A Massa - Julho/2016

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Julho - 2016 Fotos: Paulo Rogério “Neguita”

DIA DOS PADEIROS É COMEMORADO COM SOLIDARIEDADE E LUTA!

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comemoração do Dia dos Padeiros, 13 de junho, foi repleta de muita alegria, solidariedade e lutas. Como é tradição, o nosso Sindicato ofereceu um café da manhã para as crianças da escola estadual Dra. Maria Augusta Saraiva e da EMEI Professor Ângelo Martino, que ficam próximas a Sede da entidade, depois da

“Benção dos Pães” realizada pelo Padre José Mário, da Igreja Nossa Senhora da Assunção. Em seguida, foi feita a distribuição dos pães abençoados e do pãozinho de Santo Antônio que representa prosperidade. Além dessas atividades os trabalhadores foram alertados pela direção do nosso Sindicato sobre as

Sindicato realiza o 3º Cipão e reafirma a importância da nr 12 na prevenção dos acidentes no trabalho

Mais de 700 trabalhadores participaram do 3º CIPÃO - Encontro de Cipeiros da Panificação e Confeitaria de São Paulo -, realizado pelo nosso Sindicato. O 3º Cipão ocorreu nos dias 4, 5 e 6 de maio e tratou de temas técnicos sobre Saúde e Segurança no Trabalho, a imJulho - 2016

portância da CIPA e de seus membros, além de questões referentes às perdas de direitos dos trabalhadores, em especial, a ameaça de suspensão da Norma Reguladora Número 12, que trata de segurança em máquinas e equipamentos. Leia nas paginas 4 e 5.

dificuldades que irão enfrentar, caso sejam aprovadas as inúmeras propostas que estão tramitando no Congresso Nacional e as reformas do governo que retiram e restringem direitos fundamentais dos trabalhadores brasileiros. Leia sobre as comemorações do Dia dos Padeiros na página 8 desta edição.

Categoria no abc intensifica luta e consegue reajuste de 9,82%! Após várias reuniões de negociações, o sindicato patronal apresentou proposta de reajuste salarial de 9,82%. Esse resultado foi fruto de muita mobilização dos trabalhadores que participaram das atividades, seguiram as orientações do nosso Sindicato e se organizaram para lutar por seus direitos. Leia na página 3

1º de maio da ugt debate a Crise Econômica e as Perspectivas para os Trabalhadores 1


Editorial

Combate à Corrupção e Reforma Sindical: NECESSIDADES HISTÓRICAS DO BRASIL P

or mais transtornos e turbulências de promover as amplas reformas que o País que o processo de combate à corrup- almeja, como a tributária, a previdenciária, ção cause em nosso País, era mais do que trabalhista, econômica, e desenvolver ponecessário que o Brasil passasse por esse líticas públicas que respondam a questões cruciais da sociedamomento. Há anos de, como educação a nação brasileira e saúde. E isso não vem sendo dilapidada e o patrimônio e será nada fácil. o dinheiro público Primeiro, porque usurpados por meio a situação financeira dos abusos pratido Estado brasileiro cados pelos vários é gravíssima: falta verba para tudo, governos. Portanto, principalmente para independentemente infraestrutura, e falde quem estivesse ta credibilidade por no poder, o Brasil precisava se encontrar parte dos empresários para fazer invescom ele mesmo e resolver, de uma vez por timentos diante da todas, essa drástica fragilidade econômica estabelecida. situação de corrupPedro Pereira, ção estabelecida ao Segundo, porque o presidente em exercício do Sindicato dos Padeiros de São Paulo longo de sua história. País, do ponto de Apoiar as investigações e medidas adotadas vista político, está dividido – o que gera pela Operação Lava Jato é um dever de todo fortes empecilhos ao governo interino de cidadão brasileiro. Temer para avançar nas mudanças urgentes Inserido na mais profunda crise econô- e necessárias. mica e política, que teve como desfecho o O fato é que, depois desse processo de processo de impeachment da presidente combate à corrupção e dessa realidade de Dilma, o Brasil precisa fazer mudanças grande complexidade, o Brasil não será mais significativas se quiser sair da caótica o mesmo. E nem poderia, pois o fato de a situação em que se encontra e trilhar o Operação Lava Jato investigar e prender caminho do desenvolvimento. Para isso, o presidentes de partidos, senadores, depugoverno interino Michel Temer tem o desafio tados, empresários e diretores de empresas

estatais, além de ser um grande avanço para acabar com a corrupção dentro das estruturas do Estado, acaba com a velha cultura

brasileira, em que apenas pobres, pretos, desempregados e moradores das periferias dos grandes centros urbanos eram presos.

O MOVIMENTO SINDICAL E AS REFORMAS NO BRASIL A expectativa é que o governo interno de Michel Temer consiga equilibrar a economia do País, programar políticas que respondam ás necessidades estruturais, financeiras e sociais da população, assim como as reformas já citadas, sem, no entanto, penalizar ainda mais os trabalhadores e o povo, garantindo os direitos e promovendo o bem-estar para as amplas camadas da sociedade. O momento exige a unidade dos trabalhadores para encontrar saídas à crise estabelecida. Para isso, cabe ao movimento sindical brasileiro promover o princípio da unicidade, começando pela fusão ou unificação das centrais sindicais. Não serão possíveis vitórias para os trabalhadores se esse quadro de divisão no sindicalismo permanecer. Ora, como enfrentar a batalha para barrar os mais de 50 projetos de leis que estão tramitando no Congresso Nacional contra os direitos dos trabalhadores sem um movimento sindical forte e unificado? Além disso, cabe ao movimento sindical brasileiro, hoje, apresentar aos trabalhadores e à sociedade um agenda que aponte o caminho para construção de uma política econômica sólida, em que o desenvolvimento do País, a valorização do trabalho e a justiça social sejam

prioridades. É imperioso combater o desemprego e promover o retorno dos investimentos das empresas. Infelizmente, o atual modelo de sindicalismo brasileiro não tem condições de contribuir e, muito menos de dar respostas compatíveis à situação brasileira. Portanto, não há alternativa senão a autorregulação da forma de organização das centrais e sindicatos, como, por exemplo, mudanças nos estatutos, processos eleitorais mais democráticos, mandatos com a mesma duração dos mandatos parlamentares. Esse debate é decisivo nas entidades se, de fato, o movimento sindical brasileiro quiser intervir e lutar para coibir os danos que, de forma recorrente, têm causado desemprego e perdas de direitos dos trabalhadores. Com a ampliação da crise econômica que atinge o Brasil e o mundo, não podemos nos iludir quanto ás transformações que se darão nas relações de trabalho. E o movimento sindical precisa estar preparado para, de forma efetiva, apresentar ao governo propostas que apontem saídas, mas que preservem e ampliem os diretos dos trabalhadores, bem como garantam o desenvolvimento do País e o bem-estar de toda sociedade.

HOMENAGEM AOS TRABALHADORES E AOS 100 ANOS DO SAMBA Abertura da Exposição Fotográfica em comemoração aos 100 ano do Samba - Avenida Paulista - 01/05/2016

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Encerramento da Exposição Fotográfica na Livraria Cultura

m homenagem ao Dia do Trabalhador e ao centenário do samba, a Avenida Paulista, um dos principais cartões postais da cidade de São Paulo, deu passagem aos grandes nomes da música através da exposição “Os Trabalhadores e os 100 Anos do Samba”, promovida pela União Geral dos Trabalhadores (UGT). As pessoas puderam ver imagens de Donga; Pixinguinha; Clementina de Jesus; Cartola; Noel Rosa; Nelson Cavaquinho; Dona Ivone Lara; Chico Buarque; Beth Carvalho, Ataulfo Alves, Martinho da Vila,

Jorge Aragão, Adoniran Barbosa, entre outros. A mostra não só retratou os ícones do samba, como também mostrou como o trabalhador era retratado nas canções. Estiveram presentes na abertura dos painéis o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah; o secretário de Organização e Políticas Sindicas da UGT e presidente do Sindicato dos Padeiros de SP, Francisco Pereira, o Chiquinho; o secretário Municipal

de Promoção da Igualdade Racial, Maurício Pestana; entre outras autoridades e lideranças do movimento sindical brasileiro. “Essa é uma forma de valorizar o trabalhador através da música e, principalmente, do samba. Esses são exemplos de luta e que devem servir de exemplo em um momento de crise como o que estamos passando hoje. Muitos sambistas que fazem parte da mostra falavam de liberdade nas suas músicas em uma época que esse era um assunto quase proibido.

São exemplos para os trabalhadores”, afirmou Chiquinho Pereira, presidente licenciado do nosso Sindicato. Para Ricardo Patah, o evento em homenagem ao ritmo e aos trabalhadores serviu para valorizar a cultura do país, através do samba, expressando os sentimentos do trabalhador, a sua luta e as suas dificuldades. Durante a mostra, vários grupos de samba se apresentaram e prestigiaram a exposição, entre eles as baterias das escolas de samba x9 paulistana e Nenê de Vila Matilde.

e x pedie n te

Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo. Diretor responsável: Pedro Pereira de Sousa Presidente licenciado: Francisco Pereira de Sousa Filho (Chiquinho) 2

Presidente em exercício: Pedro Pereira de Sousa

Secretário adjunto de finanças: Fernando Antonio da Silva

Secretário-geral: Valter da Silva Rocha (Alemão)

Sede - Rua Major Diogo, 126, Bela Vista, São Paulo/SP - CEP: 01324-000 Telefone: 3116.7272 - Fax: 3242-1746

Secretário de assuntos jurídicos: José Alves de Santana

Subsede Santo André - Travessa São João, 68 Telefone: 4436-4791

Secretário adjunto: Geraldo Pereira de Sousa

Secretário para cultura, formação e educação: Ângelo Gabriel Victonte

Subsede São Miguel - Av. Nordestina, 95 Telefone: 2956-0327

Secretário de finanças: Benedito Pedro Gomes

Secretário de comunicação e imprensa: José Francisco Simões

Subsede Osasco - Rua Mariano J. M. Ferraz, 545 Telefone: 3683-3332

Subsede Santo Amaro - Rua Brasílio Luz, 159 Telefone: 5686-4959 Edição e redação: Suely Torres (MTb - 21472) Edição de arte e diagramação: R. Simons Fotografia: Paulo Rogério “Neguita” Colaboração: Guilherme witai Tiragem: 50 mil exemplares - Impressão: UNISIND www.padeiros.org.br padeiros@padeiros.org.br Julho - 2016


CAMPANHA SALARIAL 2016

NOSSA CATEGORIA NO ABC CONQUISTA 9,82% DE REAJUSTE SALARIAL!

Assembleia na Subsede de Santo André - 17/06/2016

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epois das inúmeras manifestações dos trabalhadores e diante dos argumentos apresentados pelo nosso Sindicato nas reuniões de negociações, o sindicato patronal foi obrigado a modificar sua proposta inicial de reajuste abaixo da inflação e apresentou um reajuste de 9,82%, repondo a inflação do período. Foram dias de intensa mobilização, várias assembleias com os trabalhadores e muitas reuniões de negociações para convencer os patrões que a crise política e econômica que se instalou no país já tem causado inúmeros prejuízos aos trabalhadores brasileiros: desemprego, aumento do custo de vida, salários rebaixados, perdas constantes de direitos e conquistas, inclusive direitos garantidos pela CLT.

Essa situação vem se arrastando há alguns anos e, infelizmente, parece piorar a cada dia. Nós trabalhadores não suportamos mais pagar por uma crise da qual não somos responsáveis. Aliás, historicamente, os trabalhadores são os primeiros e únicos a serem prejudicados em momentos de instabilidade política e econômica. “A proposta de reajuste apresentada pelos patrões nessa campanha salarial é inaceitável. O nosso sindicato não tinha alternativa a não ser preparar os trabalhadores para que se mobilizassem e participassem das atividades da nossa entidade de classe de forma unitária para alterar a proposta dos patrões”. Diz Pedro Pereira, presidente em exercício do nosso Sindicato.

Greve dos Trabalhadores

do Setor de Panificação

Por isso companheiros, sempre é bom lembrar que sem o fortalecimento do Sindicato não será possível obter conquistas, preservar e ampliar os nossos direitos. Portanto, os trabalhadores e trabalhadoras da categoria devem ter a consciência de que a luta é o único caminho para conquistarmos e preservarmos nossos direitos.

CAMPANHA SALARIAL DE 2015 DE SãO PAULO

Colabore conosco escrevendo ou dando sugestões

Veja as nossas principais conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho do ano passado e confira se os patrões estão cumprindo o acordo

ESSE É O SEU JORNAL!

SÃO PAULO – DATA BASE EM 1º DE NOVEMBRO

Nosso Jornal A Massa tem como objetivo informar os trabalhadores sobre as ações do nosso Sindicato, bem como fazer o debate sobre questões trabalhistas, políticas, econômicas, culturais e sociais. Queremos que todo trabalhador e trabalhadora participe, escrevendo matérias, dando sugestões sobre temas que gostariam que fossem publicados aqui e manifestando suas opiniões sobre as atividades realizadas pelo nosso Sindicato. Você pode enviar suas opiniões, textos temáticos, informações sobre questões que ocorreram no seu local de trabalho através do e-mail: comunicacao@padeiros.org.br. Participe contribuindo com o conteúdo do seu Jornal A Massa!

• REAJUSTE SALARIAL: 10,33% (inflação do período: 10,33%) • PISO SALARIAL ATÉ 60 FUNCIONÁRIOS: R$ 1.197,93 • PISO SALARIAL ACIMA DE 60 FUNCIONÁRIOS: R$ 1.293,72 • PLR NAS EMPRESAS COM ATÉ 20 EMPREGADOS: R$ 241,17 • PLR NAS EMPRESAS COM 21 ATÉ 35 EMPREGADOS: R$ 346,69 • PLR NAS EMPRESAS ACIMA DE 35 EMPREGADOS: R$ 459,72 • DIA DO PADEIRO: R$ 89,37 • CESTA BÁSICA ATÉ 45 FUNCIONÁRIOS: R$ 44,09 • CESTA BÁSICA ACIMA DE 45 FUNCIONÁRIOS: R$ 61,96 • MANUTENÇÃO DAS CLAUSULAS ANTERIORES. Julho - 2016

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Mais de 700 trabalhadores do 3º Cipão que teve como tema M

ais de 700 trabalhadores participaram do 3º CIPÃO - Encontro de Cipeiros da Panificação e Confeitaria de São Paulo -, realizado pelo nosso Sindicato. O 3º Cipão ocorreu nos dias 4, 5 e 6 de maio e tratou de temas técnicos sobre Saúde e Segurança no Trabalho, a importância da CIPA e de seus membros, além de questões referentes às perdas de direitos dos trabalhadores, em especial, a ameaça de suspensão da Norma Reguladora Número 12, que trata de segurança em máquinas e equipamentos. No ato de abertura do 3º Cipão, Canindé Pegado, Secretário Geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), elogiou a direção do nosso Sindicato por realizar o evento de grande significado no combate e prevenção dos acidentes no trabalho, que no Brasil tem índices alarmantes: em apenas dois anos (2013 a 2015), mais de 790 mil trabalhadores brasileiros foram vítimas de acidentes no trabalho. Para Cleonice Caetano, Secretária de Saúde e Segurança no Trabalho da UGT e Diretora de

Ato de Abertura do 3º Cipão - 04-05-2016

s trabalhadores na CIPA

importância do Cleonice Caetano fala da

- 04-05-2016

Assistência Social do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, o trabalhador membro da Cipa tem um papel fundamental, pois é assustador o número de vítimas fatais provocado por acidentes no trabalho. Portanto, o papel do Cipeiro de conscientizar os trabalhadores da necessidade de usar todos os equipamentos de segurança, bem como exigir dos patrões segurança no ambiente de trabalho é uma importante forma de preservar a saúde e a segurança dos traba-

lhadores nas empresas. Ao fazer uso da palavra, Chiquinho Pereira, presidente licenciado do nosso Sindicato lembra a luta que foi para construir a Norma Reguladora Número 12 (NR 12), desde a década de 1970. “São inúmeros trabalhadores da nossa categoria vítimas de acidentes no trabalho, onde a principal sequela é a mutilação. Quem entra numa padaria, com aquelas vitrines e enorme variedade de doces e pães, não imagina os pe-

PARTICIPANTES DO 3º CIPÃO DEBATEM TEMAS TÉCNIC Durante os três do 3º Encontro de Cipeiros da Panificação e Confeitaria os trabalhadores debateram temas fundamentais para prevenção dos acidentes no Trabalho. Foram abordados temas técnicos como o uso correto dos Equipamentos de Segurança, a Norma Reguladora Número 5 (NR5), que trata da criação e orientação das CIPAS, a Norma Reguladora Número 12 (NR 12), que estabelece as medidas preventivas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho, além da necessidade de ampliar e fortalecer o papel político dos membros das CIPAS diante dos embates existentes na relação do mundo do trabalho.

A PROFISSÃO DE PADEIRO E SUAS LUTAS SÃO HISTÓRICAS A doutora Aida Cristina Becker, Coordenadora da Comissão Nacional Tripartite Temática da NR 12, ressaltou a importância histórica da profissão de padeiro que, há 2000 anos Antes de Cristo já existia, pois o pão é o alimento que permeia a história da humanidade. Para se ter uma ideia das lutas travadas por essa categoria, no ano de 1260 os padeiros se organizaram e criaram a 1º Corporação de Ofício, uma espécie de sindicato, para lutar por seus direitos. E, no ano de 1600, um médico italiano pesquisou e escreveu capítulos de um livro sobre as doenças adquiridas pelos padeiros no exercício da profissão. A doutora Aida aponta que a luta em defesa da saúde e segurança do trabalhador no Brasil é secular e cita a Consolidação das Leis Trabalhistas que em 1943, em seu artigo 192 fala que as parte 4

Debate da Dra. Aida no 3º Cipão - 06-05-2016

móveis de quaisquer máquinas ou seus acessórios (inclusive correias e eixos de transmissão), quando ao alcance dos trabalhadores deverão ser protegidas por dispositivos de segurança que

os garantam suficientemente contra qualquer acidente. No entanto, até hoje, o trabalhador e os sindicatos têm que lutar para garantir Normas Reguladoras de prevenção de Doenças e Acidentes

no ambiente do trabalho. Além da doutora Aida Cristina Becker participaram do encontro os Auditores Fiscais do Ministério do Trabalho Ricardo Silveira Rosa, Hidelberto Nobre Júnior e o Coordenador do Programa de Proteção em Máquinas da Fundacentro, Roberto do Valle Juliano. Todos compõem a bancada do governo na Comissão Nacional Tripartite Temática NR 12 e, por isso mesmo, foram enfáticos em suas exposições do papel que o Sindicato dos Padeiros tem jogado na defesa da NR 12. Seja através de debates, de embates com parlamentares em Brasília, nas Audiências Públicas, em publicações de artigos nos jornais e, principalmente, organizando os trabalhadores para lutar em defesa da NR 12, que é vital para Saúde e Segurança do trabalhador em panificação e confeitaria. Julho Julho - 2016- 2016


alhadores participaram tema principal a NR 12 Fotos: Paulo Rogério “Neguita”

SENADORA MARTA SUPLICY PARTICIPOU DO ATO DE CERTIFICAÇÃO DOS CIPEIROS E SE COMPROMETE EM DEFENDER A NR 12 NO SENADO

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rigos que se encontram por trás de toda aquela beleza. Crianças, adolescentes e adultos perderam e ainda perdem dedos, mãos e até braços no exercício de suas funções.” Diz Chiquinho. A Norma Reguladora Número 12 é um instrumento importantíssimo na prevenção dos acidentes de trabalho, pois determina que os patrões coloquem dispositivos de segurança nas máquinas e equipamentos, tornando-os mais seguros para o manuseio do trabalhador.

o dia 20 de maio o nosso Sindicato realizou o Ato de Certificação dos cipeiros que participaram do 3º Cipão, que contou com a presença de mais de 400 trabalhadores membros de cipas, além de convidados da categoria, sindicalistas e parlamentares. Durante o ato a senadora Marta Suplicy expressou sua indignação com as ações que os empresários têm realizado no Congresso Nacional para derrubar a NR 12, instrumento fundamental na luta em defesa da saúde e segurança do trabalhador. Chiquinho Pereira, presidente licenciado do nosso Sindicato esclareceu a senadora que essa era uma questão que vem se arrastando há anos, pois, apesar de assinar o acordo na Comissão Nacional Tripartite Temática, através dos seus representantes, os empresários têm procurado vários deputados federais e senadores para suspender a NR 12, alegando dificuldades financeiras para cumprir a Norma. Pedro Pereira, presidente em exercício do nosso Sindicato lembrou que a determinação do uso de dispositivos de segurança em máquinas e equipamentos foi em dezembro de 2010, e que as empresas tiveram 66 meses para substituir ou adaptar seus maquinários, conforme exige a Norma Regulamentadora Número 12. Portanto, não tem explicação para que as empresas,

Senadora Marta Suplicy fala no Ato de Certificação dos participantes do 3º Cipão

depois de seis anos, aleguem dificuldades financeiras ou impacto nos seus lucros e deixem de cumprir uma lei, com a qual eles concordaram e assinaram. “O que me impressiona é o fato dos empresários brasileiros ter como justificativa para suspender a NR 12 a questão dos gastos para adaptar ou comprar máquinas e equipamentos que evitem os acidentes no ambiente do trabalho. Eles precisam compreender que não se trata de gastos, mas, de investimento, pois

irá evitar que no futuro a empresa, o governo e a sociedade tenham maiores transtornos ao se deparar com um número absurdo de trabalhadores acidentados. Não podemos concordar com esses argumentos e me coloco desde já à disposição do Sindicato dos Padeiros e dos trabalhadores para conversar com os senadores e com o Ministério do Trabalho, no sentido de contribuir com a luta de vocês.” Disse a senadora em seu discurso no ato de abertura da Cerimônia de Certificação dos cipeiros.

COS E POLÍTICOS CONTRA ACIDENTES NO TRABALHO É FUNDAMENTAL ENTENDER O MUNDO DO TRABALHO

A LUTA PELA MANUTENÇÃO DAS NORMAS REGULADORAS É CONSTANTE

Palestra do Professor Erledes Elias da Silveira

Para o professor Erledes Elias da Silveira, Especialista em Sociologia Política, Mestre em Educação e em Políticas Sindicais, é fundamental que o cipeiro para exercer suas funções compreenda o que está acontecendo no mundo do trabalho, tem que entender que na ideologia capitalista nada é mais importante do que o lucro e que esse lucro vem da exploração da força de trabalho de cada assalariado. Ou seja, dos trabalhadores. Julho Julho - 2016- 2016

“Como o objetivo do patrão é lucrar, ele entende que aplicar recursos em equipamentos de segurança é gasto e não investimento. Por isso, o Sindicato e os trabalhadores enfrentam verdadeiras batalhas para conseguir que as Normas de Segurança sejam respeitadas e aplicadas pelas empresas. Exemplo na categoria dos padeiros e confeiteiros é a luta pela aplicação e manutenção da Norma Reguladora Número 12, NR 12.”, diz o professor Erledes.

Palestra do Maradona sobre as Normas Regulamentadoras

Já o Coordenador de Bancada dos Trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente e Diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Washington Santos (Maradona), ressaltou que todas as Normas de Segurança existentes hoje no Brasil foram

fruto de muita luta dos trabalhadores ao longo da história. Hoje, por exemplo, a uma forte ação dos patrões, através da Confederação Nacional das Indústrias, para barrar as Normas Reguladoras, pois as mesmas estão impactando os lucros das empresas. 5


Edição nº 55 – Julho de 2016

JUVENTUDE: A VIOLÊNCIA TEM COR O jovem representa a classe social mais vulnerável tanto em termos de vitimização à violência, quanto em termos de dificuldade de acesso ao emprego e à cidadania. O fato é que eles têm uma participação significativa nas estatísticas de mortalidade devido ao contato prematuro com situações de riscos: cigarro, bebidas alcoólicas, drogas e acidentes de trânsito. Não bastasse esse quadro preocupante, os jovens, sobretudo os negros e os marginalizados, são os alvos preferidos da polícia, sendo vitimas da violência policial e de maus tratos dentro do sistema. Um indicador inédito, chamado Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) – Violência e Desigualdade Racial mostra que a cor da pele dos jovens está diretamente

relacionada ao risco de exposição à violência que estão submetidos. O novo índice será utilizado para orientar políticas públicas de redução da violência contra jovens no país e foi calculado com base em cinco categorias: mortalidade por homicídios, mortalidade por acidentes de trânsito, frequência à escola, situações de emprego, pobreza no município e desigualdade. O relatório considera que quatro estados brasileiros estão na categoria de vulnerabilidade muito alta, com índices acima de 0,500: Alagoas, Paraíba, Ceará e Pernambuco. Outras cinco unidades da federação apresentam baixa vulnerabilidade, com índices abaixo de 0,300: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal.

Em suma, o levantamento mostra que em todos os estados brasileiros, à exceção do Paraná, os negros com idade de 12 a 29 anos correm mais risco de exposição à violência que os brancos na mesma faixa etária. No caso específico dos homicídios, o risco de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é, em média, 2,5 vezes maior que uma pessoa branca. Neste sentido, é de extrema necessidade que as políticas de segurança concebam projetos que sirvam a favor dos jovens e que contribuam para a inclusão dos mesmos. Essas ações precisam ser integradas e expandidas para que o poder público e a sociedade civil tenham condições de garantir uma qualidade de vida melhor para aqueles que representam o futuro do nosso país.

A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER TEM QUE TER UM PONTO FINAL Desde o século passado, o dever do Estado de promulgar e aplicar leis que proíbam a violência contra as mulheres está claramente estabelecido em numerosas convenções, declarações e tratados internacionais, como por exemplo, a Lei Maria da Penha que ao longo dos anos tornou-se o principal instrumento legal para impedir e punir a violência doméstica praticada contra mulheres no Brasil. Hoje 98% da população conhece a Lei Maria da Penha, segundo Pesquisa Data Popular/Instituto Patrícia Galvão, realizada pela Campanha Compromisso e Atitude com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Porém, por mais que a mulheres hoje tenham mais direitos em comparação aos séculos passados, às feridas causadas por anos de opressão ainda são visíveis. O fato é que, ainda não é fácil encarar o mundo sendo mulher. A questão do gênero ainda é motivo para segregação seja ela no trabalho, na rua ou até mesmo em casa. Em grande parte dos casos essa discriminação pode gerar agressões físicas e ou mentais. Segundo a Central de Atendimento à Mulher, 6

nos dez primeiros meses de 2015, do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (42,82%). E para aqueles que acham que a mulher só sofre violência na rua, alguns dos dados divulgados discordam, 48% das mulheres agredidas declaram que a violência aconteceu em sua própria residência. Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofrem caladas e não pedem ajuda. A vergonha, dependência emocional ou financeira do agressor são alguns dos principais motivos para este silêncio. A sociedade em que vivemos, construída sob uma perspectiva patriarcal, nunca proporcionou total segurança e liberdade para as mulheres. As dificuldades de acesso aos mesmos direitos, igualdade no trabalho, em casa e leis que as protejam sempre foi a grande batalha da parcela feminina. A sociedade está em débito com as mulheres e devemos compensar com muito apoio e luta. Qualquer ato que humilhe ou agrida a mulher fisicamente deve ser denunciado. O descaso contribui para o retrocesso sociocultural. Julho - 2016


1º de Maio da UGT

TRABALHADORES(AS) EM TEMPOS DE CRISE: CONSTRUINDO ALTERNATIVAS Fotos: Paulo Rogério “Neguita”

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sse foi o tema do Seminário que a União Geral dos Trabalhadores (UGT) realizou para comemorar o 1º de Maio este ano. Já é o terceiro ano que a UGT comemora o Dia do Trabalhador com esse formato em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT), do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas/Unicamp. O Seminário aconteceu nos dias 25 e 26 de abril, no Novotel, na capital paulista e contou com a presença de centenas de trabalhadores do país, professores e estudiosos do mundo do trabalho, autoridades políticas e sindicalistas. Foram dois dias de intensos debates com temas como “Crise Política e Econômica Brasileira e Cenário Internacional”, “Trabalho e Esporte: Os Impactos das Olimpíadas”, “Trabalho e Cultura: Centenário do Samba – letras que cantam a luta dos trabalhadores” e “Desemprego, Trabalho Precário e Trabalho Escravo, Direitos Trabalhistas, Previdência, Crise e Futuro do Sindicalismo”. No ato de abertura a senadora Marta

Mesa de Abertura do Seminário do 1º de Maio da UGT - 25/4/2016

Suplicy elogiou a iniciativa da UGT pela sensibilidade em comemorar o 1º de Maio debatendo questões do mais profundo interesse dos trabalhadores e do Brasil. A senadora expressou ainda que o Seminário do 1º de Maio da UGT acontece em um momento de

extrema gravidade para o país, com um governo fragilizado, uma economia esfarelada e um congresso paralisado. Para Marta Suplicy esse Seminário, com certeza, irá contribuir muito para o país sair dessa situação e avançar nos direitos dos

trabalhadores. Segundo a senadora não haverá vitórias para os trabalhadores sem as centrais que estão participando para construir um novo Brasil. “Minha posição é ao lado da classe trabalhadora e a situação é pior do que a gente imagina”, finalizou Marta Suplicy.

AS ALTERNATIVAS À CRISE BRASILEIRA SÓ SERÃO POSSÍVEIS COM A UNIDADE DOS TRABALHADORES! Ricardo Patah, presidente da UGT e presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo disse que o Seminário da UGT em comemoração ao Dia do Trabalhador tem como objetivo convidar a sociedade para refletir sobre o atual momento político do Brasil, onde a participação dos trabalhadores é fundamental na busca de alternativas à crise que vivemos e, principalmente, na construção de um Brasil desenvolvido e com pleno emprego. Para Chiquinho Pereira, Secretário de Organização e de Políticas Sindicais da UGT e Presidente licenciado do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, esse modelo de comemoração do 1º de Maio tem o sentido de resgatar o significado histórico das comemorações do Dia do Trabalhador que é aprofundar a luta pelos direitos trabalhistas e construir uma perspectiva de futuro. “A parceria do Movimento Sindical com o Mundo Acadêmico é de grande importância

Senadora Marta Suplicy no Ato de abertura do Seminário 1º de Maio da UGT - 25/4/2016

para analisarmos a realidade do mundo e do Brasil na atualidade, procurando saídas que contemplem as necessidades dos trabalhadores e do povo. Além disso, é fundamental reavaliar a situação do Movimento Sindical Brasileiro hoje, que precisa sofrer alterações na sua estrutura organizacional, objetivando

sua unificação, através de projetos que unifiquem as centrais sindicais.” Diz Chiquinho Pereira. O professor Denis Maracci Gimenez, diretor executivo do CESIT/UNICAMP, ressaltou a importância da parceria da universidade e sindicatos para a luta dos trabalhadores,

especialmente nesse momento de extrema dificuldade que o país atravessa. Para ele, “é vital que a universidade e o movimento sindical trabalhem juntos no sentido de encontrar saídas para o Brasil, rumo a construção de uma nação desenvolvida, soberana e que valorize o mundo do trabalho, pondo fim ao desemprego e ás péssimas relações de trabalho que, infelizmente, ainda predominam nesse país.” Na opinião da Secretária Adjunta da Mulher da UGT, Cássia Bufelli, a construção de alternativas para o Brasil não será possível sem a participação das mulheres, que tem grande presença no mercado de trabalho, formal e informal, além de ser a maioria da população brasileira. “Para realizar qualquer transformação em nosso país é preciso que as mulheres estejam presentes nas várias estruturas de poder e, juntamente com os companheiros, possam construir um Brasil melhor para toda sociedade”, diz Cássia Bufelli.

OS TEMAS ABORDADOS E SEUS PALESTRANTES

Mesa de Debates do Seminário - 25/4/2016

O tema Crise Política e Econômica Brasileira e o Cenário Internacional teve como expositores Waldir José Quadros, Economista e Professor da Facamp; Luiz Alberto de Souza Aranha Machado, Vice-Diretor e Professor da FAAP e Alberto Aggio, Historiador e Professor Julho - 2016

da Unesp. O Coordenador da mesa desse debate foi o Professor do CESIT/UNICAMP, Anselmo Lins dos Santos, o Moderador foi o Professor José Roberto Araújo Cunha, Secretário para Assuntos Econômicos da UGT. O segundo tema, Trabalho e Esporte: Os

Impactos das Olimpíadas ficou por conta do Jornalista Esportivo, Juca Kfouri e do Professor da Unicamp, Marcelo W. Proni, com a coordenação do Professor Denis Maracci Gimenez do CESIT/UNICAMP e o moderador foi o Secretário para Assuntos de Esporte e Recreação da UGT, José Antônio Martins Fernandes. Já o Tema Trabalho e Cultura: Centenário do Samba – Letras que Cantam a Luta dos Trabalhadores teve a participação da Historiadora e Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Valéria Lima Guimarães; do Assessor da Secretaria de Cultura de São Paulo, Jamil Scatena; do apresentador do Programa O Samba Pede Passagem da Rádio USP, Moisés da Rocha e do Cantor e Compositor Happin Hood. A Coordenação foi do professor Denis M. Gimenez

do CESIT/UNICAMP. A 1º Secretária Adjunta da Secretaria para Assuntos Culturais da UGT, a Atriz Ligia de Paula Souza foi a moderadora do debate. O último tema abordado, Desemprego, Trabalho Precário e Trabalho Escravo, Direitos Trabalhistas, Previdência, Crise e Futuro do Sindicalismo teve como palestrantes o Professor Anselmo Lins dos Santos, do CESIT/UNICAMP; Professor José Dari Krein também do CESIT/UNICAMP; Armando Boito, Professor da IFCH/UNICAMP; Lena Lavinas, Professora da UFRJ e o Dr. João Carlos Teixeira, Procurador e Coordenador do CONALIS. A Coordenação da Mesa foi realizada pelo Professor Amilton Moretto, o CESIT/UNICAMP e a Moderadora foi Regina Pressoti Zagretti, Secretária da Mulher da UGT/SP 7


Comemoração e Cidadania

DIA DOS PADEIROS:

LUTA E SOLIDARIEDADE N

o dia 13 de junho foi comemorado, não só o dia de Santo Antônio, como também o Dia Dos Padeiros pelo nosso Sindicato. A celebração foi criada para homenagear os profissionais dessa categoria tão nobre que em São Paulo somam 70 mil trabalhadores, sendo 23 mil sindicalizados. O pão faz parte da primeira refeição de toda a população e por isso devemos dar o devido reconhecimento para os profissionais envolvidos no processo desse alimento tão importante: Padeiros, Confeiteiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria. Todos com a sua parcela de participação no processo. ‘’Nossa categoria é responsável por preparar a primeira refeição de toda sociedade. Enquanto a cidade dorme nós estamos produzindo a primeira refeição de todos os trabalhadores’’, disse Chiquinho Pereira, presidente licenciado do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, em entrevista á Canção Nova. E como já é tradição do Sindicato, no Dia dos Padeiros foi realizado um evento onde foi organizado um café da manhã, como forma de agradecimento à vida através do pão, para as crianças das escolas Dra. Maria Augusto Saraiva e EMEI Professor Ângelo Martino. Além do café para as crianças, ocorreu também a ‘’Benção dos

Pães’’ com a presença do padre José Mário da paróquia Nossa Senhora da Assunção. Logo após a benção, como acontece todos os anos, foram distribuídos 50 mil Pãezinhos e o Pão de Santo Antônio, que simboliza prosperidade, para todas as pessoas que passaram em frente à sede do nosso Sindicato, Para o padre José Mário, é importante lembrar que somos responsáveis por essa missão de distribuir os pães com os nossos irmãos necessitados. E acreditar que o milagre acontece quando a gente age com amor, dedicação e alegria. O gesto do Sindicato foi uma verdadeira forma de vivenciar a partilha.

O PÃO SIMBOLIZA PROSPERIDADE E LUTA O pão é o alimento mais comum, mais básico do homem. Mas, por isso mesmo, é algo que une toda a humanidade. Todas as culturas têm seu pão: do biju dos índios brasileiros ao pão ázimo da Bíblia – Mais conhecido entre nós como pão árabe -; do croissant

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francês ao mantou – o delicado pão chinês cozido no vapor, as culturas do mundo desenvolveram inúmeras variações sobre esse delicioso tema. Pobres e ricos, orientais e ocidentais, antigos e modernos, todos comem pão. E há muito tempo. Por conta disso, o pão encerra em si

a história da humanidade. Em muitas culturas o pão adquiriu um significado que vai além da simples fonte de nutrição. Na revolução bolchevique, por exemplo, Lênin e seus aliados prometiam paz, terra e pão. Na Índia, as necessidades básicas das pessoas são resu-

midas na frase “pão, roupas e casa”. O Pão tem até mesmo caráter religioso, expressando a sacralidade da produção e do consumo dos alimentos. Nos países cristãos, o Pão é objeto de grande respeito, pois representa o corpo de Cristo e remete a ressureição.

Nas religiões neopagãs, o Pão é consumido durante rituais para lembrar aos fiéis que deuses dão tudo o que a humanidade precisa para sobreviver. Ainda hoje o Pão e quem o fabrica, o padeiro, tem papel fundamental na alimentação de toda a humanidade.

Julho - 2016


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