PITAHAYA (Hylocereus spp.) SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

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PITAHAYA (Hylocereus spp.) SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

Vicente de Paula Queiroga Ênio Giuliano Girão Josivanda Palmeira Gomes Alexandre José de Melo Queiroz Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo Esther Maria Barros de Albuquerque Editores Técnicos

REVISTA CIENTÍFICA


PITAHAYA (Hylocereus spp.) SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

1ª Edição


CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DIREITO LARYSSA MAYARA ALVES DE ALMEIDA Diretor Presidente da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito VINÍCIUS LEÃO DE CASTRO Diretor - Adjunto da Associação do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Editor-chefe da Associação da Revista Eletrônica a Barriguda - AREPB

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA – AREPB CNPJ 12.955.187/0001-66 Acesse: www.abarriguda.org.br

CONSELHO EDITORIAL Adilson Rodrigues Pires André Karam Trindade Alessandra Correia Lima Macedo Franca Alexandre Coutinho Pagliarini Arali da Silva Oliveira Bartira Macedo de Miranda Santos Belinda Pereira da Cunha Carina Barbosa Gouvêa Carlos Aranguéz Sanchéz Dyego da Costa Santos Elionora Nazaré Cardoso Fabiana Faxina Gisela Bester Glauber Salomão Leite Gustavo Rabay Guerra Ignacio Berdugo Gómes de la Torre Jaime José da Silveira Barros Neto Javier Valls Prieto, Universidad de Granada José Ernesto Pimentel Filho Juliana Gomes de Brito Ludmila Albuquerque Douettes Araújo Lusia Pereira Ribeiro Marcelo Alves Pereira Eufrasio Marcelo Weick Pogliese Marcílio Toscano Franca Filho Olard Hasani Paulo Jorge Fonseca Ferreira da Cunha Raymundo Juliano Rego Feitosa Ricardo Maurício Freire Soares Talden Queiroz Farias Valfredo de Andrade Aguiar Vincenzo Carbone



VICENTE DE PAULA QUEIROGA ÊNIO GIULIANO GIRÃO JOSIVANDA PALMEIRA GOMES ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE (Editores Técnicos)

PITAHAYA (Hylocereus spp.) SISTEMA PRODUTIVO DE CACTOS TREPADEIRAS

1ª Edição

ASSOCIAÇÃO DA REVISTA ELETRÔNICA A BARRIGUDA - AREPB

2021


©Copyright 2021 by

Organização do Livro VICENTE DE PAULA QUEIROGA, ÊNIO GIULIANO GIRÃO, JOSIVANDA PALMEIRA GOMES, ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ, ROSSANA MARIA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO, ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Capa WIKIPÉDIA; www.edpsciences.org/fruits.. Editoração ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE Diagramação ESTHER MARIA BARROS DE ALBUQUERQUE O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade dos autores. Data de fechamento da edição: 06-07-2021 Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)

Q3m

Queiroga, Vicente de Paula. Pitahaya (Hylocereus spp.): Sistema produtivo de cactos trepadeiras. 1ed. / Organizadores, Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão, Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque. – Campina Grande: AREPB, 2021. 220 f. : il. color. ISBN 978-65-87070-17-9 1. Pitahaya. 2. Hylocereus spp. 3. Sistema de produção. 4. Colheita. 5. Frutos. 6. Espécie de cactos. 7. Trepadeiras. I. Queiroga, Vicente de Paula. II. Girão, Ênio Giuliano. III. Gomes, Josivanda Palmeira. IV. Queiroz, Alexandre José de Melo. V. Figueirêdo, Rossana Maria Feitosa. VI. Albuquerque, Esther Maria Barros de. VII. Título. CDU 634.4

Ficha Catalográfica Elaborada pela Direção Geral da Revista Eletrônica A Barriguda - AREPB

Todos os direitos desta edição reservados à Associação da Revista Eletrônica A Barriguda – AREPB. Foi feito o depósito legal.


O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Educação e Direito – CIPED, responsável pela Revista Jurídica e Cultural “A Barriguda”, foi criado na cidade de Campina Grande-PB, com o objetivo de ser um locus de propagação de uma nova maneira de se enxergar a Pesquisa, o Ensino e a Extensão na área do Direito.

A ideia de criar uma revista eletrônica surgiu a partir de intensos debates em torno da Ciência Jurídica, com o objetivo de resgatar o estudo do Direito enquanto Ciência, de maneira inter e transdisciplinar unido sempre à cultura. Resgatando, dessa maneira, posturas metodológicas que se voltem a postura ética dos futuros profissionais.

Os idealizadores deste projeto, revestidos de ousadia, espírito acadêmico e nutridos do objetivo de criar um novo paradigma de estudo do Direito se motivaram para construir um projeto que ultrapassou as fronteiras de um informativo e se estabeleceu como uma revista eletrônica, para incentivar o resgate do ensino jurídico como interdisciplinar e transversal, sem esquecer a nossa riqueza cultural.

Nosso sincero reconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram para a consolidação da Revista A Barriguda no meio acadêmico de forma tão significativa.

Acesse a Biblioteca do site www.abarriguda.org.br


EDITORES TÉCNICOS

Vicente de Paula Queiroga (Dr) Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa do Algodão-CNPA Campina Grande, PB (Brasil)

Ênio Giuliano Girão (M.Sc) Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa Agroindústria Tropical– CNPAT Fortaleza, CE (Brasil)

Josivanda Palmeira Gomes (Drª) Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Campina Grande Campina Grande, PB (Brazil)

Alexandre José de Melo Queiroz (Dr) Professor da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Campina Grande Campina Grande, PB (Brazil)

Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo (Drª) Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Campina Grande Campina Grande, PB (Brazil)

Esther Maria Barros de Albuquerque (Drª) Doutora em Engenharia de Processos Universidade Federal de Campina Grande Campina Grande, PB (Brasil)


APRESENTAÇÃO

Atualmente, as espécies de pitahaya mais cultivadas no mundo são as pitahayas de casca vermelha e polpa branca (Hylocereus undatus (Haw.) Britton e Rose) ou vermelha, dependendo da espécie (Hylocereus costaricensis; Hylocereus purpusii; Hylocereus polyrhizus; Hylocereus trigonus; etc; pitahaya red) e a de casca amarela e polpa branca (Selenicereus megalanthus (K. Schum ex Vaupel; pitahaya yellow). Essas espécies são endêmicas das florestas tropicais do México e das Américas Central e Sul, destacado mais o gênero Hylocereus que compreende dezesseis espécies. Vários tópicos específicos do seu sistema de produção, agrupando as referências por disciplina (botânica, biogeografia, biologia floral, agronomia, pós-colheita, composição e processamento), são apresentados com o propósito de que no futuro a pitahaya no Brasil seja mais conhecida, melhores técnicas estejam disponíveis para sua produção, um aproveitamento integral da planta seja alcançado e maiores benefícios sejam garantidos aos produtores. Também, neste livro, tratam de algumas observações muito específicas (polinização, sombreamento da planta, variedades mais adaptadas as condições locais, etc) associadas às dificuldades encontradas pelos países que introduziram as novas espécies. Portanto, aquele que decidir cultivar essa planta e conhecê-la em maior profundidade, o livro "Pitahaya (Hylocereus spp.): Sistema produtivo de cactos trepadeiras", será de grande interesse e ajuda para o produtor que necessita pôr em prática as várias tecnologias abordadas no mesmo. Por outro lado, os autores desta publicação, preocupados em fortalecer a participação de produtores brasileiros na produção da pitahaya, trazem a comunidade acadêmica e extensionistas, as informações básicas copiladas de bibliografias existentes sobre sistema produtivo da pitahaya (Hylocereus spp.), principalmente para atender as microrregiões secas do semiárido por ser considerada uma planta trepadeira com o Metabolismo Ácido das Crassuláceas (CAM) ou planta que se adapta ao déficit hídrico.

Os autores


SUMÁRIO

CAPÍTULO I -SISTEMA PRODUTIVO DA PITAHAYA (HYLOCEREUS SPP.) – Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão, Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque, Bruno Adelino de Melo .........................................................................................................................10

CAPÍTULO II -MATURIDADE, COLHEITA, PÓS-COLHEITA, PRODUTIVIDADE E INDUSTIALIZAÇÃO DA PITAHAYA – Vicente de Paula Queiroga, Ênio Giuliano Girão, Josivanda Palmeira Gomes, Alexandre José de Melo Queiroz, Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo, Esther Maria Barros de Albuquerque ...................................................................165

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................188


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CAPÍTULO I

SISTEMA PRODUTIVO DA PITAHAYA (HYLOCEREUS SPP.)

Vicente de Paula Queiroga Ênio Giuliano Girão Josivanda Palmeira Gomes Alexandre José de Melo Queiroz Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo Esther Maria Barros de Albuquerque Bruno Adelino de Melo (Editores)


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INTRODUÇÃO Nos últimos anos, a fruticultura tem sido impulsionada por uma conscientização da população, que passou a optar por fontes de alimentos mais saudáveis (VITTI et al., 2003). As frutas são alimentos funcionais, devido à sua composição nutricional, e disponibilizam vitaminas, proteínas, minerais e outras substâncias essenciais para o organismo daqueles que a consomem (GOTO; HORA, 2010). Essa característica abre espaço para a produção e a comercialização das mais diferentes espécies frutíferas, inclusive as exóticas. Dentre as frutas exóticas com maior potencial para comercialização destaca-se a pitahaya. O termo genérico 'pitahaya' inclui várias espécies diferentes e isso pode ser uma fonte de confusão. Atualmente, apenas algumas espécies de pitahaya são normalmente encontradas no mercado: pitahaya yellow (Selenicereus megalanthus (Schum.) Britt & Rose], fruta com casca amarela e polpa branca, e pitahaya red (Hylocereus spp. Britt & Rose), fruta com casca vermelha e polpa branca ou vermelha, dependendo da espécie. Essas espécies são endêmicas das florestas tropicais do México e das Américas Central e Sul (HERNÁNDEZ, 2000), sendo encontrada na Costa Rica, Venezuela, Panamá, Uruguai, Brasil, Colômbia e México, sendo os dois últimos países os principais produtores mundiais (CANTO, 1993). Praticamente desconhecida há quinze anos (trata-se da década de noventa), a pitahaya (ou fruta do dragão) atualmente ocupa um nicho crescente no mercado de frutas exóticas da Europa (MIZRAHI et al., 1997; IMBERT, 2001), bem como nos mercados locais de países produtores, como Vietnã (N’GUYEN, 1996), Colômbia (MIZRAHI et al., 1997), México (DE DIOS, 2004), Costa Rica e Nicarágua (DAUBRESSE BALAYER, 1999). Em outros lugares, a pitahaya é considerada uma espécie de fruta nova e promissora; é cultivado em diferentes escalas na Austrália (JACOBS, 1998) e Israel (NERD; MIZRAHI, 1997). Esse sucesso pode ser explicado em parte pelas qualidades e características das frutas (cores e formas atraentes) e também pelas políticas comerciais de alguns países produtores e exportadores, por exemplo, Vietnã, Colômbia e Israel. No Brasil, o cultivo da pitahaya encontra-se em fase de expansão. A maior área produtora situa-se no estado de São Paulo, com destaque para a região de Catanduva, onde ocorre a maior produção (BASTOS et al, 2006). Embora ainda apresente pouca expressão econômica, quando comparada a outras frutas comercializadas, mesmo assim a pitahaya


C a p í t u l o I | 12 vem ganhado espaço a cada ano nos centros de comercialização, devido ao aspecto exótico e ás propriedades organolépticas apresentadas (MARQUES et al., 2011; MOREIRA et al., 2011). Além disso, seus frutos são extremamente vermelhos e atraentes aos consumidores, possuindo uma polpa esbranquiçada de sabor agradável, levemente adocicado, e numerosas sementes minúsculas de cor preta (ANDRADE et al., 2005). Enquanto suas flores são grandes, andróginas e muito marcantes (GUNASENA et al., 2007), sendo polinizadas por morcegos e mariposas (MERTEN, 2003). As abelhas não são polinizadores eficientes de Hylocereus spp. (WEISS et al., 1994) devido ao tamanho das flores e à disposição de suas partes (MERTEN, 2003). Possui antese noturna com duração aproximada de 15 horas e inicia o fechamento nas primeiras horas da manhã (MARQUES et al., 2011). Após a polinização, observa-se o início do desenvolvimento do fruto, caracterizado pela dessecação dos restos florais (MARQUES et al., 2011). Parte da produção da fruta é encontrada na forma de polpa congelada, doces e sorvetes, mas é na forma natural que se concentra a maior parte comercializada (BASTOS, et al., 2006). Essa fruta já começa a ganhar destaque em alguns cardápios brasileiros. No entanto, a oferta ainda é limitada e, por isso, não atende à demanda dos centros de comercialização (RODRIGUES, 2010). A baixa oferta da fruta no mercado se deve à pequena área de cultivo. A falta de informação relacionada às praticas de manejo da cultura no que se referem à biologia floral, espécies, nutrição, composição físico-química, poda, colheita, pós-colheita, comercialização, etc, e a realização de outros estudos, pois são os impasses para a ampliação das áreas cultivadas com pitahaya no Brasil. Portanto, para expandir a área cultivada no país é fundamental na melhoria do seu sistema produtivo que o produtor se aproprie de uma série de novos conhecimentos das distintas áreas.


C a p í t u l o I | 13 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA A introdução de frutas nas práticas alimentares diárias abriu espaço para o consumo de diferentes espécies frutíferas, inclusive as exóticas, que possuem sabor diferenciado e interessante conteúdo de minerais, fibras e compostos antioxidantes (JERÔNIMO, 2016). Assim, é demonstrado o quão grande é o potencial de cultivo de frutas exóticas no Brasil, o que contribui não somente para a melhoria da economia, mas no desenvolvimento social e humano de cada uma das regiões produtoras. Dentre as várias opções de espécies frutíferas exóticas com boas perspectivas de comercialização, encontra-se a pitahaya, cactácea nativa das florestas tropicais da América Central e do Sul (CANTO et al., 1993; NERD; MIZRAHI, 1998). A pitahaya encontra-se no importante grupo de frutas exóticas (HA et al, 2014), apresentando alto valor comercial (MOREIRA et al., 2011) o que desperta ainda mais o interesse dos fruticultores em seu plantio e cultivo (CAVALCANTE et al., 2011; CORDEIRO et al., 2015). Atrelado aos benefícios da produção, a pitahaya possui atributos físicos, sensoriais e nutricionais interessantes, viáveis à implementação de uma alimentação saudável, aumentando o interesse do produtor por ser uma opção para diversificação da fruticultura nacional (SATO et al., 2014). De todas as partes da planta, os frutos são os que apresentam mais importância econômica e são boa fonte de vitaminas e minerais, apresentando alto teor de potássio (ABREU et al., 2012). Podem ser consumidos tanto ao natural, como transformado numa gama de produtos industrializados como sorvetes, geleias, sucos, caldas e doces (NURUL; ASMAH, 2014; Figura 1).

Figura 1. Sorvete e suco de pitahaya. Foto: Claudio Posay/ PMC.


C a p í t u l o I | 14 A pitahaya vermelha (Hyloceurus spp.) é uma espécie exótica no Brasil, ou seja, foi introduzida por ação humana, de maneira acidental ou intencional. Apresenta boa aceitação para consumo “in natura”, não apenas pelo exotismo de sua aparência, mas em virtude de suas características sensoriais. Os preços praticados nos mercados regional, nacional ou internacional estimularam a extensão e a intensificação do cultivo da pitahaya vermelha em diferentes sistemas de plantio, no México, Nicarágua, Malásia, Vietnã, Israel e mesmo no Brasil, onde a produção se dá, predominantemente, em pequenos cultivos e a comercialização está restrita a mercados com maior poder aquisitivo (ESTELLANA, 2011; ORTIZHERNÁNDEZ; CARRILLO-SALAZAR, 2012). Os cladódios são utilizados para fabricação de medicamentos, com efeito, espasmolítico, em vasos coronários, visando à melhora da circulação sanguínea. Nos frutos há, ainda, uma grande quantidade de betalaínas, pigmentos considerados como alternativa ao uso de corantes artificiais nos alimentos, uma vez que apresentam estabilidade em pH de 3 a 7 (ESQUIVEL; ARAYA QUESADA, 2012). Os frutos de pitahaya de polpa roxa o apresentam em maior quantidade, uma vez que não são encontrados somente na casca, como ocorre em Hylocereus undatus, mas também na polpa (STINTZING et al., 2002). Somado a isso, há evidências de que alguns corantes naturais podem ser importantes antioxidantes e a ingestão dos mesmos, particularmente os flavonoides e antocianinas, mostram uma grande capacidade para captar radicais livres causadores de estresse oxidativo, sendo preventores de enfermidades cardiovasculares, câncer e outras desordens associadas com a idade (FIGUEROA et al., 2011). Suas flores apresentam grande quantidade de flavonoides, e é relatado que a maior quantidade destes antioxidantes é encontrada nas pétalas (YI et al., 2012). Dos flavonoides, kaempferol é o principal componente bioativo, e exerce efeito através da quelação metálica (LI et al., 2013). A casca do fruto pode ser utilizada como corante natural em bebidas ou agente espessante ou consistência em cremes hidratantes (HARIVAINDARAM et al., 2008; STINTZING et al., 2002), além de apresentar alto teor total de fibras alimentares (JAMILAH et al., 2011). Alguns componentes obtidos da casca da pitahaya vermelha e da polpa branca (Hylocereus undatus), também demonstraram capacidade de inibir o crescimento de células cancerígenas (WU et al., 2006; KIM et al., 2011).


C a p í t u l o I | 15 As sementes contêm um óleo com propriedades laxantes (CRANE; BALERDI, 2005) e inibem a absorção do colesterol no intestino, reduzindo os níveis de colesterol total e LDL (Lipoproteína de baixa densidade) em humanos. Como forragem, os cladódios são bem aceitos por gado, ovinos, caprinos e também por frangos e patos (CASTILLO MARTÍNEZ; CÁLIX DE DIOS, 1997). Os cladódios imaturos de pitahaya apresentam maiores conteúdos de fibra e proteína do que talos de Opuntia spp., além de apresentarem grande quantidade de P, K, Mg e Cu (JUÁREZCRUZ et al., 2012), e conteúdo de vitamina C variando entre 63,71-132,95 mg/L (JAAFAR et al., 2009).

ORIGEM E HISTÓRIA Nativa das Américas, as cactáceas compreendem cerca de 1.600 espécies, onde mais de 70% ocorrem em regiões áridas e semiáridas do México, Peru, Argentina e Chile (WALLACE; GIBSON, 2002). No Brasil, as cactáceas estão representadas por 37 gêneros, ocorrendo em ambientes diversos como Cerrados, a Caatinga e a Mata Atlântica (CALVENTE, 2010). Do total de espécies de cactáceas, cerca de 130 são cactáceas epífitas, na qual se acham as pitahayas, encontradas em florestas neotropicais e bosques. As pitahayas são denominadas epífitas secundárias ou epífitas facultativas, uma vez que inicialmente enraízam no solo, e depois se tornam totalmente epífitas (WALLACE; GIBSON, 2002). São encontradas desde a costa da Flórida até o Brasil (ORTIZ HERNANDÉZ; CARILLO SALAZAR, 2012), em regiões úmidas situadas a latitudes de 10º Sul a 25º Norte. A maior diversidade do gênero Hylocereus pode ser encontrada em países como México, Colômbia, Guatemala, Panamá, Costa Rica, Venezuela, Nicarágua, Cuba, República Dominicana e Martinica (CASTILLO et al., 1996, citados por GRIMALDO JUAREZ, 2001). Esta fruta foi originalmente domesticada pelas culturas pré-colombianas, que a coletaram silvestremente para alimentação e remédio, mas ainda era desconhecida para muitos. O primeiro registro que se tem escrito sobre as pitahayas data de 1494, onde Pedro Mártir de Anglería, historiador do descobrimento das Américas pelos espanhóis, relata: “Há outra árvore que cresce nas fendas das pedras, não em solo bom; a qual é chamada de pytahaya”. Já a primeira representação em desenho é datada de 1535, por Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés, colonizador espanhol, em seu relato ao rei Carlos I,


C a p í t u l o I | 16 “Historia geral e natural das Índias, ilhas e continente do mar oceânico” (RODRÍGUEZ CANTO, 2013). Foi até meados da década de 1990 que essa superfruta ganhou destaque (LE BELLEC; VAILLANT, 2011). A pitahaya é atualmente uma fruta exótica bastante conhecida, atrativa por sua forma e cor, bem como por suas novas propriedades nutricionais que chamam a atenção do setor alimentício e comercial. Além disso, é uma planta ornamental de floração noturna e frutífera (KUMAR et al, 2018). Seu nome significa "fruta escamosa" e se refere tanto à planta pitahaya quanto a seus frutos (ZEE et al., 2004). Entretanto, a espécie Hylocereus undatus é a espécie mais cosmopolita. Em sua região de origem, tradicionalmente os frutos de Hylocereus spp são os mais preferidos e consumidos (FOUQUÉ, 1969; MIZRAHI et al., 1997; DAUBRESSE BALAYER, 1999; DE DIOS, 2004). Essas frutas raramente são cultivadas em grande escala fora da Colômbia, Costa Rica e Nicarágua (BARBEAU, 1990). Eles estão distribuídos em todo o mundo e cultivados em alguns países tropicais e subtropicais, como Taiwan, sul da China, Israel, Tailândia, Austrália, Estados Unidos da América e Malásia (MIZRAHI; NERD, 1999). Também a fruta é amplamente cultivada no Vietnã, conhecida localmente como "Thanh Long" ou "dragão verde", uma descrição associada à cor verde da fruta imatura e à aparência de dragão das escamas ou suportes de frutas (HOA et al. , 2006). Foram os franceses que introduziram a pitahaya da variedade de polpa branca no Vietnã há 100 anos, a qual cresceu na selva. Durante a Guerra do Vietnã, o exército americano pulverizou com herbicidas a selva, o que levou à morte das plantações, apenas a pitahaya resistiu e se tornou alimento para os nativos. Após a guerra, começaram o cultivo com mais dedicação e se converteu em ponto de atração turística e de exportação com o nome de “Dragon Fruit” - Fruta de Dragão-, para a França. Por outro lado, Medina (2015) menciona que a pitahaya amarela é uma epífita facultativa que evoluiu no sopé da Amazônia andina no Peru, Equador e Colômbia; o que explica seu comportamento trepador e haste segmentada com facilidade de emissão de raízes secundárias. Manzanero et al. (2014) argumentam que a pitahaya é uma espécie de cultura dispersa nos trópicos e subtrópicos que apresenta alto polimorfismo. A espécie sofreu seleção humana devido à ação de coleta de frutos, situação que promoveu a diversidade


C a p í t u l o I | 17 de frutos em forma, tamanho, cor e qualidade organoléptica, portanto, hoje mais de uma espécie de pitahaya é conhecida. O cultivo comercial da pitahaya teve inicio no Vietnã. Na década de 90, foi o primeiro país a vender a fruta para outras regiões do mundo. Atualmente, mais de 20 países cultivam e comercializam a fruta (MIZHARI et al., 2004). A maioria dos clones existentes hoje é oriunda dos clones vietnamitas, porém, melhorados, principalmente para a obtenção de mais frutos, e mais saborosos, uma vez que possuíam sabor muito brando. Com a crescente demanda por frutos exóticos, mundialmente, o mercado da pitahaya tem sido favorecido. Graças a sua rusticidade tem sido vista como alternativa promissora para cultivo em regiões de solos menos propícios a outras culturas, como solos pedregosos, arenosos e maciços rochosos (ANDRADE et al., 2008). O alto valor pago pelo quilo da fruta, também constitui um grande atrativo para o plantio dessa frutífera (JUNQUEIRA et al., 2002; SOUZA et al., 2006).

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA MUNDIAL O monitoramento de informações de produção da pitahaya no mundo, ainda se mostra um tanto limitado e não padronizado. Percebe-se que as estatísticas levantadas para a cultura, no geral, se restringem a estudos isolados. Desse modo, com o propósito de ilustrar as estatísticas de produção disponíveis sobre a pitahaya no mundo, foi tomado como base o estudo de Mercado-Silva (2018) como representado na Figura 2.

Figura 2. Principais países produtores de pitahaya, em 2014 (valores em toneladas). Fonte: Mercado-Silva, 2018; IBGE, 2019. Nota: (1) as estatísticas para produção da pitahaya em alguns países ainda são pouco exploradas. Dessa forma, determinados países produtores do fruto não apresentam dados disponíveis; (2) a informação sobre a produção do Brasil é referente ao ano de 2017.


C a p í t u l o I | 18 De acordo com a Figura 2, o Vietnã foi o principal produtor de pitahaya do mundo em 2014, produzindo 602.608 toneladas do fruto, o que equivale, praticamente, a três vezes a produção da China (200 mil toneladas a mais). O restante dos países do ranking, produziram menos de 50 mil toneladas, como visto nos casos da Indonésia, Taiwan, Malásia, Nicarágua, México, Myanmar e Brasil. Hoat et al. (2018) admitem que o Vietnã é o principal produtor, apresentando para o ano de 2015 uma produção de cerca de 686.195,40 toneladas. Esse valor é 83 mil toneladas a mais do que o apresentado no estudo de Mercado-Silva (2018) que tomou como base o ano de 2014. A produção da cultura está concentrada na região Sudeste, com cerca de 812,64 toneladas produzidas em 2017, contribuindo com 54,42% da produção nacional. A região Sul com 502,08 toneladas, responde por 33,62% da produção e a Norte, com 157,01 toneladas, por 10,52% da produção nacional, são as três regiões mais representativas nesse cultivo, conforme dados apresentados na Tabela 1. Tabela 1. Produção de pitahaya entre as regiões brasileiras, 2017. Regiões Sudeste Sul Norte Centro Oeste Nordeste Brasil Fonte: IBGE (2019).

Produções (Ton.) 812,64 502,08 157,01 12,35 9,12 1.493,19

Participação (%) 54,42 33,62 10,52 0,83 0,61 100,00

O Sudeste do Brasil tornou-se a principal produtora de pitahaya do País em razão de sua boa aclimatação da cultura na região (NUNES et al., 2014). Outro aspecto que aparenta ter contribuído para o aumento da produção na região é a mudança de comportamento do consumidor no Estado de São Paulo, que segundo o SEBRAE (2017) começou a se interessar mais pelo consumo de frutas exóticas. Em 2017, o Estado de São Paulo foi o maior produtor nacional da cultura com 516,20 toneladas no ano, seguido por Santa Catarina (328,49 toneladas), Minas Gerais (185,91 toneladas) e o Estado do Pará (156,39 toneladas; 99,60% da Região Norte). O Rio de Janeiro ocupa a 5ª posição, com uma produção de 55 toneladas a menos que o Pará, como observado na Figura 3 (IBGE, 2019).


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Figura 3. Produção em toneladas e percentual dos 10 principais estados brasileiros produtores de pitahaya no ano de 2017. Fonte: IBGE, 2019. Por outro lado, a espécie Hylocereus undatus (Figura 4), com a maior área cultivada (BETANCOURT et al., 2010), é nativa da América Central e parte da América do Sul (MERTEN, 2002). No Brasil, segundo Nunes et al. (2014) a espécie Hylocereus undatus passou a ser cultivada na década de 1990, no Estado de São Paulo. Em 2000, outras espécies como a Hylocereus polyrhizus foram introduzidas, também sendo reportada por Junqueira et al. (2002) a espécie Selenicerus setaceus. Mundialmente, a distribuição desta espécie é dada da seguinte forma: 7.350 ha no Vietnã, 1.050 ha na Tailândia (BETANCOURT et al., 2010), 927 ha na Malásia (MASYAHIT et al., 2009), 504 ha no México ( SAGARPA, 2009), 125 ha em Israel e áreas menores no Brasil e nos Estados Unidos (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 4. Fruto com casca vermelha e polpa branca da pitahaya Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose. Foto: Arquivo divulgado na Wikipédia.


C a p í t u l o I | 20 A espécie Hylocereus costaricensis é nativa da Costa Rica e Nicarágua (STEVENS et al., 2001; Figura 5). Existem 1.070 ha na Tailândia, 1.050 ha na Malásia e 735 ha na Nicarágua (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 5. Fruto de casca vermelha e de polpa roxa da pitahaya Hylocereus costaricensis (F. A. C. Weber) Britton & Rose.

A pitahaya amarela Selenicereus megalanthus é nativa da Colômbia, Peru, Bolívia, Equador e Venezuela (LIM, 2012; Figura 6) e é conhecida também como “Colombiana‟ (GALVÃO, 2015). São plantados 691 ha desta pitahaya na Colômbia, (MEDINA et al., 2013), em Israel, são 100 ha (BETANCOURT et al., 2010), no Equador, o último relatório oficial do INEC indica que em 2000 havia 165,5 ha de pitahaya amarela (MOLINA et al., 2009). A espécie Selenicereus megalanthus também é cultivada em menor escala no Brasil, Peru, Guatemala, Panamá e El Salvador (BETANCOURT et al., 2010).

Figura 6. Fruto de casca amarela, com espinhos, e de polpa branca da pitahaya Selenicereus megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran). Fonte: Ecoagricultor.


C a p í t u l o I | 21 Em relação ao Brasil, no ano de 2013 foram comercializadas mais de 319 toneladas de pitahaya, originárias de cinco estados brasileiros. Há também um grande volume de pitahaya importada da Colômbia, sendo que em 2013 cerca de 6% do volume comercializado nas CEASAS foi originado desse país. Em ordem de volume comercializado, por estado, estão São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Goiás, com destaque para o Estado de São Paulo, responsável por mais de 92% da quantidade comercializada nas CEASAS (mais de 270 toneladas). Em segundo lugar está Minas Gerais, com pouco mais de 5,62% (16.380 kg), seguido pelo Ceará (1,16% do total comercializado, equivalente a 3.399 kg). A pitahaya de Minas Gerais é originária das cidades de Contagem, Janaúba, Jaíba e Turvolândia, sendo esta última responsável por 75% do volume comercializado. A pitahaya do Ceará é proveniente da cidade de Beberibe, a de Goiás do município de Planaltina e a do Paraná das cidades de Abatiá, Assaí, Bandeirantes, Marialva e Santa Mariana (PROHORT, 2014).

BOTÂNICA, MORFOLOGIA E FISIOLÓGICA -Aspecto Botânico Os frutos de cactos comestíveis de médio e de grande tamanho são produzidos por membros da subfamília Cactoideae, tribo Hylocereeae. Eles são conhecidos na América Latina como pitahaya ou pitaya; sendo que pitahaya geralmente se refere aos frutos de espécies trepadeiras, enquanto pitaya aos frutos de espécies colunares (eretas), embora existam outras variações consideráveis (ORTIZ-HERNÁNDEZ, 1999). Desde 1980, o esforço tem sido feito para cultivar cactos trepadeiras dos gêneros Hylocereus e Selenicereus e cactos colunares dos gêneros Cereus e Stenocereus (que incluem nomes comuns de origem étnica ou criados por produtores; Tabela 2), sendo que a espécie Stenocereus queretanoensis é a mais cultivada, embora a área de crescimento das plantações desta pitaya está ainda em fase embrionária.


C a p í t u l o I | 22 Tabela 2. Cactos tipos trepadeiras e colunares cultivados para produção de frutos. Espécies Nomes comuns CACTO TREPADEIRA (Figura 7) Hylocereus costaricensis Pitahaya, pitahaya (Weber) Britton & Rose vermelha.

Principais países produtores

Características do fruto

Nicaragua, Guatemala

Hylocereus polyrhizus (Weber) Britton & Rose

Pitahaya, pitahaya vermelha, Eden vermelha (Israel). Pitahaya, pitahaya vermelha, fruto do dragão (Ásia) Eden (Israel)

Israel

Selenicereus megalanthus (Schum ex Vampel) Moran (Mediocactus coccineus, M. megalanthus) CACTO COLUNAR Cereus peruvianus (In) Miller (C. jamacaru; C. uruguayanus)

Pitahaya, pitahaya vermelha, pitahaya amarela.

Colômbia, Equador, Israel.

Grande globoso, casca vermelha escura (raramente amarela) com brácteas grandes, polpa vermelha escura. Grande oblongo, casca vermelha escura com brácteas grandes. Grande oblongo, casca vermelha (raramente amarelo) com grandes escamas ou brácteas esverdeadas, polpa branca. Médio oblongo, casca amarela com tubérculos e espinhos, polpa branca.

Pitaya, cacto-maçã, koubo (Israel)

Israel, Estados Unidos (California)

Stenocereus griseus (Haworth) Buxbaum

Pitaya, pitaya de Maio.

México

Stenocereus queretaroensis (Weber) Buxbaum

Pitaya, pitaya de Queretaro.

México

Stenocereus stellatus (Pfeiffer) Riccobono

Pitaya, pitaya de Agosto.

México

Hylocereus undatus (Haworth) Britton & Rose

Fonte: Nerd, A.; Tel-Zur, N.; Mizrahi, Y (2002).

Vietnam, México, Taiwan, Tailândia, Camboja, Israel, Filipinas.

Oblongo médio-grande, casca lisa, sem espinhas, geralmente vermelha, polpa branca. Casca verde ou vermelha; polpa avermelhada. Médio globoso, casca com espinhos, verde ou vermelho, polpa branca ou colorida, muitas vezes roxa. Médio globoso, casca com espinhos, verde ou vermelho, polpa branca ou colorida.


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Figura 7. Cactos trepadeiras da espécie Hylocereus spp. Foto: Wikipédia.

As palavras pitayas e pitahayas são originárias do idioma taíno, pertencente à família linguística arahuaca, e significa fruta escamosa. No México, são termos usados para se referir a gêneros distintos (Pitayas - cactáceas colunares dos gêneros Stenocereus e Cereus e pitahayas - cactáceas epífitas secundárias dos gêneros Hylocereus e Selenicereus), o que causava até pouco tempo confusão, principalmente, no caso de pitahaya, pois, devido às variantes fonéticas, era pronunciado como “pitaaya" ou como “pitajaya”, sendo a segunda forma a correta, “pitajaya”, pois o som de h, tanto no idioma taíno original, quanto no idioma maia, tem um som similar ao j espanhol (RODRÍGUEZ CANTO, 2000). Atualmente, a maioria dos trabalhos refere-se a elas como pitaya. Na América Central e América do Sul, pitaya e pitahaya são palavras utilizadas para se referir à mesma fruta (ORTIZ HERNÁNDEZ; CARRILLO SALAZAR, 2012), pertencentes aos gêneros Hylocereus e Selenicereus. A pitahaya pertence ao gênero Hylocereus da família botânica Cactaceae. O gênero Hylocereus é caracterizado por plantas trepadeiras com raízes adventícias (aéreas) que carregam em cada extremidade do cladódio uma baga glabra com grandes escamas (FOURNET, 2002). As espécies Hylocereus spp são diploides (2n = 22) (DE DIOS, 2004;


C a p í t u l o I | 24 LICHTENZVEIG et al., 2000). A família dicotiledônea Cactaceae (Caryophyllales) compreende entre 120 e 200 gêneros consistindo de 1.500 a 2.000 espécies encontradas especialmente nas regiões semidesérticas e tropicais quentes das Américas Central, Norte (México) e Sul (SPICHIGER et al., 2000). As cactáceas são apreciadas principalmente por suas qualidades ornamentais, mas também incluem cerca de 250 espécies cultivadas de frutíferas e industriais (FOUQUÉ, 1969). No entanto, poucas espécies têm valor econômico. O gênero Opuntia Mill. é provavelmente o mais amplamente cultivado por seus frutos (cacto, figo, etc) e Dactylopius coccus, (Costa), o hospedeiro do inseto cochonilha do qual se extrai o corante vermelho (MIZRAHI et al., 1997). O inseto cochonilha também é criado em Nopalea cochenillifera (L.) Salm-Dyck (SPICHIGER et al., 2000). Nas Américas, muitas espécies e diferentes frutas cultivadas são chamadas de pitahaya, um nome genérico e popular que torna sua classificação botânica difícil. No entanto, todas as frutas da PITAHAYA são agrupadas em dois gêneros principais: Hylocereus Britton & Rose e Selenicereus (A. Berger) Riccob (cactos trepadeiras), enquanto as frutas da PITAYA também são agrupadas em dois gêneros: Stenocereus Britton & Rose, e Cereus Mill. (cactos colunares) (BRITTON; ROSE, 1963; MIZRAHI et al., 1997). Mesmo assim, é necessário focar especificamente nas espécies Hylocereus por serem mais cultivadas. Por conseguinte, as pitahayas pertencentes aos cactos trepadeiras prevalecem em dois gêneros separados, "Hylocereus" e "Selenicereus". As variedades mais comumente cultivadas comercialmente são do gênero Hylocereus, que abrange cerca de 16 espécies diferentes (BAUER, 2003). Nesta última classificação, Hunt (2006) relata que a espécie Selenicereus megalanthus foi reclassificada como Hylocereus megalanthus (16 + 2) (ORTIZ; CARRILLO, 2012). Sua taxonomia foi revisada e é apresentada na Tabela 3.


C a p í t u l o I | 25 Tabela 3. Classificação taxonômica da pitahaya (Hylocereus spp.). Nome científico Reino Sub-reino Divisão Sub-divisão Infradivisão Classe Super-ordem Ordem Família Sub-família Tribo Gênero

Espécies

Hylocereus spp. Plantae (Plantas) Viridaeplantae Tracheophyta; Magnoliophyta (Plantas com flores) Spermatophytina Angiospermae Magnoliopsida (Dicotiledôneas) Caryophyllanae Caryophyllales Cactaceae – cactácea Cactoideae Hylocereeae Hylocereus H. extensus (Salm- Dyck ex De Candolle) H. setaceus (Salm-Dyck ex De Candolle) H. tricae (Hunt) H. minutiflorus Br. and R. H. megalanthus (Schum. ex Vaupel) H. stenopterus (Weber) Br. and R. H. calcaratus (Weber) Br. and R. H. undatus (Haw.) Br. and R. H. escuintlensis (Kimn.) H. ocamponis (Salm-Dyck) Br. and R. H. guatemalensis (Eich.) Br. and R. H. purpusii (Weing.) Britton & Rose H. polyrhizus (Web.) Britton & Rose H. costaricensis (Weber) Br. and R. H. trigonus (Haw.) Safford H. triangularis (L.) Br. and R. H. hybridum H. monacanthus

Fonte: Esquivel e Araya (2012); Bauer (2003).

A taxonomia dos cactos tem sido muito confusa, muitos sinônimos são encontrados. Em 1984, o "The International Cactaceae Systematics Group" apoiado pelo "Royal Botanic Garden" (ICSG) de Kew (Tabela 4), realizou a classificação para o gênero Selenicereus (ANDERSON, 2001).

Tabela 4. Classificação taxonômica de pitahaya do gênero Selenicereus ao táxon de nível mais elevado. Nome científico Reino Sub-reino Super-divisão Divisão Classe Sub-classe Sub-ordem Ordem Família Gênero Espécie Fonte: Medina et al. (2013).

Selenicereus ssp. Plantae Tracheobionta Spermatophyta Magnoliophyta Equisetopsida C. Agardh Magnoliidae Novák ex Takht. Caryophyllanae Takht. Caryophyllales Juss. ex Bercht& J. Presl Cactaceae Juss. Selenicereus (A. Berger) Britton & Rose Selenicereus sp. (K. Schum. ex Vaupel) Moran


C a p í t u l o I | 26 É importante destacar que os cromossomos nas Cactaceae têm um número base de n = 11 (GIBSON; NOBEL, 1986). As espécies de Hylocereus spp (diploides 2n = 22) cultivadas são Hylocereus costaricensis, Hylocereus polyrhizus e Hylocereus undatus e as espécies de Selenicereus spp mais pesquisadas são tetraploides (2n = 44; BEARD, 1937; SPENCER, 1955; LICHTENZVEIG et al., 2000), embora seja altamente cultivado a espécie Mediocactu megalanthus ou Mediocactus coccineu; (MORAN 1953; INFANTE, 1992; WEISS et al., 1955) Portanto, Selenicereus e outras espécies de Selenicereus (BRITTON; ROSE, 1963) é compatível com vários Hylocereus spp sugerindo que a espécie Selenicereus megalanthus se originou de uma hibridização intergenérica entre espécies de Hylocereus spp e Selenicereus spp. (LICHTENZVEIG et al., 2000). Por outro lado, os cactos colunares são muito menos cultivados do que os cactos trepadeiras, e pouco se sabe sobre sua flexibilidade ambiental (MIZRAHI et al., 1997). Dentre eles, as espécies Stenocereus spp são as mais cultivadas. Elas são plantadas no México em ou perto de seus habitats naturais, que têm um clima semitropical com chuvas de verão (cerca de 65%) e de inverno em um total de 400 a 800 mm anuais (PIMIENTABARRIOS; NOBEL, 1994; PIMIENTA-BARRIOS, 1997; Figura 8). Vale destacar que os cactos colunares não fazem parte do presente trabalho.

Figura 8. Pomar de Cereus peruvianus (cactos colunares) com três anos de idade estabelecidos próximo à costa sul de Israel. Foto: Nerd, A.; Tel-Zur, N.; Mizrahi, Y. (2002).


C a p í t u l o I | 27 -Aspecto Morfológico Planta – Os cactos trepadores do gênero Hylocereus são nativos das regiões tropicais da América do Norte, Central e América do Sul (ESQUIVEL, 2004). A planta pitahaya é uma espécie frutífera perene e de hábito epífita secundária (trepadeira), pertencente à familia das cactáceas e ao gênero Hylocereus, e está dentro da ordem das Caryophyllales, que é caracterizada pela presença de aréolas contendo espinhos. As plantas destas espécies desenvolveram o metabolismo das classuláceas para adaptar-se a situações de baixa disponibilidade de água, abrindo os estômatos à noite para evitar perda de água durante o dia (FAO, 2001). No caso da pitahaya vermelha (Hylocereus undatus Haw), os frutos são vermelhos externamente, sendo muito atrativos ao consumidor, com polpa esbranquiçada, de sabor agradável, levemente adocicado, apresentando um grande número de diminutas sementes, de coloração preta (Figura 9). Devido à sua rusticidade, é vista como uma alternativa potencialmente viável também para o aproveitamento de solos pedregosos, arenosos e maciços rochosos.

Figura 9. Morfológica da pitahaya: raízes, cladódio principal, flor, fruto e semente. Foto: Arquivo divulgado por infoagronomo.net.


C a p í t u l o I | 28 Raiz – Seu sistema radicular é fasciculado e superficial, podendo se estender até 4 metros horizontalmente e se aprofundar até 30 cm (MEDINA et al., 2013), além de assimilar baixos teores de nutrientes (LE BELLEC et al., 2006). A planta de pitahaya originada por semente apresenta dois tipos de raízes: uma principal, que se desenvolve a partir da radícula e, depois de algum tempo se atrofia, e forma as raízes adventícias, basais e aéreas. As raízes adventícias basais são compridas, delgadas, ramificadas e se distribuem superficialmente sobre o solo e são originárias de parte do cladódio que está abaixo do substrato. As aéreas aparecem distintamente ao longo dos cladódios, preferencialmente em sua base mais plana (Figura 10), as quais servem, principalmente, para a planta se segurar ao tutor no qual está apoiada, mas também absorvem água e nutrientes, e algumas chegam ao solo (HERNÁNDEZ CRISANTO, 2006). As pitahayas propagadas vegetativamente por meio de estacas apenas desenvolvem raízes adventícias, carecendo de raiz principal. As raízes são originadas da região do periciclo, e se dirigem à epiderme, passando pelo córtex (CAVALCANTE, 2008).

Figura 10. Destaque da aréola, espinhos e raiz adventícia no cladódio. Foto: Arquivo divulgado por agroflorestapedras.wixsite.com.


C a p í t u l o I | 29 Cladódios – O caule ou filocladódio (classificado morfologicamente como cladódio) é suculento, que além de ser receptor e regulador da água participa da fotossíntese. É de cor verde, tem três a cinco arestas ou costelas com aréolas nas bordas, que apresentam grupos de espinhos de 2 a 4 mm, considerados ramos ou folhas modificadas. Entre os genótipos de pitahaya cultivados, ocorrem diferenças entre o número de costelas, margens das costelas e distância entre as aréolas, como pode ser observado na Figura 11. Da parte superior das aréolas nascem os ramos e as flores (JIRÓN, 1997). Ou seja, os espinhos protegem as aréolas (gemas axilares), das quais se desenvolvem os botões florais (ROMÁN, 2011) nas axilas dos espinhos (Figura 12). A cor e o número dos espinhos também são variáveis com a espécie (SILVA, 2014).

Figura 11. a) Medida da distância entre aréolas (b), altura da margem das costelas ou bordas (c) Aréola na margem do cladódio, (d) Cladódio de Hylocereus polyrhizus, (e) Cladódio de Hylocereus undatus. Fotos: Adriana de Castro Correia da Silva (2014) e Patrícia Graosque Ulguim Züge – (d;e) (2019).


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Figura 12. a-b) Emissão de gema florífera (botões florais) na axila dos espinhos. Fotos: Arquivo divulgado por ID 32472798 © Klodien|Dreamstime.com e Adriana de Castro Correia da Silva (2014).

As pitahayas são plantas cujos caules ou cladódios abrem seus estômatos apenas pela noite, o que constitui uma adaptação fisiológica para evitar a perda de água por transpiração durante o dia, quando as temperaturas são elevadas. Devido a essa característica, eles estão situados no grupo de plantas CAM (Metabolismo Ácido das Crassuláceas), ao que pertencem todos os cactos e muitas espécies epífitas das zonas tropicais (CUSHMAN, 2001). Flores – Os botões florais apresentam rápido desenvolvimento até a antese, de cerca de três semanas em Israel e no Brasil (NERD et al., 2002; SILVA et al., 2015) e de seis no Equador (PEREIRA, 1991). As flores são hermafroditas e actinomorfas, e se desenvolvem diretamente dos cladódios. São grandes (20 a 40 cm de comprimento e 25 cm de diâmetro máximo), aromáticas, brancas, muito vistosas e atrativas para os insetos polinizadores (BARBEAU, 1990; WEISS et al., 1994; Figura 13). Sua flor tem a forma tubular ou campânula (sino), com ovário na parte inferior (coberto de espinhos no caso do gênero Selenicereus), com um único lóbulo, câmara nectarial e com a presença de numerosos estames, arranjados em duas fileiras ao redor do pistilo, formado por 14 a 28


C a p í t u l o I | 31 estiletes de cor creme. As brácteas são totalmente verdes ou verdes com bordas vermelhas e pétalas brancas, amarelas ou rosadas (GARCÍA, 2003). O pólen é abundante e de cor amarela (DONADIO, 2009; Figura 14). A coloração das sépalas é variável com a espécie, podendo ser totalmente esverdeadas ou apresentar os ápices avermelhados. Os estames e estigmas lobulados são de cor creme. De modo geral, os estigmas apresentam tamanhos superiores às anteras, impedindo a autopolinização, com abertura durante a noite, mantendo-se abertas até as primeiras horas do dia. A antese ocorre à noite, iniciando-se no fim da tarde e mantendo-se abertas até as primeiras horas do dia, e as flores só abrem uma vez. Ou seja, o fechamento ocorre na manhã seguinte, sendo que em dias nublados leva-se mais tempo para que ocorra seu fechamento. As primeiras floradas ocorrem no início das chuvas, após serem polinizadas ficam em posição pendente (JIRÓN, 1997). Esses cactos trepadeiras caracterizam-se por apresentarem flores solitárias, formando somente uma flor por extremidade de cladódio.

Figura 13. Flor aberta de pitahaya, destacado o estigma (seta vermelha). Fotos: Jonathan H. Crane (2005).


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Figura 14. A) Anatomia da flor de pitahaya (pétalas, estigma, antera, filetes ou filamentos, estilete, folhas verdadeiras, pericarpo, ovário; e B) Anatomia da flor quando floresce (1. Antera; 2. Estigma). Fotos: Kada’s Gardens (2013).

É importante conhecer os ciclos de floração da planta, pois permite ao produtor programar seu período de corte ou colheita. Numa mesma planta, várias fases de desenvolvimento podem coincidir num determinado momento: frutos maduros, frutos com 12 a 20 dias de desenvolvimento, flores prestes a desabrochar, flores dois dias após a floração e gemas florais recém-brotadas (BARBEAU, 1997; Figura 15).

Figura 15. Flores recém-polinizadas, vingamento dos frutos, em desenvolvimento e amadurecendo do fruto ao mesmo tempo em uma planta de Hylocereus undatus. Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).


C a p í t u l o I | 33 Floração – O florescimento da pitahaya é assíncrono, havendo flores em diferentes estágios de diferenciação e desenvolvimento de frutos simultaneamente. Teoricamente, podem ocorrer 7 a 9 fluxos de floração, mas na prática são apenas 5 a 6 fluxos e ocorrem durante todo o período de florescimento (Figura 16), visto que alguns não ocorrem ou são muito fracos, por razões nutricionais ou climáticas. Alguns agricultores acreditam que o fato de deixar que o fruto amadureça totalmente na planta causa um atraso no aparecimento de um novo fluxo de floração. É importante saber também que a aplicação de irrigação durante a estação seca não causa floração e somente o aporte de água nos dias próximos à estação chuvosa parece ter uma resposta positiva, visto que aparentemente o processo de floração é dependente do fotoperiodismo. A queda de flores é um fenômeno importante e suas causas são desconhecidas; aplicações de fertilizantes foliares ou ureia foliar parecem reduzi-la (BARBEAU, 1997; Figura 17). A frequência e intensidade das chuvas decorrentes do inverno dão origem a uma série de eventos fisiológicos e fitossanitários que afetam a qualidade e o rendimento das produções, ultrapassando o limiar de prejuízos econômicos. É assim que o percentual do pegamento de frutos diminui devido ao aborto das flores, possivelmente devido à morte dos grãos de pólen e devido ao excesso de hidratação que aumenta a umidade no ambiente.

Figura 16. Destaque de um fluxo de floração da planta de pitahaya.


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Figura 17. Aborto floral (queda de flores) provocado pelo excesso de chuvas. Fonte: Engenheiros Agrônomos SAS.

No hemisfério Sul, o florescimento ocorre de novembro a abril, com cinco a seis fluxos de floração, enquanto, no hemisfério norte o período de florescimento acontece de maio a outubro (LE BELLEC et al., 2006; JIANG et al., 2012), sendo possível observar plantas com botões florais em estágio inicial, botões em desenvolvimento, fruta verde e fruta madura em um único período (MARQUES et al., 2011). No Brasil, o período reprodutivo tem sido entre os meses de novembro e maio, com até cinco fluxos de florada por safra e com curto período entre o aparecimento do botão floral e a maturação do fruto, variando de 50 a 60 dias (MARQUES et al., 2011). Esse tempo pode ser maior ou menor, dependendo da região de cultivo, pois, nas condições mexicanas, esse ciclo tem apresentado variação de 39 a 52 dias (CASTLLO; ORTIZ, 1994). Na região de Jaboticabal, ocorrem nove fluxos floríferos, com maior emissão de flores no mês de dezembro (SILVA, 2011), enquanto em Lavras, MG, são relatados entre 3 a 5 fluxos de flores (MARQUES et al., 2011a). O desenvolvimento dos frutos é relativamente curto, de 34 a 43 dias após a antese, ocorrendo antecipação da maturação em condições de temperaturas mais elevadas (SILVA, 2011). A pitahaya tem período de florescimento médio durante o ano relacionado à região de cultivo, isto porque é uma espécie dependente do fotoperiodismo, caracterizando-se como de dias longos (LUDERS, 2004). As flores são eretas e quando abertas são orientadas


C a p í t u l o I | 35 pela busca de luz. Uma boa floração está em função de alguns fatores como a umidade, luz, temperatura e condição nutricional da planta. Para que ocorra a polinização cruzada ou autopolinização é necessário que a flor se abra, o que ocorre à noite, sendo sua abertura precedida de várias etapas. A partir das 12 horas há um inchamento do bulbo floral e o início da deiscência das anteras. No início da noite (após as 19 horas), se dá a abertura floral, com separação do perianto e das brácteas, estágio no qual as anteras já estão com sua máxima deiscência. A abertura máxima da flor acontece entre 23h do primeiro dia até à 1h do dia seguinte. Os lóbulos do estigma se estendem, mas como há uma separação dos estames e uma diferença de altura entre os órgãos, a autopolinização é dificultada (DELGADO et al., 2010; MARQUES, 2010). É importante destacar que muitas das espécies de pitahaya requerem agentes externos para que realizem a polinização cruzada, mas como só abrem em uma única noite, então são necessários agentes efetivos na polinização. Embora as formigas e as abelhas participem dessas ações, mesmo assim sua eficiência é muito baixa. Fruto – O fruto é caracterizado como baga indeiscente, geralmente oblongo a oval, com 10 a 12 cm de diâmetro (tamanho médio a grande). Os frutos são de coloração com tonalidades amareladas à vermelhas com escamas foliares (brácteas distribuídas helicoidalmente), protegendo o fruto, contendo espinhos nas espécies Selenicereus megalantus e Selenicereus setaceus. No caso do Selenicereus megalanthus, a casca é coberta por tubérculos espinhosos, mas os espinhos são facilmente removíveis quando os mesmos se encontram maduros (Figura 18). Enquanto as cascas finas da espécie Hylocereus spp possuem escamas que contribuem para o aspecto atraente dos frutos, que também são utilizadas de forma decorativa. Os frutos das produções de espécie Hylocereus spp são geralmente grandes (até 1.000 g), duas a três vezes mais pesados do que os de Selenicereus megalanthus. O seu desenvolvimento ocorre entre 34 a 43 dias após a antese, ou seja, após a abertura do botão floral, sua maturação pode ser antecipada sob condições de altas temperaturas. Os frutos são sensíveis a injúrias causadas pelo frio (“chilling”); são classificados não climatérios (ZEE et al. 2004); e são colhidos quando atingem a sua maturidade fisiológica (NERD; MIZRAHI, 1998; NERD et al., 1999).


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Figura 18. a) A- Casca interna e externa e polpa de frutos de Hylocereus undatus; BCasca interna e externa e polpa de frutos de Hylocereus costaricensis; e C- Fruto da pitahaya com espinho da espécie Selenicereus megalanthus. Fotos: Lessa (2018) e Vargas et al. (2020).

A polpa é formada a partir do desenvolvimento do ovário e a casca a partir do receptáculo que circunda o ovário (MIZRAHI; NERD, 1999), e exibem uma correlação positiva entre o peso do fruto e o número de sementes (WEISS et al., 1994; NERD; MIZRAHI, 1997). A polpa apresenta coloração que varia do branco ou colorido e é suculenta, com conteúdo de massa variando de 60 a 160 g, com a presença de numerosas sementes pequenas bem distribuídas de coloração escura, com 2 a 3 mm de largura, macias e digeríveis (HERNÁNDEZ, 2000).


C a p í t u l o I | 37 Sementes – As sementes são negras, obovadas, de 2-3 mm de largura, em grande quantidade, distribuídas na polpa do fruto e com elevada capacidade de germinação (ORTIZ-HERNÁNDEZ, 2000). Essas sementes são pequenas, macias e de cor preta (Figura 19). Esquivel et al. (2007) relataram teores de sementes entre diferentes genótipos de frutos de pitahaya variando de 27 a 46 g de semente por kg de fruto (VILLALOBOSGUTIÉRREZ et al., 2012). A análise da composição aproximada de sementes de pitahaya vermelha (Hylocereus sp.) mostrada na Tabela 5 foi determinada para três lotes de diferentes sementes.

Figura 19. Fruto da pitahaya vermelha, (b) sementes e (c) óleo extraído das sementes. Fotos: Villalobos-Gutiérrez et al. (2012).

Tabela 5. Composição aproximada das sementes de pitahaya vermelha. Componente g / kg de semente (base peso fresco) Umidade 126 + 15 Carboidratos totais 352 + 15 Fibra alimentar 302 + 19 Gordura 296 + 6 Proteína 206 + 6 Cinzas 21 + 1 Obs: Valor médio de três determinações (desvio padrão). Fonte: Villalobos-Gutiérrez et al. (2012).


C a p í t u l o I | 38 Óleo - As sementes de Hypocereus undatus e Hypocereus polyrhizus apresentam grande teor de óleo, sendo que Hypocereus undatus apresenta maior teor (28,37%) que Hylocereus polyrhizus (18,33%). Portanto, o óleo da pitahaya pode ser usado como uma nova fonte de óleo essencial (Figura 20). Os principais ácidos graxos presentes, em ambas as espécies, são o ácido linoleico, oleico e palmítico, sendo que o ácido linoleico constitui cerca de 50% do total de ácidos graxos presentes, teor comparável com o encontrado em sementes de uva e de canola (LIM et al., 2010). Considerando o alto teor de ácidos graxos insaturados (753 g/kg), em particular ácido oleico (239 g/kg) e linoleico (466 g/kg), o óleo de semente de pitahaya representa uma fonte valiosa para aplicações culinárias, cosméticas e farmacêuticas (VILLALOBOS-GUTIÉRREZ et al., 2012).

Figura 20. Óleo extraído de sementes de pitahaya. Foto: fruitinformation.com.


C a p í t u l o I | 39 -Aspecto Fisiológico Germinação – As sementes apresentam grande capacidade de germinação, com valores superiores a 80%, e germinam em uma ampla faixa de temperatura (EL OBEIDY, 2006, KATAOKA et al., 2013). A remoção de sua mucilagem melhora a emergência e o vigor das plântulas, e pode ser feita através de imersão das sementes em solução de HCL 1:2 por 1 hora (ALVES et al., 2012; Figura 21). Podem ser armazenadas por um ano, mantendo alta germinação, se mantidas em ambiente seco e sob temperatura de 4ºC (KATAOKA et al., 2013).

Figura 21. Sementes e plântula de pitahaya. Fotos: P. Gomez-Barreiro.

A germinação começa no segundo dia e termina no nono dia, apresentando o maior número de sementes germinadas nos dias quatro e cinco. A germinação de um lote ou grupo de sementes não ocorre de maneira uniforme (Figura 22). No primeiro momento, começa a germinação de algumas sementes, até que depois de um tempo todas aquelas que têm condições favoráveis para germinar. O tempo decorrido entre o início da germinação e seu término, pode ser curto ou longo, quanto menor for esse período, maior será o poder germinativo. Essa velocidade é considerada como o vigor de germinação e pode ser medida em função do tempo. Esses resultados sugerem um grande poder


C a p í t u l o I | 40 germinativo (CORREA, 1997), visto que o processo foi completado em 80% das sementes entre os dias quatro e cinco (CORREA, 1997).

Figura 22. Corte longitudinal da semente de pitahaya e características anatômicas do embrião da pitahaya amarela: a. Cotilédones; b. Meristema epicótilo; c. Eixo raizhipocótilo; d. Radícula; e. Procambium; f. Rafe. g. Cutícula ou tegumento interno. (X4). Safranina y Fastgreen. Fotos: P. Gomez-Barreiro e R. S. SUÁREZ (2011).

Dormência e pré-tratamentos: Altas porcentagens de germinação foram alcançadas em sementes armazenadas no MSB (Millennium Seed Bank) sem nenhum pré-tratamento. Sementes dessa espécie não apresentam dormência. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar a ausência de qualquer classe de dormência de sementes. Antes da semeadura no viveiro em San Rafael, Coxcatlán (México), as sementes foram esterilizadas em superfície com hipoclorito de sódio a 4% por 30 minutos. Os lotes de sementes armazenados no MSB germinaram entre 80–90% quando incubado na luz (8 ou 12 horas de luz por dia) em temperaturas constantes (21–25 ºC), enquanto outro lote apresentou germinação de 70% em temperaturas mais altas (30 ºC).


C a p í t u l o I | 41 BIOLOGIA FLORAL Poucos estudos foram realizados sobre a biologia floral das espécies Hylocereus undatus e Hylocereus costaricensis, visando melhorar o potencial de cultivo dessa fruta, as quais são consideradas as mais cultivadas no mundo (WEISS et al., 1994; MIZRAHI et al., 1997). Além disso, o gênero Hylocereus é endêmico da Costa Rica e do México (DAUBRESSE BALAYER, 1999; CASTILLO et al., 2003). As flores dessas duas espécies aparecem sob as aréolas; são grandes (mais ou menos 30 cm), em forma de funil, e noturnal (flor é aberta a noite). O ovário está localizado na base de um longo tubo que leva as escamas foliáceas para o exterior. Existem numerosos estames em uma haste delgada de antera. O estilo tubular incomumente grande tem 20 cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro; os estigmas têm 24 lóbulos delgados, de cor verde cremosa (DAUBRESSE BALAYER, 1999; LUDERS, 1999). O aumento floral não depende da disponibilidade de água, mas da duração do dia; no Vietnã, a indução floral costuma ser acionada com luz artificial para aumentar a duração do dia. Na Ilha da Reunião, foi demonstrado que o número de flores obtidas com luz artificial à noite é proporcional à distância entre o ponto de recebimento e a fonte de luz (LAVIGNE, 2003). Os botões florais podem permanecer no estágio latente por várias semanas (DAUBRESSE BALAYER, 1999), e o início da floração geralmente ocorre após a estação das chuvas (BARBEAU, 1990). No hemisfério sul, Hylocereus undatus e Hylocereus costaricensis florescem de novembro a abril e, no hemisfério norte, de maio a outubro (N’GUYEN, 1996; WEISS et al., 1994 ; BARBEAU, 1990). Os fluxos de floração são cíclicos e estendem-se por todo o período. O número de fluxos ou sequências de floração depende da espécie: sete a oito para Hylocereus costaricensis e cinco a seis para Hylocereus undatus. Há um período de 3 a 4 semanas entre as sequências de floração (BARBEAU, 1990; LE BELLEC, 2004), o que permite ver botões florais, flores, frutos jovens e frutos maduros na mesma planta ao mesmo tempo. Os períodos entre o aparecimento dos botões florais (surgimento da aréola) e a floração (fase 1), e entre a antese da flor e a colheita dos frutos (fase 2) são muito curtos: cerca de 15 a 20 dias para a primeira fase e 30 dias para a segundo estágio. A deiscência ocorre algumas horas antes da abertura completa da flor. O pólen é muito abundante, pesado e não pulverulento. As flores abrem entre às 19:00 h e às 20:30 h (Figura 23); o estigma domina os estames (a posição do estigma nesta fase incentiva a alogamia). As flores desabrocham apenas por um dia e fecham (fertilizadas ou não) na


C a p í t u l o I | 42 manhã do dia seguinte à antese. No dia seguinte, as pétalas amolecem e secam lentamente. A parte inferior de uma flor não fertilizada torna-se amarelada e toda a flor cai 4 a 6 dias depois, enquanto a parte inferior de uma flor fertilizada permanece esverdeada e aumenta enormemente em volume, indicando que o fruto se consolidou (LE BELLEC et al., 2006).

Figura 23. Abertura da flor de pitahaya ocorre na parte da noite: a) Um minuto antes da abertura da flor e b-c) A flor iniciando a abertura. Fotos: Arlete M. Moraes Bueno e Wikipédia.

As flores, uma vez polinizadas, começam a secar e a ficar pendentes (Figura 24), dando origem à formação do fruto na base (POZO, 2011).


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Figura 24. Após a polinização natural (antese) da pitahaya, as pétalas da flor amolecem e secam lentamente.

Em alguns países (Israel, África do Sul, Madagascar, Ilha da Reunião e Índias Ocidentais Francesas), a produção natural de frutos de clones introduzidos de Hylocereus undatus e Hylocreus costaricensis é praticamente inexistente (ERWIN, 1996). A autoincompatibilidade (RAVEH et al., 1993) dos clones dessas espécies e a ausência de polinizadores eficientes - é possível o cruzamento interespecífico (WEISS et al., 1994) parecem ser os responsáveis por esta falta de produtividade. Abelhas são muito atraídas pelo pólen dessas flores e as repetidas visitas desses insetos podem contribuir para a polinização (WEISS et al., 1994; MIZRAHI et al., 1997 ). No entanto, a qualidade dos frutos resultantes da polinização livre geralmente é inferior àquela obtida pela polinização cruzada manual (LE BELLEC, 2004). A origem do pólen também pode influenciar o lapso de tempo entre a polinização e a colheita do fruto (conhecido como fenômeno de metaxenia, anteriormente observado apenas em Hylocereus polyrhizus) (MIZRAHI et al., 2004).


C a p í t u l o I | 44 POLINIZAÇÃO Um dos grandes problemas da cultura é a autoincompatibilidade polínica que ocorre entre muitos clones. Essa autoincompatibilidade pode ser parcial ou total (NERD e MIZRAHI, 1997; LE BELLEC, 2004; PUSHPAKUMARA et al., 2005; LONE et al., 2010, SILVA et al., 2011), havendo casos em que podem ocorrer frutos mediante a autopolinização porém, na maioria dos casos, são de baixo valor econômico, por possuírem pouca massa, havendo a necessidade da utilização de pólen externo – de outro clone ou espécie para que ocorra frutificação efetiva. Ainda, segundo Nerd et al. (2002b) condições climáticas também podem afetar diretamente a compatibilidade. O ideal para se reduzir a baixa frutificação e a ocorrência de frutos pequenos, sem valor comercial, seria o plantio de diversos genótipos e a realização da polinização cruzada, manualmente. A polinização manual é realizada facilmente removendo-se as anteras de uma flor e tocando com ela o estigma de outra flor, ou então se coletando o pólen e utilizando-se um pincel para polinizar múltiplas flores. É reportado que em muitos países, onde esta cultura foi introduzida, a polinização é pobre devido à falta de polinizadores naturais, encontrados em seu ambiente nativo, sendo sugerida a polinização manual para se contornar esse problema, incrementando a frutificação e a massa dos frutos (PUSHPAKUMARA et al., 2005; Figura 25).

Figura 25. Aparecimento de flores de pitahaya após a polinização (A: flor recémpolinizada; B: flor 24 h após a polinização; C: flor 48 h após a polinização). Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).


C a p í t u l o I | 45 A fonte de pólen influencia nas características dos frutos, atuando em características físicas e químicas (WEISS et al., 1994; SILVA et al., 2011) e afetando o tempo requerido para seu desenvolvimento, um fenômeno descrito como metaxenia – efeitos da fonte de pólen em tecidos de origem materna (MIZRAHI et al., 2004). Lone et al. (2010) observaram que a utilização de pólen de Hylocereus costaricensis na polinização de Hylocereus undatus proporcionou a formação de frutos de melhor qualidade, referente a tamanho e massa (553,2 g) quando comparados com frutos polinizados com pólen de Hylocereus polyrhizus e Hylocereus undatus, enquanto Silva et al. (2011) relataram que a polinização de flores de Hylocereus undatus com pólen de Hylocereus polyrhizus proporcionaram frutos com maior massa (716,56 g) e menor acidez que os polinizados com pólen de Selenicereus setaceus. Em seus países de origem, a polinização dessas duas espécies alogâmicas é realizada por morcegos à noite (NERD; MIZRAHI, 1997; HERRERA; MARTINEZ DEL RIO, 1998) ou por uma borboleta da família Sphingideae, do gênero Manduca (DAUBRESSE BALAYER, 1999; Figura 26). Portanto, parece não haver grandes problemas relacionados com a produção de frutas nos principais países produtores da América Latina e da Ásia (N’GUYEN, 1996; JACOBS, 1998; BARBEAU, 1990; BECERRA OCHOA, 1990). Também é reportado que em muitos países, onde esta cultura foi introduzida, a polinização é pobre devido à falta de polinizadores naturais e \ou diversidade genética, os quais são encontrados apenas em seu habitat natural (vegetação nativa), sendo sugerida a polinização manual para se contornar esse problema, podendo assim incrementar a frutificação e a massa dos frutos (WEISS et al., 1994; CASTILLO et al., 2003; LE BELLEC, 2004; PUSHPAKUMARA et al., 2005). Ou seja, para se reduzir a baixa frutificação e a ocorrência de frutos pequenos, sem valor comercial, o ideal seria o plantio de diversos genótipos e a realização da polinização cruzada, manualmente. Na Califórnia, um dos principais problemas com o crescimento de novas regiões de pitahaya é a ausência de polinizadores (MERTEN, 2003). Assim, a polinização manual tem sido sugerida com o objetivo de aumentar a produtividade dos frutos (GUNASENA et al., 2007).


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Figura 26. Mariposa polinizadora de flor da pitahaya do gênero Manduca (Familia: Sphingideae). Foto: Wikipédia.

A polinização manual é simples e esta operação é facilitada pelas características florais do gênero Hylocereus, pois as diferentes partes florais são enormes. Recomenda-se também realizá-la no próximo dia nas primeiras horas da manhã (4 a 5 horas). Vale a pena efetuar essas polinizações manuais, quando se visa à obtenção de frutos de excelente qualidade (LE BELLEC, 2004). A polinização é realizada abrindo a flor, a partir das 16h30min e pichando a parte saliente. Assim procedendo, se conseguem revelar os estigmas, os quais então cobertos com pólen como uma escova. Alternativamente, as anteras podem ser depositadas diretamente (com pressão mínima) nos estigmas com os dedos. A polinização manual é também realizada removendo-se as anteras de uma flor de um clone diferente (ou de outra espécie) e tocando com ela o estigma de outra flor de abertura no mesmo dia. (DONADIO; SADER, 2010), ou então se coletando o pólen e utilizando-se um pincel para polinizar múltiplas flores (Figura 27). O pólen retirado de duas flores será suficiente para cerca de 100 polinizações com pincel. O mesmo pode ser armazenado de 3 a 9 meses de –18 °C a - 196 °C sem risco. Os frutos obtidos após polinização com pólen armazenado a 4 ° C por 3 a 9 meses são muito pequenos (METZ et al., 2000).


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Figura 27. Coleta de pólen e polinização manual de Hylocereus spp, passando o pincel com pólen sobre o estigma da flor. Fotos: Arquivo do projeto Pitaya da Serra; Subandi et al. (2018) e Arquivo divulgado por ww.edpsciences.org/fruits.

Para aumentar o potencial de produção de frutas, plante dois ou três tipos genéticos diferentes (não o mesmo clone ou variedade). A polinização cruzada entre os diferentes tipos de plantio garantirá uma melhor frutificação e tamanho. As mariposas, abelhas mamangavas e os morcegos são bons polinizadores, porque as flores abrem à noite,

quando não há atividade das abelhas. No entanto, a polinização por mariposas e morcegos não tem sido comumente observada na Flórida (CRANE; BALERDI, 2005). As flores de alguns cultivares permanecem abertas durante as primeiras horas da manhã e podem ser visitadas pelas abelhas. Como alternativa, a polinização manual pode ser feita durante a noite e nas primeiras horas da manhã, coletando pólen (ou estames inteiros) de uma flor e aplicando-o ao estigma de outras flores. Em estudos sobre floração e polinização em pitahaya, Weiss et al. (1994) relataram que flores de polinização em estágio aberto são visitadas por abelhas e que a transferência de pólen é resultado da atividade desses insetos. No entanto, os autores observaram que os frutos resultantes da polinização cruzada manual foram maiores e mais pesados em relação aos frutos da polinização aberta. Le Bellec (2004), corroborando os resultados citados acima, relata que a qualidade dos frutos resultantes da polinização natural geralmente é inferior à dos frutos provenientes da polinização cruzada manual.


C a p í t u l o I | 48 FENOLOGIA O período do surgimento dos botões florais da espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose até a antese foram de 25 a 35 dias nas condições de Planaltina, DF (Tabela 6). Na expansão da gema florífera, os botões apresentavam 0,5 cm de comprimento e largura e no dia anterior a antese, apresentavam 28 a 33 cm de comprimento e 5,1 a 6,0 cm de diâmetro (medindo a maior largura do botão floral) (Figura 28 A-E). A antese das flores ocorre no período noturno e nas primeiras horas do período vespertino começa o inchamento do bulbo floral e o início da deiscência das anteras. Aproximadamente às 21 horas a abertura floral se inicia, com separação do perianto e das brácteas, estágio no qual as anteras já estão com sua máxima deiscência. Os lóbulos do estigma se estendem. A abertura total da flor ocorre aproximadamente à meia noite e o fechamento nas primeiras horas do dia podendo se estender até ao meio dia em dias nublados (Figura 28 F-H) (LIMA, 2013).

Enquanto nas condições de Larvas, MG, tempo necessário para

desenvolvimento do botão floral foi de 19 a 21 dias para a espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose e as flores apresentaram antese noturna que dura aproximadamente 15 horas, com o máximo da abertura das 23 horas a 01 hora e o fechamento se inicia nas primeiras horas da manhã (MARQUES et al., 2011; Figura 29). Tabela 6. Escala fenológica reprodutiva da espécie Hylocereus undatus, com a descrição do período de todos os estádios reprodutivos, das gemas intumescidas até a colheita dos frutos. Planaltina, DF. Estádios fenológicos Estádios reprodutivos Período (dias) após gemas intumescidas Florescimento Espécie Hylocereus undatus Gemas intumescidas, primeiros indícios de 1-3 diferenciação das gemas florais. Formação dos botões florais 4-18 Desprendimento das sépalas 20-27 Flores em pré-antese – inchamento dos bulbos 21-29 florais no dia da antese. Abertura das flores – antese (15 horas) 25 – 35 Frutificação Espécie Hylocereus undatus Início do crescimento dos frutos 30-35 Frutos verdes e restos florais secos 35-45 Início da maturação dos frutos - Tamanho final 40-45 e mudança da coloração dos frutos Fruto “de vez” 45-55 Colheita Espécie Hylocereus undatus Maturação fisiológica dos frutos 60-80 Fonte: Cristiane Andréa Lima (2013).


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Figura 28. Sequência dos eventos fenológicos que ocorrem durante o período reprodutivo da espécie Hylocereus undatus: (A) Gema intumescida, primeiros indícios de diferenciação da gema floral; (B, C, D) Formação do botão floral; (E) Flor em pré-antese - inchamento do bulbo floral no dia anterior a antese; (F, G) Flor aberta, liberação do pólen; (H) Flor senescente, após liberação do pólen e fecundada; (I) Frutificação efetiva, início do crescimento do fruto; (J, K. L, M) Crescimento do fruto; (N) Final do período de crescimento dos frutos, fruto “de vez”; (O, P) Fruto maduro. As barras vermelhas, de todas as figuras, correspondem a 2 cm de comprimento. Planaltina, DF. Fotos: Cristiane Andréa Lima (2013).


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Figura 29. A – Cultivo de pitahaya (Hylocereus spp.) durante florescimento mostrando o período de antese da flor que começa de noite e termina na manhã seguinte. B – Flor da pitahaya (Hylocereus undatus) em fase de antese durante a noite, ao lado um fruto em fase de desenvolvimento. Fotos: João Paulo de Oliveira Muniz (2017).

O período da frutificação da espécie Hylocereus undatus, da antese até o final do período de crescimento dos frutos “de vez”, foi de 20 dias (Figura 28 H-N); da antese à maturação completa (Figura 28 H-O), variou de 35 a 45 dias, com temperatura média e precipitação, de 21,8 ºC e 150,6 mm, respectivamente. No início do crescimento dos frutos, que é caracterizado pela dessecação dos restos florais (pétalas, estames e estigma), as brácteas externas, que são extensões do pericarpo, recobrem completamente os frutos, com o aumento do volume do fruto elas diminuem e, mesmo depois do fruto ter adquirido a sua coloração final - rosa a vermelho intenso -, elas se mantêm verdes, contrastando com o


C a p í t u l o I | 51 fruto (MARQUES et al., 2011). A maturação fisiológica do fruto de pitahaya é iniciada com a primeira manifestação da coloração vermelha na casca (CASTILLO; ORTIZ, 1994). O tempo de prateleira dos frutos maduros foi de 10 a 15 dias (LIMA, 2013; Tabela 6). Segundo Silva et al. (2011), o desenvolvimento dos frutos de pitahaya vermelha é dependente diretamente das condições do local de cultivo (temperatura e precipitação), sendo menor sua duração em condições de maior temperatura e precipitação. Em Lavras, MG, a maturação completa do fruto ocorre de 30 a 40 dias após a abertura da flor, quando o fruto adquire a coloração de rosa a vermelho intenso, polpa branca, com textura ainda firme (MARQUES et al., 2011). O tempo decorrido para o desenvolvimento do fruto nas condições de Lavras é semelhante ao observado por YAH et al. (2008) em pitahaya Hylocereus undatus no México, que verificaram a maturação completa dos frutos aos 31 dias após abertura floral. Em relação às mudanças visuais que ocorrem com o amadurecimento, é possível verificar alterações que marcam os estádios de maturação dos frutos (Figura 30). Aos 28 dias da antese as sementes apresentam-se completamente formadas e é possível observar indícios quase imperceptíveis de pigmentação na parte interna da casca. Aos 30 dias da antese, a parte interna da casca apresenta-se completamente pigmentada, formando um anel de coloração rosa ao redor da polpa, quando se faz um corte transversal no fruto. Essa coloração expande-se para as camadas externas da casca, completando a pigmentação do pericarpo aos 34 dias, com a maior intensidade de coloração rosa na casca, aos 36 dias (MAGALHÃES, 2017).

Figura 30. Estádios de maturação de frutos de pitahaya vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus (Haw.) aos 28, 30, 32, 34, 36, 38, 40 e 42 dias após antese. Foto: Deniete Soares Magalhães (2017).


C a p í t u l o I | 52 A partir dos 38 dias da antese, é possível observar os primeiros sinais de proximidade da senescência, notadamente pelo início da descoloração e murchamento das brácteas, que se tornam amareladas e posteriormente amarronzadas (Figura 30). Aos 42 dias, a mancha marrom ultrapassa as brácteas e expande-se para as demais partes da casca dos frutos (MAGALHÃES, 2017). Após a retirada do fruto, a gema de onde ele se originou perde a função de se diferenciar e não pode mais dar origem a nenhum outro órgão, seja vegetativo ou reprodutivo, restando uma cicatriz no lugar. Por ser uma cultura perene, os eventos fenológicos observados se repetem a cada ano (MARQUES et al., 2011). O período reprodutivo da pitahaya vermelha ocorre de novembro a maio em Lavras, MG e o tempo do aparecimento do botão floral até a colheita do fruto é de 50 a 60 dias (MARQUES et al., 2011). Esse tempo pode variar em função da região de cultivo, pois, nas condições do México, o ciclo reprodutivo compreende de 39 a 52 dias (CASTILHO; ORTIZ, 1994), provavelmente pelas condições climáticas terem influenciado no comportamento fenológico das plantas (SEGANTINI et al., 2010).

METABOLISMO CAM DOS CACTOS O metabolismo CAM refere-se a um dos três mecanismos de concentração de carbono atmosférico (CO2) existentes (C3, C4 e CAM). É uma variante importante da fixação fotossintética de carbono denominada historicamente de Metabolismo Ácido das Crassuláceas (CAM) por ter sido identificado, inicialmente, em Briophyllum calycinum, membro da família Crassulaceae (CUSHMAN, 2001). As plantas CAM incluem espécies comercialmente importantes como o abacaxi (Ananas comosus), o agave (Agave spp.), a palma (Opuntia fícus-indica), a pitahaya (Hylocereus spp.) espécies da família Orchidaceae e outras espécies da família Bromeliaceae. O CAM geralmente está correlacionado com várias características anatômicas que minimizam a perda de água: cutículas espessas, espinhos, células grandes e vacúolos com maior capacidade de armazenamento de água (suculência) e tamanho e/ou frequência estomáticos reduzidos. Além disso, o arranjo próximo das células do mesófilo aumenta o desempenho do CAM pela restrição da perda de CO2 (PIMENTEL, 1998). O que diferencia as plantas CAM dos demais vegetais com metabolismos mais comuns na


C a p í t u l o I | 53 natureza e mais exploradas na agricultura é o fato de que as plantas CAM conseguem suportar condições de baixa disponibilidade de água graças a um sistema eficiente de concentração de gás carbônico que aumenta a eficiência de uso da água. Isso ocorre porque a captura inicial de CO2 e a incorporação final em esqueletos de carbono estão espaçadas temporalmente, por aproximadamente 12 h, em um ciclo de luz/escuro de 24 h. As mesmas abrem os estômatos e aprisionam o CO2 durante a noite, sob condições de baixo déficit de pressão de vapor (DPV) entre a planta e o ambiente, prevenindo as perdas de água durante o dia, quando os estômatos permanecem fechados, ao contrário do que ocorre no metabolismo dos demais vegetais. Durante a noite, o CO 2 advindo tanto da atmosfera externa, como da respiração mitocondrial, é transformado em malato (células do mesófilo) e armazenado no vacúolo. Durante o dia, o malato armazenado no vacúolo é transportado para o cloroplasto onde é processado pelo Ciclo de Calvin (PIMENTEL, 1998; VIEIRA et. al., 2010; TAIZ et al., 2017; Figura 31).

Figura 31. Metabolismo Ácido Crassuláceo (CAM) apresentado nas plantas das espécies Hypocereus spp e Selenicereus spp.


C a p í t u l o I | 54 Essas plantas possuem a capacidade de produzir grande quantidade de biomassa em habitats onde a precipitação é inadequada, ou onde a evaporação é tão intensa que a chuva é insuficiente para o crescimento das culturas, devido ao uso eficiente da água (LARCHER; 2006; TAIZ et al., 2017). As plantas CAM sob condições normais de suprimento de água e de nutrientes minerais consomem em média cerca de 18 a 25 L de água/kg de matéria seca produzida, enquanto as plantas C4 e C3 consomem respectivamente, nas mesmas condições, de 250 a 350 L e 450 a 950 L de água (VIEIRA et. al., 2010). Sob temperaturas elevadas, a pitahaya apresenta, predominantemente, metabolismo CAM, o que favorece a sobrevivência em condições áridas e semiáridas. No entanto, sob condições de sombreamento, nas quais as temperaturas são mais baixas, a pitahaya tem a capacidade de efetuar CAM cíclico (SANTOS et al., 2010), ou seja, é capaz de apresentar comportamento C3 durante o dia. Em estudos realizados por Nobel et al. (2002) a pitahaya vermelha (Hylocereus undatus), obteve maior eficiência na absorção de CO2 quando a temperatura média da noite é de 20 ºC. Adicionalmente, Weiss et al. (2010), quando cultivou espécies de pitahaya em ambiente enriquecido com CO2 , observaram que as espécies Hylocereus undatus e selenicereus megalanthus (pitahaya amarela) responderam positivamente, resultando em aumento da biomassa e alongamento de ramos, além de haver incrementado na produção de gemas reprodutivas. É interessante destacar que as cactáceas em seu habitat natural, realizam predominantemente metabolismo CAM, contudo em

condições de

sombreamento, têm capacidade de efetuar o CAM cíclico (ORTIZ-HERNÁNDEZ et al., 1999) que segundo Silvera et al. (2010) o CAM cíclico pode ser considerado um passo evolutivo intermediário entre a fotossíntese C3 e CAM.

MELHORAMENTO Os impactos negativos na produtividade das culturas, provocados por estresses ambientais, podem ser reduzidos, em parte, pelo melhoramento convencional de plantas (BORÉM et al, 2017), a exemplo do melhoramento da cultura da pitahaya, via processo de hibridação (TEL-ZUR et al., 2004, TEL-ZUR 2013). As espécies Hylocereus spp são sensíveis a extremos como frio (WANG et al., 2018), altas temperaturas e alta radiação (MIZRAHI et. al., 1997; RAVEH et al., 1995; 1998),


C a p í t u l o I | 55 com uma grande variação de sensibilidade entre espécies e genótipos (TEL-ZUR, 2013). Entre as espécies do gênero Hylocereus, H. undatus apresenta maior sensibilidade à alta temperatura com a presença de cladódios marrons e liquefação dos mesmos a 45 °C, enquanto outras espécies apresentam maior tolerância sob condições similares (MIZRAHI; NERD, 1999). Além disso, sob temperaturas extremas de verão (45 °C), a produção anual de flores é reduzida e o tempo de floração é adiado (MIZRAHI; NERD, 1999). Portanto, a hibridação consiste na obtenção de indivíduos com características superiores através do cruzamento entre duas espécies diferentes (cruzamento interespecífico) ou dois genótipos da mesma espécie (cruzamento intraespecífico) (BORÉM et al., 2017). É um método eficaz que visa à obtenção de cultivares melhoradas com características desejáveis, tais como aumento no crescimento, melhor taxa de sobrevivência e tolerância ao calor e a doenças (PRADHAN et al., 2012). A hibridação da pitahaya é facilitada em virtude do tamanho dos órgãos florais. Por apresentarem flores de cerca de 30 cm de comprimento, a emasculação pode ser realizada facilmente. A polinização é realizada tocando-se o estigma das flores com o pólen das espécies doadoras. Após a polinização, devem-se cobrir as flores para que não haja contaminação com pólen externo nem lavagem devido à chuva. A descendência produzida por hibridação pode ter melhor desempenho pela supressão de alelos recessivos indesejáveis de um dos pais por alelos dominantes do outro (PRADHAN et al., 2012). Tem sido demonstrado em muitos estudos que híbridos apresentam melhor desempenho sob estresse em comparação com as espécies parentais (ABRAHAM et al., 2008; HADZHIIVANOVA et al., 2012). As espécies Hylocereus spp possuem alta variabilidade genética e podem ser utilizadas como uma valiosa plataforma para melhoramento genético da cultura, possibilitando o desenvolvimento de um programa de melhoramento efetivo e racional com base no processo de hibridação (TEL-ZUR, 2013), a exemplo do programa melhoramento da cultura da pitahaya, desenvolvido há mais de trinta anos na Ben-Gurion University of the Neguev, em Israel (MIZRAHI, 2014). No Brasil, trabalhos de seleção genética têm sido realizados pela UNESP Jaboticabal e pela EMBRAPA Cerrados (JUNQUEIRA et al., 2010ab).


C a p í t u l o I | 56 As pitahayas apresentam base genética estreia, o que permite que sejam realizadas hibridações interespecíficas facilmente (TEL-ZUR et al., 2004), permitindo, portanto, que se agreguem, a partir destes cruzamentos controlados, as possíveis características favoráveis de duas espécies diferentes, podendo-se obter novas variedades com diferente qualidade de frutos, incluindo coloração de polpa, doçura, sabor, aroma, etc., permitindo uma maior diversificação aos produtores e possibilidade de escolha pelos consumidores. A seleção dos materiais pode ser realizada através da seleção massal, que é baseada na observação visual do fenótipo da planta, permitindo identificar indivíduos potencialmente interessantes. É um dos métodos mais antigos utilizados para o melhoramento de plantas, além de simples, pouco dispendioso e eficiente. Os cruzamentos entre espécies de Hylocereus (os diploides Hylocereus undatus e Hylocereus monacanthus, o tetraplóide Selenicereus megalanthus e um híbrido triplóide previamente selecionado S-75) foram realizadas para produzir a F1, F2 e uma primeira geração de retrocruzamentos (BC1) (TEL-ZUR, 2013). Muitos cruzamentos foram bemsucedidos, e alguns renderam a primeira geração de híbridos cultivados ainda hoje como pitahayas comerciais tanto em Israel quanto no exterior (MIZRAHI, 2014). A fim de oferecer novos genótipos adaptados às condições áridas, o programa melhoramento israelense da cultura da pitahaya tem focado na seleção de híbridos superiores em termos de produtividade, qualidade de frutos e resistência a estresses bióticos e abióticos (TEL-ZUR et al., 2004; 2011; MIZRAHI, 2014). Atualmente, tem-se estudado a triagem de linhagens parentais e híbridos de Hylocereus spp tolerantes ao estresse térmico (KUMBHA, 2017). Para a expansão do cultivo de Hylocereus spp em regiões áridas e semiáridas faz-se necessário à seleção de cultivares superiores, principalmente tolerantes a altas temperaturas, a partir da coleta de material nativo, de vegetação espontânea, da seleção de material a partir de campos de produção (RODRÍGUEZ CANTO, 2013) e também através de hibridações intra e interespecíficas (TEL-ZUR, 2013). Mesmo assim, a seleção e a identificação de híbridos de Hylocereus spp sensíveis e tolerantes ao estresse por alta temperatura ainda carece de maior estudo.


C a p í t u l o I | 57 ESPÉCIES DE PITAHAYA Existem muitas contradições a respeito da classificação botânica de Hylocereus (MIZRAHI et al., 1997; DAUBRESSE BALAYER, 1999) que provavelmente são explicadas pelas similaridades das características morfológicas e/ou condições ambientais. De acordo com a classificação de Britton e Rose (BRITTON; ROSE, 1963) e com base nos resultados de análises genéticas recentes (TEL-ZUR et al., 2004), existem 16 espécies do gênero Hylocereus, cujo valor ornamental se deve à beleza de suas grandes flores (15–25 cm) que desabrocham à noite; elas são de cor branca cremosa, exceto Hylocereus stenopterus e Hylocereus extensus cujas pétalas são vermelhas e rosas (INNES; GLASS, 1992). Mesmo que todas essas espécies possam potencialmente produzir frutos, apenas cinco espécies são cultivadas visando a sua produção em escala comercial. As cinco espécies determinadas pela classificação de Britton e Rose (BRITTON; ROSE, 1963) são descritas com as seguintes características. GÊNERO HYLOCEREUS A pitahaya vermelha é um cacto trepadeira amplamente cultivada, pertencente à espécie Hylocereus undatus (casca vermelha, polpa branca). Sua utilização como uma importante produção comercial de frutas tem suas origens no Vietnã. A planta foi introduzida na Indochina pelos franceses por volta de 1860, onde hoje é considerada uma planta nativa. Os pomares no Vietnã foram estabelecidos a partir de clones selecionados, e a área cultivada estimada no sul do Vietnã é de 6.0000 ha. Essas frutas produzidas (fruta do dragão ou “thang loy” em vietnamita) são comuns nos mercados locais e também são exportadas para países asiáticos e europeus. A espécie Hylocereus undatus agora está se propagando em muitos países da Ásia, como Tailândia, Laos, Indonésia, Camboja, Taiwan, e recentemente o Japão (Okinawa), usando clones do Vietnã. A pesquisa hortícola em Taiwan indica um forte interesse da população local pela fruta (FENG-RU; CHUNG-RUEY, 1997ab). Outras pitahayas trepadeiras, como Hylocereus Costaricensis e Selenicereus megalanthus, também foram introduzidas em Taiwan e são usadas para cultivo e reprodução. Além da fruta, flores frescas e secas também são consumidas em Taiwan como legume. O desenvolvimento da indústria de Hylocereus undatus também é muito intenso no México (ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000) e a área plantada estimada atualmente é de cerca de 2.000 ha, metade na península de Yucatán, onde pode ser encontrada na natureza e tem sido utilizada desde os tempos précolombianos. Em outros lugares, as pitahayas são consideradas uma nova fruta com um


C a p í t u l o I | 58 futuro promissor e são cultivadas em grande escala na Austrália (JACOBS, 1998), Israel (NERD; MIZRAHI, 1997) e na Ilha da Reunião (LE BELLEC; JUDITH, 2002). Espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose: Caracteriza-se por seu caule longo e verde, mais ou menos rígido ao atingir o estádio de maturação (Figura 32). As flores são muito longas (até 29 cm), os segmentos externos do perianto são verdes (ou amareloesverdeados) e os internos do perianto branco puro (o cálice e a corola formam juntos o perianto). Seu fruto vermelho-rosado (comprimento: 15–22 cm; peso: 300–800 g) é oblongo e coberto com escamas grandes e longas, vermelhas e verdes nas pontas; tem polpa branca com muitas sementes pequenas e pretas, polpa de textura agradável e bom paladar (BRITTON; ROSE, 1963).

Figura 32. Pitahaya-vermelha com fruto de polpa branca (Hylocereus undatus). Fotos: (a-b) Cristiane Andréa de Lima (2013) e (c) arquivo divulgado por www.edpsciences.org/fruits.


C a p í t u l o I | 59 Espécie Hylocereus polyrhizus (Web.) Britton & Rose: Caracterizam-se por suas flores muito longas (25–30 cm) com margens; segmentos externos avermelhados do perianto, especialmente nas pontas; e lóbulos de estigma bastante curtos e amarelados. Seu fruto escarlate (comprimento: 10–12 cm; peso: 130–350 g; Figura 33) é oblongo e coberto com escamas (brácteas) que variam em tamanho; tem polpa vermelha com muitas sementes pequenas e pretas, polpa de textura suave e sabor doce. A espécie Hylocereus venezuelensis Britton & Rose está intimamente relacionado com Hylocereus polyrhizus, a única diferença está no estigma com lobos inteiros (Hylocereus polyrhizus) ou bífidos (Hylocereus venezuelensis) (BRITTON; ROSE, 1963). É importante destacar que os frutos de Hylocereus polyrhizus têm casca vermelha, assim como o Hylocereus costaricensis, mas difere por apresentar uma polpa vermelho-violeta. A cultura é plantada em Israel como polinizador de Hylocereus undatus. Normalmente, os pomares de pitahaya vermelha trepadeira consistem em 20% de Hylocereus polyrhizus e 80% de Hylocereus undatus. Por causa do sabor azedo da fruta, Hylocereus polyrhizus tem atraído mais consumidores do que Hylocereus undatus. Os híbridos selecionados produzidos por cruzamentos inter ou intra-específicos também são cultivados, geralmente em uma base local e em pequena escala (MIZRAHI; NERD, 1999; ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000).

Figura 33. Fruto da espécie Hylocereus polyrhizus.


C a p í t u l o I | 60 Espécie Hylocereus purpusii (Weing.) Britton & Rose: Caracterizam-se por apresentar flores muito grandes (25 cm) com margens (Figura 34); os segmentos externos do perianto são mais ou menos avermelhados; segmentos médios do perianto dourados e segmentos internos do perianto brancos. Apresenta frutos escarlates e oblongos cobertos por escamas grandes (comprimento: 10–15 cm; peso: 150–400 g); polpa vermelha com muitas pequenas sementes pretas; textura de polpa agradável, mas não muito pronunciada. Hylocereus purpusii está intimamente relacionado com Hylocereus ocamponis (S.D.) Britton & Rose, os dois sendo distinguidos apenas pelos espinhos aciculares e delgados de Hyloceres ocamponis (BRITTON; ROSE, 1963).

Figura 34. Fruito de Hylocereus spp. Foto: Arquivo da www.edpsciences.org/fruits.

Espécie Hylocereus costaricensis (Web.) Britton & Rose: Caracteriza-se por apresentar um caule de coloração branca pálida como cera e as flores são quase iguais à espécie Hylocereus polyrhizus; seu fruto escarlate (diâmetro: 10-15 cm; peso: 250-600 g) é ovoide e coberto com escamas que variam em tamanho; possui polpa avermelhada com muitas pequenas sementes pretas, polpa de textura agradável e bom paladar (BRITTON; ROSE, 1963). Os frutos amadurecem durante a estação chuvosa e a maior parte da produção está fortemente infestada de insetos, bactérias e fungos, de modo que apenas uma pequena fração da fruta colhida pode ser vendida como fruta fresca. A exportação é


C a p í t u l o I | 61 principalmente para a Europa sob a marca comercial “Pitanica”. Hoje a maior parte dos 6.000 ha cultivados é destinada à produção de polpa, altamente demandada pela indústria de alimentos nos Estados Unidos e Europa como um ingrediente alimentar natural e um corante (ORTIZ- HERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000). A Guatemala também está produzindo quantidades significativas dessa fruta, com vários outros tipos de pitahaya trepadeira de casca vermelha/ polpa vermelha.

Espécie Hypocereus trigonus (Haw.) Saff.: Apresenta-se um caule esguio, verde com margens e não rígidas. As aréolas estão localizadas no topo da ondulação da aresta. Os espinhos, a princípio esverdeados, logo se tornam marrom-escuros. Seus frutos vermelhos (diâmetro: 7–9 cm; peso: 120–250 g) são ovoides ou oblongos, tornando-se quase lisos (Figura 35 ); a polpa branca tem muitas sementes pequenas e pretas e textura de polpa agradável, mas um sabor não muito pronunciado.

Figura 35. Fruto da espécie Hylocereus trigonus. Foto: Arquivo divulgado por www.edpsciences.org/fruits.


C a p í t u l o I | 62 Espécie Hylocereus monacanthus: Fruto com casca vermelha, sua polpa também é vermelha e de textura firme (Figura 36 ). Sabe-se que o fruto está maduro, quando suas brácteas ficam amarelas. Em todos os casos a polpa é muito aromática e podem ser observadas numerosas sementes pretas, aproximadamente 60% do fruto é semente. A variedade vermelha é maior que a amarela. Seu sabor é requintado, doce, muito fino e delicado.

Figura 36. Fruto da pitahaya vermelha (Hylocereus monacanthus). Fonte: Ecoagricultor.

GÊNERO SELENICEREUS O primeiro país a cultivar o gênero Selenicereus (espécie Selenicereus megalanthus) para exportação foi à Colômbia, a pedido de um empresário japonês, que apreciou a fruta. O plantio significativo começou na Colômbia em 1986 e a exportação para o Japão começou em 1989, mas logo cessou devido a pragas (ovos e larvas de insetos) encontradas onde a corola se conecta a fruta. A fruta foi exportada para a Europa, que não se preocupa tanto com as pragas tropicais e se tornou o principal mercado de exportação da pitahaya amarela (agora é também embarcada do Equador via Colômbia). As áreas plantadas na Colômbia atingiram 4.000 ha em 1990, mas depois foram reduzidas para 250 ha como resultado de problemas de doenças, como fusarium (que ataca a planta) e especialmente Drechslera cactivora (que infecta a base do fruto prematuro e induz o seu amarelecimento; VALERA et al, 1995; BIBLIOWICZ; HERNANDEZ, 1998). Os acessos introduzidos em Israel pela Colômbia, embora semelhantes na morfologia, variam nas características dos frutos e no comportamento de crescimento, indicando


C a p í t u l o I | 63 genótipos diferentes (os produtores na Colômbia não mantêm o controle da origem do material usado para o plantio). Isso foi confirmado pela análise de impressão digital de DNA desenvolvida para os cactos trepadeiras (TEL-ZUR et al., 1999). Os frutos de Selenicereus megalanthus obtêm preços nobres na Europa, superiores a qualquer outro cacto, devido ao seu sabor delicioso e é conhecido como “pitahaya amarela ou como “pitahaya colombiana (MIZRAHI et al., 1977; MIZRAHI; NERD, 1999; ORTIZHERNÁNDEZ, 1999; CANTO, 2000). Os atuais fornecedores de frutas de Selenicereus megalanthus enviadas para a Europa são Colômbia, Equador e Israel. Espécie Selenicereus megalanthus (Schum. ex Vaupel). Caracteriza-se por seu caule triangular do tipo cladódio com espinhos, onde saem inúmeras raízes adventícias (CANTO et al., 1993; HERNÁNDEZ, 2000). Os cladódios são suculentos, verdes e fotossintéticos, são caracterizados por terem bordos grossos longitudinalmente. Os espinhos são folhas modificadas dispostos nos bordos dos cladódios, medindo em torno de 2 a 4 mm, protegendo as aréolas (gemas axilares), das quais se desenvolvem os botões florais (ROMÁN, 2011). Seu fruto é do tipo baga, de tamanho médio e formato variável, globuloso e subglobuloso, com casca de coloração amarela, com presença de espinhos que podem ser retirados facilmente quando o fruto está maduro, não atrapalhando seu consumo, mas dificultando a colheita (Figura 37). Suas sementes são de colorações escuras, são muito numerosas e se encontram distribuídas por toda a polpa (LE BELLEC et al., 2006). A polpa é branca, os frutos são menores, os cladódios são mais finos e seu sabor é superior, comparado com outras espécies de pitahaya (MIZRAHI et al., 2002). O desenvolvimento dos frutos ocorre em período curto, cerca de 34 a 43 dias após a antese. Em condições de temperaturas mais elevadas ocorre a antecipação da maturação (SILVA et al., 2011).

. Figura 37. Fruto de casca amarela, com espinhos, e de polpa branca da pitahaya Selenicereus megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran). Foto: Vargas et al. (2020).


C a p í t u l o I | 64 Espécie Selenicereus setaceus (Salm-Dyck ex De Candolle). Caracteriza-se por sua casca vermelha, e a polpa esbranquiçada, como na espécie Hylocereus undatus, porém o fruto é de tamanho menor e apresenta espinhos (HERNÁNDEZ, 2000; Figura 38).

Figura 38. Frutos da espécie Selenicereus Setaceus, conhecida popularmente por pitahaya do Cerrado ou Saborosa.

CARACTERÍSTICAS DE ALGUMAS VARIEDADES DE PITAHAYA Atualmente, há um grande número de cultivares nomeadas e seleções não nomeadas. Muitas seleções foram feitas e estão disponíveis nos Estados Unidos. Existem programas de reprodução em Taiwan, Vietnã e Israel. Em países onde as pitahayas são nativas, seleções da natureza estão sendo usadas. Muitos delas foram introduzidas em países interessados em cultivá-las. Infelizmente, as informações sobre a autoincompatibilidade dessas cultivares e seleções não estão bem documentadas. Isso torna as recomendações de cultivares (variedades) difíceis na melhor das hipóteses e potencialmente não confiáveis (CRANE; BALERDI, 2005). A seguir as características de algumas cultivares utilizadas pelos produtores brasileiros: Cultivar Golden de Israel. Esta é uma variedade ainda muito rara e praticamente desconhecida no Brasil. O cultivar Golden é uma nova variedade que foi desenvolvida da hibridação de duas variedades comerciais selecionadas, e difere-se principalmente pela casca amarela sem espinhos, e o sabor mais doce que às demais. É muito rústica, vigorosa e de crescimento rápido. Golden é uma variedade do gênero Hylocereus. A fruta é


C a p í t u l o I | 65 semelhante à típica casca rosa Hylocereus Undatus, mas com a pele amarela (Figura 39). A fruta pesa até 1 quilo com polpa branca doce.

Figura 39. Pitahaya da variedade Golden de Israel sem espinho. Foto: Biten-fruits.

As mudas passam por um determinado tempo em ambiente escuro até chegar ao seu destino, por isso se faz necessário deixá-las em algum lugar com sombra por aproximadamente dois dias para a ambientação. Por mais que seja um cacto, seu desenvolvimento é otimizado com irrigação, para isso o fornecimento de água se faz necessário a partir do plantio. Variedade Thomson. Thomson é uma variedade de frutas de dragão feitas pela California Rare Fruit Growers. É uma grande fruta robusta. A polpa é refrescantemente saborosa, de cor branca e separa-se facilmente da casca grossa. Esta variedade é autopolinizadora e também é produtiva (Figura 40). Os cladódios são muito grossos em três lados com pequenos espinhos.

Figura 40. Pitahaya da variedade Thomson da Califórnia, USA.


C a p í t u l o I | 66 Variedade Catarina. Catarina é uma variedade híbrida desenvolvida em Santa Catarina pelo produtor Arcângelo em sua propriedade em Sombrio- SC. Ele obteve o cruzamento pela polinização da variedade Golden Israelense com a Orejona, obtendo assim um fruto grande e com uma cor muito bonita, externamente o fruto tem a cor avermelhada com a aparência da variedade Golden, levemente ovalada e pétalas curtas com casca muito fina (Figura 41).

Figura 41. Pitahaya da variedade Catarina do Brasil.

Variedade Pitahaya Vietnamese White. A variedade pitahaya Vietnamese White é uma variedade que produz frutos de 1 quilo a 1,2 quilos com aparência externa vermelha, com pequenas barbatanas verdes. A polpa interna é de cor branca brilhante, com textura firme com brix de 18 e suculenta. A Vietnamese White é uma variedade importada do Vietnã. Quando a polinização ocorre, aparecerá uma fruta colorida em forma de ovo com aletas verdes (Figura 42). Na verdade, o contraste dramático de cores entre o interior e o exterior é o que torna essa variedade tão popular entre os produtores e consumidores em todo o mundo. As hastes são tridimensionais com espinhas pequenas ao longo da costela.

Figura 42. Pitahaya da variedade Vietnamese White do Vietnam.


C a p í t u l o I | 67 Variedade Pink. Conhecida assim na região sul do Brasil. Pitahaya muito utilizada no Brasil para produção de polém para polinização cruzada com outras variedades/híbridos (Figura 43). No exterior é conhecida como Hylocereus Purpusii, no Japão como variedad Red Hybrid

Figura 43. Pitahaya da variedade Pink.

Vermelha do Pará. Conhecida por esse nome ou também por Roxa do Pará ou Costa Rica, essa variedade é possivelmente uma variedade hibrida natural que conseguiu se aclimatar muito bem na região norte do Brasil, é muito produtiva (Figura 44). O seu crescimento muito vigoroso causa rachaduras na casca, isso faz com que ela costume ser colhida um pouco antes do ponto ideal de maturação, lhe conferindo um teor baixo de sólidos solúveis, expresso em graus Brix, mas que não compromete o seu sabor. Também pela distância que a fruta precisa percorrer para chegar ao consumidor precisa ser colhida uns 3 dias antes do ponto ideal.

Figura 44. Pitahaya da variedade Vermelha do Pará.

Variedade Valdivia Roja. É uma variedade pitahaya com casca vermelha e polpa vermelha. A pele é fina com pequenas barbatanas verdes (Figura 45). Os cladódios têm espinhos de tamanho médio. Os cladódios podem tolerar o calor e o frio bastante bem, dando-lhe uma classificação de crescimento excelente. No entanto, é um produtor lento, como muitos Hylocereus ocamponis. Os resultados do teste de DNA mostram que ela está intimamente relacionada com a pitahaya da variedade El Grullo, boa resistência ao calor e frio, porem tem inconsistência na frutificação.


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Figura 45. Pitahaya da variedade Valdivia Roja do México.

Variedade El Grullo. Grande pitahaya de polpa vermelha com casca vermelha esverdeada, excelente qualidade, plantas grossas e pesadas, excepcional resistência ao frio e calor (Figura 46). Cresce bem no calor, mantem a mesma aparência ao longo do ano. Os cladódios possuem espinhos longos.

Figura 46. Pitahaya da variedade El Grullo do México.

Variedade American Beauty. É uma variedade obtida entre Hylocereus guatemalensis & undathus. Esta variedade de pitahaya é autopolinizadora e produz grande quantidade de frutos de um peso 450 g com uma cor da polpa rosado e textura suave (Figura 47). Ele também tem o sabor agradável correspondente a sua boa aparência. Quando a fruta é madura, é redonda e as aletas verdes profundas se misturam com a pele rosa, dando ao fruto um agradável gradiente verde a rosa. Teste de DNA mostrou que as variedades American Beauty e Bien Hoa Red são as mesmas. Bien Hoa Red produz frutos maiores. Tolerância para frio e calor médio, sofre um pouco no pleno sol.

Figura 47. Pitahaya da variedade American Beauty da Guatemala.


C a p í t u l o I | 69 Pitahaya Amarela Colombiana. A pitahaya Amarela Colombiana é uma variedade de pitahaya conhecida pelo gênero Selenicereus. Ela difere da cor de Hylocereus, tempo de colheita, e esta fruta tem espinhos que ocorrem na própria fruta. A fruta é pequena a média (Figura 48). Certamente é a mais doce e saborosa de todas as pitahayas. Esta variedade é conhecida por autopolinização. Tolerância para frio e baixo calor.

Figura 48. Pitahaya variedade Amarela Colombiana.

Segundo Pozo (2011), as flores de pitahaya da variedade Amarela têm formato tubular, ovário com lobo único, numerosos estames, brácteas totalmente verdes ou verdes com bordas vermelhas e pétalas brancas brilhantes. A flor pode atingir 40 cm de comprimento, só abre à noite, razão pela qual tem o apelido de "rainha da noite". Anderson (2001) indica que as flores são inicialmente sem fragrância, mas depois se tornam muito perfumadas. As flores, uma vez polinizadas, começam a secar e a ficar pendentes, dando origem à formação do fruto na base (POZO, 2011). Variedade Pitahaya Beby. Também conhecida de Pitahaya do Cerrado ou Saborosa, esta pitahaya é originária do cerrado brasileiro, ainda pouco explorada comercialmente tem um sabor bem doce, tem casca vermelha e os espinhos da fruta são removidos facilmente (Figura 49). Selenicereus setaceus é uma ampla variedade de cactos de diferentes espécies. As hastes da planta são de cor verde-oliva. Espinhos grossos e pequenos ocorrem ao longo da costela de cada haste. A fruta é pequena e pesa normalmente 226 a 340 gramas.

Figura 49. Pitahaya da variedade Beby pertence à espécie Selenicereus setaceus.


C a p í t u l o I | 70 VARIEDADES OU CLONES DE NICARÁGUA Na Nicarágua, existem cinco variedades ou clones identificados, estabelecidos a partir de clones selecionados da natureza (selvagens). A olho nu, notam-se diferenças perceptíveis nas características dos caules, na forma, na cor e no tamanho dos frutos, na espessura da casca e no grau de desenvolvimento das brácteas. Com base nessas características, os pesquisadores identificaram os seguintes clones: 'Rosa', 'Zebra', 'Orejona', 'Lisa' e 'Amarilla' (VAILLANT et al., 2005). Variedade Cebra. A variedade de pitahaya CEBRA vem do gênero Hylocereus e da espécie Hylocereus costaricensis. O caule deste clone é grosso e curto. Além dos vários espinhos, o cladódio possui em sua superfície listras brancas de aparência acinzentada, por isso é conhecida pelo nome de ‘Cebra’ ou Zebra em português. O revestimento cinzento na haste ajuda a proteger a planta do calor no verão e frio no horário de inverno. O fruto é ovalado (Figura 50) com polpa e casca vermelha de cor intensa quando maduro, atingindo pesos médios de 300 a 360 gramas. A fruta é muito saborosa tendo um bom sabor e doçura. É uma das cinco variedades conhecidas cultivadas comercialmente na Nicarágua. Nos últimos anos, observou-se que é um dos clones menos afetados por pragas e doenças.

Figura 50. Cladódio e fruta da variedade Cebra. INTA, 2002.


C a p í t u l o I | 71 Variedade Rosa. O caule é verde claro, suculento e alongado; os frutos são redondos (Figura 51), com peso médio de 450 a 500 gramas. Sua polpa é vermelha e casca rosa avermelhada com brácteas finas separadas e às vezes o fruto racha quando está maduro. A fruta é muito saborosa com uma relação agradável de doçura com acidez. O cladódio tem uma cor verde-acinzentada que possui vários espinhos. O revestimento cinzento na haste ajuda a proteger a planta do calor no verão e frio no horário de inverno.

Figura 51. Cladódio e fruta da variedade Rosa. INTA, 2002

Variedade Lisa. É uma planta de caule comprido e muito delgado, de cor verde pálido. O fruto é ovalado (Figura 52) e de polpa vermelha, sabor acima da média, tamanho, com peso que varia entre 400 a 450 gramas. A sua casca é de cor vermelha escura com poucas e grossas brácteas, sendo esta uma boa característica uma vez que resiste ao transporte. Este clone é pouco resistente a doenças, principalmente à bactéria (Erwinia carotovora Jones) que ocasiona grandes prejuízos se não forem tomadas medidas fitossanitárias de controle preventivo. É a variedade mais produtiva das pitahayas nicaraguenses, apresenta tolerância para frio e calor acima da média, e ótimo potencial comercial.


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Figura 52. Cladódio e fruta da variedade Lisa. INTA, 2002.

Variedade Orejona. Caules delgados e alongados, de cor verde escuro, com aproximadamente 40 cm a 50 cm de comprimento. Às vezes, os entrenós têm quatro bordas ou costelas. O cladódio tem uma cor verde acinzentada com vários espinhos de tamanho médio. O revestimento cinza no caule ajuda a proteger a planta do calor no verão e frio no inverno. A fruta é redonda (em forma de ovo) com pequenas barbatanas, completamente maduro pesa 350 a 400 gramas (Figura 53), tem polpa e casca vermelha escura e apresenta uma média de 37 brácteas, as quais são alongadas, duras e bastante resistentes à quebradura. Quando adulta essa variedade é precoce e produtiva. É um clone que produz excelentes frutos, bons para o mercado interno e externo.


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Figura 53. Cladódio e fruta da variedade Orejona. INTA, 2002.

Variedade Amarela. É uma planta que apresenta caules suculentos de cor verde intenso e espinhos de cor cremoso na extremidade apical. Seu fruto é arredondado, a parte externa é de cor amarela (quando maduro), polpa branca e com numerosas sementes pretas, com sabor agridoce (mescla ácido e doce), com peso médio de 400 a 480 gramas e alcança até 19 grau Brix (Figura 54).

Figura 54. Cladódio e fruta da variedade Amarela. INTA, 2002.


C a p í t u l o I | 74 COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO FRUTO DA PITAHAYA A parte comestível do fruto é constituída pelo mesocarpo, que apresenta textura mucilaginosa com milhares de pequenas sementes macias distribuídas homogeneamente pela polpa. A polpa do fruto representa de 60 a 80% do peso do fruto maduro na maioria das espécies de Hylocereus spp. (NERD et al., 1999; VAILLANT et al. 2005). A produção de sumo sem sementes é muito menor, representando apenas 55% em alguns cultivares de pitahaias. O mesocarpo contém 82–88% de água com um teor típico de sólidos solúveis totais entre 7 e 11 g.L–1 em frutos maduros (NERD et al., 1999; STINTZING et al., 2003; VAILLANT et al. 2005). As espécies Hylocereus spp com polpa branca apresentam maiores teores de sólidos solúveis do que aquelas com frutos de polpa vermelha (WU; CHEN, 1997), e a distribuição dos sólidos solúveis na polpa do fruto não é homogênea, sendo a parte central mais rica em açúcares do que a periférica. Os sólidos solúveis consistem principalmente de açúcares redutores, e mais especificamente glicose e frutose, com teores variando de 30 a 55 g.L–1 e 4 a 20 g.L–1, respectivamente, dependendo da variedade cultivada (Tabela 7). Usando métodos de HPLC para a determinação de açúcares, Stintzing et al. (2003) e Vaillant et al. (2005) não detectaram a presença de sacarose, mas, usando métodos enzimáticos, Wu e Chen (1997) descobriram que a sacarose é responsável por 2,8 a 7,5% dos açúcares totais. Tabela 7. Principais características físico-químicas de Hylocereus sp. Componentes Le Bellec, 2003 Valor de pH Matéria seca (%) Total de ácido titulável (g.L-1) Total de sólido solúvel (ºBrix) 3,05** \ 5,7* Teor de proteína (g.L -1) 1,2* \ 1,25** Lipídio (g.L-1) 1,17*\ 1,43** Glicose (g.L-1) Frutose (g.L-1) Potássio (g.L-1) Sódio (mg.L-1) Magnésio (mg.L-1) Cálcio (mg.L -1) Ácido L-ascórbico (mg.L-1) Energia (kcal. 100g-1) 37,9* \ 41,7** OBS: * H. undatus e **H. Costaricensis.

Segundo os autores Stintzing et al., 2003 4,4 - 4,6 3,3 – 3,4 0,3 – 0,4 46* \ 55** 18* \ 19** 3,2** \ 4* 33* \ 733** 265* \ 312** 23** \ 30* -

Vaillant et al., 2005 4,3 – 4,7 12 ± 1 2,4 – 2,5 7,1 – 10,7 30 -54 4 - 71 11 ± 0,5 -


C a p í t u l o I | 75 A acidez da polpa é geralmente baixa, entre 2,4 e 3,4 g.L–1, o que resulta em uma alta proporção de açúcar para ácido, dando uma qualidade sensorial ruim quando o sumo é consumido

de

forma

isolado.

Tradicionalmente,

a

qualidade

sensorial

é

consideravelmente melhorada pela mistura do sumo da pitahaya puro com um sumo da fruta mais ácido; limão, por exemplo. Os principais ácidos orgânicos presentes no sumo da pitahaya são o ácido cítrico e o ácido L-láctico (STINTZING et al., 2003). O teor de proteína varia consideravelmente de 0,3 a 1,5%, dependendo dos autores citados na Tabela 7. Essas diferenças podem ser devidas às metodologias aplicadas ou à possível interferência da betalaína, o pigmento contendo nitrogênio responsável pela cor vermelha. O principal aminoácido presente no sumo da pitahaya parece ser a prolina, com um teor significativamente alto de 1,1 a 1,6 g.L–1 do sumo (STINTZING et al., 2001; STINTZING et al., 2003). O teor mineral é relativamente alto com potássio, o íon mais prevalente, seguido por magnésio e cálcio (Tabela 7). As espécies de Hylocereus spp parecem ser surpreendentemente pobres em vitamina C com menos de 11 mg.L–1, enquanto outras espécies de cactos, por exemplo, figo da Índia, têm um teor de vitamina C muito mais alto comparável ao dos cítricos. Outras vitaminas podem estar presentes, mas não foram relatadas. Outros micronutrientes parecem estar presentes em maiores quantidades na pitahaya, especialmente nas espécies com polpa vermelho-púrpura (mesocarpo). A cor vermelha se deve à presença de betalaínas, pigmentos que substituem as antocianinas nas frutíferas pertencentes à maioria das famílias Caryophyllales (STINTZING et al., 2003; STRACK; VOGT, 2003). As betalaínas são pigmentos solúveis em água que compreendem betacianina púrpura e betaxantinas amarelas e eles são um conjugado de immonium de ácido betalâmico com ciclo-dopa e aminoácidos ou aminas, respectivamente (STRACK et al., 2003). Em contraste com a beterraba vermelha e outros frutos do cacto, a pitahaya vermelho-púrpura (Hylocereus polyrhizus) é uma fonte pura de betacianina, já que as betaxantinas estão totalmente ausentes (STINTZING et al., 2002), o que explica o brilho profundo da cor vermelho-púrpura do mesocarpo. Pelo menos dez compostos de betacianina foram identificados em pitahaya Hylocereus polyrhizus, mas todos os pigmentos exibem a mesma cor vermelha com um pico de absorvância em torno de 536 nm (STINTZING et al., 2002). As betalaínas são de interesse comercial não apenas para corantes alimentares, mas também por suas propriedades antioxidantes para proteção contra certos distúrbios relacionados ao estresse oxidativo (STINTZING et al., 2003;


C a p í t u l o I | 76 STRACK et al., 2003). O sumo de pitahaya possui alta atividade antirradical (cerca de 10 μmol equivalente Trolox (6-hydroxy-2,5,7,8-tetramethylchroman-2-carboxylic acid) avaliado pelo método ORAC (Oxygen Radical Absorbance Capacity) com fluoresceína, valor muito semelhante ao da beterraba; VAILLANT et al. 2005). A pitahaya também pode conter outros compostos fenólicos (6 a 7,5 μmol equivalente do ácido gálico.g–1), mas a sua caracterização ainda não foi relatada. Os polissacarídeos presentes no mesocarpo da pitahaya ainda não foram caracterizados. Eles são responsáveis pela textura mucilaginosa e pela viscosidade do sumo. Estima-se que os polissacarídeos podem representar cerca de 1% do peso do mesocarpo sem sementes, e que são principalmente hemiceluloses e, em proporção bem menor, celulose e pectina.

PROPAGAÇÃO Diversos fatores influenciam o método de propagação de pitahaya, como genótipo, condições fisiológicas da planta-matriz, tipo de estaca e condições ambientais (FACHINELLO et al., 2005; FRANCO et al., 2007). A pitahaya pode ser propagada tanto por via sexuada quanto por via vegetativa, sendo que este primeiro método (via sementes) se restringe a trabalhos de melhoramento por apresentar variabilidade genética, gerando desuniformidade, crescimento inicial lento e requer maior período de tempo para início de produção, o que não é desejado em cultivos comerciais. Portanto, a propagação seminífera não é desejada em cultivos comerciais, pois é economicamente inviável (SILVA, 2005; SILVA, 2014). É bom destacar que a propagação é um conjunto de práticas destinadas a perpetuar as espécies pelos métodos sexuais e assexuais. Seu objetivo é aumentar o número de indivíduos e, de preferência, garantir a manutenção das características agronômicas desejáveis essenciais das cultivares (FACHINELLO et al., 2005). Portanto, quando se deseja multiplicar uma planta de forma a manter suas características, deve-se utilizar a propagação por via vegetativa, sendo a estaquia e a enxertia (Figura 55) as formas mais utilizadas. Também pode ser realizada a propagação “in vitro”, sendo indicado em ocasiões quando o material vegetativo que se deseja multiplicar é muito escasso e de grande importância, uma vez que é um método relativamente caro e que necessita de uma estrutura especializada, podendo ser um método útil para a conservação


C a p í t u l o I | 77 de germoplasma. Vários autores relatam que é possível a propagação “in vitro”, com sucesso, de Hypocereus undatus (MOHAMED-YASSEN, 2002; DAHANAYAKE; RANAWAKE, 2011), Hypocereus polyrhizus (KARI et al., 2010), Hypocereus costaricensis (VIÑAS et al., 2012) e Selenicereus megalanthus (PELAH et al., 2002; CREUCÍ et al., 2011).

Figura 55. Enxertia do tipo inglês simples com amarrio com arame e proteção com parafilme. a) preparo do garfo e do porta-enxerto; b) amarrio com arame; c) detalhe do amarrio; d) vista lateral da enxertia; e) proteção da enxertia com parafilme; f) vista lateral da enxertia após o amarrio e a proteção. Após a enxertia as plantas foram mantidas em condições de telado, com 50% de sombreamento. FCAV, UNESP, Jaboticabal, 2014. Fotos: Adriana C. C. Silva.

A propagação da pitahaya é comumente realizada por meio de estacas, por ser uma forma rápida e barata de propagação (Figura 56), utilizando-se, muitas vezes, materiais residuais da poda. Geralmente, os próprios produtores realizam a multiplicação de suas plantas quando desejam aumentar a área de cultivo, selecionando materiais de plantas que apresentem as características desejadas.


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Figura 56. Propagação por estaquia ou estaca da planta de pitahaya. Fotos: Almeida et al (2016) e Arquivo do projeto Pitaya da Serra.

As plantas oriundas de estacam iniciam o florescimento entre um e dois anos após o plantio. Além da precocidade na produção, a propagação por estaquia é a forma mais prática para a obtenção de pomares uniformes, devido à manutenção das características fenológicas e de qualidade de frutos, necessárias para facilitar o mercado (GUNASENA et al., 2007). Para a estaquia, podem ser utilizados cladódios inteiros (GUNASENA et al., 2007) ou segmentos (SILVA et al., 2006; BASTOS et al., 2006, CAVALLARI et al., 2008; MARQUES et al., 2011b), utilizados quando a quantidade de material vegetativo é escassa, não sendo necessária a prévia cura do material vegetativo (ANDRADE et al., 2007) nem a aplicação de reguladores vegetais exógenos para o sucesso do enraizamento (SANTOS et al., 2010). Recomenda-se que a estaquia seja realizada a um centímetro de profundidade (MARQUES et al., 2012a). Marques et al. (2011b) avaliaram diferentes comprimentos (5, 10, 15, 20, 25 cm) de cladódios no enraizamento de pitahaya (Hylocereus undatus) e concluíram que os cladódios de 15 a 25 cm são favoráveis para o enraizamento e formação de plantas. Já Bastos et al. (2006), relatam que cladódios de 25,0 cm de comprimento foram os mais promissores para a produção de plantas. De maneira geral, observou-se que as estacas formadas de cladódios a partir de 15 cm são aptas à propagação por estaquia de pitahaya vermelha, por apresentarem 100% de enraizamento, proporcionaram a formação de sistema radicular com maior massa e maior comprimento de raízes (Figura 57). É importante destacar que as pitahayas propagadas vegetativamente, por meio de estacas,


C a p í t u l o I | 79 apenas desenvolvem raízes adventícias, que são originadas da região do periciclo e se dirigem a epiderme, passando pelo córtex (CAVALCANTE, 2008).

Figura 57. Cladódios enraizados de pitahaya vermelha por estacas (Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose) de diferentes tamanhos (5; 10; 15; 20 e 25 cm). Foto: MARQUES et al. (2011).

Na propagação via estaquia em pitahaya, deve-se atentar ao teor de umidade do substrato e a profundidade de plantio das estacas, pois, esses são fatores que influenciam diretamente no processo de enraizamento (LIMA, 2013). O substrato é um dos principais fatores que interferem na formação de mudas, pois deve garantir o desenvolvimento e manutenção do sistema radicular, estabilidade da planta e suprimento de água, nutrientes e oxigênio (NASCIMENTO, 2011). Para Fachinello et al. (2005), substrato é qualquer material usado como base para o desenvolvimento de uma planta até sua transferência para o viveiro ou área de produção. Não funciona apenas como suporte físico, mas também como fornecedor de nutrientes para a muda em formação.


C a p í t u l o I | 80 Um substrato adequado deve apresentar características físicas e químicas que proporcionem boas condições para o enraizamento das estacas e crescimento das mudas, além de fácil disponibilidade de aquisição e baixo custo (SANTOS et al., 2010b; SILVA, 2014). Além disso, deve ser poroso para facilitar a drenagem e a aeração, apresentar boa sanidade, baixa salinidade e boa disponibilidade de nutrientes (FREITAS et al., 2011). Proporciona-se assim, ótimas condições para o desenvolvimento das mudas, a fim de que este desempenho seja refletido no campo (BEZERRA et al., 2009). A escolha pelo tipo de substrato é importante tanto para a propagação vegetativa quanto por sementes, e constitui um dos fatores de maior influência no enraizamento de estacas, pois, além de sustentá-las durante o enraizamento, mantém a base úmida, protegida da luz e devidamente aerada (SCHÄFFER et al., 2005). Os substratos variam na composição e estrutura, e considerando que as espécies vegetais possuem necessidades comportamentais e nutricionais específicas, o melhor substrato a ser utilizado varia de acordo com cada espécie. Em determinados casos, substratos diferentes são indicados para uma mesma espécie, porém, em fases diferentes do desenvolvimento da cultura (FACHINELLO et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2006). Conforme Le Bellec et al. (2006), o substrato ideal para o enraizamento vai depender da espécie, do tipo de estaca, da época, do sistema de propagação, do custo e da disponibilidade de seus componentes. O sistema radicular da pitahaya é fasciculado e, portanto, absorve rapidamente pequenos teores de elementos no solo. O uso de substratos regionais ou formulados com componentes regionais é uma medida que reduz os custos de produção. Restos de vegetais, casca de arroz carbonizada e pó da casca de coco são alguns exemplos (NASCIMENTO, 2011). Diversos substratos são utilizados para o enraizamento da pitahaya. Para Santos et al. (2010a), a mistura de areia e esterco bovino curtido proporciona mudas mais vigorosas e de boa qualidade, com grande acúmulo de fitomassa na parte aérea e no sistema radicular de pitahaya. Já para Galvão (2015), a utilização de areia como substrato promove maior enraizamento das mudas, assim como para Santos et al. (2010a), substratos com a presença de areia são os mais adequados para a formação de mudas vigorosas e de boa qualidade. Em estudo de avaliação do efeito de diferentes substratos no crescimento de mudas de pitahaya (Hylocereus polyrhizus (Weber) Britton & Rose), e utilizando os tubetes


C a p í t u l o I | 81 preenchidos com os seguintes substratos: S1: casca de arroz carbonizada, vermiculita e vermicomposto (5:3:2 v/v); S2: casca de arroz carbonizada, pó da casca do coco-verde e vermicomposto (5:3:2 v/v); S3: casca de arroz carbonizada, areia fina e vermicomposto (5:3:2 v/v); S4: casca de arroz carbonizada, solo hidromórfico e vermicomposto (5:3:2 v/v) (Figura 58), Correia et al. (2016) verificaram, após 120 dias do plantio das mudas, que o substrato mais adequado para o crescimento de mudas de pitahaya em tubetes é o formulado com casca de arroz carbonizada, vermiculita e vermicomposto na proporção 5:3:2 v/v.

Figura 58. Agregação das raízes ao substrato e formação de raízes em mudas de pitahaya (Hylocereus polyrhizus) crescidas em diferentes substratos aos 120 dias após o plantio. Fortaleza, CE, 2014. Barra = 1 cm. Fotos: João Paulo Saraiva Morais (2016).

O substrato satisfatório para propagação de pitahaya é aquele que possui boa aeração, fornece oxigênio, consegue suprir a muda em nutrientes e água, favorece sua sustentação e tem uma boa sanidade. Além disso, é importante que seja de baixo custo. Esses requisitos são recomendáveis para obtenção de mudas mais vigorosas, saudáveis e quando forem levadas ao campo, possam se adaptar mais rapidamente, tendo bom desenvolvimento das plantas, para que, futuramente, tenham uma boa produção e longevidade.


C a p í t u l o I | 82 MICROPROPAGAÇÃO Para a espécie Selenicereus megalanthus apenas os trabalhos de Infante (1992) e Pelah et al. (2002) orientados à diferenciação de calos e, mais recentemente, os de Caetano Nunes et al. (2014). Esses autores desenvolveram um protocolo de regeneração “in vitro”, via organogênese indireta em pitahaya amarela, a partir de meristemas axilares (aréolas), onde o TDZ (Thidiazuron) na concentração de 300 μM apresentou maior eficiência na indução de calo compacto, e maior número de brotos formados por ponto de regeneração. Entretanto, em trabalho de avaliação do potencial organogênico de folhas cotiledonares e fragmentos de cladódios de pitahaya amarela (Selenicereus megalanthus), em meio de cultura MS suplementado com auxinas e citocininas, em comparação com Hylocereus polyrhizus, Román et al. (2014) chegaram as seguintes conclusões: -A fase de estabelecimento de pitahayas amarela e vermelha em condições “in vitro” foi alcançada utilizando-se como explantes folhas cotiledonares e fragmentos de cladódios provenientes de plântulas obtidas a partir da germinação de semente sexuada com idade média de 20 dias como explantes, as quais foram cultivadas em meio MS suplementado com BAP 2 mg / lt e cinetina 2 mg / lt. O desenvolvimento das novas plântulas enraizadas ocorreu pela via da organogênese somática, em um prazo de 30 dias (Figura 59).

Figura 59. Tipos de explantes empregados no estabelecimento de vitroplantes de pitahaya. a. Pântulas. b. Folhas de cotilédones e fragmentos de cladódio. c. Fragmentação de cladódios para obtenção de explantes na fase de multiplicação (segmento apical, ou superior, segmento intermediário e segmento basal, ou inferior). d. Vitroplantas de pitahaya amarela em fase de estabelecimento, formação de raízes e brotações a partir da folha cotiledonar. Fotos: Román et al. (2014).


C a p í t u l o I | 83 -A multiplicação a partir de segmentos apicais e intermediários produziu em um prazo de 30 dias, em média, 5 a 9 brotações, nos meios de cultura M3, M1 e M5. -Nos meios de cultivo M3 (100% MS adicionado com BA 2 mg/l e Cinetina 2 mg/l) e M5 (BA 0,1 mg/l + ANA 3 mg/l) a partir do explante apical, os brotos desenvolveram um comprimento médio de 4,6 cm para pitahaya vermelha e 3,0 cm para pitahaya amarela. -No meio M4 suplementado com ANA (4,0 μM), apresentou-se o maior percentual de calos (98%), que são descritas por suas características externas, principalmente consistência e cor, como friáveis, compactas, brancas e clorofílicas. Os calos desenvolveram-se na base do explante e na maioria dos pontos vegetativos dos cladódios (aréolas) a partir de explantes basais do filocladódio. Nos demais meios, principalmente nos meios M1 e M5, também se formaram calos, mas em menor proporção (20%). -Ao contrário do que foi constatado em outras investigações, neste ensaio o estabelecimento, a multiplicação e o enraizamento foram realizados com o mesmo meio de cultura, o que reduz tempo, custos e risco de perda de material. -Na etapa de climatização das vitroplantas com uma idade média de 60 dias, foram observadas diferenças no peso das plântulas, no número e comprimento dos brotos emitidos e no comprimento das raízes, dependendo do substrato avaliado. Os ambientes com um umidade relativa de 100% favoreceram o aumento de peso e a brotação. Nos substratos areia, solo e mistura (areia: solo: turfa -v/v) as plântulas alcançaram maior brotação; as raízes mais longas desenvolveram-se em areia e vermiculita. Em todos os substratos, a sobrevivência foi de 100%.

CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS Requerimentos ambientais Temperatura: As pitahayas crescem bem em climas tropicais e subtropicais, principalmente em regiões livres de geadas. As estimativas iniciais de áreas nativas sugerem que as temperaturas ideais para o crescimento são de 18 °C a 25 °C. Segundo INTA (2002), a faixa de temperatura a que se adapta a pitahaya varia entre 28 oC e 30 oC, sendo a temperatura ótima de 29 oC. Elas toleram climas frios ou quentes, desde que as temperaturas não excedam 38 °C, podendo sobreviverem em climas muito quentes, com temperaturas de até 38–40 °C (BARBEAU, 1990); entretanto, em algumas espécies,


C a p í t u l o I | 84 temperaturas abaixo de 12 °C podem causar necrose dos caules (ERWIN, 1996). Para Hylocereus undatus, temperaturas abaixo de -2,5 ºC e acima de 45 ºC são limitantes, causando a morte das plantas (NOBEL et al., 2002). As pitahayas podem ser danificadas pela exposição a temperaturas abaixo de zero (-2 ° C) de longa duração. No entanto, elas se recuperam rapidamente de lesões leves de congelamento. O desenvolvimento da espécie é melhor quando cultivadas em condições de temperaturas médias diurnas de 30 ºC e noturnas de 20 ºC (NOBEL; DE LA BARRERA, 2002). Altas temperaturas também afetam a produção de flores. Nerd et al. (2002a) observaram que a temperatura média de 39 ºC reduziu de 15 a 20% a quantidade de flores de Hylocereus undatus. Luz: É uma planta que precisa crescer em plena exposição solar, pois a luz é essencial para o desenvolvimento dos processos fisiológicos. As pitahayas podem ser prejudicadas pela luz solar extrema e toleram alguma sombra, apesar de ser uma cultura de plena luz do sol em seus países nativos (habitats). Mesmo que as espécies de Hylocereus spp sejam semiepífitas e, consequentemente, prefiram normalmente crescer na meia-sombra (condições fornecidas na natureza pelas árvores), certas espécies podem crescer perfeitamente bem ao sol (Hylocereus undatus, Hylocereus costaricensis e Hylocereus purpusii, por exemplo). Ou seja, a pitahaya necessita de luz forte para seu crescimento. Normalmente são necessários 8.000 lux (pitahaya amarela Selenicereus magalanthus, requer sombreamento de 40% a 60%) a 12.000 lux (pitahaya vermelha Hylocereus spp, 20% a 40% de sombreamento. É importante salientar que a pitahaya é um tipo de cacto que pode crescer com aproximadamente 2.000 lux. Mas com apenas 2.000 lux, a pitahaya não pode florescer para produzir frutos. No entanto, sol muito quente e água insuficiente podem causar queimaduras dos caules. No deserto de Neguev, em Israel, as condições mais favoráveis para o crescimento e produção de frutos foram 30% de sombra para Hylocereus polyrhizus (RAVEH et al., 1998). Nas Índias Ocidentais Francesas (Guadalupe e Saint-Martin), o cultivo de Hylocereus trigonus só é possível com cerca de 50% de sombra. O excesso de água resulta sistematicamente na abscisão de flores e frutos jovens (BARBEAU, 1990; LE BELLEC; RENARD, 1997). Graves danos ao caule foram relatados por queimaduras solares em algumas regiões de cultivo com baixa umidade ou alta altitude (Figura 60). Cerca de 30% de sombreamento é recomendado durante os primeiros 3 a 4 meses após o plantio e onde a insolação está em níveis prejudiciais. No entanto, muita sombra resulta em baixa produção e frutas de baixa qualidade.


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Figura 60. Queimadura de caule de Hylocereus hybridum começando a apodrecer por incidência de radiação solar direta. Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).

Altura: O pitahaya cresce adequadamente desde o nível do mar até 800 metros acima do nível do mar, mas também em altitudes de até 2.750 m acima do nível do mar (DE DIOS, 2004). Precipitação: Durante a floração requer chuvas moderadas, chuvas intensas causam a queda das flores. A precipitação ideal é considerada entre 500 e 700 mm.ano -1. Entretanto, a robustez das espécies de Hylocereus spp permite-lhes prosperar em diferentes condições ecológicas. Por exemplo, no México, os cactos trepadeiras são encontrados em regiões muito chuvosas de 340 a 3.500 mm.ano– 1 (DE DIOS, 2004). Quando mantida em condições de seca por seis semanas, a espécie Hylocereus undatus é capaz de reverter condições de firmeza dos ramos e comprimento de células, reduzidos durante a seca, em apenas sete dias após a reumidificação. Esta rápida reidratação, cinco vezes mais rápida que a desidratação dos cladódios, aparentemente reflete em uma maior habilidade na capacidade de absorção de água pelas raízes, uma vez que cada segmento de cladódio pode desenvolver raízes adventícias, atuando como unidades individuais de absorção (NOBEL, 2006).


C a p í t u l o I | 86 Vento: Essas plantas, pela sua rusticidade, suportam ventos fortes. No seu local de origem, em diferentes épocas do ano podem ocorrer ventos fortes ou furacões que podem causar danos às estruturas sobre as quais estão apoiados (tutores) e, consequentemente, danificar as plantas. Além disso, na época de floração, ventos fortes acompanhados de baixa umidade relativa afetam o processo de fertilização e de pegamento dos frutos, pois reduzem a receptividade do estigma e a viabilidade do pólen. Fotoperiodismo. A pitahaya é considerada plantas de dias longos, sendo que o fotoperíodismo influencia na formação de gemas floríferas (JIANG et al., 2012). No hemisfério Sul, o florescimento se dá de Novembro a Abril enquanto, no hemisfério Norte, ocorre de Maio a Outubro. Jiang et al. (2012) afirmam ser possível a produção fora de época da pitahaya vermelha (Hylocereus spp.) utilizando-se a interrupção do período de escuro com iluminação complementar, sendo que a duração da iluminação complementar varia com a época de indução, juntamente com a temperatura. O fotoperíodismo crítico para a cultura parece ser de doze horas. A temperatura parece estar diretamente relacionada ao fotoperíodismo uma vez que resultados de indução de florescimento com extensão do fotoperíodismo não mostraram resultados positivos em Israel (KHAIMOV; MIZRAHI, 2006), onde as temperaturas durante o período indutório de florescimento foram menores. Condições edáficas As espécies de Hylocereus spp podem se adaptar a diferentes tipos de solo bem drenado (BARBEAU, 1990; BÁRCENAS, 1994; N’GUYEN, 1996). Ou seja, os solos adequados para cultivo devem ter boa drenagem, com boa disponibilidade de umidade. Solos argilosos e arenosos são os melhores. A profundidade efetiva do solo deve ser de 50 cm ou mais, para facilitar o bom desenvolvimento das raízes. O pH preferido pela pitahaya é o de solos levemente ácidos com variações de 5,5 a 6,5 (ASISTENCIA AGROEMPRESARIAL AGRIBUSINESS, 1992). Algumas referências classificam-os de moderados a altamente tolerantes a sais. O solo deve ter um alto teor de matéria orgânica para o ótimo desenvolvimento da pitahaya (INSTITUTO COLOMBIANO AGROPECUARIO, 2012).


C a p í t u l o I | 87 SISTEMA DE PRODUÇÃO O cultivo da pitahaya está atualmente concentrado nas mãos de pequenos, médios e grandes produtores, que desenvolveram suas próprias tecnologias de produção. O material de propagação é do tipo vegetativo (cladódios), geralmente esse material não é semeado no viveiro no Equador, mas diretamente no campo. Os produtores ainda não padronizaram o comprimento do cladódio, pois o mesmo pode medir entre 0,60 cm a 1,20 m (INIAP, 2016).

ESCOLHA DA ÁREA A pitahaya prefere solos franco-arenosos e bem drenados para o seu desenvolvimento. Devem-se evitar os solos pesados ou argilosos, porque se encharcam facilmente quando chove ou racham na estação seca (movimentos de dilatação e retração). Recomenda-se plantar a pitahaya em terreno que esteja limpo de pedras e de plantas daninhas (exemplo, da tiririca) que possam competir com o crescimento das raízes de sua planta.

ANÁLISE DE SOLO E CALAGEM O objetivo da amostragem é caracterizar a fertilidade de uma área ou gleba de grande dimensão, por meio da determinação das quantidades de nutrientes e outros elementos presentes, através de uma pequena fração de terra. Com relação à habilidade do operador que vai retirar a amostra, o ideal é que ele seja capaz de tomar pequenos, suficientes e iguais volumes de solo em cada ponto de amostragem. A pá de corte ou trado deve ser de aço inoxidável, para evitar contaminações principalmente de micronutrientes. Cada amostra composta representará as características químicas de cada talhão, portanto deve-se ter o cuidado de coletar as amostras simples, procurando cobrir a totalidade do talhão. Recomenda-se fazer a coleta caminhando em ziguezague. Para a amostragem de solo são necessários os seguintes materiais: trados ou com pá de corte, balde plástico e saco plástico. O trado torna a operação mais fácil e rápida. Além disso, ele permite a retirada da amostra na profundidade correta e da mesma quantidade de terra de todos os pontos amostrados. Na Figura 61 estão representados os tipos de ferramentas que podem ser utilizadas na amostragem de solo.


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Figura 61. Ferramentas que podem ser utilizadas na amostragem de solo. Fonte: Agrolink (2011).

A pesquisa já demonstrou que quanto maior o número de amostras simples tomadas para compor uma amostra composta, maior é a possibilidade de se ter uma amostra representativa (Figura 62). O número no qual o erro amostral é bastante reduzido é de 20 amostras simples compondo uma amostra composta. Em cada ponto, retirar os detritos na superfície do solo. Devem-se evitar pontos próximos a cupins, formigueiros, casas, estradas, currais, estrume de animais, depósitos de adubo, calcário ou manchas de solo. Essas subamostras devem ser armazenadas em balde plástico e, ao final da coleta, serem homogeneizadas, gerando uma única amostra de um quilo. Em seguida, deve-se secar o solo, armazená-lo em saco plástico ou caixa de papelão, identificar corretamente a embalagem e enviá-la para laboratório de confiança.


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Figura 62. a) Abertura da cova em forma de V; b) Corte de uma lâmina de solos de 2 a 3 cm; e c) Disposição dos pontos de amostragem de solos em forma de ziguezague.

No caso de área homogênea, tomam-se amostras em 10 a 12 pontos bem distribuídos, limpando-se em cada local a superfície do terreno, retirando-se as folhagens, resíduos orgânicos, etc, sem, contudo, raspar a terra. As amostras simples deverão ser reunidas em um balde limpo e bem misturadas, formando uma amostra composta. Retirar aproximadamente 500 g de terra, transferir para saco plástico sem uso, identificar pelo número correspondente da área (talhão) e especificar informações complementares (profundidade, entrelinha, etc). Devem-se separar as amostras coletadas das partes altas, médias e baixas do terreno. O tamanho da gleba homogênea não deve ser muito grande em geral de 3 a 5 hectares. A análise de solo é uma ferramenta básica para recomendações de calagem. Sua aplicação tem sido reconhecida como uma das principais técnicas na agricultura para controlar a acidez dos solos, reduzir os níveis de Al+3 e atuar como fonte de Ca+2 e Mg+2 para as culturas agrícolas. É importante ressaltar que a pesquisa orienta que a aplicação do calcário, se for necessária, deverá ser feita dois meses antes do plantio, para que o calcário tenha produzido a correção pretendida ou a disponibilização de Ca e Mg na quantidade esperada. Contudo, mesmo que não dê para aplicar calcário com a antecedência recomendada, apurando-se a necessidade de calagem através da análise de solo, deve-se fazer a calagem a qualquer tempo, pois os efeitos benéficos da calagem serão alcançados no decorrer do desenvolvimento da cultura. O produtor pode também realizar uma calagem na cova de plantio. O calcário na cova de plantio tem efeito localizado e contribui de forma mais significativa para o crescimento radicular em profundidade. Sua utilização baseia-se em critérios agronômicos bem


C a p í t u l o I | 90 consolidados e não deve ser feita sem prévia análise de solo. Vale lembrar que a falta ou excesso de calcário podem prejudicar a nutrição das plantas.

PREPARAÇÃO DO SOLO Antes de preparar o terreno e estabelecer a pitahaya, os seguintes fatores devem ser levados em consideração: hábito de crescimento, período produtivo, peso da planta, altura da planta em plena produção, durabilidade e tipos de tutores a serem utilizados, espaçamento, tratos culturais e o destino de frutas. Para a preparação do terreno, efetuam a mecanização geral do lote e a construção de drenos principais e secundários. No preparo do solo deve-se tomar cuidado para não se arrastar a camada fértil. Recomendam-se fazer duas arações profundas (geralmente são suficientes), seguidas de duas gradagens. Nesta ocasião, e de acordo com os resultados da análise de solo, devem ser feitas as aplicações parceladas de calcário e adubação fosfatada em área total. Sulcador - Em solos argilosos e arenosos, o sulco deve ser aberto em função do espaçamento escolhido entre fileiras de plantio de 4 m (BIDERBOST, 2016), e em solos pesados, recomenda-se preparar os leirões de 2 m a 3 m de largura (Figuras 63 e 64).

Figura 63. Suqueando para plantio da pitahaya. Foto: Oliveira F. T., 2008.


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Figura 64. Pantio de pitahaya em leirões. Fotos: TopTropicals.com (INIAP) e Antonio Carlos Pombal.

A preparação da terra deve ser feita um mês antes do plantio e inclui também as seguintes atividades laborais: retirada de cladódios da planta mãe, preparação de estacas e coveamento nos locais de implantação dos tutores.

TUTORAMENTO DA PLANTA DE PITAHAYA As pitahaya são plantas semiepífitas, que rastejam, sobem e se prendem naturalmente a qualquer suporte natural ou artificial que encontram (árvores, postes de madeira ou cimento, paredes de pedra, etc.) graças às suas raízes aéreas (RONDÓN, 1998; LUDERS, 1999). Não se recomenda o seu cultivo no solo de forma horizontal (plano), em primeiro lugar porque dificulta o cultivo (polinização, colheita, etc.), em segundo lugar porque o


C a p í t u l o I | 92 contato com o solo provoca danos nas plantas (LE BELLEC, 2003). A pitahaya é, portanto, melhor cultivada em suportes vivos ou mortos (BARBEAU, 1990; DE DIOS; CASTILLO MARTINEZ, 2000). Quanto à escolha do tipo de tutor a ser utilizado, deve-se levar em conta a vida útil da pitahaya, que pode ser superior a vinte anos, o custo e a manutenção exigida pelo tutor, além de que o mesmo deve ser forte o suficiente para aguentar a grande massa verde produzida pela cultura.

A) Tipos de tutores. Os tutores podem ser de dois tipos: vivos ou mortos. A1.Tutores vivos. Os tutores vivos são estacas de árvores que possuem características adequadas, para servir de suporte e facilitar o desenvolvimento e escoramento da planta pitahaya. Suas principais características são: -Capacidade de enraizamento em pouco tempo. -Cresce com facilidade e em poucos anos. -Casca macia e esponjosa, para que as raízes adventícias da pitahaya adiram com certa facilidade. -Tolerância ao ataque de pragas e doenças. -Não ser hospedeiro de pragas e doenças que atacam a pitahaya. No México são utilizados principalmente tutores vivos, aproveitando-se a vegetação préexistente, principalmente para pequenas áreas de plantio de pitahaya. É importante salientar que, no caso do uso de tutores vivos, deve-se levar em conta a mão de obra necessária para a manutenção das plantas, para as podas de condução e de abertura da copa, de modo a permitir um dossel de luz adequado às plantas de pitahaya. Geralmente, as plantas são podadas entre o fim do verão e início do outono, quando a radiação fotossintética é menor. A vantagem do uso desse tipo de tutor é que não há necessidade do uso de cobertura para sombreamento das plantas, além de ser possível seu aproveitamento em sistemas agroflorestais (SAF). Como foram abordados anteriormente, os tutores vivos devem ser podados com frequência (Figura 65), para evitar que os galhos compitam pela luz do sol com a pitahaya.


C a p í t u l o I | 93 Segundo Cardozo et al. (2013), os tipos de tutores utilizados na cultura da pitahaya correspondem às seguintes espécies: Gliricídia (Gliricidia sepium); Mulungu do Alto (Erithrina poepigiana); Ciriguela (Spondias purpúrea); Leucena (Leucaena spp.); Cajá (Spondias monbin); Árvore boca de leão (Gmelina arbórea). Também conhecida como Gamelina ou Guimelina.

Figura 65. Exemplo de tutor vivo individual para pitahaya. Fonte: Procomer – Costa Rica Exporta.

A2.Tutores mortos. Como tutores mortos podem ser utilizados vários tipos de tutores desde postes de concreto, troncos de árvore secos, aglomerados de pedra individuais, paredes de pedra, etc.; sendo que o tronco de gliricídia é mais usado na prática (CARDOZO et al., 2013). Ao usar tutor morto, é recomendado retutorar quantas vezes forem necessárias, para evitar que a muda de pitahaya caia no chão. A continuação, algumas características que um bom tutor morto deve apresentar: -Deve ter vida útil igual ou superior à vida produtiva da cultura. -Boa resistência para suportar o peso de uma planta adulta, durante sua vida produtiva. - Não atrapalhar o desenvolvimento e crescimento da pitahaya. -Facilitar que as raízes adventícias da planta, se adiram sem dificuldade ao tutor para que a planta fique fortemente apoiada. -Que não apodreça e não se quebre ou rache o tutor em poucos anos.


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No Brasil, o mais comum é o uso de postes de madeira ou de concreto com os distintos suportes (Figura 66). Apesar de um maior custo inicial, apresentam menores custos com manutenção que o uso de tutores vivos. O custo de construção dos suportes é de aproximadamente 32% do custo inicial para implantação da cultura. Estudos conduzidos na Malásia avaliando três formas de condução de Hypocereus polyrhizus, entre elas a mais utilizada no Brasil, o cultivo com postes, mostram que essa forma de condução é a que proporciona maior número de botões florais e frutos por planta, além de frutos com maior massa (YUSOFF et al., 2008). É importante destacar que os tutores devem ser instalados

antes

do

transplante

(ASISTENCIA

AGROEMPRESARIAL

AGRIBUSINESS, 1992).

Figura 66. A) Exemplos de tutores mortos individuais para pitahaya e B) Alternativas de suportes para os ramos secundários de pitahaya em sistemas de tutores individuais de poste morto (tronco de árvore) ou pré-moldado (cimento). Fontes: Procomer – Costa Rica Exporta.


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B) Tamanho dos tutores. B1.Comprimento. O comprimento de cada tutor deve ser de 2,30 m e 70 cm são enterrados no solo, ficando 1,60 m do lado de fora. É importante tratar com óleo preto queimado a parte da estaca que vai ser enterrada para dá-lhe mais vida, no caso de usar tutores mortos. B2.)Diâmetro. É variável e depende do tipo de árvore utilizada, por exemplo: em gliricídia considera-se um diâmetro adequado de 25 a 30 cm, enquanto que o tutor de mulungu do alto pode ter um diâmetro de 20 a 25 cm. Por outro lado, os postes de concreto podem ser de 4 polegadas (10 cm). C) Espaçamento de plantio de tutores e plantas O espaçamento de plantio das plantas de pitahaya é o mesmo do espaçamento do tutor. O tutor individual é o sistema tradicional mais utilizado pelos produtores.

SISTEMAS DE CONDUÇÃO Na escolha do sistema de condução, considera-se o custo inicial de implantação e o longo período produtivo da fruta. Têm-se diversas formas de conduzir o plantio de pitahaya e a escolha é feita pelo produtor rural, sabendo, porém, que os materiais escolhidos têm que ser de qualidade para que as estruturas fiquem reforçadas e durem por muitos anos. No cultivo da pitahaya são utilizados diferentes sistemas de tutores. O tutor tradicional ou individual por planta é comum na plantação da pitahaya. Outro sistema de alta tecnologia é a chamada “dupla espaldeira”, muito utilizada na Colômbia, mas sua implantação é muito mais cara. Apesar de o produtor utilizar diferentes tipos de suporte, mas para os suportes verticais feitos de madeira ou cimento e grades de ferro (BARBEAU, 1990; N’GUYEN, 1996; MIZRAHI; NERD, 1999), e em suportes horizontais e inclinados, serão dados maiores atenções. Cardozo et al. (2013) indicam que é possível utilizar os seguintes sistemas de condução: a) Sistema de tutor individual ou tradicional: Este sistema é o mais popular em Nicarágua porque não requer o uso de outros materiais como arames, mangueira, etc. O sistema tradicional consiste em selecionar os tutores de menor espessura (menos de 4


C a p í t u l o I | 96 polegadas de diâmetro), colocando um a dois deles nos locais indicados pelas estacas ou hastes de cladódios. As plantas nesse sistema se dispõem de forma oposta (Figura 67). Em áreas íngremes, os caules são plantados no lado mais alto. O espaçamento de plantio é de 3,0 m - 3,3 m entre fileiras m x 2,0 m - 2,5 m entre plantas, para uma população aproximada de 1.350 plantas. ha-1, sendo um caule de cladódio semeado ao pé de cada tutor. Ou seja, em cada um dos tutores vivos plantam-se 1 a 2 estacas de pitahaya, imediatamente depois de cortá-las da planta mãe, utilizando a semeadura direta.

Figura 67. Espaçamento de plantio de plantas e\ou de tutores no sistema tradicional. Foto: INTA.

Para o caso de tutores únicos, selecione-os com a espessura superior a 4 polegadas de diâmetro (acima de 10 cm), podendo eles serem mortos ou vivos. Quando são usados tutores vivos, o produtor tem a oportunidade de planejar o plantio da gliricídia (no espaçamento de 3 m x 3 m) com antecipação de dois anos ao plantio da pitahaya, visando reduzir significativamente os custos de produção em comparação à aquisição de tutores mortos. Na Figura 68, os tutores estão instalados no espaçamento de 2 m entre plantas e de 3,3 m entre fileiras, obtendo-se assim uma população de 1.500 plantas por ha. Em cada um dos tutores uma planta de pitahaya é plantada proveniente do viveiro, pelo que se conhece o sistema como semitecnificado.


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Figura 68. Sistema semitecnificado de semeadura de mudas de pitahaya provenientes do viveiro. Foto: UNA\FAGRO.

b) Sistema de espaldeira dupla em triângulo "A": É uma variante da espaldeira simples. Para a construção do sistema de espaldeira dupla, utilizam-se postes curados de pinho ou postes de concreto e arame nº 8, formando uma estrutura de sustentação das plantas. A estrutura é preparada da seguinte forma: São plantados dois postes, um em frente do outro, com 1,6 m de altura, formando um triângulo com o solo, e deixando 1 m de distância entre as bases dos postes (Figura 69). Esse posteamento duplo é feito seguindo a direção da fileira.

Figura 69. Sistema tecnificado de espaldeira dupla em “triângulo A”. Foto: Arquivo do Projeto CEE-ALA 86\30 (1994).


C a p í t u l o I | 98 A distância entre um triângulo e outro (dentro e entre as fileiras) é de 3,0 m. Ao longo dos triângulos formados pelos postes de concreto em dois dos lados, são colocadas duas linhas de arame, que servirão de suporte para os caules da pitahaya. O topo dos triângulos é unido por uma linha adicional de arame. Ou seja, para as linhas que sustentam as hastes de cladódios, usa-se o arame liso nº 8, enquanto os triângulos de postes são amarrados com arame mais fino. Quando são usados os postes de madeira, os grampos são utilizados em lugar dos arames finos. Em cada extremidade da estrutura triangular, coloca-se um poste tensor de um metro de comprimento, o qual é apenas enterrado meio metro com o fim de esticador. Para um hectare, são necessários 2.400 postes de concreto ou pinho e 48 postes de tensionamento. As hastes de cladódios são plantadas a 2,0 m uma da outra (entre plantas), apenas em um lado do sistema (ou de cada poste). Com esta distância são obtidas 1.260 plantas.ha-1. As vantagens do sistema de espaldeira dupla são: -O controle de pragas e doenças é facilitado. -Facilita o trabalho da poda fitossanitária e de formação. -Maior facilidade na colheita. -Melhor circulação de ar nas plantações, evitando a proliferação de pragas e doenças. -Facilitam todos os tratos culturais: fertilização, controle fitossanitário, podas, colheita de frutos, etc. c) Espaldeira em "T" ou Telégrafo: Utiliza um suporte vertical, trave (suporte horizontal) e arame. O tutor também pode ser de eucalipto tratado ou postes de concreto e ter 1,6 a 2 m de altura a partir do solo, enquanto as traves podem ser em madeira ou bambu. Na ponta superior do tutor, é colocada uma estaca de eucalipto tratado de aproximadamente de 1 m de comprimento, perpendicular ao tutor, ou seja, atravessado em relação à linha de plantio, criando uma trave de sustentação no formato da letra “T” (Figura 70).


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Figura 70. Sistema de tutores de “espaldeira em T”. Foto: Moreira et al., 2012.

Para ligar os tutores na mesma linha de plantio, são esticadas ao menos de 2 a 4 linhas de arame galvanizado liso nº 12 ou varas de bambu (Figura 71). As linhas de arame servirão para sustentar a copa da pitahaya futuramente. Recomenda-se a utilização de esteios no início e no final da linha de plantio (Figura 72).

Figura 71. A) Esteio (tensiona o fio de arame) no início da linha de plantio no sistema de cultivo da pitahaya em “espaldeira em "T"; e B) Dois fios de arame ligam os tutores na mesma linha ou fileira de plantio da pitahaya.


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Figura 72. Quatro varas de bambu interligando os tutores na linha de plantio. Foto: Adriana de Castro Correia da Silva.

A pitahaya é uma planta trepadeira e, independente do sistema de condução escolhido, será necessário o amarrio da muda com o uso de barbante ou fitilho para facilitar o crescimento da planta no sentido do tutor (Figura 73). O crescimento das plantas é rápido e contínuo, embora possivelmente com um período de descanso vegetativo quando as condições climáticas são desfavoráveis (seca e temperaturas muito baixas).

Figura 73. Fitilho plástico usado para amarrar o caule principal da planta de pitahaya ao tutor. Foto: Ferramentas Kennedy.

d) Espaldeira com uso de pneus: É a condução feita com o uso de tutores de eucalipto tratado ou postes de concreto e pneus velhos. Cada tutor pode ter de 1,6 a 2 m de altura a partir do nível do solo e na sua ponta superior são colocadas cruzetas de vergalhão de meia polegada para servirem de fixação para o pneu. Se for de eucalipto tratado, optar


C a p í t u l o I | 101 por estacas de diâmetros maiores que 14 ou 16 cm. Os postes de concreto com diâmetro de 10 cm x 10 cm ou 12 cm x 12 cm, deixando dois furos em diferentes lados para introduzir os dois vergalhões (Figura 74) ou por duas traves cruzadas de madeira (Figura 75), encarecem a implantação do cultivo da pitahaya, porém têm maior vida útil.

Figura 74. Espaldeira com uso de pneus, mostrando os dois furos no poste para introdução dos vergalhões.


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Figura 75. Espaldeira com uso de pneus, mostrando as duas traves cruzadas de madeira no topo de cada tutor.

Após o plantio da muda ocorrerá o surgimento de brotações laterais, cada segmento ou brotação é denominado de cladódio (Figura 76A). Recomenda-se, com auxílio de uma tesoura de poda, deixar apenas um ou dois cladódios alcancem a altura do pneu ou da trave, que corresponde à parte superior do poste (Figura 76B). Ou seja, todos os cladódios emitidos lateralmente abaixo da trave do poste devem ser eliminados, pois são pouco produtivos e atrapalham o crescimento da planta. Após atingirem essa altura, deve-se favorecer o surgimento de brotações laterais por meio da poda apical do ramo principal, que darão origem aos frutos, pelo arqueamento dos ramos secundários (Figura 76C). Esses vão ser os cladódios produtivos, preferencialmente amarre-os com barbante.


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Figura 76. (A) Eliminação de brotações laterais, permitindo que um ou dois ramos alcancem a altura do pneu ou trave. (B) Arqueamento dos ramos laterais após atingirem a altura ideal. Fotos: Felipe Camargo de Paula Cardoso; Geraldo Magela Gontijo.

e) Suportes inclinados de grade de ferro. Com suportes inclinados (Figura 77), a densidade pode ser muito maior, uma vez que as estacas são plantadas a cada 50-75 cm em torno da grade de ferro de produção ou ao longo do suporte inclinado (6.500 estacas.ha–1) (LE BELLEC, 2003). A altura destes diferentes tipos de apoios deve ser entre 1,40 m e 1,60 m para apoios verticais e entre 1,0 m e 1,20 m para apoios horizontais e inclinados para facilitar o manejo da cultura.


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Figura 77. Suporte inclinado de grade de ferro usado nas plantações de Hylocereus undatus com nove meses de idade (A) e de Hylocereus costaricensis com dois anos de idade (B). Fontes: Procomer - Costa Rica Exporta e www.edpsciences.org/fruits.

Quando se utilizam apoios verticais e horizontais na parte superior do tutor, a poda é importante e os caules devem ser selecionados de forma a forçar a planta a se prender por meio do suporte. Todos os crescimentos laterais e partes da planta voltadas para o solo, originados do caule principal, devem ser removidos, mantendo-se os caules principais e os ramos superiores, exceto aqueles que tocam o solo. A poda principal é realizada no primeiro ano após o plantio. Qualquer que seja o suporte utilizado, a haste deve ser fixada a ele com fio de barbante ou fitilho plástico.


C a p í t u l o I | 105 COVEAMENTO E PLANTIO DA MUDA Um trabalhador faz a abertura manual ou mecanizada das covas para implantação dos tutores e das mudas de pitahaya com auxílio de uma draga (Figura 78). As mudas de pitahaya são plantadas diretamente nas covas, após cicatrização, sem enraizamento prévio. Para o plantio é realizada a amontoa, deixando a superfície onde o cladódio foi enterrado 5 cm acima da superfície do terreno, evitando encharcamento na base das mudas (Figura 79). No momento de colocar a muda na cova deve-se ter o cuidado de apertar bem, evitando deixar espaços vazios (MOREIRA et al., 2012). Como os tutores são posicionados ao lado do local das mudas de cladódios, portanto, as suas covas possuem dimensões diferentes de acordo com o diâmetro do tutor. À medida que vão crescendo os cladódios, recomenda-se prendê-los à estaca com um fitilho de plástico, para ajudar a planta a aderir facilmente à estaca.

Figura 78. Abertura mecânica e manual de covas com auxílio de uma draga. Fotos: Senar (2018) e Antônio Menezes. .


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Figura 79. Altura do plantio a cinco centímetros do nível do solo. Fonte: Moreira et al., 2012.

PLANTIO DOS CLADÓDIOS A pitahaya é uma planta perene e com expectativa de produção ao longo de 15-20 anos. Por isso é importante fazer um planejamento inicial do cultivo, em especial no que diz respeito à implantação e à forma de condução. a) Escolha das mudas: o plantio da pitahaya é feito com o caule da planta retirado de uma planta mãe para se iniciar um cultivo (Figura 80). A escolha da planta mãe é muito importante, pois o novo plantio mantem as características da planta mãe e ainda permite a precocidade na produção. Assim, deve-se optar por uma planta mãe em pleno período produtivo (4 anos), de boa produção, sadia sem sintomas de doenças, com tolerância a pragas e doenças, vigorosa e com haste adulta em média 80 cm de comprimento. As mudas retiradas da planta mãe (Figura 81) podem ser levadas diretamente ao campo (de


C a p í t u l o I | 107 07 a 10 dias após a cicatrização do corte) e plantadas ou podem ser colocadas em sacos de polietileno para que enraízem antes do transplantio.

Figura 80. Matriz ou planta-mãe de pitahaya, da qual se obtém o material vegetativo para a propagação. Foto B: INIAP.

Figura 81. Cladódios (ou mudas) retirados da planta mãe.

Ou seja, a propagação da pitahaya pode ser realizada tanto por estacas enraizadas em sacos plásticos, quanto por semeadura direta dos cladódios no campo definitivo, embora não haja diferenças em termos de produtividade de frutos (BOLAÑOS, 1993). Portanto, as mudas enraizadas em sacos de polietileno são transplantadas para o campo em Nicarágua no inverno (maio-junho) e em meados de abril ou início de maio, quando os cladódios, com aproximadamente 80-85 cm de comprimento e previamente desinfetadas, são usados na semeadura direta.


C a p í t u l o I | 108 b) No viveiro. É uma etapa transitória realizada em casa de vegetação e que tem por objetivo a propagação do material que posteriormente será instalado de maneira definitiva no campo. A propagação da pitahaya é feita por meio de material vegetativo (estacas) obtido de caules de plantas que apresentam ótimas condições fitossanitárias, de adaptação e de produção (Figura 82).

Figura 82. Produção de mudas de pitahaya em viveiro.

A estaca responde mais rapidamente à formação de botões florais e frutos quando se trata de caules delgados e de comprimento de 25 cm a 30 cm (Figura 83). Deve ser deixado à sombra por 7 dias, após o qual são plantados em sacos plásticos (20 cm x 30 cm) com a mesma orientação que se tinha na planta-mãe. É conhecido como cura a atividade de deixar as mudas cortadas por 7 a 10 dias em local sombreado e arejado para que a parte onde os cladódios foram cortados possa cicatrizar e não entrar em contato direto com o solo, o que provocaria o seu apodrecimento. Antes do seu plantio, o material vegetativo é embebido na solução por 5 minutos e depois seco à sombra (Figura 84).


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Figura 83. Tamanho da estaca de pitahaya (acima de 25 cm). Fonte: Procomer – Costa Rica Exporta.

Figura 84. a) Desinfecção dos cladódios pitahaya e b) Cladódios enraizados em sacos plásticos no viveiro. Fotos: UNA\FAGRO e INTA.


C a p í t u l o I | 110 O uso de matéria orgânica como substrato para enraizar os cladódios de pitahaya (MONGALO; LÓPEZ, 1996) provoca um maior e rápido crescimento das plantas em nível de viveiro, recomendando o uso de misturas com base em: -Esterco de galinha + casca de arroz + esterco bovino na proporção de 1: 1: 1. - Solo + casca de arroz na proporção de 1: 1. -Esterco de galinha + casca de arroz + polpa de café na proporção de 1: 1: 1. c) Manejo das plantas em viveiro - Evitar que as plantas daninhas cresçam no saco de polietileno negro; - Realizar irrigação durante a época de seca, mantendo a umidade do substrato, com o turno de rega de duas vezes por semana; - Recomenda-se aplicar cerca de 2 gramas de ureia com teor de 46% de N por planta a cada mês, enquanto permanece no viveiro - Aplicar inseticida para controlar o ataque de pragas e de fungicidas para prevenir contra o surgimento de doenças; - Quando as mudas de pitahaya alcançarem uns 30 cm de comprimento, elas poderão ser transplantadas ao campo definitivo. O plantio de pitahaya deve ser feito com mudas maiores que 30 cm, pois estudos mostram que o tamanho da muda favorece o enraizamento e o pegamento (Figura 85). Os espaçamentos utilizados são de 3 m x 3 m ou 3 m x 2 m, pois favorecem os manuseios futuros na cultura como podas e colheita. Para as hastes enraizadas em saco plástico, as covas feitas no campo devem ter 30 centímetros de diâmetro e 40 centímetros de profundidade. Antes de receber a muda no campo deve ser feito a adubação por cova, geralmente é utilizado adubo orgânico como esterco de curral ou esterco de frango, podendo também utilizar a adubação química como o supersimples e micronutriente. Após isso, deve ser colocada a muda a cinco centímetros a cima do nível do solo.


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Figura 85. Transplante de mudas de pitahaya produzidas em viveiro. Antes de plantar no local definitivo, eliminam-se os sacos plásticos das mudas. Fotos: MF Rural e LÓPEZ, H.; GUIDO, A. (2014).

d) Semeadura direta. Em alguns países, o método de propagação comercial da pitahaya mais utilizado é o plantio definitivo. Para isso, recomenda-se a utilização de caules com cerca de 80 cm de comprimento, provenientes de plantas saudáveis, vigorosas, de boa produção, com frutos de bom tamanho e qualidade. Essas hastes devem ser desinfetadas em uma solução de inseticidas e fungicidas. Depois de seco, é semeada a estaca ao pé de cada tutor. Algumas soluções recomendadas: -Malathion (Malathion) 100 cc + [Maneb + Zineb (Dithane M 45® ‚)] 100 cc, em 100 litros de água. -Diazinón (Basudín 60 EC®) 100 cc + Benomilo (Benlate®) 60 g, em 100 litros de água. -Carbaril (Sevín 80 SP®) 100 cc + Manzate ® 500 g em 100 litros de água. Para o plantio no local definitivo, devem ser feitas covas de 50 cm x 50 cm x 50 cm e, na terra retirada da parte superior da cova, denominada “terra rica”, deve ser misturada toda a adubação de plantio. Uma vez misturada a “terra rica” com os adubos, essa mistura deve


C a p í t u l o I | 112 ser a primeira a ser recolocada dentro das covas. Recomenda-se a adubação das covas de plantio com: -300 g de superfosfato simples; -50 g de FTE BR 12 ou adubos similares ricos em micronutrientes; -500 g de calcário dolomítico; -20 L de esterco bovino; -10 L de cama de frango. Para o cultivo orgânico sugere-se: -500 g de calcário dolomítico, -350 g de Yorin Master; -30 L de esterco bovino ou 15 L de cama de frango. São plantadas duas mudas de cladódio, sem raízes na sua base, e ao pé do tutor, enterrando 15 cm a ponta lenhosa onde foi feito o corte (Figura 86). Em áreas íngremes, os caules são plantados no lado mais alto. À medida que vão crescendo os cladódios, recomendase prendê-los à estaca de pitahaya com um fitilho de plástico, para ajudar a planta a aderir facilmente ao tutor.

Figura 86. a) Plantio direto dos cladódios e estacas enraizadas de pitahaya. Fotos: LÓPEZ, H.; GUIDO, A. (2014) e Procomer – Costa Rica Exporta.


C a p í t u l o I | 113 Após o plantio da muda, deve-se amarrar com fitilho para prendê-la ao tutor, pois a pitahaya é uma planta trepadeira e o tamanho do tutor varia, mas geralmente é feito de madeira ou cimento. A condução da pitahaya é simples devendo apenas ser feito podas eventuais de cladódios pouco produtivos quando necessário para que não saia do perfil do tutor, o que poderá dificultar a operação de colheita. e) Propagação por sementes. A pitahaya pode ser propagada a partir da semente, mas as características do fruto e do caule são variáveis, e o tempo desde o plantio até a produção do fruto pode ser de até 7 anos (Figura 87). A propagação assexuada é preferida e o uso de estacas de caule é amplamente difundido. Normalmente, segmentos inteiros da haste de 12 a 38 cm são usados (Figura 88). Um corte inclinado é feito na base do caule, então as mudas são tratadas com um fungicida e deixadas para curar (secar e sarar) por 7–8 dias em um local seco e sombreado antes de serem plantadas diretamente no campo. Alguns propagadores aplicam um hormônio na parte da raiz das mudas após a cura, mas antes de plantá-las. As mudas crescem muito rápido (3 cm por dia) e muitas produzem frutos de 6 a 9 meses após o plantio. Os cortes mais longos geralmente alcançam os suportes da treliça (parte superior do tutor) mais rápido do que os mais curtos. As pitahayas também podem ser enxertadas, mas essa prática não é comum. A enxertia tem potencial para fazer seleção de porta-enxertos adaptáveis a vários tipos de solo e problemas. As mudas enxertadas de cladódios levam cerca de 4 a 6 meses para desenvolver um bom sistema radicular em sacos de plástico e estar prontas para o plantio em local definitivo.

Figura 87. Desenvolmento da planta de pitahaya a partir do plantio de sementes. Foto: Dreamstime.com.


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Figura 88. Desenvolmento da planta de pitahaya a partir do plantio da muda vegetativa. Foto: Dreamstime.com.

MULTIPLICAÇÃO E DENSIDADE DE PLANTIO As espécies Hylocereus undatus e Hylocereus costaricensis podem ser multiplicados naturalmente e muito facilmente cortando os ramos do caule assim que ele tocar o solo (FOUQUÉ, 1969). A semeadura de sementes e a multiplicação “in vitro” de brotos jovens de plantas maduras também são possíveis (YASSEN, 2002; LE BELLEC, 2003). No entanto, na agricultura, a multiplicação por ramos de cladódio é preferível, pois permite a constituição genética replicada integralmente da espécie. Além disso, o estádio de frutificação é alcançado mais rapidamente por meio dos ramos vegetativos, menos de 1 ano após o plantio, em oposição aos 3 anos para as plantas cultivadas a partir de sementes. Além disso, a robustez dessas espécies permite que os ramos de cladódios sejam colhidos diretamente no campo; desde que os ramos tenham pelo menos 50 a 70 cm de comprimento (N’GUYEN, 1996) e sejam regadas regularmente para garantir um enraizamento satisfatório. Dadas essas condições e as características da planta, alcançase um índice de pegamento de cerca de 90% das mudas (LE BELLEC, 2003). A distância entre as plantas depende do tipo de suporte usado. Com um suporte vertical, é necessária uma distância de 2–3 m entre as linhas de plantio (entre 2.000 e 3.750 ramos de cladódios \ha–1), a uma taxa de três ramos por suporte vertical (BARBEAU, 1990; N’GUYEN, 1996; Figura 89).


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Figura 89. Plantio adensado com três cladódios (ou ramos principais) por suporte vertical (tutor). Foto: MFRURAL.

Sugere-se plantar as pitahayas em 3 m x 3 m em quadrados (Figura 90), o que determina uma densidade de 1.100 plantas/ ha. Porém, é aconselhável testar várias densidades até obter aquela que proporcione a máxima produção e o manejo mais fácil. Com densidades elevadas, o trabalho de poda e desbaste dos ramos (inclinados ou fracos) torna-se mais necessário, uma vez que os cladódios se cruzam, dificultando os tratos culturais (BECERRA, 1992). Segundo a Asistencia Agroempresarial Agribusiness (1992) não é aconselhável ter mais de 1.500 plantas por hectare porque dificulta os tratos culturais. Porém, em experimentos realizados na Colômbia com a espaldeira em “T”, pode-se atingir uma densidade de 2.000 a 2.100 plantas/ha (CARDOZO et al., 2013; Figura 91).


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Figura 90. No sistema quadrado, utiliza-se o espaçamento de 3 m nos dois sentidos para plantio do campo de pitahaya. Foto: CNTAF.

Figura 91. Plantio de pitahaya com tutoramento de 1,60 de altura com 1 metro a cada duas plantas e 1,50 metros na fileira (Facilidade no manejo).

Outra técnica tradicional no México é a forma como é feito a divisão dos lotes (Figura 92), no terreno escolhido para o plantio de pitahaya com tutores vivos, os quais são traçados 25 quadrados de 20 m x 20 m (400 m2) por hectare e são medidas de organização esquemática da agricultura tradicional da época Maia.


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Figura 92. Estabelecimento e traçados das 25 parcelas de pitahaya por ha. Foto: Héctor Cálix de Dios et al. (2014).

No mundo, existem grupos de pitahaya de valor comercial: a de casca vermelha e de polpa branca, [Hylocereus undatus (Haw.) Britton & Rose], a pitahaya vermelha e de polpa vermelha, [Hylocereus costaricensis (F. A. C. Weber) Britton & Rose] ou [Hylocereus polyrhizus (Weber) Britton & Rose] e a pitahaya de casca amarela, com espinhos e polpa

branca, [Selenicereus

megalanthus (Schumann ex. Vaupel, Moran)], esta

conhecida também como “Colombiana” (GALVÃO, 2015). Entretanto, é importante cultivar uma área de pitahaya com mudas provenientes de dois ou três grupos distintos, podendo ser uma fileira alternada para cada grupo (Figura 93), pois assim facilita a polinização de um material de casca vermelha e de polpa branca ou de casca vermelha e de polpa vermelha com pólen de outro grupo (de casca amarela e polpa branca, no caso da variedade Golden de Israel), o que irá resultar na produção de frutos maiores por planta e, em geral, maior produtividade da cultura.


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Figura 93. Campo de pitahaya com duas variedades plantadas em fileiras alternadas: Variedade Golden de Israel (fruto de casca amarela e polpa branca) e Variedades da espécie Hylocereus undatus (fruto de casca vermelha e polpa branca).

IRRIGAÇÃO Mesmo que a pitahaya possa sobreviver com poucas chuvas (LE BELLEC, 2003) - muitos meses de estiagem -, mas quando as frutas de boa qualidade são exigidas pelo mercado, um abastecimento regular de água é necessário. A irrigação regular é importante, pois permite à planta formar reservas suficientes não só para florescer na época mais favorável, mas também para garantir o desenvolvimento dos frutos. Recomenda-se a microirrigação local (gotejamento). Além da eficiência do abastecimento de água por esse sistema, a microirrigação evita regas desiguais e excessivas que podem resultar na queda das flores e dos frutos jovens (BARBEAU, 1990; Figuras 94, 95 e 96). No caso da irrigação convencional, instale anéis de irrigação a cerca de 30 cm do poste, para distribuir adequadamente a água de irrigação. A frequência da irrigação é determinada de acordo com a textura do solo.


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Figura 94. Irrigação por gotejamento de plantas de pitahaya com tanque de água posicionado na parte mais elevada do terreno. Fotos: Vaneide Pereira Reinaldo Alves (2020).

Figura 95. Irrigação por goteamento com os canos suspensos, sendo dois metros entre postes de cimento (altura do poste de 1,60 m + 0,50 m enterrado). Arquivo de campo em Taiwan.


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Figura 96. Irrigação auxilia na produção dos frutos de pitahaya ou um sistema antigeada por meio de irrigação por microaspersão. Foto: Roger Terra de Moraes/Emater-RS.

Embora as pitahayas sejam membros da família dos cactos e possam resistir a períodos de estiagem, elas precisam de bastante água. Becerra (1992) recomenda a aplicação de irrigação principalmente em épocas de estiagens muito prolongadas. De acordo com o experimento realizado na Colômbia, observou-se que a aplicação de irrigação após um período de estiagem não teve impacto imediato sobre a floração (POZO, 2011). Por outro lado, a umidade excessiva do solo resultará no desenvolvimento de doenças bacterianas e fúngicas. Um período seco (inverno e início da primavera) é necessário para a indução de floração abundante, mas uma vez que as plantas florescem (final da primavera e verão), os períodos de seca podem resultar em produção pobre. Portanto, a rega periódica é recomendada desde a floração até a colheita. Le-Bellec et al. (2006) propõem duas irrigações por semana durante a produção. Embora eles indiquem que a pitahaya pode sobreviver com precipitações muito baixas e em condições de muitos meses de estiagem. A quantidade de água vai depender do tipo de solo, por exemplo, no sul da Califórnia, as plantas jovens respondem bem a 1 litro de água por dia, em irrigação por gotejamento (MERTEN, 2003). Enquanto Lichtenzveig (2000) sugeriu o uso de 2 litros de água por planta a cada semana, durante a estação úmida


C a p í t u l o I | 121 e fria (novembro a abril) e na estação quente (maio a outubro), propõe a aplicação de 2,5 litros por planta, duas vezes por semana, com a incorporação de nutrientes como: N – 70 ppm, P - 9 ppm e K -70 ppm. Esta adição de água e nutrientes é proposta para ser feita em irrigação por gotejamento (Figura 97).

Figura 97. A fertirrigação se aplica através de sistemas de irrigação por gotejamento. Fonte: Procomer – Costa Rica Exporta.

CONSORCIAÇÃO Os sistemas consorciados, quando adequadamente arranjados quanto às espécies vegetais, tempo e espaço, representam aumento na eficiência de uso da terra, além da diversificação de culturas que confere obtenção de pelo menos dois produtos e de ser ambientalmente sustentável (MATTOS; GOMES, 2000). O cultivo em consórcio é um sistema em que, numa mesma área, permite a implantação de duas espécies, convivendo juntas em parte ou em todo seu ciclo, possibilitando aumento de produtividade (PORTES et al., 2003). A pitahaya é uma fruta relativamente nova no Brasil e que possui total chance de crescimento por apresentar alta adaptabilidade com relação aos diversos climas, bem como a possibilidade de ser feito um consórcio com outras frutíferas, como exemplo da Colômbia que cultiva a pitahaya em consorcio com culturas permanentes cacau, pimenta


C a p í t u l o I | 122 do reino, e café ou com culturas temporárias com feijão, milho, gergelim, etc (Figuras 98 e 99), produzindo dessa forma mais uma possibilidade de os produtores gerarem renda para a sua propriedade (ORTIZ-HERNÁNDEZ; CARRILLO-SALAZAR, 2012).

Figura 98. Plantio de pitahaya em consócio com feijão-fava (Phaseolus lunatus L.). Foto: UNA\FAGRO.

Figura 99. Plantio consorciado de milho entre os postes (ou fileiras) para que sirva de sombreamento da pitahaya e irrigação. Foto: Jason C. S. Wu (ICTA; Guatemala).


C a p í t u l o I | 123 SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF) Uma alternativa para a produção sustentável de pitahaya é a utilização de Sistemas Agroflorestais (SAFs) que ajudam a proteger o solo contra a perda da capacidade produtiva, mantêm o ciclo dos nutrientes e garantem o fornecimento de água e nutrientes para as lavouras. O manejo inclui o estabelecimento e o cuidado de lavouras e outras plantas associadas, o uso de solos, o controle de pragas e, em um sentido amplo, o uso ótimo do sistema desde o ponto de vista dos benefícios para a obtenção de sistemas adequados, sejam novos ou modificados de outros já existentes (ARÉVALO, 2007). Portanto, uma alternativa sustentável é a utilização de sistemas alternativos de produção como os sistemas de faixa (rua) com leguminosas, espécies que melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos por meio da incorporação de sua biomassa. Neste contexto, está em curso uma investigação na Fazenda Experimental Palora do INIAP, localizada no cantão Palora, província de Morona Santiago, localizada a 875 metros de altitude, com temperatura média de 22,5 ºC e com 3.500 mm de precipitação anual. Nesta plantação, em 2016, flemingia (Flemingia macrophylla) foi plantada em faixa entre as fileiras de pitahaya a 5 m entre planta x 5 m entre fileira e gliricídia (Gliricidia sepium) e eritrina (Erythrina sp) a cada 6 m (Figuras 100 e 101). O aproveitamento das leguminosas se realizou em plena floração, cortada e incorporada, ao redor do caule da pitahaya, mais ou menos cerca de 5 m. Aos três anos, a maior contribuição de nutrientes (kg/ha) foi obtida com o arranjo agroflorestal com eritrina com 201,3 nitrogênio (N), 15,4 fósforo (P), 63 potássio (K), 33 cálcio (Ca) e 6,8 magnésio (Mg). O sistema agroflorestal com gliricídia contribuiu com 114,7 de N, 7,5 de P, 60,6 de K, 31,9 de Ca e 7,2 de Mg. No segundo ano, a eritrina contribuiu com 46,4 kg/ha e a gliricídia com 57,3 kg/ha de N. A concentração de N obtida no segundo e terceiro ano estão de acordo com os resultados relatados por Ayala e Pérez (2006), Villamagua (2006) e Montenegro (2005), que indicam valores entre 44 a 276 kg/ha na eritrina e 64 a 198 kg/ha na gliricídia. Da Matta e Rodríguez (2007) afirmam que esses sistemas de produção permitem maior conservação dos recursos naturais e menor aplicação de insumos, o que se traduz em baixos custos de produção.


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Figura 100. Pitahaya sob SAF com Erythrina poeppigiana. Foto: INIAP.

Figura 101. Pitahaya sob SAF com Gliricidia sepium. Foto: INIAP.


C a p í t u l o I | 125 Nestes sistemas de produção, foi encontrada maior quantidade de minhocas (117 e 103 minhocas/m2) em relação às monoculturas. Além disso, a abundância e a biomassa das minhocas aumentaram 56% na época de chuva máxima em relação à época de chuva mínima. Este comportamento pode ser decorrente principalmente do manejo agronômico da cultura (fertilização, rotação e uso de agroquímicos), variáveis ambientais (temperatura), fatores edáficos (nutrientes) e sazonais (chuvas e secas). Outra prática de conservação é a utilização de tutores vivos, com arbustos adaptados às condições edafoclimáticas das áreas de produção. O INIAP, no cantão de Palora, vem executando, desde 2018, processos de pesquisa e inovação tecnológica no cultivo da pitahaya, com a incorporação da Erythrina sp e Spondias mombin L., esses tutores, além de diminuirem os custos de produção, reduzem a incidência de pragas pelo fato de apresentarem outras fontes de alimento sem causar danos aos cladódios, botões florais, flores e frutos em diferentes estágios de desenvolvimento e sua biomassa pode ser incorporada ao solo como adubo verde. Nesse contexto, Dios et al. (2014) afirmam que os sistemas agroflorestais de tutores vivos no cultivo da pitahaya ao longo do tempo, são considerados como um mecanismo para os processos de transição agroecológica. López (2000) afirma que o manejo ecológico da cultura visa manter a cultura livre de pragas durante seu ciclo; dentre os principais tratos culturais estão processos como: replantio, poda de formação, sanidade, controle de ervas daninhas e fertilidade do solo. A finalidade de utilizar essas novas alternativas de produção é porque a pitahaya requer 30 a 60% de sombra (Figura 102), que deve ser regulada. Não tolera temperaturas extremamente altas, 40/30 °C (diurna e nortuna). Além disso, quando os caules são expostos diretamente ao sol sofrem queimaduras que os tornam mais sensíveis ao ataque de pragas. A troca gasosa e o crescimento são inibidos, a eficiência fotossintética é reduzida e a capacidade de fixar CO2 é diminuída, uma vez que a assimilação líquida diária ideal de CO2 ocorre à temperatura ambiente de 30/20 °C (REBOLLEDO et al., 2009).


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Figura 102. Plantio de pitahaya amarela com o sombreamento de 40%, obtido por meio da cobertura de sombrite e irrigação. Foto: Jason C. S. Wu (ICTA; Guatemala).

Por serem plantas oriundas de habitats sombreados, as pitahayas necessitam de sombreamento para seu cultivo. Quando cultivadas em locais com grande intensidade luminosa as plantas apresentam amarelecimento dos ramos, podendo chegar à morte. Assim, recomenda-se que sejam cultivadas sombreadas, em sombrites com variação entre 30 e 60% de sombra, de acordo com as espécies (Figuras 103 e 104). O sombreamento excessivo também causa danos à cultura, pois reduz severamente seu crescimento, principalmente em Hylocereus polyrhizus. O excesso de sombra também influencia o número de flores, que está relacionada com a biomassa das plantas. Em trabalho realizado por Raveh et al. (1998) verificou-se que em plantas de Hylocereus polyrhizus cultivadas sob sombreamento de 30%, a quantidade de flores produzidas mais que dobrou em comparação às plantas conduzidas sob sombreamento de 60%.

Figura 103. Espécie Hylocereus spp cultivada sob rede de sombra (sombrite) de forma total e parcial. Foto: MF Rural.


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Figura 104. Sombreamento total (A) e sombreamento parcial das plantas de pitahaya (BC-D). Fotos: Ribamar Neto (UFC) e Almeida et al. (2016)

Algumas espécies do gênero Hylocereus, no entanto, são mais tolerantes à luz, pois apresentam uma cobertura de cera na extensão dos cladódios, que evita a exposição direta dos estômatos à radiação solar. No Ceará, a pitahaya vermelha é cultivada comercialmente sob condições de pleno sol e nas épocas mais quentes do ano, evidenciam-se plantas com cladódios amarelados, que consistem em sintomas de efeitos pouco conhecidos sobre a produção de frutos. Almeida et al. (2016) explicaram que se trata de um eficiente mecanismo foto-protetor que, dentre outras modificações (na anatomia e trocas gasosas), resulta em boa aclimatação da cultura ao ambiente de cultivo sob plena radiação solar.


C a p í t u l o I | 128 ADUBAÇÃO Os solos que oferecem melhores condições para o desenvolvimento das plantas possuem pH entre 5,5 e 6,5, são não compactados, ricos em matéria orgânica, bem drenados e de textura bem solta (LIMA, 2013). Além disso, a utilização de fontes alternativas de nutrientes pode minimizar os custos com boas perspectivas de produtividade para a pitahaya (MARQUES et al., 2012). No Brasil, a maioria das pesquisas desenvolvidas com nutrição em pitahaya relaciona-se às formas orgânicas de adubos. A aplicação de componentes orgânicos, para servir como fonte de nutrientes, já é utilizada há muitos anos na agricultura e tem as vantagens de melhorar a agregação do solo e influenciar os processos de drenagem, aeração, retenção de água, infiltração e penetração de raízes, entre outras (OLIVEIRA et al., 2009). Ademais, essa adubação orgânica confere boas respostas ao solo e às plantas, especialmente pela liberação lenta de nutrientes e incorporação de matéria orgânica no sistema, melhorando as qualidades químicas, físicas e biológicas, evitando também a lixiviação de nutrientes e a salinização do solo. Em um estudo conduzido por Cavalcante (2008), concluiu-se que o fornecimento de 20 L cova-1 de esterco bovino promove um crescimento da parte aérea em função do melhor desenvolvimento do sistema radicular. Após o plantio, pode-se utilizar essa quantidade de esterco nas fases de desenvolvimento e frutificação da cultura. Essa prática de adubação orgânica pelo uso de esterco contribui para a incorporação de matéria orgânica no solo em diferentes momentos, favorecendo as condições biológicas do solo e a absorção de nutrientes pelas raízes da planta, especialmente por estas terem características fasciculadas e de desenvolvimento em pequenas profundidades. Trabalhos realizados com adubação orgânica em pitahaya mostraram resultados relevantes da utilização desta prática. A adubação com esterco de curral combinado com cama de frango na espécie Hypocereus undatus aumentou a produção de frutas por planta e adição de granulado bioclástico, composto à base de algas calcárias, melhorou a qualidade das frutas (MOREIRA et al., 2011). Nas condições edafoclimaticas de Bom Jesus, PI, a utilização de 20 litros de esterco cova 1

foi recomendada na ocasião do plantio de pitahaya, por aumentar o crescimento da parte

aérea (CAVALCANTE et al., 2011). Na Califórnia, a adubação à base de compostos


C a p í t u l o I | 129 orgânicos e estercos de origem animal têm sido realizados com sucesso, inclusive sem a necessidade de suplementação com adubos minerais (THOMSON, 2002). Por conseguinte, os rendimentos variam em função dos elementos nutritivos fornecidos. Em razão do seu sistema radicular superficial, a planta de pitahaya pode assimilar rapidamente até mesmo a menor quantidade de nutrientes. A nutrição mineral e orgânica é particularmente vantajosa e, quando combinadas, seu efeito é ainda mais benéfico (DU PREZ, 1997; LÓPEZ TURCIOS; GUIDO, 1998; MIZRAHI; NERD, 1999). Nas condições de Taiwan, o que se recomenda é a combinação de esterco bovino mais fertilizantes minerais, a cada quatro meses, no cultivo da pitahaya (ZEE et al, 2004). Os principais nutrientes demandados pela cultura da pitahaya são nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca), pois os mesmos constituem os componentes fundamentais na formação do caule e dos frutos, além do micronutriente boro (B) que também é essencial para o pegamento das plantas e no tamanho e massa dos frutos. O P é exigido, na maioria das vezes, na fase inicial do desenvolvimento das plantas, por ser um elemento essencial na divisão celular, exercer funções na fotossíntese e proporcionar a formação inicial e o desenvolvimento do sistema radicular (MALAVOLTA et al., 1997; EPSTEIN; BLOMN, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2004). Quando disponível em quantidades satisfatórias, aumenta a tolerância das plantas a situação de estresse, por favorecer o desenvolvimento do sistema radicular. Entretanto, a deficiência causa redução do crescimento, atraso no início do florescimento e redução no número de frutos produzidos (MALAVOLTA et al., 1997). A utilização de doses crescentes de P, associados com outros nutrientes, no cultivo da pitahaya aumentou a produção de frutas, com resultados econômicos significativos com a prática da adubação com estes elementos (TURCIOS; MIRANDA, 1998). Em relação ao K, as informações relacionadas à sua aplicação no cultivo da pitahaya, o INTA (2002) menciona o aumento do diâmetro do caule e melhorias na qualidade de frutas da espécie Hylocereus polirhyzus, com incremento de 16,2% de frutas na categoria A, em comparação com as plantas não adubadas (THEN, 2013). Essa melhoria na qualidade se deve ao fato de o nutriente atuar no transporte de fotoassimilados para órgãos de armazenamento, como as frutas e participa da formação e da translocação de açúcares, promovendo melhorias do seu tamanho. A deficiência promove redução na taxa de crescimento (SENAPATI; SANTRA, 2009).


C a p í t u l o I | 130 Mesmo assim, a adubação deve ser feita obedecendo aos resultados da análise de solo e às necessidades da cultura. Para assegurar um bom desenvolvimento da planta, recomenda-se a utilização de matéria orgânica (20 L de esterco de curral), calcário dolomítico (500 g) e adubação química com 300 g de superfosfato simples e micronutrientes (50 g de FTE BR 12) por cova. Durante o enchimento da cova, deve-se inverter a ordem de retirada do solo e misturar a terra de superfície com a adubação orgânica e o calcário (Figura 105). Depois do fechamento da cova, deve ser colocada uma estaca para demarcação do centro de cova para o futuro plantio, após 60 dias.

Figura 105. Enchimento da cova. Fonte: Pasqual et al. (2000). Recomenda-se realizar aplicações de nutrientes com frequências de 2 a 3 meses. A aplicação deve ser realizada no coroamento ou círculo da planta, pode ser em terreno plano ou declive (Figuras 106 e 107), incorporando o fertilizante ao solo para evitar toxicidade e para prevenir a volatilização de NH3, recomenda-se também a aplicação de fertilizante orgânico bem curtido de 5 a 10 kg / planta, dividido em quatro aplicações por ano.


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Figura 106. a) Recomenda-se realizar a adubação dentro do coroamento (raio de 40 cm a 50 cm) feito em volta da planta e com solo umedecido e após aplicação do adubo, cobrir o círculo de 20 cm de largura com terra; e b) Em terreno inclinado aplica-se a adubação na meia lua da parte superior da cova de plantio da pitahaya. Fotos: UNA\FAGROS.

Figura 107. Aplicação de adubo em redor da planta de pitahaya. Fonte: Procomer – Costa Rica Exporta.


C a p í t u l o I | 132 Fertilização foliar. A fertilização foliar consiste na aplicação do fertilizante diluído em água na parte aérea da planta na época seca, de forma a manter o plantio em boas condições. Recomenda-se, a partir do segundo ano nos meses de janeiro, fevereiro e março. Para melhor aproveitamento, as aplicações devem ser feitas ainda de madrugada, antes do nascer do sol ou ao entardecer. Geralmente, três a quatro aplicações são feitas anualmente (LÓPEZ; GUIDO, 2014). Há indicações de que este tipo de aplicação seja realizado antes das primeiras chuvas e da floração, porque reduz a queda das flores. Os fertilizantes foliares que podem ser utilizados são: Bayfolán; Kinfol, Newffol e ureia 46%. Os dois primeiros corrigem deficiências de elementos menores como Zn, Cu, Mg, etc., o terceiro fornece aminoácidos essenciais para os processos fisiológicos da planta e o último fornece Nitrogênio. As doses por hectare são: - Bayfolán: 2 litros dissolvidos em 200 litros de água; - Kinfol: 2 litros dissolvidos em 200 litros de água; - Newffol: 1 litro dissolvido em 200 litros de água; e - ureia 46%: 5 libras dissolvidas em 200 litros de água (LÓPEZ; GUIDO, 2014).

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS O manejo de plantas daninhas deve ser feito com intuito de não haver concorrência com a planta por água ou nutrientes, visando um desenvolvimento rápido, gerando um fruto maior de diâmetro e melhor qualidade. Ou seja, em qualquer cultivo agrícola, o controle de plantas daninhas é indispensável, visando à obtenção de plantas sadias e produtivas, principalmente em relação às seguintes operações de campo: capina manual entre fileiras e entre plantas de pitahaya, coroamento e cobertura morta ou a utilização de filme plástico (Mulching). Capina. O controle de plantas daninhas no pomar de pitahaya deve ser realizado levando em consideração as especificidades da planta, do clima e do terreno, pois a ocorrência de plantas invasoras pode prejudicar o desenvolvimento das pitahayas, afetando a produtividade e dificultando os tratos culturais. As plantas daninhas concorrem com o pitahaya, notadamente, até os primeiros 6 a 8 meses de implantado. O seu controle pode ser realizado de forma manual e mecânica. O controle manual consiste no arranquio das plantas daninhas localizadas a 40 cm de distância do caule, região esta, onde se encontra a maior concentração de raízes e pêlos radiculares, evitando a competição por nutrientes e água entre a invasora e a planta cultivada.


C a p í t u l o I | 133 O controle mecânico deve ser realizado nas entre linhas das plantas, sendo indicado a manutenção de cobertura vegetal nas linhas, visando minimizar as perdas de umidade do solo, além de protegê-lo contra erosões e processos de compactação devido ao uso de maquinários. Este controle deve ser feito com o auxílio de implementos agrícolas como roçadeiras, rolos de faca, foices e até mesmo enxada, sempre que a cobertura vegetal alcançar um crescimento acentuado. Coroamento. O coroamento deve ser feito à enxada, e tendo-se o cuidado de não causar injúrias mecânicas ao caule e de não formar bacias em volta da muda, o que propiciaria o acúmulo de água durante o período chuvoso e, consequentemente, o encharcamento e riscos de morte para a planta. Por ser uma cultura rústica dificilmente possui alguma doença ou praga, no entanto pode ocorrer a bacteriose, que é causada por Pectobacterium carotovora,

ocasionando

o

apodrecimento

dos

cladódios,

(COSTA,

2012),

principalmente quando é facilitada a entrada através de corte em bisel feito para produzir mudas de ramos ou provavelmente pelas injúrias no caule durante as operações de capina. Cobertura morta. A prática da cobertura morta é feita a partir do início do período de estiagem, usando-se de preferência os produtos residuais vegetais, como folhagens secas de gramíneas, restos de culturas, serragem de madeira, palha de arroz curtida e de bagana (folha de carnaúba triturada pela máquina de batição para retirada da cera; QUEIROGA et al., 2013). A cobertura morta é uma prática muito importante nos cultivos agrícolas, por promover vários benefícios, como: aumento da atividade microbiológica do solo; incorporação de nutrientes, principalmente de nitrogênio, graças à decomposição da matéria orgânica; e controle da perda de água do solo pela incorporação e consequente manutenção hídrica do solo (EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL, 2009), porque muita água aplicada com muita frequência pode causar apodrecimento das raízes da planta de pitahaya. Mantenha a cobertura morta de 20 a 30 cm de raio em redor da base do caule da planta. Mulching. O filme plástico de polietileno utilizado na agricultura para a cobertura do solo, mais conhecida como “mulching” usado também para cobrir camalhão (leirão), pode ser branco e preto. Suas principais vantagens consistem na diminuição da competição com as plantas daninhas na fase inicial de estabelecimento da cultura, na grande economia em água de irrigação, evita a erosão e o endurecimento da terra, pois o plástico retém a umidade dos solos, além da maior facilidade no controle de plantas


C a p í t u l o I | 134 invasoras. O plástico preto é mais barato e, ao aquecer o solo, impede o crescimento das espécies invasoras e não permite a passagem da luz (Figura 108). Enquanto o plástico branco é empregado para refletir a luz e não elevar muito as temperaturas do solo.

Figura 108. Cobertura do solo com filme plástico (Mulcing) para controle de plantas daninhas. Foto: Arquivo de campo de Taiwan.

Controle químico. Deve-se evitar o controle químico, que embora possa ser bastante eficiente no controle das plantas daninhas, possa acarretar problemas de fitotoxidade das plantas de interesse, além de danos aos aplicadores e ao meio ambiente. Em último caso, o uso de Glifosato (Round-up) é recomendado em doses comerciais de 1,4 litro.ha-1. Para o controle de gramíneas persistentes, pode-se aplicar 1 (um) litro de Fluasifop (Fusilade) em doses de 200 litros de água, quando a planta daninha tiver com duas a três folhas. O controle químico é realizado cerca de três vezes ao ano durante a estação das chuvas (LÓPEZ; GUIDO, 2014).


C a p í t u l o I | 135 CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS O controle de pragas e doenças na cultura da pitahaya é feito basicamente por meio das práticas culturais, como adubação adequada e o manejo das podas. Os cladódios e os frutos infectados devem ser removidos da área de cultivo, de modo a retirar a fonte de inoculo.

PRAGAS O conhecimento e o reconhecimento de potenciais pragas são muito importantes, uma vez que com o aumento da área plantada muitas pragas, que antes não apresentavam importância nem mesmo atacavam a cultura, podem vir a se tornar problema, sendo primordial uma rápida tomada de decisão para evitar potenciais danos. As principais pragas da cultura da pitahaya são as formigas, percevejo de patas laminadas, mosca das frutas, vagalume e abelha irapuã. As formigas saúvas e formigas lava-pés, dos gêneros Atta e Solenopsis respectivamente, causam danos principalmente na época da floração e de produção dos frutos, promovendo o amarelecimento e posterior queda das flores e nas brácteas que envolvem os frutos, expondo a polpa, levando à depreciação do fruto. Abelhas irapuãs – O principal problema encontrado em campo são as abelhas irapuãs (Trigona spinipes) (Hymenoptera: Apidae: Meliponinae). Esta espécie provoca muitos danos no fruto, depreciando o produto final, pois estas abelhas raspam toda a casca do fruto. O ataque pode ocorrer tanto no fruto verde quanto maduro (Figura 109). Quando ocorre com ele ainda verde, a superfície raspada fica necrosada, marrom, o que diminui e muito seu valor comercial, uma vez que o principal atrativo da fruta é sua aparência exótica. Quando o ataque é severo, além da necrose, verificam-se furos no fruto, inviabilizando sua comercialização. Além disso, a exposição dos tecidos pode se tornar porta de entrada para patógenos, acarretando em mais problemas.


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Figura 109. Danos em frutos ainda verde, apresentando as brácteas raspadas pelas abelhas irapuã (a) e fruto com ataque severo de abelhas irapuãs, apresentando necrose dos locais afetados e furos (b). Fotos: João Paulo de Oliveira Muniz (2017) e Adriana C. C. Silva (a-b).

A irapuã também causa danos aos botões florais e flores, roubando o néctar dos botões florais, através de furos e do pólen das flores abertas. Vale salientar que esta espécie não exerce nenhuma atividade polinizadora, e é relatada causando danos em diversas outras culturas além da pitahaya, porém, por ser uma espécie nativa, seu controle não é permitido. Assim, para se evitar os danos que podem causar, deve-se lançar mão de controle cultural, ensacando-se os frutos (Figura 110). Para tanto, o uso de jornal ou saco de TNT são mais eficiente, por serem resistentes ao tempo, permanecendo íntegros por mais tempo (COSTA, 2012).


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Figura 110. Sacos em TNT para proteção de frutas contra pragas, sobretudo produção orgânica, já vem acompanhado com cordão para amarrar.

Percevejo de patas laminadas (Leptoglossus zonatus). É uma praga que afeta a pitahaya durante os meses secos. Tanto as larvas (ninfas) quanto os adultos causam danos ao se alimentarem dos frutos, através da sucção da seiva dos cladódios, causando clorose. Além disso, também afetam os botões florais, cujos sintomas se manifestam com certa cor avermelhada (MEDINA; KONDO, 2012; Figura 111). Por outro lado, também causam danos indiretos, uma vez que as lesões ou rachaduras nos frutos que se originam, tornamse portas de entrada de fungos e bactérias, inviabilizando o comércio, podendo levar até à morte da parte afetada.

Figura 111. Percevejo pata de folha (Leptoglossus zonatus).


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Controle. Para o seu controle, deve ser realizado monitoramento, observando se há presença nos cladódios de ovos-praga. Além disso, devem-se eliminar as plantas daninhas, podar a planta para favorecer uma aeração adequada, eliminar material vegetal afetado, aplicando produtos preventivos, etc. Mosca do botão floral - Dasiopis saltans (Diptera: Lonchaeidae). Trata-se de um díptero de cor azul metálico que geralmente afeta a fruta da pitahaya amarela, mas em muitas ocasiões também ocorre na fruta da pitahaya vermelha. As fêmeas colocam ovos nos botões florais e, posteriormente, as larvas destroem os botões, gerando um processo de apodrecimento de dentro para fora (DELGADO et al., 2010) e posteriormente a sua queda. Essa praga afeta economicamente a pitahaya, ao se alimentar das estruturas internas do botão floral (BENDEZÚ et al., 2018; MORA, 2012). Os botões florais afetados se tornam de cor avermelhado (Figura 112). Este sintoma se distingue do ataque de percevejos por causar uma coloração marrom nas anteras e pistilos (ICA, 2012).

Figura 112. Mosca do botão floral (Dasiopis saltans). Foto: Kondo, T., en: Delgado et al. (2010).


C a p í t u l o I | 139 Controle. O controle químico para combater essa praga não é muito eficaz devido ao rápido surgimento de resistência. Portanto, recomenda-se o monitoramento da praga, além do uso de armadilhas com atrativos proteicos hidrolisados à base de milho e soja.

Formiga saúva-da-mata ou formigas cortadeiras ou (Attas sp.) e Formiga-de-fogo ou formiga lava-pés (Solenopsis sp.). Alimentam-se das brácteas dos frutos e frequentemente sua casca ao amadurecer se rompe, diminuindo a qualidade e o valor comercial da produção. Também as formigas se alimentam de caules tenros e botões florais, o que diminui a produção (ICA, 2012).

Medidas de controle de pragas. Recomenda-se a realização de um manejo integrado de pragas com a integração de práticas culturais, tais como: eliminação de plantas hospedeiras, uso de controladores biológicos como fungos entomopatogênicos (Beauveria sp.) e quando a praga ultrapassar danos significativos, usar métodos químicos. Recomenda-se

também

estabelecer

no

centro

das

fileiras

as

plantas

de

flemingia (Flemingia macrophylla), as mesmas que servem de alimento especialmente para as formigas. Além disso, recomenda-se realizar podas e fertilizações adequadas com base em análises químicas do solo e da folhagem (ICA, 2012). Thrips (Thrips tabaco e Frankliniella occidentalis). Mediante os diagnósticos realizados nos laboratórios da AGROCALIDAD, foi detectada a presença de tripes nesta cultura (ICA, 2012). Esses insetos constituem problemas sanitários pelos danos que ocasionam à qualidade do fruto. São mais frequentes em flores e pequenos frutos. Com seus aparelhos bucais que sugam e raspam, os thrips se alimentam dos frutos em desenvolvimento. Além disso, geram problemas no atendimento dos padrões de qualidade exigidos no mercado internacional (AGUIRRE, 2013). São também relatadas outras pragas que podem causar danos à cultura da pitahaya de maneira esporádica, como pulgões, cochonilhas (Figura 113), lesmas e caracóis, que apresentam preferência por tecidos mais jovens, principalmente o ápice de crescimento da planta.


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Figura 113. Sépalas das flores de pitahaya com pulgões (a) e cochonilhas em cladódio jovem (b). FCAV, UNESP, Jaboticabal, 2014. Foto: Adriana C. C. Silva.

Controle. Para o controle de pragas é muito utilizado o óleo de nem, principalmente para pulgões e cochonilhas, para as demais pragas podem ser utilizados produtos à base Beauveria bassiana.

Nematoides Helicotylenchus sp. e Meloidogyne sp. Os nematoides representam um grande problema para a cultura, sendo relatados diversos gêneros capazes de provocar danos ao sistema radicular desta cultura, como Helicotylenchus, Meloidogyne, Dorylaimus, Tylenchus, Aphelenchus e Pratylenchus. Em estudos realizados em Palora (Equador), Delgado et al. (2019) relatam que 97% dos nematoides que causam mais danos às raízes de pitahaya Amarela correspondem aos gêneros Meloidogyne, Helicotylenchus, seguido por 3% ao gênero Tylenchuss. O nematoide Helicotylenchus sp. é um ectoparasita, semi-endoparasita ou endoparasita. Esse nematoide forma pequenas lesões circulares e alongadas de marrom escuro a preto na epiderme das raízes (LUC et al., 2005). As plantas de pitahaya Amarela na parte aérea apresentam sintomas semelhantes aos produzidos por Meloidogyne sp. tais como amarelecimento generalizado da planta, interrupção de seu crescimento e diminuição da produção (ICA, 2012). Medidas de controle. Para diminuir a população de nematoides, recomenda-se a incorporação de matéria orgânica (adubação verde de cascas ou folhas de mamona) bem decomposta, controle de plantas daninhas, principalmente gramíneas hospedeiras de nematóides, e estímular à emissão radicular com a aplicação de microrganismos como


C a p í t u l o I | 141 Trichoderma sp.. É importante que a cultura tenha um bom sistema de drenagem, para diminuir a mobilidade dos nematoides (ICA, 2012).

DOENÇAS Em relação às doenças, são poucas as que ocorrem na cultura da pitahaya no Brasil e, geralmente são tratadas através de poda dos ramos afetados e da aplicação preventiva de fungicidas cúpricos. As principais doenças relatadas são a antracnose, a fusariose e a bacteriose, que ocorrem principalmente durante a estação chuvosa. Antracnosis (Colletotrichum gloesporioides). Uma das doenças fúngicas mais graves para a cultura da pitahaya é a antracnose, que pode reduzir gravemente a produção, por reduzir a área fotossintética da planta (CRANE; BALERDI, 2009; MASYAHIT et al., 2009). A antracnose é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides (SUÁREZ et al., 2019ª), a qual ataca os cladódios e os frutos da planta, apresentando manchas circulares de coloração marromavermelhada, que ao avançar no tecido apresentam lesões de cor preta, com aspecto encovado seco, circundadas por um halo avermelhado e na parte externa de cor amarelo (ICA, 2012). Este patógeno pode infectar tanto o fruto imaturo no campo quanto o maduro na pós-colheita (ALI et al., 2013; HU et al., 2019). Iskandar et al. (2015) identificaram também o patógeno Colletotrichum truncatum provocando sintomas nos cladódios de pitahaya de polpa vermelha na forma de lesões marrom-avermelhadas, marrom-escuras ou pretas, com diâmetro de 20 mm a 30 mm, com halos cloróticos e acérvulos pretos foram frequentemente observados em lesões maduras (Figura 114).


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Figura 114. Síntomas de antracnosis – Villarica (Tol.) – I.A. Diana Paola Mora Castro

Medidas de controle. Como estratégia de manejo de Alternaria sp. e Colletotrichum sp., recomenda-se o uso de culturas consorciadas (sistemas agroflorestais), pois auxiliam na redução da condensação da água que se acumula nas folhas e frutos, principalmente à noite, condição que interrompe a germinação dos esporos dos fungos. Também devem ser integrados os controladores biológicos, como fungos antagônicos do gênero Trichoderma sp., os quais permitem reduzir o uso de agrotóxicos. No caso de pesticidas químicos, as aplicações de triazóis e cúpricos podem ser alternados. Outras medidas são: Plantar os cladódios ou ramos sadios e desinfetados. Realizar as podas fitossanitárias. Controle de insetos perfuradores de talos. Desinfetar as ferramentas com cloro puro. Evitar solos com má drenagem. Eliminar resíduos de flores. Podar as hastes afetadas e queimá-las fora do campo. Realizar pulverizações de fungicidas a base de cobre: Dithane M-45 (2 kg por 200 litros de água), Benomyl + Mancozeb (8 onças + 2,2 lb em 200 litros de água) (CASTILLO MARTÍNEZ et al., 1992; LÓPEZ; SILAS, 1992; RODRÍGUEZ CANTO, 1997; INTA, 2002; LOPÉZ; GUIDO, 2014).

Podridão basal (Fusarium oxysporum Schltdl). Vários tipos de Fusarium causam a doença conhecida por podridão basal do fruto ou podridão mole, na Colômbia. O sintoma começa com uma lesão amarela no caule, no ponto de inserção do fruto com o cladódio, causando prematuridade no amadurecimento (Figura 115). A infecção avança para o centro do fruto produzindo podridão parcial e afetando até 50% da área de superfície (VARÓN, 2006; ROJAS et al., 2008; KONDO et al., 2013). A doença se torna mais grave


C a p í t u l o I | 143 quando a colheita se aproxima (SUÁREZ, 2011). Em pitahaya amarela, os patógenos Fusarium moniliforme e F. oxysporum são indicados como os fungos mais frequentes e com menor frequência F. roseum, F. equiseti, F. chlamydosporum (VARON, 2006). E ainda, em pitahaya vermelha, foi observada incidência de uma podridão amarela no caule de 99,5% de severidade (BARTHANA; NASIR, 2013), sendo o agente causal detectado como Fusarium solani (WIWIK; et al., 2013). A transmissão é gerada pelo uso de materiais de propagação e ferramentas infectadas; devido à água de irrigação ou lesões radiculares (MORA, 2012). O primeiro sintoma observável, são pequenas manchas de cor entre amarela e marrom (5 mm a 10 mm de diâmetro), que aparecem na base do fruto, no local de união com o cladódio, gerando uma podridão branda que ocasiona a caída do fruto. Nos cladódios, observam-se lesões amarelas, que posteriormente tornam-se marrons; enquanto que no caule, é constatada uma podridão branda, inicialmente bem rente ao solo e avançando de forma ascendente, podendo causar a morte da planta (MORA, 2012).

Figura 115. Sintomas de podridão basal. A) Em frutos. B) Em cladódios. Foto: I. A. Eugenio Guerrero e Mora, (2012).

Controle: • Use material de propagação livre do fungo; • Expor ao sol os locais de plantio; • Semear de preferência em leirões; • Drenar o solo; • Controle oportuno de plantas daninhas; • Fertilizar adequadamente; • Realizar podas sanitárias; • Eliminar as plantas infectadas; • Aplicar o fungo Trichoderma sp., como um biocontrolador; • Aplicar fungicidas, preventivos e / ou curativos, se necessário.


C a p í t u l o I | 144 Podridão branda do cladódio (Erwinia carotovora pv). É uma doença causada pela bactéria Erwinia carotovora que afeta principalmente os cladódios (Figura 116). A podridão pode ocorrer 15 dias após sua infestação inicial na planta e a suscetibilidade se deve à deficiência de cálcio e nitrogênio. A alta temperatura e umidade relativa favorecem o desenvolvimento dessa bactéria (MORA, 2011). Sintomas: Manchas amarelas nos cladódios; Manchas de aspecto húmido (podridão aquosa) com um forte odor desagradável; e em estados de danos avançados, atingem o apodrecimento de toda a planta.

Figura 116. Podridão branda do cladódio (Erwinia) – Villarica (Tol.). Foto: Diana Paola Mora Castro. Controle: • Usar material vegetativo saudável; Realizar tratamento em áreas danificadas e desinfetar com cloro puro; • Fertilizar adequadamente; • Realizar podas sanitárias; • Desinfetar ferramentas de poda com cloro comercial; • Elimine os cladódios com a presença da bactéria e enterrá-los; e • Aplicar fungicidas de contato, como os imidazóis. Mancha de Alternaria. O patógeno Alternaria alternata causa manchas nos frutos de pitahaya nas fases de pré e pós-colheita (ARMITAGE et al., 2015; CABRAL et al., 2016) e importantes perdas econômicas e industriais (ESTIARTE et al., 2016). Esse fungo é considerado patogênico e toxigênico (VILAPLANA et al., 2017) pois produz micotoxina em frutos. Em pitahaya vermelha de polpa branca, Castro et al. (2018) verificaram que o


C a p í t u l o I | 145 fungo causa deterioração da epiderme e na polpa pode ou não ocorrer sintomas visíveis. Isso leva muitos consumidores a descartarem a epiderme e consumirem a polpa, o que gera grande preocupação para a saúde humana no consumo de alimentos com possível presença de micotoxinas (FAO, 2017). Bacteriose (Xanthomonas campestres). Esta é a principal doença da cultura até mesmo por ser uma bactéria e seu controle curativo é bem dificultado. A bacteriose também conhecida como podridão negra, é causada pela ação da bactéria Xanthomonas campestris, que ataca principalmente os cladódios da planta, provocando o apodrecimento, havendo perda de mudas, ramos produtivos ou em casos severos de toda planta. Os sintomas se iniciam com uma murcha localizada, seguida de um amarelecimento dos cladódios, progredindo para lesões de coloração preta ou marrom escura, em razão da necrose dos tecidos. Controle. Comumente são feitas a raspagem da podridão quando atacado o cladódio principal da planta de forma a se evitar a perca total da mesma. O controle de doenças é feito de forma preventiva, sendo utilizado produtos cúpricos como a calda bordalesa e calda sulfocálcica. O controle biológico utilizando produtos à base Trichoderma para combater o fungo da antracnose podendo aliar produtos à base de Bacillus para combater a bacteriose.

CONTROLE ALTERNATIVO DE FITOPATÓGENOS E PRAGAS Ao longo de todo o ciclo da cultura, deve ser realizado um monitoramento periódico e contínuo que permita controlar de forma efetiva e a tempo qualquer praga ou doença que venha ocorrer, evitando assim atingir o nível de dano econômico e garantindo um baixo impacto ambiental pela redução do uso de insumos químicos ou bioinseticidas. No controle de fitoparasitas na agricultura orgânica, de modo geral, deve ser concebido

mediante medidas antiestresse, que permitam que as plantas expressem plenamente seus mecanismos naturais de defesa (AKIBA et al., 1999). Entretanto, algumas vezes, não são suficientes para impedir problemas fitossanitários, principalmente por causa de desequilíbrios temporários que acarretam estresse ao uso de cultivares muito suscetíveis e aos fatores não controláveis que venham determinar o aumento da incidência de pragas e agentes de doenças.


C a p í t u l o I | 146 Nesses casos, faz-se necessário o uso de defensivos alternativos que podem ser de preparação caseira, a partir de substâncias não prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Pertencem a esse grupo as formulações que têm como características principais: baixa ou nenhuma toxicidade ao homem e à natureza; eficiência no combate aos artrópodes e microrganismos nocivos; não favorecimento à ocorrência de formas de resistência desses fitoparasitas; disponibilidade; e custo reduzido. Estão incluído na categoria, entre outros, os diversos biofertiIizantes líquidos, as caldas (Sulfocálcica e Bordalesa), os extratos de plantas e os agentes de biocontrole (PENTEADO, 1999). Os principais defensivos alternativos que vêm demonstrando potencial de uso na cultura

da pitahaya são:

Biofertilizantes líquidos a)Caldas sulfocálcica de preparo caseiro: Para preparar 20 L de calda são necessários: 2 kg de enxofre em pó (pó molhável ou pecuário) e 1,0 kg de cal virgem. Em tambor de ferro ou de latão sobre forno ou fogão, adicionar vagarosamente a cal virgem a 10 L de água, agitando constantemente com uma pá de madeira. No início da fervura, misturar vigorosamente o enxofre previamente dissolvido em água quente e colocar o restante da água, também, preaquecida, até a fervura (POLITO, 2000). Em outra lata, manter água fervente, para ir adicionando, sempre que necessário, na primeira lata, para completar, no nível inicial marcado, repondo assim a água que evaporou da calda. Após aproximadamente 1 hora de fervura, a calda deverá ficar grossa, com coloração pardoavermelhada. Após o resfriamento, deverá ser coada em pano ou peneira fina para evitar entupimento

dos pulverizadores. A borra restante pode ser empregada para caiação de troncos de arbóreas. A calda pronta deve ser estocada em recipiente de plástico opaco ou vidro escuro e armazenada em local escuro e fresco, por um período relativamente curto, sendo ideal sua utilização até, no máximo, 60 dias após a preparação. Antes da aplicação sobre as plantas, através de pulverizações foliares, a calda concentrada deve ser diluída. Para controlar essa diluição, determina-se a densidade através de um densímetro ou aerômetro de Baumé com graduação de 0° a 50° Bé (graus de Baumé), sendo considerada boa a calda que apresentar densidade entre 28° a 32° Bé (Figura 117).


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Figura 117. Calda sulfocálcica e densímetro. Foto: Madelaine Venzon.

Para melhor aderência da calda na planta pode-se utilizar espalhantes adesivos naturais, tais como 1 colher de sopa rasa de açúcar (10 a 15 gramas) ou 1 copo de leite desnatado (200 ml) ou 50 gramas de sabão neutro dissolvido em água quente. Estas dosagens são para 10 litros de calda. É importante que o equipamento pulverizador seja capaz de propiciar uma distribuição uniforme das gotículas sobre a planta ou as parte podadas dos cladódios, inclusive na parte inferior dos cladódios, promovendo uma boa cobertura da calda sulfocálcica, desta forma sendo mais eficiente no controle de pragas e doenças. Possui ação inseticida contra insetos sugadores, como tripes e cochonilhas, entre outros. Tem também efeito acaricida e fungicida (principalmente no controle de oídios e ferrugens). Para aplicação em estágio vegetativo, geralmente utiliza-se em concentrações de 0,5 a 1,0 º Bé. A calda sulfocálcica é obtida pelo tratamento térmico do enxofre e da cal. O efeito tóxico da calda aos insetos e ácaros é causado pela liberação de gás sulfídrico (H2 S) e enxofre coloidal, quando aplicado sobre as plantas (ABBOT, 1945). Resultado de testes obtidos com o ácaro-vermelho em outras culturas tem sido promissor. b) Calda Bordalesa: é uma suspensão coloidal, de cor azul-celeste, obtida pela mistura de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal virgem ou hidratada. A formulação a seguir é para o preparo de 10 litros; para fazer outras medidas, é só manter


C a p í t u l o I | 148 as proporções entre os ingredientes. a) Dissolução do sulfato de cobre: No dia anterior ou quatro horas antes do preparo da calda, dissolver o sulfato de cobre. Colocar 100 g de sulfato de cobre dentro de um pano de algodão, amarrar e mergulhar em um vasilhame plástico com 1 litro de água morna; b) Água de cal: Colocar 100 g de cal em um balde com capacidade para 10 litros. Em seguida, adicionar 9 litros de água, aos poucos. c) Mistura dos dois ingredientes: Adicionar, aos poucos e mexendo sempre, o litro da solução de sulfato de cobre dentro do balde da água de cal. d) Teste da faca: Para ver se a calda não ficou ácida, pode-se fazer um teste, mergulhando uma faca de aço comum bem limpa, por 3 minutos, na calda. Se a lâmina da faca sujar, isto é, adquirir uma coloração marrom ao ser retirada da calda, indica que esta está ácida, devendo-se adicionar mais cal na mistura; se não sujar, a calda está pronta para o uso, sendo necessário coar a solução antes das pulverizações.

Macerado para pragas em geral NIM (Azadirachta indica) Azadirachta indica, conhecida pelos nomes comuns de amargosa e neem, é uma árvore da família Meliaceae, com distribuição natural no sul da Ásia (Índia) e utilizada na produção de madeira e para fins medicinais. Os produtos derivados do nim são biodegradáveis, portanto, não deixam resíduos tóxicos nem contaminam o ambiente, possuem ação inseticida, acaricida, fungicida e nematicida (SCHUMUTTERER, 1990; MARTINEZ, 2002). Os efeitos da Azadiractina sobre, artrópodes incluem repelência, deterrência alimentar, interrupção do crescimento, interferência na metamorfose, esterilidade e anormalidades anatômicas (SCHMUTTERER, 1990; MORDUE; NISBET, 2000). Sua eficiência, assim como a seletividade a inimigos naturais, está relacionada com a dose, com a formulação empregada e com a espécie-alvo. O extrato de óleo de neem (Azadirachta indica) (pulgões, lagartas e gafanhotos) Materiais de Uso: - 02 kg de folhas verdes de neem; - 10 litros de água; e - 20 ml de detergente neutro. MODO DE PREPARO: Para iniciar o preparo da calda é necessário triturar as folhas de neem no liquidificador comum, depois colocar as folhas já trituradas em um recipiente de


C a p í t u l o I | 149 10 litros, mexendo bem. Espere 12 horas de 01 dia para o outro. Posteriormente, acrescente o detergente líquido à calda, misture a calda novamente e coe com pano para a retirada dos resíduos existentes. MÉTODO DE APLICAÇÃO: A calda de neem será aplicada nesta dosagem, sem diluição, a cada 07 dias se necessário. Sempre aplicar no período da manhã ou no final da tarde sobre e sob as folhas. Também está disponível no mercado o óleo de sementes e extrato de folhas para pulverização de plantas. O óleo inseticida é extraído pela prensagem das sementes, obtendo-se no máximo 47% de óleo, que contém cerca de 10% da Azadiractina existente no fruto (MARTINEZ, 2002). A torta restante é rica em Azadiractina, podendo ser utilizada para o controle de nematóides e para adubação. Os extratos podem ser preparados com a trituração em água das sementes ou frutos frescos, deixando-se a mistura descansar por 12 horas e filtrando-se o líquido obtido. O mesmo procedimento pode ser usado para folhas frescas ou secas, no entanto, a concentração de Azadiractina no extrato obtido será inferior. Para armazenar sementes e preparar o extrato posteriormente, os frutos devem ser colhidos, secados ao sol, por dois a três dias, e à sombra, por mais dois dias. A seguir, devem ser despolpados manualmente em água ou utilizando-se despolpadeira. Após secagem das sementes, estas devem ser armazenadas, de preferência, à baixa temperatura (MARTINEZ, 2002). O rendimento dos frutos do neem varia entre 25 e 50 kg por árvore, de acordo com a temperatura, umidade, tipo de solo e genótipo da planta. Normalmente, 50 kg de frutos maduros têm cerca de 30 kg de sementes, as quais produzem em média 6 kg de óleo e 21 kg de pasta. Cada quilograma de sementes secas contém aproximadamente 3.000 unidades (SOARES et al., 2003). Outros tratamentos naturais de controle de pragas e doenças, mas a entidade certificadora deve ser consultada previamente, para a cultura da pitahaya são as seguintes: Calda de mamona (Figura 118) •

-Indicações:

-Controle de pragas da pitahaya em geral e pode ser utilizada como adubo foliar.

-Ingredientes:

-* 80 folhas fresca de mamona;


C a p í t u l o I | 150 •

-* 20 litros de água;

-Modo de preparo e uso:

Triturar ou macerar as folhas, depois colocar na água e deixar em repouso por doze horas, num local escuro. Depois coar e utilizar, mas dever-se ser armazenada, no máximo 3 dias. Aplicar a calda ou macerado com o pulverizador costal.

Figura 118. Planta de mamona usada como macerado para preparação de bioinseticida.

Folhas de angico (Piptadenia colubrina) •

-1 kg de folhas de angico picadas;

-10 litros de água;

-Passar as folhas com a água no liquidificador e deixar de molho por 8 dias para cura;

-Coar para evitar o entupimento do pulverizador costal;

-Usar 5 litros do extrato no pulverizador costal com capacidade de 20 litros;

Recomenda-se guardar as soluções de bioinseticidas, para cada praga, em depósitos de plástico lacrados para evitar a perda do seu princípio ativo (QUEIROGA et al., 2017; Figura 119).


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Figura 119. Preparação dos bioinseticidas para combater as pragas na cultura da pitahaya. Foto: Vicente de Paula Queiroga.

Calda de fumo (Nicotiana tabacum) (pulgões e cochonilhas) Materiais de uso: - 100 g de fumo (10 cm de comprimento); - 01 litro de água; - 01 colher de sopa de cal hidratada; - 1/2 pedra de sabão de coco; - 05 litros de água para dissolver o sabão. Modo de preparo: Antes de fazer a calda de fumo é necessário fazer a calda adesiva ou a calda de sabão. Essa solução servirá para fixar a calda de fumo, ou qualquer outra solução às plantas. Em alguns casos, o uso apenas dessa calda já é o suficiente para eliminar alguns tipos de infestações, como as cochonilhas, por exemplo. Para o preparo da calda adesiva, coloque em fogo brando a barra de sabão de coco em 2 ½ litros de água. Aqueça até o sabão dissolver completamente. Deixe esfriar e reserve. Esse procedimento consiste em picar o sabão. Coloque 2½ litro de água para aquecer, depois coloque o sabão na panela e aqueça até dissolver, para passar por uma peneira fina num balde com mais 5 litros de água. Está pronta a mistura para receber a calda.


C a p í t u l o I | 152 Depois da calda adesiva pronta, inicia-se o preparo da calda de fumo, picando bem o fumo de rolo e colocando-o em 01 litro de água ainda fria. Coloque-a no fogo para ferver. Levantando fervura deixe por 20 minutos mexendo sempre para não subir e transbordar. Depois de fervido, passe por uma peneira fina já misturando à calda adesiva de sabão. Depois de frio, adicione uma colher de cal hidratada. Método de aplicação: Depois de pronto, mistura-se o 01 litro de calda de fumo, com 05 litros de calda adesiva e 04 litros de água para ter 10 litros da substância pronta para aplicação. A calda deverá ser pulverizada diretamente sobre as plantas atacadas. Caso não seja suficiente para o controle das referidas pragas, aumente a quantidade de fumo no extrato, mantendo a mesma quantidade de água. O efeito da calda só tem duração de 08 horas e é importante respeitar o intervalo de 02 dias entre as aplicações. Macerado de urtiga (Percevejos) Os percevejos sugam a seiva das plantas. Alguns deles são insetos muito sensíveis e morrem facilmente quando expostos a qualquer substância tóxica. Recomenda-se colocar 100 g de folhas de urtiga frescas em 01 litro de água e deixe amolecer por 3 dias. Coe e misture com mais 10 litros de água. Pulverize sobre as partes atacadas. Manipueira (caldo resultante da mandioca) – (ácaros, cochonilhas etc). Preparação: colocar um litro de manipueira em dois litros de água e misture bem. Em seguida, aplicar nas partes atacadas da planta.

PRÁTICAS DE CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS 1.Cultura armadilha: plantas como hortelã, salsa, gergelim, braquiarão, mamona, plantadas nas bordas da cultura principal, servem como alimento alternativo e/ou capazes de produzir efeito tóxico ou repelente para as formigas cortadeiras. As folhas do gergelim, em decomposição, liberam um gás que combate os fungos que servem de alimento para as saúvas, levando a destruição dos formigueiros. Outra estratégia seria alimentar a cada três dias os formigueiros com folhagem de maniçoba (Manihot glaziowii Mull.) ou Neem, fazendo essa substituição regularmente às formigas deixam de visitar o campo de gergelim. Alguns agricultores também realizam a retirada da terra de uma determinada boca de formigueiro e coloca-a sobre outro formigueiro mais


C a p í t u l o I | 153 próximo ao campo, sendo que essas misturas de feromônio (areia com cheiro distinto) deixam as formigas desorientadas e terminam abandonando tal formigueiro. 2.Criação de inimigos naturais das formigas. Galinha, galinha de angola, pássaros e preservação de tatus e tamanduás podem controlar o ataque das formigas. 3.Aplicar água quente diretamente no formigueiro, em quantidade que possa encharcar toda a superfície e o olheiro do formigueiro. A ação é recomendada para pequenos formigueiros e deve ser realizada uma vez por dia, todos os dias, até que o formigueiro esteja controlado. 4.Uso de fumaça de escapamento de motores: inicialmente é necessário direcionar o escapamento dos motores de trator, carro, moto e outras máquinas, com o uso de uma mangueira resistente para o olheiro do formigueiro. Em seguida, recomenda-se tampar as saídas da fumaça, provocando asfixia das formigas em virtude da ação do gás carbônico.

DOMINÂNCIA APICAL E PODA Dominância apical. As gemas axilares das cactáceas são representadas como aréolas ovaladas dois milimetros abaixo da superficie da casca. Sob condições ambientais adequadas, surgem novos cladódios, flores e raízes a partir do tecido meristemático das mesmas (FAO, 2001). O grau de ramificação das gemas é largamente determinado pela dominância apical (CHEN et al., 1997). Essa dominância ocorre em consequência da presença de auxina na zona meristemática, limitadora do desenvolvimento dos meristemas laterais. A maior concentração de AIA (Ácido indolil-3-acético) na gema apical inibe o desenvolvimento das gemas laterais, pois atua como um dreno de nutrientes e citocininas para a gema apical. Além disso, o elevado nível de auxina nas gemas apicais auxilia na manutenção dos altos níveis de ABA (Ácido abscísico) nas gemas laterais, o que inibe o crescimento das mesmas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Normalmente, as plantas bem supridas de substâncias de reserva brotam melhor do que aquelas debilitadas e sofrem menos com as oscilações climáticas (NACHIGAL; ROBERTO, 2007).


C a p í t u l o I | 154 A poda da gema apical remove a dominancia apical e estimula o desenvolvimento das gemas axilares (CHEN et al, 1997). Em pitahaya, essa técnica pode uniformizar e aumentar o número de brotações. Poda. A poda em pitahaya é especialmente importante devido ao crescimento vegetativo vigoroso e hábito de crescimento trepador com sobreposição de cladódios (caule modificado), causando redução da penetração de luz no interior da planta. Esse sombreamento pode acarretar diminuição da produtividade e da qualidade dos frutos, aumento do custo de poda, além de dificultar o controle de doenças e pragas pela redução da eficiência de aplicações de defensivos. Assim, a utilização de práticas culturais que promovam o adequado balanço entre o desenvolvimento vegetativo e a frutificação, é fundamental para aumento da eficiência produtiva e melhoria da qualidade dos frutos (HAWERROTH et al., 2012). Em outras palavras, a poda consiste na técnica de orientar a planta de maneira a facilitar os tratos culturais, além de regular a produção e obtenção de frutos de qualidade superior. Mas, sabe-se que a poda, por si só, não resolve todos os problemas de produtividade, os quais são dependentes também de práticas como: adubação, irrigação, controle fitossanitário, afinidade enxerto e porta-enxerto, e condições climáticas e edáficas favoráveis (BOLIANI et al., 2008). Além disso, para a condução das plantas de pitahaya, são utilizados postes mortos (cimento, eucalipto, etc) ou vivos (gliricídia) com altura de 1,60 m e 11,5 cm de diâmetro. Na extremidade de cada poste é posicionado um caibo com 1 m de comprimento, formando uma estrutura tipo “T” (Figura 120). As plantas são conduzidas em haste única, até atingirem a altura do tutor. Ou seja, as hastes principais das 2 a 3 plantas instaladas ao redor do poste devem ser guiadas de forma reta, seguindo o trajeto do poste, até atingir 1,60 m. São fixadas com fitilhos ou qualquer outro material biodegradável, evitando o uso de arame para não danificar as hastes. Uma vez as hastes principais, tendo atingido esta altura (1,60 m) e estando distribuídas no centro do pneu, que serve de suporte, devem continuar seu crescimento no pneu, deixando de 3 a 4 filocladódios por planta, para que se espalhem e continuem seu crescimento, após a operação de poda apical de cada haste principal (3 a 4 hastes principais por poste), dando lugar para os ramos laterais ou cachos de ramos secundários de comportamento decumbente (pendente), formando uma espécie de guarda-chuva ou guarda-sol. Qualquer novo rebento lateral que não surja na parte


C a p í t u l o I | 155 apical deve ser retirado, pois não terá suporte e pode se quebrar facilmente, danificando a haste principal.

Figura 120. Pitahaya com brotações laterais (A); pitahaya com as brotações laterais podadas (B) e condução dos cladódios acima da trave em T do poste (C). Fonte: Moreira et al., (2012b).

Os tipos de podas realizados na pitahaya são: Poda de formação. No que se refere à cultura da pitahaya (Hylocereus spp.), poucas informações na literatura nacional e internacional são encontradas sobre a necessidade ao se realizar o manejo de poda de qualquer natureza, consistindo praticamente em informações de atuações empíricas atreladas a manejos com outras espécies, que também são denominadas como pitaya (cactos colunares). A poda de formação destina-se a promover um ambiente favorável para que o ramo modificado (cladódio principal) primário se adapte ao sistema de suporte, aumentar a área efetiva de exposição à luz solar, estimular o crescimento dos cladódios secundários e facilitar o cultivo. É realizado seis meses após o transplante. O número de cladódios necessários é selecionado, esses cladódios são amarrados por fitilhos de plástico para guiá-los (Figura 121). Os brotos vegetais ou florais são eliminados gradualmente. Os ramos que crescem muito próximos ao solo também são removidos para evitar


C a p í t u l o I | 156 contaminação por fungos (CARDOZO et al., 2013). Nas Figuras 122 e 123, observa-se a poda apical do cladódio principal que é efetuada para induzir a formação da copa da pitahaya.

Figura 121. Tesoura de poda usada na poda de formação da haste principal. Foto: LÓPEZ, H.; GUIDO, A. (2014).


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Figura 122. a) Pitahaya com cladódio principal podado um pouquinho abaixo do tutor (5 cm; seta vermelha; poda apical) para estimular a formação da copa e b) Copa ou cachos de ramos secundários bem distribuídos brotados a partir do ramo principal podado (seta vermelha).

Figura 123. Formação da copa da pitahaya com os cladódios secundários bem distribuídos sobre o pneu, o qual se encontra fixado à parte superior do tutor.


C a p í t u l o I | 158 A poda de formação ou manutenção também tem o objetivo de limitar o crescimento dos ramos secundários e isso deve ser realizado já no segundo ano após o plantio. Na prática, a extensão da poda depende do tipo de suporte e de sua resistência. Por exemplo, uma planta de 3 anos pesa cerca de 70 kg (LE BELLEC, 2003). Mesmo que este peso não seja em si um problema para os diferentes tipos de suporte, os ramos em cachos podem não ser capazes de resistir a ventos violentos. A poda consiste na retirada de todos os caules danificados da planta, além daqueles que estão emaranhados. A poda pós-colheita favorece o crescimento de novos rebentos que darão flores no ano seguinte. Podas fitossanitárias. O objetivo da poda fitossanitária é eliminar as hastes afetadas por pragas, doenças, mal formadas ou afetadas mecanicamente, principalmente os caules com sintomas da doença conhecida como queimadura ou bacteriose (Erwinia carotovora Jones) (MAG-IICA, 2001; LÓPEZ; GUIDO, 2014). De acordo com Cardozo et al. (2013), deve-se remover a parte danificada ou doente do cladódio e, em seguida, aplique uma pasta curativa. As partes afetadas das plantas devem ser eliminadas, sendo retiradas do campo e enterradas, aplicando-se cal em abundância, em seguida, cobri-las com uma camada de solo de no mínimo 30 centímetros (Figura 124), evitando assim maior contaminação dentro da plantação. As ferramentas (tesourão de poda; Figura 125) utilizadas nesta atividade devem ser desinfetadas após cada operação de corte. Normalmente, a poda sanitária é realizada a cada dois ou três meses durante a estação das chuvas ou quando é necessária a limpeza dos ramos afetados. Sugere-se o uso de pasta cicatrizante após o corte dos ramos. Este tipo de poda deve ser realizado durante todo o ano para manter a segurança e a saúde da planta.

Figura 124. a). Poda fitossanitária de cladódios de pitahaya afetados por bacteriose. e b) Enterrando os cladódios doentes fora da área de plantio. Fotos: Proyecto CEE-ALA 86/30, 1994.


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Figura 125. Tesourão de poda com cabo metálico extensor de 43 cm. Para o caso da pitahaya-amarela (Selenicereus megalanthus), Martínez et al. (2013) salientam que a poda sanitária é realizada com o propósito de eliminar partes da planta que são afetadas por algum tipo de patógeno ou inseto, ou também porque eles não se desenvolvem nem secam, sendo que a direção da poda depende do dano causado no cladódio. As ferramentas utilizadas devem ser desinfestadas após cada corte de cladódio doente. Atualmente, a maior limitação na produção de pitahaya amarela é a podridão basal da fruta causada por Fusarium spp., com perdas de até 80%. Podas de frutificação ou produção. Essa poda consiste no desponte do cladódio secundário adulto, eliminando entre 5 a 10 cm do final ou ápice de crescimento (Figura 126). Os filocladódios terciários com comprimento superior a 70 cm são despontados. São eliminados ramos secundários e brotos improdutivos encontrados na parte interna da planta (Figura 127). Com este tipo de poda é possível concentrar a produção nos ramos secundários com maior potencial produtivo. Essa poda é realizada antes e após a colheita, cortando as pontas dos ramos que frutificaram e que já foram colhidos, este trabalho estimula o engrossamento dos ramos laterais e a formação de novos ramos produtivos (GARCÍA, 2003).


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Figura 126. Podas de desponte (ou poda apical ou desponte dos ramos terciários com 70 cm acima da trave em T, realizada no início de outubro) dos cladódios para estimular a frutificação da pitahaya. Foto: Reinaldo Alves (2020).

Figura 127. Poda de produção. Foto: INIA (2020).


C a p í t u l o I | 161 Por outro lado, a poda de desbaste consiste em eliminar os botões improdutivos que estão na parte interna da planta, região que recebe menor incidência de luz e limitação de espaço, devido ao alto número de cladódios que se concentram nessa região, quando não se realiza o desbaste (Figura 128). Além disso, melhora a circulação de ar entre os ramos secundários, reduz a densidade de ramos secundários, evitando peso excessivo que pode derrubar o tutor ou mesmo a própria planta e diminuindo os ataques de doenças fúngicas e bacterianas durante o período das chuvas (LÓPEZ; GUIDO, 2014). Devem ser eliminados, também, todos os cladódios que apresentam danos severos devido ao ataque de pragas e doenças. Isso é confirmado por Téllez (2016), ao indicar que deve ser realizada poda de desbaste, poda fitossanitária e se forem utilizados tutores vivos, também deve ser feita poda.

Figura 128. Passo a passo na condução da poda de pitahaya. Fotos: Copyright © 2011 Pitaias | Powered by Blogger.


C a p í t u l o I | 162 Segundo Costa et al. (2014), trabalhando com Hylocereus undatus, verificou que 96% dos cladódios que já haviam produzido frutos em anos anteriores, produziram frutos novamente, com média de 2,89 frutos por cladódio, e os cladódios novos, emitidos devido o ciclo vegetativo natural, produziram neste mesmo ano, uma média de 2,15 frutos por cladódio, deduzindo-se que a possibilidade de uma poda de renovação em distintas intensidades para planta de pitahaya pode se tornar benéfica, não representando perdas acentuadas de produção de um ano para o outro. Avaliando a intensidade de poda (5, 10, 15 e 20 cladódios produtivos mantidos na planta, esses oriundos da haste principal) na produção e qualidade de frutos de pitahaya vermelha de polpa branca (Figura 129), Brito (2019) constatou que no primeiro ciclo produtivo, as podas realizadas com mais intensidade, interferem moderadamente no desenvolvimento vegetativo, minimizando a produtividade das plantas de pitahaya de polpa branca. A qualidade dos frutos é afetada por diferentes intensidades de poda, e no tratamento onde a poda foi mais intensa (5 cladódios por planta), desenvolveu-se frutos com menor massa e polpa, maior acidez e menores teores de sólidos solúveis (SS) e relação SS/AT (Acidez total titulável).


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Figura 129. Representação da poda caracterizando-se os quatro tratamentos a seguir: tratamento 1 (um) – 5 (cinco) cladódios por planta (A); tratamento 2 - 10 (dez) cladódios por planta (B); 15 (quinze) cladódios por planta (C); 20 (vinte) cladódios por planta (D). Lavras-MG, 2019. Fotos: Leonardo Pereira da Silva Brito (2019).

Poda de tutores vivos. Os tutores vivos têm a desvantagem de produzir ramificações, as quais produzirão sombra à pitahaya, o que terá efeito na formação de flores e frutos. Lembre-se de que o pitahaya deve estar em plena exposição solar. A poda dos tutores vivos consiste em eliminar todas as ramificações vigorosas que sombreiam a planta e tem como objetivo de evitar a competição entre elas e a cultura, por luz, nutrientes e água. Podem-se fazer entre 2 a 4 podas por ano, principalmente no período das chuvas, que é quando o tutor vivo tem maior capacidade de formar galhos. A poda de tutores vivos tem ainda as seguintes vantagens: 1-Melhora a exposição solar aumentando a produção de flores e frutos; 2- Os frutos apresentam melhor coloração e abrevia a sua maturidade


C a p í t u l o I | 164 fisiológica; 3- Os riscos de danos por pragas e doenças são reduzidos, uma vez que os sugadores dos tutores vivos servem como hospedeiros de doenças fúngicas e esconderijos de insetos-praga; e 4- Facilita os tratos culturais na lavoura (aplicações foliares em geral) (LÓPEZ; GUIDO, 2014).


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Capítulo II

MATURIDADE, COLHEITA, PÓS-COLHEITA, PRODUTIVIDADE E INDUSTIALIZAÇÃO DA PITAHAYA

Vicente de Paula Queiroga Ênio Giuliano Girão Josivanda Palmeira Gomes Alexandre José de Melo Queiroz Rossana Maria Feitosa de Figueirêdo Esther Maria Barros de Albuquerque (Editores Técnicos)


C a p í t u l o I I | 166 DESENVOLVIMENTO E MATURIDADE FISIOLÓGICA DO FRUTO Os cactos trepadeiras produzem vários fluxos florais durante a época de floração, e a previsão da época da colheita é importante para o manejo do pomar e a comercialização dos frutos (MIZRAHI; NERD, 1999). Pouco se sabe sobre o efeito da planta e dos fatores ambientais na duração do crescimento dos frutos de cacto trepadeira, mas a temperatura parece ser um fator dominante. Em Israel, a espécie Hylocereus spp produz três ou quatro fluxos de floração durante a estação quente (junho-outubro); 30 a 35 dias decorrem da antese até a plena coloração do fruto quando a temperatura média diária é de 25 ºC, mas de 40 a 45 dias são necessários quando a temperatura diária atinge a média de 20 ºC (NERD et al., 1999). A floração de Selenicereus megalanthus em Israel ocorre principalmente no outono, quando a temperatura do ar diminui e a duração do desenvolvimento do fruto é muito mais longa do que para Hylocereus spp. O aumento do tempo de desenvolvimento se deve às menores temperaturas durante o crescimento do fruto e à menor taxa de crescimento inerente ao fruto de Selenicereus megalanthus (NERD; MIZRAHI, 1998). O tempo desde a antese até a maturação completa para Selenicereus megalanthus varia de 120 dias (temperatura média diária de 25 ºC) até 180 dias (20 ºC). A correlação positiva entre a temperatura do ar e o crescimento dos frutos permite o desenvolvimento de um modelo de unidade de calor para prever o período da antese à maturidade para Selenicereus megalanthus (NERD; MIZRAHI, 1998). Estudos em Israel (WEISS et al., 1994b; NERD; MIZRAHI, 1998, 1999; NERD et al., 1999) mostram que o crescimento de frutos para as espécies Hylocereus costaricensis, Hylocereus polyrhizus, Hylocereus undatus e Selenicereus megalanthus segue um padrão sigmoide, com uma taxa de crescimento baixa ou desprezível durante a última fase quando ocorre o amadurecimento. Uma mudança na cor da casca (alteração de cor) indica o início da última fase. Para a espécie Hylocereus polyrhizus, que possui polpa vermelhovioleta, o acúmulo de pigmentos na polpa ocorre paralelamente ao desenvolvimento da cor da casca. Durante a última fase, o teor da polpa (como uma porcentagem do peso fresco da fruta) aumenta acentuadamente (de 20 - 30% no início para 60 - 80% no final da fase), a acidez titulável da polpa diminui e os teores da polpa de açúcares solúveis e sólidos solúveis aumentam atingindo níveis máximos de 7-9% e 14 - 18%, respectivamente, do peso fresco em plena cor. A degradação do amido, que aumenta na polpa antes do amadurecimento, é responsável parcialmente pelo acúmulo de açúcares solúveis. Para a espécie Hylocereus undatus, a atividade da amilase e da invertase está


C a p í t u l o I I | 167 correlacionada com o aumento dos açúcares solúveis na polpa (principalmente frutose e glicose), que atingem suas maiores concentrações no centro da polpa (WU; CHEN, 1997). Os frutos são classificados como não climatéricos, refletindo as baixas taxas de produção de CO2 e etileno durante o amadurecimento (NERD; MIZRAHI, 1998; NERD et al., 1999). Como se pode deduzir, o processo de amadurecimento não será o mesmo para todas as frutas e, dependendo de seu comportamento fisiológico, elas podem ser divididas em dois grupos (AGUSTÍ et al. 2012): a) Frutos climatéricos: caracterizam-se por acumular amido durante o crescimento e hidrolisar durante a maturação em principalmente monossacarídeos, glicose e frutose. Como esse processo exige grande quantidade de energia, ocorre um aumento da respiração que é precedido por um aumento da concentração ativa de etileno nos espaços intercelulares do mesocarpo. b) Frutos não climatéricos: são caracterizados pelo acúmulo direto de monossacarídeos durante o seu crescimento. Assim, durante o amadurecimento não há aumentos significativos em sua taxa respiratória e isso significa que as alterações que se produzem são menos intensas, mais lentas e não estão relacionadas à síntese de etileno. Assim, as pitahayas pertencem ao grupo das frutas não climatéricas. Esta condição, aliada ao fato de o fruto da pitahaya não ter um sabor muito intenso, torna muito importante coletar o fruto no estado ideal de maturação. Testes de palatabilidade em frutos colhidos em diferentes estágios de maturação (determinados de acordo com o número de dias após a antese ou o aparecimento da cor da casca) indicam que os frutos são mais palatáveis nos estágios avançados de maturação ou com a completa mudança de cor. Semelhante a muitas outras frutas carnudas, os produtores tendem a colher os frutos dos cactos trepadeiras antes do amadurecimento total, quando a casca ainda está quase toda verde, a fim de prolongar a vida de comercialização da fruta (BARBEAU, 1990; CACIOPPO, 1990). No entanto, o amadurecimento dessas frutas não é tão bom em comparação com aqueles deixados para amadurecer na trepadeira. Por exemplo, frutos de Selenicereus megalanthus colhidos na mudança de cor e mantidos a 10 a 20 ºC atingem a aparência física de frutos amadurecidos na planta e sua acidez diminui, mas os açúcares solúveis permanecem baixos e os sabores são pobres (NEERD; MIZRAHI, 1999). Consequentemente, o estágio ideal para a colheita de frutos de cacto trepadeira para alto


C a p í t u l o I I | 168 consumo de qualidade sob condições normais de armazenamento deve ser próximo da maturação total, como evidenciado pelo desenvolvimento de cor quase total ou total. Conhecer o estado de maturação ideal (firmeza, tamanho, cor e sabor) nas localidades que produzem esta fruta é importante, pois a qualidade organoléptica, nutricional e de manejo pós-colheita da fruta depende principalmente do grau de maturação na época do corte (THOMPSON, 1998). Na Tabela 8, são apresentados os índices de maturidade mínima para a realização do processo de colheita. Tabela 8. Índices de madures da pitahaya Selenicereus megalanthus. Variáveis

Índice

Sólidos solúveis totais

18,00 a 20,00

Acidez total (meq\100 mL de sumo)

2,5 a 4,0

Firmeza da polpa (N)

19,6

Índice de madures (Grau Brix\meq\100 ml de

4a7

sumo) Cor da casca

Verde-amarela a amarela com brácteas verdes

Teste de amido

Que seja parcialmente negativa

Fonte: Gallo (1997).

Vasquez et al. (2016) mencionam que à medida que os frutos se aproximam da maturidade fisiológica, os sólidos solúveis aumentam e os ácidos málico e ascórbico diminuem. A Tabela 9 mostra as características físicas e químicas de duas variedades de pitahaya cultivadas no noroeste de Pichincha (Equador). Tabela 9. Massa, sólidos solúveis totais (SST), firmeza e diâmetro dos frutos em dois ecótipos de pitahaya (± desvio padrão). Ecotipos

Massa (g)

SST

Firmeza (kg\f)

Diâmetro polar (mm)

Palora

331,6 ± 53,2a

20,1 ± 0,3 a

73,3 ± 24,3

73,3 ± 9,7a

Nacional

204,2 ± 12,7b

17,9 ± 0,1b

72,4 ± 9,1

70,8 ± 5,0b

OBS: Médias com letras diferentes indicam diferença significativa de acordo com o teste de Tukey (P≤0,05). Fonte: Vásquez-Castillo et al. (2016).


C a p í t u l o I I | 169 A coloração da casca do fruto ocorre muito tarde na fase de maturação, passando de verde a vermelho ou rosado de 25 ou 27 dias, dependendo da espécie após a antese e quando a casca fica totalmente vermelha (NERD et al., 1999; LE-VAN et al., 2002). Quatro ou cinco dias depois, os frutos atingem a coloração máxima. Após essa etapa, os frutos de Hylocereus costaricensis arrebentam sem se estragar ou deteriorar. A primeira colheita inicia-se a partir do 18º mês após o plantio das mudas; o período de tempo varia apenas ligeiramente, de 27 a 33 dias dependendo da ecologia (BARBEAU, 1990; LE BELLEC, 2004). O rendimento depende da densidade de plantio e fica em torno de 10 a 30 t.ha –1 (BARBEAU, 1990; MIZRAHI et al., 1997; LE BELLEC, 2003). A ausência de pedúnculo dificulta a colheita. Aos 25 dias após a abertura floral (Hylocereus undatus), os frutos apresentavam coloração verde claro mesclada com vermelho incipiente, e 2 dias depois mudou para verdeamarelado com áreas vermelhas em 10 a 20% da superfície; aos 29 dias o fruto era vermelho vivo em 70%, e aos 31 dias toda a casca apresentava um vermelho-púrpura (CENTURIÓN et al., 1999; 2008; Figura 130).

Figura 130. A) Mudanças na cor durante a maturação dos frutos de pitahaya na planta (da esquerda para a direita corresponde aos frutos com 25, 27, 29 e 31 dias após a abertura floral). Foto: CENTURIÓN et al., 2008.

Segundo Ortiz e Takahashi (2020), a evolução da coloração dos frutos de pitahaya de 21º a 32º DAA através do pericarpo externo e interno do fruto (Figura 131) mostra a redução do verde no pericarpo e o início da coloração típica da espécie Hylocereus undatus a partir do 28º DAA, tornando-se completamente vermelho aos 30 DAA. O aparecimento da cor


C a p í t u l o I I | 170 típica desta espécie analisada é indicativo do estágio de maturação dos frutos e do ponto de colheita.

Figura 131. Transição na coloração externa e interna do pericarpo de frutos de pitahaya. DAA, dias após a antese. Fotos: Thiago Alberto Ortiz (2020).

Uma vez que o estádio de maturação é alcançado, as frutas podem ser armazenadas por 3-4 dias à temperatura ambiente (BARBEAU, 1990) e 1-2 semanas a 20 °C ou 14 °C, respectivamente (NERD et al., 1999). A pitahaya não é uma fruta climatérica e nenhum pico de produção de etileno ou de CO2 foi observado; suas características físico-químicas e propriedades sensoriais começam a diminuir ligeiramente após a colheita (NERD et al., 1999). Os frutos colhidos 1–2 dias antes da coloração total da casca podem ser preservados por até 1 mês a 10 °C sem qualquer diminuição observada na qualidade plena (LE BELLEC, 2003). Colher frutos de pitahaya 5–8 dias após a coloração completa reduz ligeiramente seu tempo de armazenamento, embora as propriedades sensoriais dos frutos sejam melhoradas, dando um sabor mais doce e um sabor de amora-preta no caso de pitahaya vermelha (Hylocereus costaricensis). O fruto da pitahaya de Selenicereus megalanthus é colhido de acordo com o mercado em que se deseja comercializar. Geralmente, para exportação, o fruto é requerido no estado de maturação quatro e para o consumo nacional, o fruto é colhido no estado de


C a p í t u l o I I | 171 maturidade cinco e seis (ICONTEC - NORMA TÉCNICA COLOMBIANA NTC-3554, 1996; Figura 132).

Figura 132. Graus de maturação da pitahaya variedade Amarela de acordo com a Norma Técnica Colombiana (NTC-3554). O estágio de maior maturidade corresponde ao número 6 e o menor ao zero. Foto: Vargas et al. (2020).

Em relação à qualidade, os requisitos mínimos que os frutos devem cumprir no momento da colheita são: forma ovoide, inteiros, sem cortes na casca, o aspecto deve ser fresco e sadio (sem presença de insetos ou ataques de doenças), devem estar limpos sem espinhos, sem a presença de materiais estranhas visíveis, o pedúnculo deve medir 15 a 20 mm de comprimento, não devem apresentar odores e sabores estranhos e os resíduos de pesticidas não devem exceder os limites máximos permitidos pelo Codex Alimentarius (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, Programa para o Desenvolvimento da Agroindústria Rural da América Latina e Caribe (FAO-PRODAR, 2014).

COLHEITA DO FRUTO A colheita é realizada quando os frutos alcançam sua maturidade fisiológica de coloração da casca correspondente à espécie, ou seja, vermelho ou róseo intenso, com a polpa ainda firme (ALVARADO et al., 2003; MARQUES, 2010). O ideal é que uma porção do cladódio acompanhe o fruto colhido, a fim de se aumentar a vida pós-colheita. O índice de maturação mais utilizado para o corte dos frutos é quando o mesmo começa a mudar de cor, ou seja, do verde ao vermelho. É importante informar que a simples técnica de torcer os frutos, muitas vezes provoca a rachadura da casca, o que pode


C a p í t u l o I I | 172 favorecer as doenças e a rápida podridão do fruto. Portanto, recomenda-se utilizar uma tesoura de podar ou uma faca bem afiada (Figura 133), efetuando um corte leve no cladódio e evitando o dano no fruto - em razão de o fruto possuir um pedúnculo muito curto, o que torna difícil a separação do mesmo do cladódio.

Figura 133. Forma de corte manual do pedúnculo do fruto da pitahaya, realizado com tesoura de poda ou com faca amolada. Fotos: Reprodução\ TV TEM; UNA\ FAGRO e Claudio Posay/ PMC.

Recomenda-se o uso de luvas de couro para evitar espinhadas nas mãos e uma pequena escada dupla de madeira ou alumínio para cortar os frutos fora do alcance do coletor. Uma vez cortados, os frutos devem ser depositados dentro da caixa de plástico limpa de um carro de mão (Figura 134), evitando colocá-los em contato com o solo, devido a sua contaminação por microrganismo do solo. Também o fruto não pode ficar exposto ao sol,


C a p í t u l o I I | 173 o que provoca a elevação do seu calor e isso pode acelerar o amadurecimento do mesmo. De maneira geral, os frutos não são muito frágeis, mas para garantir um produto de boa qualidade alguns cuidados devem ser tomados; por exemplo, manuseio cuidadoso durante o processamento e armazenamento, especialmente para Hylocereus costaricensis cujas escamas foliadas são quebradiças.

Figura 134. Colheita de frutos da pitahaya de coloração da casca correspondente à espécie. Foto: Heitor Araújo (2019).

Para a espécie Selenicereus megalanthus, os frutos são colhidos quando apresentam a tonalidade amarela marcante na casca (NERD; MIZRAHI, 1998; Figura 135). A colheita no estágio adequado é imprescindível para garantir a qualidade e a conservação durante o armazenamento das frutas. Embora as frutas sejam colhidas no estádio de maturação completa, ainda não se tem uma definição exata sobre o comportamento climatérico. Alguns autores as classificam como climatéricas (CAMARGO; MOYA, 1995) e outros como não climatéricas, com base na concentração de etileno observada nas frutas dessas espécies após a colheita (NERD et al., 1999). De acordo com Vásquez et al. (2016), o fruto de Selenicereus megalanthus é considerado climatérico quando colhido com 70% de maturidade (casca amarela), mas quando colhido em estágios inferiores comporta-se como fruto não climatérico.


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Figura 135. Aspecto e cor do caule e de dois frutos maduros de Selenicereus megalanthus. Foto: Salvador Magraner Mifsud (2020).

Com relação à colheita da pitahaya da variedade Amarela com espinho (Selenicereus megalanthus), a sua colheita começa um ou dois anos após o transplante, dependendo da zona ecológica. Existem dois métodos comumente usados neste trabalho. O primeiro consiste em fazer a coleta de frutos (Selenicereus megalanthus) em duas etapas, ou seja, primeiro vai um operário fazer a remoção dos espinhos, utilizando uma escova (Figura 136), com os frutos ainda na planta e depois os coletores cortam os frutos. No segundo caso, o mesmo operário remove os espinhos e corta o fruto, alguns cortam primeiro e depois removem os espinhos (GARCÍA, 2003).


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Figura 136. Escova utilizada na Colômbia para retirar os espinhos do fruto da espécie Selenicereus megalanthus, mas não é uma ferramenta bastante eficaz. Fotos: Maria Cristina García (2003).

A escovação deve ser feita da base do fruto em direção ao final (MARTÍNEZ et al., 2013). Devido à presença de espinhos, se faz necessário o uso de luvas e de camisas de manga comprida. Tesouras para cortar manualmente também devem ser usadas para remover as frutas das plantas (INSTITUTO COLOMBIANO AGROPECUARIO, 2012). Deve-se ter o cuidado para não danificar a fruta e remova qualquer toco na fixação do caule, ao cortar o pedúnculo da fruta rente à superfície do caule. Colham apenas as frutas maduras e bem coloridas. A fruta pode ser guardada por 4 a 5 dias em temperatura ambiente ou várias semanas em sacos plásticos na geladeira (CRANE; BALERDI, 2005).

PÓS-COLHEITA O bom manejo da fruta para exportação é essencial para garantir sua qualidade e aceitação pelo mercado. Então, deve-se ter muito cuidado durante as etapas de manuseio, armazenamento e condições de transporte. Resumidamente, as operações básicas de colheita são: colheita e retirada de espinho, enquanto de pós-colheita são transporte para a linha de beneficiamento, pré-resfriamento, lavagem e desinfecção, seleção e classificação, secagem, encerado, embalagem, rotulagem da caixa e armazenamento. O percentual de descarte ou desperdício segundo Vásquez (2016), é de 1,5% na variedade Palora (Selenicereus megalanthus), o que é


C a p í t u l o I I | 176 baixo, isso se consegue com um bom manejo pré-colheita e pós-colheita, bem como as condições ambientais favoráveis onde se cultiva a pitahaya. 1.Transporte do campo para o centro de beneficiamento. As frutas, conforme explicado acima, devem ser colhidas com cuidado para evitar machucados (golpes) ou outros tipos de injúrias que reduzam sua qualidade e durabilidade de forma que não sejam rejeitados no mercado. Nesta fase, o produto colhido é submetido a diferentes variações, sofrendo golpes ou cortes, exposição por longos períodos ao sol e água, insetos, roedores, pássaros, fontes de contaminação do solo, água, ar, etc. além de os problemas que acarreta o uso de elementos não adequados para essas tarefas (GARCÍA, 2003). Portanto, as frutas não devem ser tratadas com violência e seu encaminhamento para a central de beneficiamento (Figura 137) deve ser feito em caixas plásticas (não empilhadas), transportadas em carrinhos manuais ou carroça veicular (Figura 138).

Figura 137. Processo de pós-colheita da pitahaya amarela na central de beneficiamento de uma propriedade. Foto: Ingenieros Agrónomos SAS (Diana Paola Mora Castro). .


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Figura 138. Carretinha tracionada para Microtrator Tobata usada no transporte dos frutos da pitahaya. Foto: Portaldapitaya.com.br

2. Pré-resfriamento. Consiste em reduzir a temperatura interna do fruto no menor tempo possível após sua coleta, para diminuir os processos de amadurecimento e degradação. Água limpa com temperatura de 5 ° C pode ser usada por 15 a 30 minutos em imersão ou aspersão (LÓPEZ; GUIDO, 2014), enquanto no segundo método passa por duchas, onde a água é borrifada a baixa pressão (GARCÍA, 2003). 3. Limpeza e desinfecção. O objetivo dessa operação é garantir a segurança e a qualidade da fruta; neste processo, a sujeira é removida e a carga patogênica na superfície é reduzida. Pode ser feito pelo método a seco, como peneiramento e escovação, e também pelo método úmido, por imersão ou aspersão (SÁNCHEZ PINEDA, 2004). Pelo método úmido, o princípio é colocar a fruta dentro de um cilindro e em uma banheira de inox a solução desinfetante, de forma que o tambor gire lentamente, para não maltratar a fruta,


C a p í t u l o I I | 178 mantendo sempre a metade do tambor submerso na banheira de inox (Figura 139). Isso facilita o contato entre a solução e os frutos da pitahaya. Em seguida, os frutos são secos no mesmo equipamento, retirando-se a água da banheira de inox e pondo em funcionamento o ventilador que se encontra na parte superior da estrutura. Portanto, nessa estrutura, o pré-resfriamento, a desinfecção e a secagem da pitahaya podem ser realizados simultaneamente (GARCÍA, 2003).

Figura 139. Equipamento em aço inoxidável usado nos seguintes processos de póscolheita: pré-resfriamento, lavagem, desinfecção e secagem de frutos de pitahaya com o ventilador posicionado na parte superior do equipamento. Foto: Maria Cristina García (2003).

Para a desinfecção é importante levar em consideração o desinfetante, a concentração e a forma de aplicação, bem como o cuidado no manuseio, dada seu grau de toxicidade e residualidade (Figura 140). Geralmente, na indústria alimentícia, utiliza-se o hipoclorito de sódio, cuja ação se baseia na capacidade oxidante. Portanto, devido aos custos, o hipoclorito de sódio pode ser recomendado, utilizando uma dose de 5% em volume do


C a p í t u l o I I | 179 hipoclorito comercial, embora no caso da pitahaya o produto Merteck seja amplamente utilizado e conhecido (GARCÍA, 2003).

Figura 140. Fruto de pitahaya não limpo e limpo. Fotos: Maria Cristina García (2003).

4. Seleção. Depois de desinfetados os frutos, eles são encaminhados para as mesas de seleção; aqui os frutos são selecionados com base no seu formato homogêneo (redondo, oval), tamanho uniforme, peso médio, grau de maturação, formato e distribuição das brácteas e aspecto sanitário. A seleção deve ser rigorosa, pois disso depende a qualidade das frutas para exportação. A pitahaya é coletada geralmente nos estágios de maturidade 3 e 4 (Selenicereus megalanthus), a fim de se ter mais tempo para sua comercialização e evitar que se perca na planta, seja pelo ataque de pássaros ou por qualquer outra praga ou doença. Portanto, não é comum classificar o fruto pelo grau de maturidade. O critério utilizado para esta operação é o calibre (peso) ou tamanho (Figura 141). Nessa cadeia, são manuseadas em três tamanhos, que classificam as frutas nas seguintes categorias: extra, primeira e segunda. Os frutos que apresentam graves danos fitossanitários, como estágios avançados do fungo ou que são muito pequenos ou apresentam cortes ou danos mecânicos são classificados em um último grupo ou terceiro, que é comercializado a um preço baixíssimo.


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Figura 141. Balança acondicionada no centro da estrutura metálica para classificação de frutos de pitahaya (Selenicereus megalanthus), separando os frutos pesados em três caixas de plástico com distintas cores. Fotos: M. C. García (2003).

5.Secagem. O excesso de umidade superficial de frutas e vegetais favorece o ataque de microrganismos, principalmente fungos, para os quais é necessário retirar essa umidade antes de levá-los ao armazenamento. Se o produto for altamente suscetível a danos por umidade, ventilação forçada com ar quente ou túnel de secagem pode ser usada (GARCÍA, 2003). As frutas selecionadas, de acordo com as exigências de exportação, são expostas a uma ventilação natural, pois é o método mais utilizado para a secagem da pitahaya, após os processos de limpeza e desinfecção úmida (VARGA et al., 2020). 6.Encerado: A aplicação da cera pode ser feita por imersão, escovagem, pulverização ou nebulização, envolvendo a cobertura do fruto com uma camada extra de cera aplicada para protegê-lo contra organismos que causam apodrecimento e também para realçar o seu brilho natural. 7. Embalagem. As frutas são acondicionadas em caixas de papelão, dispostas em fileiras, separadas com material inerte de enchimento ou com tiras de papelão. A quantidade de frutas é de nove a doze frutas por caixa, dependendo do tamanho. O peso líquido por caixa é de 3,0 a 3,5 quilogramas (6,6 a 7,7 libras; Tabela 10). Geralmente, para exportação, é acondicionado em caixas de papelão ondulado de 2,5 kg, colocando uma tela de proteção (pescoço de freira) em cada fruta.


C a p í t u l o I I | 181 Tabela 10. Dimensões da caixa e número de frutas de pitahaya. Dimensões

Diâmetro, cm Peso, g. Frutos por caixa Peso líquido da caixa, kg.

Categorias I

II

20 -25

25 -30

250 - 300

400 - 450

9

12

3,0 -3,5

3,6 – 3,8

Fonte: Téllez, 1998.

8. Rotulagem da caixa. As caixas devem deixar visíveis as seguintes informações: peso líquido em kg, número de frutas por caixa, qualidade das frutas, temperatura de manejo, logotipo e tratamento químico a que foram submetidas. Também deve ser registrado o país e local de procedência ou origem da produção, ano e o destino para aonde vão ser remetidos (Figura 142).

Figura 142. Embalagem de frutas de pitahaya para exportação (Selenicereus megalanthus). Foto: INIAP (2020).


C a p í t u l o I I | 182 9. Armazenamento. Nas câmaras frigoríficas é aconselhável armazenar os frutos embalados em temperaturas de 6 ± 2 ° C com umidade relativa de 72-92% e maturação inicial de 15-25% cor amarela. Nessas condições, os frutos apresentaram menor pH e maior acidez titulável aos 26 dias de armazenamento, em relação ao armazenamento em temperatura ambiente. Durante o armazenamento, sugere-se monitorar a maturação dos frutos para não enviar aqueles que podem entrar em decomposição durante o trajeto, pois a maturação fisiológica diminuiu com o tempo (JIMÉNEZ et al., 2017). A comercialização das frutas sem a utilização de nenhuma técnica de conservação é feita por curtos períodos, no máximo 10 dias (HOA et al., 2006). Por outro lado, as frutas armazenadas em condições controladas de temperatura podem manter as características de qualidade por até 25 dias (BRUNINI; CARDOSO, 2011). Magaña et al. (2006) concluíram que a temperatura de armazenamento e o tempo influenciam os processos fisiológicos da pitahaya incrementando a vida útil dos frutos, especialmente sob temperatura de 8 ºC, que resultou em melhor qualidade de frutos. Para Nerd et al. (1999), a vida útil dos frutos da espécie Hylocereus spp é de cerca de 7 a 10 dias à temperatura ambiente (cerca de 20ºC). O tempo de vida útil é limitado pelos sintomas de senescência, como um declínio acentuado na acidez e nos açúcares, amarelecimento e murchamento da escama e amolecimento da fruta. As frutas podem ser armazenadas por 14 dias a 10 a 12 ºC e mais em temperaturas mais baixas (4-6 ºC), mas ao serem transferidas para a temperatura ambiente tendem a desenvolver sintomas de injuria por frio, como escurecimento da casca e apodrecimento. Da mesma forma, os frutos de Selenicereus megalanthus são sensíveis às temperaturas de frio, mas o tempo de armazenamento (a 10-12 ºC) é pelo menos duas vezes maior do que os frutos de Hylocereus (NERD; MIZRAHI, 1999). Por fim, o processo de comercialização é realizado por meio de rotulagem, peso, embalagem e armazenamento. A seleção é feita de acordo com o tamanho e peso, e os frutos que se estragam são separados. Em relação à pós-colheita, a pitahaya amarela, de acordo com o tamanho (Tabela 11), é classificado como:


C a p í t u l o I I | 183 Tabela 11. Classificação de pitahaya (Selenicereus megalanthus) de acordo com seu tamanho Calibre 8 9 12 14 16 20 Fonte: Fichas técnicas productos frescos de frutas (Colombia).

Peso Unitário ˃361 261 a 360 201 a 260 151 a 200 111 a 150 <110

A recepção, lavagem, seleção, classificação, acondicionamento e paletização dos frutos serão feitos na central de beneficiamento da fazenda, de forma que os frutos estejam prontos para serem retirados de suas dependências, após o qual são embarcados nos contêineres do porto marítimo, conforme acordado em termos FOB com o comprador internacional.

PRODUTIVIDADE A produtividade média da pitahaya é variável, de acordo com as condições edafoclimáticas, técnicas de cultivo e idade do pomar (Figura 143), podendo variar de 10 a 30 t.ha-1 (Le BELLEC et al., 2006), sendo que na Nicarágua, cultivos bem conduzidos podem produzir até 26 t.ha-1 (VAILLANT et al., 2005). No estado de São Paulo, a produtividade média obtida, na região de Presidente Prudente, é de 15 toneladas/ha (SUZUKI, 2013, citado por SILVA, 2014).


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Figura . Campo de pitahaya em estádio de frutificação. Foto: Wikipédia.

Meráz et al. (2003) acreditam que os registros de produção de pitahaya são variáveis e difíceis de estimar. Os fatores que afetam a produtividade das plantas são idade, manejo, sistemas de plantio e distâncias, incompatibilidade sexual e clima (MIZRAHI; NERD, 1999; NERD et al., 2002; MERÁZ et al., 2003; CASTILLO, 2006). Nos primeiros dois anos, uma planta de pitahaya produziu 1,0 kg (1,0 Mg ha-1); entre o quinto e o sexto ano, o rendimento se estabiliza em 18 kg por planta e 20 Mg ha -1 (MERÁZ et al., 2003). Nesse sentido, Castillo et al. (1996) indicam que as plantas de pitahaya de 3, 4 e 5 anos tiveram rendimentos de 2,5, 5,6 e 9,5 Mg. A pitahaya amarela (Selenicereus megalanthus), proveniente da Colômbia ou da Martinica, pode chegar anualmente a uma produção de 14 toneladas por hectare de frutos e a pitahaya vermelha de polpa branca (Hypocereus undatus) 30 toneladas por hectare (CRANE; BALERDI, 2005; LE BELLEC et al., 2006). Os produtores do Vietnã conseguem obter até 40 toneladas por hectare, provavelmente devido ao sistema de condução da planta com a utilização adequada de podas, o que aumenta a brotação de novos cladódios na planta e, consequentemente, leva à produção de mais flores e frutos.


C a p í t u l o I I | 185 A irrigação nos períodos mais secos, desde que sem encharcamentos, também acelera o desenvolvimento da planta (FAZENDA CITRA, 2010).

INDUSTRIALIZAÇÃO A polpa de algumas espécies de pitahaya pode ser industrializada, mas também é possível extrair os corantes contidos na casca e na polpa dos frutos de várias espécies. A polpa de pitahaya é capaz de sofrer processos de congelamento, concentração, desidratação, fermentação, processamento térmico e preservação química, para os quais existe tecnologia disponível para uso doméstico, artesanal ou industrial, com prévios processos experimentais e de adequação. Dependendo dos usos específicos, existe a possibilidade de separar as sementes, com a utilização de uma despolpadora que possui malhas com furos de 1,5 milímetros de diâmetro (LÓPEZ; GUIDO, 2014; Figura 144).

Figura 144. Despolpadora de frutas que poderá ser adaptada para a separação de sementes da polpa de pitahaya. Foto: Vicente de Paula Queiroga.


C a p í t u l o I I | 186 Atualmente na Nicarágua é aplicado o processo de congelamento da polpa de pitahaya, o que significa realizar as linhas de produção: coleta, seleção, lavagem, desinfecção, descascamento, corte, acondicionamento em sacos de polietileno e congelamento. Implica também a existência de empresa ou organização de produtores, um mecanismo eficiente de produção de matéria-prima, uma unidade agroindustrial com infraestrutura e equipamentos adequados, além de um mercado e canais de comercialização do produto (DIOS et al., 2001). A polpa (sem sementes) pode ser concentrada para reduzir seu teor de água e, portanto, seu volume, em concentrações que variam de 10 a 30% de sólidos solúveis, o que significa diminuição de seu volume para um terço do original. Os concentrados de polpa, por sua vez, podem ser submetidos a outros processos, como o de congelamento ou liofilização. A polpa também pode ser desidratada ou seca para convertê-la em pó, isso pode ser feito em fatias ou rodelas: a desvantagem é o alto teor de água. As fatias de frutas podem ser desidratadas e vendidas dessa forma (DIOS et al., 2001). A polpa pode ser utilizada como substrato de fermentação na preparação de vinhos e vinagres. Os diferentes produtos obtidos através dos procedimentos acima podem ser utilizados para diversos fins: preparação de refrigerantes, xaropes, marmeladas, sorvetes, saladas de polpa congelada, geleias, vinhos, vinagres, etc. Nos processos de industrialização indicados acima, a casca do fruto é geralmente descartada, mas é possível utilizá-la como forragem para gado ou como composto, neste último caso após a desidratação. Os corantes da pitahaya estão contidos na parede interna da casca e na polpa dos frutos de diversas espécies, sendo possível extraí-los para uso na indústria alimentícia, aonde os corantes naturais vêm ganhando cada vez mais valor. A experimentação e aplicação das diversas opções de industrialização acima citadas são de vital importância para o avanço e consolidação dos projetos produtivos de pitahaya, pois permitem a oferta de diversos produtos e têm disponibilidade ao longo do ano, mantêm em funcionamento os estabelecimentos agroindustriais e empresas exportadoras,


C a p í t u l o I I | 187 e agregar maior valor ao produto agrícola, o que deve resultar em maiores benefícios para os produtores e maior desenvolvimento para as áreas de cultivo (DIOS et al., 2001).


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