José Pedro Oliveira Henriques Costa
Povoamento e organização do território na Proto-História entre as Serras do Gerês, do Barroso e da Cabreira: o caso do Baixo Rabagão
Seminário de Projecto em Arqueologia Faculdade de Letras da Universidade do Porto Porto, 2006
Seminário de Projecto da Licenciatura em Arqueologia elaborado sob a orientação do Prof. Doutor António Baptista Lopes apresentado à Faculdade de Letras da Universidade do Porto
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1. Introdução
2. O quadro geográfico 2.1.
Introdução
2.2.
Limites geográficos
2.3.
Relevo
2.4.
Geologia e recursos minerais
2.5.
Clima
2.6.
Rede hidrográfica
2.7.
Solos e vegetação
3. Evolução do Povoamento: das origens aos finais do IIº Milénio a.C.
4. O Quadro do Povoamento 4.1.
Fontes de informação
4.2.
Inventário de sítios
5. Padrões de Assentamento 5.1.
Integração no relevo
5.2.
Tipologia dos assentamentos
5.3.
Relações com o meio
6. Considerações Finais
7. Bibliografia 7.1.
Suporte documental
7.2.
Suporte informático
7.3.
Suporte cartográfico
8. Estampas
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1. Introdução 4
O estudo que agora apresento é o corolário de um ano de investigação arqueológica realizada na região do Baixo Rabagão. Os fundamentos que motivaram a escolha deste tema e da região da bacia hidrográfica do Rabagão para a realização deste seminário de projecto devem-se em primeiro lugar, ao facto da Proto–História e os povoados fortificados constituírem uma área de estudo que sempre despertou em mim um grande entusiasmo. Em segundo lugar, motiva-me poder contribuir com um novo manancial de informação para a região, produzido ao longo de um ano de trabalho. A imprecisão da localização de muitos sítios arqueológicos no espaço geográfico em estudo sugeriu a necessidade de uma revisão critica, a inventariação e cartografias precisas e a elaboração de um inventário pormenorizado dos povoados fortificados da região. O meu interesse pelos razões que estarão na base da escolha, pelas comunidades, deste ou daquele sítio para a implantação dos povoados, motivou a minha procura para a compreensão do modelo de povoamento da região, reflectido no tipo de assentamento e na sua relação com o meio circundante. Assim os trabalhos realizados por alguns autores tais como ROMERO MASIÁ (1976), Alan TRANOY (1981); Ferreira de ALMEIDA (1983); Armando Coelho SILVA (1986; 1999); Manuela MARTINS (1990); Francisco QUEIROGA (1992); Jorge ALARCÃO (1992); António P. DINIS (1993), Ricardo TEIXEIRA (1996), Brochado de ALMEIDA (1996), Ana BETTENCOURT (1999); António B. LOPES (2003), apresentavam-se como obras de referência para o estudo agora desenvolvido. A grande extensão da área compreendida entre as Serras do Barroso, Cabreira e Gerês, associada a uma grande densidade de povoados fortificados existentes nesta zona, levou-me a optar pelo estudo de uma parcela desse espaço. Resolvi, por conseguinte, escolher a parte inferior do rio Rabagão (Baixo Rabagão), que por ausência de informação geográfica relativamente à sua divisão, assumi, como seu início a partir da Barragem do Alto Rabagão. Naturalmente, este não será um estudo integral da área do Baixo Rabagão, já que decidi, nesta fase, incidir o trabalho na relocalização e caracterização de sítios referidos bibliograficamente, criando um catálogo de sítios apropriado, sobre o qual realizaremos exercícios de tentativa de
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estabelecimento de um quadro evolutivo do povoamento e do seu próprio assentamento e relações com a paisagem. Contudo, este, como todos os ensaios, cobre-se de limitações, que me impede frequentemente de possuir uma mais fidedigna percepção do que tentamos obter. Neste caso concreto, poderei apontar como principais entraves, a carência de publicações científicas relativas aos sítios em causa, a ausência de escavação em qualquer um dos sítios estudados, e, as dificuldades de acessos e visibilidade, quer de estruturas, quer de materiais, de todos os locais em análise neste texto.
Apesar de tudo, devo referir que, esta é uma boa iniciativa por parte dos docentes do curso de Arqueologia, já que incita os alunos à investigação pessoal, como o trabalho de campo, a redacção de textos elaborados, à análise de dados entre outros trabalhos que implicam o desenvolvimento do discente. Num futuro próximo, quiçá o trabalho de mestrado, talvez possa desenvolver no Alto e Baixo Rabagão um estudo mais aprofundado do seu povoamento durante a Proto-História e Romanização, onde já será possível incluir a descoberta de sítios inéditos, analisar a arqueologia espacial do território e tentar realizar sondagens arqueológicas que visem a “calibração” cronológica dos povoados.
Na realização deste Seminário de Projecto em Arqueologia foi possível utilizar todos os conhecimentos metodológicos que assimilei durante o curso, nomeadamente as relacionadas com prospecção arqueológica, cartografia, topografia, análise cerâmica e fotografia.
Como corolário do trabalho realizado resultou esta obra que dividimos em oito partes:
1. Introdução: clarificam–se os objectivos e as motivações que resultaram na escolha do tema e da espaço geográfico investigado.
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2. A Região: descreve–se o quadro natural do território em questão, que poderá colaborar na compreensão das motivações para o assentamento das comunidades. 3. Povoados: expõe–se o inventário dos povoados. 4. Exame da evolução do povoamento, projectada na organização do habitat na área compreendida entre as serras do Barroso, do Gerês e da Cabreira (Baixo Rabagão). 5. Padrões de assentamento: tentam–se definir padrões de assentamento, apoiados num conjunto de factores como a integração no relevo, a tipologia dos povoados e as relações com o meio ecológico envolvente. 6. Considerações
finais:
são
tecidos
alguns
comentários
sobre
o
ordenamento do Baixo Rabagão. 7. Bibliografia: menciona–se a bibliografia citada ou consultada para a realização desta obra. 8. Estampas: inclui Mapas, Fotografias
Não desejaria finalizar esta introdução sem esquecer as dificuldades sentidas na realização deste Seminário, principalmente no que diz respeito à falta de tempo que pude dispor para tal. As minhas obrigações profissionais como Assistente Administrativo no Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto, obrigou a sacrificar muito tempo que certamente prejudicou de alguma forma este trabalho, pois a dedicação ao Seminário nunca pode ser total. Quero expressar os nossos agradecimentos a todos aqueles que contribuíram para a elaboração deste trabalho. A minha gratidão vai, de um modo muito especial, para o meu orientador, Prof. Dr. António Baptista Lopes, pelo auxílio e disponibilidade constante. Ao Dr. Miguel Moura, residente em Montalegre, que me facultou muita bibliografia regional e me acompanhou nalgumas prospecções. Ao Nuno Carvalho e ao António “Cem” de Vila da Ponte que nos prestou preciosas informações sobre alguns sítios. Ao, Rui Pedro Barbosa. 7
2. O quadro geogrรกfico 8
2.1. A região Esta região que esta a ser investigada no âmbito do Seminário de Projecto em Arqueologia, situa-se no Noroeste de Portugal (Est. I, 1) e é segundo Jorge DIAS (1949), uma grande unidade geográfica que estabelece uma transição entre o Baixo Minho e Trás-os-Montes oriental, opinião partilhada por Orlando RIBEIRO (1998: 188, 189). No ponto de vista humano apresenta muitas afinidades com o Minho montanhoso. A pobreza do solo e a rigidez do clima não permitem uma cultura remuneradora dos cereais, apesar da abundante precipitação proporcionar a extensão dos pastos naturais que garantem o sustento do numeroso gado. As pastagens ocupam os fundos e as vertentes dos vales, ou seja as terras mais férteis, humedecidas pelas águas de lima. Os pastos irrigados do Barroso são um dos traços mais característicos da rude paisagem de planaltos, desnudada, pobre de tintas, na rasura do restolho, na gleba arroteada, na messe ondulante e nos mesquinhos episódios hortícolas desde as pradarias até ao baldio dos cerros, não raro encabeçados de formidáveis acidentes geológicos que tornam o ambiente mais silencioso (PROENÇA 1995: 466-467) O camponês, por vocação, criado de gado, começou pouco a pouco, a consagrar-se à agricultura. O centeio, de afolhamento bienal, era o cultivo quase exclusivo e típico da região. Contudo o milho foi introduzido naturalmente nos vales profundos e intensificou-se o seu cultivo em virtude do acréscimo contínuo da população. Se a cultura do milho, tão adaptável aos terrenos húmidos e à criação de gado não tem cessado de progredir nesta zona, é preciso reconhecer que a cultura verdadeiramente revolucionária tem sido a da batata, pela sua elevada rentabilidade. Não obstante, esta produção é em pequena escala, porque a insegurança não estimula os poucos que continuam a desbravar a terra, gastando quase sempre mais do que aquilo que conseguem recuperar (FONTE&FONTES 2005: 17). A cultura da vinha nestas alturas, é mínima. Não contando alguns vales bastante profundos cuja produção é apreciável, a vinha não passa de um pormenor insignificante na economia local.
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2.2. Limites geográficos O âmbito geográfico desta investigação compreende o curso Médio e Inferior do Rio Rabagão, tributário da margem esquerda da Bacia Hidrográfica do Rio Cavado, localizado no Noroeste de Portugal, na extremidade Noroeste da província de Trás-os-Montes.
As delimitações são as seguintes: A Norte esta área encontra-se definida por um conjunto de elevações, que separam esta do vale do rio Cavado até Oeste da povoação de Viade de Baixo, e, a Nordeste tem como barreira física a Barragem do Alto Rabagão. A Noroeste a separação caracteriza–se por uma linha de montes bastante íngremes com direcção Oeste-este, à freguesia de Ferral unindo na linha de montes escarposos que finam no Rio Cávado. A Este, a delimitação faz–se a Oeste da povoação de Alturas do Barroso (Couto do Sudro), prologando–se até ao marco geodésico da Armada já em plena Serra do Barroso descendo até à zona da Tapada dos Pigões a Noroeste da freguesia de Cerdedo. A Sul, a fronteira está definida pela existência da Serra de Melca a Este das povoações de Tabuadela e Carvalho pela Serra das Torrinheiras já integrada na Serra da Cabreira a Sudoeste. A Oeste, o limite caracteriza–se pela existência de uma zona planáltica, começando na aldeia de Caniço, passando pelos lugares de Linharelhos, Lamalonga, no marco geodésico de Campos, Chã Pequena acabando no Rio Cavado.
A região está compreendida a Oeste pela coordenada de longitude 8º 01’ 39.4’’ Oeste, a Norte de latitude 41º 46’16,3’’ Norte, a Este 7º 49’ 56,9’’ Oeste e a Sul pela latitude 41º 35’ 34,5’’Norte, ocupando uma superfície de cerca de 115 km2, correspondendo a cerca de metade da sub bacia hidrográfica do Rio Rabagão
Administrativamente
integra
parte
dos
concelhos
de
Montalegre
(freguesias de Covelo do Gerez, Ferral, Fervidelas, Pondras, Reigoso, Salto, 10
Venda Nova, Viade de Baixo e Vila da Ponte), Boticas (freguesia de Alturas do Barroso e Cerdedo), ambas do Distrito de Vila Real, e, Vieira do Minho (freguesias de Campos e Ruivães) do Distrito de Braga.
2.3. Relevo De um extremo ao outro da área que estamos a investigar e mesmo extravasando-a, as montanhas quebram a regularidade e monotonia das superfícies mais ou menos horizontais: é uma região difícil de definir no ponto de vista morfológico, visto o seu carácter misto, planáltico e montanhoso. Estes traços geomorfológicos são em parte condicionados pela natureza contrastada dos dois tipos litológicos principais existentes na zona, xistos e granitos. Assim as áreas xistentas apresentam-se em geral com declives mais moderados e com uma rede de drenagem dendrítica mais densa que nos granitos. Estes apresentam um padrão de drenagem subrectangular típico, sendo frequentes os vales de fractura. Fazendo parte de um conjunto de relevos que marginam a Oeste o Maciço Hespérico, esta região é caracterizada, de forma genérica, por se apresentar como uma série complexa de planaltos, os quais se constituem numa grande unidade geográfica que estabelece a transição entre o Baixo Minho montanhoso e os planaltos de Trás-os-Montes: o Barroso (RIBEIRO 1987). No centro do Barroso, na margem esquerda do Rabagão, fica situada a mais extensa área montanhosa da região: a serra do Barroso - 1279m, orientada de Nordeste a Sudoeste, cuja superfície regular dos cimos é cortada por "cotos" graníticos. Mais a oriente, passado o vale do Beça, o cone deprimido da Serra do Leiranco - 1155m, é o ponto culminante de uma linha de alturas que, descendo da fronteira, na direcção Norte-Sul, se prolonga até ao Tâmega, interrompida pela Veiga de Boticas. A carta altimétrica (Est. II, 2) e hipsométrica da região (Est. 3, 3) (INSTITUTO DO AMBIENTE 1982) mostra-nos altitudes variáveis, nas zonas mais baixas, onde o Rabagão desagua no Rio Cávado, com a média das elevações a rondar os 400-450m. No vale do Rabagão da barragem da Venda 11
Nova até à barragem do Alto Rabagão os valores andam no intervalo dos 700800m e nas zonas mais interiores como na Serra do Barroso as altitudes a ultrapassarem os 1000m.
2.4. Geologia e recursos minerais O Baixo Rabagão está inserido na Zona Centro – Ibérica, sobretudo na sub zona Galiza Media – Trás-os-Montes (NORONHA&RIBEIRO 1983: 4). Nesta zona distinguem–se essencialmente dois tipos de formações: granitóides e metassedimentos, abrangendo 75% e 25% da área, respectivamente. Segundo o ATLAS DO AMBIENTE (1982), os granitos correspondem a rochas eruptivas plutónicas e os metassedimentos a formações sedimentares e metamórficas. Os metassedimentos parecem corresponder a parte das formações dos quartzitos inferiores e do complexo dos xistos e grauvaques do subdominio peritransmontano.
Xistos Ocorrem na região Sul da folha 6A na zona das Minas da Borralha o predominância de xistos quartzíticos (Unidade Inferior) em relação aos xistos pelíticos e aparecem associados a quartzitos em bancadas lenticulares, decimétricas a métricas. Existe ainda outro tipo de xistos pelíticos (Unidade Superior) com raros níveis de xistos quartzíticos caracterizados por uma granularidade media com forte foliação.
Granitos A observação do mapa geológico da região em estudo indica a grande concentração de rochas graníticas. Na zona central da folha existe a mancha de Pondras encaixada por metassedimentos e a mancha da Borralha, a sul que vai desde as minas da Borralha ate ao maciço do Gerês. Este é um granito de grão grosseiro a médio, porfiróide, com megacristais menores de 5 cm geralmente orientados e de duas micas. Na área da freguesia de Campos e no lugar da Borralha existem pequenas manchas dispersas de granitóides, sendo caracterizadas por rochas de granularidade media a fina possuindo uma cor escura (NORONHA&RIBEIRO 1983: 7-10). Também com estas características 12
de granulosidade existe na serra das Torrinheiras no limite entre Cabeceiras de Basto e Montalegre. Este granito é de grão fino a médio, moscovítico e fortemente orientado (NORONHA et alii 2000: 16). Na zona da Borralha e Paredes da freguesia de Salto ocorrem algumas manchas de granitóides de grão grosso a médio, com orientação Oeste-Noroeste/Este-sudeste que vem desde o maciço do Gerez passando pelas minas da Borralha e se estende ate à Reboreda, e aqui deparáramos com um granito de granularidade fina a média com uma cor escura “rocha negra” (idem, 24). Na zona de Vila da Ponte encontramos manchas de granitos de grão médio por vezes de tendência porfiróide com abundância da biotite. Na parte Sudoeste da folha 6A existe o granito da Cabreira e constitui o essencial da serra do mesmo nome. Granitos médios e grosseiros, tendência porfiróide de duas micas podemos observar na região de Ruivães no flanco Nordeste da Serra da Cabreira, na Serra do Barroso e nos Pisões (vizinhanças da Barragem do Alto Rabagão).
O potencial aurífero da região do Noroeste de Portugal está atestado nos historiadores antigos como Estrabão (VELOZO&CARDOZO 1965:24-25) e Plínio-o-Velho (GUERRA 1995: 40-41) e a informação presente para a nossa área de investigação e para todo o vale do Rabagão no que diz respeito aos recursos minerais disponíveis, parece confirmar as teses dos autores clássicos. Apesar de não constarem na área, minas de exploração de ouro (MARTINS 2005: in genere), os principais minérios extraídos foram os de volfrâmio e estanho cuja extracção teve lugar no Couto Mineiro da Borralha (Norte da folha 6C) cujas primeiras concessões mineiras datam do início do séc. XX. Os minérios eram explorados a partir de filões quartzosos e dos ”pipes”, com preponderância para a volframite (NORONHA et alii 2000: 37-38). Na zona Sudeste do Couto Mineiro da Borralha as concessões eram para a exploração de cassiterite. A Oeste do Couto Mineiro da Borralha localiza–se o Couto de Campos onde foram explorados alguns filões que constituem o prolongamento para poente do sistema filoniano que foi explorado nas minas da Borralha (NORONHA&RIBEIRO
1983:
20),
cremos
que,
no
futuro,
e
com
o
13
prosseguimento de estudos que a isso o visem, possam surgir novos dados correspondentes a explorações mineiras já de períodos antigos neste território.
2.5. Clima A região que estamos a estudar insere–se climatéricamente na Província Montanhosa do Norte de Portugal (RIBEIRO et alii 1988: 364-366). A modificação espacial do clima na região, apresenta-se, por um lado, segundo uma orientação Oeste/Este, resultante da influência decrescente das massas de ar provenientes do oceano para o interior; por outro lado, é resultado da disposição do relevo, que permite a passagem ou permanência daquelas massas de ar, bem como das diferenças de altitude por ele introduzidas. Os contrastes climáticos existentes traduzem-se, grosso modo, na existência de climas frios, embora sujeitos a uma certa moderação atlântica, nos lugares de altitude mais elevada, e de climas quentes, caracterizados por acentuadas amplitudes térmicas, nas depressões. A região de Montalegre e Boticas insere-se no conjunto das montanhas do Norte de Portugal (RIBEIRO et alii 1987), individualizando um conjunto climático caracterizado por temperaturas médias baixas (<15ºC), temperatura moderada no Verão (<20ºC), fraca amplitude térmica anual (<12ºC), e precipitação, regra geral superior a 1000m, com um ou dois meses em que é inferior a 30mm. Deste modo, acima dos 700m ou 800m, a temperatura média desce para 10ºC, ocorrendo durante 6 meses abaixo desse valor. O Verão relativamente quente e o Inverno longo, frio e nevoso. Nos vales e nas bacias interiores como o Baixo Rabagão, encravadas entre montanhas e planaltos, o clima, com tonalidades continentais, é muito mais seco, os Invernos são moderados e os Verões ardentes podendo atingir a temperatura máxima de 46ºC.
Temperatura Na maior parte do concelho, a temperatura média anual varia entre 7.5ºC e 10ºC (INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). Ao longo do ano, os valores médios das temperaturas máximas variam entre 6.4ºC em Janeiro, e 23.2ºC em Julho, registando-se, neste mês, a temperatura máxima mais elevada (34.5ºC). 14
Os valores médios das temperaturas mínimas, variam entre 0.4ºC, em Janeiro, e 11.7ºC em Agosto, registando-se, no mês de Fevereiro, a temperatura mínima mais baixa, (-11.6ºC). As temperaturas máximas superiores a 25ºC ocorrem de Maio a Setembro, registando-se com maior frequência, em Julho. O período em que se registam temperaturas mínimas inferiores a 0ºC, decorre de Novembro a Abril, com uma maior frequência em Janeiro.
Precipitação Na região, os quantitativos pluviométricos médios anuais variam entre os 1000mm e os 2800mm (INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). A distribuição da precipitação no ano é bastante irregular, verificando-se uma nítida demarcação entre um semestre húmido, de Outubro a Março e um semestre seco de Abril a Setembro, ocorrendo contudo em todos os meses. De uma maneira geral o mês de Julho regista os valores mais baixos e o mês de Janeiro os valores mais elevados, ao qual se seguem por ordem decrescente os meses de Novembro, Março, Dezembro e Fevereiro. Estes cinco meses reúnem 65.9% da precipitação total anual.
Vento A orientação dominante dos ventos reflecte as influências opostas do mar, ventos de Oeste, Noroeste e Sudoeste, os ventos da chuva e do continente, ventos de Este e Nordeste (INSTITUTO DO AMBIENTE 1975). A influência continental exerce-se sobretudo no Inverno, quando no continente arrefecido existe um máximo barométrico que impulsiona os ventos para o oceano; a influência oceânica, faz-se sentir ao longo de todo o ano, diminuindo para o interior pois o conjunto montanhoso do Gerês, Cabreira, Alvão e Marão, constitui uma barreira à livre circulação dos ventos atlânticos. Também se faz sentir nos vales e depressões, que apresentam uma orientação quase meridiana. Num grande número de localidades, o vento pluvioso é o que sopra de Sul.
15
Humidade Relativa A humidade relativa média do ar é de 75 – 80 % num sector mais húmido, a Sudoeste, com valores entre 75-80%, sendo superiores a 80% no extremo a Sul da freguesia de Salto e num sector menos húmido, a Nordeste, com valores entre 70-75%.
2.6. Hidrografia A rede Hidrográfica do Rio Rabagão (Est. IV, 4). ocupa uma área total de 248 Km2 e corresponde juntamente com o rio Homem aos afluentes mais importantes do rio Cávado. O Rio Rabagão, na margem esquerda, atravessa a depressão transmontana flanqueada por norte pela serra do Gerês e por Sul pelas Alturas do Barroso, desaguando perto de Venda Nova, ainda na serra do Gerês, mas já com a sua margem esquerda na vertente da serra da Cabreira. com um comprimento de 37 km rena uma área de 248 km2. 1 Segundo José Dias BAPTISTA (1993: 26) tem aparecido este curso de água com as designações seguintes: Rabagão, Rebagão, Regavão, Rio de Vila da Ponte e Rio Misarela. Este curso de água era supracitado por Pinho LEAL (1873-1890: 102103): “O Rio Regavão nasce no Sul do lugar de Codeçoso da Chã, freguesia de Meixedo, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, província de Trás os Montes. Toma uma direcção tortuosa pelas planícies da freguesia da Chã, recebe pela margem direita ao lugar de Negrões o ribeiro da Castanheira e da esquerda, o riacho de Morgade. Recebe vários ribeiros que se lhe juntam por ambas as margens atravessa as freguesias de Vila da Ponte e Pondras abaixo da Ponte da Misarela depois de receber o rio da Ponte do Arco”. A importância da tectónica, traduzida pela fracturação que o maciço apresenta, encontra expressão morfológica nos numerosos vales de traçado rectilíneo existentes na bacia. É exemplo disso, o Rabagão com direcção Estenordeste/Oeste-sudoeste 2 Pode-se considerar um rio de montanha, apresentando um perfil com declives acentuados em toda a extensão do seu percurso, que é coberto pelos 1 2
Plano Hidrográfico da Bacia do Cávado, 2000, vol.1, Síntese, pp. 2 Idem
16
seus espelhos de água. Ao longo do seu percurso, o rio sofre uma variação de nível desde 280 metros na confluência com o rio Cávado até 1000m nas cabeceiras 3 Segundo o INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) a evapotranspiração real anual fornece valores que variam entre 600 e 800 mm). Os valores mais altos correspondem às zonas localizadas nas barragens da Venda Nova e Alto Rabagão.
2.7. Solos e vegetação As características do solo de uma bacia hidrográfica, em conjunto com o seu
uso,
são
factores
que
têm
uma
influência
preponderante
nas
disponibilidades hídricas da bacia. O tipo de solo predominante na área abrangida constituída por Rankers é o Cambissolo de rochas eruptivas, sendo a restante área da bacia, Cambissolos de xistos (Est. V, 5) A região possui solos com uma acidez elevada, registando valores entre os 4.6 – 5.5 na margem direita do Rabagão, e solos ainda mais ácidos com valores ou iguais 4.5, na margem esquerda do mesmo rio (INSTITUTO DO AMBIENTE 1980).
Dos recursos florestais que a região possui, podemos assinalar uma grande disseminação do carvalho roble (quercus robur), do pinheiro bravo (pinus pinaster), na zona da Venda Nova e Vila da Ponte o sabugueiro (sambucus nigra) e já perto da barragem de Paradela a Oeste da barragem do Rabagão, encontramos a dispersão da cerejeira (prunus cerasus) e da gingeira (prunus avium). Os revestimentos vegetais mais comuns nesta zona são a urze, a carqueja, a queiroga, a giesta e o tojo (BAPTISTA 1999; 336)
3
Idem, pp.29
17
3. A Evolução do Povoamento: das origens aos finais do IIº Milénio a.C.
18
Actualmente não são conhecidos vestígios arqueológicos no território, que correspondam a época cronológica do Paleolítico e do Mesolítico. Com o avanço do processo de neolitização, e consequente aparecimento da agricultura e a modificação da paisagem natural, como consequência da desflorestação, provocada certamente por uma maior pressão humana e pelo domínio de uma utensilagem mais eficaz, multiplicam–se os vestígios de presença humana no vale do baixo Rabagão confirmada pela presença de monumentos megalíticos. São vários os exemplos de sepulturas megalíticas que podemos encontrar na nossa área de trabalho. Estes estão disseminados pela paisagem na sua generalidade localizam – se em planaltos, de altitude variável entre os 800 e 1080 metros de altitude estando preferencialmente assentes nas formações graníticas ou silúricas. Para este inventário recorremos a obras da especialidade (JORGE, V. 1982), onde podemos assinalar o conjunto de mamoas da Pedra da Caldeira a Nordeste de Vila da Ponte, um sepulcro no Alto da Carmadoira a Sudoeste de Fervidelas, no Marco Velho no limite dos concelhos de Montalegre e Boticas em plena Serra do Barroso, no planalto da Senhora da Livração a Nordeste da aldeia de Pai Afonso, na Lamachã a Sudeste da Venda Nova e duas mamoas junto
a
Fontadelos
a
Sudoeste
da
povoação
de
Pomar
da
Rainha
(NORONHA&RIBEIRO 1983: 24) Relativamente à Idade do Bronze temos a ocorrência duas cistas no lugar do Gorgulão, freguesia de Vila da Ponte, provavelmente associadas aos rituais funerários. A primeira descoberta em 1931 (SANCHES 1980; 1981; JORGE 1986: 870-71; BAPTISTA 1999), em que o monumento estaria orientado de Oeste-este e continha três vasos que estão depositados no Museu de Antropologia do Porto. Estes vasos, são de fabrico manual, apresentam uma pasta de textura compacta, com desengordurantes constituídos por elementos de quartzo de médio calibre. As superfícies são polidas e de cor castanha clara. O segundo achado verificou-se em 1994 (BAPTISTA M. 1994) e forneceu uma cista, com orientação Noroeste/Sudeste, que continha um vaso trococónico inteiro, de perfil irregular, de bordo sub-horizontal, fundo plano pelo exterior e ligeiramente convexo pelo interior, que o autor na 1ª metade do II milénio a.C.
(SILVA, M. A. 1994). A pasta é de textura compacta, 19
acastanhada, com grãos de quartzo de médio e grande calibre com fraca percentagem de mica. As superfícies internas e externas são alisadas. O fabrico é manual e apresenta uma decoração plástica aplicada a toda a volta do bordo enquadra. Em 1938, na mesma freguesia, no lugar da Lomba, foi descoberta uma cista que continha um exemplar de vaso tronco-cónico semelhante ao da cista do Gorgulão (BAPTISTA 1999) 4. Na margem de um afluente do Rabagão, em Vila da Ponte, foram encontradas há vários anos, umas contas policromas de pasta vítrea, de cronologia indeterminada, que estão guardadas no Museu de Antropologia do Porto (CARDOZO 1943: 15-16). Numa recente monografia do concelho de Montalegre, o autor Manuel DIAS (2002: 132), refere a uma descoberta em 1938, de um machado em bronze, no lugar da Veiga, em Vila da Ponte, não obstante de não encontrarmos mais referências de um tão importante achado.
4
SANCHES 1980, refere achado em Portela do Gorgurão, freguesia das Alturas de Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, localização refutada pelo autor neste artigo.
20
4. O Quadro do Povoamento 21
4.1. Fontes de Informação A elaboração do presente estudo alicerçou–se na pesquisa bibliográfica, na prospecção de terreno e nas informações orais. A pesquisa bibliográfica foi apoiada em revistas e publicações, quer da especialidade quer monografias regionais serviu de base de identificação de alguns sítios. A quase inexistência de estudos específicos sobre a região obrigou-nos a consultar uma extensa bibliografia geral. Foram consultadas obras clássicas da bibliografia histórica portuguesa nacional e regional como por exemplo a “Corografia Portuguesa” (COSTA 1706-1712), “De Antiquitatibus conventus bracaraugustani”, (ARGOTE 1728), as “Memorias para a Historia Eclesiástica do arcebispado de Braga” (ARGOTE 1732), o “Portugal Antigo e Moderno” (LEAL- 1873-1890). Informações
essenciais
foram
fornecidas
pelas
obras
de
cariz
monográfico (COSTA 1968; 1987; MARTINS, J. 1992; BAPTISTA 1993; DIAS 2002; BORRALHEIRO 2005; FONTE&FONTES 2005). Relativamente à bibliografia de estudos relacionados com o património e arqueologia devemos referenciar os trabalhos de Fernando Braga Barreiros, militar de carreira que prestou serviço em Montalegre, como Comandante da Secção da Guarda Fiscal, um estudioso da história, das tradições e cultura das terras de Barroso, publicou em 1914 “Ensaios de inventariação dos castros do concelho de Montalegre, artigo igualmente publicado no Arqueólogo Português (BARREIROS 1915), inventariando para o concelho de Montalegre um total de 53 povoados. Em 1920 publicou na separata do Arqueólogo Português “Materiais para a arqueologia do concelho de Montalegre” (BARREIROS 1920). Na década de 60, iniciou–se um importante ciclo de pesquisas à volta do Castro de São Vicente da Chã sob a direcção Santos Júnior da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (SANTOS JUNIOR 1963; SANTOS JUNIOR&ISIODORO 1963; SANTOS JUNIOR&FREIRE 1964). Importante foi também o contributo de Maria Cristina SANTOS (1969) e do Pe. João G. Costa que realizou a monografia sobre as Terras de Barroso, mas também abordou a vertente arqueológica (COSTA 1963). José Dias Baptista, natural do concelho de Montalegre também conhecido pelas suas publicações do “Pais Barrosão”, publicou na separata da 22
revista Aquae Flaviae, um artigo sobre os castros de Montalegre (BAPTISTA 1989), onde tentou realizar a cartografia estes povoados. No nosso ponto de vista, esta publicação ao nível cartográfico apresenta–se confusa, e, peca pela ausência da descrição dos sítios arqueológicas e das referências bibliográficas essenciais ao estudo de povoados fortificados e da Proto-História em geral. Um trabalho mais rigoroso é apresentado por Luís FONTES (1992), que apesar de incluir sítios arqueológicos da nossa área de estudo, estes correspondem a épocas cronológicas diferentes, mormente o período romano e medieval. Porém, na minha opinião a totalidade das publicações acerca dos povoados fortificados do Baixo Rabagão apesar de toda a sua importância informativa, mostram–se desactualizadas e carecem de rigor cartográfico.
4.2. Inventário de sítios A composição de um inventário de sítios arqueológicos do curso do Baixo Rabagão visou obter uma base cartográfica rigorosa para a região, algo que até hoje ainda não fora concretizado. Procurou–se através do inventário e cartografia de todos os vestígios de ocupação humana conhecidos na região em estudo, esboçar as primeiras linhas gerais do povoamento do período Proto-histórico.
A apresentação das estações arqueológicas obedece a um esquema com a seguinte exposição: um primeiro conjunto de informações que referem o distrito, concelho e freguesia por ordem alfabética. Segue-se o topónimo, Código Geográfico Nacional (C.G.N.), nº da Carta Militar 1.25.000 (C.M.P.) do Instituto Geográfico do Exército, nº da Carta Geológica 1.50.000 (C.G.P), as coordenadas geográficas retiradas em relação ao meridiano do Greenwich, coordenadas Gauss-Militar, e altitude. A cada povoado é concedido um número de ordem, para facilitar a sua identificação na leitura cartográfica. Para a comprovação da localização dos sítios, procurei a averiguação dos limites de freguesia e os valores das coordenadas geográficas através do Instituto Geográfico do Exército. 23
O segundo grupo descreve os acessos, o meio físico e ecológico envolvente, onde se analisa a topografia do local, condições naturais de defesa, potencialidades económicas do meio envolvente e visibilidade. O
último
bloco
de
informação
faz
a
descrição
do
povoado,
particularmente à sua planta, sistema defensivo, estruturas visíveis e espólio identificado, além da respectiva bibliografia
Para que o levantamento resultasse, exaustivo e o mais completo possível, munimo–nos de cartas topográficas nas escalas 1:50.000 e 1:25.000. Foram inventariados todos os povoados conhecidos na região do Baixo Rabagão. A identificação dos povoados, apesar de uma morfologia muito homogénea, não constituiu grandes problemas. A sua implantação verificou–se na
generalidade
em
pequenos
outeiros
ou
esporões
montanhosos,
tradicionalmente utilizados como terrenos de pastoreio que nesta região é muito frequente ou de aproveitamento florestal (FONTES 1979: 83-92). Contudo a densa cobertura florestal que cobre alguns dos povoados por vezes dificultou a observação de estruturas. Por vezes foi igualmente difícil observar quaisquer elementos que permitissem esboçar ainda que sumariamente, a estrutura dos povoados. Todos os sítios inventariados foram visitados uma ou mais vezes consoante as necessidades. Porém foi nossa opção inventariar todos os povoados da região, mesmo quando os conhecimentos sobre estes nos oferecessem duvidas quanto à sua cronologia. Toda a descrição foi o mais exaustiva possível, relatando–se o que era na altura, observável, correndo–se mesmo o risco de alguma inexactidão, que poderá ser corrigida em revisões futuras caso os sítios continuem intactos. Para enriquecer o trabalho, todos os sítios apresentam o seu registo fotográfico, com a devida orientação e para oferecer uma
melhor panorâmica
dos
sítios,
realizei
todos
os
perfis
topográficos dos povoados analisados. Além das principais referências bibliográficas (BARREIROS 1915: 211213; BAPTISTA 1989: 111-124; QUEIROGA 1992 192-196; SILVA 1986: 88-89), alguns povoados foram identificados com base na sua toponímia, característica esta, que permite associar antigas ocupações humanas a sítios na paisagem (MOITA 1966), nas características topográficas e na observação de vestígios 24
de estruturas, onde por vezes foi possível observar fragmentos de cerâmica e estruturas
pétreas.
Não
foi
possível
estabelecer
uma
caracterização
cronológica e cultural da ocupação dos povoados rigorosa, devido à ausência de escavações arqueológicas e à escassez do próprio espólio observado. Outra das dificuldades da elaboração deste Seminário, deve-se ao facto de não existir uma única publicação que faça uma descrição de um só povoado. Nas publicações que os referem, alguns povoados surgem com erros de informação a nível da localização 5, e a inexistência de outras referências bibliográficas sobre o sítio em questão.
5
Em algumas publicações, certos povoados aparecem com as coordenadas geográficas erradas, e mesmo a própria freguesia onde estão inseridos.
25
Vila Real Boticas Cerdedo 1. Alto da Pedra Pinta, Outeirões C.G.N.: 170206 C.M.P.: nº 45 (Alturas do Barroso - Boticas) (Est. VI, 6) C.G.P.: nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º 42’ 15, 5’’ N Longitude: 07º 53’ 19’’ W GAUSS: X – 220346 / Y – 526132 Altitude: 1090 m
Acessos – Na aldeia de Coimbró, junto a uma vacaria, existe um caminho em terra onde seguimos cerca de 300m. Ao chegarmos a uma cancela de um campo do nosso lado esquerdo, entramos e seguimos a direcção do sítio onde se vê o marco geodésico no seu topo. Relevo – O Alto da Pedra Pinta corresponde a um outeiro com a cota absoluta de 1097m, de formato quase cónico que possui um pendor algo inclinado para Norte, Oeste e Sul. Este está bem visível na paisagem, mormente quem observa do lado esquerdo do Rabagão. Hidrologia – O Alto da Pedra Pinta é uma zona bem irrigada e aqui nascem alguns cursos de água que desaguam nas duas linhas aquíferas que delimitam o cabeço. A corga da Agueira e o corgo de Vale Caoris, tributários do Rabagão (Est. VI, 7). Substrato rochoso – Xistos peliticos, com raros níveis de xistos quartzíticos e com intercalações de rochas calcossilicatadas e de líditos. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. A Noroeste existem solos da Classe C e a Norte Classe A + F. Recursos minerais – Num raio de 5km não se conhecem jazidas de minério. Visibilidade – O sítio possui uma visibilidade excelente em quase todos os quadrantes, exceptuando a este e sudeste, onde existem cumeadas de maior altitude.
26
Estruturas e material – Não se detectaram nem estruturas ou material arqueológico. A visibilidade no sítio era praticamente nula, devido à intensidade de vegetação composta por mato espesso. Vegetação – Existência de mato rasteiro (urzes e carqueja) que cobre a cumeada por completo. Bibliografia - SILVA 1986: 89 nº 467
Montalegre Ferral 2. Castra C.G.N.: 170609 C.M.P.: nº 44 (Ruivães – Vieira do Minho) (Est. VIII, 14) C.G.P.: 6A (Montalegre) Latitude: 41º 42’ 38,1‘‘ N Longitude: 07º 49’ 56,9’’ W GAUSS: X – 225023 / Y – 526844 Altitude: 670 m
Acessos – Depois de passar a barragem da Venda Nova (E.N 103-8) segue-se cerca 300m e encosta-se o veículo no largo em terra à nossa esquerda. Relevo – O povoado da Castra está localizado no topo de um morro com a cota máxima de 682m, que goza um declive abrupto voltado para o Rio Rabagão. Este cabeço está relativamente visível na paisagem, sobretudo quem presencia do lado sul do referido rio (Est. VIII, 16) Hidrologia – O monte da Castra possui uma linha de água que passa que nasce no monte de Santo António a Norte e vai desaguar no Rabagão onde finda o monte. É uma zona pouco irrigada, porque está condicionada pela barragem da Venda Nova, algumas centenas de metros atrás (Est. VIII, 15). Substrato rochoso – Granitos porfiróides, de grão médio a grosseiro, de duas micas, essencialmente biotíticos. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Existem solos a Noroeste Classe C e a Norte Classe A + F e solos tipo A, a Sudoeste.
27
Recursos minerais – Num raio de 5km existem a Nordeste jazidas de volfrâmio e a Sul, filões de tungsténio. Visibilidade – O sitio possui uma visibilidade um pouco redutora, sendo o principal quadrante de clareza o vale do Rio Rabagão, voltado a Este. Estruturas e material – Foram detectadas algumas estruturas que podem corresponder ao sistema defensivo do povoado. É notório a existência de alinhamento de lajes, supondo a existência de muralhas. A figura 16 (Est. VIII) parece sugerir um fosso defensivo na parte central do povoado. Estas observações foram possíveis, devido á existência de um incêndio em 2005, que permitiu a melhoria da visibilidade no local. Vegetação – Devido ao incêndio não existe quase vegetação, apesar do crescimento recente de fetos. Existem também pinheiros bravos. Bibliografia: BAPTISTA 1989 111-124; BARREIROS 1915: 213 nº40
Salto 3. Cabanas C.G.N.: 170626 C.M.P.: nº 44 (Ruivães – Vieira do Minho) (Est. XI, 22) C.G.P.: 6A (Montalegre) Latitude: 41º 39’ 59,5’’ N Longitude: 7º 59’ 09,1’’ W GAUSS: X – 212266 / Y – 521915 Altitude: 860 m
Acessos – A chegarmos ao centro do lugar de Linharelhos (via Salto E.M. 1025-2), nas primeiras casas, virar à esquerda e seguimos num caminho de terra batida. Andamos cerca de 50 m e aparecem três novamente três trilhos, e aí seguimos o da esquerda cerca de 50m onde temos de estacionar o veiculo onde o resto do caminho tem de ser em caminhada. Relevo – O povoado de Cabanas está localizado no topo de um cabeço situado no Norte do planalto de Linharelhos, com a cota absoluta de 869m, que apresenta um declive escarpado a Norte, voltado para o Rio Rabagão. Este
28
cabeço está relativamente visível paisagem, sobretudo quem presencia do lado Sul do Rabagão Hidrologia – O monte das Cabanas é uma zona com muita irrigação, já que, além do Rabagão estar junto ao povoado, aí também nascem variadas linhas de água (Est. XI, 23). Substrato rochoso – Granitos porfiróides, de grão médio a grosseiro, de duas micas, essencialmente biotíticos. Adjacente a este local a Oeste, existem xistos pelíticos, com abundantes níveis de xistos quartzíticos e com intercalações de líditos, de quartizitos e de rochas calcossilicatadas. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Existem solos a Oeste de Classe A. Recursos minerais – A Oeste existe o couto mineiro de Campos, com explorações de tungsténio. Visibilidade – Este povoado usufrui de uma visibilidade excelente para todos os quadrantes. Estruturas e material – Não se detectou espólio arqueológico, não obstante, observamos uma estrutura pétrea (Est. XI, 22) que poderá eventualmente corresponder a uma linha de muralha ou um talude. Vegetação – Este sítio apresenta uma vegetação variada, com urze e carqueja. Também existem alguns pinheiros bravos. Bibliografia: BAPTISTA 1989: 111-124
4. Castelos C.G.N.: 170626 C.M.P.: nº 59 (Dornelas – Boticas) (Est. XIII, 28) C.M.P. nº 6C (Cabeceiras de Basto) Latitude 41º 36’ 18, 7’’ N Longitude 7º 56’ 15, 9’’ W GAUSS X – 216287 / Y – 515112 Altitude 1030m
Acessos – Os acessos fazem-se de Salto pela E. N. 311 para sul na direcção de Lodeiro de Arque (aproximadamente 5km) a partir de onde seguimos para
29
este para a Portela do Fril, onde seguimos por caminho carreteiro cerca de 300m. Relevo – O povoado dos Castelos está situado numa pequena rechã muito rochoso, com a cota absoluta de 1038m, possuindo um declive abrupto orientado para Oeste e Norte. A estação está relativamente visível na paisagem. Hidrologia – O monte dos Castelos tem a Leste uma nascente de água que desagua no Ribeiro de Brangadoiro. A Sudeste nascem alguns cursos de água que pertencem ao Ribeiro de Poiares, mas este já drena para o Rio Tâmega (Est. XIII, 29) Substrato rochoso – Granitos de duas micas, de grão médio e de grão médio a grosseiro. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Existem solos a Noroeste de Classe C e Classe A + F. Recursos minerais – Existem no local filões de tungsténio. Visibilidade – Actualmente a visibilidade é limitada pela grande quantidade de vegetação arbórea no local. Contudo, sem o florestamento do local, podemos deduzir que este local teria uma óptima visibilidade, com um raio de quase 360º. Estruturas e material – Não se encontraram qualquer tipo de estruturas ou espólio arqueológico. Vegetação – Vegetação arbórea, pinheiros e carvalhos, além da vegetação arbustiva, com urzes, fetos e giestas. Bibliografia: BARREIROS 1915: 213 nº45; QUEIROGA 1992: 195 nº514; SILVA 1986: 89 nº476
Venda Nova 5. Castro de Codeçoso, Monte do Castro C.G.N.: 170633 C.M.P.: nº 44 (Ruivães – Vieira do Minho) (Est. XVI, 36) C.G.P.: nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º 41’ 37,9’’ N Longitude: 7º 57’ 12, 7’’ W
30
GAUSS: X – 214951 / Y – 524959 Altitude: 720 m
Acessos – Na E.N. 103 em direcção a Montalegre, logo a seguir à povoação de Codeçoso, aparece uma sinalização do lado esquerdo para o Castro. Relevo – O arqueossítio do Castro está assente num cabeço com a cota absoluta de 732m, e apresenta um declive de pendor relativamente suave até ser absorvido pelas águas do Rabagão. Este sítio está relativamente visível na paisagem, devido à sua posição no meio do rio. Hidrologia – O Castro de Codeçoso, desde a década de 50 6, está submerso parcialmente pelas águas do Rabagão. Contudo, constitui uma zona irrigada, já que apresenta algumas linhas de água que nascem no próprio monte (Est. XVI, 37). Substrato rochoso – Xistos peliticos, com raros níveis de xistos quartzíticos e com intercalações de rochas calcossilicatadas e de líditos Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. Existem a Nordeste, solos de Classe C + F. Recursos minerais – Existem jazidas de estanho a Sudeste. Visibilidade – O sítio possui uma visibilidade razoável. Estruturas
e
material
–
Foram
detectadas
construções
que
podem
corresponder a duas linhas de muralha (Est. XVI, 38). A foto aérea fornece também uma óptica, daquilo que poderá ser uma construção de formato circular, tipicamente castreja, talvez habitacional. Encontramos ainda o que parece ser um fosso artificial, visível na (Est. XVI, 39). Fontes orais 7 referem que esse fosso foi construído no tempo dos mouros para se defenderem de ataques. A nível de espólio encontrou-se alguns fragmentos de cerâmica micácea bastante rolados, restos de escória de fundição e também partes de tegulae. Há anos atrás, nesta estação arqueológica, pela mão de Martins CAPELLA (1895: 99) foi descoberto um marco miliário com a milha XXXVIII desde Bracara Augusta a Aquae Flaviae, que entretanto foi destruído. Com
6
Situada na bacia hidrográfica do Cávado, foi construída no Rio Rabagão em 1951. Esta barragem possui 97 m de altura e o comprimento da coroa é de 230 m.
7
Informação fornecida pelo Sr. Adriano “da Praça” do lugar de Currais.
31
estes dados, parece confirmar-se a romanização deste local e segundo Lereno BARRADAS (1956: 44), aqui se situaria a mansio de Praesidio do Itinerário de Antonino. Vegetação
–
A
vegetação
no
local
é
abundante,
sendo
constituída
principalmente de urzes, carqueja e fetos. Bibliografia: ALARCÃO 1988: 8 nº 159-160; BARRADAS 1956: 159-240; BARREIROS 1915: 213 nº39; BELCHIOR & HESPANHA 1959: 143-161; CAPELLA 1895: 99 nº9; CARDOZO 1943: 109-116; COSTA 1987: 43; RODRIGUEZ
COLMENERO
1987:
397,
400,
402,
438;
RODRIGUEZ
COLMENERO et alii 2004: 117-118, 125, 165; TRANOY 1981: 208 nº25
Viade de Baixo 6. Andelhe, Fezelhe, Ponte dos Mouros C.G.N.: 170634 C.M.P.: nº 45 (Alturas do Barroso – Boticas) (Est. XVIII, 44) C.G.P.: nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º 42’ 59,1’’ N Longitude: 7º 52’ 05,74’’ W GAUSS: X – 222043 / Y – 527480 Altitude: 940 m
Acessos – O acesso pode ser feito junto ao restaurante “A Cista”, onde subimos o caminho em terra que há do outro lado da estrada cerca de 1 km até encontramos o castro de Andelhe. De jipe é possível chegar ao sítio arqueológico. Relevo – O castro de Andelhe está situado no topo de uma cumeada com a cota absoluta de 949m, ostentando um declive bastante íngreme orientado para Oeste, Norte e Este. A estação arqueológica está relativamente visível na paisagem e encontra-se protegida dos quadrantes Sul e Este. Hidrologia – Relativamente aos recursos hidrológicos, o Castro de Andelhe está numa zona bem irrigada, sendo delimitado por dois cursos de água que pertencem ao Corgo da Lebesta (Est. XVIII, 45).
32
Substrato rochoso – Granitos de grão médio a grosseiro, de duas micas. É adjacente ao local, granito de grão médio, de tendência porfiróide, de duas micas, essencialmente biotítico. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe C. A Oeste existem solos de Classe A e a Sul, solos de Classe A + C. Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério. Visibilidade – O sítio possui uma boa visibilidade, como se pode comprovar na Fig. Onde conseguimos ver a ao fundo a Serra do Larouco. Estruturas e material – Detectaram-se alinhamentos pétreos, que podem corresponder à linha de muralha no topo do cabeço (Est. XIX, 47). Também é visível a existência de derrubes de pedra faceada que podem pertencer aos mesmos alinhamentos. Não se detectou espólio arqueológico. Vegetação – O monte está quase coberto de matagal rasteiro, sendo constituída sobretudo de urzes e carqueja. Bibliografia: BAPTISTA 1989: 111-124; QUEIROGA 1992: 196 nº 526; SILVA 1986: 89 nº 468
Vila da Ponte 7. Castelo, Castelo da Lomba, Monte do Castelo C.G.N.: 170635 C.M.P.: nº 32 (Montalegre) e nº 45 (Alturas do Barroso–Boticas) (Est. XX, 52) C.G.P.: nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º 44’ 17,3‘‘ N Longitude: 07º 53’ 38,4’’ W GAUSS: X – 219893/ Y – 529888 Altitude: 900 m
Acessos – A partir do da aldeia de Bustelo, junto à capela existe um caminho empedrado que nos leva exactamente ao Castelo, a uma distância de cerca 500m. Relevo – O Monte do Castelo está situado num plateau de grande dimensão cuja cota máxima é de 916m, apresentando um pendor relativamente suave na parte central do monte, e um declive mais acentuado nos lados Oeste e Este. A
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estação arqueológica apresenta-se mais visível na paisagem do quadrante Este. Hidrologia. – O Monte do Castelo está situado numa zona bem irrigada, nascendo aí um regato que desagua no Ribeiro de Cambela que delimita o povoado do lado Este (Est. XX, 53). Substrato rochoso – Granitos de grão médio a grosseiro, de duas micas. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe A + C. A Este existem solos de Classe C, e a Norte, solos de Classe A. Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério. Visibilidade – O sítio possui uma boa visibilidade, especialmente para a linha montanhosa situada a Leste. Estruturas e material – Não se detectaram qualquer tipo de estruturas ou espólio arqueológico, devido possivelmente, ao extenso matagal que aí se encontra. Segundo as fontes orais 8, o Monte do Castelo assentaria no morro rochoso que se observa na (Est. XX, 54) Vegetação – A vegetação existente resume-se a uma grande quantidade de giestas e urzes. Bibliografia: QUEIROGA 1992: 195 nº 512; SILVA 1986: 89 nº 465
8. Castro de Valongo, Espartida, Ponte dos Mouros C.G.N.: 170635 C.M.P.: nº 45 (Alturas do Barroso) (Est. XXIII, 59) C.G.P.: nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º 43’ 47,7’’ N Longitude: 7º 54’ 36,4’’ W GAUSS: X – 218556 / Y – 528970 Altitude: 840 m.
Acessos – O acesso deve ser feito a partir da aldeia de Ladrugães (E.M. 606), onde viramos à direita no segundo caminho. Seguimos cerca de 50m e viramos
8
Informação prestada pelo Sr. Manuel do lugar de Bustelo. A Sul deste povoado existiria ainda a Mina dos Moiros, que supostamente guardava tesouros escondidos e terá levado muitos rapazes, durante a mocidade do Sr. munidos de enxadas e picaretas, sem êxito à procura do referido tesouro.
34
para outro caminho à esquerda. O Castro de Valongo aparece cerca de 800m do nosso lado direito. Descrição física – O Castro de Valongo assenta num pequeno esporão. Este morro assume uma forma quase piramidal e está ladeado pelo corgo do Valongo, constituindo um local bem irrigado. Relevo – O povoado está situado num morro de formato quase piramidal, cuja cota máxima é de 848m, que está situado no extremo Este do monte da Mijanceira e apresenta um declive abrupto em quase todos os quadrantes. A estação arqueológica não é muito perceptível na paisagem, devido à existência de uma linha de monte junto a Pormidelo, impossibilitado a observação do povoado. Hidrologia. – O sítio do Castro de Valongo está numa zona de boa irrigação já que é delimitado pelo Corgo de Valongo (Est. XXIII, 60) Substrato rochoso – Xistos peliticos, com raros níveis de xistos quartzíticos e com intercalações de rochas calcossilicatadas e de líditos. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe F. A Sudeste existem solos de Classe A. Recursos minerais – Num raio de 5km não existem jazidas de minério. Visibilidade – O sítio possui uma visibilidade algo redutora para Nascente, mas possui um bom horizonte visual para Sul. Estruturas e material – Foram observadas algumas estrut pétreas (Est. XXIII, 62). Existência de vários fragmentos de cerâmica e escoria de fundição. Segundo José Dias BAPTISTA (1990: 153) e RODRIGUEZ COLMENERO et alii (2005: 124) a localização da mansio, Praesidio, do Itinerário de Antonino seria no Castro de Valongo. Vegetação – Devido à ocorrência de um incêndio em 2005, nota-se a precedente existência de giestais, e actualmente observa-se algumas espécies herbáceas Bibliografia: BAPTISTA 1989: 111-124; 1990: 135-182; QUEIROGA 1992: 195 nº 513; RODRIGUEZ COLMENERO et alii 2005: 124; SILVA 1986: 89 nº 466
9. Crasto, Cabeça da Armada, Boca dos Infernos C.G.N.: 170635 C.M.P.: nº 45 (Alturas do Barroso – Boticas) (Est. XXV, 67) 35
C.M.P. nº 6A (Montalegre) Latitude: 41º42’ 39,4’’ N Longitude: 7º 54’ 12,9’’ W GAUSS: X – 219104 / Y – 526864 Altitude: 810 m
Acessos – Na E.N. 103 em direcção a Montalegre, paramos no entroncamento que dá acesso à capela de Sra. de Fátima e à povoação de Vila da Ponte. Do lado direito da estrada, existe um trilho em terra batida em que subimos a pé cerca de 100 m até ao Crasto. Relevo – O Crasto assenta num pequeno esporão no extremo Oeste do monte dos Outeirões, com uma cota absoluta é de 812m. A estação arqueológica não é muito perceptível na paisagem, devido à existência de uma linha de monte junto a Pormidelo, impossibilitado a observação do povoado. Hidrologia – O sítio do Crasto está num espaço de boa irrigação porque está situado no meio de dois pequenos vales, existe uma linha de água junto ao povoado e mais duas, uma a Norte e outra a Sul, que nascem no Monte dos Outeirões (Est. XXV, 68) Substrato rochoso – Granitos porfiróides, de grão médio a grosseiro, de duas micas essencialmente biotíticos.. Aproveitamento agrológico dos solos – Solos de Classe A + C. A Oeste, existem solos de Classe C + F e a Norte solos de Classe A. Recursos minerais – A Sul existem jazidas de estanho. Visibilidade – O sítio possui uma visibilidade boa para todo o vale do Rabagão, embora a Este tenha uma visibilidade mais limitada. Estruturas e material – Detectaram-se alguns alinhamentos pétreos, que possivelmente pertencem ao sistema defensivo do povoado (Est. XXV, 70). Não se observou espólio arqueológico. A densidade dos arbustos dificultou a observação das estruturas existentes. Vegetação – Zona densamente arbustiva, com vegetação muito alta. Bibliografia: BARREIROS 1915: 213 nº 41; BAPTISTA 1989: 111-124; 1990: QUEIROGA 1992: 196 nº 525; SILVA 1986: 89 nº 467
36
5. Padr천es de assentamento 37
5.1. Integração no relevo Após a análise dos nove povoados, podemos observar a predilecção pelo
assentamento
em
elevações
de
grande
altitude,
distribuídas
maioritariamente pelo intervalo altimétrico demarcado entre os 800 e os 1000 metros. Abaixo da linha dos 600m não existe o estabelecimento de qualquer povoado, enquanto dos 601m até aos 800m existem 2 povoados com 22% do total de sítios. A faixa entre os 801m e os 1000m constitui o espaço altimétrico preferencial do assentamento dos sítios, com 56% do total, ou seja, 5 estações, enquanto que dos 1001m até aos 1200m temos 22% com os restantes 2 arqueossítios. Acima da linha dos 1200m não existem povoados. A média de altitudes das elevações onde assentam os povoados é de 875m.
Intervalos Altimétricos
Povoados (total)
Povoados (%)
Inferior a 600m
0
-
Entre 601 e 800m
2
22%
Entre 801 e 1000m
5
56%
Entre 1001 e 1200m
2
22%
Superior a 1200m
0
-
Quadro 1 – Povoados do Baixo Rabagão: Distribuição Altimétrica
Povoados 6 5 4 3
Povoados
2 1 0 Inferior a 600m
Entre 601 e 800m
Entre 801 e 1000m
Entre 1001 e 1200m
Superior a 1200m
Gráfico 1 – Povoados do Baixo Rabagão: Distribuição Altimétrica
38
5.2. Tipologia dos assentamentos A análise deste item, irá seguir como tipologia dos assentamentos, a tipologia padrão efectuada por António Pereira DINIS (1993), no seu estudo realizado acerca do ordenamento do território do Baixo Ave no I milénio a.C.. Apesar deste trabalho não contemplar a área do Rabagão, creio que foi a melhor opção optar por esta obra de referência, já que esta tipologia pode ser aplicada aos povoados que estou a investigar, apesar das características altimétricas serem diferentes de uma região para outra. Além de, face à ausência de informações de carácter cronológico dos povoados, de escavações e material arqueológico como de publicações da especialidade, esta foi uma forma de enriquecer o meu trabalho ao acrescentar este tipo de informação inédita. Assim, António DINIS (1993: 159-165) estabelece três tipos de assentamento, no Baixo Ave: O tipo 1 (quatro subtipos) – assentamento em altura, que se caracteriza pela ocupação do topo ou a periferia de média ou baixa altitude, proeminentes na paisagem e contemplando uma área visual de extensão muito considerável para a região. O tipo 2 (três subtipos) – assentamento em vertente, onde os povoados estão situados em esporões, adjacentes às elevações mais eminentes, ou num pequeno cabeço que se destaca ligeiramente da linha da ladeira. Normalmente estão cercados por pendentes pronunciadas em pelo menos três dos lados que lhes confere excelentes condições naturais de defesa, limitando, no entanto, as suas dimensões. O tipo 3 – assentamento na planície, em que estações assentam em montes de baixa altitude, geralmente com más condições de defesa, no centro da planície ou em posição sobranceira aos rios ou ao mar, com uma grande acessibilidade às zonas agrícolas sistematicamente integrada nos terraços fluviais.
Para o estudo dos povoados do Baixo Rabagão, podemos aplicar os tipos 1 e 2.
39
Dos tipos 1 e 2, o mais representativo é claramente a tipologia 2 com 89% do total dos sítios como podemos ver no quadro 2.
Tipo
Povoados (total)
Povoados %
1
1
11%
2
8
89%
Quadro 2 – Povoados do Baixo Rabagão: Tipos segundo DINIS (1993)
Do tipo 1, o Alto da Pedra Pinta, pertence ao subtipo 1A, que se caracteriza pelo assentamento num topo de um outeiro em altitude, ocupando vulgarmente, os relevos mais importantes da região, por vezes os cumes das linhas divisórias de bacias hidrográficas, estando ladeados de boas condições de defesa e dominam pela altura todo o espaço dominante. Do tipo 2, temos 3 subtipos, o subtipo 2A (cabeço ou esporão em altitude), que ocupam remates de esporão ou pequenos morros destacados na ladeira, em posição de maior proximidade ao topo do relevo. Inclui-se neste subtipo o povoado dos Castelos. Do subtipo 2B (cabeço ou esporão a meia encosta), as características são idênticas ao subtipo 2A, mas tem a particularidade de estar a uma distância sensivelmente igual quer ao topo do relevo quer ao vale. Inclui-se nesta subtipologia, o Castro de Andelhe. O subtipo 2C (cabeço ou esporão de baixa altitude) que apresentam as características dos subtipos, com a peculiaridade de uma maior proximidade de uma maior proximidade ao vale. Inclui-se neste subtipo o Crasto, o Castro de Valongo, o Castelo, o Castro de Codeçoso, as Cabanas e a Castra. Conforme podemos observar o quadro 3 e no gráfico 2, o subtipo 2C é o mais predominante com 66% do total dos povoados, enquanto os restantes 3 subtipos representam 11% cada.
40
Subtipo
Povoados (total)
Povoados %
1A
1
11%
2A
1
11%
2B
1
11%
2C
6
66%
Quadro 3: Povoados do Alto Rabagão: Subtipos, segundo DINIS (1993).
Povoados 6 5 4 3
Povoados
2 1 0 Inferior a 600m
Entre 601 e 800m
Entre 801 e 1000m
Entre 1001 e 1200m
Superior a 1200m
Gráfico 2: Povoados do Baixo Rabagão: Subtipos segundo DINIS (1993).
5.3. Relações com o meio Após a análise individualizada dos povoados podemos retirar algumas observações da sua relação com o meio envolvente: Relativamente à sua ocupação da área em estudo verifica-se a sua dispersão junto ao rio Rabagão, em geral, com um bom domínio sobre o vale, exceptuando o povoado dos Castelos, que está implantado numa zona mais interior (Est. XVIII, 75). As zonas mais afastadas do vale, constituem áreas vazias, já que não foram consideradas pelas comunidades da Proto-História, como
espaços
preferenciais
à
edificação
de
povoados
fortificados.
A
implantação dos sítios junto às linhas de água, mostra a preocupação dessas populações em estar próximos das zonas bem irrigadas.
41
Aparentemente e através da observação empírica, e da medição de distância entre os diversos sítios que compõem o nosso inventário, podemos subdividir em três subgrupos os povoados mencionados. Deste modo, o grupo 1, será composto pelo Crasto, Alto da Pedra Pinta, Andelhe, Valongo e o Castelo, oscilando as distâncias entre eles de cerca de 1000 a 3000m. Num segundo grupo, colocaríamos os povoados de Cabanas, Castra e o Castro, cujas distâncias oscilam entre 2000 e 3000m. A distância mais próxima entre sítios deste grupo e o grupo 1, é entre o Crasto e o Castro, sendo que se distanciam cerca de 4500m. Por ultimo, os Castelos, compõem por si, um grupo individual, distando cerca de 11000m relativamente ao Crasto (grupo 1) e cerca de 8000m relativamente a Cabanas (grupo 2) Geologicamente, a implantação dos povoados verifica-se tanto em substratos rochosos de xisto como de granito, embora a preferência seja para este último. Em zonas de xisto observou-se a edificação de 3 povoados e nas áreas graníticas, 6 povoados.
Substrato rochoso Xisto Granito
Povoados (total) 3 6
Povoados (%) 33% 67%
Quadro 4: Povoados do Baixo Rabagão: Distribuição de povoados segundo o substrato rochoso
Sendo esta uma região muito rica em aos recursos mineralógicos, metade dos povoados está próxima, de jazidas de minério, tais como o volfrâmio, o estanho e o tungsténio. No quadro 5 podemos observar num raio de 5km, 55% com proximidade a estes recursos.
Recursos mineralógicos (raio 5km)
Povoados (total)
Povoados (%)
Próximo
5
55%
Sem proximidade
4
45%
Quadro 5: Povoados do Baixo Rabagão: distribuição de povoados segundo a proximidade de recursos mineralógicos
42
Já todos sabemos a importância da qualidade dos solos, para o êxito de uma agricultura de subsistência. No caso do Baixo Rabagão, dado à região em que está inserido, os solos não são muito propícios às actividades agrícolas, condicionados pelas grandes altitudes, pobreza dos solos e pelo clima. A maioria dos povoados está implantada em solos de Classe F, ou seja, de utilização não agrícola, mas florestal, e o restante está em zonas de utilização agrícola condicionada (Est. XXIX, 76; Est. XXX, 77).
43
6. Consideraçþes finais
44
Localizando-se numa zona de transição entre o Minho e Trás os Montes, a área estudada localizada entre o Geres, a Cabreira e o Barroso, ocupando uma superfície de 248 km2, parece-nos evidenciar uma consideravelmente forte ocupação humana pelas comunidades da Proto-História, principalmente junto ao eixo condutor que pautou a minha abordagem – o Baixo Rabagão. Se somente considerarmos a área definida pela hidrografia (248km2), aparentemente a densidade de povoados por km2 não será muito intensa ficando-se somente por uma média de cerca de um povoado em cada 27 km2. No entanto, se tivermos em consideração, por exemplo o grupo 1, verificamos facilmente uma grande densidade de sítios (cinco) numa área de 20 km2, o que nos transmite que neste caso temos uma proporção de um povoado por cada 4 km2.
Depois de análise espacial dos povoados, podemos verificar a que estes estão maioritariamente conectados com o vale, ocupando predominantemente em ladeiras dominando o curso do Baixo Rabagão. Todos os sítios estão a um distância relativamente curta de recursos mineralógicos, predominando entre estes o tungsténio, o estanho e o volfrâmio. A nível de tipo de paisagem, predomina a paisagem de cariz montanhoso de granitos e xistos de nível pastoril e florestal, exceptuando-se neste caso o povoado da Castra que é de gandara tojal, subserra nordestina. A nível da inserção na paisagem, verificamos a predominância de um tipo de assentamento de vertente, em cabeço ou esporão de baixa altitude, sendo que altimétricamente, assistimos única e exclusivamente a um fenómeno de posicionamento dos povoados em altitude (acima de 600m). Analisando a localização dos sítios no que respeita à aptidão solos onde se encontram, constatamos que estes maioritariamente assumem posicionamento sobre solos de exploração florestal (Classe F) não obstante, verificamos a existência de solos de aptidão agrícola (Classe A) e solos de agricultura condicionada (Classe C) nas imediações dos povoados.
Em jeito de conclusão, ainda muito preliminar, pois ainda muito haverá para fazer, poderemos desde já tecer algumas constatações, não obstante das
45
fragilidades
que
condicionaram
este
trabalho,
aliás
já
enunciadas
anteriormente. Deste modo, constatamos, que apesar das variabilidades regionais, que condicionaram obviamente a apropriação da paisagem do Baixo Rabagão durante a Proto-História, o tipo de sítios, a forma de povoamento, e o seu posicionamento, inserem-se no enquadramento característico para povoados cronologicamente coevos tais como os do Noroeste de Portugal in genere (SILVA 1986), os do Médio e Baixo Cávado (MARTINS 1990), Médio e Baixo Ave (DINIS 1993), o litoral minhoto (ALMEIDA B, 1996) e no Baixo Minho (LOPES 2003).
Espero deste modo ter contribuído para uma melhor apreensão do conhecimento relativo à ocupação humana da área compreendida das serras da Geres, da Cabreira e do Barroso, significando este estudo, algo que considero
importante,
na
medida
da
contribuição
para
ampliação
do
conhecimento e investigação arqueológica, visto considerar assim como António Pereira DINIS (1993: 179), essencial a necessidade de multiplicar os estudos regionais.
Do ponto de visto pessoal, creio que este trabalho veio culminar e reflectir toda a minha apreensão e conhecimento adquirido ao longo de quatro profícuos anos que frequentei este curso de Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Que este meu trabalho tenha continuidade e evolua com a minha própria evolução pessoal e como arqueólogo...
46
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7.2. Suporte cartográfico INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: Atlas do Ambiente: Temperatura temperatura média diária do ar (valores médios anuais – período 1931-60): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
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INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: Atlas do Ambiente: Precipitação – quantidade total (valores médios anuais mm - Período 1931-60): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: Atlas do Ambiente: Geada – duração da época no ano agrícola (valores médios anuais -meses- Período 1941-60): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO
DO
AMBIENTE
(1975)
-
Portugal:
Atlas
do
Ambiente:
Evapotranspiração – quantidade de água devolvida à atmosfera (valores médios anuais mm): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1975) - Portugal: Atlas do Ambiente: Vento – (frequência o rumo e da velocidade): 1:1.000.000
INSTITUTO DO AMBIENTE (1978) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta dos Solos (Unidades Pedológicas): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1980) - Portugal: Atlas do Ambiente: Acidez e alcalinidade dos Solos (classes de pH – em água): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta Hipsométrica (Altimetria): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta Hipsométrica (Hipsometria): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta da capacidade de uso de solo (classes de capacidade de uso de solo): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
54
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta Ecológica – fito-edafo-climática (zonas ecológicas): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1989) - Portugal: Atlas do Ambiente: Carta da Hidrografia Continental (Rede Hidrográfica): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO DO AMBIENTE (1982) - Portugal: Atlas do Ambiente: Árvores notáveis (fitotopónimos, monumentos nacionais, agrupamento de arvores, espécimes extintos recentemente, espécimes e fitotopónimos e dois ou mais exemplares): 1:1.000.000 (edição do Atlas do Ambiente Digital)
INSTITUTO GEOGRAFICO E CADASTRAL (1961) Carta Corográfica de Portugal: Montalegre fl.6-A, escala 1: 50.000:
INSTITUTO GEOGRAFICO E CADASTRAL (1962) Carta Corográfica de Portugal: Cabeceiras de Basto fl.6-C, escala 1: 50.000 SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1996) Carta Militar de Portugal: Montalegre: folha nº 32, escala 1:25. 000 SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Militar de Portugal: Ruivães (Vieira do Minho), folha nº 44, escala 1:25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Militar de Portugal: Alturas do Barroso (Boticas), folha nº 45, escala 1:25. 000
SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1998) Carta Militar de Portugal: Salto (Montalegre), folha nº 58, escala 1:25. 000 SERVIÇOS CARTOGRAFICOS DO EXERCITO (1997) Carta Militar de Portugal: Dornelas (Boticas), folha nº 59, escala 1:25. 000
55
SERVIÇOS GEOLÓGICOS DE PORTUGAL (1982) Carta Geológica de Portugal: Montalegre - fl.6-A, escala 1: 50. 000
SERVIÇOS GEOLÓGICOS DE PORTUGAL (1992) Carta Geológica de Portugal: Cabeceiras de Basto - fl.6-C, escala 1: 50. 000
7.3. Suporte informático http://lusiglob.edinfor.logicacmg.com/principal.html
(Portal
geográfico
de
Portugal)
http://www.igeoe.pt/ (Instituto Geográfico do Exercito)
http://www.ipa.min-cultura.pt/ (Instituto Português de Arqueologia)
56
8. Estampas 57
Estampa I
1. Localização do Baixo Rabagão em Portugal
58
Estampa II
2. Carta hipsométrica – escala 1:100.000
59
Estampa III
3. Carta HipsomĂŠtrica
60
Estampa IV
4. Rede hidrogrรกfica
61
Estampa V
5. Solos
62
Estampa VI
6. Localização na C.M.P.
8. Alto da Pedra Pinta (Este-Oeste)
10. Perfil longitudinal
7. Hidrologia
9. Vista do topo (Sul-Norte)
11. Perfil transversal
63
Estampa VII 12. Perfis do Alto da Pedra Pinta Perfil Transversal Alto da Pedra Pinta
1100m
1002m S
A
A’ 50m
Perfil Longitudinal
Alto da Pedra Pinta
1100m
1034m W
A’
A 60m
64
Estampa VIII
13. Foto aérea Alto da Pedra Pinta - esc. 1:10.000
14. Localização na C.M.P.
16. Castra (Sudoeste-Nordeste)
15. Hidrologia
17. (Sudeste-Noroeste)
65
Estampa IX
18. Perfil longitudinal
19. Perfil transversal
20. Foto aĂŠrea do povoado da Castra - esc. 1:10.000
66
Estampa X 21. Perfis topográficos da Castra
Perfil Transversal
Castra
680m
Rio Rabagão
576m N A’
A 50m
Perfil Longitudinal
Linha de água Castra 680m
Rio Rabagão
566m W A’
A 50m
67
Estampa XI
22. Localização na C.M.P.
22. Vista do topo (Sul-Norte)
24. Perfil longitudinal
23. Hidrologia
23. Estrutura (Oeste-Este)
25. Perfil transversal
68
Estampa XII
26. Perfis topogrรกficos do povoado das Cabanas
69
Estampa XIII
27. Foto aérea do povoado das Cabanas – esc. 1:10.000
28. Localização na C.M.P.
29. Hidrologia
´ 30. Plataforma nos Castelos (Sul-Norte)
31. Flanco Este (Este-Oeste)
70
Estampa XIV
32. Perfil longitudinal
33. Perfil transversal
34. Foto ĂĄrea do povoado dos Castelos â&#x20AC;&#x201C; esc. 1:10.000
71
Estampa XV
35. Perfis topográficos dos Castelos
Perfil Transversal
Castelos 1040m
991m S A
A’ 50m
Perfil Longitudinal
Castelos 1040m
946m E A
A’ 50m
72
Estampa XVI
36. Localização na C.M.P.
38. Fig. Muralha (Oeste-Este)
40. Perfil longitudinal
37. Hidrologia
39. Fosso (Este-Oeste)
41. Perfil transversal
73
Estampa XVII
42. Perfis topogrรกficos do Castro de Codeรงoso
74
Estampa XVIII
43. Foto aérea do Castro de Codeçoso – esc. 1:10.000
44. Localização na C.M.P.
46. Vista do Castro de Andelhe (Oeste-Este)
45. Hidrologia
47. Muralha? (Oeste-Este)
75
Estampa XIX
48. Foto aĂŠrea do castro de Andelhe â&#x20AC;&#x201C; esc. 1:10.000
49. Perfil longitudinal
50. Perfil transversal
76
Estampa XX 51. Perfis topogrรกficos do castro de Andelhe
77
Estampa XXI
52. Localização na C.M.P.
54. Morro rochoso (Norte-Sul)
56. Perfil longitudinal
53. Hidrologia
55. Plataforma do povoado (Sul-Norte)
57. Perfil transversal
78
Estampa XXII
58. Perfis topogrรกficos do Castelo
79
Estampa XXIII
59. Localização na C.M.P
61. Castro de Valongo (Este-Oeste)
63. Perfil longitudinal
60. Hidrologia
62. Estrutura (Sudeste-Noroeste)
64. Perfil transversal
80
Estampa XXIV 65. Perfis topogrรกficos do castro de Valongo
81
Estampa XXV
66. Foto aérea do castro de Valongo – esc. 1:10.000
67. Localização na C.M.P.
69. Crasto (Noroeste-Sudeste)
68. Hidrologia
70. Estrutura (Oeste-Este)
82
Estampa XXVI´ ´
71. Perfil longitudinal
72. Perfil transversal
73. Foto aérea do Crasto – esc. 1:10.000
83
Estampa XXVII
74. Perfis topogrรกficos do Crasto
84
Estampa XXVIII
75. Dispersão dos povoados – esc. 1:250.000
85
Estampa XXIX
76. Carta da capacidade de uso dos solos
86
Estampa XXX
77. Legenda da carta da capacidade de uso de solos
87
Estampa XXXI
78. Castro de Andelhe em 3D
79. Crasto de Vila da Ponte em 3D
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