NOTA ANÁLISE DE CONJUNTURA

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA FLORESTAL UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES VIA CAMPESINA - BRASIL NOTA DE CONJUNTURA Assim como apontamos ao longo do 45° Congresso Brasileiro de Estudantes de Engenharia Florestal uma onda conservadora vinha tomando força, e adentrando no país, exemplo disso é o congresso nacional eleito em 2014, considerado o mais conservador desde a ditadura, sendo essa marcada pela grande polarização em torno de dois projetos para o Brasil. Contando com o apoio dos movimentos sociais e vastos setores populares o projeto da Presidenta Dilma saiu vitorioso, porém, a direita insatisfeita com o resultado das urnas, desde o início do mandato, empurrou através de sua maioria no congresso uma série de agendas e medidas de cunho neoliberal. Dessa forma que vimos tramitar na câmara dos deputados diversos projetos que atacam os direitos dos/das trabalhadores/as, estudantes, jovens, mulheres, indígenas, entre outros; além de mercantilizar nossas riquezas aturais e facilitar sua exploração. Podemos aqui citar a PEC 215 que transfere a responsabilidade pela demarcação de terras indígenas do executivo para o legislativo, além de revisar as terras já demarcadas e permite a exploração de riquezas naturais dentro das reservas. A PEC 4330 regulamenta as terceirizações precarizando as condições de trabalho. A PEC 5069 que ataca diretamente as mulheres proibindo a pílula do dia seguinte e criminalizando mulheres vítimas de estupro. A PEC 171 que reduz a maioridade penal para 16, atacando a juventude, principalmente pobre e negra e periférica, historicamente já marginalizada e criminalizada. O mesmo programa neoliberal que aplica um ajuste fiscal recessivo, que coloca a crise nos ombros dos trabalhadores e corta verbas da saúde e da educação. Como sabemos os cortes na educação implicaram diretamente na vida dos e das estudantes, uma vez que os cortes atingem primeiro os recursos destinados a assistência estudantil, necessários para a permanência dos e das estudantes, que historicamente foram excluídos das universidades e nos últimos anos conseguiram acessar o ensino superior. Lembrando que muitos conseguiram ingressar nas universidades através de programas como PROUNI, REUNI e FIES e que também estão ameaçados. Se no início a direita estava dividida entre um setor que aderia a tática de pressionar o governo para que ele implantasse o projeto derrotado nas urnas, fazendo assim o mesmo se desgastar e perder o apoio da população, e outro que pretendia, através do impeachment, interromper o mandato democraticamente eleito, agora vemos

Coordenação Nacional Gestão "Nosso Curso, Nossa Voz" 2015/2016 - UFSM


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA FLORESTAL UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES VIA CAMPESINA - BRASIL uma direita articulada com as elites, a mídia e o judiciário apostando todas suas fichas na interrupção do mandato da presidenta Dilma. Essa articulação fica clara ao ver os ataques diários e seletivos da mídia, que dissemina o ódio e o fascismo com o intuito de criminalizar a esquerda e os movimentos sociais. Os vazamentos seletivos e abusos da justiça, que vem passando por cima da constituição. Estes que hoje adotam um discurso anticorrupção (muito semelhante com o discurso utilizado em 1964 para derrubar Jango), sendo esses mesmos citados e investigados pela operação Lava Jato, não tem como objetivo o fim da corrupção e sim interromper um ciclo de governos progressistas da América Latina, realinhar o Brasil aos interesses dos Estados Unidos e romper com outras formas de integração como o BRIC´s e a UNASUL, e retomando um projeto neoliberal que traria imensos retrocessos aos direitos conquistados nos últimos anos. O que está em jogo não é o governo, e sim qual projeto de sociedade será levado adiante. Dessa forma, nós da Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal, sabendo dos retrocessos para a educação que implicam um projeto neoliberal, tais como o sucateamento das universidades federais e por consequência a privatização interna das mesmas através de parcerias público-privadas, cortes na assistência estudantil, fim de programas e políticas afirmativas (PROUNI, FIES, cotas, etc) nos colocamos contra o golpe, ( uma vez que pela constituição brasileira, o processo de impeachment sem embasamento real de envolvimento com corrupção é caracterizado como golpe ) que é não respeitar o voto da maioria, e entendendo o papel histórico que o movimento estudantil sempre cumpriu nos rumos desse país, orientamos toda a nossa militância a ocupar as ruas em defesa da DEMOCRACIA, e pela mudança da política econômica. Assim como, de acordo com as deliberações do 45° CBEEF, participar das reuniões e atividades da Frente Brasil Popular, além de organizar outras formas de resistência como os comitês universitários contra o golpe, em defesa da democracia. Não vamos permitir que 64 se repita! Corrupção se combate com reforma política! GOLPISTAS, FASCISTAS NÃO PASSARAO!

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