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Vinomatos em foco
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HUGO NEVES
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WORKMOVE
Vinomatos inaugura espaço comercial em Ourém
Com os 25 anos da empresa a aproximarem-se, a Vinomatos inaugurou no passado mês de setembro as suas novas instalações, onde se destaca um novo espaço comercial com uma oferta alargada de máquinas, equipamentos e produtos. Fomos até Ourém para conhecer por dentro a nova casa da empresa.
Um espaço comercial moderno de 2.500 m2 e uma extensa área exterior capaz de albergar um alargado parque de máquinas, com espaço para crescer em breve: a
Vinomatos inaugurou as suas instalações na zona industrial de Casal dos Frades (Ourém), em setembro. À beira do IC9 e já com terreno reservado para uma segunda loja ao lado da agora inaugurada, a ideia é clara: alargar o leque de oferta pois só dessa forma é que Georges Mandrafina, gerente da Vinomatos, acredita que a empresa vai crescer.
Diversificação da oferta faz parte da estratégia
A nova estratégia é evidente: além do ex-líbris - a máquina de plantação mecanizada Révolution, a Vinomatos tem, na sua nova loja, equipamento de várias marcas das quais é concessionária, revendedora ou distribuidora: tratores, motociclos, moto 4, veículos ATV, componentes para os mais variados trabalhos de agricultura, construção civil, ferragens, jardinagem, bricolage e até o necessário equipamento de segurança para operadores. Na zona circundante à loja, encontra-se uma panóplia de máquinas onde se destacam os tratores agrícolas da marca Vinomatos, lançados em 2021 e equipados com motores Yanmar e HM, consoante o modelo. Para Georges Mandrafina, a aposta numa marca própria ajuda a empresa a atingir dois objetivos: oferecer uma gama completa de tratores dos 25 aos 520 cv e ter uma marca própria global. “Temos os tratores Vinomatos de 25cv a 55cv, a Goldoni de 48cv a 120cv, e a Fendt dos 70cv aos 520cv. Assim, respondemos a qualquer que seja a necessidade do nosso cliente. Para expandir o nosso produto em todo o território português, europeu e outras partes do mundo, só o podemos fazer com uma marca própria de tratores”.
Queremos divulgar a nossa marca em todo o país e procuramos concessionários para expandir o nosso produto em todo o território português. Mandrafina defende “uma linha de tratores que ofereça garantia de qualidade ao cliente. Tratores com componentes de marca, como o motor, a caixa e os travões a óleo”, referiu.” Georges Mandrafina fez depois uma visita guiada à revista abolsamia na loja, explicando todo o processo de funcionamento do mesmo. “Atualmente a Vinomatos conta com uma equipa forte, tecnicamente preparada para dar resposta a nível de plantações ou de maquinaria. Essa equipa vai assegurar o funcionamento do espaço comercial de 2ª a 6ª das 7h30 às 19h30, ao sábado das 9h às 18h, e ao domingo das 9h ao 12h”, disse.
“A Révolution é um mundo”
A máquina de plantação mecanizada, ideal para vinhas, olivais, amendoais e árvores de fruto, com plantação e aramação numa só passagem, concebida por Georges Mandrafina, é o atual ‘coração’ da empresa. Desenhada e produzida em Caxarias, foi a maior atração do evento e promete dar que falar pela capacidade de actualização constante: já é comercializada, mas vai ainda incorporar duas inovações no próximo ano com o objetivo de se tornar autónoma
Colocada estrategicamente à porta do novo espaço comercial da Vinomatos, a máquina de plantação Révolution concentrou atenções e despertou o interesse de quem se deslocou ao showroom. Como destacou o técnico de campo Tiago Martinho, “a Révolution é um caso único de inovação e tecnologia ao dispor da agricultura moderna.”
Georges Mandrafina, o criador da máquina, ainda vai mais longe na apreciação. “A Révolution é um mundo! Esta nova tecnologia vem revolucionar totalmente o setor agrícola e a mentalidade do agricultor. Numa altura em que outras empresas estão agora a apostar no sistema GPS, nós já estamos um passo à frente: a Révolution faz tudo, ou seja, numa só passagem coloca a planta, tutor, poste, arame, tubo de gotaa-gota, com ou sem adubo. É uma máquina capaz de fazer o serviço completo ou cumprir determinada função que o cliente desejar”. Mas não se pense que nos testes efetuados à competência da máquina foram só facilidades. “Uma das dificuldades que encontrámos foi, em zona inclinada, endireitar o tutor da planta porque o poste não se coloca à mesma profundidade do tutor. A máquina enterra o tutor até 40cms de profundidade e o poste intermédio até 70cms. Ou seja, deve ser capaz de fazer o equilíbrio constante para não ficar descaída na parte lateral ou frontal”, disse. “A Révolution elimina a questão dos atrasos nos trabalhos de campo, possibilita a realização do projeto de plantação e aramação com uma única máquina, permitindo a conclusão total dos trabalhos.”
Terceira e quarta fases de inovação concluídas em 2022
“Terminadas as duas primeiras fases de desenvolvimento da máquina, retomamos agora o processo e contamos com os próximos testes de campo, em novembro. A 3ª fase (automatização da colocação do tutor e poste) irá transitar para março de 2022 e a 4ª fase (automatização da alimentação da planta) estará concluída até final de 2022”, estimou o gerente. Georges Mandrafina não tem dúvidas: o passo mais difícil na criação da Révolution foi tornála capaz de se ir atualizando ao longo do tempo incorporando as inovações necessárias. “Não queria correr o risco do cliente comprar hoje a máquina e amanhã estar já obsoleta”, explicou, destacando o peso atual da máquina (2.500kgs) e o que terá após a 3ª e 4ª fases de inovações (3.000kgs).
Comercialização e fabrico
Acerca da comercialização da máquina, esclareceu: “A Vinomatos presta o serviço de plantação e, além disso, vende a máquina a outros prestadores de serviços. Iremos produzir aproximadamente 16 a 20 máquinas num ano, 4 para venda e entre 12 a 16 para prestação de serviços feita pela Vinomatos. Está a haver muita procura no mercado e esperamos aumentar a produção.”
“A médio prazo queremos ter uma máquina totalmente autónoma”
abolsamia falou ainda com Tiago Martinho, técnico de campo, que já trabalhou com a Révolution e identificou uma das melhorias face à versão anterior: “Está preparada para trabalhar em terrenos com inclinação até 14%. O próximo objetivo está delineado: Queremos ter, a médio prazo, uma máquina totalmente autónoma em que já só temos um operador na cabine a controlar todos os trabalhos, pois terá um sistema de autoguiamento.”