Como a Terapia Comunitária chegou a tempo! Teresa Otoni – MISC Maranhão Refletindo sobre a vida, sobre as facilidades e a agitação que a vida moderna trouxe consigo, nos deparamos com esta triste verdade: existe hoje no mundo a “epidemia do sofrimento”. Muitos são os problemas que assolam a população. O trânsito, a instabilidade no emprego; a condição financeira que entra em colapso, impossibilitando honrar os compromissos; a violência; assaltos; filhos problemáticos e rebeldes; os bombardeios à família; casamentos que nunca deveriam ter acontecido; o emprego que não existe; violência domestica; drogas; sexo entre tantas outras coisas. As conseqüências são as mais diversas possíveis, a começar pela descrença no outro, nas instituições, o que é mais grave, em si mesmo, escancarando a porta principal da vida para o desespero. Como salvar este homem? Solucionando os problemas que estão lhe pressionando. Substituindo o atual sistema de valores por outro melhor. Sem esforço comunitário, sem esperança, sem amor, não conseguirá sair do caos emocional em que vive. O ser humano é infinito por isso está em constante construção que não se dá apenas pelo conhecimento das palavras, mas pelo conhecimento da historia que cada homem vivencia. Assim sendo, existe saberes diferentes que enriquecem o coletivo. Daí por que dizer que a Terapia Comunitária é: - a complementaridade dos saberes; - lugar de descoberta dos sentimentos; - espaço de compreensão e desabafo que alivia; - ouvir o outro com respeito; - lugar de descoberta dos sentimentos; - partilha sem discriminação; - cura coletiva ; - fio com o qual se “tecem” as relações sociais, vem ao que somos, ao que pensamos, da forma como agimos. - tecer as teias usando nossas linhas da vida como um ato de amor ao próximo. - como as aranhas, em comunidade, construir novas teias, novas relações, tecendo o fio do nada. - tornar as pessoas mais confiantes e menos dependentes. - partilhar experiências dolorosas para superá-las.
A TC dinamiza, levando à inclusão, criando redes comunitárias. Ao terapeuta comunitário é entregue esta nova técnica como esperança de dias melhores . O papel do terapeuta comunitário é criar um novo jeito para lidar com os problemas individuais, respeitando os limites de cada participante, transmitindo segurança, incluindo as pessoas para que todos fiquem em sintonia. Para isso, deve organizar um ambiente acolhedor, que possibilite escutar e valorizar as experiências, aproveitando as novas idéias ainda que o grupo seja o mesmo. O terapeuta comunitário trata todos os casos com igualdade, construindo conhecimentos através da troca recíproca de e aprendizagem, e da co-responsabilidade. Deve ainda procurar motivar o grupo, inclusive buscando o acompanhamento de rede de apoio de acordo com as necessidades. O terapeuta precisa estar bastante ciente dos objetivos e limites da terapia, não assumindo o papel de um especialista, e sim, promover a circulação das vivências de cada participante, respeitando seus pontos de vista, uma vez que cada indivíduo é doutor de sua vida. Não é o especialista em resolver traumas, mas aliviar o sofrimento das pessoas através da construção de redes de apoio. Desta forma ele propiciará a construção de vínculo efetivo, fortalecendo a segurança interna do grupo, suscitando uma dinâmica social que possibilite a transformação da sociedade por meio de sujeitos autônomos e confiantes de suas capacidades. O terapeuta comunitário deve ter respeito à diversidade com uma dinâmica que valorize as dinâmicas sociais. Deve ter auto confiança e autonomia na realização da TC, ter competência diante das perguntas feitas pelas pessoas e em saber produzir pela experiência do grupo. Daí por que o terapeuta comunitário deve estar preparado para trabalhar com pessoas diferentes. O t c é um facilitador das relações interpessoais da comunidade. No desenvolvimento da TC, ao levar e trazer informações da comunidade, o terapeuta comunitário deverá apresentar maturidade emocional que transmita segurança e facilite o sucesso do trabalho da comunidade. Por estar bem informado e por compreender bem a técnica da TC , tem autonomia na condução dos trabalhos e, portanto, maior responsabilidade. A missão do terapeuta comunitário não se reduz a aplicar a técnica da TC. Ele faz acontecer o trabalho em mutirão, potencializa os recursos da comunidade, aumenta a capacidade de superar os sofrimentos resgatando o poder e a dignidade da pessoa humana.