Maio - Junho - Julho 2013 | Nº 4
Publicação Trimestral da Academia Brasileira de Ciências Contábeis.
2013: Ano da Contabilidade no Brasil. O Futuro chegou trazendo novos desafios. Palavra do Mestre Reflexões sobre o perfil da pesquisa em Ciências Contábeis no Brasil.
Conversa Afinada Entrevista com o presidente da Federação Internacional de Contadores (Ifac).
Perfil Personalidades em destaque na Contabilidade: Sérgio Approbato Machado Júnior.
SABER
Salve 2013! O ano temático, dedicado à Contabilidade no Brasil Analisada sob os três focos: Ciência,
tos, parte dos nossos contabilistas não
Classe e Profissão, pode-se afirmar com
tem sabido colher os resultados dos seus
segurança que a Contabilidade Brasilei-
trabalhos, na proporção dos relevantes
ra, como um todo, tem muitos motivos
resultados que geram.
a comemorar. O vetor Científico dá inequívocas provas de vitalidade, de pensa-
Caberia a cada profissional contábil,
mento inovador, de incentivo e apoio ao
apoderar-se, com mais intensidade, do
desenvolvimento das Ciências Contábeis,
riquíssimo cabedal de conhecimentos
a partir das ações da ABRACICON e da
científicos e tecnológicos ora disponíveis.
ampla movimentação das academias re-
Fazer mais uso do potencial de mobiliza-
gionais, que estão sendo revitalizadas,
ção e realização da Classe Contábil na-
no território nacional. Já o vetor Classis-
cional, participando ativamente das opor-
ta, através de suas múltiplas e legítimas
tunidades de capacitação, com Educação
entidades, com o decidido apoio do Sis-
Continuada. Agregar sempre mais valor
da Mulher Contabilista, tendo como lema:
tema CFC/CRCs, ganha força represen-
ao ‘fazer contábil’. Promover sua própria
“Mulher Contabilista: Bem-vinda ao futuro”.
tativa perante a economia globalizada e
visibilidade, focado na credibilidade para
O evento será a bordo do luxuoso transa-
demais setores da sociedade brasileira.
obter a consequente valorização como
tlântico MSC Preziosa, partindo de Santos-
Igualmente, dá transparência à Classe
profissional. Valorização tanto junto à
-SP, navegando por ‘mares de Almirante’
junto ao Setor Governamental, via mo-
clientela e demais profissões, quanto
até as praias do Rio de Janeiro e Búzios.
vimentos e eventos convergentes para a
à Sociedade. Felizmente, durante todo
Aceite o nosso convite. Venha participar
modernização da Contabilidade Pública.
este ‘Ano da Contabilidade’, estaremos
conosco de uma programação tão intensa
refletindo sobre esses relevantes temas;
e profícua quanto agradável; que cuida,
Entretanto, no vetor Profissional – a par
objetivando aumentar a autoestima e
igualmente, de autoestima e futuro.
das recentes conquistas regulatórias e da
construir um futuro compatível com a
crescente importância atribuída aos Con-
imprescindibilidade dos serviços contá-
Enquanto isso, o caro leitor pode obter
tabilistas brasileiros nos âmbitos nacional
beis e digno da competência dos seus
conhecimentos e informações altamente
e internacional –, ainda temos muitos
profissionais.
abalizadas e atualizadas, pertinentes ao
créditos a serem resgatados. Talvez por
Maria Clara Cavalcante Bugarim Presidente da ABRACICON
sucesso da profissão Contábil, contidas
cultivarem uma tradicional modéstia ou
A propósito, em novembro próximo tere-
nas matérias expostas neste quarto nú-
pouca disposição para divulgar seus fei-
mos a nona edição do Encontro Nacional
mero da nossa Revista ABRACICON Saber.
EXPEDIENTE Academia Brasileira de Ciências Contábeis (ABRACICON) Endereço:
Colaboração:
www.abracicon.org.br
SAS - Quadra 05 - Bloco J
Paulo Fernando Torres Veras Adriana Guimarães
Tiragem: 6 mil exemplares
4º andar, CEP: 70.070-920 – Brasília (DF)
Silvia Neves Presidente:
Periodicidade: Trimestral Projeto Gráfico, Redação e
Maria Clara Cavalcante Bugarim
Contato:
Diagramação: CQueiroz
Gestão 2009 a 2013
(61) 3314-9453 | abracicon@cfc.org.br
Comunicação – (81) 3429.5846
abraciconsaber@abracicon.org.br
Gráfica: Qualytá Gráfica e Editora
ABRACICON SABER
Editorial
SUMÁRIO | ABRACICON SABER
Matéria de Capa
14 2013: Ano da Contabilidade no Brasil. O Futuro chegou trazendo novos desafios. Jovem Contabilidade
Regionais
Academia
05 | Notícias relacionadas às Academias Regionais
11 | Solenidades
Palavra do Mestre
10 | Os desafios das Instituições de Ensino Superior (IES) para formar profissionais contábeis de excelência Perfil
Jovem Profissional 18 | Reflexões sobre o perfil da pesquisa em Ciências Contábeis no Brasil
24 | Formei-me...e agora?
Indicações
Conversa Afinada
22
25 | Sérgio Approbato Machado Júnior
Entrevista com o presidente da Federação Internacional de Contadores (Ifac) 26 | Livros
No mês de agosto, a APECICON estará
SÃO PAULO
Falece José Rojo Alonso, Detentor da cadeira de número 36, da Academia Paulista de Contabilidade
A
Academia Paulista de Conta-
Conselheiro efetivo do CRC-SP de 1961
bilidade perdeu no dia 15 de
a 1962, assumindo em 1972, a presi-
abril, o contador e administra-
dência do Conselho. De 1982 a 1984,
dor de empresas, José Rojo Alonso.
presidiu o IBRACON. Foi também pre-
Aos 81 anos, ele era detentor da ca-
sidente da Associação dos Peritos Judi-
deira de nº 36. José Rojo concluiu o
ciais do Estado de São Paulo (Apejesp),
curso de Ciências Contábeis em 1965,
nos períodos 1967-1968 e 1969-1970.
na Universidade de Taubaté e se es-
Exerceu ainda os cargos de diretor ti-
pecializou em Perícia Judicial. Foi
tular, pelo Brasil, da Associação Intera-
autor do livro Normas e Procedimen-
mericana de Contabilidade, de 1981 a
tos de Perícia Judicial, publicado em
1986, e foi membro do Comitê Execu-
1975, pela Editora Atlas.
tivo dessa Associação, de 1982 a 1985.
realizando assembleia para eleger um novo membro. A solenidade, ainda com data a ser definida, terá a finalidade de preencher a cadeira 22 da academia, que pertenceu ao contador, Miguel Borges, falecido em junho deste ano. O evento acontece no mês de aniversário da APECICON e de acordo com o presidente da Academia Pernambucana, Geraldo Queirós, assim como no ano passado, terá uma programação com diversas atividades. “É muito gratificante para nós da APECICON, poder realizar esse evento pelo segundo ano consecutivo. Ele mostra que o contabilista pernambucano está sempre buscando acompanhar a evolução constante da contabilidade”, comentou Queirós.
PERNAMBUCO
8ª Edição de certificação do PQEC – Programa de Qualidade de Empresas Contábeis
A
Academia Paulista de Conta-
Em 2013, 432 empresas conquista-
bilidade foi representada pelo
ram a certificação PQEC, sendo que
seu presidente, contador Irineu
53 receberam a certificação PQEC
De Mula, na oitava edição de certifica-
+ ISO 9001:2008, viabilizada gra-
ção do PQEC – Programa de Qualida-
ças a uma parceria firmada entre o
de de Empresas Contábeis, realizada
SESCON-SP e a ABNT - Associação
pelo SESCON SP e a AESCON SP, no
Brasileira de Normas Técnicas.
Credicard Hall, em São Paulo, no dia 02.05.2013.
5 | ABRACICON SABER
APECICON terá novo membro em agosto
6 | REGIONAIS
Academia paulista participa de solenidade comemorativa ao dia do Profissional da Contabilidade no CRCSP
A
Academia Paulista de Contabi-
o presidente da 5ª Seção Regional do
lidade esteve representada por
IBRACON Adelino Dias Pinho, o presiden-
intermédio do seu diretor, José
te do Sindicato dos Contabilistas de San-
Joaquim Boarin, na Solenidade Comemo-
tos e da Associação dos Contabilistas de
rativa ao dia do Profissional da Contabi-
Santos nas gestões 1993-2001, Fábio Oli-
lidade, realizada no dia 13 de maio de
veira Filho e o presidente do SINDCONT-
2013, no Teatro Hilário Franco, na sede
-SP, na gestão 2005-2007 e conselheiro
do CRCSP. Na ocasião, foram entregues
do CRCSP, Sebastião Luiz Gonçalves dos
as medalhas da Ordem do Mérito Con-
Santos.
SÃO PAULO José Maria Chapina Alcazar. Já a meda-
tábil, que são destinadas àqueles, cuja atuação foi de grande relevância para a
A medalha Pedro Pedreschi, conferida
lha Ernani Calbucci, destinada à perso-
profissão e a Ciência Contábil.
aos profissionais da contabilidade que te-
nalidade que tenha prestado relevantes
nham se destacado no exercício da pro-
serviços à classe contábil, foi recebida
Os agraciados com a medalha Joaquim
fissão, foi designada para o contador e
pelo vice-governador do Estado de São
Monteiro de Carvalho, destinada aos pro-
perito judicial Antônio Carlos Bordin e ao
Paulo e ministro da Secretaria da Micro
fissionais da contabilidade com relevante
presidente do SESCON-SP e AESCON-SP
e Pequena Empresa, Guilherme Afif Do-
atuação em entidades contábeis, foram
nas gestões, 2007-2009 e 2010-2012,
mingos.
3 Encontro de Profissionais e Acadêmicos de Contabilidade (EPAC) No dia 20 de maio de 2013, Irineu De Mula, presidente da Academia Paulista
ERRATA – Na página sete,
de Contabilidade esteve presente no 3º
da edição de fevereiro, mar-
Encontro de Profissionais e Acadêmicos
ço e abril de 2013, a revista
de Contabilidade (EPAC), evento reali-
Abracicon Saber publicou as
zado pelo Sindicato dos Contabilistas de
participações da APC-SP em
São Paulo (SINDCONT-SP), em parceria com a Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). O evento, que teve o objetivo de estimular a educação profissional continuada, reuniu mais de mil participantes, entre profissionais, estudantes e lideranças da área contábil.
alguns eventos, cujo tema
SÃO PAULO
se referia a agenda movimentada da Academia. A revista retifica, que a entrega dos Diplomas de Mérito do CRCSP, aconteceu na sede do próprio Conselho, e não no 23º EESCON, como havia sido informado anteriormente.
7 | ABRACICON SABER
ACRE CRCAC traz o Museu Itinerante da Contabilidade para Rio Branco
O
Conselho Regional de Contabilidade
itinerante esteve disponível durante um
(ABRACICON), teve o apoio do Conselho
do Estado do Acre (CRCAC) levou
mês, de 8 de maio há 9 de junho, no
Federal de Contabilidade (CFC), da Fun-
para Rio Branco o Museu Brasileiro
nível IV da Faculdade da Amazônia Oci-
dação Brasileira de Contabilidade (FBC) e
da Contabilidade que possui como tema
dental (FAAO). A iniciativa, realizada pela
da FAAO.
“Um Balanço da História”. A exposição
Academia Brasileira de Ciências Contábeis
ACADERNCIC promove Fórum Internacional da História Contabilística: Portugal – Brasil
A
ACADERNCIC, presidida pela con-
bilidade Aplicada ao Setor Público, com
tadora Jucileide Ferreira Leitão,
o palestrante Inaldo da Paixão Santos
realizará o Fórum Internacional da
Araújo, conselheiro do Tribunal de Contas
História Contabilística: Portugal – Brasil. O
do Estado da Bahia. Já o tema Contabi-
evento, que acontece no dia 12 de julho,
lidade: Os Tax Alerts Preventivos, Corre-
no auditório da Academia Norte-Rio-Gran-
tivos e Repressivos a Serem Observados
dense de Letras, em Natal - RN, terá como
nas Operações e Negócios das Empresas
tema: Gestão e Cidadania. Palestras sobre
para Evitar Autuações, será ministrado
diversos assuntos serão apresentadas ao
pela pernambucana Mary Elbe Queiroz.
longo do dia, entre elas, IFRS e a Excelên-
Apresentação de painéis, Assembleia Ge-
cia Corporativa, ministrada pela contadora
ral Extraordinária – AGE – 02/2013 alusiva
e vice-prefeita da cidade de Salvador - BA,
aos 36 anos da ACADERNCIC, homena-
contadora Célia Oliveira de Jesus Sacramento. Ainda no programa, uma palestra sobre Os Tribunais de Contas e a Conta-
RN
gens, entre outras atividades farão parte da programação.
8 | ACADEMIA 8 | ACADEMIA
Solenidade de Outorga de Título de Cidadãos Paraenses No dia 18 de março de 2013 foi realizada, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), uma Solenidade de Outorga do Título de Cidadão do Pará, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará, de autoria da deputada estadual Nilma Lima, aos contadores José Martonio Alves Coelho e Maria Clara Cavalcante Bugarim.
A campanha de valorização da classe contábil “2013: Ano da Contabilidade no Brasil” foi lançada oficialmente na segunda-feira, dia 18 de março, em sessão solene do Congresso Nacional, ocorrida às 11 horas, no Plenário do Senado Federal, em Brasília-DF. A sessão solene do Congresso Nacional foi realizada por proposição do senador João Vicente Claudino (PTB-PI) e da deputada Iracema Portela (PP-PI). Presidiu a mesa o senador Luiz Henrique Claudino (PMDB-SC); o deputado federal Damião Feciciano (PDT-PB); o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), contador Juarez Domingues Carneiro; o presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), contador José Martonio Alves Coelho; a presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (ABRACICON), contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim; e o contador Valdir Pietrobon, presidente da FENACON.
9 | ABRACICON SABER
5ª Sessão Conjunta
10 | ACADEMIA
Encontro Nacional de Jovens Lideranças Contábeis incentiva formação de lideranças
A
bordo do Navio Preziosa, o Encontro Nacional de Jovens Lideranças Contábeis será realizado nos dias 28 e
29 de novembro de 2013, paralelamente ao IX Encontro Nacional da Mulher Contabilista. Sem dúvida, uma excelente oportunidade para que jovens lideranças contábeis possam conhecer o trabalho realizado pelo Conselho Federal de Contabilidade, pela Fundação Brasileira de Contabilidade e pela ABRACICON em prol da classe contábil. O
fada (ao invés de cadeira) para assistir as
Para participar ou saber mais sobre o pa-
evento será realizado na boate do navio,
palestras em total clima de descontração. Ao
cote, basta entrar no site http://jovens.
onde cada participante receberá uma almo-
todo serão quatro palestras que abordarão
cfc.org.br/. O roteiro do navio será Santos/
um tema principal: a liderança.
Búzios/Ilhabela/Santos.
11 | ABRACICON SABER
Porto Alegre receberá o VIII Encontro Nacional de Coordenadores e Professores do Curso de Ciências Contábeis
N
os próximos dias 22 de 23 de ju-
cias Contábeis. Além de buscar uma interação
Palestra e painéis com personalidades de
lho será realizado, em Porto Ale-
entre o perfil desejado para o futuro profissio-
renome do universo contábil irão fazer par-
gre (RS), o VIII Encontro Nacio-
nal de contabilidade, face as inovações intro-
te do evento. Entre os temas abordados,
nal de Coordenadores e Professores do
duzidas pelas normas contábeis, legislações e
estarão: Novas tecnologias no proceso de
Curso de Ciências Contábeis. O evento
diretrizes curriculares.
ensinar e aprender no Ensino Superior, o
tem como objetivo, desde sua primeira
desempenho dos estudantes do Exame de
edição, aproximar o CFC da realida-
Suficiência, A evolução da Contabilidade e
de das instituições de ensino superior
seus reflexos no Ensino Superior A progra-
(IES), discutir a qualidade do ensino e
mação completa e inscrições no link http://
as tendências da profissão e debater os
www.cfc.org.br/sites/viiiencccc/index.html.
principais desafios dos cursos de Ciên-
12 | ACADEMIA
IV Fórum Resgate da História Contábil do Rio Grande do Norte
N
o dia 15 de março aconteceu na
momento representou o encerramento da
Universidade do Estado do Rio
X Semana Universitária, realizada de 11 a
Grande do Norte (UERN), Campus
15 de Março de 2013, com a participação
Avançado de Patu, o IV Fórum Resgate da
média de 250 alunos dos cursos de conta-
História Contábil do Rio Grande do Norte.
bilidade, pedagogia, matemática e letras.
O evento teve a realização do Workshop:
Na ocasião tomou posse, como Membro
Educação financeira em Coaching para
Honorário da ACADERNCIC, o diretor da
Contadores e contou com a palestra de
Campus Avançado de Patu, professor Jo-
Maria das Neves Batista Santos Araújo. O
zenir Calixta de Medeiros.
Assembleia Geral Extraordinária em Parnamirim
A
Academia Norte-Rio-Grandense de
evento, entre elas, a presidente da Academia
O encontro representou a concretização da
Ciências Contábeis (ACADERNCIC)
Norte-Rio-Grandense de Ciências Contábeis,
parceria entre as academias, com a disponi-
realizou Assembleia Geral Extraor-
contadora Jucileide Ferreira Leitão e os aca-
bilização do auditório da Academia de Letras
dinária, na Câmara Municipal do município
dêmicos efetivos José Jeová Soares e Ronal-
do Rio Grande do Norte para a realização do
de Parnamirim. A iniciativa foi alusiva ao
do Santos da Cruz. Na ocasião, tomou posse,
Fórum Internacional da História Contabilís-
dia do contabilista, comemorado em 25 de
como Membro Benemérito da ACADERNCIC,
tica: Portugal – Brasil, que terá como tema
abril. Cerca de 100 pessoas prestigiaram o
a contadora Maria Laíde de Souza Araújo.
Contabilidade: Gestão e Cidadania.
Os desafios das Instituições de Ensino Superior (IES) para formar profissionais contábeis de excelência Por Adriana Fernandes de Vasconcelos
D
iante das diversas mudanças ocasionadas pela convergência às normas internacionais de conta-
bilidade, tanto no setor privado quanto público, além do avanço tecnológico e da internacionalização dos mercados, torna-se evidente a necessidade de adequação do contador a esta nova realidade. As IES assumem, nesse contexto, papel de destaque e responsabilidade. Em tempos de mudança, cabe uma reflexão sobre o que precisa ser modificado para que os futuros profissionais sejam capazes de se inserir em um mercado cada vez mais mutável e exigente. Talvez o maior desafio das IES seja adequar o processo de ensino-aprendizagem frente às redefinições das competências profissionais pelas quais passa a profissão contábil. Em tempos de normas baseadas em princípios (principles based) e não em regras (rules based), a principal competência exigida do profissional contábil é a capacidade de julgamento. O contador já não conta com “regras de bolso” definidas a priori, bastando-lhe
13 | ABRACICON SABER
Especializando-se
14 | JOVEM CONTABILIDADE
apenas aplicá-las num caso concreto.
elementos e laboratórios de qualidade
as pessoas integrantes (discentes, do-
Cabe-lhe, agora, analisar a situação e
que permitam que a parte prática possa
centes, IES) deste processo, assumindo
definir, dentro das possibilidades que a
ser bem desenvolvida.
seus papéis e suas responsabilidades,
norma prevê, a que melhor se adéqua ao
porque somente desta maneira estare-
caso, ou seja, as normas não dizem como
Também se constituem como fatores que
mos garantindo uma classe contábil que
fazer, mas apontam como decidir o que
merecem atenção das IES a ênfase na
possa de fato contribuir para o desenvol-
precisa ser feito.
formação interdisciplinar e a integração
vimento das entidades e do país.
entre ensino, pesquisa e extensão, funIsso traz sérias implicações no contexto
damentais para assegurar uma formação
do ensino, pois requer que este fuja dos
adequada aos futuros contadores.
É necessário obter conhecimentos e experiências fora da sala de aula, através de leituras, estágios, cursos de idiomas e participação em eventos, por exemplo. moldes tradicionais, onde o professor
Ressalto, no entanto, que a formação de
desempenha o papel de transmissor de
qualquer profissional de qualidade não é
conhecimentos e o aluno adota uma pos-
resultado apenas de sua formação den-
tura passiva, passando para uma abor-
tro da universidade. É necessário obter
dagem baseada em problemas, onde o
conhecimentos e experiências fora da
discente assume papel ativo no processo
sala de aula, através de leituras, está-
de aprendizagem. Além disso, demanda
gios, cursos de idiomas e participação em
do professor novas metodologias de ensi-
eventos, por exemplo. Por fim, um profis-
no, necessidade de atualização constante
sional de sucesso deve apresentar qua-
e domínio do conteúdo.
lidades como honestidade, organização, perspicácia, responsabilidade, ética, zelo,
Outro desafio diz respeito a desenvolver
motivação, proatividade, capacidade de
mecanismos que assegurem um equilí-
comunicação e de trabalhar em equipe,
brio entre teoria e prática, pois se ouve
portanto, o perfil pessoal também é parte
frequentemente dos discentes reclama-
fundamental para alcançar um bom “lu-
ções de que eles seguem caminhos dife-
gar ao sol” no mercado de trabalho.
rentes. Isso requer que as Instituições de Ensino Superior (IES) tenham projetos
Em resumo, o que garantirá profissionais
pedagógicos que contemplem esses dois
de excelência é o compromisso de todas
Adriana Fernandes de Vasconcelos é Bacharel, Mestre e Doutoranda em Ciências Contábeis, professora da Universidade Federal de Pernambuco e Coordenadora Estadual da Comissão de Voluntariado da Classe Contábil pelo Estado da Paraíba.
O apoio na criação de novas empresas Por Gaitano Antonaccio
H
á uma necessidade urgente de se
nesse terceiro milênio, como um fator de-
cooperação individual (mão de obra do
encontrar novas estratégias para
cisivo no crescimento das empresas.
proletariado), passou a agasalhar-se nas
aumentar o campo de atuação dos
grandes fábricas, causando profundas
contabilistas, promovendo-se o nascimen-
Quando houve a substituição do homem
transformações sociais e econômicas no
to de novas empresas, onde o mercado
pela máquina na segunda metade do
mundo empresarial.
passe a atuar com a utilização de novas
século XIX, e o esplendor da Revolução
ferramentas, como por exemplo, o acom-
Industrial1 começou a perturbar o sin-
Incontestavelmente, o capital continua
panhamento amiúde da vida desses pe-
dicalismo e a favorecer o capitalismo, a
minando as forças do trabalho humano,
quenos núcleos, sugerindo novas formas
antiga luta entre o capital e o trabalho
com a modernização de máquinas, equi-
de obter melhor rentabilidade, elaborando
passou a ser direcionada na busca de
pamentos, com a informática, onde os
relatórios fundamentados sobre incenti-
um equilíbrio que confortasse o homem
meios de produção adquiriram uma invul-
vos fiscais, isenções e imunidades, a fim
entre a riqueza e a produção. Esta, até
gar velocidade, os custos sociais descam-
de que a Ciência Contábil seja encarada
então, concentrada e fundamentada na
baram e a cada dia torna-se mais difícil a
1 - A Revolução Industrial do século XVIII começou na Inglaterra, em virtude das grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, funcionado como fonte de energia utilizada na movimentação das novas máquinas e equipamentos a vapor. País rico em minério de ferro, a Inglaterra passou a utilizar essa riqueza como uma das principais matérias primas para sua indústria.
15 | ABRACICON SABER
Praticando a teoria x Teorizando a prática
CONTABILIDADE PRIME 16 | JOVEM 16 | ARTIGO
estabilidade social da humanidade, que
No mecanismo dessa revisão de atitudes
Se a Contabilidade da maioria das em-
assiste perplexa ao progresso e a riqueza
modernas, os poderes se subdividem e
presas brasileiras, não sofrer as transfor-
de poucos contra o desemprego, a mi-
abrem espaços para outros setores, que
mações necessárias, e continuar sendo
séria e o caos social da grande maioria.
os servem e amenizam a concorrência,
desprezada, sob o patrocínio do poder
minimizam pressões, surgindo novos
público, usando o fisco federal para ex-
As riquezas são cada vez mais concentra-
núcleos produtivos no cenário econômi-
purgar o contabilista do processo ad-
das e por mais que alguns homens atuem
co. Entre esses núcleos, estão as micro
ministrativo das entidades, haverá um
com desprendimento, mesmo que as dis-
e pequenas empresas, estrelando na
crescimento sem controle, e a falta dos
cussões para melhorar as condições de
constelação de um novo universo, para
registros históricos da vida empresarial
vida da grande massa obreira se repitam,
melhorar as condições sociais da humani-
afetará, principalmente, o pequeno em-
o capital vem sempre superando a si pró-
dade. Incontestavelmente, responsáveis
presário, que jamais crescerá, e quando
prio na luta contra o trabalho.
pelo equilíbrio na produção, no consumo
o fizer, não será de forma ordenada e
e na oferta de mão de obra, as micro e
racional. Sem informações contábeis o
Mas essas transformações, somadas às
pequenas empresas estão partindo para
empresário não investe com segurança,
que ocorreram no final do século XX, não
o fortalecimento cada vez maior de suas
e não tendo certeza do seu negócio, ape-
foram ordenadas apenas por meio do
ações, provando a necessidade de se
nas arrisca; não pratica ato de comércio,
avanço tecnológico, da evolução da in-
incentivar a sua criação, como fazem os
mas especula e volta a barganhar sem
formática ou das descobertas científicas.
europeus e americanos.
rumo, vendendo sem saber se ganhou ou perdeu, porque não apurou os resultados
A insaciabilidade humana, também teve sua participação no processo de mudanças. O ser humano paga sempre um alto preço para tudo o que cria e promove. Muitas vezes o progresso, por uma ironia do destino tem sido o agente propagador do desconforto, da miséria, causando a intranquilidade na paz mundial, transformando a vida do indivíduo num cenário de violência e desespero. Crescer sem racionalizar, desenvolver sem controlar, ou projetar sem capacidade de realizar
Em certas conjunturas é melhor retroceder ao invés de avançar; é preferível reduzir e não crescer; é aconselhável desistir e não insistir.
com os números permitidos pela Contabilidade. Muitas vezes sonega impostos sem ganhar com eficiência, quando poderia cumprir suas obrigações tributárias e auferir maiores lucros de forma organizada.
pesquisas, têm sido alguns dos comportamentos que inibem o progresso e le-
Esse formidável pólo de incremento das
vam muitas nações ao caos social.
economias do mundo, contam com algumas formas de incentivos ainda inibidos
Em certas conjunturas é melhor retro-
e não praticadas no Brasil, que seriam
ceder ao invés de avançar; é preferível
capazes de engrandecer ações e definir
reduzir e não crescer; é aconselhável de-
a questão como alternativa indispensável
sistir e não insistir. As grandes empresas
na criação de empregos e no aumento do
exercem não raro, no mundo do poder,
nosso Produto Interno Bruto. É preciso
grande influência nas decisões políticas,
armar as defensivas contra a globaliza-
sociais, e começam a rever conceitos de
ção que não identifica os esmagados na
distribuição de renda, a filosofia de suas
evolução de suas ações. Nessa guerra, a
políticas de pessoal e tornam cada vez
figura do contabilista é de suma impor-
mais humanos os seus procedimentos.
tância na assistência tecnológica.
Gaitano Antonaccio é Técnico em Contabilidade e Advogado Tributarista. Acadêmico e membro efetivo do Conselho Fiscal da Academia Brasileira de Ciências Contábeis; membro da Academia de Ciências Contábeis do Amazonas e de outros sodalícios.
Ano da Contabilidade no Brasil. O futuro chegou trazendo novos desafios. Por Juarez Domingues Carneiro
M
uitas mudanças ocorreram na profissão contábil, principalmente; na última década, onde a Con-
tabilidade assume papel de importância e relevância junto às organizações públicas e privadas. Inúmeros são os motivos que levaram o Conselho Federal de Contabilidade, em ação conjunta com diversas entidades a dedicar 2013 como o “Ano da Contabilidade no Brasil”. A campanha “2013: Ano da Contabilidade no Brasil”, foi lançada oficialmente em Sessão Solene do Congresso Nacional, no dia 18 de março e seguiu com os lançamentos regionais nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais dos Estados e Municípios. Este marco importante da história da contabilidade, que promoverá a valorização da profissão contábil e do profissional, nos remete a uma breve retrospectiva de fatos significativos, de um passado não tão distante, mas que contribuiu para o atual momento. A partir da iniciativa do senador João Lyra Tavares que, no dia 27 de maio de 1946, sancionou o Decreto-Lei número 9.295, regulamentando a profissão e criando os
1717 | | ABRACICON ABRACICON SABER SABER
2013:
18 | ARTIGO PRIME
Conselhos de Contabilidade, com a missão precípua de registrar e fiscalizar o exercício profissional. A regulamentação permitiu a organiza-
A Contabilidade é hoje, sem dúvida, uma profissão de ponta com espaço conquistado dentre as principais em nosso País.
ção e o desenvolvimento da profissão. Ao longo dos anos, algumas leis foram decisivas nesse processo. Com a edição da Lei número 11.638, em dezembro de
sores de Normas de Informação Finan-
diversos meios de comunicação do real
2007, rompemos com os últimos vínculos
ceira – o GLENIF, que reúne 12 países
papel do profissional e da profissão junto
entre a Contabilidade para fins societários
da América Latina e Caribe. Nesses dois
à sociedade e às organizações públicas
e a Contabilidade para fins fiscais. Essa
primeiros anos de atuação do Grupo, o
e privadas.
lei fortaleceu o Comitê de Pronunciamen-
presidente do CFC é também o presiden-
tos Contábeis, do qual o CFC faz parte, e
te do GLENIF. Em junho passaremos o
Promoveremos ações de caráter edu-
colocou o Brasil no rumo da convergência
comando do Grupo à Argentina.
cativo e orientativo, visando valorizar a profissão e colocá-la no patamar que lhe
das normas contábeis ao padrão internacional, conhecido pela sigla IFRS.
No âmbito interno, vários são os fatores
é merecida.
que vêm contribuindo para incrementar Outra edição normativa importantíssima
a imagem do profissional da contabili-
Nossa imagem será reposicionada dentro
foi a Lei número 12.249, sancionada em
dade; podemos destacar, entretanto, os
de um cenário atual, com o objetivo de
11 de junho de 2010. Entre uma série de
programas de capacitação e qualificação
evitar distorções que, em algumas vezes,
mudanças promovidas na nossa Lei de
profissional, os exames de suficiência e
são frutos da falta de informação e de
Regência, este diploma legal atribuiu com-
de qualificação técnica, a convergência
conhecimento.
petência ao CFC para regular sobre o Exa-
adoção das normas contábeis brasileiras
me de Suficiência como requisito para a
(IFRS, IPSAS E ISAS) aos padrões inter-
A Contabilidade é hoje, sem dúvida, uma
obtenção do registro profissional. Tal ins-
nacionais e a incorporação da responsa-
profissão de ponta com espaço conquis-
trumento contribuiu e garantiu a entrada
bilidade social e ambiental.
tado dentre as principais em nosso País.
Diante de todas estas constatações - do
A Campanha, nesse contexto, revela-se
no mercado de trabalho de profissionais preparados para o exercício da profissão.
crescimento da contabilidade no Brasil e
orientativa e educativa, valorizando não
As iniciativas bem-sucedidas do Brasil,
no mundo -, com a marca de 500 mil pro-
só a profissão contábil; mas, seus alicer-
em relação à implantação das normas
fissionais registrados, o Conselho Federal
ces inafastáveis– a verdade, a transpa-
internacionais, levaram o IASB a nos
de Contabilidade (CFC), com o apoio de
rência e a ética.
lançar, em 2011, um outro desafio: unir
todas as entidades ligadas direta e indi-
as nações latino-americanas para que,
retamente à profissão, promove muito
como uma só voz, enviássemos contri-
mais do que uma campanha publicitária
buições àquele organismo internacional.
de valorização da classe contábil; mas um movimento social intitulado “2013:
O CFC abraçou essa tarefa, e assim sur-
Ano da Contabilidade no Brasil”, cujo
giu o Grupo Latino-Americano de Emis-
objetivo maior é a divulgação perante os
Juarez Domingues Carneiro é presidente do Conselho Federal de Contabilidade.
Por Carlos Renato Theóphilo
J
á se vão 15 anos desde que, cursando o mestrado, publiquei o artigo “Algumas reflexões sobre
pesquisa empírica em contabilidade”, no então Caderno de Estudos (atual Revista Contabilidade e Finanças). Na época, me incomodava o perfil da produção científica da área. Dentre outras características, o fato de ser formada, em quase sua totalidade, por estudos teóricos; a maioria deles, trabalhos bibliográficos. Na dissertação de mestrado, escrita dois anos depois, tornou-se possível atribuir números a essa constatação. Ao analisar a produção científica do Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA/USP, dentre outros resultados, foi observado que apenas um
quando que o número de trabalhos em-
tipos de programas na evolução do de-
percentual bastante reduzido de traba-
píricos passou a superar o de trabalhos
senvolvimento científico. O programa de
lhos apresentava alguma empiria.
teóricos.
investigação em superfície compreende o aumento de conhecimento rotineiro,
Um diagnóstico da produção dos pro-
Hoje, a publicações da área no Brasil
assim considerado aquele que, baseado
gramas de pós-graduação da área e dos
mantêm uma forte predominância de es-
nas crenças existentes, é voltado ao apri-
principais periódicos, ao longo de dez
tudos teórico-empíricos, sendo bastante
moramento de teorias tradicionalmente
anos, de 1994 a 2003, foi objeto da tese
raro encontrar algum estudo teórico.
aceitas dentro de uma comunidade cien-
de doutorado. Seccionando o período
tífica. Já o programa de investigação em
em dois subperíodos, foi possível reali-
Em Bunge, encontram-se duas impor-
profundidade consiste na proposição de
zar uma análise comparativa que atestou
tantes concepções para a discussão que
ideias a partir de novas visões e perspec-
uma grande mudança no perfil da pro-
ora se desenvolve. Na primeira, Bunge
tivas. O desejável é que ocorram ambos
dução científica. Inclusive, identificando
(1974) considera a existência de dois
os tipos de crescimento, levando ao que
19 | ABRACICON SABER
Reflexões sobre o perfil da pesquisa em Ciências Contábeis no Brasil
20 | PALAVRA DO MESTRE
denomina de crescimento em volume. O
utilizadas as terminologias abordagem
entre, de um lado, postura normativa
crescimento apenas em superfície é cego
positiva (linha de ‘o que é’) e abordagem
e crescimento em profundidade; e, de
e tende a paralisar-se por falta de ideias;
normativa (linha de ‘o que deve ser’).
outro, postura positiva e crescimento
por sua vez, crescimento exclusivo em
em superfície. Podemos deduzir dessa
profundidade conduz à especulação não
Bunge (1983) considera importante que
reflexão que dois tipos principais de
controlada.
a ciência social busque tanto o objetivo
estudos emergem dessas classifica-
cognitivo quanto o objetivo utilitário;
ções: estudos teóricos normativos em
mas é imprescindível que eles guardem
profundidade e estudos empíricos po-
entre si forte relação de dependência. Os
sitivos em superfície.
estudos cognitivos (o que é) devem
O crescimento apenas em superfície é cego e tende a paralisar-se por falta de ideias
se basear no arcabouço conceitual
Na produção nacional em ciências con-
gerado pelos estudos utilitários (o
tábeis ocorreu uma transição do primei-
que deve ser), seja como pre-
ro para o segundo tipo desses estudos.
missas teóricas que auxiliem
Essa reversão foi muito importante, pois
na definição de suas hipóteses
a ênfase antes adotada levava a um dis-
iniciais, seja como referência
tanciamento entre a investigação cientí-
teórica para suas explicações e
fica e o mundo real, denotando excesso
achados. Por sua vez, os estudos
especulativo. Embora, há de se destacar,
utilitários devem buscar, nos estu-
muitos estudos dessa primeira fase, em-
dos cognitivos, base para o aperfei-
bora teóricos, eram pretensamente nor-
çoamento, a ampliação ou inovação dos
mativos. E que grande número de tra-
seus projetos ou modelos, a partir das
balhos era apenas bibliográfico, tipo de
inconsistências, inadequações e falhas
estudo que não permite ser classificado
detectadas nesses estudos.
como normativo ou positivo.
Em outra concepção, Bunge (1983) consi-
Feliu e Palanca (2000) combinaram as
O perfil atual da produção científica na
dera que a investigação realizada em uma
duas concepções de Bunge, chegando
área, contudo, também suscita questões
ciência social deve atender a dois objeti-
a uma taxionomia composta de quatro
merecedoras de reflexão e necessárias
vos principais: o objetivo cognitivo ou in-
tipos de investigações possíveis; cada
de iniciativas de mudanças, tanto no que
trínseco, relacionado com a linha de inves-
uma dessas categorias de estudos for-
se refere à escolha da postura teórica fei-
tigação que analisa ‘o que é’; e o objetivo
mada pela combinação de um tipo de
ta pelos pesquisa-
utilitário ou extrínseco, identificado com a
programa de desenvolvimento científico
linha de investigação que estuda ‘o que
com um tipo de objetivo a ser atendido
deve ser’. Uma ênfase excessiva nos obje-
pela ciência. Consideraram, dessa forma,
tivos da linha de ‘o que deve ser’ provoca
as categorias: estudos cognitivos em su-
um distanciamento entre a atividade de
perfície, estudos cognitivos em profundi-
investigação e a prática real. A dedicação
dade, estudos utilitários em superfície e
muito maior aos estudos da linha ‘o que é’,
estudos utilitários em profundidade.
por sua vez, faz com que o resultado do esforço de pesquisa seja reduzido.
O que se observa é que a relação entre o tipo de estudo desenvolvido e a postura
Teóricos da Contabilidade – como Watts
teórica adotada é bastante estreita: estu-
dores,
e Zimermann; Hendriksen e Van Breda;
dos teóricos adotam, em regra, postura
no tocante às
dentre outros – tratam os objetivos a que
normativa e estudos teórico-empíricos
carências de al-
Bunge se refere como formas de enuncia-
têm, em geral, postura positiva. Por
guns tipos de in-
ção da teoria. Na literatura contábil, são
sua vez, há uma estreita identificação
vestigações.
quanto
+
+
dessa natureza. Pesquisas empíricas têm
são, aperfeiçoamento e validação dos
passaram a ser a escolha pre-
fundamental importância na confronta-
seus modelos; e que os pesquisadores
ferencial dos pesquisadores.
ção das teorias com a realidade, apon-
da linha positiva busquem, nas teorias
$$
Entendemos que esse tipo
tam para suas lacunas, suas fraquezas.
normativas, sustentação para as suas
de estudo deve ser preva-
Mas, se valem das teorias existentes. É
hipóteses de pesquisa ou para amparar
%%
lecente. Mesmo porque,
por meio dos trabalhos teóricos que se
explicações e achados do seu estudo.
40% 20%
bus (1996), em um pro-
++ $+
$$$$
como argumenta Iudícicesso natural, estudos normativos devem ser
0,0001111
50% 50%
desenvolvidos por pesquisadores mais experientes. Mas, é fundamental e necessário o incremento
R$ 123,98
na realização de estudos em
0,4444345
40%
profundidade,
que
visem à proposição de ideias, a
20% +++ $$$ 0 50% 5
É por meio dos trabalhos teóricos que se lançam novas concepções, até novas teorias. E essas novas luzes são fundamentais para a evolução do conhecimento.
partir de no-
lançam novas concepções, até novas te-
vas visões e
orias. E essas novas luzes são fundamen-
perspectivas.
tais para a evolução do conhecimento.
Desde
“o
Re-
Outro entendimento é que as pesquisas
da
baseadas em ambas as posturas teóricas
defesa às pesquisas empíricas, o enten-
tenham uma necessária inter-relação. É
dimento era de que uma área do conhe-
de se esperar que os pesquisadores da
cimento não demonstra maturidade cien-
linha normativa considerem a importân-
tífica se ficar limitada apenas a pesquisas
cia das pesquisas positivas para a revi-
flexões”,
apesar
Carlos Renato Theóphilo Mestre e Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP. Professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) – MG e da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Co-autor do livro: Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas.
Referências BUNGE, Mario. La investigación científica:
IUDÍCIBUS, Sérgio de. O verdadeiro sig-
______. Uma abordagem epistemológica
su estrategia y su filosofía. 5. ed. Barce-
nificado de uma teoria. Revista Brasileira
da pesquisa em Contabilidade. São Pau-
lona: Ariel, 1983.
de Contabilidade, v.25, n. 97, p. 21-23,
lo, 2000. Dissertação (Mestrado) - Facul-
jan./fev., 1996.
dade de Economia, Administração e Con-
______. Teoria e realidade. São Paulo: Perspectiva, 1974.
tabilidade da Universidade de São Paulo. THEÓPHILO, Carlos Renato. Algumas reflexões sobre pesquisa empírica em
______. Pesquisa em Contabilidade no
FELIU, Vicente M. Ripoll; PALANCA, Mer-
contabilidade. Caderno de Estudos / Fun-
Brasil: uma análise crítico-epistemológi-
cedes Barrachina. Desenvolvimento cien-
dação Instituto de Pesquisas Contábeis,
ca. São Paulo, 2004. Tese (Doutorado)
tífico da contabilidade de gestão. Revista
Atuariais e Financeiras, v. 10, n. 19, p.
- Faculdade de Economia, Administração
de Administração,v.35, n.1, p. 98-106,
09-15, set./dez., 1998.
e Contabilidade da Universidade de São
jan./mar. 2000.
Paulo.
21 | ABRACICON SABER
23
1 R$
Os estudos positivos em superfície
,98
22 22|| CONVERSA AFINADA
Entrevista com o presidente da Federação Internacional de Contadores (Ifac).
Warren Allen O presidente da Federação Internacional de Contadores (Ifac), Warren Allen, concedeu entrevista, no último dia 29 de maio, para a revista Abracicon Saber. Em uma conversa com a jornalista, Maristela Girotto, ele falou sobre a convergência às Normas Internacionais de Auditoria (ISAs) e às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (Ipsas), emitidas pela IFAC, e como o Brasil pode contribuir nesse processo. Com relação à campanha “2013: Ano da Contabilidade no Brasil”, Warren explicou a surpresa positiva que teve ao saber da iniciativa do CFC em dedicar um ano inteiro a causa. Em recente entrevista, Warren Allen comentou a importância da profissão contábil, ressaltando que, quando algo dá errado, ganha de modo injustiçado os holofotes e nesse sentido, a IFAC estará sempre empenhada no trabalho de educação sobre qual é o real papel do contador e do auditor, através dos comitês independentes que compõem a entidade. Ele afirmou que o Brasil está sob olhar do mundo e a profissão contábil está crescente e preparada para acompanhar o crescimento do país. Veja a entrevista:
1) Qual a percepção do sr. sobre as ações desenvolvidas pelo Brasil a respeito da convergência às Normas Internacionais de Auditoria (ISAs) e às Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (Ipsas), emitidas pela IFAC? W.A - A Ifac apoia e parabeniza o Brasil por esses esforços de convergência. É muito importante para um país como o Brasil, com forte desenvolvimento da sua economia, implantar as Normas Internacionais de Auditoria e as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público. A adoção dessas normas contribui para que a contabilidade sirva, de forma eficiente, ao interesse público. 2) Em sua opinião, como o Brasil pode contribuir, especialmente em relação aos países da América Latina, nesse processo de convergência às ISAs e Ipsas? W.A - Muitos países da América Latina precisam de auxílio nesse processo de adoção das ISAs e das Ipsas, e o Brasil, com suas conquistas e experiências, está em posição ideal para assistir as outras
W.A - A campanha 2013: Ano da Con-
esta campanha, o mundo estará de olho
ses são receptíveis à ajuda do Brasil nes-
tabilidade é uma iniciativa maravilhosa e
no Brasil e, a partir da conquista dos seus
se processo de implementação das nor-
que me surpreendeu, porque é um ano
objetivos, poderemos, na Ifac, agir como
mas internacionais. Eu encorajo o Brasil a
inteiro dirigido ao alcance dos seus ob-
um veículo para compartilhar esta experi-
continuar com seus esforços nessa área.
jetivos. Sabemos que outros países já
ência do Brasil com outros países.
3) Depois desta visita ao Brasil, quais são as suas impressões a respeito da profissão contábil no País? W.A - Minhas expectativas foram superadas em relação ao profissionalismo da classe contábil no Brasil. O País tem entidades com estruturas específicas, as quais eu desconhecia, para apoiar a profissão. Essas estruturas auxiliam os profissionais a servir ao interesse público, independentemente de onde estejam empregados, seja no setor público, na iniciativa privada ou atuando na área de
Muitos países da América Latina precisam de auxílio nesse processo de adoção das ISAs e das Ipsas, e o Brasil, com suas conquistas e experiências, está em posição ideal para assistir as outras nações
educação. Para mim, tem sido uma expe-
Sobre Warren Allen Tornou-se presidente do IFAC em novembro de 2012 depois de atuar como vice-presidente durante dois anos. Atuou como membro do Conselho IFAC desde 2006 e foi na Comissão de Educação (hoje Contabilidade Educação Standards Board) há mais de 10 anos, inclusive como presidente 1998-2004. Mr. Allen foi sócio da Ernst & Young na Nova Zelândia e serviu no
riência muito boa entender essas estru-
dedicaram dia, semana ou mês à con-
Conselho de Administração da
turas, como por exemplo, os Sescons, e
tabilidade, mas um ano inteiro eu ain-
empresa durante mais de seis
como elas funcionam. Também fiquei im-
da não conhecia. Esta é uma excelente
anos. Ele ocupou vários outros
pressionado com a força dos Conselhos
oportunidade para divulgar o trabalho
cargos de liderança na empresa
Regionais de Contabilidade (CRCs).
dos profissionais da contabilidade, para
da Nova Zelândia, incluindo o
convencer a sociedade do trabalho es-
Líder Nacional de Práticas de
4) Sobre a campanha 2013: Ano da
sencial que realizam e para informar que
Auditoria e Diretor Nacional de
Contabilidade no Brasil, a Ifac pre-
a atividade dos profissionais é essencial
Auditoria. Ele também é sócio
tende apoiar alguma iniciativa se-
para o crescimento econômico, pois atu-
vitalício e ex-presidente do
melhante em outros países?
am a serviço do interesse público. Com
Instituto da Nova Zelândia de Revisores Oficiais de Contas, onde atuou em e presidido vários conselhos e comitês. Mr. Allen tem sido o destinatário de vários prêmios, incluindo o valioso contributo para a Profissão Award em 2001. Ele é o autor de inúmeros artigos em revistas e jornais e apresentou diversos artigos em importantes conferências internacionais, incluindo quatro Congressos Mundiais de Contabilistas, principalmente sobre temas de educação contábil. Com informações: IFAC
23 | ABRACICON SABER
nações. Tenho certeza de que esses paí-
24 | JOVEM PROFISSIONAL 24|
Formei-me... e agora? M
uitas dúvidas passam pela cabeça
Contábeis está entre as dez carreiras
ao futuro profissional, é claro, se ele tiver
dos jovens formandos e recém-
mais procuradas pelos jovens no Brasil.
um planejamento de sua carreira.
-formados.
Nos Estados Unidos, uma pesquisa apon-
E agora... O que fazer?
tou que a profissão contá¬bil está em
Um bom começo será a participação no
segundo lugar, entre as melhores para se
Encontro Nacional de Jovens Lideranças
conseguir emprego em 2013.
Contábeis, que o Conselho Federal de
Os jovens e futuros profissionais devem
Contabilidade (CFC) está promovendo,
inverter a prática hoje aplicada na busca
Só a graduação não garantirá uma boa co-
através da Comissão Nacional de Jovens
da inserção no mercado de trabalho. Os
locação no mercado de trabalho. Por isso,
Lideranças.
caminhos a trilhar devem ser traçados ao
é necessário que os jovens estudantes pla-
adentrar na instituição de ensino no início
nejem o quanto antes sua própria carreira.
da graduação, e não após a obtenção do diploma.
O graduando deve desenvolver sua capacidade empreendedora. Essa capacidade
A grande dificuldade que a maioria dos
de transformar a própria realidade é fun-
jovens encontra ao sair de sua faculdade,
damental na empregabilidade do futuro
universidade, é a falta de emprego em
profissional.
sua área de formação. O principal é entender como funciona o Este é um fato. Não é regra. Mas, é a
mercado para o qual está se formando.
realidade de muitos estudantes de nível superior no Brasil.
Então, participar de projetos acadêmicos, voluntariado, estágios, atividades que as
Em contabilidade, o mercado de trabalho
entidades da classe promovam, são for-
para o profissional está em evidência, de-
mas de se criar uma vivência profissional,
vido às alterações que vem acontecendo,
antes mesmo de se formar ou de arranjar
tanto no setor privado quanto no setor
emprego na área.
público e, ao patamar de importância que a profissão alcançou nos últimos anos.
A experiência é adquirida também por estes modelos de atuação. Não se pode
De acordo com dados do Ministério da
desconsiderar nenhuma forma de apren-
Educação, em 2012, o curso de Ciências
dizado. Todas são válidas e acrescentam
Brunno Sitonio Fialho de Oliveira é secretário-adjunto de Finanças do município de João Pessoa na Paraíba, formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade da Paraíba (CRC-PB) e membro da Comissão Nacional de Jovens Lideraçãs do CFC.
25 | ABRACICON SABER
PERFIL
SÉRGIO APPROBATO MACHADO JÚNIOR
N
ascido na cidade de São Paulo,
empresas e adquirindo ainda mais co-
de excelência para que os empresários e
Sérgio Approbato Machado Jú-
nhecimento. Após algumas experiências,
profissionais da área contábil, e de ou-
nior estudou nos colégios Liceu
ingressou na empresa da família, estando
tras também, possam enfrentar todos os
à frente dos negócios até hoje.
desafios que vêm pela frente. “Quando
Pasteur, na Vila Mariana e Objetivo Integrado, no bairro da liberdade, ambos
nos aproximamos das entidades de clas-
na capital paulista. A sua história com a
Em 1998, Sérgio foi convidado para par-
se, percebemos que o benefício é mutuo:
administração teve início logo cedo, uma
ticipar de uma comissão de estudos no
nós nos beneficiamos com todo o apren-
influência do seu pai, que na sua infância
CRC-SP. O desafio originou outro convi-
dizado adquirido e podemos contribuir
já era empresário contábil em uma orga-
te, desta vez para integrar a diretoria do
também para o crescimento de outros
nização fundada pelo avô de Sérgio há
SESCON-SP, que seria comandada pela
profissionais e da classe como um todo”.
quase 70 anos.
empresária contábil, Aparecida Terezinha Falcão. Neste período, ao lado de diver-
Para Sérgio, a inciativa do Conselho Fe-
A admiração pelo trabalho foi um estímu-
sos presidentes e diretores que passaram
deral de Contabilidade (CFC) é mais uma
lo para Sérgio enxergar a área contábil
pelo Sindicato, teve a oportunidade de
oportunidade de reafirmar a importância
como parte da sua vida profissional. O
contribuir com grandes ações na defesa
da ciência contábil para o desenvolvi-
seu pai sempre foi um exemplo de amigo,
e valorização da categoria, assim como
mento das empresas e do País. Contabi-
de profissional e de liderança de segmen-
por um melhor ambiente de negócios no
lidade que tem sido percebida como vital
to contábil. As qualidades do Sr. Sérgio
País. Após 15 anos passando por diversos
não apenas para a prestação de contas
Approbato Machado, refletiam na carreira
postos da entidade, Sérgio assume em 18
ao Fisco, mas também para a gestão e
profissional pautada pela ética, transpa-
de janeiro, a presidência do SESCON-SP e
tomada de decisões empresariais. “Para-
rência e responsabilidade, além de visível
da AESCON-SP para a gestão 2013-2015.
benizamos o Conselho Federal de Con-
amor pela profissão, que foi um impulso
tabilidade por esta grande campanha, o
para ele e incentivo para outras pessoas.
Com mais de 25 anos de carreira, uma
SESCON-SP e a AESCON-SP estarão du-
Nessa época, Sérgio já era formado em
das bandeiras que Sérgio Approbato le-
rante todo o ano ao lado do CFC, do CRC-
Administração
mesmo
vanta é a da educação, pois ele acredita
-SP e das demais entidades da categoria
assim, decidiu entrar para o curso de
de
Empresas,
que só assim, o Brasil será próspero e
em todo o território nacional, participan-
graduação em Ciências Contábeis pela
desenvolvido. Por meio da Universidade
do e divulgando todas as iniciativas”, con-
Pontifícia Universidade Católica de São
Corporativa (UNISESCON) do SESCON-
cluiu. Ao ingressar em uma grande or-
Paulo (PUC-SP), em 1988. Aos poucos
-SP, ele pretende junto aos seus colabo-
ganização de auditoria, ele passou a ter
foi desenvolvendo trabalhos em outras
radores oferecer alternativas de ponta e
contato direto com a contabilidade.
Livros indicados por Tânia Moura, Ma. em Integração Latino-Americana, contadora, profa. 26 | INDICAÇÕES
universitária, perita, palestrante, juíza arbitral, integrante da Comissão Nacional da Mulher Contabilista, do Conselho Editorial da RBC e PVCC. Colaboradora na elaboração das provas do Exame de Suficiência.
Nietzsche para Estressados Allan Percy - Ed. Sextante
O Monge e o Executivo James Hunter - Ed.Sextante
Criado por Allan Percy, este breve curso de filosofia
Uma história criada por James C. Hunter para
cotidiana nos auxilia nos momentos em que precisa-
ensinar de forma clara e agradável os princí-
mos tomar decisões, recuperar o ânimo, encontrar o
pios fundamentais dos verdadeiros líderes. O
caminho certo e relativizar a importância dos fatos da
Monge e o Executivo é, sobretudo, uma lição
vida. Um manual inteligente e estimulante que reúne
sobre como se tornar uma pessoa melhor.
99 máximas do gênio alemão, Friedrich Nietzsche, e sua aplicação a várias situações do dia a dia.
Análise de Demonstrações Contábeis Governamentais: Instrumento de Suporte à Gestão Pública Cezar Volnei Mauss - Ed. Atlas No livro, Cézar Volnei Mauss busca apresentar uma revisão geral das técnicas de contabilização, elaboração das demonstrações contábeis públicas e os conceitos e conteúdos básicos que podem determinar a qualidade da informação contábil.
Análise de Custos: Uma Abordagem Quantitativa Sergio de Iudicibus e Gilmar Ribeiro de Mello Ed. Atlas. Para realçar o aprendizado, todos os capítulos contêm como parte integrante do texto resumo conceitual, o enunciado do caso, a solução e, às vezes, uma conclusão formal. No final, há as referências e a sugestão de um ou dois textos para leitura complementar.