Revista ABD Conceitual #16

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novembro | 2016

CONCEITUAL

JOYCE WANG KELLY HOPPEN ELIANE PINHEIRO MASSIMO BOTTURA ANNA DELLO RUSSO MUTI RANDOLPH


SP Al. Gabriel Monteiro da Silva 820 . (11) 3089 6770 | D&D Shopping Piso Superior . (11) 5506 5248 | Shopping Lar Center Piso B . (11) 2252 2903 | Outlet R. Joaquim Antunes 747 . (11) 3065 1800 | Campinas Av. Iguatemi 524 . (19) 3253 1206 | São José dos Campos Av. Anchieta 409 . (12) 3921 8304 | RJ Casa Shopping 1º Piso . (21) 2108 8244



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EDITORIAL

RENATA AMARAL | Presidente “Não se sabe ao certo quando os homens começaram a modificar o ambiente de forma significativa. Muitos se referem à época das cavernas e suas pinturas rupestres como os primórdios da ressignificação de um espaço ou ambiente às necessidades humanas. O tempo passou, evoluímos e trouxemos profissionalismo ao desenvolvimento e à criação de espaços e soluções, o valor desta evolução tem reconhecimento no mundo todo e vem se afirmando em todos os âmbitos com o nome de Design de Interiores. A capacidade de traduzir necessidades, converter em soluções; esteticamente adequadas sem, nunca, abster-se de priorizar o ser humano como alvo de seu processo criativo faz do designer de interiores o profissional melhor preparado para trabalhar ambientes internos das edificações. É o elemento integrador de diversas especialidades, porque ele próprio é multidisciplinar em suas atividades; projeta, coordena equipes, administra a execução dos processos executivos, especifica mobiliário e materiais, mas nada disto é notado pelo cliente, até que a entrega deste esforço se traduza em realização das expectativas de seus contratantes, que vivem a experiência memorável de ver a concretização de seus sonhos pelas mãos de um Design de Interiores. A ABD tem a honra e a grata missão de representar, colaborar, formar e inspirar os valorosos profissionais Designers de Interiores!

NOURA VAN DIJK | Vice-presidente “Viagens deixam registros na memória. Através do olhar sem pretensão - que alimenta nosso repertório inconscientemente, fomenta e inspira devagar e para sempre. O Designer de Interiores oferece soluções criativas, personalizando e redefinindo a maneira como as pessoas vivem, trabalham, atuam e organizam a vida. Pautado em técnicas apuradas, vislumbra possibilidades e por meio da criação de ambientes únicos, realiza sonhos, proporciona prazer e bem-estar.” MARCIA KALIL | Diretora Financeira A ABD é uma entidade sem fins lucrativos que visa fortalecer a atividade de Design de Interiores e reverter aos seus associados benefícios de reconhecimento, integração e informação da área. Provindos de arrecadação de associados e patrocinadores parceiros da área, investimos nossos fundos e esforços na obtenção e divulgação de conteúdos atualizados gerando palestras, encontros, workshops, congresso e outros eventos que propiciam o enriquecimento profissional e pessoal de cada associado. Além disso, propicia atendimento jurídico e contábil para os associados perante agendamentos. Nossa diretoria voluntária é participante e atua diretamente no gerenciamento da equipe interna da ABD, totalmente engajada nas causas da Associação. NORA GEOFFROY | Diretora Acadêmica O ABD Acadêmico tem por objetivo ampliar a comunicação da Associação com as Escolas, de modo a colaborar com o Design de Interiores, ampliando a consciência do papel social do designer e contribuindo para o intercâmbio entre as diversas instituições comprometidas com a excelência da formação profissional. Atua através de programas de parceria ABD ESCOLA, realizando eventos que abarcam o lançamento do Prêmio Láurea Máxima, a criação do Portal Acadêmico com grupos de discussão com temas específicos, além do lançamento de editais para publicação de produção técnica, cultural ou científica oriunda de pesquisa docente e discente.

LUCI ROSSET | Diretora de Comunicação Esta edição da ABD Conceitual chega a você com seu conteúdo diferencial ainda mais completo. Por isso destacamos o trabalho das internacionais Kelly Hoppen e Joyce Wang, da mineira Eliane Pinheiro, do multimídia Muti Randolph, da excêntrica editora de moda da Vogue japonesa Anna Dello Russo, do chef número 1 do mundo Massimo Bottura, um passeio pelas principais galerias de arte do mundo e muito mais. Sempre destacando o design e suas vertentes. Garanto, está imperdível!

ESTELA MARQUEZI | Diretora Institucional Sou neta de escultor e sempre valorizei a arte, então para mim Design de Interiores é um trabalho de artista ! Eu sou totalmente eclética, curiosa e otimista ! Adoro garimpar coisas exclusivas e inclusive dar um apelo de uso de modo diferente. A casa é um organismo vivo . Não sigo regras, mas a maneira que me envolvo faz a diferença e o trabalho se desdobra junto com a postura do cliente . Não me imagino fazendo um projeto sem identidade . Como sempre falo : “it”s the flow of life “



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SUMÁRIO

“Na computação é verdadeiro o dualismo tão desejado pela humanidade e pregado pelos mais diversos credos, segundo o qual o corpo e a alma seriam entidades independentes”.

Muti Randolph

VITRINE | 8

CAPA | 12

INSIDE | 14

ENTREVISTA | 18

GARIMPO | 24

ARTE | 28

GASTRONOMIA | 32

DESIGN | 38

BÚSSOLA | 44

Kelly Hoppen

Joyce Wang

Massimo Bottura

Muti Randolph

Eliane Pinheiro

Anna Dello Russo

Deca

White Cube

Noura van Dijk



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VITRINE

DESIGN PARA TODOS fotos: divulgação

Sofisticação máxima nos projetos de design assinados por Kelly Hoppen

A top designer de interiores Kelly Hoppen revela sua paixão pelo trabalho e possui uma linha de móveis e objetos decorativos e outros apetrechos para todos os públicos

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paixonada por design, a badalada Kelly Hoppen se descobriu designer de interiores autodidata aos 16 anos. Sua primeira oportunidade surgiu quando ela mesma se ofereceu para projetar a cozinha de um amigo da família. Esse foi o pontapé inicial que a colocou no mundo do design de interiores. Suas obras se apresentam com tons neutros, linhas retas e muita sofisticação em casas, escritórios, lojas, restaurantes, hotéis, iates e jatos.


VITRINE

1- Apaixonada pelo que faz, Kelly apresernta um iate que decorou 2- Papéis de parede com texturas criadas por Kelly Hoppen

Coleciona centenas dos prêmios mais cobiçados nos segmentos de arquitetura de interiores e design. Em 2009 ampliou fronteiras e passou a capacitar mulheres de todo o mundo com cursos específicos para transformá-las em grandes empreendedoras. Hoppen também está presente na lista Debrett entre as 500 mulheres mais influentes da face da Terra. Nascida em Joanesburgo, África do Sul, hoje contabiliza 40 anos de experiência e um megaescritório no centro nobre de Londres. Mas, por trás desta história de sucesso, existiu um grande padrinho. Ainda na África do Sul, ela herdou umas das maiores indústrias de roupa feminina criada por seu avô. “Moda e decoração andam juntas. O que chega à decoração, no design de forma geral, sem dúvida foi inspirado na moda. Por isso decidi ser designer”, revela.

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VITRINE

1- Living assinado por Kelly Hoppen com mobiliário desenvolvido por ela | 2- Cubos de madeira coloridos com múltiplas funções | 3- Cozinha é a sua paixão | 4- Poltrona com base de metal e mesa de aopoio de resina com tampo que simula cobre derretido

Saindo em busca de coisas novas, Hoppen passou a ter produtos que compõem a decoração assinados com o seu nome. Hoje, sua lista de desejos inclui coleção completa de papéis de parede, mesas, cadeiras, poltronas, sofás e esculturas. “Sinto vontade de criar o tempo todo. Por isso desenvolvo móveis, objetos decorativos, acessórios. Tenho até papel de parede. As pessoas me cobravam isso. Agora tem pra todo mundo”, ressalta a profissional, que em seu portfólio de produtos, atende todos os públicos. Avessa a rotulações, Kelly Hoppen é adepta da universalização, ou seja, tudo o que cria deve conter alta qualidade, simplicidade, design atemporal e tem que caber no bolso das pessoas. “Todos merecem ter uma casa bonita, bem decorada. Design é isso: é unir forma e função. É democratizar, e não estabelecer que aquilo só deva ter um público específico. Design é para todos”, finaliza.


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É COMO PINTAR NO ESPAÇO E NO TEMPO texto:

Muti Randolph

fotos: divulgação

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laro que o software não pode se manifestar sem o hardware, mas ele pode ser transferido de uma máquina para outra, armazenado em vários meios, inclusive na nuvem (o céu digital?), e “reencarnado” quando necessário. Talvez um dia possamos, por meio da tecnologia, superar a nossa inevitável tragédia biológica e alcançar a vida eterna prometida pela religião, digitalizando nossa consciência e transferindo-a para outro hardware. No momento, o software, onipresente no nosso dia a dia, tem se prestado a finalidades menos ambiciosas, mas cada vez mais tem ajudado a tornar nossa vida mais produtiva e confortável: temos programas para chamar um táxi, para fazer o telefone funcionar, para ver tevê, para fazer música, para desenhar, para fazer filmes, para controlar um avião. Os artistas de hoje dispõem de uma gama vasta de programas para executar as mais variadas tarefas. Quando eu nasci não era assim: computadores não faziam parte do cotidiano das pessoas normais, apenas do de cientistas e técnicos. Cresci junto com a revolução digital. Testemunhei o avanço da digitalização do mundo, primeiro nos bancos e grandes empresas, depois em todos os escritórios. Em casa, meu primeiro contato com um computador foi o videogame. Logo depois veio o computador pessoal do meu irmão mais velho. O software do Atari vinha num cartucho read only; o do Apple II podia ser modificado e salvo num disquete. Com a chegada do Mac e da interface gráfica de usuário, surgiu uma grande quantidade de ferramentas digitais para fazer arte. Atualmente, a maioria dos artistas usa programas de computador em alguma etapa do trabalho. Eu uso em todas: da inspiração ao suporte. Para a maior parte das minhas necessidades há boas ferramentas disponíveis no mercado, mas para algumas não há -- ou não houve em algum momento.

Na computação é verdadeiro o dualismo tão desejado pela humanidade e pregado pelos mais diversos credos, segundo o qual o corpo e a alma seriam entidades independentes

Desde da pista de dança que desenhei, na U-Turn, o que mais me incomodava era a falta de sincronia entre o som e a luz. No comecinho dos anos 2000, nenhum programa oferecia o que eu procurava: uma reação direta ao áudio. Comecei, então, a desenvolver minha própria solução. Sincronizar um videoclipe num estúdio ou um show que segue um script é fácil. Para um DJ que escolhe músicas ao vivo, porém, a história é outra. A sincronia tem de acontecer em tempo real. Inicialmente, eu sincronizava as animações (ou clipes de filmes) que produzia com antecedência ao volume do áudio. Em vinte anos de trabalho, já passei por diversas plataformas de programação e parcerias com programadores. Hoje, além de utilizar animações pré-produzidas, meu software gera, em tempo real, objetos em 2D e 3D, sobre os quais tenho controle de qualquer parâmetro: quantidade, forma, resolução, cores, luz, câmera, velocidade e muitos outros recursos, que podem reagir a uma determinada frequência de áudio. Permanentemente em desenvolvimento, acrescento novas funções a cada projeto. Por ser generativo e não baseado na repetição de loops, o resultado é orgânico. E, ao usar o som ao vivo como input e oferecer total controle sobre ele, a sincronização é precisa. Quase todo o conteúdo de vídeo das festas e shows que desenhei e das minhas performances ao vivo foi gerado por alguma versão desse software. Mas muito além do seu fim original, de visualização de música ao vivo, ele acabou se tornando a minha principal ferramenta para produção de ilustrações e animações. Ao construir meu próprio programa, sob medida para meu estilo e pensamento visual, ele se torna uma extensão da minha mente. Diferentemente de programas de animação e 3d usuais, o render é em tempo real, proporcionando uma resposta imediata e um fluxo criativo direto. É como pintar no espaço e no tempo.


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INSIDE

ARTE FUNCIONAL fotos: divulgação

Prestes a completar 70 anos e com produtos que esbanjam design, a Deca surpreende por sua incansável preocupação com o uso consciente da água

Peças externas, que necessitam de acabamento, como cruzetas, bicas e torneiras, são feitas de latão utilizando-se moldes metálicos


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1- Os produtos que necessitam de maior resistência, como registros e válvulas, são produzidos com bronze através de moldes de areia. | 2- Grandes equipamentos cortam as barras, que são aquecidas, ganhando forma através de prensagem. | 3- No processo de usinagem, os componentes, as barras e os tubos ganham roscas, furos e perfis

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que seria de uma empresa se não houvesse histórias e seus contrastes? Foi na harmonia criada pela convivência entre eles que a Deca se inspirou e uniu o usar e o sentir, a beleza e a consciência, a tradição e a tecnologia. O moderno e o clássico se entrelaçam, o design e a praticidade são fontes de inspiração e o cuidado está presente na perfeição de cada detalhe das peças produzidas pela marca. Atuando no mercado desde 1947, a Deca foi pioneira na criação de um showroom para apresentar seus produtos de forma personalizada. Em São Paulo, a grife revitalizou seu espaço, localizado na badalada avenida Brasil, que conta com projeto arquitetônico

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INSIDE

1- Na galvanoplastia, as peças recebem uma camada de níquel que evita a corrosão. Logo após, banhos de metais que dão o toque final com acabamentos em ônix, dourado, acetinado e cromado. | 2- As peças também podem receber acabamento por pintura a pó, aplicada por processo eletrostático. Depois, em uma estufa, a pintura ganha brilho e resistência. | 3- Quando chega o processo de acabamento, as superfícies são lixadas e polidas manualmente e por robôs

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de João Armentano, paisagismo de Gilberto Elkis e projetos de salas de banho de Antonio Ferreira Junior e Celso Bernardes e René Fernandes Filho. Prestes a completar 70 anos de vida, a empresa não para de crescer e investir em tecnologia. Tudo para que os consumidores tenham produtos de qualidade e com mecanismos que, cada vez mais, são fundamentais para a economia de água. Além disso, criar peças que sejam verdadeiras peças de arte, esbanjando design, mas que, também, sejam funcionais. A partir de agora você conhecerá o processo de como os misturadores da marca são confeccionados. Um trabalho cheio de etapas. Tudo para valorizar o décor de banheiros e lavabos, aliado à preocupação com o maior bem da humanidade: a água e seu uso consciente, sem desperdício.


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ENTREVISTA

UNIVERSO PARTICULAR fotos: Laurant Segretier e divulgação

Essa é a autodefinição utilizada pela designer de interiores Joyce Wang na criação de seus projetos, que chamam a atenção do mundo

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ma profissional jovem, dinâmica e com talento imensurável. Elétrica durante suas criações, tímida para dar entrevistas e atenta ao que pode transformar ao seu redor, a designer de interiores Joyce Wang passou a atrair olhares mundiais depois que decidiu trabalhar por conta própria e mostrar seu DNA criativo.


ENTREVISTA

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ENTREVISTA

Estudou no Reino Unido, fez faculdade em Boston e depois passou um ano na Holanda. Decidiu trabalhar para o badalado escritório de design Foster e continuou seus estudos na Royal College of Art Nascida no Havaí, Joyce se considera ‘nômade desde sempre’, conforme se define, devido às muitas andanças que fez com seus pais ao longo da vida. Estudou no Reino Unido, fez faculdade em Boston e depois passou um ano na Holanda. Decidiu trabalhar para o badalado escritório de design Foster e continuou seus estudos na Royal College of Art, em Los Angeles. Depois deste giro, decidiu abrir seu próprio estúdio de arte em 2011, em Hong Kong. Aqui, um bate-papo franco, repleto de surpresas e muita vontade de criar coisas que nem ela sabe o que é. Mas ela quer criar.

Como foi o início da sua carreira? Sempre fui muito observadora e notava que os ambientes por onde eu passava, de um modo geral, tinham como pano de fundo as mesmas cores, os mesmos materiais. As pessoas que habitam esses espaços também seguem um estilo único. Foi então que decidi começar minha carreira com foco na mudança de cenário, criar ambientes mais fluidos e com design em tudo.

1- Cores escuras e madeira preenchem a cobertura de Joyce em Xangai 2- Design em tudo, das paredes ao mobiliário. Tudo criado por Joyce Wang

Teve dificuldade para entrar no mercado de trabalho? Minha primeira grande dificuldade foi na faculdade. Durante apresentação de um trabalho, fui humilhada. Meu trabalho é muito criativo, com uma concepção voltada ao lúdico ou à alegria. E muitas pessoas, naquele momento, não entenderam. Mas decidi seguir adiante e fazer o meu melhor. Daí criei meu estúdio, em 2011.


ENTREVISTA

Decoração maximalista é a principal referência dos projetos assinados com Joyce Wang

Logomarca que se tornou grife em todo o Ocidente

O que mudou de lá prá cá? Mudou muita coisa, mas pra melhor. Tive a oportunidade de recriar o interior do restaurante Mott 32, localizado no porão do Standard Chatered Bank, na parte central de Hong Kong, na China. Uma decoração maximalista, com elementos diferenciados e que me rendeu o prêmio Interior do Ano no Inside Festival, em Singapura. Você fala deste projeto com muita emoção. Por que? O restaurante conta a história do porão de um importante banco e de como ele evoluiu com o tempo. Imaginei um espaço em que ricos imigrantes chineses esqueceram suas valiosas heranças familiares e que, mais tarde, tornou-se o dormitório dos empregados dessa empresa.

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ENTREVISTA

De repente, tudo aquilo que vi em algum momento da minha trajetória passa a fazer sentido e uso naquela criação específica Quais outras características de estilo você destaca neste restaurante? Fiz uma, como vocês dizem no Brasil, “mistura” de estilos utilizando objetos garimpados em diversos lugares. Uma cara vintage, com cadeiras dinamarquesas, talheres britânicos do início do século 20 e candelabros que encontrei nos Estados Unidos. Trouxe tudo para este espaço e deu certo. Hoje, qual o seu lugar preferido no mundo? Honestamente, Londres e Hong Kong. Nesses lugares que estão minha família. De que forma você busca inspiração para criar? Gosto de observar. Observar pessoas, observar lugares. Quando viajo, então, tenho um livro com infinitas histórias passando na minha frente. Pego os melhores trechos, fragmentos especiais, junto tudo na memória, anoto muita coisa também, e sigo com meu trabalho. De repente, tudo aquilo que vi em algum momento da minha trajetória passa a fazer sentido e uso naquela criação específica. Isso também se aplica no seu local de trabalho? Sim, meu estúdio está localizado em uma antiga galeria em Wan Chai. Todos os espaços são abertos, tenho uma grande biblioteca. Somente a sala de reuniões possui portas. Mas tudo inspirado no design. Formas, cores e texturas estão por todos os lados.

Madeira, couro e tecidos personalizam os projetos assinados por Joyce Wang


ENTREVISTA

1- Restaurante Moot 32 | 2- Portas de correr desenhadas pela designer de interiores conferem espaços mais intimistas quando necessário

Como você classificaria o design ocidental? Orientais ou ocidentais, todos são excelentes porque o design é atemporal. É possível fazer design com um pequeno pedaço de pau, ou argila, enfim, papel picado. O design se torna único quando percebemos que houve criatividade. E isso é talento, é dom. As duas últimas décadas revelaram grandes novos designers por todo o mundo. E o Brasil é um dos países em destaque. Você tem vontade de mostrar seu trabalho aos brasileiros? O Brasil é tão colorido, com pessoas muito alegres. Já vi alguns trabalhos realizados por brasileiros, muita coisa em mobiliário. Na Europa vi peças assinadas pelos irmãos Campana. Gosto dessa coisa de transformar materiais, madeira, ferro, plástico. Tenho pesquisado muito sobre o Brasil. Acho que meu trabalho teria boa aceitação por aí. O que mais chamou a sua atenção pesquisando sobre o Brasil? A internet nos proporciona conhecer projetos diferenciados. E pude ver algumas obras assinadas pelo arquiteto Ruy Ohtake. Navegando, também vi as obras da artista plástica Tomie Ohtake. Gosto muito de arte e me identifiquei com as pinturas, gravuras e esculturas que criou ao longo de sua carreira. Uma família repleta de talentos. E como você se autodefine? Sou persistente. Tenho meu universo particular. Acredito que, se há uma vontade, há um caminho. Se eu trabalhar duro o suficiente, vou tornar meu sonho em realidade. Cada experiência é uma forma de aprendizagem. Esse é o meu lema. Essa sou eu.

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CAPA GARIMPO

Rusticidade nomeia a varanda com pergolado de madeira e vidro. O design se faz presente em todo o mobiliário

INTERIORES PARA ARQUITETA fotos: divulgação

A belo-horizontina Eliane Pinheiro traduz em seus projetos a estética repleta de design

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uando decidiu ser arquiteta de interiores, Eliane Pinheiro tinha como premissa de uma carreira de sucesso desenvolver projetos funcionais e elegantes. Com dedicação e talento, tornou-se referência como professora de luminotécnica. Apaixonada por móveis e idealizadora de uma estética repleta de design, em 2004 Eliane lançou sua linha de mobiliário pela Neo Design. Com um currículo repleto de versatilidade e fazendo o que mais gosta, coleciona um leque vasto de prêmios ganhados no Brasil e exterior. “Crio espaços de estilo contemporâneo, com tendências cartesianas, utilizando materiais nobres com harmonia e acabamentos de alta qualidade”, revela.


GARIMPO

1- Integração total entre o living e a área externa através de grandes painéis de vidro. Destaque para o mobiliário italiano com tecidos sofisticados e iluminação direcionada | 2- Lavabo em tons claros e a simplicidade das linhas retas | 3- Vestiário da piscina com vigas revestidas transformaram-se em grandes esculturas. Sobriedade nos acabamentos e seixos para separar masculino e feminino

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GARIMPO

1- A lareira suspensa com pedras naturais é o destaque do estar íntimo. | 2- Textura cimentícia no piso e paredes e iluminação feita com spots fixados nas fendas do teto de gesso

Eliane enfatiza seu conceito em seus projetos, transformando cenários com poucos elementos, iluminação de vanguarda e objetos de arte que causam impacto. “A característica mais importante das composições que concebo é a busca pelo conforto e por propostas simples, sem excessos”, finaliza.


CAPA

1- Aproveitamento mĂĄximo da luminosidade natural com os painĂŠis de vidro que separam living e jantar da varanda | 2- Pequenos pĂŠs de inox sustentam a cama com base de madeira que parece flutuar

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ARTE

AS MAIS BADALADAS fotos: divulgação

Galerias como White Cube, Christie’s e Sotheby’s são referências mundiais para a arte no mercado de luxo White Cube - vista interna surpreende visitantes


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riar uma galeria de arte requer muita experiência, dedicação e, principalmente, uma curadoria eficiente para apresentar ao público exposições de artistas que tenham trabalhos consistentes e boas performances. Sejam renomados ou talentos a serem descobertos, o fato é que ter uma galeria de arte merece visão mercadológica e apresentação de obras que contenham história, versatilidade e identidade com o real ou o lúdico. Partindo destas referências, o empresário Jay Jopling criou a badalada White Cube, em Londres. Quem chega ao endereço 144-152 Bermondsey St, London SE1 3TQ, Reino Unido, tem a mesma impressão. A White Cube possui fachada marrom e surpreende os visitantes. O cubo branco do nome está na parte interna, onde todas as salas de exposições são brancas e bem iluminadas. Inaugurada em outubro de 2011, a galeria ocupa um antigo prédio de 1970 que possui uma área construída de 5.440 m². Para a implantação da galeria, foi necessária a revitalização do imóvel. Arquitetos locais e Casper Mueller Knner criaram um projeto personalizado que inclui três grandes salas para as exposições, um depósito, um auditório e uma livraria. Há, também, espaços para show e eventos. Desde a sua abertura, uma intensa programação atrai visitantes de todas as partes do mundo. Em agosto do ano passado, a filial brasileira da White Cube encerrou suas atividades em São Paulo. A última mostra, do carioca Christian Rosa, ficou em cartaz até o último dia de funcionamento do galpão, localizado no bairro da Vila Mariana, zona sul da cidade. Segundo a assessoria de imprensa da galeria em Londres, o projeto da versão paulistana já nasceu com prazo de validade devido ao contrato de três anos com o imóvel, não havendo interesse de renovar. Quando chegou por aqui, apresentou trabalhos de grandes nomes da arte mundial como os britânicos Antony Gormley, Damien Hirst, Sarah Morris e Tracey Emin, os norte-americanos Larry Bell e Theaster Gates, a etíope Julie Mehretu e o alemão Anselm Kiefer. A escolha por ter uma filial em terras brasileiras partiu de Jay Jopling, proprietário da galeria que também possui outra filial em Hong Kong. O local sempre foi muito bem frequentado por colecionadores de arte e grandes investidores, o que garantia a alta rentabilidade da galeria. O fechamento da galeria foi pura opção.

Jay Jopling, criador da White Cube

1- Fachada da galeria Christie’s em Londres 2- Sotheby’s - mix de arte e joia reunidos no mesmo lugar

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ARTE

O tubarão de doze milhões de dólares, artistas e outras galerias

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1- Damien Hirst e seu tubarão de doze milhçoes de dólares | 2- Barack e Michelle Obama homenageados por Elizabeth Peyton | 3- David Bowie por Elizabeth Peyton | 4- Exposição Miró na galeria Christie’s em Londres

unca se falou tanto em arte contemporânea. O tema que agita o mercado da arte está em voga devido ao megafaturamento que proporciona a economia mundial e, principalmente, as galerias. Ser proprietário de uma galeria de arte é para poucos. Principalmente quando os produtos ali mostrados têm, na etiqueta, preços astronômicos. Em 1991, o artista britânico Damien Hirst criou uma de suas mais famosas obras de arte: um enorme tubarão de 5 metros de comprimento que pesava 2 toneladas, embalsamado dentro de um tanque de vidro. A venda dessa escultura ‘taxidérmica’, denominação data pelo autor Don Thompson que escreveu o livro O tubarão de doze milhões de dólares (editora BEI), é o ponto de partida para uma reflexão sobre o mercado de arte contemporânea a partir dos anos 2000. O que, para além de juízes estéticos, move as decisões dos agentes por trás dos negócios de arte? O mercado de arte atrai investidores de todas as áreas para leilões, galerias e feiras de arte. Casas leiloeiras como a Christie’s e a Sotheby’s (esta última bem-sucedida no segmento de joias), marchands e os próprios artistas trabalham para transformar seus nomes em verdadeiras grifes, alavancando a níveis superelevados os preços das obras. Quem entende e gosta de arte, paga o que valor que for para ter, mesmo que por capricho, uma obra de arte que custe caro. Foi o que aconteceu com um banqueiro que pagou, sim, 12 milhões de dólares pelo tubarão embalsamado pelo artista Damien Hirst e, desde então, a arte contemporânea passou a não ter mais limite em sua precificação. Em Nova Iorque, a galeria Barbara Gladstone tornou-se responsável por catapultar grandes nomes da arte moderna como Anish Kapoor, Keith Haring, Elizabeth Peyton e muitos outros. Nesta seleta lista, Elizabeth Peyton chegou ao topo em 1990 quando passou a criar quadros retratando famosos como David Bowie, Marc Jacobs e até o presidente Barack Obama e sua amada, Michelle. Desde então, suas criações são comercializadas a peso de ouro e seu nome se transformou em grife mundial. Neste mercado, quem possui talento para empreender e descobrir novos artistas tem nas mãos um futuro muito promissor.


Sem um profissional de decoração muitos sonhos não seriam tão bem realizados. Nossa homenagem e agradecimento aos profissionais e associados ABD por 35 anos de história, parceria, credibilidade e opinião no mercado de decoração.

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GOURMET

MESTRE DO SABOR

Eleito o chef número 1 do mundo, Massimo Bottura apresenta gastronomia aliada ao design

fotos: Paolo Terzi e divulgação

Massimo Bottura na entrada do seu restaurante


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1- Restaurante Osteria Francescana 2- Hall com os signos do zodíaco no teto

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star no topo não era meu sonho. No entanto tudo aconteceu naturalmente’. De forma simples e direta, o chef Massimo Battura tem uma carreira profissional pra lá de vitoriosa. À frente do badalado Osteria Francescana, em Modena, na Itália, tornou-se o chef número 1 do mundo. Sim, ele ganhou as três estrelas do badalado guia Michelin, que é o topo da gastronomia mundial. Largou a faculdade de Direito e rompeu relações com seu pai após deixar de lado os negócios da família e sair em busca do seu maior sonho: abrir e administrar o seu restaurante. Desde pequeno, Massimo observava a mãe e a avó no preparo das refeições, principalmente durante as festas de família. Atento a tudo, também observou que muitos resíduos de alimentos que eram jogados fora, também poderiam ser reaproveitados.

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GOURMET

1- Epicentro da morada de Massimo, cozinha tem décor inspirado em cozinhas industriais 2- Sala de TV

Com esta lembrança e olhar atento às necessidades do planeta, durante os jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, o chef desembarcou no Rio de Janeiro e criou o Reffetorio Gastromotiva. O objetivo foi privilegiar 108 moradores de rua ou pessoas em situação de vulnerabilidade que jantaram, gratuitamente, durante os eventos esportivos realizados na cidade maravilhosa. O projeto foi feito em parceira com David Hertz, presidente da ONG Gastromotiva, o arquiteto Gustavo Cedroni e a editora da GQ Brasil, Alexandra Forbes, que foi a responsável por juntar as peças deste quebra-cabeça do bem durante evento em Copenhague. Hoje, o restaurante continua funcionando e os amantes da boa gastronomia podem saborear deliciosos pratos criados por Massimo durante o jantar.


GOURMET

Os cĂ´modos com pĂŠdireito alto com apliques de estilo antigo foram decorados com a curadoria da designer

de interiores Catia Baccolini

Living principal revela cores e objetos de design

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GOURMET

DESIGN É TUDO

Detalhe da sala íntima

Apreciador do melhor do design, o chef também não abre mão de ter em seu local de trabalho, na Itália, móveis e acessórios assinados

Apreciador do melhor do design, o chef também não abre mão de ter em seu local de trabalho, na Itália, móveis e acessórios assinados. Quem chega é recebido com um cardápio que possui pratos que mesclam a tradição italiana, técnicas contemporâneas e apelo artístico. Inaugurado em 1995, o restaurante dispõe de pequenas salas que abrigam mesas redondas Saarinen, luminárias Arco, dos irmãos Achille e Pier Giacomo Castiglioni, datadas das décadas de 50 e 60, sousplat de prata e quadros antigos espalhados por todas as paredes. No teto, forro de madeira com vigas preservadas da antiga casa onde funciona o seu restaurante. Inspirado pela própria natureza, Massimo é quem fez o décor que ele chama de intuitivo e funcional. Mesclar cores, móveis e objetos de forma variada, mas que se comunicam bem entre si, também estão aplicados em sua casa. A morada é datada de 1957 onde vive com sua esposa Lara Gilmore e dois filhos. Os cômodos com pé-direito alto com apliques de estilo antigo foram decorados com a curadoria da Designer de Interiores Catia Baccolini. Durante a reforma, que aconteceu em 2006, a profissional propôs a retirada de uma parede para que o living e a sala de jantar ficassem integradas. Em cada canto é notória a presença de cores fortes nos tecidos das poltronas, sofás, tapeçaria e quadros. Mesclar cores aos elementos antigos da morada foi um exercício e tanto para Catia. Somente a cozinha ficou mais neutra. Ela é o local onde Massimo relaxa, testa os pratos antes de renovar o cardápio do seu restaurante e, acima de tudo, reúne o seu maior patrimônio de sucesso: a família.

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DESIGN

Elegância e personalidade marcante

DITANDO MODA fotos: Luigi & Iango e divulgação

De estilo inconfundível e muito excêntrico, a editora da Vogue japonesa, Anna Dello Russo, revela-se fã de Gisele Bündchen e apaixonada por sapatos


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Anna Dello Russo considera seu closet como se fosse a sua segunda casa

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ascida na Itália em 1962, Anna Dello Russo sempre foi apaixonada por arte e literatura. Tanto que estudou História da Arte e Literatura Italiana na Domus Academy de Milão. Em meio à arte, às cores e formas, seu olhar ficou mais apurado no quesito moda. Seu jeito de se vestir, os toques dados a quem sempre está ao seu redor, tudo isso a transformou na supereditora de moda da badalada revista Vogue. Estreou na Donna Magazinne, onde conheceu Annalisa Milella, da Vogue italiana. Foi só uma questão de tempo e, quando percebeu, já estava trabalhando na Vogue do seu país, atuando por dezoito anos, além de mais seis anos na Uomo Vogue, sempre como jornalista. Hoje, com uma bagagem jornalística específica no segmento da moda, Anna tornou-se editora da Vogue japonesa.

‘Meu estilo é excêntrico, inconfundível, quase barroco. Imagina sendo editora de moda no Japão?’, dispara. O que importa é que tudo deu certo. As orientais amam o trabalho realizado por esta italiana que traduz a moda com referências coerentes para o universo fashionista. E o melhor; suas citações permitem ousar nas combinações da vida cotidiana, ser notada e, principalmente, ter estilo. Mas seu nome também se tornou grife. Ela possui um perfume com sua assinatura, o Beyond, The Scent of Anna Dello Russo. Ela acorda muito cedo, às 5h30, para fazer uma hora de ioga e mais uma hora de natação. ‘Continuo morando na Itália. Se preciso falar com Tóquio, ligo antes de começar meus exercícios, afinal, enquanto o relógio da Itália marca 5h, no

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1- Das passarelas para as ruas | 2- Em sua sala íntima, Anna esbanja glamour | 3- Perfume Anna Dello Russo

Japão já são 14h. Preciso colocar a casa em ordem, escolho tudo sozinha – desde as locações para as fotos, as modelos, não sei trabalhar pela metade’, revela a profissional. Sua fama de exigente, por incrível que pareça, tem atraído pessoas de todas as partes do mundo que sonham (e querem) trabalhar ao seu lado. Quando cria seus editoriais de moda, Anna já tem em mente como será sua produção, a locação ideal para as fotos e, principalmente, quem será o fotógrafo responsável por dirigir as cenas. E se você pensa que ela só cria editoriais de moda pensando no estilo das consumidoras japonesas, errou. ‘Outras seções da revista já falam com a mulher nipônica. Meus editoriais revelam uma moda internacional, não sabendo de

Antes, nós, formadores de opinião do mundo da moda, éramos fechados numa bolha, num grupo separado do mundo. Hoje não mais onde vem este ou aquele estilo. Quem faz Vogue trabalha para construir um sonho’. E por falar em estilo, a universalização da internet permitiu que a moda de qualquer parte do mundo seja vista por todos. Novos estilistas apareceram, ganharam notoriedade e possuem, muitas vezes, status dos grandes nomes do setor, como Karl Lagarfeld, Giorgio Armani, Coco Chanel, entre outros. Anna adora


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Meus editoriais revelam uma moda internacional, não sabendo de onde vem este ou aquele estilo

1 e 2- Ana gosta de deixar seu closet como um camarim 3- O living de sua casa é decorado por móveis e objetos que caracterizam a personalidade de Anna Dello Russo

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1- Apaixonada por sapatos, Anna possui milhares de pares organizados em prateleiras 2- Quando chega, Anna nunca passa desapercebida

e tornou-se adepta desta nova forma de comunicação. ‘Antes, nós, formadores de opinião do mundo da moda, éramos fechados numa bolha, num grupo separado do mundo. Hoje não mais. Consigo me comunicar com quem me segue, tiro dúvidas, conheço novos talentos. Acredito que sem a internet eu não estaria onde estou’. Da mesma maneira que as redes sociais tornaram-se sua ferramenta de trabalho, outro fator que chama a atenção dos seus milhares de seguidores, seja no facebook, Instagran ou Twitter, é a sua mania de sair pelas ruas com os looks apresentados nas passarelas. ‘Para uma peça ficar pronta, o idealizador passou meses criando. Deixar aquilo passar somente na passarela, considero superficial, sem propósito. Acho que aquela composição deve ser repetida, mostrada mais de uma vez. Por isso me disponho a usar’, dispara animada.

Suas andanças pelo mundo a trouxeram ao Brasil, país que admira pela consciência corporal. Para Anna, o corpo vem antes da moda. E se os brasileiros chamam a sua atenção, Gisele Bündchen é uma das suas tops preferidas. ‘Madonna mia! Eu queria ser ela, tem vida esportiva ativa, cuida da alma, das pessoas. Gosto de pessoas com atitude’. Mas não é só com modelos que Anna tem amizade. Sua profissão permitiu que Domenico Dolce e Stefano Gabanna também se tornassem seus amigos. ‘Eles são responsáveis por transformar o mercado da moda italiana em referência para todo mundo. Queridos, são meus amigos do coração’. Quando perguntada sobre o que não deixaria para trás em seu closet, ela dispara: Havendo uma guerra, por exemplo, posso me desfazer das minhas roupas, mas jamais de meus sapatos’, finaliza.

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EUROPA fotos: arquivo pessoal Noura van Dijk

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Europa está na lista dos cinco lugares mais visitados do mundo. Quem chega se apaixona pelas lindas paisagens, pela arquitetura e gastronomia únicas. A designer de interiores e vice-presidente da ABD, Noura van Dijk, esteve por lá e listou os melhores lugares para desfrutar férias inesquecíveis e se inspirar com as belezas deste país repleto de boas surpresas.

CÁCERES Um dos mais bem preservados conjuntos medievais da Europa, listado como patrimônio da humanidade pela Unesco em 1986. A zona se delimita entre as muralhas erguidas no século XII pelos árabes para substituir as ruínas das muralhas levantadas sob encomenda dos romanos, que fundaram a vila original no século I. A melhor forma de desfrutar Cáceres é passear despretensiosamente pelas ruas, que ficam ainda mais especiais no final da tarde, quando o sol doura as construções. O principal restaurante local chama a atenção por seus gradis antigos fixados nas paredes.

A Europa está na lista dos cinco lugares mais visitados do mundo


BÚSSOLA

MAMAN DE LOUISE BOURGEOIS, NO GUGGENHEIN, EM BILBAO

IGREJA DE SAN SEBÁSTIAN E ALCAZAR DE SEGOVIA Esses também são dois pontos turísticos obrigatórios, não só pela arquitetura exuberante, como também pela história marcante da região.

Louise Bourgeois homenageou sua mãe com esta aranha por considerá-la uma grande tecelã e protegê-la de mosquitos perigosos. Uma obra instigante e, ao mesmo tempo, fácil de interpretá-la.

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CASA DE LAS CONCHAS Trata-se de um palácio com arquitetura gótica civil espanhola. Foi construído no final do século XI e início do século XVI, por ordem de Dom Rodrigo Maldonado, com fachada repleta de conchas. A escolha por este tipo de acabamento tem a ver com o amor de Dom Rodrigo por sua esposa, Maria. Hoje, o local dispõe de uma biblioteca pública e sala de exposições.

THE MATTER OF TIME, DE RICHARD SERRA, NO GUGGENHEIN, EM BILBAO Instalada na maior galeria do museu, a obra de Richard Serra, projetada por Frank Gehry, permite que os visitantes percebam a evolução das formas esculpidas do artista, de sua elipse dupla relativamente simples para a espiral mais complexa.

PUPPY E TULIPS DE JEFF KOONS, NO GUGGENHEIN, EM BILBAO Jeff Koons ganhou destaque em meados da década de 1980 como parte de uma geração de artistas que exploraram o significado da arte em uma época saturada de mídia. Com Puppy - gigante West Highland Terrier, coberto de plantas, desperta o sentimental. A imposição de escala agigantada emana força fora de controle. As tulipas estão em buquê com balões multicoloridos em proporções gigantescas (mais de 2 metros de altura e 5 metros de largura).


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Publisher Antonio Baldini Projeto Gráfico e Diagramação Alexandre F. de Almeida | Alef Design Revisão Laura Arrienti Jornalista Responsável Jorge Paulinetti MTB 47311/SP PUBLICIDADE ABD Associação Brasileira de Designers de Interiores Tel.: (11) 3064-6990 | www.abd.org.br Editora Stock Company Tel.: (11) 2110-1900 | www.stockcompany.com.br

CORPO DIRETIVO ABD Presidente Renata Amaral Vice-presidente Noura van Dijk Diretora Financeira Marcia Kalil Diretora Acadêmica Nora Geoffroy Diretora de Comunicação Luci Rosset Diretora Institucional Estela Marquezi

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novembro | 2016

CONCEITUAL

Conselho Deliberativo | Membros efetivos Paula Neder | Ricardo Caminada | Jéthero Cardoso | Cristina Mason Barbara | Mauricio Queiroz | Carlos Alexandre Dumont | Lucy Amicón | Marcelo Mujalli | Fabio Galeazzo | Bianka Mugnatto | Jaqueline Frauches | Nicolau da Silva Nasser | Flávia Chueire. Conselho Fiscal | Membros Efetivos Rosangela Larcipretti | Cilene Monteiro Lupi | Silvana Carminati Heckman

JOYCE WANG KELLY HOPPEN ELIANE PINHEIRO MASSIMO BOTTURA ANNA DELLO RUSSO MUTI RANDOLPH

Sugestões falecom@abd.org.br Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.


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