Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor responsável: Chiquinho Pereira – Julho – 2013
COMPANHEIRO! VENHA PARA O SINDICATO!
É HORA DE AUMENTO REAL E CESTA BÁSICA O sindicato está convocando toda a categoria para participar da assembleia de abertura da campanha salarial com vistas à Convenção Coletiva de Trabalho que vigorará entre novembro próximo e outubro de 2014. A participação dos companheiros é fundamental para mostrarmos nossa força ao sindicato patronal de São Paulo e avançarmos nas conquistas por melhores condições de vida e de trabalho. Aumento real dos salários e implantação da cesta básica estão entre os pontos da pauta que será sugerida para discussão. Além de abrir a campanha salarial, a assembleia será informada sobre as eleições para a direção do Pág. 3 sindicato neste ano.
POPULAÇÃO cobra a dívida social O sindicato organiza a luta por melhores condições de vida e de trabalho porque tem uma direção atenta e leal na defesa dos interesses da nossa categoria. Essa é a natureza da ação sindical, alimentada pela participação dos companheiros na luta e no trabalho de sindicalização, que se torna mais forte a cada dia que passa. Foi por conta da força da participação da categoria, nas nossas lutas específicas e na dos trabalhadores em geral, que obtivemos inúmeras conquistas: 13º salário, férias de 30 dias, vale transporte, jornada de 44 horas semanais e muitas outras. Obtivemos essas conquistas, mas precisamos de mais benefícios. Para avançarmos com mais força, pedimos aos companheiros ainda não sindicalizados para que se filiem ao sindicato. Aos companheiros já sindicalizados pedimos que continuem a participar da luta, a defender nossa entidade e a ampliar o nosso quadro associativo.
SEDE Rua Major Diogo, 126 – Bela Vista Centro – SP – Fone: 3242-2355
Subsedes Santo André – Travessa São João, 68 – Fone: 4436-4791 São Miguel Paulista – Avenida Nordestina, 95 – Fone: 2956-0327 Osasco – Rua Mariano J. M. Ferraz, 545 – Fone: 3683-3332 Santo Amaro – Rua Brasílio Luz, 159 – Fone: 5686-4959 Julho – 2013
A explosão da insatisfação popular que tomou as ruas de mais de 300 cidades brasileiras, desde junho passado, teve a participação ativa da nossa categoria, sob o comando de Chiquinho Pereira, presidente do nosso sindicato. “Os impostos que pesam sobre os trabalhadores precisam ser aplicados em seu próprio benefício”, defendeu ele, durante as manifestações em São Paulo. No entender de Chiquinho, seja quem for o governante de plantão, os recursos dos impostos devem pagar a dívida social, a começar pela ampliação da oferta de serviços públicos de qualidade, entre eles transporte, educação e saúde. Páginas 4, 5 e 7
Distribuição de pães mantém a tradição do Dia dos Padeiros Pág. 8
Chiquinho Pereira: luta pela oferta de serviços públicos com mais qualidade.
Inaugurada nossa quadra de futebol na colônia de Caraguá Pág. 8
Sindicato abre ações contra fraude na correção do FGTS Pág. 6
CAMPANHA SALARIAL 2013 – SÃO PAULO ASSEMBLEIA – DIA 16 DE AGOSTO – 17:00 horas Rua Major Diogo, 126 – bela vista – centro www.padeiros.org.br – padeiros@padeiros.org.br 1
Palavra do presidente
uma categoria unida e forte a hora de todo empenho dos C hegou companheiros e da participação
e luta da categoria por melhores condições de vida e trabalho. No próximo dia 16 de agosto daremos início à campanha salarial deste ano que exigirá a atenção de todos, da organização do nosso sindicato e da disposição de luta da categoria, para ampliarmos nossos direitos na Convenção Coletiva de Trabalho que vigorará de novembro próximo até outubro de 2014. Sabemos que não será uma luta fácil. Enfrentaremos a ganância, o conservadorismo e a truculência presentes na alta cúpula do sindicato patronal de São Paulo. Fatos desabonadores, noticiados pelo nosso jornal há pouco tempo, nos dão a medida do caráter dos dirigentes com quem deveremos negociar. Pouco ou nada podemos esperar
desses dirigentes patronais, cujas empresas não cumprem com regras da Convenção Coletiva de Trabalho vigente – embora o acordo do qual ela resultou tenha sido discutido e aprovado por eles mesmos, após duras negociações conosco em novembro do ano passado. Portanto, companheiros, vamos nos preparar para irmos às últimas consequências se for preciso. Na assembleia de agosto a categoria discutirá a pauta de reivindicações da campanha deste ano. Todos os benefícios que reivindicaremos são fundamentais para o bem estar dos nossos companheiros e de suas famílias. Entre esses benefícios, existem alguns altamente prioritários como o aumento real dos salários e dos pisos normativos, a melhoria dos valores da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), além
do fornecimento de uma cesta básica mensal por todas as empresas do setor. A cesta básica é uma antiga reivindicação da nossa categoria. Diante da insistente recusa do sindicato patronal, decidimos intensificar a luta por sua implementação em acordos diretos empresa por empresa. Fruto desse trabalho, conseguimos ampliar, nos últimos meses, o número de padarias que concedem esse benefício. Com isso, mais de 35 mil trabalhadores do nosso setor já recebem uma cesta básica mensal – incluidos nessa conta os companheiros do ABC, que conquistaram a cesta básica mensal na Convenção Coletiva de Trabalho negociada e aprovada em junho passado. Na assembleia de agosto, além de abrirmos oficialmente a campanha salarial, informaremos os companheiros
Chiquinho Pereira
sobre o processo das eleições para a direção do sindicato que também ocorrerão até o final deste ano. Queremos realizar uma eleição ampla e democrática – e para isso não temos medido esforços. Intensificamos a campanha de sindicalização que, de qualquer forma, sempre foi permanente. Por isso, companheiros, venham para o sindicato, sindicalizem-se, vamos mostrar que nossa categoria tem força, união e muita tradição.
Comissão da NR12 reúne-se no sindicato Foi realizada na sede do nosso sindicato, no final de junho passado, a 15ª reunião da Comissão Nacional Tripartite Temática da Norma Regulamentadora nº 12 (foto) que tem entre os seus objetivos acompanhar a implantação de máquinas de segurança nas indústrias nacionais. Integrada por bancadas de representantes dos trabalhadores, empresários e governo, a
comissão reúne-se mensalmente e realizará o seu próximo encontro nos dias 5 e 6 de agosto, também em São Paulo, na sede da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas). Outro objetivo da comissão é o de incentivar a realização de estudos e debates, visando ao aprimoramento permanente da legislação voltada para a segurança do trabalhador.
A massa, um jornal de tradição
CONHEÇA SEU DIREITO PISO SALARIAL EM SÃO PAULO VÁLIDO ATÉ 31/10/2013 Empresas com até 60 empregados...........................................R$ 934,62 Empresas com mais de 60 empregados...................................R$ 1.009,36
VALORES DA PLR EM SÃO PAULO (Participação nos Lucros e Resultados)
Empresas com até 20 empregados........................................ R$ 184,00 Empresas com 21 até 35 empregados................................... R$ 264,50 Empresas com 36 ou mais empregados: são livres as negociações a partir de no mínimo....................................... R$ 350,75
A PLR deve ser paga em duas parcelas iguais até o quinto dia útil dos meses de abril e agosto de 2013
PISO SALARIAl no abc VÁLIDO ATÉ 31/05/2014 Empresas com até 60 empregados........................................ R$ 985,00 Empresas com mais de 60 empregados................................. R$ 1.057,00
Quem nÃo estiver recebendo a Participação nos lucros e resultados (PLR) deve informar o sindicato 2
O nosso jornal é um dos veículos mais tradicionais do movimento sindical brasileiro. Criado em agosto de 1959, “A Massa” foi o título escolhido para informar os companheiros e reforçar a mobilização da nossa categoria. A trajetória do jornal está relatada no livro “ Tempos de Luta e Glória – A História do Sindicato dos Padeiros de São Paulo (1930 a 2010)”, de autoria de Cláudio Blanc e Chiquinho Pereira. “A Massa” sucedeu a outro título, mais antigo, o jornal “O Trabalhador Padeiro”, que havia sido criado em 1936 e teve poucos números editados. Os textos de “A Massa” sempre buscaram esclarecer os trabalhadores sobre seus Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo. Diretor responsável: Chiquinho Pereira Diretoria executiva Presidente: Chiquinho Pereira Vice-presidente: Pedro Pereira de Sousa Secretário-geral: Fernando Antonio da Silva Secretário adjunto: Ângelo Gabriel Victonte Secretário de finanças: Benedito Pedro Gomes
direitos, além da necessidade de união da classe para conseguirmos força na luta. O jornal também sempre buscou conscientizar o padeiro da necessidade de fazer cursos de aperfeiçoamento, tanto quanto da importância de reivindicar benefícios diretamente com os patrões.
Órgão oficial do Sindicato dos Padeiros, Confeiteiros, Forneiros, Balconistas, Gerentes, Caixas, Ajudantes, Faxineiros e demais trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria de São Paulo – Diretor: Chiquinho Pereira – Junho – 2013
Secretário adjunto de finanças: Geraldo Pereira de Sousa Secretário de assuntos jurídicos: José Alves de Santana Secretário para cultura, formação e educação: Valter da Silva Rocha Secretário de comunicação e imprensa: José Francisco Simões Sede: Rua Major Diogo, 126 – Bela Vista São Paulo – Capital – CEP: 01324-000 Fone: 3242-2355 – Fax: 3242-1746
O jornal foi suspenso com o Golpe de 1964, depois de 55 edições – para ser retomado em setembro de 1979, no bojo da luta da resistência democrática pela abertura política que acabou com o regime militar em 1985. O jornal voltou a ser publicado para cumprir, até os dias atuais, com o papel de tribuna do padeiro, do confeiteiro e dos demais trabalhadores nas indústrias de panificação, para denúncias e reivindicações. Um jornal livre como sempre quiseram os integrantes da nossa categoria. O livro é distribuído graciosamente. O associado deve procurar o sindicato para retirar o seu exemplar. Subsede Santo André - Travessa São João, 68 – Fone: 4436-4791 Subsede São Miguel - Av. Nordestina, 95 – Fone: 2956-0327 Subsede Osasco – Rua Mariano J. M. Ferraz, 545 – Fone: 3683-3332 Subsede Santo Amaro – Rua Brasílio Luz, 159 Fone: 5686-4959 Produção, reportagem, redação e edição: Vicente Dianezi Filho (MTb 12.732) Edição de arte: R. Simons (MTb 30.016) Fotografia: Paulo Rogério “Neguita” Tiragem: 30 mil exemplares Impressão: UNISIND www.padeiros.org.br padeiros@padeiros.org.br Julho – 2013
ASSEMBLEIA ABRIRÁ CAMPANHA SALARIAL o objetivo de iniciar a C om campanha salarial de São
Paulo, o sindicato está convocando a categoria para participar da assembleia marcada para o dia 16 de agosto, sexta-feira, na sede do sindicato, localizado à rua Major Diogo, 126, bairro da Bela Vista.
A assembleia discutirá a pauta de reivindicações e o plano de lutas para a sua conquista até o dia 1º de novembro próximo, data base da nossa categoria em São Paulo, quando se encerra a vigência da Convenção Coletiva de Trabalho que foi negociada e
aprovada em novembro do ano passado. Para o nosso sucesso, devemos mostrar força, unidade e disposição para a luta e nos prepararmos para irmos às últimas consequências, caso os patrões neguem nossas reivindicações.
Discuta a pauta de reivindicações no seu local de trabalho Conheça algumas sugestões da pauta de reivindicações, que será discutida na assembleia do dia 16 de agosto:
cesta básica mensal com 40 quilos de alimentos que será colocada à disposição de cada trabalhador até o último dia de cada mês.
• Aumento real sobre os salários reajustados pelo índice de inflação do período mais benéfico aos trabalhadores.
• Fornecimento de uma Cesta Natalina com o valor mínimo de 150 reais que será colocada à disposição de cada trabalhador até o dia 20 de dezembro.
• Aumento real dos pisos salariais e fixação de pisos diferenciados para confeiteiro e padeiro, meio oficial, gerente, encarregado, ajudante e faxineiro, além de balconista, copeiro, chapeiro, lancheiro, masseiro e cozinheiro. • Aumento real dos valores da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
cesta básica: reivindicação antiga A implementação da cesta básica mensal por todas as empresas do nosso setor é uma antiga reivindicação. Em junho passado, conseguimos incluir esse benefício na convenção dos companheiros da Região do ABC. Com isso, mais de 35 mil companheiros já conseguiram esse direito em acordos diretos nas empresas.
Panificadora Ceci está dentro da lei Incluído na coluna dos patrões “Fora da Lei” da edição de junho passado, o sócio da Panificadora Ceci, Basílio Fernandes Bastos, procurou o sindicato para informar que a empresa já se ajustou às regras das relações de trabalho. Bastos explicou que cumpre a nossa convenção e vai além do que ela determina, concedendo uma cesta básica mensal aos trabalhadores, assim como mantendo um plano de saúde coletivo sem nenhum custo aos empregados. Desse modo, a Panificadora Ceci demonstra que é exemplo para as demais empresas do nosso setor.
NOS O H L O E D I E L A D A FOR
• Fornecimento de refeições gratuitas em cada jornada de trabalho. • Fornecimento de uma
• Proibição de dispensa do trabalhador que depender de até dois anos de trabalho para completar o tempo necessário à aposentadoria. • Manutenção de locais apropriados para a amamentação e guarda dos filhos das trabalhadoras até a idade de quatro anos. • Admissão de trabalhadores portadores de necessidades especiais.
vamos avançar nos acordos por empresa Além de abrir a campanha salarial, a assembleia do dia 16 de agosto marcará o início da safra das negociações diretas que todos os anos ocorrem em centenas de empresas do nosso setor. Através do diálogo com os patrões nos locais de trabalho, temos obtido, como já é tradicional, acordos mais vantajosos que os conseguidos na Convenção Coletiva de Trabalho – que estabelece os direitos mínimos da categoria e devem ser cumpridos por todas as empresas. Será a assembleia de abertura da campanha que autorizará as negociações em separado. Por esse motivo, é fundamental a presença dos companheiros de empresas como Pullman, Nutrella, Cepam, Kim Pães, Wick Bold,
entre outras. Além de participarem dos debates que levarão à pauta de reivindicações, os companheiros se or-
ganizarão, em sintonia com a categoria, para avançarem nos acordos em seus locais de trabalho.
os direitos trabalhistas são sagrados. empresa irregular deve ser denunciada. se o patrão não registra em carteira, não paga horas extras, não dá folga e só lhe tira o couro, avise o sindicato.
veja a lista dAs padarias que estão sendo obrigadas a se regularizar • 100 Limite Ind. e Comércio de Pães Av. do Cursino, 4.809 – Vila Moraes • Praça dos Pães – Rua Visconde de Sousa Fontes, 56 – Parque da Moóca • Confeitaria Jaber – Rua Domingos de Moraes, 86 – Paraíso • Estrellato Ind. Com. de Produtos Alimentícios – Rua Marco Arruda, 120 – Belém • Magia Pães e Doces – Rua Farjalla Koraicho, 46 – Vila Parque Jabaquara
Julho – 2013
• Aumento substancial do abono do Dia dos Padeiros.
• Jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução dos salários.
• Padaria Santo Antônio de Paula Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 1.400 Bela Vista
• Thizzys Confeitaria – Rua Prof. Paulo F. Massaro, 55 – Vila Lavinia
• Padaria Bella July – Rua Prof. José Azevedo Minhoto, 99 – Vila Quitaúna
• Kits Lanches – Rua Aron Master, 85 – Jardim Master
• Rainha do Iracema – Av. Ministro Petrônio Portela, 2.172 – Itaberaba
• Letícia Pães e Doces – Rua Cerro Corá, 748 – Vila Argentina
• Indústria Flávio Lino da Silva – Rua Raiz Forte, 258 – São Miguel Paulista
• Panificadora Estilo Rua Itingucu, 1.700 – Vila Ré
• J.E.F. Pães e Doces • Padaria e Confeitaria Pão de Ló Rua José Vieira Guimarães, 22-A Av. Cândido Portinari, 958 – V. Jaguara Jardim Centenário
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o poeta e seu povo
Edição nº 41 – Julho de 2013 Foto Stefano Rellandini / Reuters
* Ivan Alves Filho Especial para A Massa
uma juventude protagonista das mudanças
Ele é poeta, mas sua vida daria um romance. E dos bons. Senão vejamos. Nascido em São Luiz, Maranhão, e criado na periferia operária da cidade, Ferreira Gullar trabalhou como radialista, até se mudar para o Rio de Janeiro, em 1951. Mal completara então 20 anos de idade. Mas já trazia na bagagem o esboço do livro “A luta corporal”, que iria sacodir os meios literários nacionais. Jornalista, dramaturgo, cronista, crítico de arte, pintor bissexto, homem de rádio e de televisão, grande animador do Teatro Opinião, Ferreira Gullar é, ainda, um militante das causas sociais e políticas.
As manifestações da juventude iniciadas em junho passado em São Paulo, criaram o clima, alastraram-se por centenas de cidades brasileiras como num efeito dominó – e culminaram, no último sábado de julho, com a reunião de cerca de três milhões de pessoas na praia carioca de Copacabana, no término da Jornada Mundial da Juventude Católica.
Ou seja, estamos diante de um homem do Renascimento, pela amplitude de seus conhecimentos e alcance de seus interesses culturais e sensitivos. Aderiu à militância do Partido Comunista Brasileiro no dia do Golpe de 64, pois precisava estar organizado para combater a ditadura, conforme ele mesmo o diz. Ainda que tendo uma aguda consciência dos equívocos do socialismo, ao qual se ligou com paixão quase estética, ele permanece fiel aos seus ideais, firme na luta pela liberdade e pela justiça social. Devido a esse compromisso, foi preso pela ditadura.
A multidão foi motivada pela fala suave e oportuna do papa Francisco, que peregrinou pelo Rio de Janeiro e Aparecida do Norte, afinado com os anseios da juventude e falando a linguagem que todos queriam ouvir: “Sejam protagonistas das mudanças, construam um mundo melhor e mais justo”, ele pregou. “Saiam às ruas”, sugeriu aos bispos. Sem pronunciar explicitamente a palavra corrupção, Francisco apontou a necessidade da “reabilitação da política”.
Perseguido pelos golpistas após a sua soltura, o poeta amargou algum tempo de clandestinidade no Rio de Janeiro, até se ver obrigado a deixar o Brasil. Moscou, Paris, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Correu mundo o nosso Gullar. No período mais terrível do obscurantismo cultural em nosso país, o poeta reconfortou com seu canto doído, sentido, as nossas próprias tristezas e mágoas. Mas a voz de Ferreira Gullar também embalou as nossas esperanças. O seu Poema Sujo é, provavelmente, o mais belo texto da poesia brasileira do século XX. Um texto que poderíamos chamar de dialético. Ainda hoje ecoa dentro de muitos de nós os versos do poeta desterrado: O homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade. E recorro mais uma vez ao poeta para entender o que lhe invade a alma e que é a verdadeira razão da sua e de nossas vidas: Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena
“O futuro exige de nós uma visão mais humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza”, afirmou Francisco, que também alertou sobre os perigos das drogas e orientou a juventude, seu público prioritário, para não esmorecer na luta contra a desigualdade social.
Papa Francisco
recordar é viver
Como teus olhos são claros e a tua pele morena como é azul o oceano e a lagoa, serena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade pequena. *Ivan Alves filho é historiador, jornalista, autor de 13 livros, editor do site da Fundação Astrojildo Pereira e do jornal eletrônico A Vertente Cultural.
Você sabia... Que o pão foi o primeiro alimento fabricado pela humanidade? Que o pão só começou a ser consumido no Brasil a partir de 1808? Que na Idade Média não havia pratos? As pessoas comiam sobre uma casca de pão velho. 4
Foi exatamente motivada pelo desejo de justiça, de cobrança da dívida social, que a juventude havia saído para as ruas, em sucessivas manifestações das quais participaram ativamente jovens integrantes da nossa categoria. Uma juventude trabalhadora e ousada que está querendo a distribuição mais igualitária dos recursos públicos em favor de uma qualidade de vida melhor para todos nas cidades.
Para sustentar o modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Os jovens, que são promessa para o futuro, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartados os dois, o mundo desaba.
* Cláudio Blanc
Neste momento em que a população protesta nas ruas insatisfeita com o anacronismo das instituições governamentais, é conveniente lembrar que não há solução para os problemas sociais fora da democracia. Durante duas décadas, na segunda metade do século passado, o Brasil viveu sob uma ferrenha ditadura militar que só terminou em 1985. Ao assumirem o poder pela força, em meio a uma crise política, os militares quiseram conduzir o país no leito da “ordem e progresso”.
no site do sindicato O site do Projeto Memória e Cultura do nosso sindicato, além de recuperar e divulgar documentos, fotografias e depoimentos que contam a história da nossa categoria, acaba de colocar um Cine Club no ar. O internauta tem a sua disposição clássicos do cinema em que o tema é a luta da classe trabalhadora. Um dos destaques é o documentário “Vlado – 30 anos depois”, do cineasta João Batista de Andrade. A fita conta a história do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em outubro de 1975 nos porões do Exército em São Paulo. O internauta também encontra no Projeto Memória e Cultura, artigos, fotos e até uma biblioteca com áudio de livros sobre o universo cultural do padeiro, do pão e do movimento sindical brasileiro. www.padeiros.org.br
Não deu certo. Principalmente para os trabalhadores que pagaram a conta do crescimento da economia com o sacrifício de benefícios sociais e trabalhistas. O regime dos quartéis foi imposto à população. Manifestações de protesto passaram a ser duramente reprimidas pelas polícias. Com mão de ferro, os militares cassaram os direitos políticos de democratas. Na primeira leva de 100 cassações em 1964, cerca de 40 eram lideranças sindicais autênticas. Para mostrar ao mundo uma imagem de país democrático, o regime manteve instituições, como o parlamento, por exemplo, mas sob forte controle. Com esse objetivo, também mantiveram o direito de greve, mas com procedimentos tão rigorosos, que tornaram proibitivas as paralisações por melhores condições de vida e de trabalho. E se fez o arrocho salarial. Por conta dessa e de outras arbitrariedades, quando se apagaram as luzes do regime militar, a desigualdade social era imensa e o país estava financeiramente quebrado. Enfim, o regime promovido pelos militares no Brasil, entre 1964 e 1985, atrasou o desenvolvimento social, desperdiçando 21 anos da nossa História.
Se você gosta de passatempos e palavras cruzadas visite o site www.recreativa.com.br, envie um e-mail com seu nome e endereço completos e peça uma cortesia.
* Coordenador do Projeto Cultura e Memória dos Padeiros. Julho Julho – 2013 – 2013
Julho Julho – 2013 – 2013
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o poeta e seu povo
Edição nº 41 – Julho de 2013 Foto Stefano Rellandini / Reuters
* Ivan Alves Filho Especial para A Massa
uma juventude protagonista das mudanças
Ele é poeta, mas sua vida daria um romance. E dos bons. Senão vejamos. Nascido em São Luiz, Maranhão, e criado na periferia operária da cidade, Ferreira Gullar trabalhou como radialista, até se mudar para o Rio de Janeiro, em 1951. Mal completara então 20 anos de idade. Mas já trazia na bagagem o esboço do livro “A luta corporal”, que iria sacodir os meios literários nacionais. Jornalista, dramaturgo, cronista, crítico de arte, pintor bissexto, homem de rádio e de televisão, grande animador do Teatro Opinião, Ferreira Gullar é, ainda, um militante das causas sociais e políticas.
As manifestações da juventude iniciadas em junho passado em São Paulo, criaram o clima, alastraram-se por centenas de cidades brasileiras como num efeito dominó – e culminaram, no último sábado de julho, com a reunião de cerca de três milhões de pessoas na praia carioca de Copacabana, no término da Jornada Mundial da Juventude Católica.
Ou seja, estamos diante de um homem do Renascimento, pela amplitude de seus conhecimentos e alcance de seus interesses culturais e sensitivos. Aderiu à militância do Partido Comunista Brasileiro no dia do Golpe de 64, pois precisava estar organizado para combater a ditadura, conforme ele mesmo o diz. Ainda que tendo uma aguda consciência dos equívocos do socialismo, ao qual se ligou com paixão quase estética, ele permanece fiel aos seus ideais, firme na luta pela liberdade e pela justiça social. Devido a esse compromisso, foi preso pela ditadura.
A multidão foi motivada pela fala suave e oportuna do papa Francisco, que peregrinou pelo Rio de Janeiro e Aparecida do Norte, afinado com os anseios da juventude e falando a linguagem que todos queriam ouvir: “Sejam protagonistas das mudanças, construam um mundo melhor e mais justo”, ele pregou. “Saiam às ruas”, sugeriu aos bispos. Sem pronunciar explicitamente a palavra corrupção, Francisco apontou a necessidade da “reabilitação da política”.
Perseguido pelos golpistas após a sua soltura, o poeta amargou algum tempo de clandestinidade no Rio de Janeiro, até se ver obrigado a deixar o Brasil. Moscou, Paris, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Correu mundo o nosso Gullar. No período mais terrível do obscurantismo cultural em nosso país, o poeta reconfortou com seu canto doído, sentido, as nossas próprias tristezas e mágoas. Mas a voz de Ferreira Gullar também embalou as nossas esperanças. O seu Poema Sujo é, provavelmente, o mais belo texto da poesia brasileira do século XX. Um texto que poderíamos chamar de dialético. Ainda hoje ecoa dentro de muitos de nós os versos do poeta desterrado: O homem está na cidade como uma coisa está em outra e a cidade está no homem que está em outra cidade. E recorro mais uma vez ao poeta para entender o que lhe invade a alma e que é a verdadeira razão da sua e de nossas vidas: Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena
“O futuro exige de nós uma visão mais humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza”, afirmou Francisco, que também alertou sobre os perigos das drogas e orientou a juventude, seu público prioritário, para não esmorecer na luta contra a desigualdade social.
Papa Francisco
recordar é viver
Como teus olhos são claros e a tua pele morena como é azul o oceano e a lagoa, serena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade pequena. *Ivan Alves filho é historiador, jornalista, autor de 13 livros, editor do site da Fundação Astrojildo Pereira e do jornal eletrônico A Vertente Cultural.
Você sabia... Que o pão foi o primeiro alimento fabricado pela humanidade? Que o pão só começou a ser consumido no Brasil a partir de 1808? Que na Idade Média não havia pratos? As pessoas comiam sobre uma casca de pão velho. 4
Foi exatamente motivada pelo desejo de justiça, de cobrança da dívida social, que a juventude havia saído para as ruas, em sucessivas manifestações das quais participaram ativamente jovens integrantes da nossa categoria. Uma juventude trabalhadora e ousada que está querendo a distribuição mais igualitária dos recursos públicos em favor de uma qualidade de vida melhor para todos nas cidades.
Para sustentar o modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Os jovens, que são promessa para o futuro, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartados os dois, o mundo desaba.
* Cláudio Blanc
Neste momento em que a população protesta nas ruas insatisfeita com o anacronismo das instituições governamentais, é conveniente lembrar que não há solução para os problemas sociais fora da democracia. Durante duas décadas, na segunda metade do século passado, o Brasil viveu sob uma ferrenha ditadura militar que só terminou em 1985. Ao assumirem o poder pela força, em meio a uma crise política, os militares quiseram conduzir o país no leito da “ordem e progresso”.
no site do sindicato O site do Projeto Memória e Cultura do nosso sindicato, além de recuperar e divulgar documentos, fotografias e depoimentos que contam a história da nossa categoria, acaba de colocar um Cine Club no ar. O internauta tem a sua disposição clássicos do cinema em que o tema é a luta da classe trabalhadora. Um dos destaques é o documentário “Vlado – 30 anos depois”, do cineasta João Batista de Andrade. A fita conta a história do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em outubro de 1975 nos porões do Exército em São Paulo. O internauta também encontra no Projeto Memória e Cultura, artigos, fotos e até uma biblioteca com áudio de livros sobre o universo cultural do padeiro, do pão e do movimento sindical brasileiro. www.padeiros.org.br
Não deu certo. Principalmente para os trabalhadores que pagaram a conta do crescimento da economia com o sacrifício de benefícios sociais e trabalhistas. O regime dos quartéis foi imposto à população. Manifestações de protesto passaram a ser duramente reprimidas pelas polícias. Com mão de ferro, os militares cassaram os direitos políticos de democratas. Na primeira leva de 100 cassações em 1964, cerca de 40 eram lideranças sindicais autênticas. Para mostrar ao mundo uma imagem de país democrático, o regime manteve instituições, como o parlamento, por exemplo, mas sob forte controle. Com esse objetivo, também mantiveram o direito de greve, mas com procedimentos tão rigorosos, que tornaram proibitivas as paralisações por melhores condições de vida e de trabalho. E se fez o arrocho salarial. Por conta dessa e de outras arbitrariedades, quando se apagaram as luzes do regime militar, a desigualdade social era imensa e o país estava financeiramente quebrado. Enfim, o regime promovido pelos militares no Brasil, entre 1964 e 1985, atrasou o desenvolvimento social, desperdiçando 21 anos da nossa História.
Se você gosta de passatempos e palavras cruzadas visite o site www.recreativa.com.br, envie um e-mail com seu nome e endereço completos e peça uma cortesia.
* Coordenador do Projeto Cultura e Memória dos Padeiros. Julho Julho – 2013 – 2013
Julho Julho – 2013 – 2013
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afif DOMINGOS PROMETE APOIO aos padeiros a troca das máquiE mbora nas obsoletas seja uma
obrigação das padarias, a direção do nosso sindicato não tem medido esforços para que esse processo se realize o mais rapidamente possível. A substituição das máquinas permitirá reduzir o elevado número de acidentes do trabalho nas padarias brasileiras. Foi com esse objetivo que o presidente do nosso sindicato, Chiquinho Pereira, levou empresários da indústria de panificação para uma audiência, no dia 8 de julho, em São Paulo, com Afif Domingos, ministro chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República. A troca das máquinas obsoletas é uma determinação do Anexo VI da NR12, que obriga as empresas a fazerem a substituição de todas as máquinas até junho de 2016. A abertura de uma linha especial de financiamento em nível nacional, argumentou Chiquinho, vai acelerar a substituição das máquinas em todas as padarias e indústrias de panificação existentes no país.
O Fator Previdenciário não pode continuar
Afif e Chiquinho (ao centro) com Toninho, presidente do sindicato patronal do ABC e Cidão dos Padeiros (à esq.) À direita, Pedrinho, nosso vice-presidente e Antero, presidente do sindicato patronal de São Paulo.
O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação do Grande ABC, Antônio Carlos Henriques, presente na audiência, disse que o apoio financeiro permitirá às empresas manterem os níveis programados de investimentos no setor. Com o mesmo propósito, os participantes pediram mudanças no sistema tributário, que tem sobrecarregado as empresas – e também a revisão da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). “A burocracia precisa ser elimina-
da”, afirmou Chiquinho. “Por não ser poluente, o setor de panificação não pode receber o mesmo tratamento que o setor químico”, ele exemplificou. O ministro ouviu os participantes e prometeu levar as reivindicações ao governo federal. A redução da carga tributária, a linha especial de crédito para a troca das máquinas obsoletas e a revisão da CNAE, segundo Chiquinho Pereira, contribuirão para a ampliação do número de empregos no setor da panificação.
O atual critério de cálculo do benefício da aposentadoria, denominado Fator Previdenciário, vai continuar a lesar os trabalhadores. Essa foi a impressão passada pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, em reunião com a direção da UGT. O ministro não quis tocar no assunto. Indagado, limitou-se a dizer que quando foi indicado para o ministério, pensou: “Estou assumindo um abacaxi”.
A extinção do Fator Previdenciário chegou a ser aprovada no Congresso Nacional, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de lei em 2010. O Fator Previdenciário prejudica o trabalhador porque ele é obrigado a começar a trabalhar mais cedo. Se ele se aposentar antes dos 65 anos de idade, mesmo tendo cumprido o tempo de contribuição, pode chegar a perder até 45% do valor do benefício a que teria direito.
FGTS: SINDICATO RECEBE ADESÕES Nosso sindicato já começou a receber adesões dos companheiros interessados em reaver na Justiça as perdas na correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que foi fraudada pelo governo. “Vamos reverter o prejuízo por menor que seja a quantia”, conclamou Chiquinho Pereira em assembleia realizada no sindicato. A fraude vem desde 1999, quando o índice escolhido para corrigir mensalmente os depósitos do FGTS começou a ficar sistematicamente abaixo da inflação – embora a Lei determine que se faça a atualização monetária dos recursos depositados.
Com isso, todo trabalhador perdeu e pode reclamar na Justiça, tenha ou não mexido na sua conta desde 1999. Um trabalhador, por exemplo, que não movimentou os recursos ao longo de todo esse período, tem direito a uma correção de 88,3%, ou seja, cada mil reais que tinha naquela época deveriam ser hoje R$ 2.586,47. Mas ele só tem R$ 1.340,47. Para evitar que os companheiros se submetam aos demorados e desconfortáveis deslocamentos comuns na cidade, o pessoal do sindicato já está recolhendo adesões nos locais de trabalho.
Assembleia do FGTS: Chiquinho cobra reposição na Justiça.
Fraude é um "assalto discreto" na correção do Fundo A fraude de Garantia do Tempo de Ser-
viço (FGTS) surpreende pelo volume dos recursos envolvidos. Atinge todos os depósitos, movimentados ou não, nos últimos 14 anos. Esse “assalto discreto” está levando mais da metade do patrimônio dos trabalhadores que não mexeram no seu FGTS nesse período. Precisamos reverter essa situação! O nosso caminho é judicial, mas a luta é política. A adesão em massa à nossa ação reforçará a luta pela retomada da aplicação 6
do índice correto nos depósitos do FGTS. Cada real que estava na conta em janeiro de 1999 hoje são 11 centavos. Não dá para comprar uma balinha. A inflação comeu o seu valor e continua comendo. No mês que vem serão menos centavos ainda. Até junho passado, a inflação oficial deste ano foi de 3,3% enquanto a correção dos depósitos ficou em zero. A fraude faz lembrar o Governo Collor que tomou o dinheiro da nossa poupança. O próprio FGTS, que hoje nós recebemos muito bem, foi
criado, em 1966, para substituir um sistema muito mais benéfico aos trabalhadores que inibia a dispensa arbitrária e garantia a estabilidade no emprego: a Lei da Estabilidade. O custo das demissões era muito mais alto. Na dispensa, o trabalhador tinha direito a um salário por ano trabalhado e o ano era contado a partir do sexto mês de trabalho. Depois de dez anos, o trabalhador tinha estabilidade no emprego e só podia ser demitido por falta grave. A mudança encontrou a classe
trabalhadora amordaçada. A liberdade de organização sindical era monitorada e as principais lideranças sindicais haviam sido cassadas. A rotatividade da mão de obra atingiu níveis alarmantes. Tentouse criar freios legais na Constituição de 1988 – a multa de 40% sobre o volume dos depósitos. Mas a festa continua. Os patrões continuam a dispor das pessoas ao seu bel prazer. Chiquinho Pereira Julho – 2013
manifestação para a cidade de são paulo quase vazios pelas calmas M ruas da cidade ensolarada. O
etrô e ônibus trafegaram
Os governos não podem continuar a tratar os trabalhadores assim. Com transporte público que chega à imobilidade e trabalhadores implorando um lugar na fila dos hospitais. Não importa quem é o presidente da República. Para o trabalhador interessa que, quem está ali, represente e respeite as suas necessidades. Chiquinho Pereira, no Dia Nacional de Luta.
congestionamento de veículos nas principais vias registrou um nível cinco vezes menor do que nos dias comuns de trabalho: 8 quilômetros no pico das 9 horas da manhã. Parecia um domingo, mas era quinta-feira. Concentrados desde as primeiras horas em diferentes pontos da cidade, milhares de trabalhadores marcharam em direção ao ato principal da manifestação, montado no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), no espigão da Avenida Paulista. Foi assim que transcorreu o 11 de julho, escolhido pelas Centrais Sindicais para a realização do “Dia Nacional de Luta – com greves e manifestações”. Não houve depredação, violência, nem outro tipo de incidente. Nossa categoria juntou-se aos companheiros de outros ramos profissionais, como os comerciários e os motoboys, organizados na marcha da União Geral dos Trabalhado-
res, a UGT – central da qual o presidente do nosso sindicato, Chiquinho Pereira, é secretário nacional de Organização e Política Sindical. A manifestação começou na Rua 25 de Março, que foi tomada por mais de seis mil pessoas. As lojas de comércio popular da região cerraram as portas. Moradores saíram às janelas dos edifícios, incentivando a manifestação. Do alto do carro de som, Chiquinho Pereira deu o recado: “O país está sendo tomado de assalto pela corrupção, pela malandragem, e não podemos deixar que isso continue”, afirmou ele. E acrescentou: “Com a realização da Copa de Futebol, o governo quer fazer bonito para o mundo, gastando bilhões em estádios que virarão elefantes brancos, enquanto o trabalhador passa três, quatro horas dentro de um ônibus que transporta mais gente do que sua capacidade permite”. A marcha cruzou o centro antigo de São Paulo e se dirigiu à Avenida Paulista para integrar o ato com os manifestantes das Centrais Sindicais.
Assembleias nas portas de fábricas Na semana da realização do “Dia Nacional de Luta - com greves e manifestações”, organizada pelas Centrais Sindicais, nossa categoria, além de ir para as ruas, realizou assembleias em portas de padarias e indústrias de panificação – entre elas Panco, Nutrella, Bella Paulista e Galeria dos Pães. O objetivo foi discutir a situação de vida em que se encontra o trabalhador hoje no país e informar os companheiros sobre a fraude na correção dos depósitos do FGTS (leia matéria na pág. 6). Presente em diferentes assembleias, nosso presidente, Chiquinho Pereira, concla-
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mou: ”Vamos juntar forças para sermos mais fortes. Sem a organização e a ajuda do sindicato, nós estaríamos na roça”. Para Chiquinho, é inconcebível que, enquanto o governo faz um assalto discreto nos depósitos do FGTS, distribua benesses, favores e cortesias para as classes abastadas e não para os trabalhadores. “Essa situação precisa mudar com a contribuição da nossa categoria”, acrescentou Chiquinho, apontando a necessidade de o governo investir na ampliação dos serviços públicos com qualidade, como a saúde, educação e transporte.
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mantida a tradição no dia dos padeiros Com a tradicional distribuição de pães bentos para a população, o pessoal do nosso Sindicato comemorou a passagem do “Dia dos Padeiros”, no 13 de junho passado. Mais uma vez, coube ao padre Evaldino Borges Dias, da paróquia de Nossa Senhora Achiropita, dar a benção aos pães. Participaram das comemorações as crianças do quarto ano da Escola Estadual Dra. Maria Augusta Saraiva, localizada na mesma rua do sindicato. Meninos e meninas de turmas distintas chegaram formando silenciosas filas indianas, monitorados por suas respectivas professoras: Ana Lúcia Barreto e Ivonete dos Santos e Luciene Ribeiro Domingos. A vice-diretora da escola, Tânia Regina de Oliveira, prestigiou o evento.
palestra para as crianças Enquanto o pessoal do sindicato fazia, na rua, a festa da distribuição de milhares de pães para a população, o nosso presidente Chiquinho
Pereira conversava com as crianças confortavelmente acomodadas no auditório do quarto andar. Chiquinho destacou a importância dos caminhos que levam à construção do país, lastimando o desvio de jovens que caíram em outro mundo.
Assembleia comemorativa No final da tarde, a categoria reuniu-se em assembleia marcada para comemorar a data, que também foi presidida por Chiquinho Pereira. Ele fez um balanço das atividades do sindicato e das lutas que a categoria tem pela frente para, ato contínuo, convidar os presentes à participarem da inauguração oficial das novas instalações da sede, no bairro da Bela Vista, na zona central de São Paulo. As novas instalações, distribuídas por um amplo espaço contíguo ao prédio principal, já estão abrigando os serviços jurídicos, oferecendo mais conforto aos associados. Os visitantes podem contar
O padre Evaldino (no alto à esq.) benze os pães que, em seguida, começam a ser distribuidos à população pelo pessoal do sindicato (ao lado). Acima, Chiquinho conversa com alunos do ensino fundamental e preside no final do dia assembleia comemorativa do Dia dos Padeiros. agora com uma confortável sala de espera com poltronas estofadas e onde o destaque
é a apresentação contínua, em vídeo, de curiosidades sobre a história do pão, o primeiro ali-
mento produzido pela humanidade e notícias relacionadas com a ação sindical.
Colônia de férias ganha quadra de esportes futebol society abre comemoração Entre as atividades comemorativas do Dia dos Padeiros, não faltou a realização do tradicional Festival de Futebol Society nas quadras da Arena Sport Brasil – localizada no bairro do Ipiranga, na capital paulista. As goleadas mostraram que os atletas estavam com muita fome de bola (veja o placar). Participaram mais de dez times formados por companheiros A realização de um Festival de Futebol marcou a inauguração, na noite do dia 20 de julho, da quadra oficial de esportes da nossa colônia de férias em Caraguatatuba. O companheiro Cidclei Soares Barbosa, o "Acosta", da equipe da Monte Carlo, marcou o gol inaugural, embora sua equipe tenha perdido de 6 a 5 para a Irmãos Vieira. No dia seguinte jogaram JC Brasil 4 contra Cepam 1; Irmãos Vieira 6 contra Padeiros 1; e Alcântara Machado 4 contra Monte Carlo 7. Além da quadra de futebol, também foi inaugurada a academia de ginástica ao ar livre. O nosso presidente, Chiquinho Pereira, destacou a importância do esporte e da cultura, atividades que o nosso sindicato incentiva.
Placar do festival do dia dos padeiros
de diversas empresas do setor. O mal tempo impediu o comparecimento de equipes que haviam confirmado sua presença. O futebol society é a atividade esportiva incentivada pelo sindicato. Nas tardes das quartas-feiras são promovidos “rachões”. Os companheiros, que quiserem calçar as chuteiras, podem participar. Basta ser sócio do sindicato.
Patriopan “A”
6 X 3
Brasileira
Patriopan “B”
5X1
Di Cunto
Patriopan “C”
6X3
Ben Hur “A”
Cepan
3X 4
Ben Hur “B”
22 de Fevereiro “A”
3 X 4
Monte Carlo
22 de Fevereiro “B”
4 X 3
Juliana
Combinado Couto e Rocha/Nova Major
2 X 7
Morrys
CAMPANHA SALARIAL 2013 – SÃO PAULO ASSEMBLEIA – DIA 16 DE AGOSTO – 17:o0 horas Rua Major Diogo, 126 – bela vista – centro www.padeiros.org.br – padeiros@padeiros.org.br 8
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