5 minute read
A grande festa do livro
from Revista Abigraf 313
by Abigraf
A 26 ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo recebeu 660 mil visitantes, registrando gasto médio 40% maior do que na edição anterior, em 2018.
Pronta para ficar guardada na lem‑ brança de todos. A 26 ª Bienal Interna‑ cional do Livro de São Paulo, realizada em clima festivo e de encontro de leito‑ res ávidos por novidades, após dois anos de iso‑ lamento social, levou otimismo aos corredores do Expo Center Norte sobre o futuro do mer‑ cado editorial. Com um dia a menos, entre 2 e 10 de julho, a expectativa em torno da versão 2022 estimulou a venda antecipada de ingres‑ sos da ordem de 90% e atraiu 660 mil visitan‑ tes, proporcionalmente 10% superior ao público da 25 ª Bienal. Há quatro anos, o evento atraiu 663 mil pessoas em 10 dias.
Advertisement
Segundo a pesquisa realizada pela SMTur –Secretaria Municipal de Turismo, através do Ob‑ servatório do Turismo, da São Paulo Turismo (SP turis), o tíquete médio foi de R$ 226,94: um in‑ cremento de 40%. A demanda aferida pela Bienal, de sete livros por pessoa, dimensiona o poder de compra do visitante. Ao todo, 182 expositores disponibilizaram cerca de 500 selos editoriais, numa prateleira completa e diversificada em gê‑ neros literários, somando três milhões de livros.
Com motivos para brindar o êxito da gran‑ de festa literária, Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, CBL , realizadora do evento, frisa o acerto da campanha publi‑ citária: Todo mundo sai melhor do que entrou. “A melhor campanha de todos os tempos, que tra‑ duz o objetivo de posicionar o livro como pro‑ tagonista da mudança de cada leitor”, avalia ele, complementando: “Outra importante conquista é identificar o quanto a Bienal cumpre o papel de difusor de negócios e relacionamento para os players do setor”.
“Essa foi uma Bienal para entrar na histó‑ ria. Tivemos o melhor faturamento desde quan‑ do começamos a participar da Bienal do Livro”, acentua Heloíza Daou, diretora de marketing da Editora Intrínseca. Os números do exposi‑ tor impressionam e indicam, segundo a edito‑ ra, demanda reprimida por conta da pandemia: 150% a mais no montante faturado e 45% a mais no volume de livros vendidos, em comparação com 2018. A média de nove livros vendidos por minuto (58 mil no total) estabelece um recorde para a participação da editora.
Para a Rocco, a mostra deste ano significa o melhor resultado da história. Assim a edito ra classifica o crescimento de 185% nas vendas durante a Bienal, no comparativo com a edição anterior. A Rocco apresentou 350 títulos. Bru no Zolotar, diretor comercial e de mar ke ting, concorda que a Bienal é “sem dúvida, um dos maiores e mais importantes eventos do merca do editorial, voltado à interação entre editoras, escritores e leitores”.
O Setor Gr Fico No Brasil E Em Portugal
Inserir o evento, cada vez mais, na rota das grandes feiras literárias internacionais, foi outro passo largo dado com a edição de 2022. A aproximação com Portugal convidado de honra marcou as comemorações do Bicente nário da Independência do Brasil, mas também estreitou os laços e abriu caminho para novos acordos bilaterais no segmento editorial.
E foi justamente no espaço lusitano que a Abigraf participou de uma tarde de discussão sobre o setor gráfico. No dia 5 de julho, a Agên cia para o Investimento e Comércio Externo de Portugal promoveu o Portugal Inova, reu nindo a Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, Apigraf, a Abigraf e o projeto Brazilian Publishers, da CBL . O objetivo foi dar um panorama da indús tria gráfica em Portugal, na Europa e no Brasil, falar de inovação e dos desafios do setor.
Diferente dos termos usados por aqui, em Portugal o setor é dividido entre gráficas e transformadores de papel. Inicialmente, os transformadores eram aqueles que produziam embalagens secundárias, em papel cartão, mas agora incluem também o que costumamos cha mar de convertedores. Segundo a Apigraf, hoje a indústria do país conta com 2.200 gráficas e 500 transformadores, que empregam 23 mil traba lhadores. As gráficas têm, em média, oito fun cionários, e os transformadores, 30. A partici pação do setor no PIB português é de 2%, com uma produção de 2,2 bilhões de euros. 2
1
PORTUGAL: CONVIDADO DE HONRA
No amplo estande de 500 m², ocupado por Portugal, foi realizada, em 5 de julho, uma tarde de discussão abordando o panorama atual, inovações e aplicabilidades da indústria gráfica em Portugal, na Europa e no Brasil, encontro que fez parte do evento anual realizado pela Aicep, denominado Portugal Inova.
1 (E/D): Roberto Jacomine, presidente da Abro e da Plural Indústria Gráfica e diretor da Abigraf Nacional; Fábio Gabriel, diretor da Abigraf Nacional e da Leograf Gráfica e Editora; e Wagner Silva, gerente geral da Abigraf Nacional, apresentaram dados do setor e uma prévia do Estudo Setorial da Indústria Gráfica Brasileira (Censo), em fase final de execução
2 Regina Couto e Alfredo Passos (1ª e 4 º, da esquerda para a direita), da RH Couto Consultores, responsáveis pela elaboração do Estudo Setorial da Indústria Gráfica Brasileira, discorreram sobre aspectos levantados pelo Censo.
Francisco Saião Costa, diretor da Aicep, e Paulo Dourado, diretor de Comunicação da Apigraf (2 º e 3 º, da esquerda para a direita) mostraram o cenário econômico de Portugal e números da indústria gráfica naquele país e na Europa
Conforme Paulo Dourado, diretor de co‑ municação da Apigraf, a indústria gráfica eu‑ ropeia gerou, em 2019, mais de 82 bilhões de euros; 87% das empresas têm menos de 10 fun‑ cionários, apenas 8% delas tem mais de 20 tra‑ balhadores, sendo que esses 8% geram 74% do total de negócios do setor. Alemanha, Reino Unido e Itália são responsáveis pelo maior vo‑ lume de negócios, com Portugal ocupando o 13 º lugar nesse ranking.
Cenário muito parecido foi apresentado pela Abigraf, que divulgou a prévia do Estudo Seto‑ rial da Indústria Gráfica, a ser lançado ainda este ano. A pesquisa é uma iniciativa conjun‑ ta da Abigraf Nacional, Abigraf‑ SP, Sindigraf‑ SP e Abro, Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset. A RH Couto Consultores, responsável pelo censo, apurou que a indústria gráfica nacional é composta por 15.691 empre‑ sas, empregando 154.569 pessoas, com um con‑ sumo aparente de 7,5 milhões de toneladas de papel por ano; 98,7% dessas 15,7 mil empresas são de micro e pequeno porte, responsabilizan‑ do‑se por 64% dos empregos. Com faturamento de R$ 60 bilhões, o setor representa 1,8% do fa‑ turamento da indústria brasileira de transfor‑ mação. Trata‑se de um segmento de forte tra‑ dição, no qual 54% das empresas têm entre 21 e 50 anos e 13% têm mais de 50 anos.
A pesquisa também olhou para o futuro próximo: 73% das empresas pesquisadas esti‑ mam crescer em 2022 e 64% pretendem investir em novos equipamentos neste ano, motivadas principalmente por quatro fatores: expecta‑ tiva de aumento da produção, busca por qua‑ lidade, ganho de produtividade e entrada em novos segmentos.
Ainda no campo das expectativas, 67% das empresas respondentes pretendem investir em treinamento e formação, e 56% têm planos de investir 0,5% a 1% do faturamento em treina‑ mento. E aqui, de acordo com o diretor da Api‑ graf, está um dos grandes desafios do setor em Portugal. O investimento em formação de mão de obra é ainda menor do que no Brasil, sendo que lá, diferente daqui, não há ensino técnico na área gráfica.
Como desafios, a Apigraf apontou a mudan‑ ça dos hábitos de consumo, a digitalização, o greenwashing e a escassez de profissionais qua‑ lificados. A eles se somam os desafios conjuntu‑ rais: disrupção das cadeias de fornecimento pro‑ vocada pela pandemia, escassez do papel para imprimir e escrever, inflação (algo novo para o europeu em geral) e a guerra na Ucrânia .
26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo em
N Meros
Público visitante 660 mil Tíquete médio R$ 226,94 Quantidade de livros 3 milhões Média de livros adquiridos 7 por pessoa Selos editoriais Cerca de 500 Área ocupada total 65 mil m² Expositores 182 Autores nacionais 300 Autores internacionais 30 Visitação escolar 60 mil
Referência no segmento em que atua, empresa celebra meio século com parque gráfico atualizado e pronta para novos desafios.
Três gerações conduzem as atividades da Congraf: terceiro, da esquerda para a direita, Sidney Anversa Victor, fundador e presidente; com (E/D) o neto, Luiz Henrique, em Suprimentos, e os filhos, André Peres Victor, diretor Comercial, e Sidney Anversa Victor Junior, diretor Industrial