Vernissage: 4 de outubro de 1016, às 19h30min. Visitação: 5 de outubro a 4 de novembro de 2016 Horário: Terça a domingo, das 9 às 17h
AS MULHERES DE ROSY
Rosy’s women
As mulheres de Rosy Cardoso expressam a identidade feminina a partir de sua própria visão como mulher, recusando a visão do ideal feminino pregada pelo mundo masculino e rompendo tabus, principalmente sobre o corpo e a sexualidade feminina, às vezes para mostrar a forma como as mulheres são tratadas e a forma como podem sobreviver a isso permitindo que as pessoas lhes façam aquilo que querem fazer. Procura nas suas obras – “mulheres”, retratar fragmentos da sua vida, de seu próprio sofrimento, de suas visões de mundo e de política, em quadros muito pessoais e que em muitas vezes podem representar a sua autobiografia, conseguindo desenvolver uma identidade tão forte que a sua autoria é reconhecida imediatamente.
Rosy’s women express the feminine identity starting from her own view as woman, refusing the ideal feminine view defended by the masculine world and breaking taboos, specially about the body and feminine sexuality, sometimes to show the way women are treated and the way the can survive through it, allowing people to do what they want to do. It is the aim in her works – “women”, portray the fragments of life, of her own suffering, her views of world and politics, in very special frames that most times may express her autobiography, successfully developing such a strong identity that her authority is recognized immediately.
Em alguns trabalhos, combinando palavras com pinturas que parecem simples, mas o retratar, muitas vezes, confronta o espectador com a ideia de que as mulheres não são vistas como pessoas completas e tem pouco ou nenhum controle sobre suas vidas e nos faz refletir sobre a representação da mulher em nossa sociedade, porém para a artista são demonstradas não somente como figuras de desejo, mas como componentes sociais, sugerindo-lhe uma forma de exprimir plasticamente o que há de ondulante, macio, cálido e maternal no corpo feminino. Ela sabe que o prazer sempre é um elemento importante na criação da obra de arte e que qualquer obra por ela criada – é, antes de mais nada, uma projeção da sua sensibilidade e da sua personalidade, o que nos dá a dimensão de um trabalho pulsante de cor, ingênuo e às vezes alegre ou tristes e toda sucessão de imagens nos despertam um estado de paixão equivalente, ou pelo menos nos inquietam em direção a um mundo palpitante em que vivemos, e, que nem sempre nos atinge. O tratamento dado por ela à pintura e principalmente à cor, culmina com o aparecimento de fortes contrastes cromáticos, no seu caso, ainda estão na dependência do desenho, uma vez que predomina o cuidado na relação entre o volume e o plano. Isso se acentua pelo fato de sua presença nunca ter-se restringido à área exclusiva das artes visuais, abrangendo também a prosa e a poesia, a ponto de ela preferir que a considerem não somente como uma pintora, mas como uma escritora que pinta.
Antonio da Mata Agosto, 2016
In some works, joining words with paintings that look simple, but when doing them, occasionally, challenge the spectator with the idea women are not seen as complete people and have few or no control under their lives, and it makes us think about the representation of women in our society, even though for the artist it is demonstrated not only as desired figures, but also as socials components, suggesting it as a way of plastically express the wavy, soft, warm and maternal in the feminine body. She knows the pleasure is an important element in the art creation and that any work created by her – is, before anything else, a projection of her sensibility and personality, which gives us the dimension of such a pulsating color work, naïve and most of times, happy or sad. Moreover, all these succession of images awakes an equivalent passion state or at least disquiet us towards a jumpy world where we live, and not always catch us. The treatment gave by her to the paintings, especially the color itself, aims in showing strong chromatic contrasts; in this case, still depend on the drawing, once it predominates the caring about the relation between volume and plan. This is intensified by the fact her presence is never restricted only to the visual art exclusively, but also to the prose and poetry, at the point that she prefers to consider herself not just as a painter, but also as a writer that paints.
The Feminine Abyssal in the Plastic Universe from Rosy Cardoso
O ABISSAL FEMININO NO UNIVERSO PLÁSTICO DE ROSY CARDOSO CLARA DOWN
“A tin of water in the head, there goes Maria. Walk up the hill and does not get tired. By the hand, she takes a child. There goes Maria. Wash the clothes up there, fighting for the daily bread. Dreaming about a life in the asphalt where the hill starts.” This is a Carnival march eternized by the voice of the singer Victoria Bonaiuti, popular know as Marlene.
“Lata d’água na cabeça, lá vai Maria. Sobe o morro e não se cansa. Pela mão leva a criança. Lá vai Maria. Lava roupa lá no alto, lutando pelo pão de cada dia. Sonhando com a vida do asfalto que acaba onde o morro principia”. Esta é uma marchinha de carnaval eternizada na voz da cantora Victória Bonaiuti, popularmente conhecida como Marlene.
Sustained by Marlene’s unbelievable voice, I filled my thoughts for some time. Perhaps Marlene did not know, but she sang the feminine nature with a mind full of dreams: for a better life – beyond her island. She sang the constant dialectics that only creatures involved in a survival responsibility are capable of developing with manliness.
Sustenida pela inesquecível voz de Marlene, ocupei os meus pensamentos por alguns instantes. Talvez Marlene não soubesse, mas ela cantava a natureza feminina com sua mente repleta de sonhos: por uma vida melhor – além de sua ilha. Cantava a dialética constante que só as criaturas envolvidas na responsabilidade da sobrevivência é capaz de desenvolver com hombridade.
Tin of water in the head, a metaphor worthy of women’s emotional consciousness. Told us, the old ones, a truck that transports empty tins is noisier than a truck that transports filled ones. The tin in the head. However, what is inside the tin? The tin may be our thoughts, our emotions, our dreams, our reading about the world. In Maria’s tin, there was water. Water is life, and without it is not possible to anything to exist. Therefore, what Maria was taking in the head was overflowing life. Life in constantly movement, life that splatters all the way out, and without noticing, it waters the seeds.
Lata d’água na cabeça, uma metáfora digna da consciência emocional da mulher. Contou-nos os antigos que um caminhão que transporta latas vazias faz mais barulho que um caminhão que transporta latas cheias. A lata na cabeça. Mas o que tem dentro lata? A lata bem pode ser os nossos pensamentos, nossas emoções, nossos sonhos, nossa leitura de mundo. Na lata de Maria havia água. Água é a vida e sem ela não é possível a existência de coisa alguma. Então o que Maria levava na cabeça era a vida transbordante. Vida em constante movimento, vida que respinga caminho a fora e sem perceber vai regando sementes.
Maria takes the child by hand. It is right that the child is Maria’s continuity. That one will harvest the rewards born from the seeds Maria watered on her way. That one follows Maria’s example and drinks in the same font where Maria fills her tin of water.
Maria leva na mão a criança. É certo que a criança é a continuidade de Maria. É aquela que colherá os frutos nascidos das sementes que Maria regou pelo caminho. É aquela que segue o exemplo de Maria e que bebe na mesma fonte onde Maria abastece a sua lata d’água.
However Maria with her tin of water may be a picturesque character, it is not for her that I wrote this text. Not only for her, have I meant. Nevertheless, for all Marias that flows from Rosy Cardoso’s superlative art. The art, said Nietzsche, is the great enabler of life, the great recruiter of life, the great stimulator of life. For me, the art that does not astonish is not art. I have the need to dive in intrinsic depths of the work to appreciate or to hate it at once. Art that has no abyss has no why. Master Rubem Alves wrote: “Today is all that we have: strawberries on the abyss edge, joy without reasons. The possibility of hope.” He was referring to the analogy of an Indian tale, which talks about the man that chased by a tiger, faced with the abyss and stayed hung on it: up there the tiger looked at him with hunger, and down there, the precipice. The branches that he held were breaking and he knew that, anyways, it could be his end. Therefore, between the branches, the man saw a beautiful strawberry. He held them tightly with one hand, and with the other, he ripped out the strawberry and ate it. Such is life. Therefore, it should be art: we are running from an animal that can have us killed, hung by a thread – which is being gnawed by death – and, still appreciate the sweetness of the moment. What else would have to be done? The death is sure, but until we die, we can appreciate life. There will always be strawberries on the abyss edge and, who never hung up in an abyss will never understand the beauty in the fields. The fields, this is art that emanates from the depths.
Embora Maria com sua lata d’água na cabeça seja uma figura pitoresca, não é por ela que escrevi este texto. Não só por ela, digo. Mas por todas as Marias que fluem da arte superlativa de Rosy Cardoso. A arte, dizia Nietzsche, é a grande possibilitadora da vida, a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida. Para mim a arte que não produz espanto não é arte. Eu tenho a necessidade de mergulhar nos abismos intrínsecos da obra para gostar ou para detestá-la de uma vez. Arte que não tem abismo não tem um por quê. O mestre Rubem Alves escreveu: “Hoje é tudo o que temos: morangos à beira do abismo, alegria sem razões. A possibilidade da esperança”. Ele se referia à analogia de um conto indiano que fala do homem que, perseguido por um tigre, se deparou com o abismo e nele ficou dependurado: em cima o tigre lhe olhava com fome e em baixo, o precipício. Os ramos que ele segurava estavam arrebentando e ele sabia que, de qualquer modo, aquele seria o seu fim. Então, entre os ramos o homem, viu um lindo morango. Segurou os ramos bem firme com uma mão e com a outra arrancou o morango e o comeu. Assim é a vida. Assim deve ser a arte: estamos fugindo de um animal que pode nos matar, presos por um fio – o qual está sendo roído pela morte -, e apreciamos a doçura do momento. O que mais haveria para ser feito? A morte é certa, mas até morrer podemos apreciar a vida. Sempre haverá morangos à beira dos princípios e quem nunca se dependurou num abismo jamais compreenderá a beleza dos campos. Os campos, eis a arte que emana dos abismos.
Abismal é obra de Rosy Cardoso com suas mulheres sem faces e ora multifaces. Contemplar essas figuras femininas e por elas ser vivificada é coisa de um instante. A energia vital da mulher é tão latente nas telas de Rosy que é possível, por meio delas, nos enxergar em nosso cotidiano, em nossas muitas fases, em nossos abismos e com as nossas latas na cabeça; às vezes cheia de vazios, outras vezes repleta de água/vida. Há um morango a mais nesses abismos de Rosy: o inacabado. O estupendo cenário inacabado do ser. Desse ser que não se farta nunca ainda que repleto, ainda que transborde. Pois o ser parte vazio e é sempre vazio que retorna. Ainda bem. Seres cheios jamais inventariam a roda. É preciso ser inacabado para inventar a roda. É preciso ouvir o barulho da lata se esvaziando para sentir a necessidade de enchê-la. Mulheres e homens, animais, plantas e até a pedra no sapato; inacabados. Que Deus nos permita que atrasemos ao encontro com a plenitude. Pois, nesse dia, agarrados ao derradeiro fio de esperança, teremos saboreado o último morango à beira do abismo.
Abysmal is Rosy Cardoso’s work, with her women with no faces, and yet multifaceted. Contemplate theses female figures and be enlivened for them is something of a moment. The woman’s vital energy in Rosy’s paintings is so inactive, that is possible through them, see ourselves in our daily lives, in our many moments, in our depths and with our tins in the head; sometimes full of emptiness, sometimes full of water/life. There is one more strawberry in Rosy’s depths: the unfinished. The marvelous scenario of the unfinished being. This being that is never filled enough, even if full, even if overflew. Because the empty being and is always empty that returns. It is a good thing. Human beings filled would never create the wheel. You must be unfinished to invent the wheel. We need to hear the noise of the tin being empty to feel the need to fill it. Women and men, animals, plants and even the stone in the shoe; unfinished. That God allow us to delay the meeting with fullness. Since that day, hanging onto the last thread of hope, we would have enjoyed the last strawberry on the abyss edge.
Rosy Cardoso, plural artist AGAV* President – Goiana Visual Art Association
Art has a female character, or even male? My opinion is that art is just art, and has no gender distinction. However, it is noticeable, in the feminine lexicon, the word sensitivity. The expression even more expressed and felt, possibly because their condition of life progenitor and liable of feeling the more subtle nuances that passed between reality and fantasy. The fantasy and the lyricism, allied to the intuition – a condition sine qua non for artistic creation. The woman with the natural sensitivity inherent to a person, endowed with an intuition and deep sense of life, prints, in her daily deals, a subjective expression that reflects obviously its expression about feminine gender. Through art, it is able to propose a world of harmony, hope and peaceful co-existence of life. Important artists have left – and will – a dense legacy in art history, for their work and their metaphors implied in artistic iconography. Women who have printed, or print, a powerful message of desire for justice and social harmony, and denounce the segregationist conditions, like the case of a North American feminine artist group, created in 1985, called the Guerrilla Girls; yet, as an example of the dynamics in women in art, some good women examples are like Louise Bourgeois (1911 – 2010), Georgia O’Keeffe, (1887 – 1986), Frida Kahlo (1907 – 1954), who left a enduring mark of their sensitivity into a work of art with feminine content and universal. Between us, a sensitive woman, depository of an enormous expressive capability, which passes within a natural dynamic between visual art and poetry, makes her time – our time – a remarkable moment to build, with determination and a lot of inspiration, her artistic history, scoring and enrolling in the rich and diverse cultural amalgam in our region: Rosy Cardoso. Exponent of a pictorial composition in the female universe, in a compositional structure with figuratively basis where the line well-demarcated and strong colors construct, soberly, a theme that questions the limits and the censorship imposed on women’s freedom in contemporary society. Many times her images appear slightly too close to the literature, although the artist is fully licensed, being understandable this “neighborhood” between art and literature in Rosy Cardoso – this versatile woman who lives in a constant state of literary and artistic production, which gets closer, affectionately, of an orgy between poetry and visual art. In Rosy Cardoso, the emotion is the tonic of life. Without ambiguity, she has the courage and the naturalness of directing her daily life in a close relationship with the artistic/literary creativity, noting everything that goes through her path and, recycling moments and situations, transforming them into shapes metaphors, colors and words, in this disconcerting intimacy between art and literature. The artist herself, as a person, is a conceptual part of her artistic/literary verve, and could not be different. Her aura is a light that infects the environment and draws attention to the jovial brightness in the retina of your eyes, drunk with emotion and curiosity – typical of genuine creators. This not-conformed artist has as stage the universe and its magnitude, in the irrepressible desire to explore it each single day.
ROSY CARDOSO, UMA ARTISTA PLURAL NONATO COELHO Presidente da AGAV – Associação Goiana de Artes Visuais
A arte tem caráter feminino ou, mesmo, masculino? Minha opinião é a de que a arte é apenas arte, e não tem distinção de gênero. No entanto, é perceptível, no léxico feminino, a palavra sensibilidade. A expressão ainda mais externada e sentida, possivelmente por sua condição de gestadora da vida e passível de sentir as nuances mais sutis que transitam entre a realidade e a fantasia. A fantasia e o lirismo, aliados à intuição – condição sine qua non para a criação artística. A mulher, portadora natural da sensibilidade inerente ao ser, dotada de uma intuição e senso profundo da vida, imprime, em sua lida diária, uma expressão subjetiva que espelha obviamente a sua expressão do gênero feminino. Através da arte é capaz de propor um mundo de harmonia, esperança e pacífica convivência da vida. Importantes artistas deixaram – e deixarão – um legado denso na história da arte, por seus trabalhos e suas metáforas implícitas em iconografias artísticas. Mulheres que imprimiram, ou imprimem, uma poderosa mensagem de desejo de justiça e harmonia social e de denúncia de condições segregacionistas, como no caso do grupo de artistas feministas norte americanas, criado em 1985, denominado de Guerrilla Girls; ainda, como exemplo da dinâmica feminina na arte, alguns bons exemplos de mulheres como Louise Bourgeois (1911 – 2010), Georgia O’Keeffe, (1887 – 1986), Frida Kahlo (1907 – 1954), que deixaram uma marca perene de sua sensibilidade numa obra artística de conteúdos femininos e universais. Entre nós, uma mulher sensível, depositária de enorme capacidade expressiva, que transita dentro de uma dinâmica singular entre a arte visual e a poesia, faz de seu tempo – de nosso tempo – momento marcante ao construir, com determinação e muita inspiração, a sua história artística, pontuando e se inscrevendo no rico e diversificado amálgama cultural de nossa região: Rosy Cardoso. Expoente de uma composição pictórica voltada ao universo feminino, numa estrutura composicional de base figurativa onde a linha bem demarcada e cores fortes constroem, sobriamente, um tema que questiona os limites e as censuras impostas às liberdades da mulher na sociedade contemporânea. Muitas vezes suas imagens aparecem sensivelmente muito próximas da literatura, embora a artista esteja perfeitamente licenciada, sendo compreensível essa “vizinhança” entre arte e literatura em Rosy Cardoso – esta mulher polivalente que vive em estado de constante produção literária e artística, que se avizinha, carinhosamente, de uma orgia entre poesia e arte visual. Em Rosy Cardoso a emoção é a tônica da vida. Sem ambiguidades, ela tem a coragem e a naturalidade de direcionar sua vida cotidiana numa intrínseca relação com a criatividade artístico\literária, observando tudo que passa pelo seu caminho e reciclando momentos e situações, transformando-os em metáforas de formas, cores e palavras, nesta desconcertante intimidade entre arte e literatura. A artista em si, como pessoa, é parte conceitual de sua verve artístico\ literária, e não poderia ser diferente. Sua aura tem uma luz que contamina o ambiente e chama a atenção o brilho jovial na retina de seus olhos embriagados de emoções e curiosidade – típicos dos autênticos criadores. Esta inconformada artista tem como palco o universo na sua amplitude, no incontido desejo de explorá-lo a cada limiar do dia.
Rosy, o som do arco íris LUIZ DE AQUINO Poeta (da Academia Goiana de Letras)
Arte é o modo como alguém colhe do céu e dos horizontes o perfume do ar e das folhas, o impacto das rochas e o frescor do solo e, como quem brinca de semideus, obtém novas formas e cores, novos sons e movimentos, novas palavras e expressões, e enche olhares e amorena corações ao acalentar as almas admiradoras. Sei de artistas sóbrios demais, meditativos, silentes no processo de concepção e criação, mas sei dos que vociferam felizes ao captar a magia divina que lhe toca o peito, contamina o sangue e seduz o olhar para, empós, entre falar e cantar, delineia formas, processa cores e cria tons. Sinto isso quando aprecio uma tela ou escultura e, num ponto abstrato além do objeto, percebo a energia e sei bem – o que vejo é um dínamo, uma bobina de energia que transporá o tempo de cada vida, a expandir bondade por gerações à frente no tempo. A arte não se separa em gêneros – ela é o espírito das obras de todos os conceitos, das letras à dança, em imagens de forma, cor, doçura e música. Rosy Cardoso, que acolhe as pessoas na esteira do olhar e na música do riso, concebe poesia e define o sentimento em lápis e pincéis. Expande-se em arte porque a alma vai além do corpo, espalha-se em projeções da aura. Ela mesma, em poesia, define-se “pés no chão, descalça... garupa na moto, cabelos ao vento”. Sem dúvida, a liberdade é-lhe vida e bandeira, como sentimos na leitura de suas telas, no sabor de seus poemas. Sentir a mulher, amiga e parceira, restrita a conceitos que tolhem e aprisionam, incita-a a acender a lanterna, e a luz é alarma e convite: “Uma cigana e uma cigarra / cantam”. Ela escreve e pinta para despertar o canto e a dança, e lembra que “Mulheres inteiras brotam da terra”, “constroem histórias” e “conjugam o infinito”! Recita nas telas esses reclames, arregimenta vontades e esparge ternura, carinho, amizade e coragem! Porque sem isso, ah, ninguém constrói! E a arte pede temperos.
Rosy, the sound of the rainbow Poet (of the City Academy of Language)
Art is the way someone picks up in the sky the horizons, the scent from the air and leaves, the impact of the rocks and the freshness of the soil, and as one who plays a Semi-God, gets new shapes and colors, new sounds and movements, new words and expressions, and fills glances and gets hearts calm to awaken the admirable souls. I know artists that are too sober, meditative, silent in the designing and creational process, but I know ones that happily scream as they capture the Divine magic that touches their chest, contaminates the blood and seduces the eye, for then, between speaking and singing, outline shapes, handle colors and create tones. I feel that when I appreciate a canvas or sculpture and, at one abstract point beyond the object, I realize the power and I know well – what I see is a dynamo, a coil of energy that transposes the time of each life, expanding goodness for generations ahead in time. The art cannot be divided into genres – it is the spirit in all-concept works, from Language to Dance, in images of shapes, color, sweetness and music. Rosy Cardoso, who welcomes people by the look and the music of laughter, conceives poetry and defines the feeling in pencils and brushes. It expands into art because the soul goes beyond the body, spreads in aura projections. She herself, in poetry, defines “feet on the ground, barefoot... back in the bike, hair in the wind”. With no doubt, the freedom is her life and flag, as we felt in reading her screens, in the taste of her poems. Feel the woman, friend and partner, restricted to concepts that prohibit and imprison, urges it to illuminate the flashlight, and the light is warning and inviting: “A gypsy and a buzzer/sing”. She writes and paints to reawaken the song and dance, and reminds us that “Whole women sprout from the earth,” “build stories” and “combine the infinite”! Recites the screens these thyself, and associates wills and sprinkles tenderness, affection, friendship and courage! Because without it, oh, nobody builds! And the art asks seasonings.
(Bucker of water on the head)
Olhar de pássaros Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 250 x 120cm
Encontro-me AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Despidas de nós, carregamos o mundo Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Mulheres de gravata AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 120 cm x 80 cm
Plenitude AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Duplicadas entre varais – existimos Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
exiladas de nós mesmas Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Lata d’água na cabeça
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Enquanto sonhar...
AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Espero... em vermelho
AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Palavra e visão – mutiladas
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Maria, Carolina, Joana
AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
invisíveis algemas
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
As três irmãs
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Voar... Sonhar
AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Mulheres de minha vida
AcrĂlica sobre tela | Acryl on canvas 200 cm x 100 cm
Abraço meu mundo
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
O tempo descansa em meus ombros, à exaustão. Rosy Cardoso Série Cotidiano
Acrílica sobre tela | Acryl on canvas 100 cm x 100 cm
Gratidão, gratidão! À mãe santíssima, às forças superiores desse momento luz! Aos trabalhadores da arte e cultura em Goiás e, em especial, à produtora cultural Laila Santoro. E ao meu esposo e companheiro Leônidas Correia Araújo Jr., Léo.
“Em seu Atelier desafia o poder da criação, vivendo e convivendo com a arte”
ROSY CARDOSO ROSELENE CARDOSO ARAÚJO
Plastic Artist, Landscape and Interior Designer, Poet. Studied Languages at Goiás Federal University (Universidade Federal de Goiás) Designer by Cambury Faculty (Faculdade Cambury), Art History and Art Therapy
Artista Plástica, Designer de Interiores e Paisagismo e Poetisa Cursou Letras pela Universidade Federal de Goiás Designer pela Faculdade Cambury, História da Arte e Arte Terapia
Awards . Peace Ambassador and Art Regional Delegate – COMBLA – São Paulo . Title “Honoris Causa” – Lima – Peru . International Writers Meeting – JULIACA – Peru . A Degree of “Mérito Acadêmico Visconde de Porto Seguro” – ALANEG – Goiânia, Goiás . International Festival “Equinoccial Poetry” – CADELPO – Quito – Equator . Technological University Equinoccial – Casa del Poeta Peruano – Comision de Cultura UTE – Mención de Honor . TAACTO – Tertullian Associative Art and Culture Torrejana – Torres Novas – Portugal . Cultural Highlight Art Sanctuary Movement, International Cultures Brazilian Institute and Goiana Language Academy (Academia Goiana de Letras) . Secretary and Member at AGAV – Goiana Visual Art Association (Associação Goiana de Artes Visuais) 2016 Festival Internacional de Cinema e Arte. Asolo – Itália, september
Títulos . Embaixadora da Paz e Delegada Regional de Arte – COMBLA – São Paulo (SP) . Título Honoris Causa – Lima (Peru) . Encontro Internacional de Escritores – Juliaca (Peru) . Diploma de Mérito Acadêmico Visconde de Porto Seguro – ALANEG – Goiânia (GO) . Festival Internacional Poesia Equinoccial – CADELPO – Universidade Tecnológica Equinoccial – Casa del Poeta Peruano – Comision de Cultura UTE – Mención de Honor – Quito (Ecuador) . TAACTO – Tertúlia Associativa de Arte e Cultura Torrejana – Torres Novas (Portugal) . Destaque cultural Movimento Santuário da Arte, Instituto Brasileiro de culturas internacionais e Academia Goiana de Letras – Goiânia (GO) . Secretária e Membro da AGAV – Associação Goiana de Artes Visuais – Goiânia (GO) 2016 Festival Internacional de Cinema e Arte. Asolo – Itália, setembro
Group exhibitions and individuals 1978 GREMI – Art Saloon Inhumas, GO Women Political and Racial Equality Secretariat – The Art Look into the Feminine Condition (“O olhar da arte na condição feminina”) Gallery MC – AGAV’S Look on Brazilian MidWest – New York “Fragmentos” Collections “Cerrado em Cores” “Negro Olhar” “Mulheres, Somos Muitas, Somos Muito…” 2016 XVIII – Plastic Art Group Exhibition – MOSARTE 2016, GO
Exposições coletivas e individuais 1978 GREMI – Salão de Artes – Inhumas (GO) Secretaria de Políticas para Mulheres e Igualdade Racial – O olhar da Arte na condição Feminina – Goiânia (GO) Gallery MC – AGAV`S Look On Brazilian Mid`West – Nova York Fragmentos Cerrado em Cores Negro Olhar Mulheres, Somos Muitas, Somos Muito 2016 XVIII Exposição Coletiva de Artes Plásticas – MOSARTE, 2016 – Goiânia (GO)
“ In her Atelier she challenges the creation power, living and interacting with art.”
ATELIER Av. Cristovão Colombo, Quadra 121, Lote 01 CEP 74674-120 – Setor Jaó – Goiânia/GO Email-rosyartes@gmail.com
PREFEITO DE GOIÂNIA Paulo de Siqueira Garcia secretário municipal de cultura Ivanor Florêncio Mendonça Curadoria Antonio da Mata Produção executiva Laila Santoro tradução Nathália Ferreira Gomes Projeto Mayra Chalub Fotografias Valdemy Teixeira projeto gráfico Adriana Almeida Impressão Editora Kelps
Outubro, 2016 Goiânia | Goiás