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Valorização da indústria gráfica na cadeia produtiva

No final de julho, Ricardo Marques Coube assumiu a presidência do Sindigraf- SP para um mandato de três anos, em substituição a Levi Ceregato, que comandou a entidade a partir de 2016. Nesta entrevista, a dupla faz um balanço da atuação do sindicato de lá para cá e aponta as novas diretrizes de um organismo de classe que completará 100 anos em 2023.

Levi, quais foram as principais conquistas do Sindigraf-SP ao longo dos últimos seis anos? Nesse período, o Sindigraf‑ SP participou de dois momentos muito importantes para o se‑ tor: a sanção da lei que acabou com o conflito tributário entre o ISSQN e o ICMS, no final de 2016, e a aprovação da Reforma Trabalhista, no ano seguinte, passo extremamente impor‑ tante na relação capital e trabalho. Em 2018, o Sindigraf completou 95 anos, fizemos um gran‑ de evento, coroado com uma cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo.

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Há que se ressaltar que o ponto alto das ações do Sindigraf é a condução das negocia‑ ções coletivas, que se realizam anualmente, nas quais temos a oportunidade de pactuar com os trabalhadores as questões constantes das con‑ venções coletivas, como o aumento salarial. Fe‑ lizmente, nesses seis anos de mandato, todas as negociações terminaram em acordo, sem nenhuma ocorrência de dissídio.

Chegamos, então, a 2020 e o início da pandemia. Que balanço o senhor faz da atuação do Sindigraf-SP nessa fase?

Do ponto de vista do sindicato, fomos obriga‑ dos a fechar a sede por um período para evitar as contaminações e passamos a atuar por video‑ conferência. Fizemos muitas lives com o intuito de orientar o associado num momento de tan‑ tas indefinições, ao lado da Abigraf‑ SP e da Na‑ cional. Dessa forma, conseguimos manter um fundamental suporte de informações sobre a atividade, o que estava acontecendo e os cami‑ nhos a serem seguidos. Editamos uma carti‑ lha sobre a prevenção da Covid‑19 nas fábricas e emitimos mais de 100 comunicados. Em ne‑ nhum momento o mercado ficou desassistido.

Construímos também, ao longo desses anos, uma relação muito produtiva com a CNI e a Fiesp, ampliando os espaços do sindicato nessas entidades. Além dessas ações que mar‑ cam o relacionamento do sindicato com seus diversos públicos, saio deixando o Sindigraf‑ SP numa situação econômico‑financeira mui‑ to confortável. Quero listar igualmente a remo‑ delação da biblioteca na sede da entidade, em parceria com a Abigraf Nacional e Regional São Paulo, e o lançamento da TV Abigraf.

Ressalto ainda que nesse período trabalha‑ mos com uma equipe de colaboradores muito alinhada. Fomos obrigados, por força do orça‑ mento restrito, a reduzir o quadro de colabora‑ dores, a substituir pessoas por processos, mas, enfim, felizmente, chegamos a um bom termo.

Estou muito feliz em passar a presidência para o Ricardo Coube, uma pessoa muito com‑ petente, experiente, que, com certeza, fará mui‑ to mais do que fizemos. Eu estarei sempre na retaguarda como suporte ou ao lado ajudando o Ricardo no que ele precisar, assim como ele esteve comigo como vice‑presidente desde 2016.

Ricardo, o senhor ocupou por 12 anos a vice-presidência do Sindigraf. Hoje, a indústria da impressão vive uma série de desafios, entre eles a consolidação do setor, com a redução no número de empresas, e a necessidade de mantê-lo atrativo para as novas gerações. Diante disso, como o senhor assume o sindicato?

Falar em desafio para a indústria gráfica é qua‑ se uma redundância. Quando não enfrentamos desafios? O setor gráfico, como a grande maio‑ ria, sofre transformações sistêmicas, seja por tecnologias, seja por comportamentos e mu‑ danças de mercado. Isso não vai acabar nunca.

Levi Ceregato, agora vice-presidente, exerceu a presidência do sindicato nos últimos seis anos

Nosso principal papel é justamente fazer que o associado entenda o cenário e acompa‑ nhe o que está acontecendo com os fornecedo‑ res, com a logística mundial, as mudanças nos clientes, o impacto da economia nas empresas.

O grande tema a ser debatido é o reposicio‑ namento da indústria numa nova visão da glo‑ balização. Os países que delegaram e abriram mão da sua indústria, principalmente para a China, estão revendo toda essa política. O Bra‑ sil pode ter uma mudança significativa de apoio à indústria, começando pela Reforma Tributá‑ ria, fazendo que a nossa indústria volte a ser protagonista. O que está acontecendo no mun‑ do hoje é um entendimento gradativo de que a indústria deve retomar o protagonismo interno.

Nesse cenário, é preciso fortalecer a nossa cadeia de produção. Nós somos um elo muito fraco se pensarmos na cadeia primária de ce‑ lulose e papel. Empresas como Suzano e Kla‑ bin cresceram muito, são hoje gigantes globais, e nós ficamos para trás. Temos de fazer um esforço para recuperar nossa representativida‑ de, inclusive pensando na exportação de produ‑ tos gráficos. Isso requer uma aproximação com os nossos fornecedores.

Outro tópico importante é o apoio à trans‑ formação digital. Temos de apoiar a nossa base de empresas a se modernizar. Empresas que não estão atentas à qualidade da gestão como ala‑ vanca para a competitividade, como base para o crescimento, desenvolvimento e inovação ficarão para trás.

Aproveitando esse gancho da competitividade e modernização, o Sindigraf vai manter seu apoio à recém-criada Abitec, divisão da Abigraf que está encampando as ações da ABTG, tradicionalmente financiada pelo Sindigraf-SP?

Vamos dar total apoio. Na prática é uma con‑ tinuidade do trabalho da ABTG , agora numa atuação muito mais próxima das entidades do mundo gráfico, inclusive com o Senai. Vamos continuar suportando o treinamento e a disse‑ minação do conhecimento para as empresas e seus colaboradores.

O senhor quer destacar algum projeto?

Vamos intensificar a aproximação com as enti‑ dades afins, fortalecendo a relação com insti‑ tuições como Fiesp e CNI. E esperamos realizar um trabalho a várias mãos. Não queremos uma gestão centralizada no Sindigraf‑ SP. A propos‑ ta é ter uma diretoria muito participativa, com compartilhamento de responsabilidades, cum‑ prindo o papel de dar a assistência que o nos‑ so público espera e que já vem sendo feita. Ou‑ tras demandas vão surgir e serão incorporadas sistematicamente.

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Rua do Paraíso, 529 04103-000 São Paulo SP

Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4507

E-mail: presidencia@sindigraf.org.br Home page: www.sindigraf.org.br

DIRETORIA EXECUTIVA

Gestão 01.08.2022 / 01.08.2025 Membros Efetivos

Presidente: Ricardo Marques Coube (Tiliform Indústria Gráfica Ltda.)

1º Vice-Presidente: Levi Ceregato (Gráfica Levi Ltda.)

2º Vice-Presidente: Beatriz Duckur Bignardi (Bignardi Ind. Com. de Papéis e Artefatos Ltda.)

Diretor Administrativo: Sidnei Bergamaschi (Tilibra Produtos de Papelaria Ltda.)

Diretor Administrativo Adjunto: Flávio Marques Ferreira (Ind. de Embalagens Santa Inês S.A.)

Diretor Financeiro: Fábio Gabriel dos Santos (Leograf Gráfica e Editora Ltda.)

Diretor Financeiro Adjunto: João Scortecci (João R. Scortecci de Paula Editorial – EPP)

Diretor de Marketing: Rodrigo Nogueira de Abreu (Proactive Com. e Serviços Gráficos Ltda.)

Membros Suplentes

Carlos R. Jacomine da Silva (Plural Editora e Gráfica Ltda.)

Juliana Sivieri Gonçalves (Gonçalves S.A. Indústria Gráfica) Valdomiro Luiz Paffaro (Litografia Bandeirantes Ltda.) Sander Luiz Uzuelle (São Francisco Gráfica e Editora Ltda.)

CONSELHO FISCAL

Membros Efetivos

Wilson dos Santos (Ribergráfica Ltda. – EPP)

Sidney Anversa Victor (Indústria e Comércio Gráfica Conselheiro Ltda.)

Eduardo Mota de Maio (Gráfica Maio e Araújo Ltda.) Membros Suplentes

Ricardo Cafarro Sutto (Sutto Artes Gráficas Ltda.)

André de Noronha Giannobile (Giankoy Autoadesivos Ind. e Comércio Ltda.

Davidson Guilherme Tomé (Gráficos Sangar S.A.)

DELEGADOS – FIESP

Membros Efetivos

Ricardo Marques Coube (Tiliform Indústria Gráfica Ltda.)

Carlos R. Jacomine da Silva (Plural Editora e Gráfica Ltda.) Membros Suplentes

Beatriz Duckur Bignardi (Bignardi Ind. Com. de Papéis e Artefatos Ltda.)

Juliana Sivieri Gonçalves (Gonçalves S.A. Indústria Gráfica)

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