News Abrasel #68 by Abrasel RS

#68

NOTÍCIAS ABRASEL O

S E T O R D O

D E A L I M E N T A Ç Ã O L A R E M R E V I S T A

F O R A

Abrasel RS | Setembro 2015 | www.rs.abrasel.com.br | Twitter: @AbraselRS | Facebook: abraselrs Telefone: 51.30129922

ABRASEL QUALIFICA: FIQUE POR DENTRO DO ESOCIAL

Governo Federal está modificando o sistema de prestação das informações trabalhistas por parte dos empregadores. Para esclarecer novidades trazidas pelo eSocial, o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, a parceira Gerencial Consultoria realiza a palestra do próximo Abrasel Qualifica, no dia 29 de setembro, às 15h, na sede da Abrasel RS (Rua da República, 108). O eSocial promete reduzir a burocracia e aumentar a agilidade, já que as informações serão unificadas e enviadas através da internet. No entanto, os empregadores devem estar atentos para algumas mudanças substanciais trazidas pelo novo sistema. Contratações, rescisões, fracionamento de férias, exames pe-

riódicos e documentação de funcionários são alguns dos pontos que terão novos procedimentos, e serão abordados pelas instrutoras Narjane Camargo (Contadora, pós-graduada em Controladoria e Finanças) e Aline Alves (Técnica Contábil). “O sistema vai unificar o envio de dados e reduzir a burocracia, mas também aumentar e facilitar a fiscalização. Teremos que reavaliar processos, primar pela correção e estarmos preparados para entender todos os aspectos das leis trabalhistas. Qualquer erro poderá gerar uma multa que varia entre R$ 400 e R$ 4 mil”, afirma Sônia Assumpção, da Gerencial Consultoria. O eSocial será obrigatório para todas as empresas do Brasil, qualquer que seja o porte. As plataformas para envio das informações estão no site www.esocial.gov.br

CONHEÇA ALGUNS DOS TEMAS DO ABRASEL QUALIFICA SOBRE O ESOCIAL:

SERVIÇO:

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Mudança Cultural e Aumento da Fiscalização; Planejamento na Admissão, Rescisão e Férias; Atentar para os prazos de envio das informações; Legalidade do VT e VR e Benefícios; Autônomos eventuais; Laudos PCMSO e PPRA

ASSOCIOU: Pastelaria dos Brothers

Rua Pres. Juarez, 111, Parque São Sebastião, Porto Alegre | (51) 3029 5222 - (51) 3085 5525 | Facebook.com/PastelariadosBrothers O que oferece: Mais de 60 sabores de pastéis com ingredientes frescos e massa caseira, também com opções vegetarianas e pastéis doces. Para beber, o local conta com cervejas especiais e chope artesanal. Parceiro desde: Setembro de 2015

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Dia: 29/09/2015 Horário: Das 15h às 17h30 Endereço: Rua da República, 108- Cidade Baixa Valor: R$ 15,00 por pessoa (Valor exclusivo para associados) Inscrições: (51) 3012.9922 ou comunicacaors@abrasel.com.br

PARCEIRO DA ABRASEL: Garage Vinhos O que oferece: Vinhos selecionados, exclusivos e que não são vendidos em locais de consumo massivo. Trata-se do primeiro empreendimento no varejo da importadora. Mais de 120 rótulos exclusivos de países como Argentina, Chile, Portugal e Espanha, com preços que vão de R$21,00 até R$450,00. Parceiro desde: Setembro de 2015

MAIS DE 20 RESTAURANTES RECEBERÃO ALUNOS DA REDE PÚBLICA NA SEMANADACRIANÇAABRASEL

Confira os restaurantes já confirmados para a Semana da Criança Abrasel 2015: 72 New York Applebee’s Bazkaria Becco Restaurante Boteco Exportação Cantina Casa do Marques Cavanhas China in Box Dona Zefinha Lamb's Nicus Outback (Barra) Outback (Iguatemi) Parrila Villa Crespo Peppo Cucina PPKB Kitchen & Bar Pueblo/Complex Quintal Orgânico Santuá Boteco Tartoni Ristorante Usina do Pastel Via Imperatore

e restaurante é sinônimo de bons momentos, o início de outubro é certeza de alegria redobrada em estabelecimentos que fazem parte da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RS (Abrasel RS). Já são mais de 20 casas confirmadas em Porto Alegre para receber estudantes da rede pública municipal na Semana da Criança Abrasel 2015. O projeto leva crianças de escolas municipais da periferia da Capital para uma experiência gastronômica e cultural em bares e restaurantes. A Abrasel realiza a Semana da Criança em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Smed), a Secretaria Municipal do Turismo (SMTur) e restaurantes. O projeto foi posto em prática pela primeira vez em 2003, em Londrina (PR), e ganhou abrangência nacional em 2012. A Abrasel RS desenvolve a ação desde 2010, tradicionalmente na semana do Dia da Criança em comemoração à data, e já atendeu mais de 5,2 mil pequenos estudantes da rede pública. O objetivo é proporcionar à criança a realização de sentir-se inserida na vida sócio-cultural, contribuindo para seu desenvolvimento e boa formação. “É maravilhosa a vivência e a oportunidade gerada para as crianças, que muitas vezes não têm a chance de frequentar esses espaços”, avalia Maria Luísa Loss, coordenadora do Núcleo Cultural da Escola Municipal Grande Oriente do Rio Grande do Sul, no bairro Rubem Berta. A Grande Oriente, que já participou de outras edições da Semana, estará novamente presente com alunos da 3ª série do Ensino Fundamental. De acordo com a coordenadora, o projeto tem impacto positivo na educação das crianças. “Antes fazíamos atividades simulando um restaurante, com as crianças atuando. Mas ajuda muito na auto-estima delas saberem que podem ir a qualquer lugar da cidade”,

afirma Maria Luísa. Após as visitas, segundo a coordenadora, os alunos seguem trabalhando a Semana em sala de aula através de relatórios e atividades artísticas. Os estabelecimentos associados que participam da Semana da Criança Abrasel acolhem as crianças disponibilizando alimentação e desenvolvendo atividades recreativas, como música, teatro ou esportes. A casa define o número de crianças que poderá atender e os dias e horários em que deseja receber as atividades, sendo que o transporte fica por conta de cada escola. Durante a preparação para a Semana, a expectativa não é grande apenas nas salas de aula: quem recebe os pequenos também quer garantir o máximo de proveito em seus dias de atividades. No Pueblo/Complex, espaço que possui uma pista de skate, a gurizada vai se divertir aprendendo manobras do esporte. “Já oferecemos escolinha de skate, e o professor vai conduzir as brincadeiras na pista. Tem tudo pra ser muito divertido”, afirma o sócio-proprietário Eduardo Mallmann. No lanche, que também faz parte da agenda, as crianças poderão experimentar especialidades do Pueblo, conforme Mallmann: “Além das coisas ‘normais’ que a criançada gosta, teremos também um lanche mexicano”. NOVIDADE

Pela primeira vez, a sede da Abrasel RS será palco de atividades da Semana da Criança realizadas por uma empresa parceira da associação. A Traduzca, empresa de traduções, fez questão de participar. “Procuramos sempre desenvolver ações sociais, e a parceria com a Abrasel nos deu essa chance maravilhosa de envolvimento com as crianças”, relata Cristina Kahl, gerente comercial da Traduzca. Segundo Cristina, a psicóloga da empresa está desenvolvendo as atividades que serão realizadas na sede da Abrasel, na Cidade Baixa. Para incrementar a ação, a SMTur ofereceu um passeio na Linha Turismo como parte da programação da Semana. O tour percorrerá a Capital com alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Surdos Bilíngue Salomão Watnick que, em seguida, farão uma refeição no restaurante Via Imperatore. Aa regional Abrasel Hortênsias também prepara sua participação no projeto. Associados que desejam participar ainda podem entrar em contato com a Abrasel através do telefone (51) 3012 9922.

BAR EM BAR

BRASIL, MOSTRA SUA RUA: VEM AÍ O BAR EM BAR 2015! O bar é uma instituição nacional. E novembro é o mês que já caiu na tradição dos gaúchos: é quando o Festival Bar em Bar celebra o riso, o bate-papo animado, a descontração, os bons ou nem tão bons momentos. O maior festival de bares do Brasil, que terá sua 9ª edição, mobilizará mais de 500 estabelecimentos em 91 cidades de todo o país, trazendo o tema “Brasil, mostra sua rua”. Entre os dias 5 e 22 de novembro, os bares participantes mostram suas especialidades com receitas deliciosas preparadas para o festival, e as iguarias são oferecidas com preços promocionais. A Abrasel, organizadora do evento, fornece o material promocional - mini-guias, banners, bolachas de chope além da divulgação de mídia e de parcerias

Campanha do MPA busca aumentar consumo de pescados

para a realização de promoções. A exemplo de anos anteriores, estima-se alcançar um aumento de cerca de 30% no movimento em finais de semana, e de até 100% em dias de semana entre os bares participantes. Além de promover o setor e trazer em seu tema os fundamentos da campanha Simplifica Brasil, na qual a Abrasel faz da rua o centro das mudanças que deseja para o país, o Bar em Bar representa uma oportunidade de renovação de público e fidelização de clientes. Prepare seu petisco e fique ligado para a divulgação do período de inscrições. Saúde!

SEMANA DO PEIXE: PESCADOS COM PREÇOS MAIS BAIXOS EM TODO O BRASIL Frutos do mar são a garantia de muito sabor e comida saudável na mesa de quem consome. É por isso que a Abrasel apoia a Semana do Peixe, iniciativa do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) que busca incentivar o consumo de pescados através da venda a preços mais baixos. Entre os dias 28 de setembro e 16 de outubro, fornecedores em todo o Brasil irão oferecer os produtos em condições promocionais. Além dos preços acessíveis, o MPA desenvolve atividades de promoção do pescado e seus derivados junto a todas as faixas etárias, com o intuito de fomentar a formação de novos consumidores. As ações consistem na divulgação de informações em diversos meios de comunicação, simultaneamente com a promoção maciça entre os fornecedores. O “cardápio” varia conforme as regiões, e o comprador identifica os estabelecimentos participantes através de cartazes e banners identificados com a campanha. Redes de supermercado, feiras livres, mercados públicos, bares e restaurantes já garantiram adesão à Semana do peixe. Para saber mais, acesse www.mpa.gov.br

HEFORSHE

ELESPORELAS: ABRASEL RS ADERE À CAMPANHA MUNDIAL DA ONU PELA IGUALDADE DE GÊNERO

A diretora Thais Kapp assinou a adesão da Abrasel à iniciativa da ONU

Abrasel abre cada vez mais suas portas para a sociedade e é voz ativa nas lutas por cidades e relações mais humanas. Um exemplo disso ocorreu no último dia 11, durante o lançamento da campanha ElesPorElas (HeForShe) no Rio Grande do Sul. A associação foi uma das primeiras signatárias, no Estado, da iniciativa desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) que busca o empoderamento das mulheres e o fim da violência de gênero. De acordo com a ONU, trata-se de “um esforço global para envolver homens e meninos na remoção das barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir seu potencial, e ajudar homens e mulheres a modelarem juntos uma nova sociedade”. Animado por um show do cantor Wander Wildner, o público - formado por lideranças de diversas áreas da sociedade civil e Poder Público - celebrou a chegada da iniciativa ao RS, após o lançamento mundial em setembro de 2014. A adesão estadual é fruto do traba-

lho da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra a Mulher, coordenada pelo deputado estadual Edegar Pretto, que também integra o Comitê Brasileiro Impulsor ElesPorElas. As 17 entidades e empresas que assinaram inicialmente a adesão ao movimento receberam um certificado da ONU, garantindo o comprometimento com a igualdade de gênero e fim da violência contra as mulheres. Representando a Abrasel no Rio Grande do Sul, a diretora-executiva da entidade, Thais Kapp, assinou a adesão ao movimento mundial. “O setor de bares e restaurantes é identificado com as relações harmoniosas e com os avanços na busca de uma sociedade mais cidadã, de forma que não poderíamos ficar de fora dessa luta. Nesse ano, lançamos a campanha Simplifica Brasil, colocando os bares e restaurantes como indutores de mudanças positivas para o país, e a igualdade de gênero sem dúvida é um dos temas no qual podemos ser fortes agentes”, afirma a diretora.

PERFIL

PERFIL ADILVO BORTONCELLO CHURRASCARIA SCHNEIDER AV. BAHIA, 29, BAIRRO NAVEGANTES, PORTO ALEGRE

pesar de oriundo da região de Nova Bréscia, tradicional berço de gestores do setor de alimentação fora do lar, Adilvo Bertoncello possui uma trajetória diferente da maioria dos conterrâneos. Após 30 anos no Exército, encontrou a família Schneider, pioneira do rodízio de carnes em Porto Alegre. A partir daí, um forte investimento em qualificação da gestão deu nova cara a uma das mais tradicionais churrascarias da Capital, que pretende cada vez mais se profissionalizar como empresa mantendo os valores familiares de sua origem.

O senhor é de onde? Nasci na região de Nova Bréscia, onde ainda era município de Arroio do Meio. Hoje, a localidade onde nasci fica na abrangência do município de Coqueiro Baixo. Muita gente daquela região trabalha nesse ramo, não é? Sim. Houve uma migração em massa na década de 70, até 80 e poucos. É uma região de colonização italiana, onde as famílias tinham em torno de 10, 12 filhos. A geração do meu bisavô, que colonizou aquela área, tinha muita terra, muitas propriedades. Só que, como tinham muitos filhos, dividiram as propriedades. Quando chegou a nossa geração, netos ou bisnetos dos fundadores, não tinha terra pra todo mundo. E aí buscaram outras bandas. Muitos foram colonizar o Paraná, para continuar na área de agricultura e pecuária. E muitos migraram para a cidade e, dentre esses, os primeiros foram trabalhar em restaurante. Criou-se uma corrente. O mais velho veio, montou um negócio de alimentação e trouxe de lá a mão-de-obra. Essa mão-de-obra se

PERFIL: HORIZONTE VENZON

qualificou e, quando se sentiu em condições, abriu seu próprio restaurante e foi lá buscar a mão-de-obra. E, dessa forma, se canalizou o grande contingente de nascidos em Nova Bréscia e região nessa área de alimentação. A Schneider mesmo busca, sempre que possível, sua mão-de-obra na colônia. Como nasceu a Schneider? A Churrascaria Schneider de Porto Alegre foi inaugurada em 1º de julho de 1976. É a terceira empresa da família Schneider. A primeira foi um restaurante minúsculo em Arroio do Meio. De lá, o seu Aloísio e a Dona Lourdes vieram para Porto Alegre e compraram a Bom Gosto, aqui do lado (na Av. Bahia), como uma pousada com café da manhã e almoço para os caminhoneiros. Isso em 1969, porque essa região do bairro Navegantes, São Geraldo, Humaitá, era uma área de transportadoras, de chegada e saída da cidade, com o porto logo aqui ao lado. O seu Aloísio, além de uma pessoa muito empreendedora, viajava bastante. De repente, ninguém sabe de onde, ele chegou com a ideia do espeto corrido. Tu lembras do espeto corrido? Hoje chama-se, todo chique, “rodízio de carnes”. Foi ele quem introduziu, em Porto Alegre, o espeto corrido. Fez tanto sucesso que o restaurante não comportava os clientes. Aí, ele comprou o terreno ao lado, construiu o edifício e abriu a Schneider para acomodar o excesso. Depois, houve uma diversificação. O cliente se tornou mais exigente. As transportadoras foram transferidas lá para o Porto Seco e o bairro foi tomado por empresas de TI (Tecnologia da Informação). E o contingente de trabalhadores é muito menor, e as empresas se adaptaram para um novo tipo de cliente. A Bom Gosto permaneceu com o padrão que tinha, e a Schneider evoluiu. Passou a oferecer frutos do mar junto com o churrasco, botar só carne de alto padrão, cobrar mais caro, qualificar suas equipes de atendimento. Então, elevou o patamar. São duas empresas diferentes, que têm um sócio em comum, mas atendem um espectro maior de público. Mantém-se alguma sociedade da Schneider com a Bom Gosto? Nunca manteve sociedade. A única coisa que tem em comum entre as três empresas - Bom Gosto, Schneider de Porto Alegre e Schneider de São Leopoldo - é a família Schneider como sócia majoritária nas três. Eles convidam pessoas para trabalhar, porque não podem fazer tudo sozinhos. Fazem três exigências. A primeira: tem que ser sócio. Você pode comprar 5% das cotas, mas tem que ser sócio. Segunda: tem que ser um casal. Se eu quiser trabalhar sozinho, aqui eu não trabalho. Minha patroa tá ali me cuidando, e eu tô cuidando ela. Ela cuida da produção. Depois que a gente qualificou mais, não chamamos mais de “cozinha”. Chamamos “área de produção”. Viu que chique? (Risos). E a terceira exigência é morar próximo (ao restaurante). Porque o dono não marca hora para o seu cliente ir embora. Quem marca é o cliente. Tem algumas premissas fundamentais para você ter um negócio que atende público ligado a turismo e lazer. Então, as três exigências deles são essas.

Como o senhor entrou na vida da família Schneider, e eles na sua? Não sou oriundo da vida de restaurante. Saí de Nova Bréscia e fui servir o Exército. Fiz carreira militar por 30 anos. Quem tem mais ligação com a família Schneider é minha irmã, que é sócia lá em São Leopoldo. Ela veio como auxiliar de cozinha, depois garçonete aqui na Bom Gosto. Aí ela casou e foi trabalhar por conta própria, com o marido. E quando inaugurou a de São Leopoldo, o seu Aloísio e a dona Lourdes conheciam bem eles, e convidaram para serem sócios lá. Quando me aposentei do quartel, depois de 30 anos, saí como oficial em Porto Alegre. Comecei em Bagé, depois fiz curso profissionalizante no Rio, me transferiram para Porto Alegre, daqui para a Amazônia, depois Brasília e Cruz Alta. É a vida do Exército. Quando me aposentei, eu era jovem, entre aspas, tinha 50 anos, e achei que estava muito cedo pra parar. Minha esposa falou: “Vamos abrir um restaurante, um pequeno negócio para nos mantermos”. Daí abrimos um buffet de comida caseira, que não desse prejuízo. Era pequenininho, seis ou oito cubas de comida quente, mais seis ou oito de saladas, mais sobremesa. Buffet livre. E, aqui, tinham dois casais, e um saiu para trabalhar por conta. Ficou um casal só, e um sozinho não toca o negócio. Porque aqui funciona de domingo a domingo, 365 dias por ano. Então, não dá, tem que ter folga. Feriado, abre direto. Só não abre domingo de noite. Como minha irmã é sócia lá, eu tinha “QI”, e foram me procurar. Eu já tinha ficado três ou quatro anos no meu pequeno negócio depois de sair do quartel, meus dois filhos já estavam na faculdade, aí eu vendi lá e me associei aqui. Ja vai fazer 13 anos. O senhor citou a mudança do padrão da Schneider. Isso foi antes ou depois da sua chegada? A mudança de padrão foi antes. Depois da minha chegada, houve uma evolução na qualidade da gestão. Não que eu seja melhor do que os outros. O mercado exigiu. Nós passamos a implantar programas de gestão. O primeiro foi o PAS, Programa Alimento Seguro. O PAS é sensacional, mas focado na segurança alimentar. Em complemento a isso, procurei qualificação. Procurei o Sebrae, e através dele fiz vários cursos. Começamos a qualificar a empresa. Chamamos consultorias, fizemos diagnósticos. E evoluímos. Participamos de um programa chamado MPE Brasil (Prêmio à Micro e Pequena Empresa), e fomos campeões regionais e vice-campeões nacionais em 2009. A equipe toda trabalhou em conjunto. Mas o mercado exigiu uma melhora. Há 10 anos, as outras áreas de alimentação, comida japonesa, tailandesa, buffet, à la carte, tinham muito menos empresas qualificadas (do que agora). Então, o cliente que vinha para churrasco, porque tinha uma qualidade, hoje tem uma diversificação muito grande para escolher. Qualquer área tem, em Porto Alegre, restaurantes de qualidade. Além disso, o mercado evoluiu em função das “tendências”. Lembra que o ovo era a pior coisa que existia para o colesterol? Agora é bom.

Mesma coisa com a carne vermelha, só que a carne vermelha ainda está naquele patamar: “não faz bem”. Tem esse lado também, a empresa sofreu. Na fase áurea, a Churrascaria Schneider fazia 10 mil clientes por mês. Hoje, quando fazemos seis mil, estamos felizes. Por isso, também, houve a necessidade de upgrade. Melhorar qualidade para agregar valor e, com menos clientes, manter o negócio. E quais são as ações, hoje, que representam essa qualidade? Treinamento interno. Duas reuniões por mês, com a equipe toda, inclusive os sócios. Com vídeos, e às vezes com consultores externos. E, sempre que tem curso no Sebrae ou Senai, a gente encaminha individualmente, conforme a necessidade e a aptidão da pessoa. Curso de cozinheiro, de liderança, de gestão de pessoas. Pelo menos um curso por ano, cada um. Qualidade. Para aumentar o ticket médio, foi criada uma boa adega de vinhos. Antes, nós tínhamos lá 15 ou 20 rótulos. Hoje, tem 200 vinhos diferentes. Desde o mais comum de R$ 20 até o de R$ 600 a garrafa. Temos cervejas artesanais e começamos agora uma experiência com chope artesanal. Ainda não sabemos se vai deslanchar. E na carne, que é o principal? É uma churrascaria que até carne tem, mas carne boa (risos). A qualidade da comida é boa. No jantar de todos os dias e no almoço de sábados, domingos e feriados, tiramos o buffet de comidas quentes e colocamos o buffet de frutos do mar. Tem salmão, bacalhau, paella, moqueca, camarão de todos os jeitos. É bem variado, junto com o churrasco. A gente tem as carnes

tradicionais e alguma coisa diferente. Cordeiro com molho de hortelã, javali com geléia de amora, molho de pimenta para quem gosta. Tem a picanha nobre, a costela 12 horas. Tem alguma variedade. Como está o público atualmente? Ao longo dos últimos anos, a churrascaria perdeu público, mas não por ser Schneider. Sim por ser churrascaria. Todas perderam. Algumas estavam perdendo e deram uma guinada, colocaram um sistema diferente. Não sei se está dando certo ou não, mas é algo diferente. Isso (a queda no movimento) porque a carne vermelha foi estigmatizada como não saudável. Isso é um fator. E o outro é a melhoria da qualidade dos outros restaurantes. E o que tens de planos futuros para a Schneider? Para a Schneider, é não mudar. É “mudar não mudando”. Só qualificar, só agregar alguma coisa. Mas manter a tradição do churrasco, rodízio à vontade. Porque essas que estão mudando, é um sistema diferente. Tem público pra isso? Acredito que tenha. Mas a Schneider, não. A Schneider quer manter a tradição do churrasco, feito com brasa de carvão. Nada de elétrico. A tradição e o espeto passando na mesa. Essa é a intenção, manter o padrão e não mudar. A filosofia da empresa, da família Schneider, é administrar bem aquilo que tem. Não crescer e perder qualidade de serviço, de produto, de pessoas. Implantação de programas que profissionalizam o serviço e a empresa, mas conservar a ideia de uma empresa familiar no conceito de relações humanas.

Alimentação, diversão e segurança: bar e restaurante aberto é tranquilidade no trajeto. O funcionamento dos bares e restaurantes preenche as ruas. A rua com vida é aliada da segurança pública, um movimento que espanta o medo no trajeto de casa. Conheça os desafios e conquistas da Abrasel e contribua para o crescimento do setor de alimentação fora do lar.

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LF/Mercado

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