O Trabalhador Grafico - Outubro/2013

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O Trabalhador Gráfico

ANO 1 - NÚMERO 14 - OUTUBRO 2013

www.stig.org.br

Diretor Responsável: Gidalvo G. Silva

Tiragem: 20.000 exemplares

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Sede Social: Rua da Figueira, 233 - Pq. D. Pedro II - São Paulo - SP - Tel: (11) 3311-4040 – Subsede da Lapa: Rua Domingos Rodrigues, 162 - Alto da Lapa - São Paulo - TEL: (11) 2339-8799 - subsedelapa@stig.org.br

CONTRADIÇÃO: PATRÕES ENDURECEM DURANTE NEGOCIAÇÃO E DÃO ENTREVISTAS À IMPRENSA CONTANDO VANTAGENS!

O que os empresários disseram à imprensa em 2013 não é compatível com o que eles afirmam na reunião negocial. “Com cerca de 20 mil empresas atuando, a indústria gráfica continua sendo uma das mais competitivas do mundo. O Brasil está entre os países que mais investiram em equipamentos, cerca de 1,2 milhão, no último ano, um número bastante significativo para um setor que faturou 44 milhões no mesmo período”. Fábio Mortara.

“Estamos em uma época de muita bonança, tanto na área econômica, de avanços tecnológicos, de grandes eventos e também de uma indústria forte, unida e organizada. Este é o momento! Vamos consolidar a nossa força e mostrar nossa liderança para todo o mercado nacional e internacional”.

“O segundo semestre é mais forte para a Indústria Gráfica, já que as áreas promocional e caderneira são as mais ativas nesta época do ano. Com a aproximação do Natal, o setor de embalagens também tende a crescer”, explica Fábio Mortara.

“Gráficas investem em tecnologia de ponta para ganhar agilidade nas produções, o mercado está excelente”.

“Industria Gráfica se reinventa, os empresários do meio classificam 2013 como positivo e veem boas oportunidades para o próximo ano. No primeiro semestre, tivemos um incremento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado!” “Hoje já estamos em condições de igualdade com alguns países. Em termos de qualidade de impressão, por exemplo, não perdemos para nenhum país. Temos também a oportunidade de exportar serviços gráficos, coisa que até alguns anos atrás era impossível. Além do investimento em tecnologia, o investimento que o setor fez em mão-deobra, se tornou muito mais qualificado e competitivo do que era há alguns anos. Minha previsão é que os próximos anos serão bastante competitivos, e, para isso, os empresários gráficos brasileiros precisam se preparar.”

“O ramo da indústria gráfica é um segmento que tem se profissionalizado rapidamente. Atualmente, o nosso parque gráfico é tão moderno quanto o de qualquer país do mundo.” “Com relação à indústria gráfica, ótimas oportunidades surgirão nos próximos cinco anos, com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, ambas a serem sediadas pelo Brasil."

“ Nos últimos dois anos,a indústria gráfica brasileira recebeu muitos investimentos, geralmente aplicados na aquisição de novos equipamentos e tecnologia. O resultado foi o aumento da capacidade produtiva do setor, independentemente do tamanho da empresa. Acredito que todo esse otimismo tenha sido gerado pela política econômica do país,que, mesmo a passos não tão rápidos, apresentou significativo aquecimento para a industria gráfica”. “A Trends of Print mostra uma conjuntura econômica e social do Brasil muito favorável. Sim, a crise global cresce, mas somos um foco de atenção. Não se trata apenas dos grandes eventos como a Copa e os jogos olímpicos: o Brasil navega em bons mares com a ascensão chinesa e sua demanda por matérias-primas brasileiras. Isso atrai enormes investimentos estrangeiros em nossa própria infraestrutura.” “Fabio Arruda Mortara, presidente da ABIGRAF Nacional, enfatizou a ascensão da impressão digital na indústria gráfica e também na indústria em geral - devido às características de uma época que necessita de comunicação personalizada, para um público cada vez mais segmentado. E, por isso, ele vê com bons olhos a realização da ExpoPrint Digital 2013.”


Campanha Sala NÃO É SÓ O PATRÃO QUE TEM DIREITO A MESA FARTA E QUALIDADE DE VIDA! EDITORIAL

Enquanto os patrões se orgulham e revelam números favoráveis de crescimento nas indús-

trias gráficas, nós trabalhadores nos A inflação é uma realidade que desesperamos cada vez que entramos corrói, achata os salários, retirando no mercado e constatamos que os pre- ano a ano, nosso porder de compra. ços dos alimentos estão aumentando. É por isso, que nessa Campanha Salarial 2013/2014, a prioridade vai ser o aumento real e valorização do piso. Não é possível que um setor lucrativo como o dos gráficos, não possa pagar salários decentes. Nossos gráficos estão adoecendo enquanto os patrões forçam uma produção acelerada por conta do Natal, Copa do Mundo e Eleições. Outra situação que está tirando o sono do brasileiro é a terceirização. A iniciativa só beneficia a classe em-

presarial: o terceirizado fica praticamente apenas dois anos no emprego. Vamos combater também essa prática que precariza as relações de trabalho, tendo como consequência imediata a redução dos salários. Companheiros: precisamos do empenho de vocês. As rodadas de negociações estão conturbadas, onde o impasse dá o tom da conversa! Se a greve for necessária, iremos deflagrar, mas não abriremos mão do aumento real de salário! Gidalvo Gonçalves Silva Presidente STIG/SP

ULTRAPRINT: “NO DOS OUTROS É REFRESCO...” A FORÇA DA MULHER GRÁFICA

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Todas as imagens/fotos, usadas nesta edição, foram autorizadas pelos envolvidos.

DIRETORIA EXECUTIVA EFETIVA

Reclamação dos trabalhadores dessa empresa é o que não falta. Além dos constantes atrasos de salários, onde o vale virou pagamento e pagamento virou vale, os funcionários também se queixaram de abuso por parte do departamento pessoal que não dá sossego, vive pedindo a cabeça de um ou de outro e diariamente força os que recebem salários mais altos a pedirem demissão “voluntária”, já que espertamente não vai demitir por conta das rescisões contratuais. O STIG/ SP atendendo o pedido dos gráficos, esteve no local, no dia 17/10, com toda a equipe jurídica, alguns diretores, jornalista, principalmente o presidente da entidade Gidalvo G. Silva e ouviu os empregados. A conversa entre o sindicato e a empresa se deu de maneira aus-

tera, o presidente Gidalvo G. Silva foi bastante prático, objetivo e colocou o patrão no seu devido lugar exigindo imediato respeito e o fim dos abusos, pressões psicológicas e compromisso pontual com os salários sob pena de greve indeterminada. Um dos nossos diretores inclusive indagou a um representante patronal qual era o motivo de tanto pressionarem os trabalhadores a pedirem demissão. Segundo o encarregado, “a empresa está entrando num processo de desconforto financeiro e que salários acima dos padrões são impraticáveis”. O sindicato questionou: então porque ele mesmo não pedia para sair, já que o seu salário ultrapassa a média geral. Até agora estamos esperando a resposta do espertinho!

Fabiana Ferreira da Rocha, gráfica da empresa IGUPE é diretora do STIG/SP e agora também faz parte do Comitê de Mulheres da Confederação dos Gráficos. Além disso, Fabiana foi indicada, no último mês, pelo presidente da entidade Gidalvo G. Silva, para representar o setor gráfico junto a Força Sindical. Segundo Gidalvo,” a escolha foi oportuna, pois trata-se de uma mulher culta, educada, que realmente se interessa pela luta dos companheiros (as). Durante as reuniões sindicais aborda temas relevantes, traz conteúdo e informações pertinentes. Participativa sabe contornar situações adversas com muita classe e diplomacia, portanto está credenciada para representar a nossa categoria à altura”, finalizou.


arial 2013/2014 NEGOCIAÇÃO COM O SETOR DE JORNAIS E REVISTAS COMEÇOU MAL: REDUÇÃO DE SALÁRIOS É A PROPOSTA!

Assembleia na Abril

A indignação tomou conta das duas primeiras negociações. O representante patronal teve a pachorra de oferecer apenas e tão somente 5.69% da inflação sem aumento real, (achatando o salário de quem ganha até seis mil reais) cesta básica no valor de R$ 84,65 e aplicação dessa variação na PLR fixada em R$ 911,32 e manutenção das demais cláusulas, sem alterações. Já que o processo negocial está emperrado, vamos parar de vez, o patrão vai sentir na pele o que é descaso!

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às reuniões. Sim, o patronal está tratando o trabalhador gráfico como objeto descartável e diante dessa postura vergonhosa e inflexível, vamos intensificar as mobilizações nas portas das empresas. A greve por tempo indeterminado é a nossa única garantia caso os patrões não se posicionem decentemente afinal, nós somos a parte mais importante desse processo! Os principais itens da pauta dos gráficos são o aumento real no salário, valorização nos pisos salariais, fim da terceirização, melhores condições de trabalho às mulheres e a ampliação de direitos em convenção coletiva.

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Ultraje: essa é a palavra que resume o primeiro encontro entre representantes dos trabalhadores e patrões da Indústria Gráfica, onde se pretendia discutir o rumo da Campanha Salarial 2013/2014, no último dia 22 de outubro, na sede da ABIGRAF. Inacreditavelmente os empresários não apresentaram contra proposta. NENHUMA! Parece que nem leram a pauta de reivindicações. Isso significa que a cada ano que se passa o desrespeito para com o trabalhador aumenta. Se não dermos um BASTA, em 2014 os empregadores vão nos receber virados de costas ou simplesmente não comparecerão

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PATRÃO QUER QUE O GRÁFICO “SE EXPLODA”!

Patrão

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