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4."Como nasce um processo de invenção?”

Antes de trazer o capítulo das entrevistas, quis destacar que o primeiro sentido que atribuo a palavra “FRAGMENTO” (uma palavra que considero de muita importância para o meu processo de feitura do TCC) é que neste trabalho, trago um recorte da pesquisa que fiz. O meu trabalho de conclusão de curso não contempla as entrevistas completas. Por serem um material extenso que acabou se ampliando para outros temas, resolvi guardar uma parte para explorar mais profundamente em um futuro desdobramento dessa pesquisa. São recortes preciosos das falas desses artistas. Fragmentos de vozes para conversar com e sobre processos de criação.

FRAGMENTO(S)

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Te convido a inventar um modo de usar esse material. Não há ordem certa.

Do mesmo modo que a matéria do pensamento não se dá de forma linear ou organizada, o meu processo de criação acontece de forma fragmentária e não linear, o meu pensamento vai trazendo associações desalinhadas, descontroladas, misturadas desordenadas.

O fragmento como início meio e fim. Fragmento como pensamento. Fragmento como modo de ir. Como caminho e lugar de criação. Fragmento como ruído e possibilidade de ser.

“Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos” (LISPECTOR,1998, p.66)

Resto Remanescente Pedaço de coisa quebrada Partir Fagulha Quebrar Romper Partícula isolado do todo Pequena fração Cada uma das pequenas partes em que se divide um todo Pedaços de algo que se rompeu ou se partiu,

FRAGMENTO(S)

Esse trabalho de conclusão de curso nasceu de inúmero fragmentos. Escritas soltos, pensamentos em cadernos, peadços que fui juntando.

Inspirada pelo último livro que encontrei para apoiar essa pesquisa, “Linha do horizonte: por uma poética do ato criador”, da artista e autora Edith Derdyk. Trago fragmentos de livros que li para o Tcc em diálogo com as falas dos artistas entrevistados. Edith Derdik, em seu livro, propõe escrever sobre a questão da criação associado a sua própria prática artística. Ela não descreve, nem explica seus próprios métodos, vai traçando um pensamento, uma prosa poética, em diálogo com muitos outros textos de autores variados. Ela diagrama essas citações de modo distinto ao qual estamos acostumados quando se trata de notas que se relaciona com o que o autor escreve. A autora opta por colocar o seu prórpio texto mais bem centralizado e traz as falas de outros autores ao lado das páginas que escreve, ao invés de notas distantes do texto. O encanto com esse livro foi imediato e entendi que também queria trazer essa proposta.

No meu trabalho como artista, utilizo de muitos recursos antes de assumir uma “obra” como pronta. Assim como o pensamento, o meu processo de criação não é linear, rasuras, rascunhos, anotações em cadernos, papeis soltos são partes importantes dele.

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