ArtigoGracaPedrazzi02

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Mote: a alma da Terapia Comunitária Maria da Graça Pedrazzi Martini Resumo O presente trabalho pretende discorrer sobre a importância do mote na Terapia Comunitária. Sabemos que para obtermos um bom resultado na Terapia Comunitária devemos desencadear processos de reflexão através de um mote bem elaborado, porém cada etapa da terapia deve ser bem planejada. Citaremos todas elas e nos deteremos um pouco mais na elaboração dos motes. Neste trabalho apresentaremos alguns dos motes simbólicos surgidos nas terapias comunitárias no Município de Londrina-PR, a partir de temas trazidos pela comunidade . Palavras-chave: mote, pensamento reflexivo, autogestão, autonomia, diálogo, processos emancipatórios. Introdução: Este trabalho terá como foco o estudo dos motes simbólicos. Em função disto elencaremos resumidamente cada etapa da Terapia Comunitária e nos deteremos na construção do Mote. É bom lembrar que, se ainda vamos formar nosso grupo de terapia, devemos preparar bem o terreno na comunidade. Isto significa entrar em contato com a rede de serviços do bairro, buscar o apoio das lideranças comunitárias, os agentes de saúde e efetivar parcerias com a rede governamental e não governamental para que as pessoas fiquem sabendo do dia e local onde ocorrerá a terapia. Um trabalho de preparação do terreno bem feito fará da nossa primeira experiência um sucesso . 1.Acolhimento: O sucesso da Terapia Comunitária começa com o trabalho do co-terapeuta que realiza o acolhimento que, quando bem feito, envolve os participantes numa energia de amorosidade e harmonia, deixando-os a vontade, acolhidos e em sintonia com o clima da Terapia. As boas vindas, lembrar e cantar para os aniversariantes são momentos especiais onde cada participante, seja ele participante de outras terapias ou primeira vez, é integrado e acolhido. Após cada participante já estar a vontade, bem acomodado, em círculo, o co-terapeuta apresenta as regras e o significado da terapia. Realiza uma dinâmica cantada e interativa e passa a palavra para o terapeuta que conduzirá a segunda etapa. 2.Escolha do tema: Aqui acontece a escolha do tema. O terapeuta comunitário pergunta aos participantes se tem alguém que gostaria de falar sobre algo que lhe esteja tirando o sono ou lhe fazendo sofrer. Seu relato deve ser sucinto. Quando quatro ou cinco pessoas fizeram o relato de seu sofrimento de forma resumida, realizamos a votação para a escolha de uma só situação. Ocorrida a escolha do tema, realizaremos a contextualização. Neste momento solicitamos


informações à pessoa escolhida para compreender melhor o contexto do problema. 3.Contextualização: Em seguida o grupo poderá realizar perguntas que desencadearão uma reflexão. As perguntas devem contribuir para recordar, organizar as idéias, dar sentido ao sofrimento e atitudes. Perguntas de cunho avaliativo e discriminatório devem ser descartadas. O momento da contextualização é fundamental para que o terapeuta comunitário possa preparar um bom mote. Somente quando o mote estiver elaborado é que o terapeuta poderá dar inicio à etapa seguinte: a problematização. Após a definição do contexto da queixa do participante, o terapeuta lança mão do mote, ou seja, da pergunta chave que permitirá aos participantes uma reflexão sobre o tema abordado. 4. Problematização: 4.1 Nosso focoè o MOTE: Como já vimos o mote é uma pergunta-chave que permite um pensamento mais aprofundado de todos os participantes durante a terapia. Ele tem por objetivo facilitar a explicação do que a pessoa que relatou o problema está querendo comunicar de forma inconsciente. Poderemos utilizar o mote coringa que é o mais fácil de elaborar ou o mote simbólico/específico. Segundo Barreto 2005, o primeiro deve ser usado nas dez primeiras sessões de Tc por ser mais simples. O Mote simbólico vai sendo elaborado a partir das palavras-chave anotadas pelo terapeuta. Cada palavra -chave sugere um tema e possíveis motes. Ao lançarmos um mote na roda da Terapia, não buscamos encontrar respostas prontas ou solução para o problema apresentado, (lembrando sempre que não somos Salvadores da Pátria) mas possibilitar que os participantes saiam da Terapia com elementos e possibilidades novos. O mote poderá trazer à luz dimensões afetivas, psicológicas e sociais que, em geral, permanecem veladas, guardadas e cristalizadas pelo sofrimento psíquico. O objetivo é passar de uma visão estática e linear do problema para uma visão dinâmica e sistêmica da solução. “Se sou parte do problema sou também parte da solução”, afirma Adalberto Barreto. Cada participante chega à Terapia com a sua verdade, com sua certeza e sua visão de mundo, mas não deve sair do mesmo jeito que chegou. Deve receber um novo elemento, uma nova possibilidade de pensar e agir que encontra ao se deparar com as vivências e saberes de cada participante(Barreto, 2005). A essência da terapia é a valorização da competência de cada um, sem visar a busca de consenso das opiniões. No consenso ocorre a relação de poder, alguém vence e alguém perde. A riqueza do mote está em proporcionar uma escuta dos diferentes saberes da comunidade. Por isso, a importância do silêncio na terapia. É a escuta dos diversos caminhos percorridos na história de vida de cada um.


Buscaremos, ao refletir o mote elaborado a partir do tema relatado, a aceitação das diferenças e a compreensão de sua importância para a evolução humana e o viver bem em comunidade. O mote deve captar a palavra-chave da dor, do sofrimento interno de quem expõe. Na etapa da problematização é que buscamos articular os aspectos bio-psico-sociais dos participantes. A partir da situação apresentada poderemos construir motes no nível individual, no nível da família, no nível da comunidade, no nível da sociedade e até mesmo no nível da humanidade, pois a reflexão coloca os participantes a pensarem em seus próprios sentimentos e convicções, em relação a si, sua família, sua comunidade e a sociedade em que vive. Sempre buscando respeitar o saber do outro, ouvindo, sentindo e tornando consciente o fazer do outro. Isto ocorre na partilha de saberes provocada pelo Mote. Desencadeamos processos de reflexão através do diálogo promovendo o desenvolvimento da autonomia e autogestão do individuo e da comunidade. Um bom mote deve colocar dúvidas nas certezas e convicções de cada um, pois estas são verdadeiras prisões. Ao suscitarmos perguntas sobre o sofrimento e sentimento da pessoa, abrimos o coração das pessoas da comunidade para a reflexão e o diálogo coletivo. .Pretendemos nesta etapa apresentar à comunidade que a problemática é comum a mais pessoas e que a resolução dela perpassa sobretudo por transformações tanto no campo pessoal como no social. Isto contribui para diminuir ou extinguir com os estereótipos, preconceitos, intolerâncias, prisões e ilusões psicológicas que impedem o surgimento do pensamento consciente e reflexivo, do potencial criativo e da formação de vínculos afetivos que sustentam a verdadeira mudança. O que está em jogo aqui não e apenas trabalhar os sentimentos e as angústias dos participantes, mas refletir sobre os padrões que determinam as relações sociais e aprisionam as pessoas. Por isso destacamos a importância de elaborarmos motes que possibilitem desencadear processos emancipatórios. Devemos ainda, possibilitar a cada participante condições de vencer a indiferença e a banalização do sofrimento e da violência, construindo caminhos diferentes do caminho da reação. A reação é sempre limitada, inconsciente, porque acontece como uma resposta rápida a algo. “Olho por olho, dente por dente” (Lei de Talião). O mote proporciona um pensar sobre o que é que a historia do outro tem a ver com a minha. ”Só reconheço no outro aquilo que reconheço em mim” (Barreto, 2005). Isso significa que o que eu ouço do outro reenvia a minha própria história, podendo ressignificá-la na troca de saberes e de histórias, na reflexão e no acolhimento comunitário, através do mote e da terapia como um todo. Listaremos agora os motes elaborados pelos primeiros terapeutas da prefeitura de Londrina. Esta lista é fruto do caminhos percorridos por nossos terapeutas comunitários nos corações de cada participante da terapia, criando assim, um mapa do sofrimento das pessoas da nossa cidade. Classificamos os motes apenas para fins didáticos, mas na prática eles são interdependentes e podem ser trabalhados em vários níveis e contextos.


AUTOCONHECIMENTO Quem já viveu a dor da traição e o que fez para superar? Aonde nos sentimos adotados por alguém? Quem já foi caluniado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu sobrecarregado(a), e o que fez para superar? Quem já se sentiu agredido(a) e o que fez para superar? Quem já vivenciou a dor da perda? Como fez para superar? Quem já sentiu ansiedade, o que fez para superá-la? Quem já viveu a dor da saudade e o que fez para superá-la? Qual é a minha competência? O que tenho feito para desenvolvê-la? O que tenho feito para conquistar a minha independência? Você já ficou refém de um segredo e o que fez para superar? Quais as conseqüências de se manter um segredo? De onde vem a minha força e o que faço para mantê-la? Como está a árvore da minha vida? o que tenho feito para fortalecer sua raiz?(mote com a moldura) Como está o jardim da minha vida? (mote com a moldura[1]) Como estou me sentindo hoje? O que tenho feito para ter um bom dia? Como eu faço para me comunicar melhor com as pessoas? Quem já se sentiu frustrado o que fez para superá-lo? Quem já sentiu raiva o que fez para superá-la? Como mantenho a minha alegria? Como vejo meu futuro? O que tenho feito para ele ser melhor? Quem já se sentiu com crise nervosa o que fez para superá-la? De onde vem a força para vencer a tristeza? O que faço para manter a minha felicidade? O que eu desejo matar em mim, matando a pulga e não o cachorro?


O que eu espero este ano?Que é o primeiro passo para conseguir realizar? O que eu estou fazendo para realizar meus sonhos? O que faço para me encontrar quando estou perdido? O que faço para não ter problemas? Quem já viveu a dor da solidão e que fez para superar? O que o silêncio representa para mim? O que posso fazer para superar meus pensamentos limitantes? Quem já se sentiu culpado(a) e o que fez para superar? Qual a minha cruz e o que faço para superá-la? Quem já viveu a dor da rejeição e o que fez para superar? Qual foi minha maior realização neste ano e qual o seu sonho para o ano que vem? Qual “janela” de minha vida que estou segurando fechada hoje?O que posso fazer para abrila? Qual minha maior vitória este ano e o que eu quero que morra em mim neste ano? Qual tem sido o adubo do meu jardim? (trabalho com a moldura) Quem já se sentiu humilhado (a)? O que fez para superar? Quem já se sentiu impotente? O que fez para superar? Quem já se sentiu boneco de alguém e o que fez para superar? Quem já se sentiu impaciente? O que fez para superar? Que já se sentiu perdido(a)? O que fez para superar? Que “moldura” eu dou para minha vida? Como embelezo a minha vida?(trabalho com a moldura) Quem aduba o jardim da minha vida? (trabalho com a moldura) Quem já se sentiu revoltado(a) e o que fez para superar? Quem já assumiu sozinho(a), os problemas familiares e o que fez para superar? Quem já ficou deprimido(a) e o que fez para superar? Quem já foi discriminado (a)e o que fez para superar?


O que você queria abortar em sua vida? O que fez para superar? Quem já precisou ser fortaleza mesmo passando por um momento de dor e o que fez para superar? Quem já quis ajudar e foi rejeitado(a), incompreendido(a) e o que fez para superar? Quem já quis ajudar o próximo e foi impedido(a)? O que fez para superar? Quem já se arrependeu de algo que fez e o que fez para superar? Quem já se sentiu desprotegido(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu "pesado(a)" e sem ânimo para viver e o que fez para superar? Quem já se sentiu culpado(a)? O que fez para superar a culpa? Quem já se sentiu desesperado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu discriminado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu dividido(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu excluído(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu injustiçado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu mutilado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu o salvador(a) da pátria e o que fez para superar? Quem já se sentiu Patinho Feio na vida e o que fez para superar?[2] Quem já se sentiu rejeitado(a) e o que fez para superar? Quem já se sentiu só e o que fez para superar? Quem já se sentiu super-cuidador(a) e o que fez para cuidar de si mesmo? Quem já sentiu a dor do abandono e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor da mágoa e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor da perda e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor da revolta e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor da saudade e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor da solidão e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor de não ser amada e o que fez para superar?


Quem já sentiu a dor do abandono e o que fez para superar? Quem já sentiu a dor do preconceito e o que fez para superar? Quem já sentiu medo e o que fez para superar? Quem já sentiu solidão mesmo estando rodeado de pessoas e o que fez para superar? Quem já se sentiu frustrado(a)? O que fez para superar? Quem já sentiu medo de falar e o que fez para superar? Quem já teve medo ou problemas para dizer o que pensa ou sente e o que fez para superar? Quem já vivenciou uma mudança repentina na vida e o que fez para superar? Quem já vivenciou uma situação de ambivalência e o que fez para superar? Quem já vivenciou uma situação de ingratidão e o que fez para superar? Quem já viveu situação de ter que escolher alguma coisa? Como faço minhas escolhas? O que a morte não levou de mim? Quem vivenciou ser uma carroça vazia e o que fez para superar? Qual a minha responsabilidade na educação dos meus filhos? EDUCAÇÃO 1. Quem já viveu o problema de gravidez na adolescência e o que tem feito par prevenir o problema com seus filhos? 2. Quem já teve dificuldade na educação dos filhos e o que fez para superar? 3. Que sentimento inspira a saída deste projeto social? 4. Como poderíamos fazer para melhorar o relacionamento entre alunos e instrutores? 5. Como poderíamos melhorar a qualificação dos alunos para o mercado de trabalho? 6. Como estou em minha vida escolar? O que faço para ela ser melhor? 7. A palmada educa? Porque? FAMÍLIA 1. Quem já perdeu um ente querido e o que fez para superar? 2. Quem já passou pela experiência de ter um marido agressivo e o que fez para superar? 3. Quem já enfrentou o problema de drogas na família e o que fez para superar? 4. Quem já dependeu de alguém por algum tempo? Como foi esta experiência e o que fez para superar? 5. Quem já cuidou de alguém por obrigação e o que fez para superar? 6. Quem já conviveu com a violência dentro de casa e o que fez para superar? 7. Quem vivenciou relação conflituosa com o pai e o que fez para superar? 8. Quem já viveu situação de violência pelo marido? O que fez para superar?


9. Quem já vivenciou uma situação de indiferença na família e o que fez para superar? 10. Quem já vivenciou a preocupação de proteger o filho de sofrer agressões e o que fez para superar? 11. Quem já sofreu violência e o que fez para superar? 12. Quem já sofreu as dores do vício na família e o que fez para superar? 13. O que herdei de bom dos meus pais? O que estou deixando de bom para meus filhos? 14. O que leva os adolescentes a se envolverem em atos anti-sociais? Qual a minha parte para que isso possa ser prevenido? 15. O que o meu pai me ensina de bom? COMUNIDADE 1. Qual é o local em que eu me sinto seguro? O que tenho feito para construir a paz em meu lar e minha comunidade? 2. Qual é a minha contribuição para a diminuição da violência no meu bairro? 3. Quem já se sentiu um “não cidadão” e o que fez para superar? 4. Que tipo de participação eu exerço na comunidade (passiva ou ativa)? 5. Quais são os serviços essenciais do meu bairro? Porque é importante conhecer a rede de serviços? 6. Qual é a minha participação para a manutenção da indiferença do poder público? O que posso fazer para mudar essa situação? 7. Quem já viveu o medo da violência no bairro e o que fez para superar? 8. Qual o meu papel frente a minha comunidade? 9. Qual é minha participação na solução dos problemas do meu bairro 10. Qual a importância da participação comunitária em minha vida? 11. Como posso me proteger da violência sem deixar de viver? 12. Quem se sente amedrontado com os problemas envolvendo os adolescentes e o que fez para superar? SAÚDE 1. Quem já vivenciou a dor da droga e o que fez para superar? 2. Quem já se sentiu medalha de ouro da doença e o que fez para superar? 3. Quem já foi obrigado a modificar sua vida após uma doença e o que fez para superar? 4. Qual o meu vício? O que tenho feito para superá-lo 5. Qual é a minha cachaça? O que tenho feito para superar? 6. Qual é a minha droga? O que tenho feito para superar? 7. Qual é o meu câncer e o que tenho feito para superar? 8. Quem já viveu o problema do alcoolismo em casa o que fez para superá-lo?

EMPREGO •

Quem já superou situação de desemprego? Que estratégias usou para superá-la?


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Quem já sofreu com a falta de profissão e o que fez para superar? Quem já sofreu a dor do desemprego e o que fez para superar? Quem já se sentiu sem perspectiva? Desanimado? O que fez Para Superar? Quem já se sentiu limitado para desenvolver alguma atividade e o que fez para superar? Quem já perdeu alguma chance de emprego devido a não ter experiência e o que fez para superar?

Por fim, ao lançarmos o mote na roda da Terapia saímos do unitário, do sofrimento oprimido e solitário para a comunhão solidária. Vamos para a riqueza da soma dos saberes populares. “Cada um é doutor de sua própria vivência”, (Barreto.) A isso chamamos de Terapia Comunitária. 5. Encerramento: Para encerrar a Terapia Comunitária, utilizaremos os rituais de agregação e conotação positiva. Em circulo, braços dados, em busca da interiorização. Este é também um momento muito rico e importante. É quando o terapeuta comunitário faz o resgate do que foi apresentado, valorizando o participante que se expôs no grupo e que tanto contribuiu para o crescimento de todos. Agradece e valoriza a comunidade e a todos que estiveram presentes. Esta etapa deve favorecer a interiorização para uma escuta interna, proporcionando um clima de amorosidade onde cada um se sinta apoiado pelo outro. É o momento de valorização da competência, dos saberes e força interior de quem mais se abriu para o grupo (“A Janela que se abre é a que mais vê o sol”), Todos os demais devem ser reconhecidos e valorizados de alguma forma. Cada participante poderá, se quiser, dizer o que está levando da Terapia, podendo também cantar, declamar ou apresentar qualquer recurso que proporcione o fortalecimento da unidade do grupo, do clima afetivo, da conotação positiva e que possa contribuir para que as pessoas voltem aos seus lares mais reanimadas e fortalecidas. 6. Avaliação: Após nos despedirmos dos participantes, ainda teremos uma última etapa à cumprir: avaliar junto à equipe que conduziu a Terapia Comunitária. Destacar cada passo é muito importante: como foi conduzida; quais as dificuldades que cada um encontrou; como foi a escolha de mote, quais outros poderiam ser elaborados; como foi o acolhimento; como foi o encerramento; o que precisa ser melhorado; no que já avançamos; o que precisamos providenciar para o próximo encontro. Como diz Adalberto Barreto em seu Manual do Terapeuta Comunitário: é desta forma que cada pessoa vai construindo a afetividade e a solidariedade como um valor da vida comunitária. A Terapia Comunitária não cria novos caminhos, mas nos ensina uma nova maneira de ver as coisas e caminhar junto. Conclusão:


A Terapia Comunitária é a arte de cuidar promovendo o resgate dos valores que realmente são importantes na vida, para que cada um transcenda toda e qualquer limitação humana. Esta arte leva a esperança e a confiança ao ser humano, nutrindo a fé na capacidade de cada pessoa de resistir e superar as intempéries da vida. A isso chamamos de resiliência. Através da Terapia Comunitária poderemos construir novos caminhos e alternativas diferentes para uma ação mais consciente. Quando tomamos novas posições, ousamos trilhar novos caminhos, ancoramos nossa ação no pensamento reflexivo, na consciência do nosso papel na comunidade e a repercussão dele na construção de um mundo melhor. Referencia Bibliográfica: Barreto, Adalberto. Manual do terapeuta Comunitário, Barreto, Adalberto, Terapia Passo a Passo, LCR, Fortaleza-CE, 2005. Relatório Anual da Terapia Comunitária do Município de Londrina PR

[1] Trata-se de uma pintura de girassóis pintados em um quadro de madeira. Os miolos dos girassóis são vazados para encaixar o rosto do participante e as duas mãos. Cada participante recebe o quadro e vai sentindo o significado do mote. Vale destacar que o quadro foi pintado por adolescentes em vulnerabilidade social que participavam do Programa de Oficinas Pedagógicas - POP e freqüentavam um grupo de TC uma vez por semana. [2] Trabalhamos a historia do patinho feio com as crianças do Projeto Viva Vida que atende crianças e adolescentes na periferia da cidade de Londrina.


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