se cruzam ao precisarem frequentar um mesmo curso de férias. Quando Ethan convence Alek a matar aula e ir a um show de Rufus Wainwright no Central Park, em Nova York, Alek embarca em sua primeira aventura fora de sua existência no subúrbio de Nova Jersey e da proteção de sua família. E ele não consegue acreditar que um cara tão legal quer ser seu amigo. Ou, talvez, mais do que isso. One Man Guy é uma história romântica, comovente e engraçada sobre o que acontece quando as pessoas saem de suas zonas de conforto e ajudam o outro a ver o mundo (e a si mesmo) como nunca viram antes. Só sei que gosto de estar aqui com você e não consigo me imaginar querendo mais ninguém. Isso basta para você?

Não conte nosso segredo (Julie Anne Peters)

Com o namorado dos sonhos, o cargo de Presidente do Conselho Estudantil e a chance de ir para uma Universidade de Ivy League, a vida não poderia estar mais perfeita para Holland Jaeger. Ao menos, é o que parece. Até que Ceci Goddard chega na escola e muda tudo. Ceci e Holland têm sentimentos que não conseguem esconder, mas como todos ao redor vão lidar com este novo romance?Entre intrigas, preconceitos e a não aceitação dos pais, Ceci e Holland lutam para manter-se juntas, mas o amor delas pode não ser tão forte quanto as críticas da sociedade…

Minha versão de você (Christina Lauren)

Há três anos a família de Tanner Scott se mudou da Califórnia para Utah, fazendo com que sua bissexualidade voltasse para o armário. Agora, com apenas mais um semestre até o fim das aulas no colegial e seu tão sonhado futuro em uma universidade longe da família, ele só deseja que o tempo passe mais depressa. Quando Autumn, sua melhor amiga, se inscreve na aula de escrita e o desafia a participar, Tanner não consegue recusar o convite, afinal de contas, quatro meses é tempo mais do que suficiente para escrever um livro, certo? o garoto está mais certo do que imagina, pois leva apenas um segundo para que ele note Sebastian Brother, o prodígio mórmon que, nas aulas de escrita do ano anterior, escreveu e publicou o próprio livro, e agora orienta a turma. Se quatro meses é muito tempo, um mês pode não ser. E é exatamente esse tempo que leva para Tanner se apaixonar por Sebastian. (Textos via: Amazon)

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Arroz, feijão e livros;

cestas básicas estão incluindo literatura na Bahia

Iniciativa quer proporcionar uma opção de diversão e cultura para pessoas em situação de vulnerabilidade Trícia diz que as pessoas que recebem os livros nas cestas básicas ou nas ruas têm tido reações de surpresa.

Trícia Calmon, coordenadora geral do Corra pro Abraço, um programa de redução de danos da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, explica que o Corra pro Abraço tem como principal objetivo aproximar os serviços públicos básicos das pessoas que sofrem por fatores de estigmatização, criminalização e pobreza extrema. Além da tradicional cesta básica com alimentos e produtos de higiene, pessoas em situação de vulnerabilidade na capital baiana também estão recebendo literatura durante a pandemia do coronavírus. “O nosso público principal são pessoas que estão em territórios empobrecidos, em situação de rua, jovens de bairros de periferia, pessoas que passam por audiência de custódia, a partir de uma parceria nossa com Tribunal de Justiça”.

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“Em um momento como esse, as pessoas esperam receber a comida apenas, e, de repente, recebem também um livro. Tem causado uma reflexão exatamente da maneira que a gente esperava. Porque o que queremos provocar também é um engajamento das pessoas na reivindicação desse direito a uma boa escola, a uma boa educação e a uma relação de seguridade que permita uma sobrevivência digna”. O programa é executado em parceria com a Comvida e a Cipó, duas organizações da sociedade civil da Bahia. Desde o final de março, mais de seis mil pessoas em situação de rua foram atendidas, com distribuição de kits-lanche e de higiene pessoal. Além disso, centenas de cestas básicas foram distribuídas para famílias de bairros da periferia de Salvador. “A situação de fome e de sede nas ruas, principalmente nas primeiras semanas em que foram decretadas as medidas de isolamento social, era muito severa, de modo que reunimos todos os recursos do programa e de equipe para poder fazer o trabalho de campo”, conta Trícia. (Texto via: Brasil de fato; adaptado)


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J.K. Rowling e transfobia: entenda a polêmica Comentários controversos da autora da saga Harry Potter geraram duras críticas dos fãs e de atores envolvidos com projetos do Universo Bruxo

Não é de hoje que a escritora J.K. Rowling tem protagonizado polêmicas nas redes sociais. Como uma usuária ativa do Twitter, seus comentários costumam causar algum tipo de controvérsia, esteja ela falando sobre a saga Harry Potter ou dando seus posicionamentos políticos. Na última semana, porém, a autora esteve no centro de um debate intenso sobre transfobia, que envolveu não apenas seus seguidores e fãs, como também membros dos elencos das franquias do Universo Bruxo.

Primeiro, o que é transfobia? Em linhas bem gerais, transfobia é o preconceito e o ódio contra pessoas trans. Ele pode se manifestar em atos discriminatórios de violência física, psicológica ou moral. Este é um assunto bastante sério, principalmente aqui no Brasil. Somos um dos países que mais mata a população trans no mundo. Em 2019, foram 132 assassinatos, de acordo com levantamento da Transgender Europe. Neste mesmo ano, estima-se que, a cada dia, 11 pessoas trans sofreram agressões simplesmente por serem trans (via Agência Brasil).

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Toda a história começou com um comentário de J.K. Rowling sobre uma matéria que tinha no seu título a expressão “pessoas que menstruam”. A autora criticou o uso destes termos, dando a entender que “mulheres” daria conta de explicar a quem o texto estava se referindo. Porém, a matéria tinha como objetivo ser inclusiva, contemplando homens trans que nasceram com o sexo biológico feminino e, por isso, também menstruam. A partir de então, Rowling começou a justificar sua posição, isto é, que não se pode negar o sexo biológico, porque ele seria determinante para a sua experiência. No Twitter, ela escreveu: “Se sexo não é real, não existe atração entre pessoas do mesmo sexo. Se sexo não é real, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a habilidade de muitos discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade”. “A ideia de que mulheres como eu, que têm empatia por pessoas trans há décadas e sentem afinidade por elas, porque são vulneráveis do mesmo modo como as mulheres - isto é, à violência masculina - ‘odeiam’ pessoas trans porque pensam que sexo é real e vivem as consequências disso é um absurdo”. “Respeito o direito de todas as pessoas trans de viverem da maneira que lhes pareça autêntica e mais confortável. Protestaria com vocês se vocês fossem discriminados por serem trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada pelo fato de eu ser mulher. Não acredito que seja odioso dizer isso”.

Mas afinal, qual o problema? O que Rowling basicamente diz nestes tweets é que a identidade de gênero das pessoas - isto é, se a pessoa se identifica como

homem, mulher ou não-binária - é definida exclusivamente pelo sexo biológico. Essa ideia, portanto, não reconheceria a existência da população trans, nem qualquer pessoa que não fosse cisgênero, como as não-binárias, já que estas são justamente pessoas que não se identificam com seu sexo biológico. Infelizmente, esta visão de Rowling é um dos argumentos usados para a ofensa, discriminação e até violência física direcionada à população trans. Por isso, quer seu posicionamento seja bem-intencionado ou não, ele é problemático.

Repercussão negativa Os comentários, claro, tiveram muita repercussão nas redes sociais. Muitos fãs se disseram decepcionados com a postura de Rowling, os atores da saga “Harry Potter” fizeram vários pronunciamentos a favor da população trans. Os funcionários da editora Hachette, que estão trabalhando no novo livro da autora, também demonstraram insatisfação com os comentários e declararam greve. Segundo reportado pelo Daily Mail, a empresa não está preparada para trabalhar no novo livro da autora, O Ickabog. “Acreditamos que todos têm o direito de expressar livremente suas crenças e pensamentos”, informou a editora em um comunicado acrescentando que não obrigariam os funcionários a trabalhar em uma obra que possa causar incômodos por motivos pessoais. No entanto, enfatizaram de que existe “uma distinção em se recusar a trabalhar por discordar da opinião de um escritor”. (Texto por: Omelete e Rolling Stone; adaptados)

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A literatura na infância: A leitura é uma das formas de que dispomos para a interação com o ambiente em que estamos inseridos e para a nossa compreensão do mundo. Por isso, é necessário que a criança se familiarize com os livros desde o seu primeiro ano de vida. Não apenas em casa, mas também na escola, com a alfabetização infantil, a literatura desperta diferentes habilidades nas crianças, como a linguagem, a ampliação de vocabulário, a criatividade e a descoberta do mundo imaginário.

Os benefícios da leitura na infância Independente da idade ou da fase da vida, a leitura só traz benefícios! A lista é imensa, mas nós trouxemos aqui os principais: 1. Melhora e aumento do vocabulário; 2. Melhora na escrita; 3. Amplia a visão de mundo; 4. Amplia a visão sobre nós mesmos; 5. Contribui para o pensamento crítico e leitura de mundo; 6. Colabora para uma visão de mundo mais sensível e humanizada.

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Crie uma rotina de leitura: A leitura deve ser introduzida de forma natural no dia a dia das crianças, não deve ser algo imposto. Para isso, leve em consideração o tempo de atenção que a criança dedica à leitura e respeite este limite. Observe quais assuntos chamam mais a atenção, permita que a criança leia com você ou para você, faça perguntas sobre o enredo e estimule conversas em torno da história lida. Faça do momento de leitura um momento prazeroso para os pequenos.

Conheça os estágios da criança leitora: Durante o desenvolvimento infantil, além da idade, existem outros fatores que influenciam no estágio de leitura em que a criança se encontra: seu amadurecimento psíquico, afetivo e intelectual e seu conhecimento sobre os mecanismos de leitura. Tudo isso dirá se a criança se encaixa nas fases de pré-leitor, leitor iniciante, leitor em processo, leitor fluente ou leitor crítico. A faixa etária ainda é o principal filtro para selecionar os livros mais adequados para as crianças, mas cada uma se desenvolve de uma maneira. Adaptações de conteúdo podem ser feitas para que cada criança possa ler o que for mais apropriado para sua idade e seu nível de leitura.

De dez meses a dois anos: o ideal é que as histórias sejam rápidas e curtas, com gravuras simples e atrativas. Há livros feitos de pano, plástico e que vêm com fantoches, que são ideais para despertar a curiosidade dos mais novos. De dois a três anos: os livros infantis

devem conter histórias rápidas, com texto simples e poucos personagens. Além disso, é importante que o enredo possa ser contextualizado com a rotina da criança. Poderão ser oferecidos livros com fantoches, livros musicais e livros de histórias, que contribuem para aumentar o repertório de palavras conhecidas pela criança e ajudam a formar algumas noções básicas.

De três a seis anos: os livros devem

conter histórias que proponham vivências que se consolidam nos ambientes familiar e escolar e devem apresentar várias imagens. Livros de dobradura e o uso de fantasias pelo contador da história são indicados para envolver ainda mais as crianças com a história contada. (Texto via: Leiturinhas; adaptado)

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