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“Que territorios trilhamos e construímos para que uma ideia germi
Como tornar visíveis as ideias? Como nasCe um proCesso de invenção? Que territórios trilhamos e Construímos para Que uma ideia germine (...)
Como nossas Questões, Crenças, ConCepções se manifestam naQuilo Que inventamos? Quais as entrelinhas em nossos gestos?”
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BARBIERI, Stela. Território da invenção ateliê em movimento. São Paulo: Jujuba, 2021. P.121
Mobilizada por essas perguntas inicio meu trabalho de conclusão de curso. Durante cinco anos, em Belo Horizonte e também no interior de São Paulo, tive a oportunidade de conviver com vários artistas. Esse foi um ponto muito importante que me estimulou a querer mergulhar no tema dos Processos de Criação. Pois, a partir dessa experiência de convivência, pude observar que os modos de criar dos artistas ao meu redor eram muito variados. A partir dessa vivência comecei a me perguntar: será que os Processes de criação são singulares em cada artista? Há pontos onde eles se encontram? Por onde passa a imaginação de cada um?... Apoiada nesses contatos que tive, comecei a pensar então, que os processos de criação poderiam ser muito subjetivos e pessoais. Os modos de fazer, os caminhos que cada um trilhava no fazer, os modos de pensar, por onde passavam as ideias de cada um, quais eram as suas referências artísticas… Todas essas questões eram muito distintas de um artista para outro… As perguntas continuavam a surgir e a curiosidade por entender mais sobre processos de criação apenas aumentava. Cecília Almeida Salles escreve o texto de apresentação do livro “Linha do Horizonte” por uma poética do ato criador” de Edith Derdyk. Nesse pequeno fragmento encontrei um trecho que para mim é a tradução desse meu interesse na pesquisa sobre Processos de Criação. “É interessante observar a atração que o processo criador exerce sobre artistas, pesquisadores e fruidores em geral. Há tanta curiosidade e respeito que leva muitos a não se contentarem com a simplificação que as explicações envoltas pelo mistério do inexplicável oferecem. Bachelard, em seu livro “O direito de sonhar'', fala sobre esse fascínio. Sob esta perspectiva, o interesse de compreender o ato criativo reside no fato de que o homem é a única criatura da Terra que tem vontade de olhar para o interior de outra. Ele detecta a fenda, a fissura pela qual se pode violar o segredo das coisas ocultas. As forças psíquicas em ação pretendem deixar aspectos exteriores para ver outra coisa, ver além, ver por dentro, em suma, escapar à passividade. O avesso de todas as coisas e a imensidão íntima das pequenas coisas são visitados. E eu completaria: transpostos os limites exteriores da obra de arte, quão espaçoso é seu interior! A intimidade da criação guarda uma movimentação intensa e uma vasta diversidade de possibilidades de obras.” (P.7)