Informativo Especial 8 de Março

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Nesta edição: Ÿ

Oito de março, Dia Internacional da Mulher

Ÿ Violencia

contra a mulher Ÿ 7° Encontro

de Mulheres Estudantes Ÿ Cultura

15/2016 0 2 F E E B A N C o v a rm Info volume 1, edição 4

março, 2016

Oito de março, Dia Internacional da Mulher . Qual o real significado dessa data? A lenda do Dia Internacional da Mulher como tendo surgido na sequência de uma greve, realizada em 8 de Março de 1857, por trabalhadoras de uma fábrica, que posteriormente foi incendiada, não tem qualquer rigor histórico. Verdade é que em 1909, um grupo de mulheres socialistas norteamericanas se reuniu numa jornada pela igualdade dos direitos cívicos, que estabeleceu criar um dia especial p a r a a m u l h e r, q u e nesse ano aconteceu a 28 de Fevereiro. A fixação do dia 8 de Março apenas ocorreu depois da 3ª Internacional Comunista. A data escolhida foi a do dia da manifestação das mulheres de São Petersburgo. A partir de 1960, essa tradição recomeçou como grande acontecimento internacional, desprovido, pouco e pouco, da sua origem política e socialista.

Independente da versão real ou mistificada, o dia 8 de março foi dedicado às mulheres graças ao protagonismo na luta pelos seus direitos e resistência a todas opressões que ao longo da história as foram impostas socialmente. Se, nos nossos dias, perante a lei da maioria dos países, não existe qualquer diferença entre um homem e uma m u l h e r, a p r á t i c a demonstra que ainda persistem muitos preconceitos em relação ao papel da mulher na sociedade. Mesmo com todos os avanços, as mulheres ainda sofrem com salários baixos, abusos e violência masculina, jornada excessiva de tra b a l h o e d e sva n ta g e n s n a carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado por nós nessa história.


Informa vo CN ABEEF 2015/2016

página 2 Em âmbito universitário, as mulheres são a maioria que ingressa em muitos cursos principalmente nos relacionados ao trabalho reprodu vo e as áreas do cuidado - e mesmo assim, são elas que menos se formam. Ainda na esfera acadêmica, nos deparamos diariamente com a tudes machistas dentro e fora de nossas salas de aula, tanto por p a r t e d e c o l e ga s c o m o d e professores. O número de mulheres em lugares dire vos é ainda diminuto, apesar de muitas delas demonstrarem excelentes qualidades para o seu desempenho. Além disso, ao ingressar no mercado de trabalho, enfrentamos uma diferença salarial de 30% a menos em relação a homens que possuem o mesmo nível de formação e ocupam o mesmo cargo, com a jus fica va de sermos "menos produ vas" por sermos mães ou termos potencial para tal. Mesmo estando em posição de privilégio ao ter acesso à

universidade, sofremos com o machismo ditando regras sobre nossas vidas. Diante disso, não podemos fechar os olhos para o fato de que, aliado ao capitalismo, o patriarcado fere com muito mais força as mulheres negras, lésbicas, p o b r e s e p e r i fé r i c a s . N ó s , mulheres, precisamos nos unir e

empoderar umas as outras para que possamos romper com toda essa lógica que nos explora e violenta há séculos. A crescente onda conservadora que assola o Brasil e reflete no Congresso Nacional tem impedido o avanço de nossas pautas e nos re rado direitos, através de projetos de lei que que interferem diretamente na vida das mulheres. Exemplo disso é o projeto de lei de autoria de Eduardo Cunha que altera a Lei de Atendimento às Ví mas de Violência Sexual, abrindo margem para criminalizar a pílula do dia seguinte, entre outros retrocessos. Nós, mulheres da Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal, acreditamos que o dia 8 de março deve retomar seu sen do original, de luta pela liberdade e igualdade das mulheres, fomentando debates em torno de nossas pautas, deixando de ser apenas uma data especial para mascarar com flores as opressão que sofremos.

QUANDO UMA MULHER AVANÇA, TODAS AVANÇAMOS!

7° Encontro de Mulheres Estudantes Vem aí, o 7° Encontro de Mulheres Estudantes! Vai acontecer em Março, na Universidade Federal Fluminense em Niterói- RJ. Mulheres estudantes de todo país reunidas para debater e propor acerca da pauta das m u l h e r e s . Vamos todas juntas, construir u m a u n i v e rs i d a d e e u m a sociedade mais igualitária e feminista!


volume 1, edição 3

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER Segundo a Organização das Nações Unidas, 7 em cada 10, em todo o mundo, já foram ou serão violentadas em algum momento da vida, seja essa violência verbal até morte. Ao contrário do que muito se pensa, 48% das mulheres que declararam terem sido agredidas, foram agredidas em suas próprias casas, apontando pra 80% dos casos, o agressor era seu parceiro, ou um homem com que se relacionavam afe vamente. (PNAD/IBGE, 2009).

diariamente; para 33,86%, a agressão é semanal. O Mapa da Violência 2015 também mostra que o número de mortes violentas de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quan dade anual de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%, caindo de 1.747, em 2003, para 1.576, em 2013.

Dados nacionais de violência contra a mulher: A Central de Atendimento à Mulher apesar de ser um crime e grave violação de direitos humanos, a violência contra as mulheres segue vi mando milhares de brasileiras: 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões

POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES. Podemos citar: Programa “Mulher, Viver sem Violência” que tem como obje vo integrar e ampliar os serviços públicos existentes voltados às mulheres em situação de violência, ar culando atendimento à saúde, segurança, jus ça, atendimento socioassistencial e promoção de autonomia financeira POLÍTICA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA

CONTRA AS MULHERES. A Secretária de polí cas para as mulheres desde janeiro de 2003 que foi criada para a prevenção, combate e enfrentamento à violência contra as mulheres, assim como para a assistência às mulheres em situação de violência. Já existem diversas outras polí cas públicas que visam o combate e apoio as mulheres vi mas de violência, porém ainda temos muito o que avançar a respeito desse assunto, discu r e debater esse temas dentro da universidade, no ambiente em que vivemos faz com que aprofundemos a nossa compreensão, e possamos

Violência sexual: Em 2011, foram no ficados no Sistema de Informação de Agravos de No ficação (Sinan), do Ministério da Saúde, 12.087 casos de estupro no Brasil, o que equivale a cerca de 23% do total registrado na polícia em 2012, conforme dados do Anuário 2013 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Popularmente conhecida como Lei Maria da Penha – tornou-se o principal instrumento legal para coibir e punir a violência domés ca pra cada contra mulheres no Brasil.. Hoje 98% da população conhece a Lei Maria da Penha, segundo Pesquisa Data Popular/Ins tuto Patrícia Galvão, realizada pela Campanha Compromisso e A tude com apoio da Secretaria de Polí cas para as Mulheres da Presidência.

combater esse machismo ins tucional e escrachado à que somos subme das todos os dias. Todos os dados e informações aqui citados, podem ser encontrados na integra no site h p://www.compromissoea tud e.org.br/ , campanha criada pelo poder público para Mobilizar, engajar e aproximar toda a sociedade no enfrentamento à impunidade e à violência contra a mulher. Contém, desde campanha, dados e fatos, legislação e os serviços de polí cas públicas para mulheres. Uma car lha, produzida pela Secretária de Polí ca para mulheres h p://www.spm.gov.br/


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cultura: filme As sufragistas: Lançado em 2016 retrata a luta e sacri cio das mulheres durante séculos. Um filme emocionante e inspirador sobre a luta das mulheres!

Poesia

Transformação Vamos lá mulherada pra rua Quero ver essa saia rodar Entoando um canto de luta Se movendo pro mundo mudar Desse jeito é que começa Rodando a saia e largando o fogão Rompendo com a velha estrutura Pois queremos a libertação Rompendo com a velha estrutura Pois queremos transformação

Livro «A origem da família, da propriedade privada e do Estado» - Friedrich Engels Neste livro-referência para a compreensão da estrutura da sociedade, Friedrich Engels (1820-1895) interpreta as inves gações de Lewis Morgan (EUA, 1877) e enriquece os detalhados estudos de Karl Marx sobre a análise materialista da história. Uma obra fundamental para entender a concepção do materialismo, a filosofia marxista, a ins tucionalização da família e o aparecimento do Estado Capitalista Moderno.


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