17 DE NOVEMBRO DE 2020 ANO XXX Nº301 GRATUITO PERIÓDICO DIRETORA LEONOR GARRIDO EDITORES EXECUTIVOS MARIA MONTEIRO E DANIELA PINTO
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Outro Futuro para a Académica
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Académica de Gerações
ELEIÇÕES AAC 2020
2 ensino superior 17 de novembro 2020 São vários os temas lançados para o debate durante o período de campanha para as eleições da DG/ AAC e MAM/AAC. Desde lutas antigas como a propina zero, passando por polémicas mais recentes ligadas aos SASUC, A Cabra tenta explicar e contextualizar os conceitos que os candidatos discutem - POR FRANCISCO MARTINS E BRUNO OLIVEIRA -
DÍVIDA INTERNA
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dívida interna da Associação Académica de Coimbra (AAC) é um tema complexo que se arrasta há largos anos. Grande parte da dívida é para com o Conselho Desportivo da AAC (CD/AAC), e ronda os 200 mil euros. Este valor não sofre alterações desde 2016, de acordo com os Relatórios Anuais e Contas da DireçãoGeral/AAC (DG/AAC). Em 2019, João Ferreira ex-administrador da AAC, explicou que grande parte da dívida vem de contratos “realizados em 2012”. João Ferreira acrescentou ainda que muita da dívida é considerada interna, mas “sem explicação do porquê” e que muitos dos valores resultam de “erros contabilísticos”. O ex-administrador explicou ainda que houve desentendimentos no que diz respeito ao pagamento referente aos contratos da MEO, da Caixa Geral de Depósitos (2013 e 2014 respetivamente) e do Montepio (2015/2016). No entanto, de acordo com a mesma fonte, foi em 2012 que se deu o primeiro passo, quando a DG/AAC não pagou ao CD/AAC o valor referente ao contrato com a TELECOM. A postura adotada pela DG/AAC desde 2016 tem sido parecida em relação a esta questão. Alexandre Amado, ex-presidente da DG/AAC (2016/2017 e 2017/2018), afirma que aquilo
que foi pago durante o seu mandato foram apenas verbas referentes aos anos entre 2016 e 2018. Desta forma, a dívida não aumentou, mas também não desceu. O mesmo foi feito por Daniel Azenha nos seus dois mandatos. O atual presidente da DG/AAC confirmou em várias ocasiões que não foi possível chegar a um acordo de pagamento. A dívida para com a Queima das Fitas (QF) também compõe a dívida interna da AAC. O montante durante vários anos foi difícil de apurar, devido à não aprovação do mesmo nos Relatórios Anuais e Contas de 2016 e 2017. Depois da edição da QF’17 ter apresentado prejuízo, as contas da festa dos estudantes ficaram na ordem do dia. João Ferreira explicou que a festa de facto ficou com um saldo negativo, mas o problema era anterior. João explica que em edições anteriores teriam sido considerados valores de lucro incorretos e ao corrigir estes valores surgiu o prejuízo apresentado em 2017. No entanto, no final de 2019, Daniel Azenha confirmou que a dívida estava menor, naquele momento rondava os 50 mil euros. À data desta publicação, e de acordo com o administrador João Gonçalo, a dívida para com a QF está paga.
PROPINAS
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luta pela propina zero é uma causa tradicional da AAC, e um dos poucos pontos em que ambos os candidatos à DG/ AAC concordam. A propina foi implementada no ano letivo de 1991/92, desde aí que muitos dos críticos da decisão a consideram inconstitucional. Isto porque, de acordo com a Constituição de 1976, cabe ao estado “estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino”.
Anos mais tarde, em 2014, a propina atinge o seu valor mais alto desde 1992: 1068 euros. A primeira conquista da luta pela abolição da propina veio em 2016 quando se congelou o valor da mensalidade. Depois disso, a propina apenas desceu, hoje os estudantes pagam no máximo 697 euros por ano. Apesar destas recentes alterações ao valor da anualidade, a intenção da luta estudantil foi sempre a mesma: propina zero.
No primeiro ano a taxa foi implementada com o valor de seis euros e meio. No ano seguinte, 1993, o valor subiu para 220 euros. Foram anos agitados que ficam marcados por uma grande luta estudantil. Apesar da resistência a luta contra o aumento, ou abolição, da propina foi colhendo poucos frutos, quinze anos depois de aparecer a propina estava fixada em 972 euros.
Para além da taxa paga pelos estudantes portugueses e aqueles que têm dupla nacionalidade, a propina internacional é uma das questões urgentes na luta estudantil dos últimos anos. Atualmente, estes alunos pagam 700 euros por mês, ou seja, dez vezes mais que um estudante nacional.
Luta essa que muitas vezes colocou os intervenientes em confrontos policiais. Foi o caso em 1992 numa manifestação em frente à Assembleia da República. Em 2004, um grupo de estudantes invadiu o senado de forma a impedir uma votação que iria fixar a propina nos 852 euros.
SASUC
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s Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) são dotados de autonomia administrativa e financeira e visam potenciar o sucesso escolar dos estudantes, através de apoios e concessões de cariz social. Os SASUC devem ser responsáveis por serviços como bolsas e subsídios de estudo, empréstimos, alimentação em cantinas e bares, alojamento, serviços de saúde, atividades desportivas, empréstimos, reprografia, livros e material escolar. Os apoios dos SASUC, atualmente administrados por Nuno Correia, podem ser diretos ou indiretos. Os apoios diretos compreendem bolsas de estudo e auxílios de emergência. Os apoios indiretos garantem acesso à alimentação e ao alojamento, acesso a serviços de saúde, apoio a atividades culturais e desportivas, acesso a apoio psicopedagógico e a outros apoios de carácter educativo A Universidade de Coimbra (UC) classifica os SASUC como “uma referência incontornável na ação social em contexto universitário”, pelo que constituem uma das suas “unidades e serviços centrais”. Os SASUC, inicialmente designados por Serviços Sociais da Universidade de Coimbra, nasceram em 1966 com o Decreto-Lei n.º 47303, de 7 de novembro de 1966, que instituiu a criação deste apoio. Segundo o documento, o objetivo era dar
aos alunos “boas condições para se consagrarem ao estudo e a outras atividades complementares”. A ideia era trazer para Coimbra os benefícios que a Universidade do Porto estava a alcançar com uma ajuda semelhante aos seus estudantes. Deste modo, seria facilitada “a gestão regular e permanente de serviços universitários já existentes ou a estabelecer”. Aprovado em 2003, o Regime Jurídico do Desenvolvimento e da Qualidade do Ensino Superior reforçou que cabe ao Estado assegurar “o direito de igualdade de oportunidades de acesso, frequência e sucesso escolar pela supressão de desigualdades económicas, sociais e culturais”. Em 2007, alargou-se a atribuição de bolsas, através do que o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) diz ser uma “discriminação positiva dos estudantes economicamente carenciados com adequado aproveitamento escolar”. Nos últimos tempos, os SASUC têm sido amplamente criticados pela forma como estão a gerir a propagação da covid-19 nas residências universitárias. No seu Facebook, a Brigada Estudantil defende que “as condições nos quartos não são asseguradas para a prevenção do vírus” e que “as refeições não estão a ser providenciadas aos alunos infetados”, pelo que se gerou um “ambiente de desconfiança”.
João Assunção e Diogo Vale partilham a crença que hoje, em Portugal, continuamos a falar da redução e abolição da propina, porque a AAC e os seus sócios nunca deixaram o assunto cair em esquecimento. Apesar de ambos notarem o papel dos estudantes nas reduções recentes, reconhecem ao mesmo tempo a importância da conjuntura política nacional que as permitiu.
RJIES
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RJIES é a lei através da qual estão regulados aspetos relativos à “constituição, atribuições e organização e ao funcionamento e competência dos órgãos” das instituições de ensino superior. Regula também a fiscalização do Estado dentro da autonomia das instituições. Aprovado em 2007, o RJIES está intimamente ligado ao Processo de Bolonha. O seu objetivo é “a qualificação de alto nível dos portugueses”. Esta meta é conseguida com “a produção e difusão do conhecimento, bem como a formação cultural, artística, tecnológica e científica dos seus estudantes, num quadro de referência internacional”. O regulamento também promove o associativismo estudantil. Este instrumento jurídico promove ainda a divulgação do conhecimento científico, bem como as atividades de investigação levadas a cabo pelos estudantes e docentes aos quais incentiva à mobilidade. As instituições de ensino superior devem, por isso, desenvolver “ações de apoio à difusão da cultura humanística, artística, científica e tecnológica, disponibilizando os recursos necessários a esses fins”. Devem também “contribuir para a compreensão pública” nas mais diversas áreas do saber. É esta lei que determina a natureza binária
do ensino superior, dividindo-o entre público (instituições pertencentes ao Estado) e privado (instituições pertencentes a entidades particulares e cooperativas) e entre universitário e politécnico. As universidades estão “orientadas para a criação, transmissão e difusão da cultura, do saber e da ciência e tecnologia, através da articulação do estudo, do ensino, da investigação e do desenvolvimento experimental”. Os institutos politécnicos estão orientados para “o saber de natureza profissional”. No âmbito da responsabilidade social, cabe às instituições de ensino superior apoiar e criar condições para que os estudantes possam participar na vida ativa. Este incentivo não deve pôr em causa o desenvolvimento académico do estudante, pelo que lhe pode ser atribuído o estatuto de “trabalhador-estudante”. Aos alunos nesta condição são atribuídos modelos especiais de ensino para que a sua experiência no mundo do trabalho seja valorizada. O RJIES reconhece a autonomia das unidades orgânicas (como as faculdades) dentro das instituições do ensino superior. A lei compreende ainda a existência de apoios sociais (onde estão incluídos os SASUC) aos estudantes, salvaguardando os seus interesses.
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Regulamento eleitoral adapta-se à covid-19 CE apela ao uso de caneta e álcool gel próprio. Agora é possível acompanhar as eleições em direto - POR TOMÁS BARROS E MARÍLIA LEMOS -
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o passado dia 5 de novembro, foram aprovadas em Assembleia Magna (AM) mudanças no Regulamento Eleitoral. Devido à pandemia de covid-19 foi necessário delinear diferentes cenários para o funcionamento das eleições. Além da criação de um novo site, inscrever-se para o voto antecipado deixa de ser obrigatório. A presidente da Comissão Eleitoral, Dora Santo, elucida que, em função da pandemia, resolveu criar quatro cenários possíveis de eleição. O primeiro contempla um cenário idêntico no que conta aos locais de voto, com urnas colocadas em todos os Departamentos e Faculdades. Já o segundo dita que, no caso de alguma faculdade ou departamento encerrarem, as urnas passariam para o local eleitoral mais próximo. O terceiro, por sua vez, visa a possibilidade de existirem um número ainda mais reduzido de urnas por cada faculdade. Em último caso, pode ser colocado em prática o quarto cenário, que consiste na transferência das urnas para a Cantina dos Grelhados e para a Sala de Estudo da Associação Académica de Coimbra (AAC). Dora Santo, quando confrontada sobre a quantidade de pessoas que esses dois espaços iam concentrar, defendeu que as urnas iriam estar separadas e distribuídas: seis na Sala de Estudo e nove na Cantina dos Grelhados. Também o horário foi alargado para as 22 horas de forma a que as “pessoas possam votar mais espaçadamente e a não haver tantos ajuntamentos”. No que toca ao voto antecipado, este ano não foi necessária inscrição prévia. Dora Santo admite que decidiu “restringir certos aspetos e ampliar noutros”, para que, desta forma, qualquer “estudante que queira fazer o usufruto do voto antecipado vai poder fazê-lo sem qualquer tipo de inscrição”. Foi lançado no dia 11 o site “eleições.academica.pt”, onde vai ser possível acompanhar as eleições em direto, com a possibilidade de seguir a abstenção em cada urna. Uma outra funcionalidade do site permite aos utilizadores verificar, a partir dos seus dados pessoais, o seu local de voto. Também na plataforma podem consultar o regulamento eleitoral, as perguntas mais frequentes a respeito do processo e realizar qualquer tipo de reclamação à Comissão Eleitoral. Dora Santo realça que vai ser possível acompanhar já no dia do voto antecipado a abstenção em tempo real no ‘site’. Quando questionada se foram feitos esforços para contabilizar o número de estudantes com intenções de voto, Dora Santo admite que não. Assim, continuam aptos a votar todos os alunos matriculados até o dia 6 de novembro. Acrescenta ainda que não teve acesso a informação de “quem está em isolamento e quem não está”.
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Em relação aos estudantes que não se encontram em Coimbra, continuam impedidos de votar. A presidente da Comissão Eleitoral refere que ainda não conseguiram arranjar uma alternativa, pois não é viável realizar o voto por correspondência e apesar do voto eletrónico ser uma possibilidade, “ainda não está consagrado nos estatutos”. Estas eleições ficam marcadas pela realização de um debate eleitoral com os candidatos para a MAM/AAC. João Lincho e Matilde Ferreira estiveram frente a frente a discutir os seus ideais enquanto candidatos para o órgão da casa responsável por organizar e dirigir a AM e as eleições dos órgãos principais da AAC. Dora Santo faz uma série de apelos aos estudantes no que toca às eleições. Votos desprovidos de informação e consciência são tidos como uma abordagem inviável, visto que “procurar
saber mais sobre a MAM/AAC, a DG/AAC e todos os órgãos que estão a eleger projetos, é de extrema importância”. Dado a situação pandémica atual é de igual relevância manter presente as recomendações habituais relativas ao uso de máscara e álcool gel aquando do momento de voto. A presidente da Comissão Eleitoral pede ainda aos estudantes que procurem votar com a sua própria caneta, de forma a evitar outra fonte de contágio. Dora Santo acrescenta ainda que todos os estudantes devem efetuar a leitura do regulamento eleitoral para estarem a par de todas as regras e especificações destas eleições. Conclui com o apelo ao voto que, “mesmo em branco, seja informado e consciente, de forma a combater a crescente abstenção que tem vindo a marcar as últimas eleições”.
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Órgãos Centrais da AAC ASSEMBLEIA MAGNA Constituída por todos os estudantes da UC, é o órgão máximo deliberativo da casa. Pode ser convocada a pedido da Direção-Geral ou de cinco por cento dos associados efetivos da AAC e tem a obrigatoriedade de se reunir pelo menos quatro vezes ao ano. É da sua competência exclusiva a aprovação dos relatórios de contas uma semana após o parecer dado pelo Conselho Fiscal
CONSELHO FISCAL Principal órgão fiscalizador da casa, é responsável por dar os pareceres dos relatórios de contas de todos os organismos da AAC e festas académicas. É constituída por onze membros e as suas eleições ocorrem em março. Tem a palavra final no julgamento de irregularidades estatutárias investigadas pela Comissão Disciplinar
MESA DA ASSEMBLEIA MAGNA Constituída por um presidente, um vice-presidente e dois secretários, é quem divulga, organiza e dirige a Assembleia Magna. Detém a responsabilidade pelas eleições dos órgãos centrais da casa, de modo que o seu presidente também preside a Comissão Eleitoral dos mesmos
COMISSÃO DISCIPLINAR É o órgão de investigação da casa, criado nos últimos Estatutos da AAC. É eleita, em março, por representantes das secções e núcleos. Detém a tutela e iniciativa da ação disciplinar na sua fase de inquérito. Posteriormente, elabora uma nota de culpa acusatória que é entregue ao Conselho Fiscal
DIREÇÃO-GERAL É o órgão máximo executivo da AAC e tem o poder de convocar Assembleias Magnas. Faz a gestão da casa a nível financeiro e de ordem de trabalhos e põe em prática as decisões tomadas na AM. Constituída por 15 a 25 elementos, é subdividida internamente por pelouros
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“Académica de Gerações” e “Outro Futuro para a Académica” concorrem para a presidência da MAM/AAC Candidatos pedem por maior participação dos estudantes. Responsabilidade com a sociedade e abolição das propinas são algumas das bandeiras levantadas em campanha - POR LUÍSA TIBANA -
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ealiza-se nesta quarta-feira, 19 de novembro, a votação para a nova Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC) e a nova Mesa da Assembleia Magna da AAC (MAM/ AAC). A decorrer das 10 às 19 horas, a corrida eleitoral para a presidência da MAM/AAC vai ser entre João Lincho, da Lista G - “Académica de Gerações”, e Matilde Ferreira, da Lista F - “Outro Futuro para a Académica”. Devido às medidas de contenção da pandemia de Covid-19, os locais de votação só vão ser divulgados no dia 17 de novembro às 23h59. “Académica de Gerações” O candidato da Lista G declara que os planos do seu mandato seguem a temática do projeto encabeçado por João Assunção, as “gerações”. João Lincho acredita que, para além dos deveres para com a comunidade académica, “a AAC tem uma responsabilidade para com a sociedade, os habitantes de Coimbra e o resto do país”. João Lincho elucida que a “grande” diferença que se promove na sua candidatura é “uma maior discussão nos assuntos a serem deliberados”. O candidato alega que os problemas do quotidiano do estudante nunca vão sair do foco da discussão, no entanto, considera que também seja importante “discutir a parte que afeta o dia-a-dia de todas as pessoas, o que engloba a sociedade”. Declara ainda que é importante que os estudantes se sintam confiantes em participar nas assembleias. “O órgão é para esclarecer todas as dúvidas que existam, para sugerir, para discutir”. O candidato pela Lista G é mestrando em Engenharia Química na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e está envolvido em órgãos e projetos da AAC desde o seu primeiro ano de licenciatura. Nos últimos anos, João Lincho colaborou com o pelouro das Relações Externas, o
CÁTIA BEATO
pelouro da Cultura, a Assembleia de Revisão de Es- Desafios da pandemia e desinteresse da comunitatutos Extraordinária da AAC, a Comissão Organi- dade estudantil zadora da Festa das Latas e Imposição de Insígnias e Ambos os candidatos apontam a falta de particio Conselho Cultural. pação dos estudantes em AM como um dos maiores problemas a serem combatidos. João Lincho diz que “Outro Futuro para a Académica” a participação ativa dos estudantes é fulcral para a Matilde Ferreira declara que o seu mandato se academia. “A AAC funciona e apenas poderá funvai focar “numa divulgação mais forte da Assem- cionar com o estudante como seu centro ativo”, afirbleia Magna (AM)”. A candidata pela Lista F afirma ma o candidato da Lista G. Acrescenta ainda que o também que a bandeira principal da lista a qual per- combate a este desinteresse tem de ser feito em contence é a abolição das propinas. “Tal como está de- junto com os demais órgãos da casa. scrito na Constituição da República Portuguesa, o Os dois candidatos também concordam no que ensino deve ser preferencialmente público, gratuito toca às dificuldades que os membros da MAM/AAC e de qualidade em todos os graus”, esclarece. Con- enfrentam dentro do atual contexto pandémico. Setinua ainda que pretendem focar muito também gundo Matilde Ferreira, “a pandemia veio a agravar na questão do valor “exorbitante” da propina dos ainda mais a falta de participação dos estudantes alunos estrangeiros. “Enquanto não for possível a em Assembleias Magnas”. Completa ainda que, caso conquista da abolição total”, querem reduzir “signif- eleita, vai “promover as assembleias num espaço icativamente” a propina dos alunos internacionais e que cumpra todos os requisitos da Direção-Geral de de mobilidade, completa. Saúde, com distâncias de segurança e o uso de másA candidata almeja que o trabalho da Assem- cara obrigatório”. João Lincho declara que a equipa bleia Magna vá além de apenas aprovar orçamen- do projeto que está a abraçar também “vai fazer de tos e moções. “Falta muito uma vertente de luta e tudo para os estudantes irem à Assembleia Magna e levantamento de problemas atuais e concretos dos se sentirem sempre em segurança”. estudantes do Ensino Superior”, explica Matilde Ferreira. “A democratização do órgão e a mobili- O órgão máximo da AAC zação da luta contra problemas concretos são duas João Lincho destaca a importância da Assembleia das propostas para a AM”, completa. Magna e afirma que ela teve um papel essencial para Matilde Ferreira é aluna de licenciatura em Es- trazer estudantes para lutas reivindicativas. O candidatudos Artísticos na Faculdade de Letras da Univer- to pela lista G sublinha a importância da AM em mosidade de Coimbra e começou ano passado o seu mentos históricos da AAC. “Na Crise Académica de percurso na AAC. Na última eleição, participou da 1969, quando foi declarado o luto académico, foi numa Lista R: “Reerguer a Academia”, também liderada Assembleia Magna que foi feita uma mobilização em pelo atual candidato à presidência da DG/AAC, massa”, exemplifica. Matilde Ferreira completa que “a Diogo Vale. Para além disso, também se envolveu AAC tem um historial de luta, mesmo durante o fasno Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de cismo”. A candidata pela lista F diz ainda que este facto Coimbra durante o primeiro semestre do ano letivo é “uma afirmação constante do valor da democracia e 2019/2020. do valor democrático que tem este órgão”.
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Lista F - Outro Futuro para a Académica Diogo Vale, estudante do quarto ano de Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade da Universidade de Coimbra (UC), regressa para mais uma investida na Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/ AAC), desta vez em nome da Lista F. Fardo da propina, lotação das residências e a compostura dos serviços de ação social são alguns dos problemas atuais que o candidato reconhece - POR CÁTIA BEATO E BRUNO OLIVEIRA-
CÁTIA BEATO
17 de novembro 2020 De que forma é que a campanha e o seu financiamento se tiveram de adaptar à pandemia? Nós temos o plafond na papelaria da Associação Académica de Coimbra (AAC) e esse é a grande fonte de financiamento que nós temos. Esperamos também que se ponha em prática um outro financiamento feito por nós próprios. Por causa da pandemia, muitos dos estudantes não estão nas faculdades e hoje encontramos menos do que aqueles que encontraríamos há uns meses e isso exige uma maior necessidade em investir em materiais físicos, como cartazes que possamos colocar pela cidade, mas também na participação e intervenção nas redes sociais. O contacto com os estudantes não é impossível, mas com a entrada de Coimbra nos concelhos de risco vamos ter de avaliar melhor como faremos a partir de segunda-feira. Mas não queremos desistir e abdicar desse contacto. Contas com algum apoio partidário? Não. Quais são as bandeiras da tua candidatura? Nós apresentamos uma letra diferente, mas a posição que defendemos deve-se também à constatação de que os problemas não se alteraram assim tanto. É certo que a pandemia veio trazer algumas situações novas, mas acima de tudo veio agravar situações e problemas que já tínhamos. O peso da propina, a lotação das residências e a decência dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) são alguns dos problemas que os estudantes da UC enfrentam e aos quais a AAC não tem feito frente. Durante a chamada “primeira vaga” via-se essa negligência, portanto nós trazemos essas bandeiras porque para nós é fundamental resolver os problemas atuais dos estudantes mais do que os problemas dos antigos estudantes. Teremos de fazer frente a situações que põem em causa os valores da democracia e institucionais do Ensino Superior (ES) e da AAC. A DG/AAC atual tem vindo a seguir um caminho de maior afastamento dos estudantes. Porquê uma segunda candidatura depois de um resultado negativo? Ganhar a AAC é um meio para atingir um fim e não um fim em si mesmo. Se o que aconteceu no passado voltar a acontecer este ano, nós iremos concorrer novamente. Se os problemas são os mesmos então iremos voltar a falar neles. Não acho que ao perdermos as eleições uma vez estamos para sempre desacreditados. A nossa finalidade é mudança no funcionamento da AAC. Muito se tem falado dos problemas dos SASUC face à Covid-19. De que forma a DG/AAC pode intervir? A pandemia veio acentuar problemas estruturais do ES. Há vários anos que a oferta de residências em Coimbra era insuficiente para a quantidade de estudantes deslocados que nós temos cá e que as próprias condições dentro das residências não eram as melhores. Além disso, quando se coloca a necessidade de ter quartos de isolamento e de haver uma certa distância de segurança entre os estudantes, estes problemas tornam-se mais evidentes. Não é a DG/ AAC que por decreto vai alterar as coisas, mas tem o dever de pressionar para que haja uma resposta eficaz. Porém, acaba muitas vezes por ser também um problema de financiamento. O ES não tem meios e está cada vez mais com problemas que sucedem desse subfinanciamento crónico. A nível da gestão em si lembro-me de um episódio chocante que aconteceu no início da pandemia onde os SASUC ordenaram os estudantes a sair das residências com dois dias de antecedência e horários muito específicos. Os estudantes estavam a ser despejados das residências e na altura não só a DG/AAC não expôs este problema como quando confrontado com ele responderam que
não havia problema nenhum. Neste aspeto, os órgãos de comunicação social da AAC têm feito um bom trabalho também em auscultar os estudantes que estão nesta situação, mas faz toda a diferença quando é a própria DG/AAC. A propina desceu nos últimos anos. Achas que a luta dos estudantes contribuiu? O que ainda falta fazer? O percurso dos últimos anos é de tentar afastar a gestão do ES dos estudantes e isso vê-se com a aprovação do RJIES em 2007. O fundamental é a luta dos estudantes que acaba por fazer a diferença e acho que o desempenho do ES depende em grande parte desse conflito. Foi o que aconteceu quando o próprio RJIES meteu a possibilidade de transformar a UC numa Fundação. Graças à grande expressão dos estudantes, eles acabaram por vencer essa proposta e rejeitar o Regime Funcional. No que toca à propina, acho que houve uma mudança fundamental na governação que permitiu alguns avanços, mas penso que isso se concretizou porque os estudantes nunca esqueceram essa luta. Apesar da propina mínima e máxima baixar, esta é apenas uma parte do problema global. Continuamos a ter, inclusive aqui em Coimbra, propinas internacionais e de mestrado altíssimas. As bolsas tipicamente seriam indexadas ao valor da propina máxima e o que seria de esperar era que o valor das bolsas baixasse em relação ao valor das propinas dos estudantes de mestrado e de doutoramento, o que não se verifica. O problema da propina é ser abordado como um todo e as pequenas vitórias que temos notado nos últimos anos foram inéditas e devem ser incentivo para continuar esta luta. A DG/AAC em teoria é contra a propina, mas na prática isso não se verifica assim tanto. Disseste ao Jornal A Cabra que o RJIES deveria sofrer alterações para algo “mais justo”. Podes clarificar a tua visão sobre isto? Muitas vezes, quando se fala do RJIES, fala-se da importância da sua revisão. Este estabelece que deve ser revisto de x em x anos, o que não tem acontecido. Quando falo nesta questão do RJIES é no sentido de se fazer uma revogação. A meu ver, este regime veio tirar cada vez mais o controlo da gestão do ES aos estudantes. É o regulamento que vai determinar a formação do Conselho Geral da UC e o atual tem cinco representantes dos estudantes e dez personalidades externas, o que é ridículo. Não é possível entender como é que pessoas que não têm nada a ver com a Universidade têm mais a dizer sobre como ela deveria funcionar do que os próprios estudantes que a frequentam e para os quais ela existe. Não sabemos quando será a próxima vez em que os estudantes de Coimbra serão confrontados com a possibilidade de ver a sua universidade transformada em fundação, mas caso isso aconteça é provável que tenhamos de sair de novo para a ruas. O ideal seria que essa opção fosse completamente tirada da conversa. De acordo com o vosso programa têm uma visão para as bolsas de mérito diferente daquela que está em prática, certo? As bolsas têm a função de permitir aos estudantes a fruição do ES. Um jovem que está a estudar e não trabalha pode ser um fardo de despesas para a sua família mesmo sem propina, porque há toda uma outra quantidade de gastos associados à frequência no ES. Neste momento, as bolsas de mérito colocam em questão a forma como vamos financiar os estudos de quem tem o melhor progresso. Porém, e esta questão já é evidente no secundário, onde o desempenho também está
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altamente subordinado às condições financeiras dos alunos. Nós devemos lutar para que um trabalhador estudante não sinta sequer a necessidade de trabalhar para estudar. É um pouco problemático nós colocarmos esta ajuda financeira sujeita a esse desempenho. Há tantos contextos e tantos fatores externos que depois influenciam a performance dos estudantes que, bem esmiuçado, torna-se difícil ver o que é mérito e o que não é. Esse dinheiro, hoje utilizado em bolsas de mérito, deve ser utilizado para bolsas sociais, que têm critérios de atribuição que também devem ser repensados, e sobretudo devem ser aumentadas. As bolsas sociais não são acessíveis a estudantes internacionais e, portanto, se calhar alguns estudantes internacionais dependem completamente destas bolsas de mérito mas isso em si é que é o problema, porque se achamos que o ES deve ser universal então não deve ser só para os portugueses. Faz todo o sentido que o nosso Estado afirme esta convicção da importância do ES para todos os jovens. Embora o mérito seja difícil de determinar não me choca que haja assim uma valorização simbólica do bom desempenho. Esta questão surge no contexto dos problemas das bolsas de estudo como um todo e não uma questão separada. Como é que se pode combater o distanciamento entre a AAC e os estudantes? É preciso que um estudante, além de ter noção e de ser informado das possibilidades de atividade na Académica, reconheça que a sua participação é importante e consequente. A política que tem sido praticada pela DG/AAC ao longo dos anos é precisamente uma política que não dá voz aos problemas que os estudantes enfrentam no quotidiano. Por isso mesmo, como é que um estudante perante este contexto irá achar que é importante participar em algo que, no fundo, faz muito pouco por ele. A divulgação e a comunicação são fundamentais porque se não nos revemos nas políticas da Direção-Geral é porque alguém não os esclareceu bem. Em teoria, existe a possibilidade de uma atuação mais consequente e por isso concorro e tento ir às AM sempre que posso. Porém, sendo esta uma política que é seguida há vários anos, começa a instalar-se uma cultura de desinteresse, que depois é muito difícil desconstruir numa só eleição e sobretudo quando essa ação não parte dos órgãos que a deveriam fazer. Em termos de medidas práticas, é preciso a alteração de todo um comportamento dos órgãos da AAC para que os estudantes se sintam revistos neles. Achas que os estudantes veem esta lista como uma vantagem teórica para essa mudança? Nós candidatamo-nos para tentar ganhar e conseguirmos provocar uma mudança na política da AAC. O ano passado houve alguma expressão eleitoral de apoio à nossa lista e sobretudo uma grande abstenção. Notamos que de um ano para o outro há muita gente que se revê nas nossas palavras. Mas é óbvio que nós não temos as mesmas possibilidades e os mesmos meios que uma lista que se pode apoiar em toda a máquina da DG/AAC. Acredito que haja o reflexo desta necessidade de mudança agora, mas isto não vai ocorrer de um dia para o outro pois esta situação foi instalada ao longo de vários anos. Não vamos ser nós a fazer com que esta política, que estimula o desinteresse dos estudantes, desapareça assim tão rápido. E ela jogará sempre contra qualquer lista de rutura. Algum apelo que queiras fazer aos estudantes? Apelo a todos os estudantes que participem na vida da AAC ao longo de todo o ano. Isto é uma associação de estudantes e só fará sentido se os estudantes se revirem nela e participarem nela. A participação na AAC pode ser consequente e pode melhorar as suas vidas enquanto estudantes da Universidade de Coimbra.
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Lista G - Académica de Gerações João Assunção, atual vice-presidente da DG/AAC, candidata-se a presidente da mesma pela Lista G - “Académica de Gerações” e tem como um dos motes expandir a comunidade estudantil. Mestrando em Direito, o candidato propõe integrar melhor os antigos estudantes na AAC e um contacto mais direto entre a Associação e a cidade. João Assunção também visa a incorporação do Museu Académico e propõe reformas críticas na infraestrutura do edifício-sede
- POR ANA HAEITMANN E BRUNO OLIVEIRA -
NINO CIRENZA
17 de novembro 2020 De que forma é feito o financiamento da campanha? E de que forma é que a campanha se vai adequar à pandemia? O financiamento da campanha é feito totalmente na base do dinheiro dos seus participantes, dos candidatos da mesma lista. Quando começamos esta caminhada tínhamos muitas ideias do que podíamos fazer: ações de debate, de campanha, de demonstração do projeto e percebemos que algumas coisas não seriam possíveis fazer como estavam desenhadas, por isso fomos adaptando ao digital. Apostamos em reuniões com entidades estratégicas para aquilo que é o futuro da Associação Académica de Coimbra (AAC) e para o projeto desenhado para englobar e impactar gerações. Então foi basicamente essa a reformulação, com a certeza que vamos manter aquilo que é base de uma campanha para a Direção-Geral da AAC (DG/AAC), que é o espírito democrático, a intervenção cívica e o debate de ideias. A vossa lista tem apoio partidário? Não, claro que não. É curioso fazer essa pergunta, porque isso já foi uma realidade na AAC. Quais as bandeiras da candidatura? A candidatura centra essencialmente num mote fundamental: que a Académica não se resume ao impacto na comunidade estudantil. Temos estruturas culturais, estruturas desportivas e a sua própria capacidade de intervir civicamente e politicamente, o que faz com que nós consigamos impactar várias comunidades. Desde logo, a comunidade conimbricense, os cidadãos autóctones de Coimbra e os antigos estudantes que cá passaram e continuam com uma ligação afetiva à AAC. De que forma pretende efetivamente estimular uma Académica de gerações? Nós temos vários objetivos. Por exemplo, na questão da aproximação com a cidade de Coimbra, nós defendemos uma intervenção direta na Baixa da cidade. Através de medidas concretas, como uma rede de parceiros junto dos lojistas tradicionais na Baixa, possibilitando que eles possam comercializar aquilo que é a marca e o símbolo da AAC. Depois, exigir à Câmara Municipal de Coimbra uma presença assídua da associação nas festas da cidade e na feira cultural e literária, que são zonas fulcrais e onde a sua ausência é notada. Para além disso, acho que temos a capacidade de fazer na Baixa da cidade um evento exclusivo da AAC. Um dia dedicado àquilo que é o trabalho das estruturas culturais e desportivas e dos núcleos de estudantes para demonstrar a singularidade da AAC. Temos depois outros projetos, nomeadamente de aproximação às escolas secundárias e primárias. Já na questão do antigo estudante, temos vários projetos com os quais podemos impactar essas pessoas, desde logo, pretendemos construir uma plataforma interativa digital onde nós possamos captar os antigos estudantes de onde quer que eles estejam. Sendo tu vice-presidente, de que forma a tua candidatura é diferente da atual DG/AAC? Primeiro, queria dizer que esta não é uma lista de continuidade, ou um terceiro ano de mandato. Nós diferenciamo-nos, por exemplo, no mote que nos mobiliza, não querendo dizer que eu discordo do que foi feito, mas os princípios são claramente distintos. Por exemplo, aquilo que o Daniel Azenha realizou nos últimos dois anos estava centrado exclusivamente nos estudantes, o seu objetivo era impactar a comunidade estudantil. Eu, ao alargar o mote, alargo também aquilo que é a ligação desportiva, a intervenção cívica, destacando vários temas atuais que não têm sido tratados pela AAC. Acredito que a AAC não tem de trabalhar apenas a política educativa, mas começar a trabalhar temáticas do mundo moderno.
De que forma a tua experiência como vice-presidente pode ajudar? Sinto que estou preparado em termos administrativos, em termos de conhecimento da casa nas suas secções desportivas e culturais, naquilo que é a ligação ao Organismo Autónomo do Futebol (OAF) e naquilo que considero ser as prioridades políticas da AAC. Considero-me capaz de olhar para todo o conjunto da AAC e de ter um projeto coeso e plural. Como pretende lutar contra o abandono escolar causado pela pandemia? A última vez que tivemos uma taxa tão grande de abandono escolar foi na altura da troika. Portanto, acho que primeiro deve-se compreender como vai ser o fenómeno do abandono escolar já no início deste segundo semestre e a meio da pandemia. Após compreender isso, todos os mecanismos de combate estão em cima da mesa. Desde o mais pacífico, como o diálogo, até algo mais agressivo, como um processo de negociação legal com os partidos políticos na Assembleia da República de forma a prevenir que o abandono se alastre pela comunidade, e nunca descartando a manifestação pública. Vários estudantes das residências universitárias têm queixas em relação às medidas face à Covid-19. Qual a vossa visão em relação a este problema? Nós sabíamos que seria um ponto fundamental: se as residências dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) são capazes de responder àquilo que são as necessidades dos estudantes. Têmse notado várias críticas àquilo que é a gestão, dentro das residências, dos casos positivos. Espero que o fenómeno seja ultrapassado ao longo dos próximos meses, e que possamos voltar a lutar por aquilo que lutamos tradicionalmente: o aumento das camas, dentro do plano nacional do alojamento estudantil no Ensino Superior (ES). A questão dos casos positivos dentro das residências é algo que nos deve preocupar, mas é um problema que esperemos que seja passageiro. A questão estrutural das residências que leva ao abandono escolar, para mim é outra, como a falta de camas. Entendo que o objetivo principal dos SASUC é garantir um ensino universal e gratuito sem barreiras financeiras, e é aí que centro as minhas reivindicações. O que pode a DG/AAC fazer para aproximar os estudantes da associação? Um vetor central dessa aproximação é a AM/AAC. A associação académica está centrada na política educativa, mas temos de aumentar o seu objeto político discutindo temas como a política ambiental, a igualdade social. Seja qual for a roupagem que a desigualdade tenha deve ser abominada pela AAC. E ainda a defesa intransigente dos princípios democráticos na sociedade civil portuguesa. Hoje, a sociedade portuguesa consegue destacar muito bem um movimento político partidário que está em ascensão, e que tem na sua base princípios autocráticos, xenófobos e anti-democráticos. Sabemos bem que movimento é esse, e a minha intenção é que a AAC seja um baluarte contra a ascensão desse movimento partidário. A AM/ AAC é o órgão político máximo por natureza, o meu objetivo é que ela tenha uma decorrência muito maior e seja realizada mais vezes. A divulgação da assembleia é um tema atual. Achas que tem sido feito o suficiente? A divulgação é para ser aumentada, sim. Acho que foi cumprido aquilo que está nos estatutos. A AAC e os seus associados, felizmente, têm este princípio base, que é nunca chegar ao ponto ótimo de satisfação, e ainda bem. Se a AM foi suficientemente divulgada? Ela nunca é, a não ser que tenhamos 24 mil estudantes lá sentados. Acho que esse ponto ótimo nunca se atinge, há sempre espaço para melhorar. Aquilo com que me comprometo é que haja um salto progressivo ao longo do mandato nessa divulgação, e sobretudo na discussão política.
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Em outra entrevista mencionaste que o Museu Académico é uma prioridade. Sobrepõe-se aos problemas do edifício principal da AAC? O museu da AAC é tratado no mesmo capítulo que são tratadas as obras estruturais do edifício. Compreendemos que não podem ser feitas apenas pela DG/AAC, não há capacidade financeira para isso. Há uma necessidade de uma entidade co-financiar este projeto. Nós identificamos duas obras estruturais aqui no edifício, desde logo a renovação da rede elétrica, numa lógica de segurança e bem-estar de todos os utilizadores. Depois destaco outra renovação do edifício, que tem de ver com a remoção do amianto, nomeadamente na Direção-Geral e na RUC. Uma delas é obrigatória por lei e a outra é para salvaguardar. Temos de exigir à reitoria fazer estas obras. Para além disso, e a DG/AAC tem condições para as fazer, algumas obras pontuais para o bem-estar dentro do edifício. Por exemplo, a renovação de casas de banho, renovação de muros, pinturas, dos jardins. Os jardins também são um ponto central naquilo que é a questão do Museu Académico. Quais as estratégias para lidar com a dívida interna, nomeadamente a do Conselho Desportivo da AAC (CD/AAC)? A dívida é antiga e tem várias raízes. Na minha visão, tem de ser paga. Não pode ser paga de um ano para o outro naturalmente, pois é elevada. Tem de ser paga pela situação difícil como aquela que as secções desportivas hoje vivem. De facto a DG/AAC tem também a obrigação, dentro daquilo que são os seus recursos limitados atuais, de destacar algum do seu bolo financeiro para auxiliar aquelas secções. Tem de haver um plano de pagamento. Mas como é óbvio, a DG/AAC não consegue pagar isto em dois anos, nem em três, mas a boa vontade de tentar pagar é o mais importante neste momento. Qual o papel da DG/AAC na discussão das políticas do ES? Nesse aspecto, a AAC sempre foi um farol e sempre será. Mesmo quando grande parte das associações académicas se dispensaram dessa discussão, nomeadamente na questão a propina. Desde que esta foi criada no ES, a AAC esteve muitas vezes isolada na sociedade civil naquilo que era a luta pela propina zero. Felizmente, a nossa perseverança e o nosso esforço possibilitaram que, a partir de 2015, algumas associações académicas nacionais compreendessem que a nossa posição não era uma posição extremada. Era sim uma posição normal naquilo que é a defesa intransigente dos estudantes, e começaram-se a aliar àquilo que era a luta pela propina zero. Hoje, o que vemos são repercussões dessa luta de gerações. Aqui na AAC nunca ninguém deixou de discutir o tema e quando houve oportunidade político-partidária de se trabalhar, de facto trabalhou-se. Em relação à luta da propina, o que falta fazer? Falta chegar ao zero. Acho que a AAC não deve encarar a descida da propina como um troféu, mas pode é ter o troféu de que foi a única associação académica do país que nunca deitou a toalha ao chão. Se hoje houve consciência política para reduzir a propina ela deve-se em muito porque a AAC pôs na agenda essa questão. Falta eliminar todas as barreiras financeiras que impeçam que possamos encarar o ES como um bem público, universal e dotado de gratuitidade para todos. Isto é a pedra de toque para todo o meu projeto político. Não estamos só a trabalhar a propina, porque há outras barreiras que se colocam. Por exemplo, a compra de material. Uma pessoa que tenha capacidade de comprar todo o material necessário num curso não está na mesma situação de quem não tem. Na questão do alojamento também, na alimentação, nos transportes etc. São barreiras no acesso gratuito ao ES e a AAC tem de as combater.
10 Estatuto Editorial 12 de novembro 2019
Estatuto Editorial
DO JORNAL UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA A CABRA E DO PORTAL INFORMATIVO ACABRA.PT
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e a cord o c om o Ar t igo 17º, a l íne a 3 , d a L e i de Imprens a, qu a l quer publi c a ç ão de ve d ivu l gar, anu a l mente, o s eu est a tuto e ditor i a l.
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ACABRA e ACABRA.PT são dois órgãos de comunicação social académicos cujo objetivo é constituírem-se – numa simbiose capaz de aproveitar o formato e estilo diferente que cada um possui – enquanto Jornal Universitário de Coimbra.
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ACABRA e ACABRA.PT têm como público-alvo a Academia de Coimbra e é sob este princípio que se devem guiar as decisões editoriais.
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ACABRA e ACABRA.PT orientam o seu conteúdo por critérios de rigor, criati
vidade e independência política, económica, ideológica ou de qualquer outra espécie.
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ACABRA e ACABRA.PT praticam um jornalismo que se quer universitário no sentido amplo do termo – desprovido de preconceitos, criativo, atento, incisivo, crítico e irreverente.
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ACABRA e ACABRA.PT praticam um jornalismo de qualidade, que foge ao sensacionalismo e reconhece como limite a fronteira da vida privada.
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ACABRA e ACABRA.PT são na sua essência constituídos por um conteúdo informativo, mas possuem espaço e abertura para conteúdos não informativos, que se pautem por critérios de qualidade e criatividade.
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ACABRA e ACABRA.PT integram-se na Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra, perante cuja Direção são responsáveis; contudo, as decisões editoriais d’ACABRA e d’ACABRA.PT não estão subordinadas aos interesses ou a qualquer posição da Secção de Jornalismo, nem aquele facto interfere com a relação sempre honesta e transparente que ACABRA e ACABRA.PT se obrigam a ter perante os seus leitores.
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ACABRA é um jornal periódico, que acompanha os tempos de atividade letiva.
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Estatuto Editorial disponível em acabra.pt/estatuto-editorial
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Isenção, integridade, responsabilidade e factualidade que devem marcar o trabalho no Jornal Universitário de Coimbra implicam por parte dos seus jornalistas o conhecimento e aceitação de regras de conduta. Assim, o jornalista deve:
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Jornal Universitário de Coimbra se torne meio de comunicação de qualquer instituição, grupo ou pessoa. Num meio em que o desenrolar de acontecimentos pode afetar, direta ou indiretamente, o Jornal Universitário de Coimbra, o jornalista tem também de saber manter o distanciamento necessário para a produção de uma informação rigorosa. 6. Garantir a originalidade do seu trabalho. O plágio é proibido. Nestes casos, a Direção do Jornal Universitário de Coimbra e o seu Conselho de Redação deverão agir disciplinarmente e o jornal deverá retratar-se publicamente. 7. Recusar qualquer tipo de gratificação externa pela realização de um trabalho jornalístico. Estão excluídos deste grupo livros, CD, bilhetes para cinema, espetáculos ou ou tros eventos, bem como qualquer outro material que venha a ser alvo de tratamento crítico ou jornalístico; constituem também exceção convites de entidades para eventos que tenham um inegável interesse jornalístico (por exemplo, convites da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra para a cobertura do fórum AAC). Cabe à Direção do Jornal Universitário de Coimbra e ao seu Conselho de Redação resolver qualquer questão ambígua. 8. Qualquer desrespeito em relação aos pontos acima vigentes implicará uma queixa por parte da Direção do Jornal Universitário de Coimbra e do seu Conselho de Redação às entidades competentes, nomeadamente o Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra, ou à formalização de procedimentos legais.
17 de novembro 2020
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CRÓNICAS DO TRODA - POR ORXESTRA PITAGÓRICA -
Ora Ora, duas num mês, andamos muito potentes. Aproximam-se mais umas eleições, e dada a tradição já anda tudo com os órgãos regados de hormonas produzidas nas gónadas aos saltos, não podemos dizer pito porque é rude e o jornal censurava e assim conseguimos atingir mais facilmente o número de caracteres pedido. Este ano infelizmente já temos de ir a uma papelaria comprar material escolar, uma vez que não existiu a tradicional oferenda de canetas e afins. As nossas economias não aguentam. Já para não falar de todos os nossos colegas que de repente se auto-intitulam conhecedores da AAC, tradições, blá blá blá, mas só os vemos em tal edifício, apoiados em alguém, dado é o teor sanguíneo do álcool que lhes corre nas veias. Esses pequenos Padre António Vieira andam por aí a apregoar para votarmos na lista que lhes prometeu mais tacho, no entanto sabem tanto disto como daquela cadeira que estão há 3 anos para fazer. Mal sabem eles que não vão ter tacho nenhum porque só o tem quem de facto está na lista e andar na rua a angariar votos não é cargo para alguém de respeito que faça parte de uma lista destas dimensões. Uma vez que estamos no século XXI não iremos satirizar a entrada para postos de dirigente associativo através de favores de caráter libidinoso, dado que é de má fé andar a espalhar por aí esses boatos. Gostamos de salientar que após alguns anos de sabática, muito provavelmente a urna 17 de medicina irá regressar. Para os leitores
FOTOGRAFIA CEDIDA PELA ORXESTRA PITAGÓRICA
mais recentes que não conhecem a história dessa urna, perguntem àquele vosso colega com 7 matrículas que está a fazer uma cadeira de primeiro ano com vocês, ele provavelmente fez campanha nesse ano tão caricato. Aparentemente há uma lista que não sabe quando são as magnas. Um desses representantes que nos contacte a ensinar como é que eles fizeram para não receberem e-mails da DG, nós damo-vos os que eles nos mandam, não queremos isso para nada. A outra lista pretende criar um museu que representa a história da AAC, podem sempre ir pedir ajuda à malta que trabalha no Museu Académico. É a chamada lei do menor esforço, é como o Machado e a construção de rotundas, façam mais que ninguém repara.
Resumindo e concluindo, ninguém está para se incomodar a ter ideias originais ou que façam sentido, o que importa são cartazes grandes e “irreverentes” que chamem à atenção. Repararam como recorremos a aspas como forma de satirizar um adjetivo comumente utilizado entre estudantes para se referirem aos seus feitos? Neste caso não se trata de irreverência mas sim de lerdeza, visto que para ser irreverente é necessário saber do que se fala. Pronto já incomodaram o nosso cronista, visto que essas ideias associativas não fazem sentido, em solidariedade com essa gente, o fim desta crónica também não. Xau
OBITUÁRIO - POR CABRA COVEIRA -
QUERIDOS, ABANDONEI A AAC
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caba mais um ciclo na DG/AAC. Por um lado a tristeza de sair, por outro a ansiedade de voltar a comer picanha. Quinta-feira há jantarada marcada no Prazer das Carnes, ao menos lá não tem fila, como na cantina. O Daniel sai (e o Polo também), mas a luta continua. Existe continuidade? Depende a quem perguntarem. As caras mudam, as propostas ficam. O Museu Académico é uma ação anti-relâmpago. Em vez de rápido está a demorar e em princípio não cai do céu.
MAIS ÁLCOOL GEL MENOS TRAÇADINHO
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endito recolher obrigatório! Não há mais noites académicas para ninguém. Parece que agora finalmente vamos deixar de nos preocupar com as festas clandestinas na calada da noite, que alguns amantes da rambóia insistiram até agora em fazer. Bem podem tentar esconder-se nas tendas da praça, mas agora para além de doutores à procura de caloiros contem com a polícia para vos ir pôr a casa. Uma boleiazinha é sempre bem vinda, não é mesmo? Seja para subir a PAV ou a caminho da Conchada. Agora, nem festas de Erasmus nem Mandarim.
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EDITORIAL A abstenção é comportamento de risco - POR DANIELA PINTO -
O ano de 2020 foi envolto em mudanças. A chegada da doença covid-19 levou quase todos os estudantes a viverem um confinamento, as aulas a passarem a decorrer online, a Associação Académica de Coimbra a fechar portas durante o estado de emergência e a praxe ser suspensa. Mas há tradições que sobrevivem e se mantêm, como é o caso das eleições da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). A expectativa em relação a esta iniciativa é uma incógnita, tal como os tempos atuais que vivemos. Desta forma, a DG/AAC vai despedirse de Daniel Azenha, atual presidente, porque o tempo não para e novos presidentes surgem, assim como novos candidatos. No caso da DG/ AAC, que conta com duas listas na corrida pelo trono, temos de um lado João Assunção, atual vice-presidente, com o lema “Académica de Gerações” e do outro, pelo segundo ano consecutivo, Diogo Vale com a Lista F – “Outro Futuro Para a Académica”. Na categoria de eleições também se junta a eleição da Comissão Central da Queima das Fitas de 2021, que este ano não decorreu na famosa Secção de Moda, devido ao risco de contágio da covid-19. Mas com um ano tão atribulado nunca se sabe o que pode ainda acontecer. A Mesa da Assembleia Magna (MAM/ AAC) também não é exceção e conta com dois candidatos: João Lincho, da Lista G - “Académica de Gerações”, e Matilde Ferreira, candidata pela Lista F - “Outro Futuro para a Académica”. No fim de contas, espera-se que as promessas sejam cumpridas e os estudantes se interessem cada vez mais pela AAC e a abstenção seja cada vez mais pequena. Permanece também o desejo de que esta casa retorne ao seu funcionamento normal e que os novos estudantes ainda tenham tempo de conhecer a nossa histórica associação.
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Permanece também o desejo de que esta casa retorne ao seu funcionamento normal e que os novos estudantes ainda tenham tempo de conhecer a nossa histórica associação”
Ficha Técnica
Diretora Leonor Garrido
Jornal Universitário de Coimbra – A CABRA Depósito Legal nº183245702 Registo ICS nº116759 Propriedade Associação Académica de Coimbra
Editores Executivos Maria Monteiro e Daniela Pinto
Morada Secção de Jornalismo Rua Padre António Vieira, 1 3000-315 Coimbra
Equipa Editorial Tomás Barros e Bruno Oliveira (Ensino Superior), Nino Cirenza e Xavier Soares (Cultura), Francisco Barata e Diogo Machado (Desporto), Luísa Tibana (Ciência & Tecnologia),Cátia Beato e Maria Miguel (Cidade), Cátia Beato e Nino Cirenza (Fotografia) Colaborou nesta edição Tomás Barros, Cátia Beato, Ana Haeitmann, Marília Lemos, Francisco Martins, Bruno Oliveira, Luísa Tibana Conselho de Redação Carlos Almeida, Luís Almeida, Inês Duarte, Filipe Furtado, Hugo Guímaro, Margarida Mota, João Diogo Pimentel, Paulo Sérgio Santos, Pedro Dinis Silva, Pedro Emauz Silva
JORNAL UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA
Fotografia
Ilustração João Ruivo Paginação Luís Almeida, Leonor Garrido
Impressão FIG – Indústrias Gráficas, S.A. Telf. 239499922, Fax: 239499981, e-mail: fig@fig.pt Produção Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra Agradecimentos Reitoria da Universidade de Coimbra Tiragem 200