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FarmSight: um serviço anti-surpresas

Para surpresas, já bastou o ano de 2020, totalmente inesperado devido ao Covid, é assim que pensa a John Deere. Por isso, e para evitar que os agricultores sejam surpreendidos, a fabricante de tratores desenvolveu o serviço FarmSight para apoio remoto a quem dele precisa, de forma a manter o objetivo de querer ser pioneira na agricultura de precisão.

Monitores há (cada vez mais e já são) muitos, pelo que a John Deere (JD) marcou presença na Agroglobal 2021 através da J.Inácio, com um serviço especial e que pretende explorar cada vez mais: o sistema FarmSight, que permite ao agricultor pedir apoio de forma remota e transferir dados do trabalho efetuado pelo tractor. A JD uniformizou os monitores integrados nos tratores e desenvolveu um independente e universal – com versões de 8 e 10 polegadas –, com o mesmo layout e forma de comunicação dos que já vêm integrados na Serie R mas que podem ser montados em todas máquinas JD ou mesmo em tratores da concorrência. “Se antigamente havia diferenças nos monitores integrados nas series M e R, hoje em dia já é tudo igual. Os tratores da Série R trazem os monitores integrados, esses são exclusivos daquele trator,

DIOGO FÉLIX Responsável pelo Departamento da Farmsight explicou o serviço. “Continuamos a conseguir colocar peças nos clientes”

O ano de 2021 tinha nuvens no horizonte mas o resultado tem contrariado as expectativas da J. Inácio. “Pensávamos que ia ser um ano difícil, mas tem sido um ano bom. Poderia ser melhor se não se intrometesse esta pandemia que já nos começou a causar dificuldades na entrega de alguns componentes, mas continuamos a conseguir colocar peças e consumíveis nos clientes”, disse Diogo Félix, mostrando-se agradado com a presença na Agroglobal antes de enviar um recado ao governo: “Em 2021 queremos superar 2020 como é política da empresa e pensamos que seja possível, vamos ver se o nosso governo dá algum apoio aos agricultores para que isso seja viável. Em 2022 queremos voltar a apostar forte.” mas, entretanto, a JD desenvolveu um monitor independente e universal com o mesmo layout e forma de comunicação, mas, pela sua independência, tem a capacidade de ser montado noutros tratores e até de outras marcas da concorrência”, explicou Diogo Félix, Responsável pelo Departamento de FarmSight da JD, acrescentando que este novo serviço não é totalmente inédito. Contudo, já desempenha funções que antes eram inatingíveis. “Este sistema já permite fazer documentação completa com as ceifeiras, um sistema integrado numa Claas, numa Case... permite criar mapas de rendimento, de cultura com esse equipamento. Antigamente só era possível com um certo monitor. Antes, a JD tinha 3 monitores e agora uniformizou-os em apenas um. O écrã de 10 polegadas permite fazer a ligação remota e se o trator estiver dotado do sistema JD Link (monitorização à distância) nós acedemos ao écrã do trator desde o escritório. Não conseguimos interagir com o écrã mas vemo-lo para saber se há algum código de avaria ou outra situação e já vamos ter com o cliente sabendo qual é o problema.”

Controlo apertado em nome de um ambiente sustentável

O objetivo da JD é claro. “Pretendemos com isto implementar cada vez mais o sistema de corte de secções, para pouparmos cada vez mais herbicidas e insecticidas de forma a que as aplicações sejam o mais controladas possível: o trator sabe por onde já passou e que tipo de trabalho fez para depois fechar a alfaia de modo a que esta não volte a sobrepôr”, disse Diogo Félix, indicando ainda outra vantagem: “Quem compra um trator que não seja JD, tem a possibilidade de incorporar esse monitor, uma antena (recetor) - que capta o sinal em diferentes tipos de correção com 15cms, 3cms ou 2,5cms – e incluir um volante eletrónico, o qual faz a condução automática de modo a facilitar o trabalho do operador.”

A Pellenc estreouse na Agroglobal 2021, reforçando a presença da J. Inácio no certame, e apresentou uma máquina que só trabalha em Portugal e Espanha mas que surgiu em força para recuperar uma gama de baixas especificações. Gil Grilo, responsável comercial da marca em Portugal, faz um balanço positivo dos primeiros nove meses de 2021.

Aprimeira vez da Pellenc numa Feira Agroglobal tinha de contar com uma novidade: a

Automotriz L4 centrou atenções.

“É a máquina mais simples das automotrizes e de preço mais acessível, com capacidade para 4 mil litros. As cabines e o motor são iguais à gama anterior, a diferença é que na cabeça de colheita é praticamente igual às máquinas rebocadas, é tudo mecânico. É uma máquina para rivalizar com os preços da concorrência. Esta L4, que foi feita este ano e só existe em

Portugal e Espanha, surgiu porque estávamos a perder clientes nessa gama mais baixa que pretende qualidade em automotrizes, mas de baixo custo”, explicou Gil Grilo, responsável comercial da Pellenc em Portugal, confessando que nesta altura, a marca “já tem tudo vendido” e está em transição de campanhas, daí a dificuldade constante de marcar presença no certame de

Valada do Ribatejo: “É a primeira vez que a Pellenc está na Agroglobal, estamos em plena campanha Pellenc

Automotriz L4: simplicidade máxima a baixo custo

do amendoal e da vindima e já preparamos a campanha do olival – é uma fase crítica e o nosso camião não pára, daí a dificuldade em vir a esta feira mas sempre quisemos estar presentes. Aqui temos oportunidade de mostrar a máquina ao vivo e explicar ao detalhe porque o cliente vem cá com tempo para absorver a informação que temos para lhe dar”.

Antecipar é a alma do negócio

Por ter a capacidade própria de produção, a Pellenc não sentiu dificuldades de entrega em Portugal e respondeu bem aos clientes por jogar em antecipação. “Os primeiros oito meses do ano têm sido positivos porque o desaparecimento da mão-de-obra barata em virtude da pandemia obrigou as pessoas a comprar mecanizado. E como fabricamos quase tudo, não temos falta de componentes, o motor para a Pellenc é comprado 4 ou 5 anos antes para ser testado na máquina com tempo. Quando vamos fabricar 100 máquinas destas, já temos 50 motores em armazém e outros 50 programados para chegar este ano, só faltando pagar. O nosso trabalho nunca é feito em cima do joelho”, diz Gil Grilo. Falta de componentes e alto custo de matérias primas são assuntos que passam um pouco ao lado por uma simples questão: “Somos fábrica... temos uma em França e outra que só faz chassis na Eslovénia. Quanto à força do mercado, o espanhol, que é mais dependente de outros, aí travou um bocado – embora estivesse muito alto e já está a recuperar - mas em Portugal aumentou.”

“Há necessidade de aumentar a equipa em Portugal”

A pandemia praticamente não afetou mas a Pellenc reformulou equipas em Espanha e estuda o reforço da equipa em Portugal. “Em Espanha aumentámos as equipas em oficina mas diminuímos o número de elementos em cada uma, para trabalharem por turnos e precaver por causa do Covid, e contratámos ainda pessoas para as entregas. Agora está a ser discutida a necessidade de aumentar a equipa da Pellenc em Portugal. Quando temos a mesma estrutura e as máquinas aumentam, é mais fácil falhar. Mas perspectivo boas campanhas, 2022 será, na pior das hipóteses, igual a 2021”, admite Gil Grilo, enaltecendo a aposta da empresa na investigação: “Dez por cento do lucro da Pellenc é para investigação, nunca me mandaram parar o desenvolvimento de uma máquina por serem precisos mais 100 ou 200 mil euros, 90% do que investigamos é comercializado mais cedo ou mais tarde.”

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