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A Herculano apresentou quatro novidades na Agroglobal, três ligadas a máquinas que respeitam a Agricultura 4.0 e outra direcionada para a escolha customizada do cliente. A preocupação com a sustentabilidade e a aposta na inovação são bandeiras de uma empresa que já não quer estar com o agricultor só no terreno, mas sim em todo o lado.

AHerculano apostou forte na presença na Agroglobal: um stand maior do que o costume, para promover o reencontro físico com clientes e concessionários, quatro grandes novidades no que toca a inovação e desenvolvimento e um remodelado backoffice de configuração de produto para o cliente. Mas foi a imponência das máquinas que começou por agarrar os visitantes ao stand. “Temos quatro novidades aqui na feira. As primeiras duas fazem parte da nossa Cisterna Green Precision para a

Agricultura 4.0, um projeto iniciado há três anos.

Esta cisterna para além de ter um braço motorizado superior e articulado, que vai a uma distância de até cerca de 7 metros, incorpora a tecnologia VIS-NIR, que detecta a quantidade de NPK – azoto, potássio e fósforo - e aplica-a consoante a necessidade do solo. A máquina está em teste e deverá poder ser comercializada no início de 2022”, explicou

Ricardo Teixeira, administrador da Herculano.

Assentando o seu discurso na preocupação com a inovação, sustentabilidade e o futuro, Ricardo

Teixeira alertou para a importância que deve começar a ser dada à utilização criteriosa dos efluentes pecuários. “Outro ponto importante da sustentabilidade é o consumidor final, que cada vez mais se preocupa se os alimentos que ingere diariamente são criados num ambiente sustentável.

Isso obriga o agricultor a investir em máquinas orientadas nesse sentido, daí a necessidade do VIS-

NIR. Outra vantagem é a utilização dos efluentes pecuários em detrimento do mineral, mas devem ser utilizados com critério, o que não acontece. Com essa tecnologia, a cisterna utiliza o chorume com a quantidade certa de que o solo necessita e isso, desde logo, vai reduzir os cheiros nocivos.”

4.0 razões para acreditar no futuro

HTP Com comprovado sucesso na Nova Zelândia, o reboque é o exlíbris da empresa administrada por Fernando Jorge Teixeira (centro), Ricardo Teixeira (esq.) e Gonçalo Teixeira (dir.)

Produto-estrela por estrear em Portugal

A terceira grande novidade prende-se com um produto que nasceu da necessidade de um cliente na... Nova Zelândia [abolsamia deu a conhecer, na sua edição de out/nov 2020, a história de Grant Barber, prestador de serviços neo-zelandês que apostou no Reboque HTP da Herculano]. “Temos o Reboque HTP, o nosso produto-estrela, com enorme sucesso na Nova Zelândia e ainda não está em uso em Portugal. É um reboque que permite uma dupla funcionalidade: pode ser utilizado nas obras públicas e na agricultura, sendo o primeiro

CONFIGURADOR DE PRODUTO Com 4.200 opcionais disponíveis, a app mobile permite ao cliente a escolha personalisada de cada produto.

reboque fabricado em Portugal com estas características”, explica Ricardo Teixeira, indo depois ao pormenor: “O reboque está preparado para transporte de pedra, mas se lhe colocarmos uns taipais suplementares, pode ser utilizado para a silagem. Pode ser aproveitado para um nicho de mercado interessante com prestadores de serviços que operem nas obras públicas e agricultura sazonal. Estamos a lançá-lo pela primeira vez numa feira.” Novo configurador de produto

E se a Herculano tem o lema ‘Consigo no terreno’, esse lema pode agora ser alargado ao online tendo em conta a 4ª novidade apresentada na feira: o processo de digitalização da empresa e serviços, sobretudo no que toca ao configurador de produto. “A nossa ideia é que, com este novo backoffice, os nossos concessionários encomendem as peças numa loja online e depois acompanhem o estado da encomenda. Lançámos o nosso catálogo e temos disponíveis 4.200 opcionais – principalmente para cisternas e monocoques. Através da aplicação, o agricultor acede e configura o equipamento, vê o preço e encomenda no concessionário da sua preferência”, explica, confirmando que a metodologia Kaizen, implementada há alguns anos na empresa – que visa a melhoria contínua, eliminação de desperdício e criação de valor para o cliente – é transportada “para a área administrativa, no escritório.”

“Ministério da Agricultura devia adotar políticas de incentivo à compra de tecnologia”

Face à aposta tecnológica feita nos equipamentos, a questão sobre o interesse manifestado pelos clientes era uma evidência. Mas para Ricardo Teixeira, “ainda existe alguma desinformação sobre o tema da Agricultura 4.0”, por uma razão. “O Ministério da Agricultura devia adotar políticas de incentivo à compra dessa tecnologia e ações de formação, principalmente. Porque esta tecnologia que desenvolvemos tornará a agricultura mais rentável e sustentável, pelo que devem ser dadas condições aos agricultores para aceder a este tipo de tecnologia e saber manuseála”, explicou o administrador da Herculano, empresa que dá “cada vez mais atenção” ao telediagnóstico, com o objetivo de ajudar o agricultor quando este mais necessita: “É um diagnóstico à distância, quando a cultura tem de ser feita num certo dia e a máquina pára, o problema deve ser resolvido na hora. Temos de ser rápidos a responder e este sistema melhora o nosso nível de serviço.”

Novo cargo criado na empresa para ouvir o cliente

Considerando “muito positiva” a presença da Herculano na Agroglobal, Ricardo Teixeira explicou que foi conseguido um dos objetivos primordiais no evento. “A Agroglobal é uma feira à imagem da Herculano porque é feita no terreno – o nosso lema é ‘Consigo no terreno’ -, onde podemos ter o contacto com os nossos clientes e ouvir o feedback deles, mostrar os nossos equipamentos a trabalhar. Temos um espaço onde podemos confraternizar com eles e estávamos fechados há muito tempo”, explicou. Esta ligação mais estreita com o cliente mereceu uma grande atenção interna ao ponto de ter sido criado um novo cargo na Herculano: o Gestor de Produto. “Não é produzir só por produzir, queremos ouvir o que o cliente nos quer dizer. O Gestor de Produto vai andar na rua, falar com o cliente e trazer as ideias para que os problemas sejam resolvidos de forma mais objetiva. Tem a missão de criar produto de acordo com as necessidades de cada mercado em que estamos inseridos. O cliente gosta cada vez mais de ser ouvido”, afirmou Ricardo Teixeira.

Agradecimento à “resiliência” dos concessionários

A pandemia apareceu e fez abanar algumas empresas mas a Herculano orgulha-se do comportamento dos seus concessionários, a base para o “balanço positivo” que Ricardo Teixeira faz a dois terços de 2021. “Temos a vantagem de exportar cerca de 65% do nosso produto e há sempre alternativas se aparecerem problemas aqui e ali. Mas enalteço a resiliência dos nossos concessionários, as pessoas deram luta e deram a cara, pelo que não sentimos qualquer tipo de impacto forte em termos de mercado. Foram inexcedíveis, nunca fecharam portas, atenderam sempre os agricultores, revelando grande disponibilidade. Para a Herculano, foram a engrenagem mais importante nesta fase complicada, em que os preços das matérias primas triplicaram em muitos casos”, confessa. Sobre os desafios futuros, o administrador da Herculano apela à importância que deve ser dada ao agricultor: “Estamos a comunicar muito com o agricultor, a valorizar o papel dele na nossa sociedade... nós precisamos de um médico se calhar uma vez de três em três meses mas do agricultor precisamos pelo menos três vezes por dia. E esquecemo-nos disso.”

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