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Grupo Joper
SSamuel Pereira, administrador do Grupo Joper, foi quem nos recebeu, para nos apresentar os produtos que a empresa trouxe ao certame, bem como fazer uma retrospetiva dos últimos tempos. Começámos pelo balanço.
“O ano 2020 foi dos nossos melhores ao nível das vendas. 2021 mantém níveis altos de procura. No entanto, tanto um como o outro ficam marcados por vários problemas”, começou por explicar. “Os aumentos de preço constantes nas matérias primas, por exemplo. Até agora, nunca tivemos de parar a produção porque temos por sistema stocks elevados. No entanto, houve situações em que os fornecedores não conseguiam assegurar as entregas”, contou.
2022 sem melhoras nas entregas
E será esta uma tendência a manterse em 2022? Samuel Pereira foi perentório: tudo aponta nesse sentido. “A perspetiva geral dos fabricantes de máquinas agrícolas é a de que o próximo ano ainda será pior. Era esperado que neste segundo semestre de 2021 os preços estabilizassem, mas a verdade é que não é isso que temos visto. A escassez, os aumentos, e a incerteza em relação aos prazos de entrega continuam. Quando existe falta de componentes, mas, ao mesmo tempo, verifica-se um aumento da procura por parte dos agricultores, geram-se ruturas abruptas – que é o que temos assistido. Este é um fenómeno transversal a todo o sector e não se resume a Portugal”.
Para fazer face a este contexto, o administrador considera que tem de existir um trabalho conjunto de antecipação e planeamento entre os fabricantes e os consumidores. “A nossa estratégia passa por tentar antecipar e sensibilizar o agricultor português para fazer o mesmo. Temos antecipado as compras, por exemplo, mas não é fácil, exige uma gestão
Pulverização de alta tecnologia
A Joper Tomix Ribatejo voltou a marcar presença na Agroglobal, desta vez com uma forte aposta no segmento das culturas especializadas. Pulverizadores com tecnologia ISOBUS, uma turbina com gerador de ozono, ou uma máquina que permite retardar a maturação da fruta ainda na árvore – sem parar o crescimento – foram apenas algumas das inovações apresentadas.
SAMUEL PEREIRA Administrador do Grupo.
“de nervos” diária. Para o agricultor português ainda não é prática corrente encomendar com seis ou sete meses de antecedência, mas é uma tendência que devia e já começou a mudar”, partilhou.
Homologação foi processo “diabólico”
Outro dos temas que marcaram o último ano no mercado de maquinaria agrícola português foi a questão da homologação dos reboques. Samuel Pereira, refere que esse foi mais um desafio, já ultrapassado. “Nós fomos dos primeiros fabricantes a “atacar” a questão das homologações dos reboques, fomos dos primeiros a ter tudo concluído, mas também posso dizer que os primeiros meses do ano passado foram diabólicos. Ao ponto de termos reboques prontos sem poderem ser entregues porque não conseguíamos obter as matrículas. Felizmente, ao dia de hoje, tudo flui normalmente”.
Gama pode ser racionalizada
Os reboques são apenas mais um dos produtos da extensa gama do Grupo
Joper. Outras empresas têm optado por reduzir a sua oferta. Qual a estratégia no médio prazo? Ser generalista faz parte do ADN da empresa mas podem existir acertos, explicou o administrador. “O Grupo Joper tenta ser generalista e apresenta-se no mercado como aquele que tem a gama mais ampla. Há produtos que, gradualmente, têm saído da tabela de preços para o mercado português ainda que continuem disponíveis para outras localizações.
MONOCOQUES Um produto com cada vez mais procura, foi um dos destaques presentes na feira. As grades rápidas e as charruas também marcaram presença.
Pulverizador Rhone ISOBUS
Pulverizdor pneumático misto pois permite fazer baixo e médio volume, com novo bocal que garante maior velocidade do ar, e bicos ATR ou ATI e ATF (norma ISSO), tendo ainda ISOBUS. “Há cada vez mais agricultores a procurarem equipamentos que permitam fazer mapeamento e cartas de prescrição”, explicou Samuel Pereira.
Retardar a maturação da fruta
Em parceria com a Selectis, a Tomix desenvolveu um doseador que faz a inoculação de um produto que retarda a maturação da fruta. Tal permite aos produtores alargar a janela de tempo para a colheita da mesma. Além disto, a maturação é retardada mas o crescimento não – aumentando-se o calibre e mantendo o brix. “No fundo, é trazer o que se faz nas câmaras frigoríficas para o campo”, explicou o administrador.
Pulverizador A.I.Palmeta com sistema de Ozono
A principal inovação é a incorporação de um gerador de ozono. Esta máquina permite trabalhar com água ozonizada, água ozonizada e alguns fitofármacos, ou só com fitofármacos. A pulverização com água ozonizada quando aplicada de forma preventiva evita o desenvolvimento de fungos, larvas e faz uma desinfeção geral da planta. “É um produto com muita procura, sobretudo, no mercado espanhol, e em Portugal para modo de produção biológico.”
Pulverizador bi-turbina para culturas intensivas
Um bi-turbina de aspiração inversa, com as turbinas ligadas entre si. Permite pulverizar a grande altura sempre com a mesma prestação. “Pensado para culturas intensivas, como os pomares, este equipamento já existia na empresa há vários anos mas para vinha, principalmente para o mercado francês.”
Regiões diferentes, produtos diferentes
Apesar de uma extensa gama, o Grupo não abdica da especialização dos seus produtos, sobretudo na oferta para vinha e pomar. “Consoante a zona geográfica, o agricultor requer especificações diferentes. A pulverização é um bom exemplo mas mesmo nos equipamentos Joper para a vinha e pomar sentimos o mesmo – temos de ter produtos cada vez mais adaptados à região em questão. É aqui que surgem as nossas parcerias, por exemplo no SmartFarmColab, INIAV, ou InescTec”, finalizou.