Escolhidos para Marcar uma Geração

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Meditações Diárias

ORGANIZADORES Jeferson Elias de Souza Fabiana Paulino Alexandre Retamero Keila Kristina Kloss

ASSOCIAÇÃO CENTRAL PARANAENSE Curitiba, PR 2016


CURITIBA

Organizadores

Capa e Diagramação

2017 1a Edição Jeferson Elias de Souza; Fabiana Paulino Alexandre Retamero e Keila Kloss Acati Matos - acatimatos@hotmail.com

Foto capa

Kues/ Freepik

Impressão

MM Soluçes Gráficas

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IASBE - ASSOCIAÇÃO CENTRAL PARANAENSE

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Catalogação na fonte Raquel Pinto Correia – Bibliotecária - CRB-9 1064

E747 Escolhidos para marcar uma geração: meditações diárias / organizador Jeferson Elias de Souza; Fabiana Paulino Alexandre Retamero; Keila Kloss. –. Curitiba: IASBE; MM Soluções Gráficas, 2016. 335 p. ; 23 cm. ISBN 978-85-93169-02-1 1.Meditação. 2.Vida Cristã – Devocionais. 3.Educação Adventista. I. Souza, Jeferson Elias. II Retamero, Fabiana Paulino Alexandre. III. Kloss, Keila. 22 CDD – 242.2


ÍNDICE A

Adriana Helena Hoeller Flor - pg. 99 Adriana Henemann de Almeida - pg. 73 Adriana Meri Barreto de Freitas - pg. 115 Adriana Moreno Rebonato - pg. 158 Adriana Priscila Floriano - pg. 77 Alessandra Fabre de Oliveira - pg. 83 Alessandra Martins de Paula de Souza - pg. 239, 240 Alex Amilton Costa Retamero - pg. 50, 52, 259 Alexandra Cuba de Siqueira - pg. 15 Alfonso Lens Junior - pg. 142 Aline dos Santos Rios - pg. 218 Aline Gabriel de Oliveira Leal - pg. 183 Aline Kovalski - pg. 23, 55, 56 Allison Klosowski - pg. 91 Ana Cristina de Farias Rios - pg. 150 Ana Cristina S. L. Festa - pg. 17 Ana do Prado Ramos - pg. 289, 290 Ana Emilia Brunet Savaris - pg. 66 Ana Lúcia Felipe da Silva - pg. 160 Ana Maria de Oliveira - pg. 80 Ana Maria Fritoli Cendofanti - pg. 204, 205 Ana Paula de Barros Muller - pg. 48 Anderson Voos - pg. 179 Andrea Gonçalves - pg. 159 Andréia Boecker - pg. 188 Andréia Silva de Oliveira - pg. 79 André Lemes Prado - pg. 21 Anelise Oliveira de Freitas - pg. 126 Ângela Maria da Silveira Conrado - pg. 95 Angélica - pg. 148 Anne Caroline Pereira Arruda - pg. 302 Anne Lyse Barbosa de Melo Cézar Cansian - pg. 14 Aqueniely G. Soares de Brito - pg. 129 Audrei Schlottag - pg. 43, 44

B

Barbara Elen Lemes Ribeiro - pg. 340

C

Carla Pollyanna Ferreira de Souza - pg. 53 Carlos Jackson Maria Franco - pg. 69 Carolina Nadaline - pg. 296 Caroline Ferreira da Silva - pg. 107 Caroline Julien Gonçalves Costa Brusamolin - pg. 208 Caroline Menezes de Oliveira - pg. 119, 120 Cássia Venturini May - pg. 62, 63 Cassila Nascimento - pg. 323 Cíntia de Oliveira Pontes Rosa - pg. 86 Cíntia Raquel Guedes Baptista - pg. 138 Clarice Padovesi Garcia Nogueira - pg. 263, 264 Clarice Schünemann Cavalcante - pg. 104, 243 Claudineya Aparecida Grzeszezeszyn - pg. 279 Coordenadora pedagógica - ACP - pg. 11 Cristiana Ferreira Schilder - pg. 192 Cristiane Aparecida Pinheiro de Andrade - pg. 132, 133 Cristiane Cajal - pg. 231 Cyntia Pavesi Viera dos Santos - pg. 16

D

Daiane Elisa Miguel Franco - pg. 330 Daniela Rodrigues Santos - pg. 33 Daniele Almeida de Souza - pg. 261 Daniele Aparecida Buss de Souza - pg. 219 Daniel Lemes dos Santos - pg. 154 Débora de Farias Gregatti da Silva - pg. 136 Débora de Oliveira Figueiredo Russi - pg. 196 Débora Regina Ferreira da Silva Zawolski - pg. 222, 312, 313 Diva Machado dos Santos - pg. 294 Dolores Nair de Souza da Rosa - pg. 78 Dyenne Alexsandra Rozendo da Silva - pg. 338


E

Edelize Michelim Tambosi - pg. 280 Edna Marli Ferreira Franco Machado - pg. 166 Edna Rosa Martins - pg. 300 Edson de Amorim Geremias - pg. 141 Edy Rederd Trefilis Zacarias - pg. 59, 169 Elaine Aparecida Ferreira de Campos - pg. 26 Elaine Ferreira Machado - pg. 74 Eleane da Rosa Padleski - pg. 301 Eleni Hort Batista de Andrade - pg. 124 Eliana Necle Figueroa - pg. 277, 278 Eliane Barbosa do Prado Lima Rodrigues - pg. 265, 266 Elielson Pereira de Lima - pg. 121 Elisabeth Martins Stainsack - pg. 307, 308 Elisa Mara de Castilho - pg. 24, 250 Elisângela Januário de Souza - pg. 306, 331 Elisangela Rodrigues - pg. 314 Elizabeth de Souza Coelho - pg. 68 Elza Anna Pinheiro - pg. 253, 254 Emily Smaha da Silva - pg. 285 Érika Lima - pg. 184 Ester Noemi Oliveira de Lima - pg. 81 Everton Rodrigues Lopes - pg. 321, 322

F

Fabiana Paulino Alexandre Retamero - pg. 11, 13, 20, 25, 103, 110, 118, 140, 262, 269 Fernanda Leite Santos - pg. 137 Fernanda Paulino Padilha - pg. 157 Flávia Paulino Alexandre - pg. 98 Franciele Sueke Biagini - pg. 60 Francielle Marcondes Cordeiro - pg. 248 Francielli de Brito Padilha - pg. 19 Francinalva Reis Duarte - pg. 100

G

Gessica Zavadoski Gomes de Lima - pg. 317 Gilcinea Nunes Andretta - pg. 287, 288 Giordana Sirilo da Silva Paixão Oliveira - pg. 54 Gisele Adriane Delinski Smanioto - pg. 316 Gisélia Amaral - pg. 189

Giselle Carolina Lopes Mariotto - pg. 85 Gisiani Quadros - pg. 223, 224 Gislaine Gonçalves - pg. 38 Gleciane Jansen - pg. 236, 275 Gleice Keri Mello de Oliveira - pg. 35 Graciele Aparecida Schveigert - pg. 319 Gustavo Grigorowski Scalco - pg. 191, 270, 271

H

Héliton José Cândido - pg. 212 Heloísa Sprotte - pg. 34 Hilda Ester Hein de Erfurth - pg. 22 Humberto Marshal Mendes Giménez - pg. 225

I

Ilza Silverio Queiroga - pg. 40, 291 Iolanda Santos da Paz - pg. 200 Islaine Santana da Cruz de Oliveira - pg. 172 Izabel Nogueira - pg. 61

J

Janaína Santos de Andrade Rosa - pg. 339 Janete Aparecida dos Santos. - pg. 242 Jaury Prado Junior - pg. 237 Jeane Aparecida Benicio - pg. 182 Jeanne Cristina Stankiwich Gaspar - pg. 163 Jeferson Bueno Sant´Ana - pg. 45 Jeferson Elias de Souza - pg. 76, 155, 176, 341 Jeniffer Aparecida Amaral Souza de Oliveira - pg. 221 Joelma Margarete Ehms Cebulski - pg. 93 Josenilse Silvestre Ribeiro - pg. 58 Josiane Silvino Gouvea - pg. 332 Josiele Maria Ferralhi Gehr - pg. 206 Josué Leão - pg. 116, 117 Juliana Spier Schultz - pg. 258 Julio Cesar Diniz Englerth - pg. 108 Julio Cesar Pereira de Souza Junior - pg. 226

K

Kamylla Akemy Kuroda Toma - pg. 337 Karen Daniele Duarte Tosi - pg. 152 Karina Maciel Scalco - pg. 191, 270, 271


Karina Rossi Romero - pg. 82 Karine Gottwald - pg. 30 Karin Monteiro de Brito - pg. 31 Karoline Brendle Medeiros - pg. 246, 247 Kátia de Lacerda - pg. 195 Keli Cristina Cesário - pg. 292 Kellen Marchioro Hasselmann Silva - pg. 105, 106 Kelly Cristina Lins - pg. 145 Kelly Cristina Miranda Duarte - pg. 201 Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo - pg. 37, 47, 49, 57, 234

L

Lair Meneghini dos Santos - pg. 210 Larissa Bárbara Floriano - pg. 65 Laudecir Miotto Mazzo - pg. 194 Leila Cristina Cavalheiro de Almeida - pg. 144 Leila Frazão - pg. 161, 162 Lílian de Carvalho Costa Vicentini - pg. 216, 217 Liliane Maria Moroz Bim Valenga - pg. 114 Liliane Quevedo - pg. 185 Lilian Fernanda Rodrigues de Souza - pg. 96 Lisiane Beatriz Steinke Mendonça - pg. 94 Lourival Gomes de Souza - pg. 309, 310 Luana Teles Carlos Turibio - pg. 32 Luciana de Moraes Jardim - pg. 197 Luciane Pinto e Silva - pg. 18 Luciano Paulino Martins - pg. 134, 135 Luciara Mainardes da Veiga de Andrade - pg. 202, 203 Lucília H. Guimarães Almeida - pg. 326 Luís Antônio Baptista - pg. 324 Luís Roberto Halama - pg. 175 Luíz Gottwald - pg. 170 Luiz Ricardo Pedroso - pg. 268

M

Madalena Lopes da Silva - pg. 297 Magda Rodrigues Araújo - pg. 281 Magda Solange da Silva - pg. 260 Maisa Cristina Pereira dos Santos - pg. 328, 329 Marcia de Souza Moraes Furlan - pg. 111, 112 Márcia Garcia Batista Leandro - pg. 228

Márcia Maria Carvalho Vieira - pg. 187 Márcia Mendes Tractz - pg. 227 Márcio Geraldo Schade - pg. 293, 295 Marcos da Motta - pg. 87 Marcos Paulo C. Andrade - pg. 27, 28, 29 Margarete N. Monteiro - pg. 122 Maria Etelvina de Souza Guimarães - pg. 198, 199 Maria Jandira Laurentino - pg. 298 Mariana Andrade Vieira - pg. 101 Mariana Ferreira - pg. 149 Marjory Schlottag - pg. 286 Marleide Liziani de Oliveira - pg. 256, 257 Marli Codignotto dos Santos - pg. 315 Marli Zeferino Santana - pg. 274 Matheus Souza da Rosa - pg. 173 Mayara Farias da Silva Santos - pg. 67 Michelle Rey Mainardes - pg. 113 Mirian Moreira Silva - pg. 229 Monica A. Pires Amaral Fagundes - pg. 90 Mônica Jeseli Pacondes da Silva - pg. 143 Mônica Margot Pellini de Siqueira - pg. 123 Morgana Mendes Freitas Santana - pg. 230

N

Nair Neriane de Carvalho - pg. 255 Nayara O. Santos - pg. 190 Nemesia Campelo Dutra - pg. 70, 71 Neusa da Silva - pg. 325 Nilceia Ramos - pg. 97 Nilcelene Ferrari da Silva - pg. 232, 233 Noemi Macedo Amorim - pg. 207

O

Olga de Oliveira de França - pg. 64

P

Paloma Carla Borges - pg. 304 Patrícia Padilha dos Anjos - pg. 241 Paula Proença - pg. 72, 181, 267 Pedro Valença de Almeida - pg. 84 Pinto e Silva - pg. 18


Poliana Belo - pg. 186 Priscila Alves de Andrade Carneiro - pg. 139 Priscila Marcante de Souza Pedrozo - pg. 305 Priscila Ribas Teixeira - pg. 174

R

Rafael Leandro de Oliveira - pg. 213 Ramez Kamel Hosni - pg. 151 Raquel Goulart de Lemos dos Santos - pg. 282, 283 Raquel Pinto Correia - pg. 165 Renata Matulle Novak - pg. 211 Ricardo Dubiel - pg. 180 Rita de Cássia Lima Ramos - pg. 131 Rogério Guimarães - pg. 272 Rosana Griesbach M. Carriel - pg. 273 Rosângela Alexandre Santos - pg. 336 Roseli Krause - pg. 102 Rosiliane Lucchin Paukner - pg. 88, 89 Rosimeire Fernandes - pg. 276 Rubens Paulo Silva - pg. 320

S

Sandra Salete Torman - pg. 75 Sarah Suzane Bertolli Gonçalves - pg. 146, 147 Sebastião Antônio Damaceno Filho - pg. 24 Semelle Françoise Braga - pg. 238 Sergeneide Bertolli - pg. 244, 245 Sheila Maria de Castro Rodrigues - pg. 178 Sheywa Reinert Veiga Barcik - pg. 127 Sidneia de Paula - pg. 251, 252 Silvana da Silva Oliveira - pg. 335 Silvia Cristina F. C. Nogueira - pg. 51 Simone Ribas Schrott - pg. 39 Sonia Teresinha Ferreira Lima - pg. 311 Sulamita Martins Domingues - pg. 193

T

Tagiane Bello Torman - pg. 318 Taísa Barbieri - pg. 167, 168

Taíse Borges Rocha Fuckner - pg. 334 Tania Alves de Lima - pg. 303 Tania Cássia de Lima Hericks - pg. 109 Tarcisio Matos de Oliveira - pg. 177 Tatiane Albach Neves da Cruz - pg. 214 Tatiane von Dentz - pg. 215 Taysa Nascimento dos Santos - pg. 156 Thainara Isabely Comin Laroca Rosa - pg. 171 Thaisa Maria da Silva - pg. 164 Thais dos Santos Silva - pg. 128 Thaís Espaires Costa - pg. 209

V

Vanderléia Antunes - pg. 284 Vanessa de Campos - pg. 220 Vaniza S. Sant’Ana - pg. 299 Vera Lucia Santana Martins - pg. 92 Verani Anderli Stange - pg. 125 Vilma Rodrigues Halama - pg. 333 Viviane Poli Moreira - pg. 36 Viviane Silva Martins - pg. 235

W

Walmir Victor Veiga - pg. 46, 130 Welmer Alves Monteiro - pg. 41, 42


“... ESTES QUE TÊM TRANSTORNADO O MUNDO, CHEGARAM TAMBÉM AQUI” ATOS 17:6



APRESENTAÇÃO

E

m 2016 os servidores da Educação Adventista na Região Central Paranaense iniciaram a vivência do Projeto Escolhidos para marcar uma geração, o qual focaliza a missão da Educação Adventista em seu argumento escatológico e marco de atualidade. Em razão disso o projeto pedagógico do campo parte do contexto das mensagens angélicas registradas em Apocalipse 14:06 a 12, oportunizando a educando e educadores o estudo do criacionismo a partir das ciências, revelando dessa forma um Deus Criador e Redentor. Também fomenta o estudo das ciências humanas, da literatura e da arte considerando o grande conflito e a condição humana diante do pecado. Além de promover o desenvolvimento das habilidades linguísticas visando a formação de obreiros para a pregação da breve volta de Jesus. Diante disso, cada educador em 2016 foi desafiado a refletir sobre o seu papel na obra educativa adventista, considerando o grande conflito e a pregação do evangelho eterno. Para tanto, professores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais leram os livros “Qual é a tua obra?”, de Cortella; “Escolhidos” e “Visões do Céu”, ambos de White; e participaram de um estudo intitulado “Elias profético”, do Pr. André Flores (Departamental de Mordomia – ACP). O resultado dessa trajetória de leituras, estudos e oração sintetiza-se neste pequeno memorial que está em suas mãos, caro leitor. São meditações para nossa inspiração diária, textos que nos motivam ao olharmos para cima e andarmos avante, firmes no propósito de cumprimos a missão que nos foi confiada. Desse modo, a semelhança de Josué que levantou 12 pedras a beira do Jordão, a Educação Adventista da Associação Central Paranaense levanta 329 pedras a beira do século 21, após 120 anos de Educação Adventista no Brasil. 329 memoriais para que o povo não se esqueça das maravilhas que Deus operou e opera ainda hoje em favor da Sua igreja/escola. Portanto, convidamos você, prezado leitor, a ler diariamente esta coletânea de experiências e reflexões que revelam a missão e a esperança de um povo que caminha com “os pés na Terra, 1 mas os olhos no Céu” , inflamados pela certeza de que muito em breve viverão a realidade de 2 3 uma “terra nova, terra nossa” , e confirmarão pela experiência que “o céu é doce” .

Nada temos a temer quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e Seu ensino em nossa história passada. Testemunhos Seletos 3, p. 315, Ellen White.

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Coordenadora pedagógica ACP

1. Projeto interdisciplinar Insignare 2016. 2. Projeto interdisciplinar Insignare 2017. 3. Projeto literário 2016.

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ESTES QUE TÊM TRANSTORNADO O MUNDO

I

niciamos hoje um ano letivo! Um ano novo! Um ano cheio de projetos, de promessas, de sonhos... Ao longo deste ano vamos juntos ler as memórias e as reflexões de pessoas que escreveram alguns capítulos da Educação Adventista. Professores, funcionários, administradores, pastores e estudantes que foram escolhidos para transtornar este mundo com a mensagem da breve volta de Jesus. Em consonância a isso lembro-me de um relato bíblico em Atos: após o Pentecoste, uma revolução espiritual aconteceu na Terra. Inflamados pelo Espírito Santo, homens e mulheres pregaram o Evangelho a todo o mundo, anunciando que Cristo Jesus era o Messias anunciado, e que Ele havia morrido, mas no terceiro dia ressuscitado, pois Jesus sendo Deus é a própria vida, e proclamavam o retorno de Cristo, não considerando nada superior nesta vida ao o privilégio da grande comissão! A Bíblia relata que no tempo dos apóstolos a verdade foi pregada a todo mundo. Todos os ouvidos ouviram de um Salvador crucificado, ressurreto, doador de vida e liberdade. O mundo havia sido chacoalhado com a mensagem da igreja primitiva, que a despeito das dificuldades e perseguições prosseguiam firmemente diante da ordem do Mestre: Ide! Das muitas histórias da Bíblia gosto especialmente da de Paulo e Silas em Tessalônica. Ali, esses dois homens, por três semanas pregaram eloquentemente na sinagoga e nas casas. E para coroação do trabalho realizado por esses servos fieis, uma numerosa multidão aceitou a Jesus3. No entanto, alguns judeus movidos de inveja pelo alcance da obra dessa dupla missionária, conspiraram contra Paulo e Silas. Os judeus juntando uma corja de homens maus foram até a casa de Jasom à procura dos fieis missionários. Felizmente, Paulo e Silas já não estavam mais ali. Contudo, pulsando de ódio, os judeus arrastaram Jason e alguns irmãos que estavam com ele até as autoridades da cidade e gritaram: Estes que têm transtornado o mundo chegaram até aqui, os quais Jason hospedou. Uau! Paulo e Silas transtornaram o mundo! A presença deles não podia ser negada, a mensagem não podia ser desprezada, e ação do Espírito Santo era impossível de ser cancelada! Aqueles dois homens transtornaram o mundo do primeiro século d.C. Caro leitor, que em 2017 possamos orar diariamente pelo derramamento da chuva serôdia, para que “Ungidos” pelo Espírito Santo possamos também cumprir neste tempo a obra para qual fomos “Escolhidos”: marcar uma geração. Está geração! E a exemplo de Paulo e Silas, transtornarmos o mundo com a mensagem do breve retorno de Cristo, inflamados pela esperança de “Terra Nova, Terra Nossa”.

SEGUNDA 06/02

“... Estes que têm transtornado o mundo chegaram até aqui”. Atos 17:6

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras; pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica; mestra em Educação; doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense;

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UMA BENÇÃO DE PIQUENIQUE

TERÇA 07/02

“Entrega teu caminho ao senhor confia nele e o mais ele fará”. Salmo 37:5

Anne Lyse Barbosa de Melo Cézar Cansian Graduada em Pedagogia. Professora do Período Integral. Colégio Adventista Boqueirão.

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D

urante minha vida profissional, por seis anos fui professora de alunos com quatro anos de idade. Nesta caminhada na educação infantil aconteceram muitos piqueniques, cada um com um gostinho diferente, uns como o crocante da pipoca e outros com sabor de marshmellow. Quando as crianças ouvem falar em picnic, ficam eufóricas, pois muitas moram em condomínio fechado e tem pouco contato com a natureza, por isso, a animação em dia de piquenique é unanime. Todos trazem seus pratos e gostam muito de dividir com seus amiguinhos os alimentos que seus pais prepararam com tanto carinho. Num certo dia, nesta minha maravilhosa jornada na educação infantil, marquei como de costume um piquenique em uma sexta-feira, que, conforme a previsão do tempo, teria um maravilhoso sol. Mas, como moro na linda cidade bipolar de Curitiba, o dia amanheceu nublado e logo começou a chover e assim ficou durante a tarde. As crianças foram chegando, cada uma com seu prato de alimento para o tão esperado dia, mas todas estavam tristinhas, pois o tempo não ajudou. Iniciamos a nossa tarde de aula, como de costume, cantamos, estudamos uma história da Bíblia e iríamos orar. Antes, porém, um dos alunos levantou a mãozinha e fez um pedido especial: “Profe, podemos pedir para Papai do Céu nos mandar um sol bem gostoso para podermos fazer nosso picnic? ”. Todas as crianças se empolgaram juntos fizemos a oração. Demos sequência na aula, conforme programado. O tempo foi passando, a chuva foi parando, e o sol apareceu. As crianças correram para ver o tão esperado sol, e correram me avisar: “Viu como Jesus ouviu a nossa oração Profe! ”. Fomos para o jardim da escola, com todos os itens que um picnic tem direito. Lá aproveitei a oportunidade e conversei com meus alunos sobre o quão importante é a oração, e, se pedimos com fé, sendo da vontade de Deus, Ele responde às nossas orações.


FUI ESCOLHIDA

M

inha jornada com Cristo começou aos 7 anos de idade com a conversão de minha avó materna a Jesus. Ela passou a levar-me aos cultos. Sentada ao lado de minha querida avó escutava e cantava os hinos congregacionais e ouvia a Palavra de Deus. O tempo passa rápido e de 7 para 15 anos foi um sopro, decidi pelo batismo aos 15 anos e cinco anos depois me casei. O fato de crescer dentro da igreja gerou em meu coração a vontade de servir a Deus no tão divulgado “ ide e pregai o evangelho a toda criatura”. Na minha ingenuidade achava que a qualquer momento um chamado viria e eu me tornaria uma missionária. O tempo foi passando e toda minha missão consistia em administrar meu lar, educar meus filhos e participar das atividades da igreja. O tempo aliado às lutas cotidianas do sobreviver se encarregaram de empoeirar meu desejo de ser útil ao reino de Deus como instrumento nas mãos do Criador. Com os filhos já crescidos passei a trabalhar “fora” colocando em uso minha formação como professora. Dentro da sala de aula percebi que poderia ajudar meus alunos a encontrar um “norte” na vida. Sempre que tinha a oportunidade falava de Jesus, do seu amor e de suas promessas. A sala de aula era um campo rico para semear a Verdade, no entanto, em 2015 comecei a repensar minha profissão. Por conta da frustração com o trabalho docente, visto as inúmeras dificuldades enfrentadas em sala de aula, como desrespeito, indisciplina, violência, entre outros desalentos que me desencantavam em prosseguir lecionando. Um pouco antes do fim do ano recebi a visita de uma amiga da Igreja Adventista que se ofereceu para encaminhar um currículo meu para uma instituição que funcionava no mesmo prédio do Colégio Adventista no período da noite. Segundo essa amiga, ao chegar a instituição resolveu fazer uma cópia do currículo e deixou meu currículo para o Colégio Adventista também. No início de 2016 recebi um telefonema avisando que meu currículo havia sido selecionado e perguntaram seu eu não tinha interesse em lecionar Filosofia no Colégio Adventista Telêmaco Borba. Disse que sim. Fui entrevistada pela coordenadora pedagógica e fui contratada. No início de ano participei da formação continuada “Escolhidos para marcar uma geração”. Nesse dia ao ouvir os cânticos e mensagem direcionada aos professores o meu coração queimou reavivando o desejo de ser útil para o reino de Deus como instrumento nas mãos do Criador. Foi como um renovo, um bálsamo que veio retirando o sentimento de frustração e desalento com a profissão, me fazendo enxergar que o que faço vai além de formar e instruir intelectualmente, que por meio da minha profissão posso levar vidas a conhecer a Cristo. Me emocionei, tantas coisas passaram em minha em mente e, um desejo de fazer a diferença como educadora encheu meu coração de prazer e ao mesmo tempo de temor. Fui escolhida para marcar uma geração! Não existem coincidências, Deus tem um plano para cada um e mesmo que as circunstâncias queiram nos afastar dos caminhos de Deus, se deixarmos, Ele sempre nos resgata de maneira poderosa e nos lembra de nossa missão como cristãos. E com medo do desafio às vezes colocamos para Deus a problemática: - Pai, tem tanta gente capacitada... eu não estou preparada! E a resposta suave do coração de Deus vem e rebate: - Não se preocupe eu capacito os escolhidos! Caro leitor, você também foi escolhido por Deus! Você não é apenas um aluno ou um professor, você é um escolhido de Deus. Que hoje você possa viver o seu dia certo de que Ele te ajudará a viver os sonhos Dele para sua vida.

QUARTA 08/02

“Vocês não me escolheram, mas eu vos escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai conceda a vocês o que pedirem em meu nome. ” João 15:16

Alexandra Cuba de Siqueira Professora de Filosofia. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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NA CONTRAMÃO DO MUNDO

QUINTA 09/02

“E ele enxugará dos olhos toda lágrima, já não haverá mais morte, nem pranto e nem dor, pois as primeiras coisas são passadas. ” Apocalipse 21:4

Cyntia Pavesi Viera dos Santos Graduada em Ciências Biológicas. Professora de Ciências de 6º ao 8º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

09 - Início das aulas - 1o Bimestre

09 a 18 - 10 Dias de oração. Projeto na Escola

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H

á tantas coisas que nos incomodam nos dias atuais: A crise política, a economia do país, a criminalidade, decadência na saúde, a sexualidade explícita, os conflitos familiares, entre muitos outros dilemas! E diante de tudo isso, o mundo carece de pessoas que sejam fiéis ao que creem, ainda que caiam os céus. Certa vez, trabalhando a questão das origens, no primeiro ano do ensino médio, uma das alunas, em meio aos nossos debates, encontrou diversos argumentos para se defender ao descrer na existência de um Deus. Mas, mesmo quando a discussão se acalorou, ela parecia ansiar por argumentos que a convencesse de que Deus era real. Ao final do segundo debate, pedi que ela ficasse para conversarmos. Eu queria entender o motivo de tanta raiva camuflada por uma enorme carência de Deus. Então me contou que havia sido cristã desde a infância e muito pequena perdera seus pais e fora criada pelo avô. Quando este adoeceu, ela pediu a Deus que não o permitisse morrer, pois ele era tudo o que lhe restara. Mas isso não foi o que aconteceu, ela ficou só e a partir daquele dia, concluiu então que se Deus existisse, jamais teria deixado de lhe atender em seu momento de maior dor. Em um mundo onde a verdade parece se adaptar ao que precisamos, onde moral é coisa de gente velha e caráter só serve para te deixar fraco, fica difícil remar contra a maré e manter a fé a despeito de qualquer evidência contrária. Pedi a aluna que me desse a última aula para mostrar que esse Deus não a havia abandonado em nenhum momento, e que, além de ser real, Ele se importava com ela. Ao final do debate, as evidências de ordem e planejamento do universo, da criação de todos os seres vivos pareceram mais óbvias que nunca. Mas, como mostrar que esse Deus ainda se importava com a criatura? Foi aí que entrou a cruz do calvário. Onde o Pai permitiu que Seu próprio Filho entregasse sua vida para que a criatura pudesse ter vida. Nesse plano, entra a esperança do Céu: “E ele enxugará dos olhos toda lágrima, já não haverá mais morte, nem pranto e nem dor, pois as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4). Camila chorou e me abraçou dizendo que sua vida, agora, seu coração estava clamando por essa certeza, que sua vida não fazia sentido sem essa esperança. Pelo que seu coração clama hoje? Peça a Deus que o ajude, todos os dias, a ser fiel ao que crê, levando luz e alento a um mundo carente do caráter de um Deus que existe, vive e em breve virá.


TRANSFORMAÇÃO ATRAVÉS DE UMA VISITA

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inha experiência com a Educação Adventista começou com uma preocupação de mãe, procurando um colégio com princípios para a educação da minha filha, Stephany. Ela só tinha 4 anos e eu procurava um lugar onde ela ficasse período integral, pois eu trabalhava o dia todo. Consegui uma vaga numa instituição espírita, mas estava com meu coração apertado e preocupada, pois sentia que havia algo estranho, não era isso que eu queria para minha filha, mas era o que no momento supria as minhas necessidades. Fiquei em oração, pois sabia que o meu Deus que sempre está comigo acharia uma solução. Nesse meio tempo, uma vizinha (agora amiga) me convidou para participar de uma semana de oração em sua igreja. Eu não sabia qual era a religião dela, aceitei o convite e convidei a minha sogra, que frequentava a uma igreja e estava insatisfeita com o que pregavam. Então, participamos da semana de oração, minha sogra, meu esposo, minha filha e eu. Por coincidência e o Espírito Santo atuando em nossa vida, minha sogra já estava escutando há algum tempo, a Radio Novo Tempo sem falar nada para ninguém. Participamos da semana e ela começou a estuda a Bíblia. Nessa semana de oração, algumas pessoas ficavam na porta da igreja anotando nomes e telefones dos visitantes. Após algumas semanas, num sábado, estava limpando minha casa e o telefone toca, era um irmão da igreja dizendo que estava indo me visitar naquele momento. Fiquei um pouco assustada, mas aceitei. Corri guardar o material de limpeza e as vassouras, pois sabia que eles guardavam o sábado. Nunca imaginei que uma visita mudaria tanta coisa na minha vida. Quando eles chegaram, um deles comentou que sua esposa, na época era coordenadora da Escola Adventista na Santa Efigênia, no bairro da Barreirinha e que eu deveria falar com ela sobre uma vaga para a Stephany. Consegui matricular minha filha na escola, ela voltava da escola cantando músicas que falavam de Jesus, pedia para que fizéssemos oração em todas nas refeições, cobrava aquilo que ela aprendia sobre a Bíblia. Com tudo isso fomos nos apaixonando cada vez mais pela missão da Educação Adventista. De lá para cá, só bênçãos aconteceram na vida da minha família. No ano de 2012 meu marido e eu nos batizamos. Um dia eu estava muito chateada com o ambiente onde eu trabalhava, dobrei os meus joelhos e orei pedindo a Deus que me tirasse daquela situação. Mais uma vez minhas orações foram atendidas e no ano de 2013 fui chamada para trabalhar no colégio Adventista do Boa Vista, onde a minha filha Stephany, hoje com 10 anos, cursa o quinto ano do Ensino Fundamental. E a coordenadora, que eu mencionei no início, agora é Vice-Diretora do colégio onde trabalho e é minha chefe direta. É uma alegria poder fazer parte dessa Missão que Deus deixou para ser cumprida por nós. Ore, coloque seus planos, sua vida nas mãos de Deus e confie que o mais Ele fará.

SEXTA 10/02

“Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos”. Provérbios 16:3

Ana Cristina S. L. Festa Graduanda em Processos Gerenciais. Auxiliar administrativo. Colégio Adventista Boa Vista.

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ESCOLA OU IGREJA?

SÁBADO 11/02

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. Provérbios 22:6

Luciane Pinto e Silva

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada Coordenação e Orientação Educacional. Especialista Aconselhamento familiar e educacional. Professora do 2º ano Ensino Fundamental. Colégio Adventista Boa Vista.

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m toda Escola Adventista é comum ter o momento de meditação com os alunos, tempo reservado para cantar, ler a Bíblia e orar. E em minha sala não é diferente, todos os dias fazemos com os alunos esses momentos e depois, sempre conversamos sobre o assunto abordado, trazendo para a prática ou para o contexto de sala de aula. . No ano passado, quando lecionava para o quarto ano do Ensino Fundamental, recebi um aluno que veio de uma grande escola daqui em Curitiba, no segundo semestre. Os alunos já estavam adaptados com a escola e a rotina seguia sem problemas, mas para este aluno era tudo novidade e para não se sentir diferente tentava participar de tudo; na meditação às vezes fazia comentários, na sua vez de orar, orava. Eu como professora não tinha visto nada de anormal ou diferente no comportamento deste aluno na escola. O que me fez contar essa história é o que foi relatado pela orientadora educacional, dizendo que a mãe deste aluno ligou para escola e perguntou se o filho dela estava numa escola ou numa igreja, pois o comportamento dele em casa tinha mudado, ele cantarolava as músicas que aprendia, fazia perguntas sobre Deus e também contava o que havia ouvido naquele dia. Mas o que mais chamou a atenção da mãe é que, numa reunião de família, ele no meio de todos (ele é tímido) pediu para orar e agradecer a Deus pelo alimento, e todos ficaram impressionados com essa atitude. Esse é o diferencial na Educação Adventista, esses valores que passamos para os alunos fazem com que sejam bons cidadãos aqui na terra, mas com uma visão de ser um bom cidadão para o céu. Este aluno ainda continua estudando no colégio e gosta de tudo que tem aqui, ele sempre passa o que aprendeu na escola para os pais. Sempre converso com os pais deste aluno e a mãe está interessada em saber mais sobre a Bíblia.


INSTRUMENTO HUMANO NUMA MISSÃO DIVINA: EDUCAR

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o parar para pensar no que me faz seguir em frente, mesmo diante de tantos desafios na educação de um mundo pós-moderno, volto na minha própria história. Fiz magistério numa escola pública, e a despeito de vários desafios, tive bons professores e uma turma bem animada. Poucos recursos e muita criatividade eram os temperos das aulas. O título dessa reflexão foi o lema escolhido pela minha turma, de faculdade, para a formatura e diz muito sobre o que sinto e penso a respeito da educação. Na faculdade de Pedagogia, encontrei professores envolvidos e comprometidos que olharam além das minhas limitações. Estudei no UNASP, lá fiz grandes amigos e vivi momentos especiais. Precisei vender livros durante as férias para pagar toda a faculdade, e aprendi muitas coisas com esse ministério. Posso dizer que, mesmo sendo cristã desde criança, foi nesse momento que conheci o Senhor face a face, e aprendi a depender dEle diariamente. Trabalhar com crianças no modifica. Elas te envolvem com tanta sabedoria e doçura que se torna um trabalho divertido. Todo educador coleciona situações e palavras que divertem e demonstram a inocência infantil. Lembro com carinho de momentos e rostinhos que emocionaram, percebi então, que fazer a diferença é uma oportunidade deixada por Deus, para assim crescermos como seres humanos. Situações nas quais me sentia pequena, vi milagre do amor de Deus colocado em prática na minha frente. Alunos que deixaram de comer determinados alimentos ou de praticar alguns hábitos simplesmente porque descobriram na Bíblia que é não é a vontade de Deus. Outros, que vão além do alvo de recolta envolvem a família e amigos no mesmo propósito. Vivenciar Deus respondendo as orações da turma, seja um simples “Senhor, que pare de chover para brincarmos lá fora”. Em certa ocasião, oramos pelo pai de um aluninho que estava viajando, depois soubemos que no momento dessa oração, o pai da criança sofreu um acidente terrível, e apesar de tudo, ficou bem. Coisas pequenas, do dia a dia, confirmam passo a passo a minha caminhada. Acredito que ser educador é seguir mais profundamente o exemplo do Mestre. É deixar meu eu de lado, pedindo diariamente que a graça de Cristo me transforme. Não é algo fácil, e tão pouco rápido, é obra de uma vida toda. Descobri na educação o meu caminho. Não digo com isso que só os educadores cumprem a missão, mas que cada um precisa descobrir seu caminho, afinal, Deus nos chamou para um propósito, não estamos de férias nesse mundo. Eu quero ir para casa, tenho saudades do céu. Enquanto isso, sigo em frente, certa que nada posso sozinha, mas com Cristo, sou mais que vencedora.

DOMINGO 12/02

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus.” Salmos 46:10

Francielli de Brito Padilha Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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O DIA QUE PAROU DE CHOVER

SEGUNDA 13/02

Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Mateus 6:25.

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestra em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense.

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C

hovia muito! Água passava por baixo da porta da sala de aula, molhando todo o chão e advertindo a turma que aquela porta não deveria ser aberta. Em apenas 20 minutos seria o recreio. A turma do 3º ano do Ensino Fundamental estava expectante como toda criança aguardando ansiosamente o horário de correr e brincar. Mas, naquele dia não seria possível. Chovia. E chovia muito! Foi quando alguém bateu a porta. Fui a porta descobrir quem era o corajoso ou corajosa que ousava desafiar a tempestade. Era a tia da cantina. Ela estava de galochas, capa de chuva e um guarda-sol enorme. Tia Cláudia, responsável pela cantina, avisou que o intervalo seria na sala de aula devido à chuva – Eu já esperava por isso, pois o pátio e a quadra da escola não eram cobertos – e também me pediu para verificar quantos alunos queriam lanches da cantina para que ela pudesse separar e entregar. Fui a portadora da má notícia. Comuniquei os alunos que o recreio seria na sala de aula. De repente uma aluna explodindo de alegria e movida de certeza disse: Professora, vamos orar pedindo para Jesus parar a chuva. Fiquei muda. Não disse que sim, nem não. Sem notar meu silêncio os alunos aderiram a proposta da colega e todos foram se ajoelhando, juntando as mãozinhas e orando silenciosamente. Era para eu ficar alegre diante da fé infantil, mas a cena me encheu de pânico! E agora? O que ia dizer para aquelas crianças para justificar as orações não atendidas? Enquanto os pequenos oravam pedindo para cessar a chuva eu implorava ao Senhor sabedoria para explicar o porquê da chuva não parar. Meus olhos alternavam entre as crianças ajoelhadas e a janela embaçada pela abundante água. Cada aluno ao terminar de orar foi arrumando sua lancheira e ajeitando o material escolar para saírem para o recreio. Eu me desesperava ainda mais... Implorava ao Senhor sabedoria. E agora o que ia falar para aquelas crianças? Ainda chovia... Repentinamente a chuva passou! O sol brilhou! As crianças, em fila, saíram balançando as lancheiras e empolgadíssimas com a forma que Deus confirmara a fé deles. Eles não tinham dúvida alguma que Jesus havia ouvido as preces proferidas. Uma aluninha, estourando de alegria, afirmou: Profe, você tem razão! Jesus ouve nossas orações! Fiquei com vergonha... Eu tinha razão?!! Após quinze minutos de brincadeiras o recreio terminou. As crianças voltaram satisfeitas para a sala de aula e repentinamente a chuva voltou! O sol se escondeu. Somente por quinze minutos não choveu. Fiquei impressionada com o amor de Deus. Qual a importância da chuva parar para crianças brincarem? Não era a cura do câncer, nem o fim da fome do pobre! Mas mesmo assim Deus honrou as orações daquelas crianças confirmado a fé dos pequenos e ratificando em minha mente a linda promessa bíblica: “Eis-que faço nova todas as coisas...” Naquela tarde chuvosa Deus fez nova todas as coisas! Deus fez novo o tempo, o clima, o recreio, a alegria!... Mesmo que hoje seja um dia tempestivo em sua vida lembre-se que Deus é poderoso e amoroso o suficiente para cessar o mau tempo da sua vida, afinal, “...O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Salmos 30:05). Naquela tarde aquelas crianças foram escolhidas para me marcarem com a mensagem de um Deus amoroso e cuidadoso, o qual veste os lírios do campo e se preocupa com os menores detalhes da minha vida, da sua vida.


MELHOR QUE ORAR É CONFIAR

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ano de 2014 foi um ano completamente diferente para mim. Era o ano de minha formatura na faculdade, minha esposa estava grávida e seria o ano do nascimento de nossa primeira filha, então, estava preocupado com a possibilidade de não ser chamado e apreensivo em relação a ser pai. Naquele ano tive que tomar uma decisão muito difícil, estavam chegando as férias de inverno e precisava colportar (vender livros) para manter meus estudos e também minhas despesas familiares. O problema é que o nascimento da Nataly estava programado para esse período de férias e no início do ano firmei um compromisso com um amigo que iria colportar onde ele estava como diretor de Publicações, Tocantins, cerca de 2 mil km do colégio onde estudava. A medida em que esse período se aproximava estava cada vez mais apreensivo para tomar uma decisão. Se eu fosse, deixaria minha esposa em Campinas para ter nossa filha “sozinha”, se eu ficasse, poderia acompanhar o parto e dar segurança a ela, porém, teríamos sérias dificuldades financeiras para nos manter no último período da faculdade. Ao me aconselhar com um dos professores da faculdade, tomei a difícil decisão de colportar em Palmas - TO, e deixar minha esposa na casa de minha irmã em Campinas, confiando que Deus iria resolver meu problema. Trabalhei em Palmas e durante todo o período o meu pensamento estava em minha esposa e nossa filhinha que estava para nascer. Sempre pedindo para que Deus estivesse cuidando desse momento especial: o nascimento de nossa bebê. Como eu gostaria de estar junto da minha esposa nessa ocasião! Era já final do mês de julho e nada da bebê nascer. Até que numa quinta-feira, de madrugada, recebi a ligação de um amigo de São Paulo que dizia que eu deveria estar em Campinas na próxima segunda feira, pois Deus o havia acordado e dito para me ligar falando sobre esse assunto. Entendi que era um aviso de Deus, e com muita dificuldade para conseguir passagens saí de Palmas em um voo no domingo final da tarde e cheguei em Campinas no início da noite sem avisar minha esposa. Para ela foi uma grande surpresa me ver naquele momento. Durante aquela noite ela teve as dores e as contrações do parto, e a Nataly nasceu no início da manhã de segunda-feira. Pude assistir ao parto e dar segurança a minha esposa e colportar, conforme o compromisso que eu havia firmado, e ainda saí daquela campanha de colportagem com minha bolsa de estudos garantida. Quando entregamos nossa vida nas mãos de Deus temos que nos entregar por completo, sem nos preocupar, pois Ele sabe o que é melhor para nós. Querido aluno e professor, entregue o dia de hoje nas mãos de Deus. Ele fará o melhor para você, assim como fez para mim.

TERÇA 14/02

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará.” Salmo 37:5

André Lemes Prado

Formado em Teologia. Capelão do Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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OS PLANOS DO SENHOR

QUARTA 15/02

“Pois eu sei os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro.” Jeremias 29:11

Hilda Ester Hein de Erfurth Graduada em Ciências Contábeis. Líder da AFAM – Associação Central Paranaense.

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buzina do ônibus se escutou à distância, o esposo acordou assustado depois de uma noite mal dormida e falou à esposa deitada ao seu lado: ”Está vindo o ônibus, precisas viajar!”. “Não!”, foi a resposta dela, e continuou: “Decidi não viajar, não vou abortar nosso filhinho. Temos tomado os cuidados necessários, e mesmo assim fiquei grávida. Acredito que foi da vontade de Deus.” O médico tinha falado para os dois que eles não poderiam arriscar. Se não fizessem o aborto, a gravidez era de alto risco, tanto mãe quando filho poderiam morrer. Mas eles não queriam desobedecer a um claro mandamento de Deus. O esposo estava em desespero, já que era órfão, não queria que seus filhos passassem por tal experiência. Ela então, orou como nunca antes e buscou conselho com a sogra, uma fiel cristã. “Filha”, disse a sogra, “a decisão é sua, mas tenho certeza de que Deus tem um plano para tudo isto. Esse bebê será um rapaz e se tornará um pastor, para pregar o evangelho do reino antes de Cristo voltar”. Com isso, ela então decidiu confiar em Deus e não abortar o bebê. A vida da mãe e do filhinho recém-nascido pendiam por um fio, mas os anjos estavam ali, cuidando de cada detalhe e ambos se recuperaram. Mas a vida não foi fácil. Tempos depois, a casa da família queimou com todos os pertences dentro, juntamente com o produto de um ano de trabalho na produção de abacaxi da zona rural. Deus os havia abandonado? Não! “Mas os extremos do homem são a oportunidade de Deus” (Atos dos Apóstolos, p. 146). Deus foi mostrando passo a passo que “Aquele que estiver impregnado do Espírito de Cristo, habita em Cristo. O golpe que lhe é dirigido cai sobre o Salvador, que o circunda com Sua presença. O que quer que lhe aconteça vem de Cristo. Não precisa resistir ao mal, porque Cristo é sua defesa. Nada lhe pode tocar a não ser pela permissão de nosso Senhor; e todas as coisas que são permitidas ‘contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus. ” OMDC, p. 71. O rapazinho cresceu confiando em Deus e ouvindo dos lábios dos pais que Deus tinha um propósito muito definido para ele: Pregar o evangelho. Hoje, ele é um pastor, e eu o conheço muito bem, pois é o meu irmão.


TEMPESTADE EM ALTO MAR

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u e minha família sempre gostamos de participar de trabalhos voluntários. Não para gabar-nos disso mais tarde, mas porque quando ajudamos e amamos as pessoas estamos fazendo aquilo que Cristo nos designou. Sem contar que certamente cresceremos muito com isso. No ano de 2012, no mês de janeiro, participamos da Missão Calebe, um grupo que busca ajudar as pessoas fornecendo assistência médica, odontológica, doando cestas básicas, roupas, construindo casas, ajudando nas áreas sociais e espirituais. O destino era Ilha Rasa, perto de Guaraqueçaba. Uma voadeira iria nos levar até a ilha e combinamos de esperar o homem, que pilotaria o pequeno barco, lá no porto de Paranaguá durante a manhã. No entanto, nós nos desencontramos dele e já era quase pôr do sol quando finalmente o achamos. Nossas pequenas bagagens foram colocadas na voadeira e estávamos prontos para ir. A viagem não demoraria muito, entretanto, como já quase anoitecia a velocidade do barco teve que mudar, estava indo bem mais devagar, pois o mar estava agitado. De repente, para a surpresa e espanto de todos, o barco parou em alto mar, a gasolina havia acabado. Não havia galão reserva, pois estava exatamente certo para aquele percurso, mas como o ritmo ficou bem mais lento esgotou-se, e para deixar a história ainda melhor, começou a chover! Parece que tudo estava dando errado. Mas, por quê? Nós estávamos cedendo nossas férias para ajudar o próximo, então por que isso tudo estava acontecendo? Por que Deus estava permitindo isso? Com a chuva que começou a cair, o barquinho começou a ir de um lado para o outro, minha irmã começou a chorar por causa da chapinha no cabelo dela, meu pai pegou a vara de pesca e eu comecei a pedir perdão por todos os meus pecados. Nesse momento o homem falou: “Eu não me preocupo comigo, eu sou daqui posso sair nadando tranquilo, me preocupo é com vocês todos arrumadinhos da cidade. ” Minha mãe começou a orar e logo em seguida todos começamos também, pedindo a proteção de Deus. Nós olhávamos para todas as direções e não havia terra firma, era só mar e nem sequer resquício de sinal algum de celular. Continuamos orando quando, milagrosamente, a operadora menos provável de funcionamento naquele lugar funcionou, um risquinho de sinal, suficiente para uma única ligação. Conseguimos informar aproximadamente há quanto tempo havíamos saído de Paranaguá e uns 40 minutos depois uma lancha veio nos resgatar. O projeto Calebe seguiu muito bem, com muitas pessoas se entregando a Jesus. Realmente foi um período de férias inesquecível. Eu não sei a situação que você está enfrentando nesse momento, não sei o que se passa no mar da sua vida, pode ser que até agora você só tenha feito coisas boas, sido um exemplo, e de repente algo ruim acontece na sua vida. Não fique bravo com Deus, pois tudo tem um propósito, simplesmente acredite no poder da oração. Assim como Cristo respondeu meu pedido de socorro, Ele também pode te ajudar e te resgatar, não importa o que você já fez, Ele está sempre disposto a te perdoar e purificar seu coração. Eu louvo a Cristo hoje, porque em meio ao mar da minha vida, ele me deu paz e ouviu minhas orações.

QUINTA 16/02

“E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Calate, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?” Marcos 4:39 e 40

Aline Kovalski Estudante da terceira série do Ensino Médio (2016) do Colégio Adventista Boqueirão.

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UM LUGAR PREPARADO

SEXTA 17/02

“Eis que eu envio um anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho, e te leve ao lugar que te tenho preparado”. Êxodo 23:20

Sebastião Antônio Damaceno Filho Graduado em Fonoaudiologia. Pós-graduado em Gestão Escolar. Diretor do Colégio Adventista

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lá meu nome é Sebastião Damaceno, sou o 12º filho de uma família de 12 irmãos. Quando nasci meus pais já eram avançados em idade, minha mãe tinha 50 anos e meu pai 57 anos. Morávamos em um sítio no interior do Paraná. Minha família vivia do plantio de arroz, feijão e cultivo do café. Quando eu tinha 5 anos um pastor adventista foi até minha casa para convidar nossa família para as reuniões evangelísticas que estaria acontecendo em um sítio vizinho. Minha mãe e minhas irmãs frequentaram essas reuniões evangelísticas e ao término foram batizadas e isso trouxe muitas mudanças na vida de nossa família. Todas as manhãs minha mãe colocava os filhos sentados em volta da mesa e abria a Bíblia e fazia o culto. Tempos depois quando eu completei 10 anos de idade fiquei sabendo que minha mãe era analfabeta, mas, ela agia desta forma pois acreditava que nós aprenderíamos a respeitar a Bíblia como a Palavra de Deus. Aos sábados pela manhã andávamos cerca de 8 km para irmos à igreja e meu pai permitia que minha mãe e minhas irmãs não trabalhassem no sábado e somente ele ia para roça, pois não aceitou a mensagem adventista, mas era bem compreensivo em relação aos novos hábitos religiosos da família. Alguns anos depois deixamos a vida simples da agricultura para vivermos em uma grande cidade devido à saúde de meu pai. Ele estava muito debilitado em razão de uma vida de vícios – uso de cigarro e alcoolismo – e já não conseguia trabalhar na lavoura. Agora, morando na periferia de uma grande cidade sofríamos com típicos problemas urbanos. Além disso, havíamos gasto todos os nossos recursos na busca da reabilitação da saúde de meu pai, contudo, algo muito aconteceu, pois próximo a minha nova casa existia uma Igreja Adventista, e acredite, isso era muito bom para quem estava acostumado a andar 8km para ir à igreja! Aos domingos os adolescentes da igreja tinham reuniões e usavam um uniforme parecido com de polícia, logo fiquei sabendo que se tratava do Clube de Desbravadores, e eu também passei a fazer parte desse clube. Foi maravilhoso usar aquela farda, marchar, fazer acampamento e muitas outras atividades! Quando completei 14 anos, consegui o meu primeiro emprego registrado, pois agora que o tempo havia passado e meus irmãos tinham todos casados, restando em casa somente eu e meus pais, além das dificuldades financeiras eu precisava trabalhar para ajudar na manutenção de nossa família. Assim, eu precisava dividir meu tempo entre trabalho, escola e Clube de Desbravadores. Foi muito puxado, mas não tinha como fazer diferente. Os anos se passaram e meu pai faleceu. Foi muito triste para mim, pois nunca tinha perdido ninguém da minha família até então, mas eu e minha mãe seguimos em frente e, acredite, Deus sempre cuidou de mim e de minha família. Anos depois conheci uma linda jovem, nos apaixonamos e nos casamos, desse lindo casamento tivemos dois filhos, o David que tem 21 anos e a Débora de 18 anos, ambos já estiveram no campo missionário levando a mensagem do Jesus que transformou a vida de minha família. Hoje sou Diretor do Colégio Adventista Telêmaco Borba e tenho certeza de que o Senhor Jesus me escolheu muito antes que eu imaginasse. Essa é a minha obra! Caro estudante, Deus também tem um plano especial para sua vida. Que hoje você possa viver os sonhos de Deus para sua vida.


ESCOLHIDO PARA TESTEMUNHAR PARA O UNIVERSO SOBRE A NATUREZA DA FÉ

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ão é raro o questionamento sobre a existência de Deus ou sobre seu amor cuidador, diante de tanta miséria e dor que assistimos em nosso mundo. Por que há tantas pessoas violentadas, oprimidas, abandonadas, escravizadas? Ninguém vê? Não há intervenção divina? Cadê o milagre? E como diria o profeta Habacuque: Até quando, SENHOR, vou gritar violência, opressão e Tu não me ouvirás? Ou como diria o Salmista: SENHOR, por que o justo padece, e o ímpio prospera? Onde está Tua justiça? Nesse contexto, lembro-me da história de Jó. A Bíblia o descreve como um homem reto, que se desviava do mal. Era rico, muito rico. Tinha uma bela e grande família. Um dia, Satanás foi até o céu, em uma reunião em que os líderes dos muitos mundos compareciam. Deus pergunta a Satanás o que ele fazia ali, e parafraseando ele diz que está ali para representar a Terra, a qual era dele, visto que Adão havia passado o posto. Então, Deus pergunta se ele, Satanás, vira Seu servo Jó. Satanás sabia bem o que isso significava. Jó era a constante lembrança a Satanás de que ele não tinha a totalidade da Terra. Então, Satanás berra: “Também, você Deus, abençoa a Jó em tudo! Tira sua benção e proteção para ver se ele continua fiel! Jó apenas te ama e te obedece por interesse, porque é abençoado”. Deus então permite que Satanás “toque” Jó, e Jó perde tudo! Tudo mesmo! O dinheiro, os filhos, a saúde. No entanto, Jó permanece fiel. Seu amor a Deus não estava condicionado as bênçãos ou a milagres temporais. Jó em luto, sofrendo a dor da morte de seus 10 filhos, a dor de um corpo coberto de chagas, a dor da miséria, e certo de que não sobreviveria, que logo morreria, confessa diante do universo sua fé inabalável. Uma fé que não necessita de provas visíveis para crer, mas que permanecia firme. Jó, então fala: “Por que eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim” (Jó 19:25 a 27). A palavra “redentor” significa aquele que devolve. Jó, certo de sua morte, expressa sua fé Naquele que é poderoso para devolver a vida. A fé de Jó não estava presa naquilo que os olhos podiam ver, nem dependia de provas. Jó derrubou a acusação que Satanás fez. Deus não compra o amor de Seus filhos com chantagens e vantagens. Todos podem escolher livremente servir a Deus por amor, e pela fé. Ainda existe o mal, a dor, as lágrimas, o sofrimento, a doença, o preconceito... Não é privilégio de pobres, nem de doentes, nem de mulheres. Todos sofrem. Todos choram. Todos adoecem. Contudo, para todos que quiserem e aceitarem há um Redentor! O que Deus nos promete é “aquele que vencer de modo algum sofrerá o dano da segunda morte” (Ap. 2:11). Sei que não é fácil colocar a fé em algo que não vemos. Mas, isso é justamente a natureza da fé. Nessa manhã, nós não conhecemos o nosso dia, mas uma coisa é certa: Nosso Redentor vive! Então, mesmo diante do desconhecido podemos estar certos de que nossa Pátria não é essa, somos peregrinos que aguardamos uma Terra superior, “de saudade desfalece nosso coração”. Você foi escolhido por Deus para testemunhar ao mundo sobre a natureza da fé.

SÁBADO 18/02

“Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. Jó 19:25

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestra em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense.

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EXPERIÊNCIA COM DEUS

DOMINGO 19/02

“Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para você”. Lucas 11: 9

Elaine Aparecida Ferreira de Campos

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 3º ano do EF do Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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ediante os valores, podemos alcançar a quem queira ser alcançado, tornando a convivência equilibrada e harmoniosa, um desdobramento que cabe a nós proporcionarmos, produzindo frutos. É em Deus que aprendemos todas as ações que precisamos para bem viver e produzirmos frutos, e é Nele e por Ele que as coisas acontecem em nossas vidas, essencialmente por olhamos firmemente para o Senhor que é o autor e consumador da nossa fé. Tenho plena convicção de que o trabalho que eu precisava para o sustento da minha casa não veio somente em razão do financeiro (aliás, este era o meu objetivo inicial), mas algo além estava envolvido... pois quantas coisas benditas e maravilhosas aconteceram em minha vida e na vida da minha família após esta experiência! Sem dúvida, me proporcionou muitas alegrias, conhecimento único, paz e confiança interior, a certeza de estar no lugar certo, com as pessoas certas e fazendo com toda certeza a coisa certa com cada “serzinho” os quais me esperam todos os dias com muita satisfação e os amigos que conquistei! Maior alegria foi quando meu pequeno Lucas, meu filho, com quase três anos começou sua caminhada estudantil no mesmo colégio em que leciono. Gratificante e emocionados ficávamos, meu marido e eu, quando chegávamos em casa e o Lucas contava as historinhas da Bíblia que a professora havia contado de forma lúdica e, pegava seus animais de brinquedo para dramatizar todas as histórias aprendidas (A arca de Noé marcou a vida dele). Grata sou por fazer parte dessa família que se chama Educação Adventista, ao qual levarei grandes aprendizados para minha vida toda, como profissional da educação, mulher, mãe e cristã. Somos chamados a sermos sinais de Deus em nossa sociedade!


OS PLANOS DE DEUS – PARTE I

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or que determinadas situações ocorrem em nossa vida? Essa foi uma pergunta em que desde muito cedo sempre me fiz. Sempre tive o costume de ter um pensamento positivo, independente dos erros que eu cometesse ou das coisas darem errado, eu tentava sempre pensar que de alguma forma, Deus tinha um plano para aquilo. Muitas vezes atrasava um ônibus, algum projeto era cancelado sem motivo, algo que eu queria muito não dava certo, mas eu pensava “Algum motivo tem, não o conheço agora, mas com certeza Deus assim permitiu acontecer”, e cresci sempre com estes pensamentos. Isso me ajudou muito a ser sempre uma pessoa otimista, determinada, e algumas vezes até mesmo teimosa, pois mesmo quando todos diziam que poderia dar errado, que não era correto arriscar, que deveria desistir, sempre pensava que se eu tentasse e não desse certo, algum motivo tinha e que pelo menos eu havia tentado. Os anos foram se passando, e como é comum na vida de todo ser humano, as lutas e dificuldades também aumentaram. Nasci em 1997, em um lar adventista, minha mãe sempre teve o sonho de me colocar no Colégio Adventista, pois sabia que esta era a vontade de Deus. O único problema era, como me manter em um Colégio Adventista, se não tínhamos recursos nem para pagar a passagem de ônibus? Morávamos na região metropolitana de Curitiba, Fazenda Rio Grande, os colégios mais próximos ficavam a aproximadamente 30km de distância. A única forma seria através da intervenção divina. Minha mãe, sempre uma mulher de muita fé e muita oração, colocou esse plano nas mãos de Deus, e mais uma vez ele se mostrou presente. Minha mãe conseguiu uma bolsa de estudos parcial, agora precisávamos do dinheiro da passagem e parte da mensalidade. Logo após isto, ela conseguiu um emprego autônomo, onde poderia trabalhar apenas no período da tarde (quando eu estaria estudando), e possivelmente daria para pagar meus estudos. Assim foi durante o primeiro ano de estudos. Ano após ano Deus foi provendo meios para eu continuar na Educação Adventista. Não havia como eu duvidar que Deus esteve sempre ao meu lado. Os anos foram passando, e aquele menino sempre decidido pela obra de Deus, com pensamentos positivos, disposto a fazer tudo o que era correto, começou aos poucos se deixar influenciar pelas amizades e más companhias. Deixou de lado os ensinamentos que teve desde pequeno. Todas aquelas certezas que tinha na infância, começaram a se misturar com dúvidas, a determinação e pensamentos positivos, lentamente foram esquecidos. Durante aproximadamente um ano, tudo o que aquela mãe batalhou, pareceu estar perdido. Parece que nadta havia valido a pena. Mas lá no fundo, havia a confiança nas promessas de Deus. Tudo o que restava para aquela mãe era a fé e a confiança na oração.

SEGUNDA 20/02

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.” Provérbios 22:6

Marcos Paulo C. Andrade

Tesoureiro assistente – Associação Sul Paranaense. Ex-aluno do Colégio Adventista Boqueirão.

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OS PLANOS DE DEUS – PARTE II

TERÇA 21/02

“Tudo posso naquele que me fortalece”. Filipenses 4:13

Marcos Paulo C. Andrade

Tesoureiro assistente – Associação Sul Paranaense. Ex-aluno do Colégio Adventista Boqueirão.

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om o passar do tempo, as dificuldades começaram a surgir! Eu discutia muito com meus pais, não queria admitir que estava errado, já não pensava mais que realmente tudo tinha um propósito divino, quem sabe as coisas ocorriam apenas pelas minhas decisões, eu quem decidia o certo ou errado. No final deste ano de rebeldia, recebi uma notícia: “Seu pai está com câncer”. Eu realmente não sabia o que pensar. Qualquer um poderia ser atingido por uma doença assim, quem sabe algum parente de um amigo, alguém distante, mas em minha família? Meu pai? Um homem que sempre foi minha referência do que era ser forte, um homem que sempre trabalhou além de suas próprias forças, e sempre estava de pé? Depois disto, comecei a perceber que tudo aquilo que eu estava vivendo, não era a real felicidade. Eu não havia sido criado para ter uma vida comum, como todos ao meu redor, eu havia sido entregue nas mãos de Deus mesmo antes de nascer, com certeza, o plano de Deus não era que eu fosse apenas mais um no meio da multidão, e sim que eu fosse diferente! Mas como continuar de pé quando seu chão é tirado? As perguntas invadiam diariamente minha cabeça. Por quê? Por que ocorrem estas coisas? Em meio a tantas perguntas sem respostas, uma vida tão vazia e sem sentido, tudo o que me restava era voltar para os braços de um Deus que sempre havia me cuidado, me escolhido. O propósito ainda era desconhecido, mas com certeza, um dia seria revelado. Os dias iam passando, a situação em casa ia piorando, meu pai foi submetido a uma grande cirurgia; e, aquele homem que nunca ficava parado, que nunca deixou faltar nada dentro de casa, neste momento, estava impossibilitado de fazer qualquer coisa. As dificuldades começaram a aparecer, além do desespero humano, por ver que não somos nada. Um dia estamos bem, fortes, acreditamos que nada pode nos deter, e no outro dia, o nosso mundo vira ao avesso. Mais uma vez Deus se mostrou muito presente, nossos colegas e amigos nos deram tudo o que precisamos, a cirurgia de meu pai foi um sucesso, Deus mostrou que estava ao nosso lado. Após este acontecimento, nossa família mudou completamente, meus pais se apegaram muito mais, meu pai testemunhava aonde quer que fosse, e eu retomei aquela certeza, de que “Tudo posso naquele que me fortalece”. Os planos de Deus haviam ficado bem claros, em meio a dor, eu voltei para seus braços, em meio ao sofrimento, meus pais se apegaram mais a Deus, com as histórias de fé e superação, outras pessoas foram levadas a Cristo. Com tudo isto, qualquer pessoa que esteja com um problema, olha de fora e se anima, vê que Deus tem a solução, ele é a cura, ele tem o poder. E eu tenho esta certeza, de que nada é impossível para Deus. Mas, e quando os planos dEle são diferentes dos nossos? E quando a história de nossa vida não é como a dos outros, não termina com um final feliz? Será que Deus também está ao nosso lado?


OS PLANOS DE DEUS – PARTE III

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esde o episódio de doença e dificuldade, um ano se passou, e o que mais foi feito naquele ano, por parte dos meus pais, foi testemunhar do poder de Deus. A vontade era que todas as pessoas do mundo soubessem que Deus é maravilhoso, que Ele tem poder e que opera milagres nos dias de hoje! Este ano foi um ano de muitas bênçãos, no qual pudemos sentir dia a dia a presença de Deus em nosso meio. Sonhos viravam realidade, eu consegui um emprego com apenas 16 anos, algo que sempre sonhei, tudo parecia perfeito. O sentimento dentro de mim era que nada poderia apagar aquela alegria e felicidade! Mesmo com os problemas diários, as bênçãos eram muito maiores! No início do ano seguinte, novamente somos surpreendidos com outra notícia. O câncer que aparentemente havia sido removido por completo na primeira vez, havia criado metástases e se espalhado, mais uma vez, a história se repetia. Porém, eu estava muito mais confiante desta vez. Foi mais tranquilo, afinal, eu tinha a certeza de que se Deus curou a primeira vez, porque não iria curar agora? Em meio a tantas bênçãos, esta seria mais uma para ser contada e testemunhada. Porém as coisas tomaram rumos que não esperávamos. Novamente foi realizada a cirurgia, mas desta vez, os médicos já nos alertaram que seria muito mais complicado, visto que a primeira cirurgia ainda não tinha cicatrizado por completo, o que poderia trazer complicações. Um dia antes do procedimento, mais uma vez entregamos meu pai a Deus, fizemos um culto de ação de graças, dizendo a Deus que independentemente dos resultados, nós confiávamos nEle, sabíamos que o melhor seria feito, e que se fizesse a Sua vontade. A cirurgia foi realizada, novamente foi um sucesso, meu pai rapidamente se recuperou no hospital, em apenas uma semana já estava recebendo alta, porém ao chegar em casa, começaram a haver complicações. Retornamos ao hospital, novamente ele foi internado, e infelizmente, nunca mais retornou de lá com vida. Neste momento, todas as perguntas possíveis vinham a minha cabeça. A principal era: “Por quê? Por que comigo? Por que em minha família?”. Diferente das outras vezes, já não era mais tão fácil entender o plano de Deus. Como eu iria testemunhar? Como agradecer a Deus? Mas Deus sempre nos ensina algo, eu aprendi que os nossos planos não são os de Deus! Aprendi que a confiança e a fé, cresce em meio as dificuldades. E entendi, que o plano de Deus para nossa vida vai muito além do que podemos compreender! Ultrapassa o ser cristão! A vontade dEle para a minha vida é que eu me entregue por completo. É deixar Ele moldar nosso futuro! É compreendermos que nosso dever é apenas confiar e aceitar seus planos em nossa vida! E esta é minha alegria hoje, saber que Deus sempre estará ao meu lado, que nos momentos difíceis, Ele irá me carregar. E tudo reforça apenas uma certeza em minha vida, a certeza de que eu fui escolhido para marcar a minha geração.

QUARTA 22/02

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Romanos 8:28

Marcos Paulo C. Andrade

Tesoureiro assistente – Associação Sul Paranaense. Ex-aluno do Colégio Adventista Boqueirão.

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O TEMPO CERTO!

QUINTA 23/02

“Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos. Provérbios 16:9

Karine Gottwald Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Professora do 1°ano EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

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empre ouvimos que “existe o tempo certo para que todas as coisas aconteçam”, e posso dizer que experimentei isso em minha vida. Sou professora da EAPG, há 4 anos leciono para o 1ºAno do Ensino Fundamental e amo meu trabalho! Minha paixão é alfabetizar os pequenos que Deus encaminha para minhas mãos. Sou casada, não tenho filhos mas sinto-me “mãe” todos os dias, a partir do momento em que entro em minha sala de aula. Acredito que uma família bem estruturada é o alicerce para uma vida feliz, por isso decidi contar a história da minha família. Quando adolescente, meu pai conheceu a verdade, através da Igreja Adventista do Sétimo Dia, realizando estudos bíblicos. Então, conheceu minha mãe e infelizmente, como minha mãe não compartilhava da mesma fé, ele acabou se afastando dos caminhos de Deus. Casaram, eram felizes, depois de alguns anos conquistaram o sonho da casa própria e então, vieram os filhos. A família ficou completa. Minha mãe costumava ir à igreja aos domingos, mas meu pai nunca a acompanhava. Passaramse exatamente 5 anos depois do meu nascimento para que a alegria completa voltasse a morar no coração do meu pai. Perto da nossa casa, uma equipe de obreiros da IASD começou a realizar cultos evangelísticos em uma tenda, com um curso para ajudar os fumantes a abandonarem o vício e com estudos da bíblia. Então, meu pai começou a frequentar as reuniões, mas, como nem tudo acontece como queremos, algumas dificuldades surgiram em nossa vida. Minha mãe não aceitou que meu pai se tornasse um adventista e durante 10 anos da minha vida fiquei dividida. Aos sábados, eu frequentava a igreja com meu pai e aos domingos, frequentava com minha mãe. Durante 10 anos meu pai orou pela minha mãe. Durante 10 anos eu orei, na minha inocência de criança, pela minha mãe. E foi através do conselho de um padre, que o Espírito Santo tocou em seu coração. Ele a aconselhou a ficar perto da sua família e então, ela decidiu estudar a Bíblia e entregar o coração para Jesus! E este foi o dia mais feliz da nossa vida! Deus nunca falha! Ele é quem determina o percurso da sua vida! E Ele resolve todos os nossos problemas em Seu tempo. Nós apenas precisamos pedir paciência. Esperar. Confiar. E tudo ficará bem!


RESPOSTA NO TEMPO DE DEUS

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uando estava na 8ª série, comecei a sonhar em ser professora de Língua Portuguesa. Porém sabia que seria muito difícil realizar esse sonho, pois minha família não possuía recursos financeiros suficientes para pagar meus estudos. Em um programa especial na igreja, cada deveria levar o seu pedido para queimar como forma de súplica ao Senhor. Eu levei o meu pedido, pois queria cursar a faculdade de Letras. Algum tempo depois, consegui entrar na faculdade, e trabalhava o dia todo e estudava à noite. Várias vezes tive vontade de desistir, pois enfrentava seis ônibus por dia, saindo de casa às sete da manhã e voltando quase meia noite; mas essa era a única forma de realizar meu sonho. Minha primeira experiência foi estagiar em uma escola não adventista muito longe de minha casa e eu sempre pensava em como seria bom, se pudesse trabalhar na Escola Adventista de Araucária, pertinho de casa, era mais um sonho. Quando acabou meu estágio, estava muito preocupada em conseguir um emprego logo, pois iria me casar. Comecei a trabalhar como auxiliar administrativo, em um ambiente nada cristão, onde aconteciam humilhações e injustiças constantemente, e, como consequência, desenvolvi um quadro de depressão. Abriu concurso para Câmara municipal de Araucária e estudei muito. Fui a sétima colocada de 400; mas somente cinco pessoas foram chamadas para trabalhar. Ao ver o resultado, fui tomada de tristeza. Não conseguia entender porque Deus não havia me ajudado. Não sabia como suportaria continuar em meu emprego e tinha medo de sair e não conseguir trabalho com o casamento tão próximo. Me tornei cada vez mais depressiva e acabei sendo demitida um mês após meu casamento, em 2014. Dessa vez senti de forma muito forte o Espírito de Deus em meu coração me dizendo que deveria procurar por uma oportunidade de atuar na educação adventista. Foram meses de oração, implorando para que Deus, de alguma forma, me ajudasse entrar na escola, mesmo que não fosse para lecionar. No início de 2015, soube que estavam contratando e após deixar meu currículo na Escola, recebi uma ligação dizendo que eu estava contratada. Em 2016, Deus nos presenteou com uma escola nova, linda, moderna e que implantou turmas de 6º e 7º ano, onde leciono aulas de língua portuguesa, literatura e produção de texto. Hoje me sinto realizada, amo meu trabalho, meus alunos e meus amigos de trabalho. Sei que estou onde Deus quer que eu esteja e onde eu sou feliz, pois tenho oportunidade de ser não apenas uma profissional, mas um instrumento nas mãos de Deus, escolhida para marcar uma geração.

SEXTA 24/02

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará.” Salmos 37:5

Karin Monteiro de Brito Graduada em Letras. Professora regente do 4º ano EF. Professora de Língua Portuguesa, Literatura e Produção de Texto – 6º e 7º anos EF. Escola Adventista Araucária.

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SONHANDO EM MARCAR UMA GERAÇÃO

SÁBADO 25/02

“Deleita-te no SENHOR, e Ele satisfará os desejos do teu coração. ” Salmos 37:04

Luana Teles Carlos Turibio Graduada em Pedagogia. Professora do 3º ano do EF. Escola Adventista Araucária.

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u nasci num lar adventista e desde muito cedo comecei a frequentar a escola sabatina (encontro de todos os sábados para aprender de forma divertida as histórias e ensinamentos da Bíblia). Nossa igreja era bem pequena lá na cidade do Rio de Janeiro. Por isso não tinha muitos recursos, e a salinha das crianças era no fundo da igreja. Para mim, um motivo de grande alegria era quando o sábado se aproximava, minha mãe me levava junto com meus irmãos; lá ouvíamos histórias da Bíblia, cantávamos e ouvíamos histórias de missionários nas diversas partes do planeta falando do amor de Jesus a quem ainda não O conhecia. Tudo era apresentado de maneira bem simples, mas a professora da escola sabatina realizava as atividades com muito amor e carinho pelas crianças. Ela fazia o seu melhor, sempre que possível nos levava para fora daquela salinha, nos ensinava a palavra de Deus nos fazendo observar a natureza ou visitando um asilo que ficava na frente da igreja. Com o tempo foi crescendo dentro de mim uma grande admiração por esta professora, fazia questão de auxiliá-la no que ela precisava, podia ser até uma imagem que caía do flanelógrafo e eu estava lá, mais do que rapidamente colocando no lugar. Quando eu percebi, estava sonhando em ser uma professora, tão dedicada como a que eu tinha na escola sabatina. Infelizmente não tive a oportunidade de estudar em uma Escola Adventista, porém no ensino fundamental tive professoras que me inspiraram mais ainda. Na adolescência, me matriculei no curso de magistério, mas este é um período da vida em que muitas dúvidas nos cercam a respeito da profissão em que deseja seguir e acabei trancando a matrícula. Comecei a trabalhar na área administrativa com Recursos Humanos, não muito longe da área educacional, trabalhei em um setor de formação continuada. Mas o desejo pela educação retornou, e com força total, quando fui fazer minha inscrição para o vestibular ouvi a voz de Deus claramente me dizendo para me inscrever para o curso de Pedagogia. Meu sonho era trabalhar na rede Adventista, influenciar vidas com o amor de Deus, não queria apenas ensinar os conteúdos, mas também plantar a semente do Evangelho Eterno no coração das pessoas. Quando eu entrei pela primeira vez no Colégio Adventista do Boqueirão, meu coração quase explodiu de alegria! Anos mais tarde fui para a Escola Adventista de Paranaguá, a cidade em que eu cresci, nossa escola estava sendo ampliada e transferida para o centro da cidade, tornandose um colégio. Hoje estou na Escola Adventista de Araucária, em uma escola considerada modelo em construção e com uma grande família que aprendi a amar. Grandes coisas eu aprendi durante esses anos na Rede Adventista de Ensino, uma delas é que nossa profissão é um eterno aprendizado. O que mais me fascina é ver crianças e famílias sendo tocadas pelo Espírito Santo, é ver crianças que não tem religião louvando o nome de Deus nas nossas capelas, e até hoje me emociono muito vendo o poder de Deus atuar na vida destes alunos. Que o Senhor Jesus nos ajude em nossa missão diária, que nos acompanhe em nossas salas de aula. Que nossos alunos enxerguem em nós o Seu amor e que possamos marcar esta geração.


O PODER DA ORAÇÃO

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or muito tempo pensei que as experiências da minha vida não eram significativas, posteriormente percebi que além de significativas, o nosso Deus sempre dava uma resposta para mim por meio das minhas experiências e orações. Já fui aluna, e hoje tenho o privilégio de ser professora da Rede Adventista. Ao iniciar o ano de 2016, uma aluninha de apenas três anos vinha todos os dias com as unhas pintadas de cores bem fortes, como algumas mulheres adultas pintam. Me apeguei muito e aprendi amá-la igualmente como os demais, porém, como ela não estava de acordo o estatuto da escola, fiquei pensando em uma forma de me achegar a ela e mostrar que não precisava vir com as unhas pintadas para ficar bonita, pois ela já era especial de qualquer forma. Então, inicie meu trabalho com ela, colocando–a em minhas orações, na certeza de que acharia uma forma de convencê-la sem ofender e sem perder a confiança dos pais que, naquele período, estavam vivendo o primeiro amor pela Escola Adventista; eles haviam feito planos para que a filha estudasse ali. Permaneci orando sempre, buscando uma resposta de Deus e, todos os dias sem faltar um, conversava um pouquinho com ela sobre este tema, porém, ela não cedia. Um dia teve uma colega de trabalho que percebendo a situação, disse para eu entrar em contato com os pais e relatar ou escrever na agenda para que os pais tomassem uma atitude, porém não me sentia tocada a agir assim. Permaneci orando. Enquanto conversava com a aluna sobre este tema percebi a chegada de outra aluna que logo entrou na conversa e disse que as crianças eram lindas daquele jeito mesmo sem pintar as unhas, pois que somente os adultos pintavam as unhas. Percebi que ela teve imediatamente uma reação especial, e finalizamos a conversa. Encerrou-se aquela semana e quando voltamos para a aulas na nova semana, a aluna veio com a intenção de me fazer uma surpresa mostrando as unhas que não estavam pintadas, disse que agora entendia que criança não precisava pintar as unhas. Sua mãe até havia lhe convidado para pintar as unhas e ela disse que não, pois criança não precisava pintar as unhas. Por fim, chego à conclusão que devemos confiar cada vez mais no poder da oração, pois Deus tem o poder de usar muitas vezes quem nós nem imaginamos, mesmo uma criança. “Vi que toda oração elevada ao céu com fé, por um coração sincero, será ouvida por Deus, e aquele que dirige a petição terá a benção quando mais dela necessitar, e excedendo ela muitas vezes a suas expectativas. ” (TS v 1, p 22).

DOMINGO 26/02

“Ó Deus, ouve a minha oração, inclina os teus ouvidos às palavras da minha boca”. Salmos 54:2

Daniela Rodrigues Santos Graduada em Pedagogia. Professora da Educação Infantil. Escola Adventista de Araucária.

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UM ESTÁGIO DIFERENTE

SEGUNDA 27/02

“Futuramente você entenderá porque Deus permitiu certas coisas em sua vida”. João 13:7

Heloísa Sprotte Graduada em Pedagogia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

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015 foi um ano cheio de incertezas, pois foi o último ano da faculdade, e chegaram os momentos dos estágios diferenciados. Meu curso de pedagogia tinha um sistema diferenciado para estágio. Ao chegarem ao quarto ano, os alunos tinham aulas intensivas até o final do mês de abril, após esta data, saíam para fazer estágio fora e tinham trabalhos à distância. Quando eu estava no meu terceiro ano de faculdade, já sonhava em chegar ao quarto ano para fazer o estágio extensivo e o local escolhido seria Curitiba. Ao chegar no quarto ano, as dúvidas começaram a surgir. Onde irei fazer o estágio? Comecei a orar a Deus pedindo que me direcionasse para o melhor lugar, onde eu tivesse boas experiências e que também me despertasse um desejo maior sobre minha profissão. Conversei com vários amigos e pessoas próximas pedindo opinião sobre este assunto. Recebi o convite para fazer o estágio em Brasília em um dos Colégios Adventistas (CEAMA), e teria a oportunidade de ficar hospedada na casa de uma família conhecida no período em que iria fazer os estágios. A dúvida era grande, Brasília ou Curitiba? Em um domingo, após o almoço, retornei a ligação para o responsável pela Educação da Associação da região do DF aceitando convite que havia me concedido. Segunda-feira, pela manhã, a coordenadora de estágios entrou na sala para nos dar um recado sobre o programa de extensão de estágios. Disse-nos que tinha uma notícia triste, pois os estágios da região sul haviam sido cancelados. Foi então que tive a certeza que Deus tinha preparado algo para mim em Brasília. Passei dois meses no CEAMA, fiquei apaixonada pela Escola e pela equipe de trabalho. Em outubro, o responsável pela região do DF me ligou falando que meu lugar estava garantido na Escola e que gostaria muito que eu fosse trabalhar com eles. Mais uma vez a dúvida bateu, pois eu tinha amado a Escola e as pessoas, mas ao mesmo tempo, era muito longe de onde meus pais e minha família moram. Pedi um tempo para retornar a ligação e dar a resposta final. Neste meio tempo de decisão passei dias de muita angústia, incerteza e de muita oração e súplica. Pedi a Deus que me direcionasse para o melhor caminho e a tomar a melhor decisão. Em Brasília eu tinha emprego garantido, em Curitiba – nada certo. Neste meio tempo, enquanto analisava a proposta, resolvi mandar um currículo para os responsáveis pelo setor de educação no Paraná. Chegou o momento em que teria que dar a resposta para a Escola de Brasília, confesso que foi um não muito dolorido. A partir deste momento eu estava desempregada, pois havia recusado o convite e ainda não tinha resposta alguma de Curitiba. Continuei orando e confiando. Após umas duas semanas tive retorno sobre meu currículo, até fiz uma entrevista com a coordenadora pedagógica daquela região do Paraná. Após a entrevista passou-se uma semana até que recebi um e-mail com a confirmação. Tinham me “Escolhido” para trabalhar como professora da Ed. Infantil. Às vezes não entendemos porque algumas coisas acontecem, mas quando nos colocamos nas mãos de Deus, Ele nos guia, nos abençoa e nos capacita na Escolha que fizermos.


QUAL O CAMINHO?

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ocê já mudou a direção da sua vida por amor a alguém? Já seguiu por caminhos sem entender o porquê? Quando casei trabalhava como secretária, e, como meu trabalho não me permitia flexibilidade no horário, meu marido e eu decidimos que quando tivéssemos filhos eu pararia de trabalhar para me dedicar à educação deles. Mantivemo-nos firmes nessa decisão e foram momentos maravilhosos que passei com eles, onde pude acompanhar o desenvolvimento de cada um. Mas ao chegarem à idade escolar, uma crise financeira afetou minha família, e começou a ficar muito difícil para o meu marido manter as despesas sozinho. Eu não conseguia imaginar sair de casa para trabalhar e deixar meus filhos com pessoas estranhas. Eu me perguntava como poderia trabalhar e ainda continuar cuidando deles? Orei a Deus tentando encontrar uma resposta. Certo dia, minha mãe, conhecendo minha angústia, me disse que uma ótima opção seria eu cursar magistério. Assim eu poderia ajudar financeiramente em casa e ainda cuidar dos meninos. Mais uma vez clamei a Deus em busca de respostas. Sempre gostei de crianças, mas jamais havia pensado em ser professora. Então descobri que perto da minha casa havia um colégio que oferecia somente as matérias específicas do magistério para quem já havia feito o Ensino Médio. Era Deus me mostrando o caminho. Fiz a matrícula para cursar o magistério à noite. No segundo semestre do curso consegui um estágio remunerado em uma escola de educação infantil. Eu trabalhava no período em que os meninos estavam na escola. Durante os dois anos do curso fiz estágio nessa escola, mas muitas coisas que aconteciam ali não estavam de acordo com meus valores e crenças. E em vários momentos me senti desconfortável com isso. Então quando terminei o magistério, me matriculei na faculdade de Letras, procurei trabalho no o Colégio Adventista Boa Vista e aqui estou há dez anos. Naquele momento acreditei que Deus estava me conduzindo por amor aos meus filhos. Não conseguia compreender qual era o Seu real propósito para minha vida, mas hoje Ele me abriu os olhos e eu entendo porque estou aqui. Meu coração transborda de alegria por fazer parte da Educação Adventista, pois temos os mesmos valores e as mesmas crenças. Aqui posso mostrar o grande amor de Deus que também abriu mão de tudo em nosso favor, que deixou toda Sua glória para nos resgatar e para muito em breve vir nos buscar. Nesse momento talvez você também tenha que ir por um caminho que não tinha planejado. Sua cabeça está confusa, talvez você não consiga encontrar as respostas que procura. Mas deixe Deus ser Deus em sua vida e este terá sido o melhor caminho que você já percorreu.

TERÇA 28/02

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”. Jeremias 29:11

Gleice Keri Mello de Oliveira Graduada em Letras. Pós-graduada em Gestão Escolar, Orientação Escolar e Coordenação Pedagógica. Orientadora Educacional do Ensino Médio. Colégio Adventista Boa Vista.

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CHAMADO E MISSÃO

QUARTA 01/03

“Ora, desde o ventre materno dependo de ti, das entranhas de minha mãe me separaste; dia após dia és motivo de todo o meu louvor”. Salmos 71:6

Viviane Poli Moreira

Graduada em Normal Superior e Pedagogia: Docência e Gestão Educacional. Pós-graduanda em Orientação e Supervisão. Professora regente (Educ. Infantil) e auxiliar de Coordenação Pedagógica. Colégio Adventista Guarapuava.

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á dezesseis anos, ao firmar um novo compromisso com Deus em um contexto de mudanças, fui convidada a trabalhar no Colégio Adventista de Guarapuava, onde havia estudado do 6º ao 9º ano. Senti imediatamente Deus me chamando; me senti abençoada, já que orava por novas oportunidades. Trabalhei em vários setores da escola e entre eles, a sala de aula. Minha carreira profissional na área de educação iniciou na Rede Adventista. A cada novo dia sentia o convite de Deus por meio da meditação antes de trabalhar, me incentivando e dando as provisões para vencer os novos desafios, por meio da Educação Adventista. Minha obra estava ligada a motivar o desejo de amizade com Deus, em meio aos conteúdos escolares, tudo demonstrando a sabedoria de Deus. Aquele que nos vê em todas as nossas dimensões e potencialidades, é Aquele que conduz a Educação Adventista. Lecionar me traz grande alegria. Este ano fui surpreendida com uma benção que relembra minha história. Percebi o entusiasmo de Frederico, meu aluno da Educação Infantil, ao ouvir as histórias bíblicas. Sempre conversamos sobre suas preferências, e, certo dia, ao chegar à escola, sua mãe me abordou, expressando o desejo do pai dele em participar dos cultos da igreja, pois seu filho reconta diariamente as histórias bíblicas aos pais. Há algum tempo, eles oravam para que Deus os indicasse uma igreja para participar. A mãe queria saber os horários e dias de culto, e ainda me surpreendeu quando me perguntou qual seria o melhor horário para me buscar e dar carona para juntos irmos à igreja. Essa experiência foi marcante, pois essa também foi a minha história enquanto cursava o sétimo ano. Essa família ouviu a resposta de Deus por meio dos devocionais voltados às crianças de nossa escola. As pessoas estão sedentas por ouvir sobre Deus, como podemos parar de falar de nosso Criador e Redentor? Não conhecemos todos os resultados da obra que o Pai nos confiou, mas experiências como a deste querido aluno me fazem lembrar da importância de nossa obra como educadores na vida de nossos alunos, de suas famílias e de nossa comunidade para levá-los a Jesus. No ventre de nossa mãe fomos escolhidos para educar na perspectiva da cidadania terrestre e celeste. Que possamos ter a certeza de que mesmo em meio aos desafios, o grande Eu Sou nos enviou, Deus não abre mão de nós e das preciosas crianças e jovens que Ele nos confiou. Nunca estamos sós, nossa missão é coletiva, dinâmica, desafiadora, motivadora e de dependência com Deus, só assim marcaremos nossa geração.


A BÍBLIA É COMO UM ESPELHO

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em muita gente que se olha no espelho e não gosta do que vê. Há pessoas inclusive que se olham e não conseguem enxergar a realidade. Umas pensam que são magras ou gordas demais, outros não veem beleza. “Nossa, quantas espinhas! ”. Olhamos no espelho para escovar os dentes, passar um creme ou um protetor labial, ver se tem alguma sujeira ou mancha no rosto, etc. As mulheres são as que mais gostam de espelhos: Olham nos retrovisores dos carros, passam tempo no banheiro se admirando, e, se tem um vidro espelhado, a parada é certa. Gosto da comparação da Bíblia como um espelho por dois motivos. Vou parafrasear a ilustração do Pr. Alejandro Bullón contando uma história: Certo dia um garoto foi para a escola e no meio do caminho acabou sujando o rosto, mas não percebeu. Quando chegou na escola, as crianças cochichavam sobre a sujeira, algumas até sorriam, mas o garoto não entendia nada do que estava acontecendo. Ficou incomodado com aquela situação, mas resolveu nem ligar. As aulas acabaram e quando o garoto chegou em casa, foi ao banheiro e no espelho viu a enorme mancha no rosto. Quando ele viu, entendeu porque seus amigos estavam comentando. Rapidamente, passou um espelho no rosto para limpar, mas o espelho só espalhava a sujeira ainda mais. Sua mãe, vendo aquela situação explicou para o filho que o espelho mostrava a sujeira, mas que podia fazer a limpeza era a água. Na Bíblia, palavra de Deus, encontramos os 10 mandamentos (Êxodo 20). Muitas pessoas pensam que a lei de Deus foi abolida quando Jesus morreu, mas isso não é verdade. O próprio Jesus obedeceu a lei (João 15:10) e mesmo os discípulos guardaram a lei após a morte de Jesus. Em contrapartida, há pessoas que acreditam tanto na lei que pensam até que ela pode limpar os pecados, caso seja seguida rigorosamente. A ilustração acima nos ajuda a entender qual o papel da lei e qual o papel do sacrifício de Jesus na Cruz. A Lei é o espelho que mostra o erro, a sujeira é o pecado. Apesar de apontar, ela não limpa e não perdoa os pecados. Entretanto, o sacrifício de Jesus na cruz é como a água, que pode limpar o nosso coração de toda a sujeira. O segundo motivo que gosto da comparação da Bíblia com um espelho é porque nela percebo que sou um reflexo de Deus. Eu e vocês fomos criados a imagem de um Deus que é amor, vida, bondade, justiça, etc. (Gênesis 1:27). Quando alguém disser para você que você não é nada, que vale pouco, ou falar palavras que o machuquem, olhe para esta pessoa e diga: “Eu sou criação de Deus, sou o reflexo da sua imagem e Deus é perfeito! ” Que tal repetir isso agora?

QUINTA 02/03

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. ” II Coríntios 3:18

Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico. Coordenadora pedagógica do 9º ano ao Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

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O SENHOR É MEU PASTOR

SEXTA 03/03

“O Senhor é meu Pastor, e nada me faltará. ” Salmos 23:1

Gislaine Gonçalves

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gerenciamento do Ambiente Escolar: Supervisão e Orientação. Professora Regente. Escola Adventista Castro.

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odos nós temos um salmo predileto, mas há um universalmente aclamado: O salmo do bom pastor. Pelo menos é nestes versos que eu medito todos os dias. Trabalho há 14 anos na Escola Adventista de Castro. Durante esta jornada, recebi bênçãos sem medida do nosso Deus. Ele sempre supriu as minhas necessidades, nunca me faltou nada. Mas como todo ser humano, eu comecei a ter dúvidas e preocupações. Será que terei emprego garantido no próximo ano? Como vou sobreviver? Como vou pagar minhas contas? Foi então que resolvi fazer alguns concursos. Quando eu olhei a lista de aprovados e vi o meu nome, me senti aliviada e pensei que agora estaria com o futuro garantido. Mas, quando fui preencher a documentação para assumir o concurso, eu assinava a desistência. E assim foi repetidamente. Em 2015, fiz novamente o concurso, motivado pela minha insegurança. Passei, e logo fui chamada. Ao conversar com a coordenadora, pedi minha demissão; ela então, me solicitou que tomasse aquela decisão importante depois que fosse à capacitação que aconteceria em Curitiba. Pediu que deixasse Deus me dar a resposta depois do encontro. Foi impressionante a resposta de Deus, logo nos primeiros momentos da reunião. Ele falou comigo me respondendo exatamente da forma como eu precisava. No outro dia, eu estava assinando a desistência do concurso mais uma vez. Aprendi que eu não terei falta de sustento, pois Ele prepara um banquete para mim. Ele me convida para a sala de jantar e seu estandarte sobre mim é o amor. De nada terei falta, pois o meu cálice transborda. Jesus é tudo o que eu preciso, hoje e sempre. Jesus ama você e eu. Ele nos aprecia. Ele cuida de nos. Nós temos valor. Nossa vida tem valor. Tudo Ele fez porque somos Seus filhos. A melhor maneira de cuidarmos de nós mesmos é darmos uma chance para Deus fazer isso. O que mais podemos desejar?


O INIMAGINÁVEL PODE ACONTECER

Q

uando criança, brincava de várias coisas com a minha melhor amiga, “casinha”, “desfile de moda” e “escolinha” estavam entre as nossas favoritas. Mas, a brincadeira que eu mais gostava mesmo, era brincar de “escritório” e conseguia brincar sozinha. Eu pensava que queria ser secretária. Mas o tempo passou, e a minha vida foi tomando rumos diferentes. Minha família nunca teve muitas condições financeiras, por isso, sempre estudei em escolas públicas, mesmo assim sempre fui muito dedicada e estudiosa. Quando terminei o Ensino Médio me perguntei o que faria, e então, optei por estudar na área de alimentos. Tudo o que estudei durante o curso me motivou a seguir neste caminho. Mas quando me formei, veio a decepção, eu não conseguia emprego na área e fui trabalhar como balconista em uma panificadora. Depois de um tempo me casei, meu esposo e eu mudamos para a região de Curitiba, e foi aí que tudo começou. Foi necessário Deus me chamar duas vezes para que eu aceitasse a Educação Adventista em minha vida. No primeiro, recusei porque achava que não tinha perfil para trabalhar como monitora de alunos, e também porque o salário era menor do que eu estava recebendo no momento. O segundo chamado aconteceu num momento bem difícil. Eu orava muito para que Deus direcionasse minha vida, porque não era feliz. A vida numa cidade grande não estava sendo fácil, não tínhamos amigos, sentíamos muita falta de nossa família e eu estava infeliz profissionalmente. Mas nunca perdi a esperança de que as coisas melhorariam. Desta vez, eu senti que deveria aceitar “o chamado” de Deus e comecei a trabalhar na Escola Adventista São José dos Pinhais no ano de 2009, e a paixão aconteceu. Comecei a trabalhar na reprografia e poucos meses depois como auxiliar de secretaria. Depois de mais alguns meses eu era a secretária do colégio. Meu sonho estava sendo realizado e eu nem lembrava mais que era isso que desejava fazer quando criança. Mas Deus sabia, Ele conhece tudo, o presente, o passado, o futuro e os desejos do meu e do seu coração. A partir daí minha vida começou a mudar. Eu aprendi o que é trabalhar por amor e agora não só tinha amigos, mas também uma grande família. Hoje entendo que a Educação Adventista não é só um trabalho, é uma missão para a qual eu fui escolhida. Deus tem abençoado tanto minha família que hoje meu esposo também trabalha na Educação Adventista. Atualmente trabalhamos em nossa cidade natal, perto das nossas famílias. Descobri, que o que faço hoje é tudo o que sempre desejei fazer desde minha infância e acredito que Deus realizou o meu sonho, mesmo quando eu não tinha ele em minha memória. Deus é realmente grandioso e está disposto a realizar coisas em nossas vidas das quais nem podemos imaginar. Mesmo em meio as dificuldades, angústias e provações, podemos a todo tempo alegrar-nos em Deus, o nosso Pai, porque Ele sempre está disposto a nos amar, proteger e guiar. Ele atendeu o desejo do meu coração e atenderá o seu se for o melhor para você. Confie, espere, alegre-se nesse Deus que é capaz de fazer muito mais do que e você possa imaginar.

SÁBADO 04/03

“Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração”. Salmos 37:4

Simone Ribas Schrott Secretária da Escola Adventista Ponta Grossa.

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DOMINGO 05/03

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram e nem jamais penetrou em coração humano as coisas que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. I Coríntios 2:9

Ilza Silverio Queiroga

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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FUGINDO DE DEUS

A

ssim como Jonas, fugi de Deus. Há 25 anos exercia atividade de educadora em rede privada; trabalhava numa escola de classe média alta, bem renomada, com bom salário e estava acomodada com a situação. No entanto, não me sentia realizada e nem que a minha missão como educadora estava sendo realizada. Me envolvia muito com as atividades da escola e acabava sendo mais fiel ao meu trabalho do que a Deus. Participava de festas juninas, halloween, carnaval e, muitas vezes, até transgredia o sábado por motivos profissionais. Páscoa e Natal, que eram oportunidades de mostrar do amor de Deus para as crianças, eram datas festivas totalmente deturpadas, mostrando somente o sentido comercial e pagão. Frequentava a igreja Adventista esporadicamente e já não devolvia mais o dízimo. Assim, aos poucos, fui me distanciando de Deus. Quando presenteada com meu filho, ele participava ativamente de todos esses eventos proporcionados na escola. Em casa, procurava ensiná-lo nas verdades bíblicas. Somente então percebi o quão hipócrita estava sendo, professando ser algo que há muito tempo não era mais. Durante esse período Jesus me chamou por duas vezes para trabalhar na Educação Adventista, mas assim como Jonas, fugia de Deus ao declinar as propostas recebidas. Foi então que, pela terceira vez, ao Jesus me chamar em 2012, não consegui resistir à voz do Espírito Santo, comecei a dar aulas na Escola Adventista de Araucária e também renovei meus votos pessoais com Deus. Desde então, não tenho somente educado meus alunos para o mundo, mas prioritariamente, os tenho educado para a eternidade. Sou coerente na educação para com meu filho e Deus me concedeu realização pessoal e profissional. Em I Coríntios 2:9 diz que “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram e nem jamais penetrou em coração humano as coisas que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. Hoje tenho o privilégio de, muito mais que ser uma simples professora, ser um instrumento de Deus, ensinando aos meus alunos a amar a Deus e um dia serem beneficiários com aquilo que Ele nos tem preparado.


VOCÊ ACREDITA? – PARTE I

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á passou por alguma situação que gerou dúvidas e ficou em inércia, sem saber o que fazer? Com certeza sim, mas o que fez, gerou acertos ou erros? Tempos atrás, eu e minha esposa estávamos tentando adquirir nossa casa própria, e chegou o dia tão sonhado de assinarmos a papelada. Para isso, precisávamos pagar as taxas de aquisição do imóvel e não tínhamos o dinheiro destes encargos. Sentíamos que Deus sem dúvida estava proporcionando a oportunidade. Resolvi vender nosso carro pois tínhamos pouco tempo para resolver e fechar o contrato. Decidi então colocar o anúncio num jornal local, através de um site. Havia acabado de colocar o anúncio quando recebo a ligação de uma pessoa interessada. Logo em seguida, ele estava em frente ao Colégio Adventista onde trabalhava. Tentei mostrar o carro, mas o comprador não tinha interesse em ver como estava a aparência, o motor, a suspensão. Achei muito estranho e continuei insistindo para que olhasse. Por não se interessar comecei a mostrar alguns defeitos que o carro possuía, como alguns arranhões. Ele me interrompeu e disse: “Você não é funcionário deste Colégio? Então não precisa me mostrar nada, são pessoas honestas”. Senti um arrepio e fui abrindo o carro e ligando o motor. Ainda bem que havia feito uma boa revisão. Ele sorriu para mim e solicitou que fôssemos a pé mesmo no banco, que era próximo, para fazer a transferência do valor e ao cartório para fazer a transferência do carro. Só depois, entrou no carro, foi embora e nunca mais soube dele. Poderia parar por aqui, pois sinceramente fiquei impressionado com a rapidez da negociação. Não estava preparado para ficar sem carro naquele dia. Logo em seguida, o pessoal do jornal me ligou dizendo que precisava pagar a taxa para o anúncio ir ao ar. Quando contei que já havia vendido o carro, eles ficaram sem entender como aquilo foi possível. Então, vi a necessidade de adquirir outro carro. Na mesma semana apareceu uma pessoa me oferendo um consórcio e não achei que fosse coincidência. Fiz o plano e comecei a pensar em uma frase que ouvi “Quando você pede para Deus enviar chuva, leve o guarda-chuva”. Logo fui atrás de um carro.

SEGUNDA 06/03

“Porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte”. Tiago 1.6

Welmer Alves Monteiro

Graduado em Processos Gerenciais. Coordenador de TI. Colégio Adventista Portão.

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VOCÊ ACREDITA? – PARTE II

TERÇA 07/03

“Porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte” Tiago 1.6

Welmer Alves Monteiro

Graduado em Processos Gerenciais. Coordenador de TI, do Colégio Adventista Portão.

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D

epois de vender o carro, achei um que daria certo com o valor da carta de crédito caso fosse contemplado. Confesso que não tinha nenhum plano sobre o que fazer, como agir, apenas orando para que Deus me ajudasse na decisão. Acabei deixando um cheque calção para que segurassem o carro, pois estava próximo o pagamento da segunda parcela e poderia ser contemplado. O responsável pela loja de carros riu e disse que era praticamente impossível logo no começo do consórcio e que seguraria o cheque até a data mas se não desse certo perderia a valor. Perto do vencimento o agente de consórcio me ligou. Pedi que fosse anotado que daria o lance mínimo. Ele ficou inconformado e me disse que nem perderia seu tempo, pois no final do ano o normal é as pessoas darem lances acima de 13 parcelas, porém eu insisti e ele anotou. No vencimento eu não fui contemplado e nem sorteado. Fiquei perplexo e analisando o que havia feito, achei que Deus já havia feito muito por mim e não merecia tanta atenção assim de deus. Simplesmente orei para que me ajudasse a resgatar o chegue e não perdesse a fé por este motivo. Sem coragem para ir até a loja, pois tinha passado dois dias do vencimento, o agente do consórcio me liga novamente. “Rapaz, você acredita em milagre? Com certeza é um milagre, pois isto jamais aconteceu. Todos os que deram lance não pagaram, só faltou você. Pague sua parcela. O crédito é seu”. Acredite, quando Ele atende nossos pedidos não atende “meia boca” é por completo, mas a nossa parte é fazer. Precisamos ter fé (Hebreus 11:6), precisamos pedir (Mateus 7:7); mão duvidar (Tiago 1:6) e crer (Marcos 9:23). Consegui ouvir a voz de Deus, jamais irei esquecer. Conto diariamente aos alunos com quem entro em contato para que acreditem que o mesmo Deus que operou milagres na minha vida, também poderá operar na vida deles. Essas experiências são únicas, e fazem com que cada um deles tenha vontade de ouvir a Deus, a minha missão é continuar falando para eles, sem duvidar que o mesmo Deus que agiu em minha vida, agirá na vida de cada um deles.


MISSÃO: REPOVOAR O CÉU – PARTE I

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ra início de março de 2003, um dia quente e ensolarado, no qual recebi um telefonema da então Escola Adventista Portão, agendando uma entrevista comigo, pois havia uma vaga em aberto para professora regente. Eu havia enviado meu currículo algumas vezes, na esperança de um dia me juntar aos colaboradores da Educação Adventista, mas a oportunidade não havia chegado até aquela manhã em que fui contratada. Voltei para casa muito feliz. Teria que assumir uma turma de 2ª série, atual 3º ano. Já possuía experiência em sala de aula, mas com turmas de Educação Infantil. Agora estaria trabalhando com o Ensino Fundamental, o que não seria fácil para mim. Mas essa não era a única dificuldade que eu teria que enfrentar. A turma era praticamente masculina, dos vinte e quatro alunos, somente quatro eram meninas. Era uma turma muito indisciplinada e eu ainda estaria assumindo o lugar de uma professora, a qual eles gostavam muito. Eu tinha um grande desafio à minha frente e uma grande missão nas minhas mãos. Mas isso não me desanimou, orei muito a Deus pedindo sabedoria para que eu fizesse o melhor por eles, segundo a Sua vontade. Esse momento da minha vida me remete ao verso bíblico que diz: “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos”. (1João 5.14-15). Deus ouviu minhas orações e todas as situações vividas naquela sala de aula fizeram com que eu aprendesse muito e me desenvolvesse mais como profissional. Dentre todos aqueles alunos, havia um menino que me chamava a atenção. Era uma criança que se isolava das demais. Muitas vezes agia com agressividade com seus colegas e inclusive comigo. Tinha o hábito de se encolher nos cantos da sala ou embaixo da mesa, como quem quer se esconder de tudo e de todos; não realizava as atividades propostas, apenas rabiscava, apesar de ser alfabetizado. Também destruía seus materiais. Os colegas o chamavam de briguento, bagunceiro e preguiçoso. Mais uma vez precisei pedir ajuda a Deus, dessa vez, pedindo em especial por ele. À princípio, precisava que o comportamento dele fosse modificado, até para que eu pudesse dar minhas aulas com um pouco mais de tranquilidade. Então, fui atrás de informações sobre a sua história de vida.

QUARTA 08/03

“Que tudo o que vocês fizerem seja feito com amor”. I Coríntios 16:14

Audrei Schlottag

Graduada em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar Educacional. Coordenadora pedagógica do 9º Ano EFII e Ensino Médio. Colégio Adventista Portão.

08 - Dia Internacional da Mulher

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MISSÃO: REPOVOAR O CÉU – PARTE II

QUINTA 09/03

“Que tudo o que vocês fizerem seja feito com amor”. I Coríntios 16:14

Audrei Schlottag

Graduada em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar Educacional. Coordenadora pedagógica do 9º Ano EFII e Ensino Médio. Colégio Adventista Portão.

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ara tentar ajudar meu aluno, precisei ir atrás de informações a respeito dele e de sua família. Descobri que seu pai era usuário de drogas e sua mãe trabalhava fora do país, o que proporcionava a ela melhores condições para prover o sustento dos filhos, que ficavam aos cuidados da avó. A partir daquele momento, comecei a compreender o porquê daqueles comportamentos inadequados e da fragilidade emocional do meu aluno. Então decidi trabalhar com ele de forma diferenciada. O período em que ele estivesse no colégio precisava ser especial. Comecei a valorizar seus pontos fortes e elogiá-lo perante a turma. Muitas vezes o chamava até a minha mesa ou eu ia até a dele para incentivá-lo, motivá-lo, deixando claro que ele era muito capaz, que era especial para mim e também para Jesus. Fui visitá-lo também, como fazia com todos os alunos, pois acredito que, quando fazemos isso, demostramos que eles são importantes. No segundo semestre, comecei a perceber diferenças no comportamento dele, ainda possuía dificuldades de aprendizagem, mas já não era o mesmo menino. O ano de 2003 terminou e no seguinte ele continuou estudando na escola, mas já não o tinha na minha turma. Sempre conversava com ele no recreio ou no horário da saída. Infelizmente, ele não conseguiu alcançar os objetivos na 3ª série e foi retido. Mas para minha surpresa, em 2005, Deus me deu a oportunidade de tê-lo como aluno novamente. Fiquei muito feliz e acredito que isso foi recíproco. Foram dois anos que eu levei Jesus a esse aluno. Não somente com palavras e histórias bonitas, mas com atenção, amor e carinho. Faz muitos anos que não o vejo, mas ele está presente nas minhas boas memórias. Muitas vezes, chegam até nós alunos indisciplinados, cheios de problemas emocionais ou com defasagens na aprendizagem, o que torna difícil e desgastante a tarefa de educar. A profissão do educador não é mesmo uma tarefa fácil. Trabalhar com pessoas marcadas por diferentes histórias e experiências de vida exige muita compreensão e empatia. Mas seguindo o exemplo de Cristo, resultados maravilhosos serão vistos aqui na Terra e também no Céu. A missão da Educação Adventista é valiosa, e não deve ser menosprezada. Como uma diretora, muito querida, dizia: “Nossa missão é repovoar o Céu! ”


CONFIANÇA EM DEUS

É

muito doloroso perder alguém que amamos muito, alguém íntimo ou da família. Eu sei porque perdi duas filhas, uma com cinco anos e a outra com sete anos em um acidente de automóvel. Quem passou por uma situação semelhante sabe que é uma dor profunda que impacta a nossa vida a ponto de mudarmos até os nossos objetivos e anseios pessoais. Muitas vezes somos tentados a pensar que Deus se esquece de seus filhos e que estamos sós neste mundo, hoje tenho a certeza de que isto não é verdade. Quando esta tragédia aconteceu, eu nem sonhava em ser professor, porém movido pelo desejo de permanecer fiel a Deus e de servi-lo, Ele foi conduzindo a minha vida de tal maneira que hoje sou professor de Ensino Religioso e tenho o privilégio de falar de Seu amor para muitos adolescentes. Todos os dias que eu entro em sala de aula e os alunos me procuram para abrir seus corações, pedem para que eu ore com eles eu sinto que estou sendo útil a Deus, minha missão ali está sendo cumprida. Por vezes, tenho tido a oportunidade de conversar com famílias que estão passando por dificuldades diversas, inclusive por situações de luto e minha experiência me ajuda a compreendêlos e ser empático com eles, posso orar com estas famílias e de novo sinto que estou cooperando com Deus. O Senhor me abençoou com mais três filhos, tenho uma linda família, amo minha profissão! Ainda existe a saudade, mas sobre tudo, existe a esperança de que Jesus voltará e a morte já não mais existirá. A palavra do Senhor nos alerta de que neste mundo teríamos aflições, porém afirma, tenha fé! Jesus venceu na cruz este mundo e nisto temos a certeza de que Ele é fiel e justo para nos restaurar. Deus ama você. Não permita que as tristezas desta vida destruam tua fé!

SEXTA 10/03

“Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mateus 28:20

Jeferson Bueno Sant´Ana

Graduado em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar Educacional. Professor de Ensino Religioso. Colégio Adventista Portão.

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PARTICIPAR E CHEGAR

SÁBADO 11/03

“Combata o bom combate da fé, toma posse da vida eterna para a qual fostes chamado e da qual fizeste tua bela profissão de fé”. I Timóteo 6:12

Walmir Victor Veiga Graduado em Letras. Pós-graduado em Literatura e A Produção do Texto Literário. Professor de Língua Portuguesa e Língua Espanhola. Colégio Adventista Boqueirão

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T

oda beleza e significação do cristianismo residem no fato da salvação individual. Para Deus não é importante preencher os lugares vagos nas escolas, igrejas, campos, ou meramente buscar a sobrevivência financeira. Nem mesmo salvar os outros é mais importante que salvar-se a si mesmo. Nos meios esportivos o lema é participar. Na vida espiritual não é assim. Chegar é mais importante que participar. Pense: De que adianta toda a glória da participação na causa de Deus, se você não CHEGAR? Seus alunos, seus amigos e outros perguntarão por você, mas onde você estará se não chegar? De que adianta ser quase herói? Pense na arca de Noé: Quantos participaram da construção? Certamente muitos, mas apenas oito chegaram. É muito importante servir, mas servir sem o objetivo de CHEGAR não faz parte dos planos de Deus. Toma posse da vida eterna diz o Senhor, onisciente, presciente, onipotente e onipresente. Devemos ser missionários disfarçados de professores, administradores, funcionários. Por que tantos participam e poucos chegam? Alonso Jones (1850-1923) foi editor das revistas Signs of the Times, American Sentinel, Present Truth, Review and Herald, e um dos maiores teólogos adventistas de então. Jones permitiu que o inimigo deixasse em sua mente algumas interrogações e foi se mostrando contrário a alguns colegas de trabalho. Ele permitiu que a semente do orgulho crescesse a ponto de deixar não apenas a obra, mas também a igreja, e morreu em 1923 na miséria e desprezo total. Alguns não chegam porque priorizam a boa política de abraçar e bendizer apenas aqueles que concordam com as mesmas coisas. Outros, porque permitem que a semente do mal brote em sua mente. No livro “A Mão de Deus ao Leme”, o autor conta que um pastor de ovelhas, no campo, observava uma águia que gradualmente tinha seu voo inseguro e vacilante. Logo percebeu que uma das asas estava paralisada. Viu então a ave cair com grade ímpeto. Descobriu, depois, que a queda se deu porque uma pequena serpente a havia picado. Já envenenada pela serpente, seus sobressaltos não foram capazes de evitar a queda, pois o veneno já estava inoculado. Quantos homens talentosos já passaram por esta obra e a abandonaram, ou quando a negligência e o orgulho atacam, a queda é inevitável e fatal para alguns. Nesta vida, a prioridade é uma somente: sua salvação. Lembre-se do rei Saul, escolhido por Deus para ocupar a mais elevada função “da obra”: Ser o rei. E, a partir do momento que priorizou a política de manter-se no poder, de priorizar apenas os “seus”, tornou-se um déspota, traidor, assassino, tentando incessantemente diminuir Davi, escolhido por Deus para substituí-lo. Judas priorizou as finanças. Caim racionalizou: Deus tem que aceitar o que faço, o que tenho. Mudar a prioridade é perder o rumo seguro. Somente assim, manteremos o foco, para participar da obra, mas não somente isso, chegar no objetivo final!


SONHAR DE OLHOS ABERTOS

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eus pais são naturais do interior da Bahia, e conheceram as verdades contidas na Bíblia enquanto adolescentes. Eles trabalhavam vendendo livros (conhecidos como Colportores), e tiveram muitas batalhes para manter eu e minha irmã. Mesmo em toda a simplicidade, compreenderam o que Deus esperava deles como pais e buscaram orientação na Bíblia e em literaturas da igreja para nos educar. Tenho boas recordações da infância: animais de estimação, brincadeiras ao ar livre, cultivo de jardins, passeios em meio à natureza, concursos bíblicos elaborados pela mãe e correções (sim, esta é uma boa lembrança). Financeiramente falando, a situação nem sempre foi favorável. Aprendi a estabelecer prioridades, afinal, percebi que o dinheiro era investido em educação, livros, programas da igreja e em função disso, a casa nem sempre tinha a melhor mobília ou eletrodomésticos. Me lembro de estudar em Escolas Adventistas no Mato Grosso, Amazonas e até mesmo em um internato em Rio Preto da Eva (AM). Enfim, chegou o momento de iniciar um curso superior e o desejo era permanecer a Educação Adventista. Porém, fazendo alguns orçamentos, incluindo passagens, mensalidades, pensionato, despesas diversas chegamos à conclusão de que o desejo de continuar estudando na rede era um sonho praticamente inatingível. Meus pais ouviram muitas frases semelhantes a essas: “Por que mandar as filhas pra Bahia com tanta faculdade boa por aqui? ” “Escola Adventista não é para filho de pobre, você já conseguiu manter até demais”. Mesmo diante deste quadro, resolveram ir contra o provável. Há dois tipos de sonhadores. “Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis. ” (T. E. Lawrence). Meus pais são os do tipo “perigosos”! Sonharam, batalharam, oraram e conseguiram realizar nosso sonho. Me formei em Pedagogia e minha irmã em Fisioterapia. A Escola Adventista deixou várias marcas na minha vida. Conheci mestres excelentes que foram escolhidos por Deus para ministrar esta obra sagrada. Tenho certeza de que fui escolhida por Deus para marcar uma geração. Aprendi que quando Deus faz planos para a nossa vida, o impossível torna-se possível e o improvável; provável. O segredo é aliar o esforço humano ao poder divino e sonhar de olhos abertos.

DOMINGO 12/03

“Por que sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos para fazê-los prosperar e não de lhes causar danos, planos de dar-lhes esperança e um futuro”. Jeremias 29:11

Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico. Coordenadora pedagógica do 9º ano ao Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

12 - Dia do bibliotecário

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GRANDE CONSTRANGIMENTO E IMENSA ALEGRIA!!

SEGUNDA 13/03

“Porque o amor de Cristo me motiva”. II Coríntios 5:14

Ana Paula de Barros Muller Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Educação Especial. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Boqueirão.

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ual é minha missão? Como marcar uma geração com o meu trabalho? Estas são perguntas que todo professor deve fazer ao acordar todos os dias. Mas como? São tantos desafios! Era uma segunda–feira à tarde, a escola toda estava tendo seu primeiro dia de aula, e nós, da educação infantil, estávamos recebendo os materiais e conhecendo os alunos e suas famílias. Lembro que em minha sala tinham alguns pais colocando nome nos materiais, quando, de repente, entrou pela porta, sendo quase arrastada pelo pai uma criança linda, loirinha, cabelos cacheados e fartas bochechas rosadas. Imediatamente me abaixei e disse: “Como você é lindo”. E, ele, tentando se livrar do pai, disse: “Eu não quero ela. Ela briga muito forte com os alunos dela. ”. Pensei comigo que esta criança deve ter presenciado algum momento de insanidade de minha parte pelos corredores. Dei um sorriso amarelo para aquela família, e sem ter muito o que dizer, e orei em pensamento; mas lá estava o nome dele em minha lista de chamada: Mateus. Aquela criança grudou no pai e começou a gritar: “Ela não! Ela não! ”. Tive medo que minha coordenadora entrasse pela porta naquele momento, e com certeza, seria meu fim!! Comecei a orar silenciosamente e me veio uma promessa da Bíblia que acalmou meu coração: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. Adaptei para a minha realidade: “Na sala tereis aflições, mas tende bom ânimo, você vai vencer o ano”. Aquela cena foi apenas o princípio dos desafios com o Matheus. Aquele aluno era extremamente inteligente, cada dia era único e surpreendente, ele tinha resposta questionamentos para todas as situações. Se eu saísse para beber água ou se não havíamos ainda e argumento para qualquer situação. Se eu saísse para beber água, era questionada. Se ainda não havíamos ido ao parquinho, perguntas eram feitas. A frase que eu mais ouvi naquele ano foi “Você disse! ”. Com o passar dos meses, marquei uma visita na casa daquele aluno apaixonante, embora me enlouquecesse com tamanha inquietude e energia. Chegou o dia de conhecer a família Figueiroa. Naquela visita, me encantei com toda a família, eles eram todos iguais ao Matheus, impossível ele ser diferente, mas, faltava algo ali. Naquela tarde, pedi ajuda da família para direcionar a energia e a inteligência daquele aluno para algo positivo, pedi que aqueles pais procurassem uma igreja adventista e colocasse o Matheus no clube de aventureiros. Informei que na escola funcionava um clube aos domingos e que, eles poderiam ter mais informações ali. Seria ótimo ter ajuda para controlar aquele pequeno gigante. Me despedi daquela visita com uma oração, pedindo ajuda de Deus para que nos desse sabedoria ao guiar o Matheus. Mal sabia eu que através daquela visita, toda a família iria conhecer a Cristo e se entregariam a Jesus através do Batismo. Hoje o Matheus tem 10 anos, ele leva a mensagem de Deus a todo mundo através das redes sociais, canta e prega lindamente, e com certeza, ele irá aonde Deus mandar. Todos os dias, ao entrar na minha sala de aula, me deparo com enormes desafios. Mas lembro das imensas alegrias que Deus tem me concedido e tenho a certeza que o amor de Cristo me motiva a continuar minha missão aqui.


A BÍBLIA É COMO UMA LÂMPADA

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ara que serve uma lâmpada? Ela ilumina os ambientes escuros. É muito difícil locomover-se ou fazer qualquer outra coisa num lugar sem luz. Pode, inclusive, acontecer vários acidentes com quem tenta se aventurar: pode tropeçar em algum objeto, bater alguma parte do corpo em um móvel, quebrar alguma coisa, etc. Tem gente até que tem medo de escuro. Como é bom ter energia elétrica e lâmpadas em casa! Mesmo quando falta energia, temos velas, isqueiros e fósforos para iluminar a casa. Vou contar para vocês uma história que aconteceu comigo quando eu era criança. Estávamos eu, minha mãe e minha irmã em uma viagem de Manaus para Boa Vista. De carona, em um carro de um amigo de meu pai, íamos por uma paisagem encantadora, ainda mais para eu e minha irmã, crianças bem curiosas. Este trajeto de viagem é bem longo, dura em torno de 10 a 12 horas. Já estava escurecendo quando o carro começou a fazer uns barulhos estranhos. Isso preocupou minha mãe e o motorista, afinal, não havia muitas casas ou comércios na estrada. Ficar com o carro parado era perigoso e seria difícil pedir ajuda. Rapidamente escureceu e o carro, que antes estava apenas fazendo alguns barulhos, parou de vez. Graças a Deus, não foi muito longe de uma casa de fazenda. Já era tarde da noite e, enquanto o amigo do meu pai tentava resolver o problema do carro, minha mãe orava para que Deus nos ajudasse. Infelizmente, não teve o que se fazer, teríamos que buscar ajuda no dia seguinte. Mas onde dormir? Só havia aquela casa, minha mãe conversou com a família, e eles autorizaram que dormíssemos na área deles. Quem já morou em fazenda sabe que a noite é muito escura. Minha mãe improvisou uma cama, oramos e fomos dormir. Confesso que naquele momento diante da escuridão, senti muito medo e até chorei. No início chorei baixinho, mas depois chorei mais alto e minha mãe, percebendo o pânico, bateu na porta da casa e pediu para nos deixar dormir lá dentro. A bondosa mulher, nos deu um canto da sala, minha mãe acendeu uma vela, leu um trecho da Bíblia, explicou que não precisava ter medo do escuro. No início, a luz da vela me trouxe alívio. Minha mãe leu na palavra de Deus: “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Salmos 34:7); “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.” (Salmos 4:7). Minha mãe apagou a vela, e mesmo escuro, eu não estava mais com medo. As palavras da Bíblia foram como uma lâmpada iluminando o meu coração. Amigo leitor, que o seu dia hoje possa ser iluminado pela palavra de Deus. Não tenha medo do escuro, pois Deus iluminará o seu caminho.

TERÇA 14/03

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho” Salmos 119:105

Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico. Coordenadora pedagógica do 9º ano ao Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

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ESPERANÇAR

QUARTA 15/03

“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança Nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13

Alex Amilton Costa Retamero Graduado em Matemática e Física. Pós-graduado em Psicopedagogia. Mestrando em Ensino de Física. Professor de Matemática e Física. Colégio Adventista Boqueirão.

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aulo Freire, patrono da Educação brasileira, de forma simples explica que “é preciso ter esperança. Mas tem de ser esperança do verbo esperançar. Porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. Esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Já esperançar é ir atrás, é se juntar, é não desistir. É ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé. Por isso, é muito diferente de esperar; temos mesmo é de esperançar! ” A esperança existe quando sentimos falta de alguma coisa. Assim, temos esperança que o país melhore, porque sabemos que falta algo para melhorar. Temos a esperança de viver muitos dias, por que temos consciência de que podemos morrer a qualquer momento. Temos esperança de sermos promovidos para o ano seguinte porque sabemos que ainda faltam muitas avaliações para serem realizadas... Nesse mar de expectativas e de esperança não podemos apenas esperar novos tempos, devemos sim esperançar! O verbo esperar indica que a pessoa está inerte, sem movimento, esperando sem ação que algo externo a sua vontade colabore com a chegada daquilo que espera. No entanto, esperançar é tornar-se sujeito ativo, pois indica uma relação de participação, uma reação do sujeito esperançoso que sonha e projeta novas possibilidades e oportunidades. Eu sei que você, amigo leitor, esperança ser um profissional ético, um pai ou uma mãe responsável, um amigo confiável, um adulto que fará a diferença na sociedade. Mas lembre-se, todas essas esperanças só valerão a pena se primeiro você esperançar a breve volta de Jesus. Então, esperance Terra Nova, Terra Nossa, certo de que quando Aquele que é nossa Esperança aparecer nas nuvens, nós também apareceremos com Ele e, confirmaremos que o céu é doce. Eu, professor Alex, faço da minha profissão a minha caminhada de esperança... E rogo, a você caro leitor: seja esperançoso! Faça da sua caminhada como professional, como pai ou mãe, como estudante, como filho, uma marcha de esperança! Afinal, Aquele que fez a promessa é fiel. Breve Jesus voltará!


A MINHA MISSÃO NA EDUCAÇÃO ADVENTISTA

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uando comecei a trabalhar no Colégio Adventista, simpatizava com a ideologia da rede, mas não conhecia tão a fundo as maravilhas que Deus opera em nossas escolas. Com o passar dos anos, fiquei cada vez mais encantada ao perceber a mão de Deus transformando vidas, especialmente a minha. A Educação Adventista me ensinou novamente a ter fé e confiar em Deus, a cada dia percebo quão grande é o chamado do Criador, descrito na Palavra. Somos testemunhas vivas das maravilhas diárias de Deus em nossa viver, desde o sopro da vida ao simples acordar a cada dia, em tudo isso, percebemos que Ele está no controle. Quando somos escolhidos por Deus para sermos testemunhas vivas Ele nos leva a caminhos que propiciem cumprir a nossa missão, e comigo não é diferente. Sei que estar na Educação Adventista é uma oportunidade diária de salvação e um desafio de levar outras pessoas a conhecer o Salvador. Hoje eu sei que minha missão é apresentar aos meus alunos Jesus, através do meu exemplo de mostrar o quanto Deus ama cada um dos alunos. Sei que preciso ser cada dia mais semelhante a Cristo, pois, quando deixamos Deus agir em nossa vida, ele apaga nossa parte humana corrompida e nos transforma em pessoas melhores. Ele nos dá essa missão de mostrar aos alunos o quanto eles podem ser pessoas melhores e buscar o céu, confiando e entregando sua vida a Deus. É o que acontece todas as manhãs nos momentos de cultos, quando colocamos nosso ser humano falho e pecador nas mãos de Deus e pedimos que Ele nos transforme – Ele age em nós e mostra que somente Ele é capaz de fazer essa transformação. A Educação Adventista na minha vida foi um divisor de águas, de uma pessoa que aprendeu que Deus tudo pode – realiza o querer e o efetuar. Oro todos os dias para que Deus me capacite a ser testemunha de Sua obra de salvação.

QUINTA 16/03

“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a quem escolhi para que saibais, e me creiais e entendais que sou eu mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”. Isaías 43:10

Silvia Cristina F. C. Nogueira

Graduada em Geografia. Pós-graduada em Ensino de Geografia. Colégio Adventista Guarapuava.

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INÍCIO

SEXTA 17/03

“Vi novo céu e nova terra, pois, o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. ” Apocalipse 21:1

Alex Amilton Costa Retamero Graduado em Matemática e Física. Pós-graduado em Psicopedagogia. Mestrando em Ensino de Física. Professor de Matemática e Física. Colégio Adventista Boqueirão.

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odas as coisas têm um início; o meu como professor foi em 2007. Já lecionava antes, mas foi só nesse ano que me vi como professor de fato. A matéria que eu lecionava era Matemática, uma disciplina difícil; e eu, era um professor chato. A soma desses dois ingredientes, para muitos, é a descrição do inferno. Me formei no interior de São Paulo; mas tive a oportunidade de um novo “início” em Curitiba. Porém, o que era “ruim” ficou ainda pior; agora, não iria só lecionar Matemática, mas também Física. Mas a vida se refaz, se transforma. E a minha transformação foi no ano de 2012. Uma de minhas alunas era Marina, uma menina inteligente, estudiosa, bonita e simpática. Depois do primeiro bimestre, num intervalo de aula; ela vem até mim com lágrimas nos olhos. Logo penso que só poderia ser o resultado do meu “inferno”- minha disciplina difícil somado ao professor chato. Pergunto a ela qual era o problema e ela me diz sem titubear que eu era o problema. Isso não me era novidade – pensei comigo mesmo. Entretanto, ela interrompeu meu pensamento e revelou: “O senhor me faz lembrar do meu pai, que já faleceu lá no Nordeste. Sinto muita falta dele, e você professor, fala igualzinho a ele e me trata com o mesmo carinho que o meu pai me tratava”. Um nó na minha garganta apareceu. Penso comigo que preciso segurar o choro, afinal, “homem não chora”. Mas as lágrimas transbordaram. Só consigo dizer a ela que logo Jesus vai voltar, e ali mesmo fizemos juntos uma oração cheios de esperança na promessa do retorno do Senhor Jesus. E será nesse momento que reencontraremos todos aqueles que já perdemos para morte. A história com a Marina me fez pensar. Afinal, a minha combinação ruim se transformou em boas lembranças para ela, aluna que desde então faz parte da minha vida, como professor de Matemática e Física. Já contei para vocês o início e o meio da minha história, mas ainda não acabou. No ano de 2014 passei pela mesma experiência da Marina; perdi meu pai. Ela soube o que aconteceu, e, na primeira oportunidade, me entregou uma carta, me lembrando daquele momento de conversa que havíamos tido na minha sala. A carta dizia assim: “Professor, eu lhe escrevo hoje com a mesma fé que o senhor me ensinou anos atrás – você logo irá rever seu pai, porque breve Jesus voltará”. Minha carreira como professor teve um início que eu julgava ser infernal; mas Deus transformou tudo isso em benção. Pude perceber isso ao ser convidado como paraninfo religioso da turma da Marina. Que privilégio. Minha mensagem de despedida não poderia ter sido outra: “Hoje estamos nos separando, mas um dia nós nos encontraremos, porque a promessa é certa e confiável: Breve Jesus voltará! ”. Antes perguntava a Deus para que havia me tornado um professor, por que Ele tinha me transferido pra Curitiba. Hoje eu sei a resposta. Minha obra iniciou com um único propósito: Falar a cada turma sobre um Deus maravilhoso, que transforma e refaz, e que também muito em breve voltará. Ainda não cheguei ao fim, mas sei que o ponto final dessa história será apenas o início da minha nova história eternal, onde terei a oportunidade de entregar a Deus os alunos que Ele me deu. “E Aquele que está assentado no trono afirmou: ‘Eis que faço novas todas as coisas. ’ E acrescentou: “Escreve isto, pois estas palavras são verdadeiras e absolutamente dignas de confiança” Apocalipse 21: 5.


O PRINCÍPIO DE TUDO

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llen G. White diz, no livro Educação, página 57, que “a maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus. ” Amai o próximo como a ti mesmo. Em pleno século XXI o que é amar o próximo? E parece difícil seguir os ensinos de Deus quanto a este aspecto. A humanidade na maioria das vezes consegue amar mais as coisas do que as pessoas. Que inverso de papéis a humanidade vive! O que a educação pode fazer? Parece que o educador recebe um desafio utópico... Analisando as palavras de Rui Barbosa “... de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desaminar da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.’’ Palavras escritas a décadas atrás e são tão vívidas em nossos dias, o pesar corrompe a juventude que cada vez se esconde nas feridas do mundo atual. Entretanto, ainda somos o coração que impulsiona sangue pelas entranhas da sociedade dilacerada. Parafraseando o Chefe – Gen. Otávio Costa. “O educador não é uma atividade inespecífica e descartável, um simples emprego, uma ocupação; mas um ofício absorvente e exclusivista, que nos condiciona e auto limitam até o fim. Ela não nos exige as horas de trabalho da lei, mas todas as horas da vida, nos impondo também nossos destinos e daqueles a nossa volta. O jaleco e o giz não são uma veste que se despe com facilidade e até com indiferença, mas sim outra pele, que adere a própria alma, irreversivelmente para sempre”. Esse é o papel do educador adventista, mostrar o que pode uma pessoa, senão entre pessoas amar. E ser o reflexo de caráter e amor de Deus.

SÁBADO 18/03

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Respondeu Jesus: Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” Mateus 22: 36-40

Carla Pollyanna Ferreira de Souza Formada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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QUAL É A TUA MISSÃO?

DOMINGO 19/03

“Em todo o tempo ama o amigo, e para a hora da angústia nasce o irmão. ” Provérbios 17:17

Giordana Sirilo da Silva Paixão Oliveira

Graduada em Letras Português/ Inglês. Professora de Língua Portuguesa e Produção de texto. Colégio Adventista Boqueirão.

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o me deparar com tal pergunta, fico tentando encontrar a resposta para ela: “O que tenho a fazer enquanto estou neste mundo? ”. As respostas são inúmeras, e da mesma forma as oportunidades. Ao nascermos, Deus nos concede dons que ao longo do tempo vamos descobrindo quais são, e aprimorando aos poucos. Acredito que o “ouvir” seja um dom. Ouvir antes e falar depois, saber do que precisam; creio que tenho desenvolvido este talento. Posso fazer o meu melhor por alguém que precise de uma palavra amiga, uma risada sem necessidade, um abraço sem interesse, ou simplesmente, ouvir um desabafo. Ao estar entre meus alunos, me sinto como se fosse um deles, com a idade deles, sendo amiga deles, e muitas vezes, é somente o que eles precisam, uma amiga. Alguém em quem confiar de verdade. Passamos juntos apenas um ano, um bimestre, ou semestre juntos, mas o suficiente para poder fazer a diferença na vida de cada um deles. É gratificante receber uma visitinha na sala de aula de alunos que simplesmente passam para dar um “Oi! ” e um abraço apertado, encontrá-los no pátio ou no corredor e não passar despercebida, ouvir um “Você é a melhor professora que existe! ”, receber de presente um fã-clube na rede social, ser convidada para uma pizza, lanchar juntos na hora do intervalo, e por aí vai... Talvez seja essa minha missão, estar ao lado deles para o que der e vier. Ser alguém de confiança e mesmo assim, mostrar o verdadeiro amor divino. Parafraseando o Provérbio 17:17, “em todo o tempo ama o aluno e para a hora da angústia nasce o irmão. ”, quero terminar minha obra para o Criador, levando a ele aqueles a quem Ele me confiou: meus alunos.


DESESPERO NAS CORREDEIRAS – PARTE I

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Igreja Adventista proporciona acampamentos no período de feriado do Carnaval, para quem não quer ficar na folia, mas sim curtir um tempo na natureza, em família e amigos. No carnaval de 2014, eu e minha família fomos acampar com o pessoal da igreja de Paranaguá, o local escolhido foi Morretes. Um dos atrativos era descer de boia pelo rio. Eu, minha irmã e mais uma amiga tivemos a brilhante ideia de não subir o morrinho, como todos faziam, para descer pelo rio até o acampamento. Nós decidimos descer a partir do acampamento. Nós três subimos na boia e começamos a aventura, deixamos nossos chinelos na beira do rio e não avisamos ninguém sobre onde estávamos indo. Logo na primeira curva já nos arrependemos da besteira que fizemos. A nossa amiga queria descer e voltar nadando, mas a correnteza puxava muito, além do que, ela poderia ter uma cãibra ou ser pega por algum bicho. Concluímos então que era melhor ficarmos unidas na boia. A ideia inicial era ir de boia até a ponte de Morretes e lá pedir um táxi e retornar para o acampamento. Entretanto, o dia não demoraria muito para terminar e a ponte estava muito longe. Nós estávamos muito desesperadas. Já estávamos há horas no rio, quando decidimos cantar para ver se acalmava um pouco, cantamos várias músicas, entre elas uma com o título “Não desistir”. Nós olhávamos para as margens do rio e era completamente mato, sem nenhum sinal de trilha ou de acampamentos vizinhos, nós já estávamos muito longe e sem opções para voltar. Mas precisávamos fazer alguma coisa, não dava para dormir ali na boia. Começamos a ouvir sons de música, parecia uma igreja cantando. Paramos a boia em um pedaço elevado do rio, algo parecido com um barranco. A minha irmã ficou ali esperando com a boia, pois não dava para carregá-la, afinal era muito grande. Eu e nossa amiga fomos em busca dessa igreja pedir ajuda, estávamos descalças e cortamos toda a sola de nossos pés. E com todo o esforço não achamos nem sinal de igreja.

SEGUNDA 20/03

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. ” Salmos 23:4

Aline Kovalski

Estudante da terceira série do Ensino Médio (2016) do Colégio Adventista Boqueirão (Curitiba/PR).

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DESESPERO NAS CORREDEIRAS– PARTE II

TERÇA 21/03

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. ” Salmos 23:4

Aline Kovalski Estudante da terceira série do Ensino Médio (2016) do Colégio Adventista Boqueirão.

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omeçamos a ouvir sons de música, parecia uma igreja cantando. Paramos a boia em um pedaço elevado do rio, algo parecido com um barranco. A minha irmã ficou ali esperando com a boia, pois não dava para carregá-la, afinal era muito grande. Eu e nossa amiga fomos em busca dessa igreja pedir ajuda, estávamos descalças e cortamos toda a sola de nossos pés. E com todo o esforço não achamos nem sinal de igreja. No entanto, vimos uma pequena trilha, ela nem chegava até o rio, mas resolvemos arriscar. Corremos tanto. Estávamos no meio do mato, sozinhas e com medo. Bem, estávamos sozinhas, sem seres humanos ao nosso redor, mas sabíamos que os anjos de Deus, sem dúvida alguma, estavam nos protegendo. Avistamos então uma fazenda, passamos por baixo do arame farpado e batemos na porta. Um senhor saiu para nos atender, e ouvindo nossa história nos enxotou de nossa propriedade, ameaçando soltar os cachorros atrás de nós, pensando que estávamos bêbadas por causa do carnaval. Saímos correndo e vimos uma ruela, e ali batemos em uma das casas. Chorando contamos novamente o que aconteceu para o homem, que coincidentemente tinha a minha amiga adicionada no facebook. Ele e a esposa concordaram em nos ajudar, voltamos correndo buscar minha irmã que já estava muito preocupada, porque tínhamos demorado mais do que o esperado. Quando chegamos novamente na casa do homem, esvaziamos a boia e entramos no carro. Ele nos levou direto para o acampamento, já era noite. Quando chegamos lá, ninguém tinha sentido nossa falta, nem nossos pais! Mas tínhamos que contar a história de onde estivemos por toda a tarde; obviamente levamos uma bronca dos meus pais e também dos donos da boia, pois ao virem ela murcha, acharam que estava furada. Deus nos livrou de inúmeros perigos naquela tarde, entre eles nos levou até um homem que nos ajudou, e não era nenhum maníaco. No dia seguinte lemos no jornal que uma jovem foi morta e estuprada exatamente na trilha que nós estávamos. Deus ouviu nosso desespero, nosso louvor e nos ajudou! Pode ser que você não tenha uma história tão perigosa quanto essa para contar, mas tenha certeza que Deus já agiu na sua vida. Ele cuida diariamente de nós. Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom!


A BÍBLIA É FONTE DE ÁGUA VIVA

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ocê sabia que no dia 22 de março se comemora do Dia Mundial da Água? Este dia foi criado em 1993. Você já deve ter ouvido dizer que a água do planeta está acabando, não é? A frase correta seria: A água potável está acabando. Com tanta poluição, derretimento das geleiras e outros problemas, este presente de Deus está sendo esgotado. Atitudes simples como desligar a torneira enquanto se escova os dentes, demorar menos no banho, lavar o carro com água do balde e não da mangueira e conscientização de outras pessoas podem ser a sua forma de contribuir para que este bem seja preservado. Mas vou lhe contar um segredo, existe uma água que se você beber nunca mais voltará a ter sede. Acredita nisso? Vou contar um relato que encontra-se na Bíblia, no livro de João, no capítulo 4. Jesus estava viajando para Galileia e no caminho, tinha que passar por uma cidade chamada Samaria. Jesus estava cansado e resolveu parar e sentar perto de um poço. Era meio dia e o sol estava queimando. Veio uma mulher tirar água do poço e Jesus pediu um copo de água pra ela. A mulher tomou um susto quando Jesus falou com ela, afinal, naquela época, os homens não podiam conversar com as mulheres em público e, muito menos, com as estrangeiras. Jesus contou a ela o segredo que lhes contei. A mulher duvidou um pouco, mas depois percebeu que Jesus estava falando de uma água diferente, algo que ela nunca tinha provado ou experimentado. Jesus estava falando da Fonte de Água Viva, a palavra de Deus, a Santa Bíblia. Quando a mulher ouviu a Jesus, ficou maravilhada, ela provou da água viva e nunca mais teve sede. Você também pode tomar desta água. Ela está disponível para todo o que pede para Deus. A palavra de Deus é como água para quem tem sede. Já tomou água quando você estava de boca seca ou depois que você correu muito? Assim é quando descobrimos as maravilhas da Bíblia. A água da vida está disponível para todos. Quem beber dela pode ter vida eterna. Um dia, Jesus vai voltar pra nos resgatar deste mundo mal, e vai nos levar pra um lugar tão lindo onde não haverá tristeza, nem dor, nem morte. “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” (I Tessalonicenses 4:16 e 17). “Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21:4). No céu terá um rio lindo e cristalino, e Jesus fará o seguinte convite: “A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida.” (Apocalipse 21:6). Eu quero ir para este lugar e você?

QUARTA 22/03

“Mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” João 4:14

Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico. Coordenadora pedagógica do 9º ano ao Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

22 - Dia Mundial da Água

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A MELHOR EDUCAÇÃO

QUINTA 23/03

“Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. ” Deuteronômio 6:6 e 7

Josenilse Silvestre Ribeiro

Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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uando mais jovem, sem saber muito como educar meu filho, totalmente despreparada para ser mãe (como muitos outros pais), minha preocupação a princípio era a alimentação, roupas, cuidados, porém o tempo com meu filho era escasso, apenas alguns minutos por dia e os finais de semana. Ao chegar o momento de colocar meu filho na escola fiz a matricula no Colégio Adventista de minha cidade, mas logo começaram os problemas. As professoras me chamavam para conversar sobre meu filho. Diziam que ele era muito agitado e desobediente. Ele apresentava problemas de indisciplina diariamente e semanalmente dores de cabeça e sangramento no nariz. Foi solicitado que eu levasse meu filho a psicólogos, neurologistas, entre outros especialistas. Desde então, exames sem fim e medicamentos começaram a ser feitos e comprados, mas quem cuidava do meu filho enquanto eu trabalhava era minha irmã. Eu estava tão preocupada com o bem-estar físico de meu pequeno que não me atentava para o emocional. Engravidei mais uma vez, agora de uma menina. Entretanto, tive sérias complicações durante a gestação, inclusive eclampsia e realizei uma cesárea de emergência, pois minha filha tinha apenas 28 semanas de gestação e não conseguiria sobreviver. O médico calculou que eu e minha bebê tínhamos apenas algumas horas de vida. A situação era grave. Fiquei quatro dias em coma, mas eu e minha filha sobrevivemos! Depois disso, parei de trabalhar e dediquei mais tempo para cuidar dos meus filhos. Eu estava mais madura como mãe. Acompanhava meu menino nas tarefas escolares, mas ainda haviam reclamações... Motivada pela maternidade, resolvi estudar pedagogia. Meu intuíto era compreender o que acontecia com meu filho. Se eu havia errado no passado, estava disposta a corrigir a falha e não repeti-la com a minha filha. Nunca quis ser professora. Não era um sonho. Minha mãe e minha falecida irmã eram professoras e eu achava o trabalho delas estressante e mal remunerado. No entanto, meus filhos me levaram para o magistério. Terminei meus estudos em 2007 e no mesmo ano comecei a trabalhar em uma escola. Logo no início de 2008, a diretora da escola me ofereceu uma turma de 3º ano (EF). Aceitei o desafio, afinal seria só por um período. Porém, vieram os problemas, a filosofia da escola era diferente daquilo que eu acreditava. Continuei a orar e fui chamada para trabalhar na Educação Adventista. Descobri o propósito de Deus para minha vida! De um problema Ele me tornou uma professora. Sei que tenho uma missão e não apenas uma profissão. Talvez, você, esteja enfrentando algum problema em sua vida. Mas, não se esqueça Deus pode tornar um suposto problema em uma bênção. Desejo que neste dia você possa viver a missão de Deus para você.


MARCAS NA MINHA HISTÓRIA

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odos nós sabemos do grande poder de Deus, mas quando vemos sua manifestação em pequenas ações, ficamos maravilhados. Trabalhei numa escola no norte do Brasil numa região muito carente, mas foi onde presenciei a beleza e a grandeza da oração. Desde pequena, aprendi sobre a importância da oração e por isso, gosto de estimular as pessoas a experimentarem seus benefícios. Nessa escola, pedi para as professoras que após a leitura da Bíblia, orassem com as crianças. Uma das professoras foi além. Ela ensinou as crianças a orar, as ensinou que poderiam fazer seus pedidos a Deus e Ele as ouviria. Estávamos terminando o primeiro bimestre, dia de muito trabalho, com temperatura alta, quase 40 graus. Um pai de aluno chegou e pediu para falar comigo. Aquele dia normal se tornou em extraordinário após ouvir a história de gratidão daquele pai. Ele me contou: “Meu filho sempre sonhou com o dia que eu pudesse vir trazê-lo na escola. Mas eu não podia, pois eu não andava. Então ele começou com umas coisas estranhas quando chegava em casa. Ficava do lado da minha cama, falava algumas palavras com os olhos fechados e depois dizia: ‘Pai, Jesus vai te curar’. Eu nunca dei atenção, nem sabia o que era aquilo. Os dias foram passando e eu até me acostumei com a cena. Mas hoje foi diferente. Ele chegou ao lado da minha cama e disse: ‘Pai, hoje Jesus vai te curar’, então, ele colocou as duas mãos sobre a minha cabeça e disse: ‘Papai do Céu, já esperei bastante, cura meu pai hoje’. Então, ele pegou na minha mão e disse: ‘Papai, se levante! ’. Eu respondi para ele dizendo que não podia andar. Ele me disse: ‘Papai, você está curado’! E, num milagre, eu me levantei. Desci da cama e saí andando; tanto que, trouxe meu filho aqui na escola. O que é que vocês ensinam aqui? Quem é esse Jesus de quem meu filho fala? Eu preciso conhecê-lo!“. Fazia 3 anos que aquele senhor não andava mais devido a uma doença degenerativa nos nervos, fizera inúmeras cirurgias, mas sem resultado. Naquele dia, a professora do primeiro ano não conseguiu dar a aula que havia preparado. Foi muita alegria, festa, choro e conversa, tudo misturado. Não dava para saber quem estava mais feliz, se a professora, o pai ou filho. O que construímos ao longo dos tempos por meio de nossas experiências junto com outras pessoas são marcas em nossa história de vida. Como é bom saber que através da Educação Adventista consigo proporcionar essas marcas na vida de todos que entram em contato comigo, porque eu mesma já fui marcada por Jesus!

SEXTA 24/03

“E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis. ” Mateus 21:22

Edy Rederd Trefilis Zacarias

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Aconselhamento Familiar e Educacional.

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UM CHAMADO PARA SERVIR

SÁBADO 25/03

“O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu Senhor”. Mateus 10:24

Franciele Sueke Biagini Graduanda em Pedagogia. Professora do 1º ano do EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

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inha história com a Educação Adventista começa quando eu ainda era criança. Tive a oportunidade de estudar nesta instituição durante quatro anos. Neste período, recordo-me com grata satisfação dos momentos em sala com meus professores, em especial, minha professora de Ensino Religioso. Ao final de cada aula ela nos levava a uma reflexão, a qual, eu esperava ansiosamente para beber cada palavra. Lembro-me que meu sonho era ser como ela. Após alguns anos, retornei para a mesma escola na qual havia passado grande parte da minha infância, porém, não mais como aluna e sim, como professora. Minha surpresa foi poder trabalhar durante quatro anos com a mesma professora que, há algum tempo, havia sido minha inspiração. Este período que passamos como colegas, foi muito significativo e gratificante. Foram momentos de constate aprendizado. Recordo-me da história do profeta Elias. Quando ele estava no fim do seu ministério, já cansado e desgastado com a rebeldia do povo, “pediu para si a morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”. (I Reis 19:4). Neste momento, Deus pediu para que Elias preparasse um sucessor, alguém que poderia continuar a Sua obra entre o povo. Elias encontrou um jovem, forte e animado, que estava lavrando a terra com doze juntas de bois. O profeta passou sobre Eliseu o seu manto. Isto era apenas um símbolo, mas Eliseu imediatamente compreendeu o seu chamado. Foi submisso, aceitou sua missão sem questionar ou criar desculpas. O seu único pedido foi para que pudesse despedir-se de seus pais. Todos recebemos o chamado. Nossa missão é levar o amor de Jesus aos alunos. Independente de nossa condição, temos uma obra. Durante o tempo que minha professora de Ensino Religioso trabalhou, ela transmitiu amor. Tocou, inspirou e ensinou sobre Jesus. Ela fez a diferença em minha vida. Deus está disposto a te usar, por isso, quero lhe dizer que, independente da sua experiência, idade ou tempo de serviço, faça como fez Eliseu, deseje ser um sucessor. Aceite o chamado.


UMA MARAVILHOSA LUZ

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mbora tivesse fé em Deus, eu não conseguia imaginar que esse Deus era tão maravilhoso. Quando me tornei Adventista do Sétimo Dia, eu realmente tive contato com esse Deus, que é Poderoso, doador de vida e cheio de graça. Através das leituras Bíblicas fui conhecendo suas maravilhas, além de trazer paz e firme esperança para uma vida eterna. Eu não sabia que tinha algo mais para minha vida, e esse algo muito especial foi um chamado para trabalhar na Escola Adventista de Ponta Grossa. Em 2002 tive a oportunidade de ser contratada pela escola, comecei minhas atividades como Auxiliar de Secretaria, um ano depois fui convidada a trabalhar como auxiliar de biblioteca e neste período iniciei a graduação do curso de Normal Superior. No segundo ano da minha faculdade, recebi outro chamado de Deus; desta vez seria um desafio muito grande, pois, por vezes, me achava incapacitada para uma função de tanta responsabilidade. Há nove anos sou professora do Pré IV, e aqui me realizo como pessoa, profissional e, principalmente, como uma pessoa cristã, onde pude aprender ainda mais sobre Jesus e ensinar aos meus alunos sobre Ele. Sou muito grata a Deus por fazer parte dessa equipe que tem liberdade de ensinar do amor de Deus para as pessoas. Não tenho filhos e acabo me apegando a esses pequenos, que parecem que são meus. No ano passado recebemos em nossa escola um aluno budista. Certo dia, sua mãe me perguntou onde poderia comprar uma Bíblia, pois seu filho estava cobrando para que ela lhe contasse as belas histórias bíblicas que aprendia na escola. Fiquei tão feliz com esse relato que dei uma Bíblia de presente para eles. A mãe me agradeceu pelo presente, e desta vez me contou que, em todas as refeições, o aluno pede à família para orar, agradecendo pelo alimento. Sei que tenho sido usada por Deus com meus pequenos, e amo quando eles chegam à escola e gritam: “ Tia Bel Tia Bel Tia Bel”. Sei que fui escolhida por Deus para marcar uma geração. “Podem as criancinhas ser cristãs, tendo uma experiência de acordo com sua idade. Isto é tudo quanto Deus delas espera. Necessitam de ser educadas nas coisas espirituais; e os pais devem dar-lhes toda oportunidade para que formem caráter semelhante ao de Cristo” Ellen G White.

DOMINGO 26/03

“Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e, luz para os meus caminhos”. Salmos 119:105

Izabel Nogueira

Graduada em Normal Superior. Professora do Infantil. Escola Adventista de Ponta Grossa.

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QUANDO A DOENÇA CHEGA: UMA CHANCE PARA VIVER MELHOR! – PARTE I

SEGUNDA 27/03

“Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres”. Salmos 126:3

Cássia Venturini May Graduada em Pedagogia. Diretora da Escola Adventista Ponta Grossa.

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m novembro de 2013, recebi a notícia de que o meu voo para passar as férias nos Estados Unidos havia sido cancelado, pois havia uma previsão de muita nevasca para aquela data. Caso eu quisesse viajar, precisaria remarcar para após o natal. Muito triste com a notícia, liguei para meu irmão, cunhada e sobrinhas que lá residem, para contar que não mais iríamos passar o natal juntos e que só viajaríamos um ano depois. Os presentes já estavam comprados e as malas quase fechadas. Tudo planejado para não esquecer de nada. Mas as expectativas foram frustradas. A empresa aérea nos devolveu o valor das passagens e resolvemos passar as férias mais perto de nossa casa, visitando parentes. Como nossos planos ruíram, resolvi nos últimos dias do ano ir ao médico para fazer um checkup, a fim de deixar todos os exames prontos e analisados pela médica. Isso eu sempre fazia todos os anos, porém neste ano, devido a viagem para os EUA eu deixaria para fazer somente no retorno. Comecei então pela ginecologista e a mesma iniciou com perguntas rotineiras sobre meu estado físico e emocional. Respondi a todas as perguntas de maneira positiva. Parecia estar tudo muito bem comigo. Mas ela pediu para me examinar, fazendo assim o Exame de Toque das mamas. Em poucos segundos ela se deteve a um nódulo de aspecto diferente na mama esquerda. Com olhar diferente, ela me pediu que ao sair do seu consultório fosse fazer uma mamografia. Atendendo seu pedido, fiz este exame imediatamente. No dia seguinte a médica que fez o laudo da mamografia me chamou para fazer uma biopsia, pois o módulo era muito suspeito. Fiz a biopsia e aguardei por três dias. No dia determinado, meu esposo e eu fomos buscar o resultado. Ao ouvir a médica falar, o mundo ao meu redor parecia girar, a face era lavada pelas lágrimas e o chão simplesmente desapareceu. Eu estava com um carcinoma de mama infiltrante e avançado de 9 centímetros. Eu estava tão feliz em meu trabalho, adaptada em nossa cidade, aos meus olhos não nos faltava nada.


QUANDO A DOENÇA CHEGA: UMA CHANCE PARA VIVER MELHOR! – PARTE II

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u havia ouvido direito! Estava com um carcinoma de mama infiltrante e avançado de 9 centímetros. Eu estava tão feliz em meu trabalho, adaptada em nossa cidade, aos meus olhos não nos faltava nada. Ao receber essa notícia trágica, fui também orientada a procurar com urgência um bom Oncologista e Mastologista em Curitiba. O mesmo disse que, como o nódulo estava avançado, precisaríamos começar com aplicações de quimioterapia e que depois de todo tratamento decidiríamos o que fazer com a mama afetada. Fiz 22 aplicações de quimioterapia, as quais foram muito sofridas. Além de caírem todos os cabelos, ainda sofri de efeitos colaterais como ânsia de vômito, tonturas, unhas quebradiças e escuras, dores no corpo e visão turva. Enfim, tudo o que era preciso para me deixar muito mal. Mas, decidi, junto a minha família, que mesmo em meio a tantas dificuldades, eu não me afastaria do meu trabalho. Continuaria na direção do Colégio e faria de tudo para que as atividades do dia a dia em meu trabalho fossem colaboradoras no meu tratamento. Isolar-me parecia ser pior para meu estado de espírito. Quando as sensações vinham assolar-me após as “quimios”, eu corria para perto dos alunos e colegas de trabalho, os quais me transmitiam motivação, amor verdadeiro e muita esperança. Lá eu me sentia em casa. No decorrer do tratamento, ganhei de presente 72 lenços, dezenas de cartinhas e muitas flores lindas que alegraram minha vida. Hoje, com meu tratamento terminado, continuo firme em minha missão junto a Educação Adventista. Precisei retirar as duas mamas por uma possível reincidência, porém foram acrescentados aos meus dias muita felicidade por estar viva e poder me sentir útil na jornada de educar para a eternidade. Agradeço a Deus pela oportunidade que me deu de ser mais agradecida por tudo, mais feliz e mais motivada a servi-Lo. Como dizia um sábio pregador: Quando cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas.

TERÇA 28/03

“Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres”. Salmos 126:3

Cássia Venturini May Graduada em Pedagogia. Diretora da Escola Adventista Ponta Grossa.

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UM SIMPLES UNIFORME

QUARTA 29/03

“Acheguemonos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. ’’ Hebreus 4:16

Olga de Oliveira de França Graduada em Pedagogia. Professora do 3º ano do EF. Escola Adventista de Araucária.

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e lembro como se fosse hoje. Todas as terças-feiras, às 14 horas, nos reuníamos em uma das salas da igreja para realizarmos atividades sociais. Era inverno na época, e a irmã Rose chegou com duas sacolas para ajudar nas atividades. Fizemos uma meditação e começamos a trabalhar. Eram tempos difíceis para mim, pois era só meu esposo que trabalhava e ele tinha que manter a família e pagar as mensalidades do colégio da nossa filha. Eu não podia ajudá-lo por causa da minha frágil saúde, mas uma coisa era certa, nós confiávamos nas promessas do Senhor. Nas minhas orações, sempre agradeci mais do que pedi, em minha mente sempre soube que havia problemas maiores que os meus, então, agradeço a Deus sempre por tudo. Certo momento, a irmã Rose aproximou-se de mim e perguntou se eu me importaria de receber alguns agasalhos do uniforme da escola, pois já estavam apertados para os filhos dela; e ela sabia que minha filha estudava no colégio adventista. Lembro perfeitamente as palavras doces que aquela irmã falou, com medo de me magoar. Ela disse que se eu não quisesse, poderia deixar ali na igreja para doação. Eu, mais que feliz, peguei aquelas sacolas e comecei a olhar os uniformes, todos limpinhos e ainda cheirando a amaciante. Agradecia aquela bondosa irmã e lembro de falar que faria propaganda gratuita da Educação Adventista por onde andasse com aquele “uniforme”. Lembro que na época, tinha um agasalho marrom na sacola; por ser diferente na cor, peguei aquele para mim. Os outros, minha filha usou por um bom tempo. Depois de alguns anos, minha filha se formou, nossa realidade financeira melhorou, e o sonho da nossa família se tornou realidade: Ela foi trabalhar em um dos nossos colégios! Agora eu não usava mais o agasalho marrom, mas os uniformes de trabalho que minha filha já não usava mais. Com tudo encaminhado, coloquei em prática um antigo desejo que estava engavetado; voltei a estudar e me formei em pedagogia. Agora sim, sentia que minha missão estaria completa. Hoje eu pertenço a este grupo de missionários espalhados por este vasto universo. Tenho o meu próprio uniforme e espalho as boas notícias por onde quer que eu vá. De alguma forma, sou uma mensageira do Senhor e, através do meu uniforme, já falei para várias pessoas, de todas as classes sociais, o que é a Educação Adventista e quem é o Senhor da minha vida.


“EU CUIDO DE VOCÊ”

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m 1996 minha família morava em Maringá e nossa vida aparentemente estava caminhando bem. Tínhamos carros, casa, chácara, empresa; mas, por uma série de motivos, tivemos que mudar para Curitiba. A mudança não foi fácil, nossa família passou por diversos problemas financeiros e perdemos todos os bens que possuíamos. Ao chegarmos em Curitiba, meus pais decidiram procurar uma igreja para frequentar e logo iniciaram as buscas. Conheceram a igreja Adventista onde foram bem acolhidos, lá iniciaram o estudo da Bíblia, e eu e minha irmã também começamos a conhecer mais desse Amado Jesus. Chegou a hora de escolher uma escola para que eu pudesse estudar, as condições financeiras não eram das melhores, mas Deus guiou todos os caminhos e meus pais conseguiram que eu estudasse na Escola Adventista de Vista Alegre. E assim, no ano de 1999 comecei a estudar. Lembro-me como foi esse início das aulas, repleto de expectativas diante de uma nova escola, novos colegas e professores. O tempo passou e Deus dirigiu cada ano em que eu, e posteriormente minha irmã, estudamos na rede adventista. Por diversas vezes cogitou-se a ideia de irmos para uma escola pública devido à falta de recursos financeiros para pagar as mensalidades escolares. Mas meus pais não pouparam suas forças para que nós continuássemos a ter uma educação de qualidade, princípios e principalmente que nos achegasse para mais perto de Jesus. No terceiro ano do ensino médio decidi que prestaria vestibular para pedagogia. Foi um ano de muito estudo! Prestei vestibular na UFPR e fui aprovada. Que imensa alegria. Ao iniciar as aulas na universidade consegui um estágio no Colégio Curitibano Adventista Bom Retiro. Lá permaneci por 5 meses, mas logo recebi uma proposta para trabalhar no setor pedagógico da uma grande empresa. Aceitei o trabalho e lá fiquei durante 5 anos. Ao terminar o curso de pedagogia comecei a pensar em novos objetivos para minha carreira profissional. Já poderia assumir novos desafios na empresa, mas não tinha intenção de sair de lá. No entanto, estava esquecendo de que Deus é quem guia os meus passos. No meu coração, não desejava voltar para a Rede Adventista mas acabei agendando uma entrevista e fui bastante relutante. A proposta não era o que eu desejava, mas sim o que Deus queria para minha vida. E eu aceitei o desafio de trabalhar meio período como professora do 2º ano e o outro período como auxiliar na coordenação. Foi um ano de grande aprendizado, novo ambiente, novos alunos, nova rotina. E nessa vivência, Deus foi me ensinando e me mostrando por qual motivo ele me queria na Rede Adventista. Todos os meus sonhos, desejos, vontades estão entregues nas mãos do Deus que me deu a vida e guia os meus passos todos os dias. Gosto de meditar na promessa que Ele não nos deixa de maneira alguma e nunca jamais nos abandonará. Hoje eu entendo porque Deus conduziu minha vida dessa maneira. Convido você a ter essa experiência de confiar e entregar seus planos e sonhos a Ele. Sei que muitas vezes não é fácil. Mas tenho certeza que você vai se surpreender. Confie na promessa que está em Jeremias 29:11 “Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança”.

QUINTA 30/03

“Acheguemonos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. ’’ Hebreus 4:16

Larissa Bárbara Floriano

Graduada em Pedagogia. Pós-graduanda em Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional. Coordenadora pedagógica da Educ. Infantil ao 9º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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O AMOR RENOVA NOSSAS FORÇAS

SEXTA 31/03

“Ame os outros como você ama a você mesmo” Marcos 12:31

Ana Emilia Brunet Savaris Graduada em Educação Artística. Professora do 3º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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edro Henrique, meu aluno do quinto ano era um bom menino, porém, apresentava algumas dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, solicitei aos pais que ele participasse das aulas de reforço, pois precisávamos recuperar alguns conteúdos. E, individualmente, ao meu lado, com paciência, amor, dedicação e incentivo, Pedro sanou as dificuldades e seguiu seu caminho acadêmico em nossa escola. O tempo passou e Pedro, agora no oitavo ano, sofreu um acidente ao voltar da escola. Foi atropelado, teve traumatismo craniano, várias fraturas e perda da memória. Em oração, professores e alunos clamaram a Deus o melhor por ele. Foi uma alegria quando sua mãe veio à escola trazer as boas novas. Pedro aos poucos recuperou a memória. Já estava reconhecendo seus pais e sua irmã; porém, quando citavam a escola, ele não esboçava nenhuma lembrança. Finalmente, após algumas terapias, Pedro deu um sorriso e falou: “Escola? A professora Ana Emilia. Creio que de alguma forma, marquei a vida desse aluno. Somos escolhidos para amar nossos semelhantes. Esse foi um dos mandamentos que Jesus Cristo deixou para nós: “Ame ao seu próximo como a ti mesmo”. Tenho tentado, na escola, fazer isso. Às vezes exige um pouco mais de esforço, dedicação, serviço e amor. Porém, é isso que o Senhor pede de nós. Dessa forma, sem percebermos, estaremos influenciando e marcando a vida de quem estiver ao nosso redor. O nosso Deus anseia que todas as Suas criaturas tenham uma missão, baseada num serviço de amor e motivado pela apreciação do Seu caráter.


O CONDUZIR DE DEUS

“V

ocê aceita ser professora na escola Adventista do Vista Alegre? ” Essas foram mais ou menos as palavras que ouvi em dezembro de 2015. A resposta imediata foi afirmativa. Assim começa a história para estar aqui. Pelo menos, o início oficial. Mas como tudo na vida, isso faz parte de um contexto mais amplo que vou tentar apresentar nessas linhas. Sou pedagoga por opção, amo minha profissão, pois tenho certeza que isso é o que Deus quer para mim. Para chegar onde estou, tive que abrir mão do meu conforto e de viver ao lado da minha família e dos que mais amo e ir estudar numa faculdade adventista longe do meu estado. A escolha foi a Faculdade da Bahia. Desde o dia em que ouvi falar desse lugar, sonhei em estar lá. Alguns anos se passaram e eu descobri na colportagem (venda de livros cristãos) a oportunidade de estudar nessa instituição e realizar o sonho de criança de ser professora. Os anos que passei na faculdade foram inesquecíveis e muito proveitosos, adquiri muito mais que um currículo, aprendi com as lutas da vida a superar desafios, ser mais paciente e principalmente, depender totalmente de Deus. Vinda de família simples, não tinha condições de pagar o curso, por isso, colportava durante todas as férias. Nunca foi fácil, mas hoje sei que eu não seria a mesma se tivesse sido diferente. Durante o curso, tomei a decisão de trabalhar na rede adventista, por entender que essa escola nasceu no coração de Deus e por perceber que não estamos aqui apenas para ensinar as letras ou conteúdos acadêmicos que têm o mero objetivo de conquistas terrenas. Nosso objetivo neste mundo é chamar pessoas à salvação, colaborando com a obra da redenção iniciada por Cristo. Após quase um ano de formada, recebi a proposta de vir trabalhar em um dos Colégios de Curitiba, no qual pude conhecer pessoas maravilhosas e vivenciar momentos encantadores na educação. Por questão de saúde, precisei retornar para o nordeste, indo trabalhar em Pernambuco. Passei um ano trabalhando num Colégio Adventista em Recife. Depois voltei para Maceió. Não entendia porque tudo isso estava acontecendo, mas sempre acreditei que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Eu já havia aprendido a confiar minha vida aos cuidados de Deus e assim, descansei na certeza de que Ele faria o melhor e conduziria a minha vida pelos caminhos certos. Foi aí que conheci meu esposo e passamos a compartilhar sonhos e planos. Em dezembro de 2015 estávamos organizando os detalhes do nosso casamento e já havíamos planejado que após esse momento, iríamos sair de Maceió e vir para o Paraná. Entregamos alguns currículos por aqui e estávamos confiantes de que tudo daria certo. Confesso que não foi nada fácil, pois o dia do casamento se aproximava e não recebia nenhuma confirmação de vaga para trabalhar. No entanto, o medo de arriscar nunca me foi um problema, estava disposta a vir, mesmo sem um emprego certo. Eu tinha a certeza de que Deus estava no controle e faria o melhor. Quando a Camila fez o contato comigo, falando da vaga para assumir duas turmas aqui, não tive outra reação, a não ser chorar. Sempre fui emotiva e as lágrimas são minhas companheiras em momentos felizes e tristes. Mas o que me emocionou foi perceber a resposta de Deus, pois estava num propósito de oração e jejum por isso. “Deus é bom o tempo todo! ” Hoje estou tendo o privilégio de trabalhar nessa escola e posso perceber o cuidado de Deus nos pequenos detalhes do dia a dia. Sinto-me muito pequena diante do tamanho da responsabilidade que repousa sobre mim, enquanto professora de pequenos e formadora de caráter, mas sempre acreditei que “o Deus que chama é o mesmo que capacita”. Eu tenho plena certeza do chamado de Deus para a minha vida. Eu fui “escolhida para marcar uma geração” e aceitei o desafio.

SÁBADO 01/04

“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e Ele, tudo fará”. Salmos 37: 5 e6

Mayara Farias da Silva Santos Graduada em Pedagogia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

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O MELHOR DE DEUS

DOMINGO 02/04

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera. ” Efésios 3:20

Elizabeth de Souza Coelho Graduada em Educação Musical. Professora de Música e Coral. Escola Adventista Vista Alegre.

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u trabalhava em escolas particulares de outras redes como professora de musicalização infantil. Mas, não estava me sentindo bem com o sistema de ensino das mesmas, pois não tinha liberdade para falar sobre Jesus e, por vezes, crenças das quais eu não compartilhava eram ensinadas aos alunos. Esta situação fez com que eu me desanimasse em minha vida profissional. Existia uma forma de “resolver”, porém, não queria pedir demissão para não perder meus direitos trabalhistas. Foi aí que comecei a pedir o favor de Deus. Queria sair daquele lugar, mas continuava fazendo o meu melhor. Pedi a Deus me desse um sinal, se Ele tivesse planejado algo melhor para mim. No encerramento do primeiro semestre fui chamada e informada, para minha surpresa, que o meu contrato não seria renovado, mesmo não havendo motivos para isso. Naquele momento tive que me conter para não saltar e gritar de felicidade: “FUI DEMITIDA!!!”. Dentro do meu coração eu senti que Deus realmente tinha algo melhor para mim e descansei nEle. Passadas as férias de julho, mais precisamente no final de setembro, recebi um telefonema de uma amiga perguntando se eu tinha horário disponível para dar aula, e respondi que sim. Foi aí que ela me informou que seria na Escola Adventista Vista Alegre, logo em seguida a diretora entrou em contato comigo marcando a entrevista. Durante a entrevista, ela me explicou como funcionava o sistema da Educação Adventista. Dentre tantas coisas que foram abordadas, o que me chamou a atenção foi exatamente aquilo que eu mais desejava: falar de Deus e ter, finalmente, a liberdade de professar minha fé em Jesus. Naquele momento, senti que o sinal, pedido a Deus há meses, estava se concretizando ali, na escola Adventista, como sendo o melhor lugar de Deus para mim. Até então, a única experiência que eu tinha em sala de aula era com musicalização até as séries iniciais, nunca havia realizado grandes apresentações, muito menos regido um coral. Passado um mês, ali estava eu, regendo pela primeira vez na apresentação do festival de corais das Escolas Adventistas. No início dessa meditação, eu disse que já havia trabalhado em “escolas particulares”, isso significa que quando saí de uma delas, para trabalhar na Escola Adventista Vista Alegre, permaneci ainda em outra escola. Mas Deus não faz nada pela metade! No ano seguinte, recebi outro telefonema, perguntando se eu tinha disponibilidade de horário para assumir, a mesma função na Escola Adventista Santa Efigênia. Na hora, a minha alegria ficou completa, porque eu sempre passava na frente dessa escola (fica a cinco quadras da minha casa) e dizia para mim mesma como seria bom se eu trabalhasse ali. Hoje eu atuo nas duas escolas, Vista Alegre e Santa Efigênia, como professora de musicalização e coral. Sou muito grata a Deus por, hoje, caminhar lado a lado de pessoas comprometidas com o trabalho e o Reino. Que me ensinaram ao longo desse tempo que o meu papel na escola é a minha missão, faz parte do meu chamado, daquilo que Deus tem para mim. Tenho crescido como profissional junto dessas pessoas, e hoje sou grata a Deus pela vida das diretoras Eunúbia e Marli, e as coordenadoras Camila e Edna, que acreditaram em mim e me dão todo o suporte necessário e incentivo para que meu trabalho seja reconhecido e, pela primeira vez, valorizado dentro de uma instituição.


TÍTULO PRIMEIRA LINHA PARTE I OU II

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ra algum dia de algum mês do ano de 1990 no interior do Paraná. Carlinhos, de 6 anos, e sua mãe fizeram uma visita à vizinha que morava a certa distância de sua casa. Depois de passar uma tarde agradável comendo pão caseiro, melado e pipoca, era hora de se despedir e ir embora. Ao voltar para casa resolveram pegar um atalho em meio à mata fechada e densa em busca de uma trilha, a fim de cortar caminho e chegar mais rápido em sua morada. Depois de terem andado um pouco perceberam que a trilha havia desaparecido, não estava mais lá. Havia caminhos diversos, carreiros, trilhas; pegaram uma a uma, mas não encontravam o caminho que os levasse de volta. E, quando encontravam algum que parecia ser o correto, logo percebiam que não levava a lugar algum. Naquele fim de tarde o sol parecia andar mais rápido. Se não encontravam o caminho durante o dia, tão pouco, encontrariam à noite. Depois de andar no meio do nada, dando voltas e orando desesperados para que o Senhor os ajudasse, um pouco antes do sol se pôr e depois de suas pernas e braços estarem feridas pelos arbustos, quando deram por si, como um milagre, avistaram ao longe o lindo campo ao lado de sua casa. Estavam salvos, não precisaram passar a noite na mata e assim, estavam livres de inúmeros perigos. Desta forma tem andado o ser humano, vagando desesperado pala mata fechada da vida procurando caminhos onde não existem, procurando edificar suas vidas, construir suas obras em lugar nenhum. Caminhos esses que podem levar para morte eterna quando sol da vida se por. Caro amigo, na missão de salvar pessoas, por onde tem andado? Quais caminhos têm percorrido? Onde tem edificado a obra de salvação de sua vida, de sua família, de seus alunos, de seus entes queridos? Na educação, de modo geral, há inúmeras teorias, ideologias, conceitos, vertentes de pensamentos, ideais, etc., porém, só há um percurso que leva além das aspirações desta terra, uma direção que leva, não apenas para uma vida bem vivida e de sucesso, mas para uma eternidade, onde o brilho das manhãs nunca terá fim. Escolha sempre o único caminho que pode conduzir à salvação, ande nesta direção e ensinem os outros a caminhar nela. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai senão por mim. ” João 14:6

SEGUNDA 03/04

“Há caminhos que parecem certos, mas podem acabar levando a morte”. Provérbios 14:12.

Carlos Jackson Maria Franco

Graduado em História. Pós-graduado em Aconselhamento Familiar Educacional. Professor de História e Filosofia. Colégio Adventista Portão.

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MINHA PROFISSÃO, MINHA MISSÃO – PARTE I

TERÇA 04/04

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. ” Gênesis 12:1

Nemesia Campelo Dutra

Graduada em Letras. Pós-graduada em Gestão Escolar e Arte com ênfase em Música. Professora de Língua Portuguesa e de Produção de Textos. Colégio Adventista Boa Vista e Escola Adventista Santa Efigênia.

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asci em Fortaleza, Ceará, onde cresci conhecendo o evangelho, sabendo do grande amor do Pai celestial e de seu plano de salvação para com o homem. Desde pequena, trago em meu coração a vontade de ajudar pessoas a conhecerem o amor de Deus. Por isso, sempre me coloquei em Suas mãos e me dispus a ser usada por Ele. Busquei aproveitar todas as oportunidades de falar sobre Deus às pessoas, mas eu sempre queria mais. Em janeiro de 2014, eu e minhas filhas viemos residir em Curitiba, acompanhando meu marido, que é militar e fora transferido para esta cidade por necessidade do serviço. Aqui chegando, pensei: nova terra, novos corações, novas vidas para serem alcançadas. No decorrer daquele ano, falei de Jesus em orfanatos, asilos e nas ruas. Mas sentia que Deus tinha algo maior para me confiar. Fiquei a orar e aguardar em Deus. Em dezembro de 2014, meu marido entrou em contato com o Colégio Adventista Boa Vista para informar-se sobre os valores das mensalidades para 2015. Sempre sonhamos que nossas filhas estudassem numa escola regida por princípios bíblicos, diferente da deplorável condição moral e espiritual que cerca os alunos de escolas laicas. Além do que eu, como professora, tinha o desejo de trabalhar numa instituição onde os valores cristãos pudessem ser ensinados livremente, sem os impedimentos do laicismo. Foi, então, agendada uma entrevista conosco e com as crianças no colégio. Não desperdiçando a oportunidade, na data marcada deixei meu currículo para uma possível análise. Até então, Deus sabe o porquê, não havia apresentado currículo em nenhuma escola de Curitiba. Dois dias depois, fui contatada e convidada para uma entrevista inicial. Dali, fui encaminhada para a entrevista final na sede da Educação Adventista para esta região do Paraná.


MINHA PROFISSÃO, MINHA MISSÃO – PARTE II

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ão desperdiçando a oportunidade, na data marcada deixei meu currículo para uma possível análise. Até então, Deus sabe o porquê, não havia apresentado currículo em nenhuma escola de Curitiba. Dois dias depois, fui contatada e convidada para uma entrevista inicial. Dali, fui encaminhada para a entrevista final na sede da Educação Adventista para esta região do Paraná. A conversa foi bem demorada, mas, ao final, saí com a impressão de que fora aprovada. Naquele momento, pude enxergar o que Deus tinha preparado para mim, a grande porta que Ele estava abrindo para me usar como instrumento de Sua graça. Para a glória de Deus, em janeiro de 2015 eu estava contratada. E mais: minhas filhas foram matriculadas no Colégio Adventista Boa Vista – bênção dobrada. Comecei a trabalhar no início do ano letivo de 2015, lecionando Língua Portuguesa e Produção de Textos a alunos do Colégio Adventista Boa Vista e da Escola Adventista Santa Efigênia. Levando na esportiva as brincadeiras dos alunos por conta do meu falar tipicamente nordestino, estabeleci, de pronto, uma boa interação com todos, buscado sempre ser algo além da professora convencional – ser referência e apoio espiritual, quando necessário. Desde as primeiras aulas, percebi diante de mim um vasto campo para o trabalhar de Deus. Isso porque, além do fato de muitos alunos não serem adventistas ou mesmo evangélicos, há carências espirituais que precisam ser supridas em todos; há distorções que podemos trabalhar; há valores que podemos (e devemos) infundir; há talentos que podemos ajudar a lapidar. No pouco tempo que tenho estado com meus alunos, tive várias oportunidades de, mostrando interesse por suas vidas, conhecer melhor alguns deles, seus problemas, suas dificuldades (educacionais e outras), seus traumas e até seus vícios, e, assim, orientá-los. Alguns alunos que estavam com baixo rendimento, após esse contato mais próximo, têm apresentado sensível melhora nas notas e na participatividade. Sinto-me privilegiada em poder conciliar, numa única atividade, profissão e serviço a Deus. Mais que isso, sinto-me desafiada por Ele, cada dia de aula ou de qualquer atividade escolar, a assumir minha cota de responsabilidade por esses “pequeninos” que me confiou, não somente através da pedagogia formal, da letra inerte, mas, sobretudo, do meu exemplo e testemunho diário.

QUARTA 05/04

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. ” Gênesis 12:1

Nemesia Campelo Dutra

Graduada em Letras. Pós-graduada em Gestão Escolar e Arte com ênfase em Música. Professora de Língua Portuguesa e de Produção de Textos. Colégio Adventista Boa Vista e Escola Adventista Santa Efigênia.

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EU NÃO QUERO IR EMBORA

QUINTA 06/04

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. ” Apocalipse 21:3 e4

Paula Proença

Formada em Direito. Funcionária do SEBRAE. Ex-aluna da Educação Adventista, tendo estudado no Colégio Adventista Sorocaba.

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em todo mundo gosta de ir para a escola. Quando eu era pequena, na fase da pré-escola, chorava para não ir à escola, queria de todo jeito ficar com a minha mãe e não a deixar ir trabalhar. Era sempre um “show” para que eu entrasse na van e fosse para a escola, lembro do desespero dos meus pais para fazerem com que eu entendesse que era necessário estudar e me tornar alguém na vida. Quando fui para o Ensino Fundamental, meus pais me matricularam no Colégio Adventista de Sorocaba. Com isso, o ritmo mudou um pouco, mas a vontade de ficar com a minha mãe ainda era maior do que a de ir para escola. Aos poucos fui crescendo, amadurecendo e entendendo que pais precisam trabalhar, filhos precisam estudar, e todos precisam tomar um rumo na vida. O fato é que em pouco tempo me vi apaixonada pela escola, era como se tivesse mudado da água para o vinho, virou prazer acordar cedo, pegar a van, ir à escola, encontrar os amigos e fazer tudo o que podia. Nossa turma, desde a primeira série até o ensino médio, teve um grande número de pessoas – inclusive eu – que nunca se separou, era como se fôssemos uma família; isso ajudava muito no entrosamento para fazermos tudo junto sempre e na escola. Os anos foram passando, na época do Ensino médio, eu literalmente VIVIA na escola. Tudo era motivo para ficar por lá, ficava na biblioteca lendo livros, juntava a turma para resolver exercícios, por vezes ensaiávamos teatros para apresentar, treinávamos futsal para jogar em campeonatos, toda a turma almoçava por lá e passava a tarde, só voltava para casa para dormir. Lembro de ouvir diversas pessoas me perguntar se eu morava na escola. E, por incrível que pareça, eu amava “viver na escola”! Aquela garotinha que fazia escândalos para não sair de casa agora não queria ir embora do Colégio. Mas nada dura para sempre, o terceiro ano do ensino médio chegou, e a nossa turma, que sempre foi a mesma, teve que se separar. Após sete anos de formados, ainda nos falamos; obviamente não temos o mesmo contato como antes, mas ainda sinto falta de ficar por lá. Sabe, a Educação Adventista nos ensinou a importância da união, de estudar num ambiente agradável onde é possível receber diversas influências positivas. Foi uma época sensacional, hoje sinto muita falta e gostaria que todos sentissem a alegria que eu senti em todos os anos que estudei lá. Infelizmente, aqui na terra será muito difícil reunir toda turma de novo, até fazemos reencontros, mas sempre falta alguém. Porém existe uma esperança que aprendi no Colégio, de que um dia não nos separaremos mais. Todos estaremos juntos para sempre, não haverá mais choro e tristeza por separação, Jesus estará conosco e garantirá nossa eterna amizade. Creia nisso, Ele virá em breve e vamos morar com ELE no céu!


A ESCOLA É O SOLO DE UM BELO JARDIM

“M

as mãe, por que é que eu preciso ir para a escola, vou fazer o quê lá? Já estudo em casa, sei tudo mãe! ”. Esse era o discurso de uma garotinha de seis anos de idade que imaginava que o “mundo” se resumia ao quintal de casa, seus gatos e cachorros; além de achar que a escola era dispensável naquele momento. Perto da minha casa havia uma escola pública e lá eu poderia ir sozinha, sem ajuda de transporte contratado, e, além disso, não ia precisar pagar nada. Por alguma razão, antes de fazer a matrícula, minha mãe em conversa com uma vizinha, descobriu que havia uma Escola Adventista que estava com as matrículas abertas para o próximo ano. Bem verdade que era bem mais longe de casa, mas ela e meu pai resolveram conhecer a “tal” escola, que ainda iniciava suas atividades no bairro, as salas de aula eram dentro da igreja e mais de uma professora dividia aquele espaço. Mesmo assim, eles escolheram fazer ali minha matrícula. O tempo passou, e eu cresci junto com a escola. As salas de aula tomaram forma, novos alunos chegavam a cada ano e junto com este crescimento, crescia dentro do meu coração o desejo de conhecer aquele Jesus que todos os dias me era apresentado nas histórias que as professoras contavam no início de cada aula. Eu era apaixonada por histórias da Bíblia, e quando elas (as professoras) abriam o flanelógrafo e estendiam nele os personagens, meu coração saltava de alegria. Foi assim que me apaixonei por Ele, e a semente, que semearam na minha infância, foi colhida na adolescência, quando entreguei minha vida a Jesus. Continuei a estudar, entrei na faculdade e procurei sempre contar para todos que encontrei pelo caminho, as lições e a formação que encontrei naquela Escola, que era o meu segundo lar. Mas eu queria mais. Como não levar outros meninos e meninas a encontrarem essa verdade tão transformadora que um dia eu encontrei? Como deixar que tanta luz não encontrasse morada em outros corações que, como o meu, eram um terreno fértil para a mensagem da salvação. Então voltei! Voltei para continuar a missão que foi iniciada na minha vida. Voltei para ensinar os jovens a amar Jesus como eu aprendi a amar e fazer dele um amigo. E a menina que achava já saber tudo, continua fazendo da Educação Adventista a inspiração para isso.

SEXTA 07/04

“E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam”. Isaías 58:11

Adriana Henemann de Almeida

Graduada em Farmácia. Pós-graduada em Metodologia de Ensino. Orientadora educacional de 9º ano EF ao Ensino Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

07 - Dia Mundial da Saúde

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MINISTÉRIO DA FELICIDADE

SÁBADO 08/04

“Ele fará você rir de novo e dar gritos de alegria”. Jó 8:21

Elaine Ferreira Machado Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Educação Infantil e Anos Iniciais; Supervisão Escolar; Psicopedagogia Clínica e Institucional. Orientadora Educacional do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista de Hortolândia.

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ecebi este verso bíblico em uma dinâmica realizada na Escola Sabatina jovem (um encontro de jovens a cada sábado). Ele estava escrito à mão, em uma pequena flor de papel. E só conseguíamos ler o que lá estava escrito ao colocarmos a flor dentro da água. Naquela manhã eu estava triste pelo fim de um relacionamento e passando por uma pequena crise, que abrangia algumas áreas da minha vida. Ao ler o verso, percebi que Deus estava falando comigo e ansiava em me dar esperança. E assim aconteceu. Eu não poderia imaginar as surpresas que Ele estava preparando para mim. Havia recebido o convite para trabalhar na Educação Adventista em 2009 e estava muito feliz com o andamento das minhas atividades. Mas, Aquele que conhece o fim desde o princípio, me chamou também para ser esposa de pastor. Que responsabilidade! Em 2014 conheci meu esposo através de uma amiga em comum, na ocasião ele era capelão do Colégio Adventista Sorocaba. Depois de alguns dias conversando via Facebook, nós nos conhecemos pessoalmente e casamos após sete meses de namoro à distância. Muitas mudanças aconteceram repentinamente em minha vida: Estado civil, endereço, ambiente de trabalho e projetos pessoais. Porém, todas elas foram acompanhadas de risos novos. Hoje, além de trabalhar como Orientadora Educacional, acompanho os projetos do Ministério da Mulher e Ministério da Criança e do Adolescente nas igrejas do nosso distrito. Cada dia descubro uma nova forma de servir e levar às pessoas a mensagem do evangelho. Todas as vezes que penso que o desafio é grande, Deus intervém e me traz refrigério. Quando desanimo, quando me sinto sobrecarregada e tenho vontade de repassar para outros as minhas tarefas, o Senhor se compadece de mim e envia palavras de ânimo. Há poucos meses estava me sentindo pequena diante de tantos desafios e, abrindo a Inspiração Juvenil de 2016, no dia 25 de março, li o seguinte: “O Senhor deseja fazer muito por meio de você. Contudo, precisa que você deixe o medo de errar de lado e se coloque à disposição dEle, para receber o Espírito Santo e ser um servo poderoso em Suas mãos. ” Nunca fico no deserto. Cada dia me apego à promessa de felicidade presente e futura e, diante de toda nuvem negra, relembro o verso escrito na pequena flor de papel: “Farei você rir de novo e dar gritos de alegria! Assinado, Jesus”.


A TIA DA CANTINA

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meu amor pela Educação Adventista iniciou há 20 anos, posso dizer que sempre foi uma benção na minha vida e da minha família. Iniciei sendo a “tia” da cantina, mas não era uma cantina chique como essas que nós vemos hoje em muitas de nossas escolas. Como trabalhava em uma escola no fundo da igreja, vendíamos os lanches da manhã para comprar os ingredientes do lanche da tarde. Certo dia, uma professora faltou por estar doente, a então diretora da escola pediu que eu “cuidasse” da turminha da educação infantil; pois não havia conseguido nenhuma professora para substituí-la. Eu não tinha experiência em sala de aula, embora tivesse cursado magistério e fosse habilitada para trabalhar com crianças do 1º até o 5º ano, nunca havia ficado sozinha com uma turminha. A diretora foi várias vezes na sala para ver se estava tudo bem e me dar um apoio. Mas, ao mesmo tempo que não tinha experiência como professora, eu já era mãe, então, não me senti muito despreparada; minha própria filha estava naquela turma. Desde aquele dia, toda vez que a diretora me encontrava, ela insistia que eu deveria fazer uma faculdade, pois tinha o “feeling” para ser professora. Eu não me achava capaz, mas a insistência motivadora da diretora foi determinante. No ano seguinte, essa mesma escola mudou de prédio, para um local de estrutura muito bonita. Neste mesmo ano virou uma escola de referência; com isso, me senti motivada a iniciar uma faculdade. Também fui designada para ser auxiliar de uma turma de educação infantil. Escolhi o curso de geografia, pois queria ser habilitada para dar aula a alunos de todas as faixas etárias. Passado o primeiro mês das minhas aulas, fui pagar a faculdade com o meu primeiro salário como auxiliar; e qual foi o meu desespero ao perceber que havia perdido a carteira, e consequentemente, não tinha o dinheiro para pagar a mensalidade. Desistir? Jamais! Fiquei indignada, mas o Senhor com certeza estava no controle, e no final, felizmente me formei. Atualmente, sou orientadora educacional; continuo na Educação Adventista com o mesmo amor, dedicação e alegria como no dia que iniciei substituindo aquela professora. Já trabalhei em várias unidades da Rede Adventista, em alguns estados, e consigo visualizar a magnitude desse trabalho e o propósito de Deus para a vida daquele que é educador na Rede Adventista. Meu coração transborda de alegria por fazer parte da Educação Adventista. Meus filhos, hoje jovens adultos são fruto dessa educação. Agradeço grandemente a Deus por proporcionar essa oportunidade para mim, me confiando alunos, professores e pais, para que eu seja um instrumento e deixe marcas na vida de cada um deles.

DOMINGO 09/04

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro. ” Jeremias 29:11

Sandra Salete Torman Graduada em Geografia e pós-graduanda em Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional. Orientadora Educacional de Educ. Infantil ao 7º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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O TEMPO

SEGUNDA 10/04

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Eclesiastes 3:1

Jeferson Elias de Souza Graduado em Administração. Especialista em Gestão Educacional. Diretor da rede de Educação Adventista na região Central do Estado do Paraná.

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inalmente estávamos chegando. A cidade alemã de Frankfurt já podia ser vista pelas janelas do avião e as 13 horas de voo - intermináveis - estavam chegando ao fim. O avião aterrissou e, depois dos procedimentos normais de segurança, buscamos a saída o mais rápido que pudemos. Aquela era uma conexão curta. Tínhamos pouco tempo para buscarmos o “passport control”, entregar nosso passaporte ao agente de imigração, responder uma ou outra pergunta sobre nossas intenções e tempo de permanência na Europa, e entrarmos no famoso Espaço Schengen. Ah, e ainda seria necessário percorrermos os longos corredores em busca do portão para o próximo voo, aí sim, era só aguardar o embarque para Roma. Mas tínhamos tudo calculado, organizado; simples e rápido, daria tempo fácil. Impressiona como vivemos em função do tempo, quase escravos do relógio - é inevitável. No trabalho, na saída para o passeio ou para as esperadas férias, o tempo continua nos atormentando. E muitas vezes até falta tempo. Lembra daquele dia que a fome bateu mais cedo porque você acordou atrasado e precisou sair correndo? E a prova com a questão nove em branco porque você se enrolou com as outras oito? E o povo chegando correndo para o ENEM e o portão fechando? O pior é que não dá para ganhar, comprar ou presentear alguém com mais tempo. Esse deve ser o tesouro distribuído de forma mais democrática e igualitária em todo o mundo. Não importa do que você gosta, quais são seus hábitos, para que você foi escolhido ou quanto dinheiro você tem no bolso, o meu e o seu dia continuam com 24 horas. E, se o tempo é assim, tão direto e implacável, você já pensou que cada minuto que passa em sua vida nunca mais volta? Ao nascermos, iniciamos uma corrida sem controle contra o tempo, minutos, horas, dias e anos passando sem um botão de parada do cronômetro. Mesmo que você ainda tenha muitos anos em seu estoque de tempo, não custa nada perguntar: com o que você gasta seu tempo? Você está trocando este tesouro valioso e limitado por conhecimento lendo coisa boa, estudando para evitar o estresse do final do ano, investindo para o futuro ao passar tempo com sua família, melhorando a saúde dosando o seu tempo entre o sono saudável e o exercício físico, gastando algumas horas em lazer saudável e luz solar? Ou será que você está jogando todo o seu tempo fora, desperdiçando suas horas apenas com diversão barata, sem conteúdo, sem aproveitamento, sem futuro? Ao chegarmos ao controle de imigração naquele dia, as longas e desordenadas filas eram o sinal de que alguma coisa estava errada. As portas estavam sendo fechadas, e as informações eram desencontradas. E aquela hora, a única que tínhamos, correu muito depressa. Não saímos do lugar, e foi uma hora naquela longa e barulhenta fila. Aos poucos, tudo foi voltando ao normal. As portas foram abertas novamente e os chamados da imigração recomeçaram. Algum apressado havia deixado uma mochila abandonada junto a uma parede, e todo aquele setor do aeroporto havia sido fechado por segurança, até que a ameaça de bomba fosse descartada. Passamos pela imigração, e corremos para o portão de embarque, mas não havia mais tempo. O portão estava fechado, o avião havia decolado e nos deixado ali. Tivemos alguns transtornos e foi necessário remarcar nossas passagens, mas, tarde da noite, conseguimos chegar a Roma, perdendo apenas algumas horas do nosso passeio. A corrida da vida é mais séria, não tem retorno, não tem remarcação, não tem volta. Quando desperdiçamos nosso tempo de modo impensado, podemos perder muito mais. Cuide do seu tempo, ele não volta mais.


AS CONSEQUÊNCIAS

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empre fui apaixonada por animais. Quando eu era pequena, sempre pedia um animalzinho de estimação para minha mãe. Lembro-me como se fosse hoje que sempre passávamos por uma pecuária e eu ficava babando nos que ali estavam, porém, morávamos em uma casa com quintal pequeno e todo calçado; o que até certo ponto, fazia com que minha mãe hesitasse em me presentear com um. Certa vez quando eu tinha cinco anos de idade, passamos em uma loja e vi um cachorrinho de pelúcia que dava saltos, um brinquedo bem comum para aqueles que viveram antes da década de 90, e então, pedi para minha mãe como presente de natal e, para minha alegria, ela aceitou, porém, com a condição de me comportar em todos os aspectos. O brinquedo não era um animal de verdade como eu desejava, mas mesmo assim eu ficaria feliz em tê-lo. Eu passava contando os dias para a chegada do natal e nem me lembrava mais da condição estipulada para receber o presente. Certo dia, estávamos em um almoço de família na casa da minha avó, juntamente com vários primos e tios. Eu estava correndo para todos os lados e minha mãe pediu para eu parar. Fui extremamente mal-educada e grosseira ao respondê-la, ela então sussurrou baixinho no meu ouvido dizendo que aquela atitude havia feito eu perder o tão esperado presente de natal. Eu não conseguia acreditar, achava que minha mãe voltaria atrás, mais ela não voltou e eu chorei muito. Assim como minha mãe impôs uma condição para ganhar o tão esperado presente, o Senhor também impõe a condição de buscá-lo. Mesmo quando não o fazemos, somos fortemente prejudicados, não porque Ele nos castiga, mas porque perdemos o melhor que Ele pode oferecer, o maior dos presentes: A vida eterna. Durante nossa vida, o Senhor pode nos corrigir muitas vezes, porém dEle não pode vir nada ruim. As coisas ruins que acontecem não são fruto da repreensão de Deus, mais sim, das consequências dos nossos erros. O interessante de tudo isso é que o Senhor aceita nosso arrependimento, basta nos voltarmos a Ele, andar em seus caminhos que, o presente outrora perdido, nos está garantido. Quanto a mim, a história tem um final feliz, não tive o cachorro de brinquedo, porém ao longo dos anos, após nossa mudança para o Paraná, pude ter não somente um, mas vários animais de estimação de verdade. O Senhor nos corrige porque quer nos proporcionar as coisas que nossos olhos nunca viram, e que ouvidos nunca ouviram, isso é o que Ele tem preparado para nós!

TERÇA 11/04

“Costumo chamar a responsabilidade aqueles a quem amo, para incentivar, corrigir e guiar, para que vivam da melhor maneira. Levante-se, então! Faça meia volta e buque a Deus”. Apocalipse 3:19 (A Mensagem)

Adriana Priscila Floriano Graduada em Administração. Pós-graduada em Gestão Escolar. MBA em Finanças. Graduanda em Ciências Contábeis. Tesoureira do Colégio Adventista Boa Vista.

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MEUS FILHOS, MEUS ALUNOS, MINHA MISSÃO

QUARTA 12/04

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará. ” Salmos 37:5

Dolores Nair de Souza da Rosa

Graduada em Pedagogia e Administração. Pós-graduação em Gestão Administrativa. Diretora do Colégio Adventista Boqueirão.

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er professora! Sim! Desde muito cedo desejei esta profissão. Minha mãe, porém, ao ver meu carinho e interesse pelas crianças me motivou a ser pediatra. Por um bom tempo alimentei essa ideia, mas lá no fundo, eu ainda desejava ardentemente ser professora. Lembro com carinho da minha primeira professora, uma freira muito especial: A Irmã Terezina! Ela era muito amorosa; até almoçar em minha casa foi! Ela me ensinou a ler, e inspirada nela, comecei a desejar também ser uma professora. Em meu ensino médio, fiz o curso de Magistério, que me possibilitava lecionar. Com isso, aos 17 anos assumi minha primeira turminha. Realizei três sonhos em pouco tempo: ser professora, me casar e pouco tempo depois, me tornei mãe. Pouco tempo depois do nascimento do Matheus, nasceu a Geisa, que completou a nossa família. Deixei de lecionar numa escola para ser a primeira professora dos meus filhos, até que eles entrassem na escola. Estava chegando a hora de Matheus entrar na escola, na época, com 6 anos. Quanto mais eu estudava, mais certeza tinha que não poderia colocá-lo em qualquer escola; afinal, precisava de um lugar com os mesmos princípios que nós já havíamos ensinado para eles. Coloquei esse propósito no meu coração. Morávamos em Caçador (SC), e naqueles tempos, não havia Escola Adventista lá. Até pensamos em mudar de cidade, mas era quase impossível. Começamos a orar e confiar que Deus iria solucionar nosso problema. Numa manhã de sábado, enquanto levava meus filhos na Igreja, percebi que no piso onde os deixava para as atividades das crianças tinha salas e banheiros. Até encontrei uma sala para servir de secretaria e um pátio enorme. Caiu minha ficha: Ali poderia ser uma Escola Adventista. Descobri que já havia funcionado uma escola naquele mesmo lugar; mas tinha fechado há alguns anos. Conversei com o Pr. Renato e sua esposa Creusa naquele mesmo dia; e eles apoiaram a ideia! Na mesma semana conversamos com todas as mantenedoras da Igreja Adventistas que eram responsáveis pelas escolas. Até o responsável pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, Pr. Paulo Martini, foi nos visitar e aprovou nossa proposta. Eu não cabia dentro de mim, de tanta felicidade! Alguns ajustes, investimento da Igreja Adventista e, em 1990, no mês de março, reiniciava a Escola Adventista John Boehm. O nome, documentação legal e autorização de funcionamento já existiam. Apenas reativamos e em apenas um mês conseguimos a autorização para Educação Infantil. E os alunos? Bem, o primeiro deles era o meu filho! Os outros, Deus enviaria. Começamos a escola com 7 alunos! De 1990 até hoje, me dediquei exclusivamente à Educação Adventista. E já se passaram 26 anos! Em todos esses anos, ensinei muitos alunos; mas quem mais aprendeu fui eu! Aprendi que temos um trabalho a fazer; que vai além de ser professora ou, até mesmo, diretora. Minha missão é maior do que administrar conflitos e direcionar planejamentos. Minha influência permeia os campos da emoção, vivências e da vida das pessoas. Tenho o privilégio de fazer parte da história de muitas pessoas; mas com certeza, foram eles que construíram a minha história: Repleta de trocas, conversas, mudanças, conselhos, lutas, transformações, conquistas, derrotas, trabalho árduo, dedicação, amor e doação. Ufa! Mas, principalmente, uma história cheia de sonhos realizados. Consegui transmitir o meu amor pela Educação Adventista para meus filhos; tanto que hoje, os dois são professores! Meu trabalho só foi o começo, na minha própria família, o amor a educação continua!


MARCAS DO TEMPO

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uando eu era mais jovem e lia esse verso, ou mesmo quando escutava um sermão sobre ele, pensava que para tudo havia um tempo, mas que não deveria demorar tanto para meus desejos serem realizados. Com a maturidade, fica mais fácil compreender que o tempo de Deus não é o nosso. Você lembra o que estava fazendo em 2 de fevereiro de 2004? Não? Eu me lembro muito bem, pois nesse dia aconteceu uma transformação em minha vida pessoal e profissional; naquele dia fui contratada oficialmente pela Escola Adventista de Araucária. Você deve estar se perguntando o que tem de especial nisso, de fato, para olhos desatentos, nada de mais, mas um bom observador sempre enxerga além das lentes. Em 2003, num culto na igreja Adventista, o novo responsável pela educação na região central do Paraná, estava lá para pregar. Ele começou com uma saudação normal e costumeira até que, com uma voz firme, convicta e muito clara disse à igreja que com algumas modificações, o prédio da igreja poderia abrigar uma escola. Neste momento, ergui a cabeça e comecei a me interessar em tudo que aquele pastor falava sobre a nova escola. Comecei a fazer planos de trabalhar nessa escola. Em meu coração sentia que Ele daria um jeito de me colocar lá, então orei, me enchi de coragem e fui até a escola determinada a dizer a seguinte frase: “Eu quero muito trabalhar aqui e não importa no que, faço qualquer trabalho”. E assim foi, mas me perguntaram se eu tinha alguma formação. Não tinha, mas me coloquei à disposição para fazer qualquer curso se tivesse uma oportunidade. Após uma semana, recebi uma ligação e me pediram para ir até a escola. Ao fazer a entrevista com a diretora, ela me disse que não sabia ao certo o porquê me escolhera, mas havia gostado da minha da minha sinceridade. Em seguida, me informou que seríamos apenas três funcionárias, e eu, a “faz tudo”, quando digo tudo, entendam tudo mesmo: atendente, zeladora, cantineira, telefonista, secretária, professora substituta. Fiquei sabendo também que a mais nova Escola de Araucária iria comportar exatos 18 alunos divididos em duas classes. Hoje, quando conto essa história para meus alunos e filhas, afirmo que foi o tempo mais belo de minha carreira, e sabe por quê? Eu sonhava junto com Deus que nossa escola seria forte. Experimente você também entregar seus sonhos nas mãos de Deus e confiar de todo o seu coração. Você também poderá experimentar o que Ele tem preparado para você no tempo que não é seu, e sim de Deus.

QUINTA 13/04

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”. Eclesiastes 3:1

Andréia Silva de Oliveira Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Araucária.

10 a 13 Semana Santa nas Escolas

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FAZENDO A DIFERENÇA

SEXTA 14/04

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora ser pisado pelos homens”. Mateus 5:13

Ana Maria de Oliveira

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Professora do 2º ano EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

14 - Feriado Paixão de Cristo

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empre tive vontade de estudar na escola adventista, mas, por algum motivo não deu certo. Muito tempo depois pude realizar este sonho através dos meus filhos. Quando fui matricular meu filho mais velho no Pré IV não imaginava que Deus estava preparando algo muito especial para mim. No ano de 2005 iniciamos na escola, meu pequeno como aluno e eu como professora. Confesso que meu início foi bem difícil, não tinha prática nenhuma, mas tive muito apoio da minha coordenadora e das minhas colegas. Umas das coisas que mais me encantou na rede foi o projeto de visitação aos alunos, e numa dessas visitas, entendi qual era minha missão na vida dos meus alunos. Era uma família muito querida, comprometida, responsável, o tipo de pais nota 10. Enquanto na casa da minha aluna, a mãe e filha foram me mostrar o quarto (eles amam fazer isso), tudo muito arrumado, mas algo chamou minha atenção ao passar pelo corredor, a porta do quarto dos pais estava aberta e percebi que eles não tinham cama. A mãe relatou-me que preferiram não comprar uma cama pois isso iria comprometer o orçamento da família e que eles davam prioridade a educação da menina. Orei com eles e voltei para minha casa, com a certeza que meus alunos mereciam o melhor de mim. Aquela família priorizava uma educação de qualidade e cabia a mim proporcionar isso a eles. A menina continuou conosco até o 9° ano e foi uma das alunas mais amada da escola. Chegando em casa, abri a Bíblia em Mateus 5: 13-16 que veio de encontro com a minha certeza como educadora, ser sal da terra e luz do mundo. Assim como o sal, produto que transforma para o agradável e novo sabor, deve o professor cristão mudar para melhor a vida daqueles com os quais convive. Ser diferente do mundo é ter seus valores, conduta, palavras, atitudes diferenciadas, é ser luz onde quer que esteja, assim, ser imitador de Cristo. Ao longo desses 11 anos de trabalho percebi como a escola mudou a minha vida, me aproximou de Deus. Sem Ele, de nada me serviria o conhecimento e experiência. Aprendi a ser totalmente dependente do meu Criador e é ele que tem direcionado a minha vida. Antes de ser recebida como professora da rede, Deus me recebeu como sua filha. A cada ano recebo uma nova chance de demonstrar e ensinar o amor de Cristo aos meus alunos e faço isso com a alegria e a certeza que Deus está comigo. Eu fui chamada para fazer a diferença, ser sal da terra e luz do mundo. E você?


PROVISÃO

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esde de muito jovem, sempre cuidei de crianças. Era o filho da vizinha, o primo mais novo e assim por diante. Mal sabia eu que Deus estava me preparando para a vida. Com o tempo me casei e tive dois filhos e não podia ser diferente, fiquei cuidando deles em casa até que entrassem para a escola. Como se isso me perseguisse, o primeiro emprego registrado foi como babá. Mas esse emprego exigia que eu dormisse na casa da família uma ou duas vezes por semana, assim eu acabava ficando mais no emprego do que em casa, por isso me demiti para ficar mais próxima dos meus filhos. Nesta época, que eu fiquei novamente desempregada, meu esposo estava em período de experiência em um novo emprego. Numa manhã de domingo, meu esposo e meu filho sofreram um acidente de moto terrível, a velocidade foi tão intensa que os jogou com muita força e eles só pararam quando bateram num meio fio. Mas Deus foi tão incrível que colocou meu filho no meio das pernas de meu esposo. Ao ver as imagens, não conseguia entender como meu filho só fraturou o fêmur e meu esposo só teve algumas esfoliações e dores. Por medo de precisar indenizar, a empresa decidiu demitir meu esposo. Agora sim precisei depender totalmente de Deus. Os dois desempregados, meu filho internado e aivnda tínhamos as contas a pagar e três parcelas da moto para ser quitada. Mas Deus enviou os seus anjos a cada instante. Nos proveu alívio nos momentos de aflição, calma quando iríamos ficar desesperados, dinheiro quando aproximava o vencimento das contas e pessoas para aconselhar-nos e fortalecer-nos. Depois que meu filho saiu do hospital as lutas continuaram, foram momentos ainda bem difíceis. Ele precisava muito da minha atenção e cuidados, pois agora teria que depender de muletas e aprender a usá-las, e meu esposo não estava conseguindo encontrar um novo emprego. Coloquei o nada que tínhamos nas mãos de Deus e Ele ouviu o nosso clamor. Certo dia, a Tesoureira da Escola Adventista me ligou, dizendo que havia surgido uma vaga de emprego na escola. Quando cheguei para a entrevista, a Diretora da escola perguntou se eu dominava informática e poderia operar um sistema. Também perguntou, se eu sabia contar histórias e trabalhar com crianças. Neste instante, entendi o propósito de Deus para minha vida. É claro que eu aceitei prontamente o desafio, que tornou a minha vida completa e me fez enxergar a missão que Deus queria colocar em minhas mãos. Passei por sete meses de muita luta e confiança, mas hoje posso afirmar que vale a pena esperar com paciência no Senhor. Hoje, eu e meu esposo estamos trabalhando. Meu filho está perfeitamente bem. Eu trabalho na Biblioteca da Escola Adventista e também dedico meu tempo ao clube de aventureiros da igreja, do qual sou diretora. Durante seis dias da semana faço aquilo que Deus me ensinou e amo de paixão que é cuidar de crianças. Tenho a plena certeza que, em meio às tribulações que vivi, confiando e esperando em Deus, Ele me escolheu para marcar uma geração e ser seu instrumento para conduzir vidas ao Céu.

SÁBADO 15/04

“Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”. Salmos. 40:1

Ester Noemi Oliveira de Lima

Auxiliar de Biblioteca da Escola Adventista Ponta Grossa.

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DESEJO DE MUDANÇA

DOMINGO 16/04

“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Romanos 8:28

Karina Rossi Romero

Graduada em Matemática. Colégio Adventista Boa Vista.

16 - Feriado Páscoa

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esde pequena fui ensinada a amar, obedecer a Deus e aceitar a condução dEle na minha vida. No entanto, isso acontece com comunhão e com as experiências que vamos vivendo ao longo da vida. Morava na cidade de Londrina/PR e cursava a faculdade de Licenciatura em Matemática. Por trabalhar o dia todo em uma indústria cosmética, meu curso de graduação era no período noturno e como Adventista do Sétimo Dia encontrei algumas dificuldades com relação a guarda do sábado no pôr do sol de sexta-feira. Mas Deus me abençoava a cada ano e em 2001 estava para concluir o curso. Era então o início do último ano e eu estava com uma infinidade de planos futuros. Meu desejo era concluir o curso de graduação e me mudar para outra cidade ou estado. Estava cansada de Londrina, sempre fazendo as mesmas atividades no trabalho e na igreja. Nada de diferente acontecia, estava solteira e meu real desejo era por mudança! Na faculdade fui conversar com a professora da disciplina de sexta-feira à noite. Para minha decepção, ouvi de sua boca que não haveria possibilidade de eu cursar a disciplina, pois ela não abonaria as faltas e não daria a prova em outro dia da semana. Saí daquela conversa entristecida e fui até meu carro questionando a Deus: “Como assim Senhor, durante todos os anos o Senhor tem providenciado meios e eu consigo cursar as disciplinas e justamente no último ano, quando tenho planos pessoais, o Senhor não vai agir? Essa professora ficará irredutível? O Senhor não fará nada? E meus planos? ”. Como eu estava triste! Entrei no carro e ali, enquanto chorava, conversava e questionava a Deus. Foi então, que resolvi ligar o rádio do carro e a música que tocou da fita cassete foi da cantora Alessandra Samadello, que dizia:

Conheço o teu caminho, conheço o teu passar. Eu sei por onde andas, sei por onde vais estar Eu sei dos teus problemas, eu sei da tua dor No profundo da agonia eu escuto o teu clamor Eu sei da tua sede que consome o teu ser Eu sei do desalento que te algema em teu poder Eu sei do teu sonhar, mas também sei que és sofredor Mas em minhas mãos eu vejo que eu sou teu Salvador Eu sou Jesus, o teu Libertador. Posso te ajudar a escuridão vencer Teu amparo sou, abrigo protetor. Jamais te deixarei, pois, sou o teu Senhor

A certeza do cuidado e a confiança de que Deus permaneceria guiando minha vida tomaram conta do meu ser naquele momento. Decidi continuar sendo fiel a Deus, obedecendo seus mandamentos. Reprovei naquela disciplina e no ano seguinte, cursei somente ela. O que aconteceu com meus planos pessoais? E a mudança que eu tanto queria? Veio também no ano seguinte. Conheci meu esposo. Ele é pastor e, de tempos em tempos estamos mudando e assim, tenho a oportunidade de conhecer várias pessoas, cidades e trabalhar em diferentes lugares. Acredite você também que Deus cuida de todos os detalhes de sua vida e que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.


MEU ANJO DA GUARDA

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ão tive o privilégio de nascer em um lar adventista. Nasci em um lar cristão onde as coisas de Deus eram vistas com muito respeito, mas não trabalhadas com veracidade Bíblica e não costumávamos ir à igreja com frequência. Devido a meu comportamento extremamente ávido por conhecimento, meus pais preocuparam-se que eu tivesse uma educação de qualidade. Na pequena cidade que residíamos, no interior do Paraná, havia uma Escola Adventista, porém eu não tinha idade para entrar na Pré-escola. Meus pais foram conversar como diretor e este evidentemente falou sobre a questão da idade, porém sua esposa, que estava presente, foi clara em declarar: “Querido, será que o Pai do Céu não está colocando está família em nossas mãos? ”. Fui matriculada e a esposa do diretor tornou-se, minha amada professora. Com terno amor, falou-me de Jesus, de seu amor por nós e que Ele nos ama tanto que colocou, desde quando nascemos, um anjo para cuidar de nós. Como fiquei feliz em saber que eu tinha um ANJO DA GUARDA dado pelo Pai do Céu. Passaram-se três anos; eu e uma prima mais velha estudávamos na Escola Adventista. Algumas vezes meu pai permitia que fôssemos de bicicleta à escola. Quando voltávamos, sempre passávamos por uma rua com subida muito íngreme e, nestes momentos, minha prima pedia que eu descesse devido ao peso. Certo dia, ao chegarmos nesta rua, disse a ela que desceria, porém minha prima disse que não, que estava tudo bem e que me aguentaria na garupa. Passados alguns segundos, escutei ela me dizer: “Desça, Alessandra”. Porém ela não parou a bicicleta, então lhe disse que se queria que eu descesse tinha que parar a bicicleta. Minha prima disse que não havia falado nada, e aquilo me deixou intrigada. Continuamos a subida e novamente escutei minha prima pedindo que eu descesse da bicicleta, porém ela não parava. Minha prima falou que eu estava escutando demais. Na subida, escutei em alto tom e com muita firmeza: “Desça da bicicleta Alessandra”. Solicitei a minha prima que parasse a bicicleta, joguei minha mochila no chão e desci. Quando me abaixei para pegar minha mochila escutei o som terrível de um caminhão que levou minha prima e nossa bicicleta. A cena a seguir foi muito assustadora para mim: minha prima havia sido atropelada. De acordo com os policiais que atenderam o caso e conversaram com meus pais, se eu estivesse na bicicleta também teria morrido na hora. Meu anjo falou comigo, ele cuidou de mim como o Pai prometeu. Em Salmos 91:11 está escrito: “Pois aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos”. Meu anjo cuida de mim até hoje, e sei que ele cuidará de mim até Jesus voltar ou eu dormir o sono da morte, sendo que na ressureição, estará ao meu lado. Louvado seja Deus por esta segurança que nos dá. Louvado seja Deus por ter-me ensinado na Escola Adventista de Assis Chateaubriand que o meu anjo guarda os meus caminhos.

SEGUNDA 17/04

“O anjo do Senhor acampase ao redor dos que o temem, e os livra”. Salmos 34:7

Alessandra Fabre de Oliveira Graduada em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar. Coordenadora pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1. Colégio Adventista Boa Vista.

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FÉ PELO OUVIR

TERÇA 18/04

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Romanos 10:17

Pedro Valença de Almeida

Licenciado em Música. Regente, cantor e compositor no Centro Universitário Adventista de São Paulo. Autor da conhecida música “Tenho Paz”.

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u não era como a maioria das outras crianças da escola. Não havia nascido num lar cristão, não sabia de cor as histórias da bíblia e muito menos os nomes dos personagens protagonistas. Talvez pelo consciente coletivo próprio da cultura em nosso país eu até me considerasse alguma coisa parecida com um Cristão, mas nada além de um tal de “não praticante”. Mas eu me lembro sim de, desde um tempo que eu quase não me lembro de nada, ouvir bastante sobre a palavra de Deus. Fosse nas meditações matinais, nas capelas semanais, nas aulas de religião, semanas de oração, enfim. Minha mãe havia decidido me matricular na escola adventista na pré-escola e por algum motivo nunca mais me tirou. E foi assim, através dessa escola que eu pude conhecer a Jesus. E por algum motivo misterioso, que na verdade pra Deus não é nenhum mistério, eu não conseguia tirar Jesus da cabeça. Era como se Ele estivesse se apresentando a mim e aquilo que eu estava conhecendo não podia mais ser tirado da minha consciência. A cada dia um pedaço da Sua imensa glória era mostrado a mim e ao passo que Ele se tornava mais concreto na minha mente, mais distante se tornava a possibilidade de fingir que Ele nunca tinha acontecido. Não sei dizer ao certo o ponto da minha conversão, mas através da escola e dos amigos que lá eu fiz eu conheci a Jesus Cristo e Ele se tornou o maior amor da minha vida. Eu tenho uma amiga que costuma dizer que quem conhece Jesus de verdade não consegue nunca mais abandoná-lo, por que Ele é incrível demais, e eu sinto assim em minha vida! Hoje sou também um educador da escola Adventista e procuro apresentar Jesus as pessoas assim como fizeram comigo. E só mais um detalhe da história, depois de quase 15 anos que eu já havia me entregado a Jesus, minha mãe também decidiu se entregar a Ele! E tudo começou naquelas salas de aulas, com o olhar daqueles professores, com a dedicação dos amigos, com a bondade de uma escola que se preocupa muito mais do que simplesmente o ensino. Eu pude ouvir a palavra de Deus e a partir disso desenvolvi a fé no nosso maravilhoso Jesus Cristo!


OS PLANOS DE DEUS SÃO PERFEITOS

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uando penso em qual é a minha missão, lembro-me de muitas histórias que vivi e presenciei na Educação Adventista, mas gosto mesmo é de pensar na minha trajetória até aqui. Cheguei à conclusão que o que sou hoje sempre foi o plano de Deus para a minha vida, e tudo começou quando Ele colocou no coração da minha mãe o desejo de que os filhos estudassem na Escola Adventista, mesmo que nossa família não pertencesse a essa religião. Eu e meu irmão estudamos na Escola Adventista Jardim das Palmeiras em São Paulo. Ele entrou na 3ª série e eu, só no ano seguinte, entrei na pré-escola. Foi através de uma professora, desta escola, que conhecemos a Cristo. Tempos depois, estudamos a Bíblia e nos tornamos adventistas. A Educação Adventista mudou a nossa vida por completo, a ponto de, às vezes, ficarmos imaginando como teria sido se não tivéssemos estudado ali. Quando me perguntavam o que queria ser quando crescesse, professora não estava entre as opções. Com isso, aprendo que há situações em que o que imaginamos e queremos para nossa vida não é realmente o ideal para nós, e, de alguma maneira, percebi Deus estava permitindo que eu caminhasse por outros caminhos, para colocar em prática os planos dEle. Resultado: Acabei no curso de Pedagogia. Confesso que, de início, não fazia a mínima ideia de onde isso me levaria, mas, aos poucos, percebi que ali era meu lugar, trabalhar na área educacional era a minha grande missão e me apaixonei completamente. Em meu coração eu tinha um grande desejo – gostaria de me desenvolver profissionalmente na rede Adventista, afinal, foi essa educação que fez a diferença em minha vida. Deus me deu o privilégio de trabalhar para Ele na rede Adventista. Aqui estou há 12 anos, e continuo apaixonada como no primeiro dia que entrei. É nessa instituição, a Escola do Senhor, que fui aluna, descobri o objetivo da minha vida, fui professora, coordenadora, orientadora, e agora tenho um dos maiores privilégios que é ser professora de Ensino Religioso. E, quando Jesus voltar para nos buscar, quero cumprir meu último trabalho como educadora e poder dizer ao Senhor: “Aqui estão os alunos que me deste! ”.

QUARTA 19/04

“Ponha a sua vida nas mãos do Senhor, confie nele, e ele o ajudará”. Salmos 37:5

Giselle Carolina Lopes Mariotto

Graduada em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar Educacional. Pós-graduada em Gestão Escolar. Professora de Ensino Religioso. Colégio Adventista Boqueirão.

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AH, O AMOR...

QUINTA 20/04

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. ” I Coríntios 13:1

Cíntia de Oliveira Pontes Rosa

Licenciada em Letras Português / Inglês. Especialista em Educação Especial. Mestranda em Educação. Professora de Língua inglesa do Ensino Fundamental 1. Colégio Adventista Boqueirão.

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ra o primeiro dia de aula em uma nova escola. A mudança, muitas vezes, gera ansiedade e insegurança e, nesse contexto, ministrei a aula de língua portuguesa para meus lindos e queridos alunos. Alguns não tão queridos assim. Com o passar dos dias, tudo ficou mais fácil, fluía com naturalidade e dessa forma, eu mostrava o que estava fazendo ali. Uma educadora com boa indicação, alguma experiência e consciente da sua função na sociedade: formar alunos críticos, autônomos e líderes. Mal eu sabia que a criticidade é uma faca de dois gumes que pode inesperadamente voltar-se contra você. Durante a escolha de conselheiros, fui direcionada a ser responsável por uma turma de 7º ano. Em uma das aulas com essa turma, percebi certo alvoroço, raiva e, enfim, explosão por parte de dois alunos erroneamente rotulados como líderes natos. Hoje, mais experiente, sei que a liderança só é adquirida por meio de circunstâncias que proporcionem a oportunidade de exercêla plenamente. Mas o caso é que, tais alunos devem ter sido expostos a vários processos que os fizeram capazes de liderar uma turma inteira contra mim. A explosão ocorreu de forma inesperada, quando questionei a razão pelos burburinhos no fundo da sala. Outros alunos denunciaram os dois colegas que estavam passando um abaixoassinado para me tirar da função de conselheira. Meu sangue ferveu, senti o calor ruborizar minhas bochechas e, no ímpeto, devolvi o ataque com outro ataque, dando oportunidade para todos que desejassem assinar meu impeachment, que o fizessem naquele momento. Depois dessa atitude, os dias seguintes foram como tortura. Aquela turma tornou-se fortemente intransigente e petulante. Apesar do abaixo-assinado não ter sido aceito pela orientação educacional, eu me sentia derrotada pelas circunstâncias. Foi aí que realmente descobri a minha real função naquela escola: seria apenas formar alunos críticos e líderes? A experiência me mostrou que não. Seria manter a disciplina? Apesar da estratégia das carteiras em U, também não. Ou talvez, ser capaz de buscar novos métodos e soluções para resolução dos problemas? Apesar de ser uma boa alternativa, feita de maneira inapropriada, apenas muda o resultado e nem sempre para melhor. E foi em meio a angústia, sensação de inadequação e incompetência que Deus direcionoume para a descoberta da minha verdadeira obra: o amor. Dessa forma, chamei meus oponentes para fora da sala e pedi perdão por qualquer coisa que porventura eu tivesse feito sem perceber. Reconheci que não deveria ter ficado irritada pelo abaixo-assinado, que desejava ser uma amiga para eles e para o restante da turma e não uma professora tirana. Também elogiei e demonstrei minha admiração pelos dois. A resposta que tive foi outro pedido de perdão e lágrimas que correram não somente dos seus olhos, mas também dos meus. Apenas um pedido de perdão e demonstração de amor mudaram uma situação que poderia ter se expandido por todo o ano letivo. Apesar da dificuldade que outros professores tiveram com aqueles alunos, eu nunca mais precisei falar, brigar ou chamar a atenção. Eles me conheciam pelo olhar. Criamos um vínculo afetivo chamado amor. E Deus é amor! Portanto, percebo hoje que minha missão é apresentar esse Deus, que não é somente amoroso, mas o amor em essência.


PREPARANDO NOSSOS FILHOS PARA O CÉU

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ou professor de História e Geografia da Escola Adventista Araucária. No final do ano de 2015, estava como professor da Rede Pública do Estado, em um bairro de Curitiba. Nossas filhas, Maria Eduarda e Mariana estudavam na rede municipal de ensino e nosso filho Jhonatan estudava na rede Estadual de ensino. Eu e minha esposa Kátia não estávamos contentes com o ensino que estavam recebendo, principalmente porque a escola pública não valoriza a formação do caráter de seus alunos. Começamos a refletir em uma escola com um ambiente saudável e cristão para que eles pudessem se desenvolver não somente para esta terra, mas para também se prepararem para a vida eterna ao lado de nosso mestre e Senhor Jesus Cristo. No mês de dezembro do ano de 2015 fomos até a Mantenedora da Educação Adventista para a nossa região, e conversamos com o Pastor Joni, na época líder de jovens da nossa associação, que, além de nos ajudar a colocar nossos filhos na rede Adventista, me sugeriu dar aulas de História na escola. Orei com minha esposa e, ao chegarmos em casa, logo recebemos um recado para ir a uma entrevista na Mantenedora. No mês de fevereiro comecei a trabalhar na rede Adventista de Educação e foi uma benção para a nossa família; meus filhos adoram ir para a Escola Adventista, gostam de cantar no coral, melhoraram seus rendimentos na escola. Conseguimos sentir a mão de Deus e suas bênçãos sobre nossa casa, além de poder levar outras crianças e adolescentes aos pés de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Neste mundo caído pelo pecado, nossos filhos são um alvo fácil, devemos utilizar as ferramentas que o Senhor nos deixou, os ensinamentos da Bíblia e suas instituições, como a Rede Adventista de Educação que é um caminho para levar aos pés do Salvador e dar uma educação de qualidade num mundo em que os valores se perdem cada vez mais. Quero contribuir e apressar a volta de Nosso Senhor Jesus Cristo, preparando cidadãos para o céu por meio da Rede Adventista de Ensino.

SEXTA 21/04

“Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. ” Salmos 127:3

Marcos da Motta

Graduado em História. Professor de História e Geografia do Fundamental II. Escola Adventista Araucária.

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CAMINHOS QUE NOS LEVAM A DEUS – PARTE I

SÁBADO 22/04

“Ensina-me o teu caminho, Senhor, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome”. Salmos 86:11

Rosiliane Lucchin Paukner

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 3º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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ou filha de um senhor italiano, vindo para o Brasil após a segunda guerra mundial, juntamente com toda sua família. Fugiam da miséria que havia se instaurado na Europa após tantos anos de pavor. Mário Lucchin, esse era o nome do meu pai. Aqui em Curitiba, falando muito mal o português, conheceu uma moça bonita dos olhos verdes, se casaram, tiveram quatro filhos, três homens e uma mulher. EU. Infelizmente passei muito pouco tempo com meu pai, pois quando eu tinha somente nove anos de idade, ele, acometido de um tumor gravíssimo no cérebro, acabou falecendo. Ficamos nós: mamãe, meus três irmãos e eu. Tempos difíceis aqueles, década de 70. Minha mãe que nunca havia trabalhado fora precisou arriscar. Por amor a nós, foi à luta, mas jamais deixou faltar o essencial para a família humilde. Éramos unidos, família católica, de rezar o terço uma vez por semana, ajoelhados num quarto da casa, pedindo com fervor a Deus, que jamais nos abandonasse e que conseguíssemos permanecer unidos apesar das dificuldades. Tínhamos fé, nos ajudávamos mutuamente e sabíamos que com força e perseverança conseguiríamos vencer. Eu, sempre muito tímida, tinha muita dificuldade de relacionamentos. Mamãe então, buscando inteirar-me, insistiu para que eu participasse de um grupo de jovens liderado por freiras. Não desejei ir à princípio, mas, como era muito obediente, resolvi fazer a vontade de minha mãe. Foram bons momentos que lá passei. Familiarizei-me com os ritos da igreja católica, fiz bons amigos, porém, paralelamente, comecei a estudar a Bíblia, lendo-a sozinha e comparando a Palavra de Deus aos ensinamentos catequéticos. Eu percebia claramente que as coisas não se encaixavam e que a palavra do Senhor era distorcida, abolida, retalhada, descartada. Nas minhas conversas com Deus, intimamente eu clamava para que eu pudesse conhecer mais e mais suas verdades e fazer tudo o que era digno aos seus olhos. Pasmem, fui convidada até para estudar no convento e me tornar freira. Chegaram ao ponto de oferecer-me uma vaga na Pontifícia Universidade Católica para eu fazer a faculdade que tanto sonhava. Quantos momentos de conflito, indagações e dúvidas. O que fazer afinal?


CAMINHOS QUE NOS LEVAM A DEUS – PARTE II

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ue decisão tomar? Uma menina de 16 anos, sem a mínima condição de pagar uma Universidade particular e conceituada como aquela. Nossa! Talvez aquela seria a grande chance da minha vida! Mas os caminhos do Senhor são perfeitos, e a Sua Palavra é pura e transformadora. Orei, busquei na Bíblia mais uma vez as respostas que tanto precisava e não aceitei o convite, alegando não possuir dom. O tempo passou, me casei, tive dois lindos filhos, e na idade escolar, os matriculamos no Colégio Adventista Boa Vista. E foi lá, através da professora Janete de Souza, que lecionava na terceira série para meu filho Fillipe, que Deus traçou as linhas, juntou as peças, e utilizou essa professora e a Educação Adventista para converter primeiramente a um pequenino de 8 anos de idade e posteriormente, através de sua fala e cobrança constante a nós pais perguntando: “Por que vocês trabalham no sábado? Não sabem acaso que na Bíblia está escrito que esse é o Dia do Senhor? ”. Caí em terra, desabei em lágrimas, abracei meu marido com muita força e lhe disse que era aquilo que estava procurando a vida inteira. O que li, o que indaguei ao Senhor e as respostas às perguntas. Estava consumado. Esta é a vontade do Senhor para a nossa vida. Fizemos um estudo bíblico com a Professora Janete. Tiramos todas as nossas dúvidas. Vamos entregar nossa vida e nossa família totalmente nas mãos do nosso Salvador. Foi assim, que em 2001, na primavera, meus dois filhos, meu esposo e eu nos entregamos a Jesus. Eu louvo a Deus e agradeço à Educação Adventista que fez a diferença em nossas vidas nos mostrando o verdadeiro caminho que nos leva aos Céus. Hoje, sou eu, professora Rosiliane Lucchin Paukner, que leciono no mesmo colégio, e procuro repassar aos meus pequeninos tudo o que aprendi e tudo o que o Senhor fez por mim. Que caminhos perfeitos são esses do nosso Deus, não é mesmo?

DOMINGO 23/04

“Ensina-me o teu caminho, Senhor, para que eu ande na tua verdade; dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome”. Salmos 86:11

Rosiliane Lucchin Paukner

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 3º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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MEU MINISTÉRIO

SEGUNDA 24/04

“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33

Monica A. Pires Amaral Fagundes Graduada em Letras. Professora de Língua Portuguesa, Produção de Texto e Literatura. Colégio Adventista Portão.

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asci numa pequena cidade no interior de São Paulo, Bom Sucesso de Itararé. Lá vivi bons tempos de minha vida, numa família simples, mas temente a Deus. Meus pais eram pessoas conhecidas na cidade, já que a mesma possui apenas 4 mil habitantes. Fui uma criança feliz, brincava, estudava, me divertia com meus primos e amigos da vizinhança. Minha mãe trabalhava como cozinheira na única escola da cidade. Lá iniciei meu amor pelos livros. Todas as tardes, ia buscar mamãe no trabalho, desculpa para ficar horas e horas lendo muito e organizando a biblioteca, infelizmente, desorganizada e esquecida. Um dos primeiros livros que li foi Pollyanna, me impressionei com a história da menina que via o lado positivo das coisas. Meu pai sempre foi para mim um exemplo de ser humano. Um homem íntegro, honesto e temente à Deus. Criou os filhos no trabalho duro de minério de pedras, que fabricam os vidros que você tem em sua casa. Cresci, mas nunca me esqueci dos valores passados a mim e aos meus irmãos por nossos pais. No ano de 2003, costumo dizer que Deus nos encontrou. Através de estudos bíblicos ministrados por uma pessoa muito especial, minha sogra, conhecemos as verdades bíblicas e entregamos nossa vida a Deus em junho do mesmo ano. Estávamos felizes, passando por um dos melhores momentos de nossa vida, quando no dia 21 de outubro desse mesmo ano, meu querido pai sofreu um terrível acidente de trabalho, vindo a falecer no mesmo dia. Digo que acreditei que meu mundo estava desmoronando, mas creio em um Deus de promessas grandiosas e sei que muito em breve verei meu paizinho novamente, hoje ele dorme o descanso dos justos para um dia ressuscitar e morar com Jesus no céu. No ano de 2005 iniciei meu grande sonho, a faculdade de Letras. Lecionei por alguns anos na escola em que, anos antes, fizera o ensino fundamental e o médio. Para minha mãe era um orgulho, pois ela era a merendeira e eu havia me formado professora e trabalhávamos na mesma escola. Em 2013 fui em busca de outro sonho. Me mudei para a cidade de Curitiba e fui aceita para trabalhar na Educação Adventista. Comecei a lecionar no colégio do Portão no dia 03 de fevereiro de 2014. Creio que o grande desejo do cristão é mostrar Jesus para pessoas que ainda não o conheçam, por isso, vejo meu trabalho como minha missão nesta Terra. Diariamente convivo com crianças abençoadas, ensino a elas as regras da gramática, mas acima de tudo, amo-as, pois sei que no grande dia da volta do Senhor Jesus irei abraçar muitas delas no céu e direi “Valeu a pena cada palavra de conforto, cada abraço, cada gesto de carinho”, sei que Deus me escolheu, não fui eu que escolhi servir a Educação Adventista. Para mim e minha família é um orgulho fazer parte desta missão de levar crianças muito amadas a conhecerem o Grande Deus que nós, um dia, tivemos o privilégio de conhecer.


NO PRINCÍPIO CRIOU DEUS OS CÉUS E A TERRA

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omo professor de Física, creio que parte da minha missão na Educação Adventista é falar e pregar a palavra de Deus através da ciência, porque é dever de todo homem reconhecer a criação de Deus, e isso pode ser feito através do conhecimento científico e bíblico sobre a natureza. Somo criaturas e devemos reconhecimento e louvor a nosso Criador. O ensino de Física pode ser trabalhado sobre a luz espiritual e, muito disso, pode ser trabalhado em astronomia. Certa vez, quando comecei a introdução à gravitação universal, comentei sobre a Bíblia e seus relatos sobre criação e o universo, e que ela já fornecia informação científica milhares de anos antes dos cientistas relatarem isso. Alguns alunos ficaram impressionados, pois nunca haviam ouvido que a Bíblia falava sobre o assunto. Exemplo disso encontramos em Jó 26:7 “O Norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada. ”, neste versículo está claro que a Terra é suspensa sobre o nada, através da força gravitacional; ao contrário do que muitas civilizações acreditavam. Esse versículo sempre impressiona os alunos. A palavra de Deus pode ser discutida dentro da física, desde a cosmologia e criação do Universo, o dilúvio e as formações rochosas e datações geológicas, até conceitos avançados de física nuclear. Ellen White nos diz no livro Educação p.134 “Os mais profundos estudantes da ciência são constrangidos a reconhecer na Natureza a operação de um poder infinito. Ora, para a razão humana, destituída de auxílio, o ensino da Natureza não poderá deixar de ser senão contraditório e enganador. Unicamente à luz da revelação poderá ele ser interpretado corretamente. ”. Assim, com o auxílio e orientação de Cristo, alunos que talvez sempre creram ou creriam que ciência e religião são coisas que não se relacionam, vão poder ver e entender que a palavra de Deus e a boa ciência, como o apóstolo Paulo chama, estão juntas, tratam de assuntos diferentes, mas se complementam. É isso que tenho levado comigo, falar sobre a palavra do Criador através da ciência.

TERÇA 25/04

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” Romanos 1:20

Allison Klosowski Graduado em Física. Professor de Física no Ensino Médio. Colégio Adventista de Guarapuava.

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A MISSÃO DA EDUCAÇÃO ADVENTISTA EM MINHA VIDA

QUARTA 26/04

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o meu cajado me consolam. ” Salmos 23:4

Vera Lucia Santana Martins Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Metodologia de Ensino. Professora Regente do 5º ano EF. Colégio Adventista Guarapuava. Graduada em Pedagogia, UNICENTRO.

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enho certeza que eu fui escolhida por Deus para trabalhar no Colégio Adventista, pois se eu não estivesse fazendo parte dessa equipe, talvez eu não conseguisse passar pelos atropelos que aconteceram na minha vida. Quando comecei a trabalhar no Colégio Adventista, no ano de 1991, eu estava cursando o último ano do magistério, trabalhava como professora auxiliar da antiga primeira série e amava o que eu fazia pois era um sonho estar ali. No mês de junho do mesmo ano, o diretor me chamou na sua sala e me ofereceu uma turma de Pré, hoje primeiro ano, aceitei o convite na mesma hora! Seria um desafio, mas ele acreditou em mim e eu daria o meu melhor. Assim foi, trabalhei no colégio por 8 anos, me casei tive duas lindas filhas, mas infelizmente tive que me afastar do colégio, pois minha segunda filha nasceu com problemas de saúde e por motivo do trabalho do meu esposo fomos morar em outra cidade. Depois de algum tempo, voltei para minha cidade, matriculei minhas filhas no colégio e falei que tinha interesse em trabalhar ali novamente, mas o quadro de funcionários estava completo. Foi então que em uma das minhas orações, no meu momento com Deus, abri o meu coração e falei do desejo em voltar a trabalhar na Educação Adventista. Durante esse período, realizei alguns concursos, passei, e já estava trabalhando. Mas eu não me sentia feliz, sentia que faltava algo, mesmo assim continuei a trabalhar e a me dedicar no que eu fazia. O tempo passou, e em 2008, fui chamada para trabalhar no Colégio Adventista novamente, vocês não imaginam a minha alegria! Agora eu me sentia feliz e realizada, eu estava em “casa”, podia falar do amor de Deus aos meus alunos, orar com eles e por eles. No meio do ano, durante o recesso escolar, fui fazer alguns exames de rotina, e um dia antes de retornar ao trabalho, fui pegar os resultados. Eu não pude retornar ao meu trabalho, não compreendia o que estava acontecendo, e perguntei pra Deus o porquê daquilo tudo. Eu tinha acabado de voltar para a escola que eu amava e que Ele havia permitido que eu voltasse, mas o diagnóstico do exame era câncer! Me afastei do colégio, fiz uma nefrectómica total do rim esquerdo, e depois de 30 dias, após a cirurgia, o médico descobriu um nódulo no pulmão e, mais uma vez, fui submetida a uma cirurgia de grande porte, com alto de risco. Nesse momento, eu achava que estava tudo perdido. Já em casa, me recuperando das cirurgias, recebi uma visita, ou melhor algumas visitas, eram os meus alunos e algumas mães que vieram me visitar! Falaram que eu era especial para eles e que eu era única, pedindo para eu voltar logo. Me trouxeram palavras de conforto e esperança. Olhando cada rostinho, me senti fortalecida, pois pais, alunos e funcionários estavam orando por mim. Foi nesse momento que eu compreendi que tinha sido escolhida por Deus para trabalhar no Colégio, para que eu pudesse estar mais perto de Jesus, e passar pelo vale da sombra da morte, recebendo o consolo do meu bom Pastor e de pessoas usadas por ele para me fazer prosseguir. A Educação Adventista fez muito por mim, e eu desejo fazer uma obra maior ainda na vida dos meus alunos.


UM TOQUE DE AMOR

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esde cedo, muito cedo na vida eu aprendi a viver sem o toque de amor de um pai. Meus pais se separaram quando eu tinha aproximadamente 5 anos de idade. Minha mãe, com sérios problemas de saúde, seguiu lutando entre a difícil tarefa de criar e educar 8 filhos e cuidar de sua saúde. Passava a maior parte do tempo doente em casa ou em recuperação num hospital. Apesar de enfrentarmos dificuldades financeiras, sentia um grande vazio que incomodava mais, o grande vazio da falta da presença de um pai. De não poder contar com a mão forte e amiga ao atravessar a rua, nunca ter tido a alegria de meu pai me buscar na escola, de nunca ter sua presença no programa de homenagem aos pais. Quando caia e me machucava, nunca tive o abraço consolador de meu pai. Entre outros tantos momentos em minha vida, na minha adolescência quando eu mais precisei, não tive sua presença para responder minhas dúvidas e indagações. Seguia me perguntando, porque todas minhas amigas tinham a presença do pai e somente eu não tinha. Minha mãe, dentro de suas possibilidades, tentou suprir todas minhas necessidades materiais e emocionais. Foi uma mãe amorosa e dentro do que lhe era possível, como mãe, fez o melhor que pode. Mas o vazio da presença do pai não preenche com a presença da mãe, por mais carinhosa que seja. E a vida seguia seu rumo. Quando adolescente, sempre gostei de ir à igreja, porém, como família, não éramos praticante de nenhuma religião, mas por algum motivo me sentia segura dentro de uma igreja, não importava qual fosse. Neste período, tivemos contato com a Igreja Adventista, na qual fomos muito bem recebidos. Tive o privilégio de ganhar uma bolsa de estudos e comecei a frequentar a Escola Adventista de minha cidade. Percebi que havia algo diferente naquela instituição. Senti que ali haviam pessoas que se importavam realmente comigo, com meu bem-estar e minhas necessidades mais profundas. Desde o primeiro dia me senti em casa, algo me era muito familiar ali. Não entendia o porquê mais ali me sentia completamente feliz, parecia que havia sempre pertencido àquele lugar. Estudei ali por um bom tempo e, quando conclui o ensino fundamental II, fui convidada a trabalhar como auxiliar de classe. Foi aí que descobri minha paixão pela educação. Senti o primeiro toque de amor do Pai. Senti que eu tinha um Pai, sim um Pai de amor que nunca abandona, um Pai de amor que estende a mão e sempre está pronto a me amparar. Na Educação Adventista eu pude entender que apesar de passarmos por momentos difíceis e quase impossível de se compreender, temos um Pai que sempre podemos contar para tudo e para sempre. Nesta instituição fui aluna, fui mãe de aluno, fui professora e hoje faço parte do grupo de pedagogas, me sentindo na casa de meu Pai. O “Toque de amor de Pai “ que faltava em minha vida, hoje procuro mostrar e transmitir aos alunos e funcionários com que convivo. Divido este amor que recebi, tendo a plena certeza que, através desta oportunidade obtida na educação adventista, terei a felicidade de poder, pessoalmente tocar as mãos de meu Pai e Criador e receber o toque de amor do meu Deus e Pai, quando lá no Céu eu chegar.

QUINTA 27/04

“Veja quão grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus.” I João 3:1

Joelma Margarete Ehms Cebulski Graduada em Pedagogia. Orientadora educacional. Colégio Adventista Guarapuava.

27 - Olimpíada de Matemática

(6º e 7º EF II) – 1ª Fase

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MUDANÇA DE VIDA

SEXTA 28/04

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará”. Salmo 37:5

Lisiane Beatriz Steinke Mendonça Graduada em Letras. Pós-graduada em Anos Iniciais. Professora de Produção de Texto. Colégio Adventista Portão.

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á oito anos trabalhei como professora da Educação Infantil e Séries Iniciais em um colégio da rede particular de ensino, na cidade de Santo Ângelo (RS). Lá, tive a oportunidade de crescer muito na formação acadêmica, com propostas e investimentos para uma vida profissional e financeira promissora. Tudo parecia perfeito, um ótimo salário, reconhecimento e prestígio profissional. Até que algo começou a mudar a maneira de ver e perceber as situações; um olhar diferente para cada aluno e para as pessoas com quem trabalhava; de sentir a necessidade de transmitir mais afeto; de ver Deus em sua infinita beleza exposta em sua obra de criação, redenção e salvação. Este foi o momento em que fui convidada a participar de um pequeno grupo; me envolvi no estudo bíblico e passei a conhecer um Deus de amor, que achava já conhecer. Muitas curiosidades, inquietações, decepções com “minhas verdades”, me aproximaram mais e mais deste maravilhoso e inseparável Amigo, Companheiro e Pai: Jesus. Foi então, que passei a refletir sobre a situação em que me encontrava: já estava dizimando, abandonei facilmente as joias e maquiagem, mudei o estilo de roupa, já estava frequentando os cultos da Igreja Adventista do Sétimo Dia e, decidida pelo batismo. Em contrapartida, a empresa para qual trabalhava não permitia mencionar a palavra “Deus” e, muito menos, falar sobre Ele e sua criação; além de, não poder demonstrar afeto pelas crianças e, trabalhar no sábado. Como continuar a trabalhar para esta empresa? Os planos de Deus são perfeitos. Ele desenha os caminhos por onde devemos percorrer; envia a chuva de bênçãos; nos abraça e faz nos sentirmos confiantes de há um Pai Celestial no comando de nossa vida. Recebi o convite para trabalhar na Escola Adventista e, sem hesitar, decidi pedir demissão no colégio que trabalhava. Para todos, foi uma surpresa, principalmente para minha família. Na empresa fui zombada por trocar “aquela rede particular de ensino” por uma Instituição confessional - “Vai virar carola? ”. O que me deu mais certeza de que ali não era o meu lugar. Comecei a lecionar na Escola Adventista e pude sentir um pedacinho do céu na terra. Agregar ao conhecimento científico o conhecimento do Criador e sua esplêndida criação, momentos de adoração e louvor, a vivência de princípios e valores, o relacionamento de amizade e companheirismo em prol de uma causa maior: a Restauração e Salvação Eterna. Os caminhos do Senhor vão além dos nossos sonhos e desejos. Momentos de provação de fé, tive e ainda os tenho, mas deus está no controle de minha vida e com Ele, nada temerei... Não posso deixar de mencionar a benção financeira que acompanhou todo este processo “divisor de águas” da minha vida. O salário que passei a receber, me assustou um pouco, uma vez que não tinha me preocupado em saber quanto passaria a receber. O valor correspondia à metade do que recebia no colégio que trabalhava e, para honra e glória de Deus, conseguimos pagar as contas do mês e ainda nos sobrou. Eu e meu esposo quase não acreditamos, pois antes, quando recebia mais, nunca havia sobrado. Tem sido assim, desde então, Deus nunca nos deixou faltar nada. Sou eternamente grata ao Senhor da minha vida e, também, ao meu esposo que me levou até Ele. Coloque sua vida por completo nas mãos de Deus, deposite toda a sua fé Nele, desempenhe seu papel em Sua obra e o mais, Ele fará.


DIAMANTE

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zequiel, o profeta, precisava dar a mensagem de Deus ao povo de Israel, mas ninguém queria escutá-lo. Então, Deus o desafiou para que fosse tão teimoso quanto aquelas pessoas. Ezequiel não deveria temer a cara deles. Muitas vezes, as pessoas se mascaram para nos atemorizar. Fazem pose de fortes quando estão fragilizadas, de muito sábias quando não são nenhuma enciclopédia, de muito seguras de si, quando, na verdade, são extremamente tímidas. Nunca devemos esquecer de que quando Deus chama, Ele capacita e completa em nós o querer e o realizar, dotando-nos com qualidades inimagináveis. “Chamados para marcar uma geração” é algo tão grandioso, tão forte e tão inexplicável, pois as coisas de Deus são assim! Nem tudo se explica, mas através da fé, podemos observar a obra do Espírito Santo; o Deus que trabalha em silêncio, incessantemente na mente, transformando o coração daqueles que estão acessíveis à sua voz. O ser humano argumenta com suas falácias, mas o poder da palavra de Deus através das Escrituras é mais forte e vitorioso, pois, ao longo da história bíblica, verificamos o cumprimento do que foi prometido. O professor severo, o gerente de banco sisudo, ou até mesmo um pai ou mãe distantes, podem ser conquistados. Normalmente, nos surpreendemos com pessoas que afastam os outros pela aparência. Em geral, quando “enfrentadas” sem temor, elas se mostram acessíveis e legais. Digo isto, por experiência própria, ao longo da minha missão como professora, ao visitar os alunos em seus lares, percebo que as famílias estão ansiosas para seguirem na jornada desta vida, educando os seus filhos de maneira correta. Quando levamos materiais de instrução, e nos aproximamos com amizade, transmitindo o amor de Deus, as barreiras religiosas se desfazem e grandes conquistas para o Reino de Deus são alcançadas. Com o nascimento do meu segundo filho, deixei de ler a Bíblia e orava muito pouco, eu me tornei tão dura como uma pedra sem valor. As provações vieram e eu mais teimosa ainda, disse para Deus que não aceitava este método Dele de fazer com que as pessoas confiassem Nele através das provações. Eu amava mais a minha família do que a Ele. Então, tudo piorou: A minha irmã, que eu mais amava, caiu em depressão severa e suicidou-se, ela era a minha rocha de fé e força que se foi. Meus pais se separaram, minha mãe teve derrame, meu filho ficou doente e foi para a UTI, eu não aguentava mais, meu mundo havia desmoronado e sentia-me sem chão. Vivi por dois anos e meio internada juntamente com meu filho. Mas, certa noite, enquanto saía do hospital, com meu filho mais velho para ir para casa, dois assaltantes entraram no carro conosco e disseram para eu dirigir por um dos bairros elitizados de Curitiba por 25 minutos, tudo sob ameaça de morte. Naquele momento eu senti que Deus é quem seria o meu socorro! Prometi servir-lhe durante toda a minha vida por completo, sem desconfiar do seu plano de Salvação. Ao orar em pensamento, os homens maus disseram para eu parar o carro, e ali mesmo desceram; levando apenas alguns pertences de valor. A dor persiste, mas a esperança de vida eterna é total. Sinto-me chamada para marcar esta geração e enquanto houver fôlego em mim, vou testemunhar do grande amor de Deus através das minhas ações, pois entendo que amor é ação.

SÁBADO 29/04

“Farei que você fique forte como uma rocha e tão duro como um diamante. Por isso, não tenha medo nem se assuste com esses rebeldes”. Ezequiel 3:9

Ângela Maria da Silveira Conrado Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia e Educação Infantil. Professora Regente do 3º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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OS PORQUÊS

DOMINGO 30/04

“Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. ” I Coríntios 1:25

Lilian Fernanda Rodrigues de Souza

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Educação Especial. Professora regente. Colégio Adventista Boqueirão.

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Q

uando pensava na palavra “legado” idealizava de uma maneira diferente, como se tivéssemos uma herança a deixar. Porém, toda minha vida se transformou quando, no início de 2015, onze anos depois de me converter, fui chamada para ser professora de educação fundamental no Colégio Adventista do Boqueirão. A partir dessa data, muitas coisas foram acontecendo para o meu crescimento espiritual e profissional, percebi que esta era minha missão. Contudo, mesmo tendo um semestre de desenvolvimento exemplar na escola, minha família teve a pior das notícias: meu companheiro de vida, esposo, pai da minha filha querida, foi diagnosticado com leucemia linfoide aguda. Apesar de ser cristã, não conseguia entender “os porquês”. Antes, tudo parecia estar andando da melhor maneira possível; estava realizada profissionalmente, feliz em um casamento de 11 anos – com a mesma pessoa, um homem íntegro, fiel e extremamente envolvido na obra do Senhor. Porém, quando a notícia ruim chegou, não havia onde me agarrar, a não ser nas mãos do Criador e no apoio dos meus familiares, amigos e irmãos de trabalho. Foram 10 meses de lutas, idas e vindas do hospital, sofrendo a experiência do câncer e percebendo a cada dia como a doença nos transforma física e espiritualmente. Só então comecei a entender que “AMÉM” realmente significa que assim seja. “LEGADO” nada mais é que uma vida curta, porém não pequena. “CORAGEM” é a capacidade de enfrentar o medo, o medo de perder, sofrer, medo de errar ou falhar. Hoje, permaneço no mesmo lugar, na Educação Cristão, onde encontrei um lugar de paz, companheirismo, amizades verdadeiras. Apesar de ter sofrido uma perda incomparável, pois a morte venceu o câncer de meu esposo, hoje me sinto forte quando estou fraca, esperançosa de rever quem tanto amei e aguardando mais do que nunca a volta de Jesus. Aprendi que a experiência de ser educadora, nesta instituição, transformou minha vida por completo. Sem essa oportunidade, não seria a mesma pessoa, amo o que faço, me alegrando todos os dias com os sorrisos sinceros de crianças iluminadas. Não há nada melhor do que saber de um Céu que é doce, repleto de surpresas; prontas, nos aguardando. Agradeço ao Senhor por me conduzir até aqui e ter a oportunidade de falar que existe um Salvador e Pai querido, prestes a nos buscar!


DIFERENTES TIPOS DE DONS

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esde criança, sempre tive muita facilidade para aprender. Na escola, sempre sentava na última carteira, e assim, passava despercebida por colegas e professores. Eu era muito tímida. Só era lembrada porque tirava as notas mais altas da turma. Às vezes até sofria bullying por parte de colegas com algumas palavras que vocês devem conhecer como: Nerd e CDF. Lembro-me de uma prova de Química, eu sabia tudo e havia ensinado alguns colegas da turma, mas na avaliação não tirei a melhor nota da classe. O professor me disse: Como, você, tirou essa nota! Como se eu não pudesse errar e tivesse a obrigação de sempre alcançar nota 10. Cresci interessando-me por muitas coisas: os números, a natureza, a arte, a pintura de telas... Eu mesma não me entendia e ficava confusa por gostar de tantas coisas. Formei-me em Contabilidade no Ensino Médio, depois fiz Ciências Contábeis no Ensino Superior, mas decidi também cursar Matemática e na sequência fiz complementação em Física. Nessa época, tornei-me adventista e Deus me escolheu para trabalhar em Sua escola. Vocês, nem imaginam a disciplina que lecionei! A matéria era Ciências. Estudei e me apaixonei por Biologia também. Amava as aulas de laboratório: “abrir” baratas, caracóis, ratos, sapos. Detestava as aulas de lombrigas (nematelmintos) e solitárias (platelmintos), aqueles potes com dezenas de lombrigas e solitárias pareciam macarrão espaguete e talharim sem molho. Que nojo! Fiquei muito tempo sem comer essas massas, porque lembrava dos vermes. Formei-me em Biologia e ouvi muitas vezes me perguntarem o que eu mais gostava de fazer. Eu dava aulas de Física, às vezes de Matemática, outras Biologia, Ciências e Arte na Educação Básica, mas também fui professora do Ensino Superior lecionando para graduandos em Pedagogia. Que mistura! Eu era a professora “Bombril”: mil e uma utilidades. Trabalhei como professora por 21 anos, mas em um momento da minha carreira docente eu comecei a perder a minha voz e tive que deixar as aulas. A Rede Adventista me deu a oportunidade de trabalhar como coordenadora pedagógica na Escola Adventista Ponta Grossa. Então, não mudei só de profissão, mudei também de cidade. E lá fui eu estudar novamente: Gestão Educacional. Mesmo sendo professora por longos 21 anos eu sabia que era necessário preparo acadêmico para a nova função que desempenharia. Deus conhece cada um de nós e sabe o que somos e pensamos. Não importa se temos uma habilidade ou muitas. O importante é saber que há a “Obra de Deus” e essa obra é falar e viver a Salvação em Cristo Jesus. Nessa obra há lugar para todos, independentemente da quantidade de talentos. E quando você se dispuser a fazer o seu melhor, você sentirá as bênçãos do Senhor e será especial para as pessoas que te cercam. Acredite nisso! Hoje sou aposentada. Depois de 28 anos trabalhando na Rede Adventista de Educação pude descansar e partir para outros sonhos. Durante esse tempo, quase três décadas, pude ensinar alunos, influenciar professores, conversar com pais, trocar ideias com administradores e principalmente falar do meu Deus. Tenho muito a agradecer ao Senhor pelas bênçãos, pelos dons que me deu e o cuidado que o Ele tem por mim. Sei que ainda tenho muito a aprender, quem sabe Artes Visuais ou Língua Inglesa... Ah! Tenho que aprender a dirigir, mas o que mais desejo é aprender mais sobre o amor de meu Deus e deixar que Ele me use onde eu estiver. Estimado leitor, o desejo de Deus é que você cultive e multiplique seus talentos. Não se esqueça, todos os seus dons e habilidades foram dados por Deus, então, devolva-os.

SEGUNDA 01/05

“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo em todos.” 1 Coríntios 12:4-6

Nilceia Ramos

Graduada em Contabilidade, Matemática, Física e Biologia. Pós-graduada em Gestão Educacional. Aposentou em 2016 como coordenadora pedagógica do Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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DESCONECTE-SE

TERÇA 02/05

“Remindo o tempo, porque os dias são maus”. Efésios 5:16 (ARA)

Flávia Paulino Alexandre Departamento de Vendas Educação Adventista – Associação Paulista Sudoeste.

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á um tempo eu assisti um vídeo que foi muito compartilhado nas redes sociais. Um casal estava num restaurante, de repente acaba a bateria do celular do marido. Como não tinha nada para fazer, ele começa a conversar com a esposa, sobre o trabalho, a casa, alguns projetos, mas percebese que ele estava totalmente por fora dos assuntos da casa. Nesse momento, ela diz que está grávida. Ele, meio sem entender o que estava acontecendo, logo solta pergunta se o filho era dele. Ela respondeu afirmativamente. Ele, ainda sem entender, perguntou: “Mas quando aconteceu? ”. Ela então respondeu: “Na última vez que acabou a bateria do seu celular”. Esse vídeo me fez refletir o quanto precisamos ficar sem bateria, sem conexão WiFi para nos conectar com as pessoas próximas a nós. Nos preocupamos excessivamente com o sinal de internet, nos desligamos completamente do que é real, nossas relações interpessoais são afetadas, nossa vida profissional prejudicada pela dedicação de tempo para redes sociais. Começamos a apresentar sintomas de abstinência quando ficamos sem bateria. Assim é nosso relacionamento, muitas vezes apenas social com Deus. Quando a nossa bateria está carregada, não nos importamos se Deus está ali ou não, não damos atenção ao estudo da Bíblia, nem oramos. Temos dificuldade em colocar em prática tudo o que compartilhamos e viralizamos na internet. Afinal, é muito fácil ser um bom aluno e bom cristão nas redes sociais. Muitas vezes, apenas lemos a Bíblia quando vemos algum post sobre o assunto ou por seguir uma página de textos. Porém, Deus requer de nós algo mais profundo que apenas um botão de curtir, Deus espera que nos relacionemos com Ele de mente e alma, em espírito e verdade. Convido você a meditar no verso de Efésios 5:16. Que verso atual! Remir o tempo – otimizar o tempo! Precisamos cuidar porque estamos vivendo dias difíceis, e mais tempos sombrosos virão. Desconecte-se do mundo e se conecte mais com Deus.


TRIÂNGULO AMOROSO

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oi há algum tempo, tinha apenas 10 anos quando vi, pela primeira vez, um outdoor com os dizeres “JESUS EM BREVE VOLTARÁ”. Na minha curiosidade infantil queria muito saber o que aqueles dizeres representavam. Eu não conseguia entender e não tinha ninguém que me explicasse, pois eu e minha família éramos de outra denominação religiosa. Contudo, no meu íntimo tinha a certeza que um dia eu entenderia tudo e orava, ao meu modo , para que Deus me mostrasse o significado daquelas palavras. No ano seguinte, minha mãe me matriculou na Escola Adventista de Florianópolis, uma pequena escola no porão da Igreja. Para mim, tudo era muito diferente, o uniforme, as regras e a “tal da capela” (programas bem interessantes), mas infelizmente, naquele momento não consegui gostar daquele lugar, e fiquei apenas um ano. Anos se passaram, estava no ensino médio, frequentando um curso técnico, quando conheci os dois amores da minha vida, meu marido e Jesus. E como para Deus não existe impossível, Ele providenciou este rapaz para me ensinar o significado daquele antigo outdoor. Através de meu esposo, namorado na época, conheci a grande esperança de salvação. Deus continuava agindo em minha vida, Ele queria muito mais para mim, queria me transformar plenamente. Então, já cursando a faculdade de engenharia, fui convidada a dar aulas de química, sabe exatamente onde? Sim, naquela pequena escola do porão da igreja, e ali, encontrei meu terceiro amor, a educação adventista. Fui dar aulas exatamente onde, anos atrás havia estudado, onde tudo para mim era muito diferente, e dessa vez tudo foi transformado pelo amor e pela graça de Cristo. Agora já entendia e podia explicar sobre a breve volta de Jesus para meus alunos, podia mostrar que a Escola Adventista ia além do ensino formal, ela existia para transformar e redimir, existia para salvar. Deus me conduziu por caminhos que nunca imaginaria que trilharia, me deu muito mais do que eu imaginava, muito mais do que eu havia pedido, Ele completou minha vida e me transformou, ligando os meus três amores num só coração (Deus, família e escola). Hoje, tenho a felicidade de ser esposa de pastor, ver minhas filhas na rede adventista e trabalhar como coordenadora pedagógica. Já faz 25 anos que estou ligada a Rede Adventista de Educação e amo muito o que faço, sou feliz por fazer parte de uma educação redentora e salvadora. Agradeço a Deus tudo o que ele fez em minha vida para me trazer para os Seus caminhos e levar a Sua palavra a muitos corações, que como o meu, era sedento de saber a verdade.

QUARTA 03/05

“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, assim diz o Senhor”. Isaías 55:8

Adriana Helena Hoeller Flor

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia e Ed. Infantil e Anos Iniciais. Coordenadora Pedagógica da Educ. Infantil ao 7º ano. Escola Adventista Araucária. Formada em Pedagogia.

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OS SONHOS DE DEUS SÃO MAIORES

QUINTA 04/05

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro”. Jeremias 29:11

Francinalva Reis Duarte

Graduada em Pedagogia. Professora da Educação Infantil. Escola Adventista Araucária.

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N

o ano de 2010 fui para o UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo), localizado na cidade de Engenheiro Coelho (SP), cursar Pedagogia, porém essa não era a faculdade que eu planejava para mim, pois desde criança o meu sonho foi fazer enfermagem. Então uma amiga me deu a ideia de prestar o vestibular para Pedagogia, estudar um semestre e neste período fazer vestibular para enfermagem na instituição UNISA, que fica na grande São Paulo e, enquanto isso, tentar uma bolsa de estudos. E foi o que fiz, prestei o vestibular para Pedagogia e fiz o pedido de bolsa. Passei no vestibular e ganhei a bolsa integral. Mesmo assim, continuei com a ideia fixa de fazer somente um semestre e em seguida, já cursar enfermagem, pois este era o meu plano. Cheguei no UNASP e me apaixonei com o que me deparei, pois era um ambiente lindo com pessoas muito receptivas. Então começaram as aulas. O interessante é que durante o semestre inteiro os professores focaram muito que ser professor era uma nobre missão, e se fazia necessário se entregar a ela. Como planejado, prestei vestibular para enfermagem, e, quando passei, fiz o pedido de bolsa. Segundo meus planos, assim que o semestre terminasse, transferiria o curso para enfermagem. Porém, lá no fundo, eu sentia que não era isso que Deus queria para minha vida, que eu estava relutando contra a vontade dEle. Então comecei a orar para que Ele me mostrasse, de forma clara Sua vontade para mim. Ouvi a resposta e continuei no curso de Pedagogia. No início não entendi muito bem, mas decidi continuar. Pedi para Deus me ensinar a ser uma professora, para educar não somente para essa Terra, mas para uma vida eterna. O nosso Deus sempre nos surpreende, o que eu queria não se compara com o que Ele já havia preparado para minha vida, pois o Sonho do nosso Pai Eterno sempre é maior e melhor para os seus filhos. Hoje sou apaixonada por minha profissão! Amo cada detalhe e cada dia Deus tem me mostrado que meus alunos são mais que meros candidatos para obter sucesso profissional, são candidatos para a Escola da Eternidade. Sonho com o dia em que irei encontrar Jesus juntamente com meus alunos e seus familiares, e vou poder dizer para Ele com muita alegria: “Aqui estão, Senhor, os alunos que Tu me confiaste”. Hoje entendo que o meu trabalho existe para cumprir uma missão, e ela só se encerrará quando eu estiver junto com meus alunos abraçando Jesus e vendo a todos com coroas brilhantes em suas cabeças. Permita que os sonhos de Deus se cumpram em sua vida, pois Ele tem sempre o melhor para os seus filhos.


MOMENTO CERTO

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stou há apenas um ano na Educação Adventista, mas já pude sentir Deus atuando em vários momentos. Sou professora da disciplina de Matemática, e muitos dos meus alunos reagem da pior forma possível quando ouvem o nome da matéria. Inúmeras vezes já ouvi a seguinte frase: “Professora, eu gosto muito de você, mas sua matéria...”. Confesso que isso no começo me incomodava, pois não me tornei professora para ser amiga de aluno nenhum, pelo menos era assim que eu pensava até algum tempo atrás. Mas, comecei a pedir muito a Deus que me usasse como seu instrumento nesta nova jornada, e, por isso, recebi algumas bênçãos. Uma delas, foi um aluno realmente encantador, mas que não atingia seus objetivos acadêmicos, notava que ele não era muito comunicativo pois só falava o necessário. Um dia, seu comportamento em sala de aula me chamou a atenção, por isso, tomei a iniciativa de deixar alguns muitos exercícios de matemática de lado e convidei-o para conversar. Sem muitas esperanças, perguntei a ele como estava se sentindo, e para minha surpresa ele desabou a chorar, disse que se sentia humilhado dentro de sua casa por seus pais, e que era constantemente comparado com seu irmão mais novo, embora ele trabalhasse após o horário de aula. Seus pais, segundo ele, não reconheciam ele como alguém valoroso. Continuou contando que, naquele final de semana, havia tentando se matar, tentara cortar os pulsos, mas não havia tido a coragem precisa para isso. Fiquei perplexa com tal desabafo, mas logo me recompus e, com muita delicadeza, disse que Deus, em sua infinita misericórdia, estaria agindo na sua vida se ele se entregasse a Deus. Contei um pouco da minha própria história para ele, com o propósito de me usar como exemplo, nada podemos quando estamos longe e desamparados sem Deus. Oramos juntos ali mesmo no corredor, junto à porta; com a certeza que de nossos pedidos seriam atendidos conforme a vontade de Deus. Este aluno terminou o ano letivo de 2015, e saiu da escola por alguns motivos. Fiquei preocupada, mas sempre colocando ele em minhas orações. Em junho de 2016, recebi a visita dele em uma das minhas aulas com a boa notícia de que iria retornar. Acredito que, mesmo dentro das nossas obrigações como profissionais da educação, não podemos deixar de lançar um olhar atento sobre nossos alunos, pois o Senhor nosso Deus nos usa como Escolhidos para marcar a geração destes que entram em contato conosco.

SEXTA 05/05

“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. Lucas 1:37

Mariana Andrade Vieira Graduada em Matemática. Escola Adventista Ponta Grossa.

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DAVI, UM PEQUENO AVENTUREIRO

SÁBADO 06/05

“Então disse Jesus: Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas”. Mateus 19:14

Roseli Krause

Auxiliar de Biblioteca. Colégio Adventista Boa Vista.

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A

tuo na biblioteca do Colégio Adventista Boa Vista e sempre procuro falar de Deus para os alunos quando realizo as atividades de incentivo à leitura. Em 2016 fui convidada para ser conselheira do Clube de aventureiros, que é um ministério da Igreja Adventista do Sétimo Dia extensivo a todas as crianças entre 6 e 9 anos, no qual a igreja, a família e a escola se unem para ajudar as crianças a crescerem alegremente em “sabedoria, estatura e graça para com Deus e os homens”. O clube incentiva a criança a amar a Deus, ajudar a quem necessita, fazer amigos, trabalhar pelo bem da comunidade, cuidar da natureza, participar de acampamentos, respeitar a pátria e fortalecer a família. Não queria perder a oportunidade de levar os alunos não adventistas a conhecerem Jesus de uma forma diferente e sempre que podia, os convidava para conhecer o Clube de Aventureiros Pequenas Águias, na Igreja Adventista da Tingui (Curitiba), principalmente os alunos do 2º ano, por causa da idade. E foi assim que convidei a Ana Lia e o Davi para conhecerem o clube. Os dois ficaram muito entusiasmados quando descrevi as atividades que eram realizadas no clube. Ana Lia me afirmava que iria, mas nunca foi. Davi foi visitar nosso clube e a mãe me contou que ele estava ansioso, desde que abrira os olhos já tinha perguntado se estava na hora de ir ao clube. Davi disse que ele tinha que ir porque a Rose da biblioteca o amava muito e já o tinha convidado duas vezes. Foi assim que ele e sua irmã começaram a frequentar o clube. E nunca faltaram a nenhuma reunião. Em um fim de semana tivemos um Acampa Dentro, que é um retiro espiritual e recreativo sem sair da Igreja, onde ele e sua irmã participaram. Na segunda-feira, quando sua turma foi para atividades da biblioteca, perguntei o que mais gostou no Acampa Dentro e Davi respondeu que gostou muito da encenação da história de Moisés e da comida. Ana Lia que estava do seu lado ouvindo a conversa, disse que queria estar lá e já tinha pedido muitas vezes para sua mãe levá-la, mas a mãe não atendia o seu pedido. E disse com um rostinho muito triste: “Eu queria estar lá. Já falei para minha mãe me levar na igreja, mas ela não leva. Uma vez nós fomos até a igreja para visitar, mas estava fechada”. Eu não precisei falar nada, quem respondeu foi o Davi: “É porque você está indo no dia errado na igreja. Você tem que ir no sábado. O sábado é o dia certo para ir na igreja”. Eu me emocionei muito, porque não tinha noção de que ele já tinha aprendido sobre o dia do Senhor e já estava dando testemunho da influência do clube em sua vida.


UM CHAMADO, UM PROPÓSITO, UMA MISSÃO

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embro-me do meu primeiro dia de aula como aluna da 1º série. Eu estava muito animada, afinal eu ia aprender a ler! Uau... Como qualquer criança curiosa, a cada dia eu ia degustando as palavras, juntando as sílabas, lendo textos... E nessa ânsia de ler encontrei na prateleira da estante da minha casa o livro Aventuras nos Andes e Amazonas, de Bárbara Westphal, da Editora CPB. Não era um livro propriamente para uma criança de 7 anos. Tinha 135 páginas, o que definitivamente não era pouco para uma leitora iniciante, mas era o que tinha, e eu queria muito ler. Viajei... viajei pela Suécia, pelos Andes, passeei de barco pelo grande rio Amazonas! O livro contava a história de Ana, uma menina Sueca, uma missionária, que logo na juventude decidiu dedicar sua vida como obreira de Deus em terras distantes. Decidi. Ali no auge dos meus sete anos orei ao Senhor e disse que assim como Ana eu também gostaria de ser missionária. Naquele mesmo período, não por coincidência, mas sim Providência, a lição da Escola Sabatina dos primários, classe que eu frequentava, relatava a história do profeta Isaias. O verso áureo daquela semana era Isaías 6:8 “... Eis-me aqui, envia-me a mim.”. Na minha inocência infantil tive confirmada a minha decisão e orei: Senhor, eis-me aqui, Fabiana, envia-me a mim. Deus ouviu a oração daquela criança de sete anos. Hoje eu tenho a alegria de dizer que trabalho na obra do Senhor. Minha mãe teve rubéola quando grávida de mim, e decorrente a isso eu herdei algumas sequelas: Eu não deveria falar, mas quem me conhece sabe que eu falo, e falo muito! Deus em seus propósitos me permitiu falar. Eu também não deveria ouvir, mas ouço, pelo menos de um dos ouvidos (especificamente o direito), e fui alfabetizada sem nenhuma dificuldade. Eu deveria ter dificuldades com a língua materna, mas como ninguém me informou antes eu me formei em Letras com louvor. Assim, entendi que Deus ouviu a oração da menina de sete anos, a qual disse: “... Eis-me aqui...” Entendi que o SENHOR me queria como servidora da Educação Adventista, e pregadora da Palavra. E como tenho sido feliz por viver os planos de Deus para minha vida! Amo ser professora, amo ser coordenadora pedagógica, amo a Educação Adventista, amo minha igreja. Deus ouviu a oração de uma pequena garotinha de sete anos. Por isso, creio que também Ele ouvirá a oração da adolescente que lendo O Desejado de Todas as Nações pela primeira vez chorou e sorriu diante da mais maravilhosa história de amor. Lembro-me de ler sobre Simeão, que orou a Deus e pediu para não morrer sem antes contemplar a Salvação de Israel. E Deus atendeu o pedido do velho sacerdote, e ele viu Jesus ainda bebezinho. Fiquei tão impressionada com esse relato. Fechei o livro e orei ao Senhor: Deus meu, não permita que eu descanse sem contemplar a minha Redenção. Quero ver Jesus voltar! E eu creio que assim como Deus atendeu minha oração infantil, Ele também atenderá minha oração juvenil. Logo verei o meu Salvador! Olho para trás e vejo em minha trajetória altares que levantei ao Senhor: meu casamento, minhas salas de aula, meu ministério como coordenadora pedagógica... Altares que são testemunhos de que os sonhos de Deus para nós são sempre maiores e melhores! Destarte, eu olho para a frente e pela fé contemplo Terra Nova, Terra Nossa. Caro leitor, você também foi escolhido para viver os sonhos de Deus para sua vida. Então, assim como o profeta Isaías, responda hoje ao SENHOR: Eis-me aqui, envia-me a mim.

DOMINGO 07/05

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaías 6:8

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestrado em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica da Associação Central Paranaense.

7 - Projeto Dia das Mães

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FAZENDO A DIFERENÇA

SEGUNDA 08/05

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” I Pedro 2:9

Clarice Schünemann Cavalcante Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional. Orientadora Educacional do 5º ao 8º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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arei para refletir sobre a minha vida pessoal e profissional, tentei então lembrar em que momento da minha vida consegui compreender o propósito de Deus para mim. Essa percepção veio em diferentes momentos.... Um deles ocorreu em 1990, no primeiro ano de funcionamento do Colégio Adventista do Estreito, em Florianópolis. Recém-formada, recebi como presente uma turma de 5º ano, com 38 alunos. Deveria ensinar não somente as matérias comuns, mas muito mais do que isso! Eu precisava fazer a diferença na vida deles! Que responsabilidade! Logo percebi que somente conseguiria se tivesse um sócio nessa empreitada: Deus. De lá para cá fui me dando conta de que esta obra, a que Deus espera de mim, é bastante ampla. Ele me chamou para marcar uma geração! São muitas as atividades rotineiras da escola: conversar com os alunos em sala, atender quando estão doentes, não apenas fisicamente, mas também emocional e espiritualmente. Aconselhálos quando não querem estudar ou tem dificuldades. Orientá-los para que tenham bons hábitos de estudos e organização pessoal, conscientizá-los de que a tecnologia em excesso pode trazer grandes prejuízos, dialogar e corrigi-los quando em atitudes erradas. Também preciso resolver e apaziguar conflitos entre eles, ensiná-los a diferenciar o certo do errado, estimulá-los a amar e perdoar. Minhas tarefas incluem consolar na perda de um ente querido, na doença e nas tristezas produzidas por conflitos familiares. Também tenho a oportunidade de acompanhar o trabalho dos nossos professores, ajudando-os a achar soluções para os problemas, bem como acolhê-los nos desafios diários da educação. E quanto aos pais? O atendimento a estes também é fundamental. Alguns vem à escola cansados de lutar pela educação de seus filhos, sem obterem os resultados esperados. Outros estão desanimados, desempregados, precisando de uma palavra de ânimo. Poder orar e refletir num texto bíblico com eles, é um dos maiores privilégios. Orientar, cuidar, dialogar, corrigir, amar, resgatar, ensinar, consolar, aconselhar, acompanhar, ajudar e acolher. Todas estas ações fazem parte da minha obra, mas tenho plena convicção de que ela é ainda maior. Por quê? Ora, se contribuir para a formação acadêmica de um aluno já é algo muito bom, o que dizer de cooperar com seus pais e com Deus na formação do caráter de uma criança e adolescente? É fantástico! Esse privilégio é único, infinitamente maior que qualquer outro. Como me sinto feliz ao ver os frutos da educação cristã: A maioria dos nossos alunos, após concluírem seus estudos, fazem boas escolhas em sua vida! Tornam-se homens e mulheres de bem, íntegros, honestos, bondosos, bons profissionais, bons pais de família, bons cidadãos e bons cristãos. As orações intercessoras feitas diariamente por nossos alunos e seus familiares, com certeza têm sido ouvidas e atendidas por nosso Deus. Isso faz toda a diferença! Sim, eu sinto que Deus me chamou para este tempo, para este lugar, para esta obra! Para fazer a diferença! Para marcar uma geração!


OS PLANOS DE DEUS - PARTE I

E

m 1998, ingressei na Educação Adventista (no Colégio Adventista de São José dos Pinhais – PR), isso depois de minha mãe, Joseli, pesquisar qual seria a escola ideal para eu entrar. Fiquei no Colégio durante oito anos. E, nesses anos todos, a Educação Adventista foi transformando a minha vida. Ao começar pelo meu primeiro ano (1ª série), quando conheci minha primeira professora – Daniela. Ao ouvir as histórias nas aulas de religião, ficava fascinada com o papel de Deus em nossa vida. Os anos passaram, fiz magistério, ingressei na faculdade. Escolhi fazer Pedagogia, e depois me pós graduei em Gestão Educacional. Durante todos estes anos, me declarei católica; não frequentava as missas regularmente, para mim não consegui perceber significado em tudo aquilo que via e ouvia. Na minha adolescência, não tive espaço para Deus. Depois de formada, em 2012, fui até o Colégio Adventista de São José dos Pinhais, para tentar um emprego de professora. Na época, a diretora Rovena, muito simpática, me disse que eu iria começar como auxiliar de classe. Cheguei em casa super feliz, pois esse era meu sonho: Trabalhar na mesma instituição que comecei meus estudos. Com o passar do tempo, conheci pessoas maravilhosas no Colégio, que realmente fizeram marcas na minha vida, dentre elas, o meu marido, professor de Educação Física. No início do namoro, ele perguntou se eu queria estudar a Bíblia; então, juntamente com o Pastor Paulo, começamos os estudos, juntamente com minha mãe. Ao final do estudo, fui vendo o quanto Deus era realmente importante em nossa vida, e Ele já estava atuando de alguma forma. Algum tempo depois fui designada a ser professora regente do 4º ano; naquele momento eu decidi que iria me entregar a Jesus através do batismo. Na primavera, eu e minha mãe fomos batizadas. Foi em um sábado da Educação, e foi tudo surpresa para meu esposo. Realmente foi um dia muito especial em nossa vida.

TERÇA 09/05

“Deem graças a Deus, o Senhor, porque Ele é bom; o Seu amor dura para sempre .” Salmos 136:1

Kellen Marchioro Hasselmann Silva

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão Escolar. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista São José.

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OS PLANOS DE DEUS – PARTE II

QUARTA 10/05

“Deem graças a Deus, o Senhor, porque Ele é bom; o Seu amor dura para sempre”. Salmos 136:1

Kellen Marchioro Hasselmann Silva

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão Escolar. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista São José.

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oi em um sábado da Educação, e foi tudo surpresa para meu esposo. Realmente foi um dia muito especial em nossa vida. Depois da decisão de nos batizarmos, nós vimos como Deus tinha atuado grandemente em nossa vida, e ainda continua atuando. Eu sou fruto da Educação Adventista, onde desde pequena, tive uma base educacional ótima. Nos dedicamos ao máximo nessa missão. Conseguimos ver a atuação de Deus nas pequenas coisas, em uma simples história contada para os alunos, como isso me encanta. Quando descobrimos as verdades existentes na Bíblia, conseguimos ver o quanto Deus é bom a todo momento, e como Ele age em nossa vida, isso é ainda mais perfeito ainda. Durante toda essa jornada na Educação Adventista, Deus me deu amigos incomparáveis. Só tenho a agradecer por tudo que Deus tem realizado em minha vida, pelas oportunidades que Ele me deu e ainda continua dando. Basta nós acreditarmos que Deus está ao nosso lado e agradecer por tudo que nós temos, pois Ele realiza nossos sonhos conforme a Sua vontade. Deus sempre tem algo melhor para a nossa vida, basta a gente crer e confiar! Hoje sou professora regente do 4º ano, matutino e vespertino no Colégio Adventista de São José dos Pinhais. Sou muito grata a Deus pelas oportunidades que Ele me deu.


FALAREI DA TUA BONDADE

“O

s médicos suspeitam que ela está com leucemia”. Foi isso que ouvi minha mãe dizer. Ela pensou que eu não pudesse ouvir e chorando, desabafou com minha avó pelo telefone. Lembro que estava em frente ao espelho do quarto de um hospital, passei as mãos em meu cabelo e tive a plena certeza de que Deus nunca deixaria isso acontecer. Eu sempre quis ser usada por Deus e testemunhar do seu amor. Só não imaginava que para isso, eu precisaria conhecê-lo pessoalmente e não somente por lindas histórias de outras pessoas. Eu necessitaria ter a minha história com Ele, conhecer a sua bondade por mim mesma: “Procure descobrir por você mesmo como o Senhor Deus é bom. ” Salmos 34:8. O meu encontro com Ele, ocorreu justamente quando fui diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda, aos meus quatorze anos. Um momento difícil e delicado, em que se corre contra o tempo lutando pela vida. Senti o quanto a vida é frágil e como dependemos de Deus. Senti também o quanto Deus se importa conosco mesmo nos pequenos detalhes. Uma manhã senti muita vontade de comer bolo de chocolate, entretanto não podia comer nada feito fora do hospital, e no cardápio do hospital não tinha bolo de chocolate. Então, orei a Deus e expressei minha vontade, pedindo ao Senhor que ela passasse. Entretanto, Deus já havia se adiantado e para minha surpresa e gratidão, lá estava o bolo de chocolate na bandeja do café da manhã! Senti que Deus também cuida dos grandes detalhes e soluciona os difíceis problemas. Para ser curada completamente, eu precisaria de um transplante de medula óssea. A chance de encontrar um doador compatível era de uma em cem mil, podendo chegar a uma em um milhão. Mas, não me desesperei, “porque para Deus nada é impossível” (Lucas 1:37) e minha doadora foi encontrada a 10.955,44 km de distância, em Israel. Deus é tão bom que três anos após minha cura, novamente dirigiu meus passos e me deu o privilégio de fazer parte da Educação Adventista, onde posso testemunhar com alegria e gratidão aos meus alunos e seus familiares o amor e bondade de Deus na minha vida, bem como seu plano de salvação com cada um de seus filhinhos!

QUINTA 11/05

“Enquanto eu viver, falarei da tua bondade e levantarei as mãos a ti em oração.” Salmos 63:4

Caroline Ferreira da Silva

Graduada em Pedagogia. Professora da Educação Infantil. Escola Adventista Araucária.

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A AMIZADE QUE NASCEU DA DOR

SEXTA 12/05

“Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão”. Provérbios 17:17

Julio Cesar Diniz Englerth

Formado em Teologia. Atuou como Capelão e professor de Ensino Religioso no CAC e CAB, também foi pastor no distrito do Cachoeira (ACP), Cidade Industrial (ACP). Atualmente é Departamental de Evangelismo (ACP).

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ra início de 2010 e eu começava minha carreira pastoral como capelão e professor de religião no CAB (Colégio Adventista do Boqueirão). Naquele ano, iria lecionar religião aos alunos do 5º ano até o 3º ano do Ensino Médio. Além das aulas regulares, ainda organizava e preparava as capelas, promovia algumas ações sociais como o Projeto Recolta e Mutirão de Natal e também visitava os servidores e alguns alunos em suas residências. Conheci entre centenas de alunos a Yngrid, ela era aluna do 9º ano, uma menina comum e simples, como outras alunas da sala dela. Chegou o dia de visitar a Yngrid em sua casa. Na aula, pela manhã, combinei com ela o horário e anotei o endereço, então, na hora marcada, eu estava lá. Era uma casa simples, porém espaçosa e confortável. Fui gentilmente recebido pela mãe da minha aluna que logo me apresentou toda a família. A visita durou cerca de uma hora, foi muito bom o tempo que passei ali e procurei dar uma atenção especial a um dos seus irmãos que estava muito doente. Há alguns meses ele havia recebido o diagnóstico de câncer. Como sempre fiz, encerrei minha visita com a leitura de um texto da Bíblia e uma oração. Cerca de um mês após esta visita, recebi uma ligação da mãe da Yngrid, que com muita angústia me informava da morte de seu filho doente. Ela também me pedia ajuda com o funeral. A vida de um pastor é repleta de muitos bons momentos, mas nessas horas de perda e dor, também choramos juntos. Nos dias seguintes, procurei dar uma atenção especial a Yngrid. Como era de se esperar, ela estava muito, muito triste e isso afetou um pouco seu desenvolvimento acadêmico. Seis meses se passaram, quando mais uma vez, recebi uma ligação. Era a mãe a da Yngrid novamente, que agora, com desespero e em prantos, me contava de seu outro filho que havia se envolvido com más amizades e que tinha acabado de falecer morrer assassinado. Mais uma vez, lá estávamos nós, reunidos no mesmo cemitério. Que cena desoladora, a pobre mãe inconsolável me dizia: “Pastor, não aguento mais, não quero sepultar mais nem um filho! ”. Outra vez, chorei ao assistir tamanha dor. Agora, passei a auxiliar ainda mais de perto a Yngrid. Constantemente orava com ela e também com sua família. Hoje, ela está bem, mantém em seu coração a Esperança de um dia, quando Jesus a este mundo voltar, poder reencontrar seus irmãos. Nos tornamos bons amigos e eu sempre oro por ela e por essa amizade que nasceu em momentos tão desoladores.


VIDA E SERVIÇO

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osto de verão, sol, calor, praia, piscina, viajar e tantas outra coisa que podemos fazer nesta estação, enfim, além disso é o momento que usufruo das férias e revejo os familiares. Moro no Paraná há 29 anos, Deus me escolheu para ser esposa de pastor e trabalhar como educadora na rede Adventista há 21 anos. Durantes todo esse tempo, sinto que Deus tem guiado minha vida e me moldado através do meu trabalho. Vi crianças e famílias serem transformadas e agradecidas a Deus pelo nosso trabalho como rede. Trabalhei em várias cidades paranaenses desenvolvendo esse trabalho, e percebo que a cada ano que passa, as dificuldades das famílias têm se agravado. Famílias se desfazem, pais sem tempo para os filhos, achando que o mais importante é uma vida confortável e segura financeiramente, porém esquecem-se do principal: Fé em um Deus que tudo pode e tudo vê. Dessa forma, são gerados crianças e adultos descrentes, sem saber que existe o amor verdadeiro de Deus. Quem dera que os pais percebessem o propósito de Deus ao homem constituir uma família. É nesse contexto que recebemos crianças, de todos os tipos e dificuldades em nossas escolas, e aqui tentamos mostrá-las, de forma simples e amorosa, o grande amor que Deus tem por elas. Isso através de nossas aulas e maneira de agir com cada uma delas. Hoje revejo alguns dos meus alunos e fico muito feliz pois percebo a diferença que o nosso trabalho, ao andar algumas milhas extras, fez na vida deles, através de nossas visitas, orações, sentimentos de alegria e até de tristeza, que juntos passamos e vivemos. Muitas vezes reclamei, senti vontade de desistir e parar, chorei, me senti incapaz de realizar tamanha obra, mas Deus sempre me fez ver que fui escolhida para marcar uma geração. Tenho sempre esse verso em minha mente: “Não te enviei eu?” (Juízes 6:14). Jesus tem me capacitado a cada dia! Tenho só que agradecer a esse Deus maravilhoso que tudo sabe!

SÁBADO 13/05

“Então, se virou o Senhor para ele e disse: Vai nessa força e livra Israel dos midianitas; porventura, não te enviei eu?” Juízes 6:14

Tania Cássia de Lima Hericks

Graduada em Pedagogia. Atualmente é professora do 3º ano do Ensino fundamental I na Escola Adventista Ponta Grossa.

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PÉS NA TERRA, OLHOS NO CÉU

DOMINGO 14/05

“Então o SENHOR conduziu Abrão para fora da tenda e orientou-o: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes”. E prometeu: “Será assim a tua posteridade! ” Gênesis 15:5

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestra em Educação. Membro do grupo de pesquisa Práxis Educativa. Membro da Academia Brasileira de Letras dos Escritores Adventistas. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense. Consultora dos didáticos da CPB. Formadora de Língua Portuguesa da Universidade Corporativa Adventista. Revisora de textos.

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braão recebe de Deus a mais doce promessa: sua descendência seria inúmera como as estrelas do céu! Nele seriam benditas todas as famílias da Terra! (Gênesis 12:3). Essa era a obra do velho patriarca, ser uma bênção para todo os povos, em todos os tempos! Destarte, a vida de Abraão não seria em vão! Sua existência era motivada e movida por um propósito que se estendia muito além dos anos de sua breve vida mortal. Ao fechar os olhos ele repetia em sua mente a promessa: “Em ti serão benditas todas as famílias da Terra”. O velho sai de casa e do quintal olha para cima, contempla o céu estrelado e começa a contar: 1, 2, 3, 4... 100... 200... Penso que talvez ele tenha chorado e rido ao mesmo tempo, afinal era mais do que ele havia pensado quando aceitou o chamado Divino, deixando tudo para traz e seguindo o propósito do Senhor para sua vida. No entanto, Abraão não era capaz de mensurar o tamanho da promessa, e a extensão da sua obra. O patriarca era contemporâneo dos caldeus, e naquela época, os astrônomos babilônicos acreditavam que haviam apenas algumas centenas de estrelas no céu. Após esses, outros cientistas pensaram existir apenas 3000 estrelas, depois Galileu com seu telescópio falou em 30.000, e hoje, pelas lentes do Hubble, nós sabemos que são incontáveis as estrelas. Entretanto, quando Abraão olhou para o céu viu apenas algumas centenas de estrelas. Seu entendimento limitado pela ciência do seu tempo não permitiu que pudesse vislumbrar a magnitude do seu chamado, e o alcance de sua missão. Abraão viu centenas de estrelas, mas Deus prometeu ao Seu servo, incontáveis bênçãos! Assim também, Deus continua surpreendendo a todos aqueles a quem ainda chama para uma missão, para um propósito de vida. Lembrem-se, você foi “Escolhido”! Sim, “Escolhido para marcar com sinal uma geração”. Uma geração que verá Jesus voltar! Você, caro leitor, olha para cima hoje, e a exemplo de Abraão, contempla apenas algumas centenas de estrelas no céu de sua vida futura. No entanto, pela história do velho patriarca, sabemos que cada um de nós só saberá exatamente a extensão da missão, que aqui foi realizada, quando Jesus voltar. Somente lá, na Eternidade, será possível de fato contar as estrelas que estarão brilhando nas coroas da vitória. Que hoje você, possa iniciar o seu dia com a certeza de que nós O veremos!


SORRISOS E OLHARES – PARTE I

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rabalhar com crianças e adolescentes requer uma leitura não só de livros e trabalhos, mas de olhares; eles são únicos, com necessidades e características ímpares. Muitas pessoas já me perguntaram se não faria um concurso público para ter mais estabilidade, porque não mandar currículo para outras redes? Tenho certeza que minha missão é na Rede Adventista, aqui temos um campo fértil para conhecimentos acadêmicos e para a Palavra do Senhor. A oportunidade de iniciar todas as manhãs de trabalho com leitura da bíblia, reflexão, pedidos e agradecimentos de oração é um privilégio que, às vezes, não temos consciência o quão bem faz para nós servidores e para nossos estudantes. No ano de 2015 estive na Índia fazendo um trabalho com missionários, foi algo marcante para minha vida. Fui ao outro lado do mundo para ter certeza de que nossas instituições são dirigidas por Deus em cada detalhe. Talvez em questão de estrutura as escolas de lá sejam mais simples, mas o objetivo é o mesmo, marcar gerações. Ouvi histórias e músicas em uma língua que não compreendia nada, mesmo assim, ficava emocionada, a melodia era idêntica, de arrepiar, lágrimas rolavam; as canções e histórias da bíblia são universais para nossa mente e coração. Aquelas crianças com tão pouco, em um mundo tão restrito, têm um olhar e sorriso contagiantes! São felizes, sempre correndo descalças, com um alimento básico, mas sempre sorrindo, com cama sem luxo, muitas vezes no chão, mas sempre com um “good morning” para dar. Muitas das crianças que conhecemos vivem em orfanatos, não porque os pais morreram, mas porque não tinham condições adequadas para o sustento dos filhos. Por várias vezes perguntei se realmente eram felizes ali, se quando saíamos eram bem tratadas e a resposta era sempre parecida, um olhar fixo nos meus olhos e um sorriso diziam: “Tia, aqui é muito bom, temos onde dormir, comida e temos as tias cuidam da gente, é muito melhor do que morar na rua”.

SEGUNDA 15/05

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. ” 1 Pedro 2:9

Marcia de Souza Moraes Furlan Graduada em Letras. Mestrado em Linguística Aplicada. Professora de Língua Inglesa do Ensino Médio. Colégio Adventista Portão. Colaboradora CPB – Material Didático/ Inglês Ensino Médio.

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SORRISOS E OLHARES – PARTE II

TERÇA 16/05

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. ” 1 Pedro 2:9

Marcia de Souza Moraes Furlan Graduada em Letras. Mestrado em Linguística Aplicada. Professora de Língua Inglesa do Ensino Médio. Colégio Adventista Portão. Colaboradora CPB – Material Didático/ Inglês Ensino Médio.

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or várias vezes perguntei se as crianças ali na Índia eram felizes ali, se quando saíamos eram bem tratadas e a resposta era sempre parecida, um olhar fixo nos meus olhos e um sorriso diziam: “Tia, aqui é muito bom, temos onde dormir, comida e temos as tias cuidam da gente, é muito melhor do que morar na rua”. Tudo que aprendi na Índia foi uma lição de vida, temos tanto, abundância, recursos e, vez ou outra me pego reclamando, lamentando por coisas que tenho nem ao menos é pela falta delas. A realidade daquele lugar me trouxe para o Brasil com mais vontade de voltar para meu colégio e falar do amor de Deus. Com mais sorrisos do que antes e com mais “olho no olho”. A correria da vida urbana e moderna nos torna insensíveis, sempre com pressa, sem prestar muita atenção nas pessoas. Precisamos mudar! Um bom dia acompanhado de um sorriso pode facilitar nossas aulas, um minuto a mais pode fazer a diferença e tempo para conversar e olhar nos olhos dos nossos alunos pode, literalmente, mudar nossa vida e a deles. Já parou para pensar quantos alunos já passaram pela sua sala de aula e há quantos anos você leciona...poderemos ter surpresas, estudantes que frequentaram nossas aulas poderão chegar mais próximo do Mestre dos mestres por nosso intermédio. Parece exagero, quando dizemos que podemos marcar gerações, mas não é, tenha certeza de que você foi escolhido por Deus para estar com a garotada. Eu não tenho dúvida que no dia que ler esta meditação terá muitas oportunidades para sorrisos, olhares e também compartilhar a Palavra de maneira verdadeira e carinhosa com seus alunos. Seja em uma Escola menor, seja em um Colégio maior tenha certeza da sua Missão e que você é um escolhido, um eleito para anunciar as grandezas do Senhor!


SONHO REALIZADO 1

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nquanto criança, amava brincar de escolinha; por isso, quando precisei escolher uma profissão, não tive dúvidas, prestei vestibular para o curso de Letras, para assim ser professora. Trabalhei em várias escolas públicas e particulares, mas o meu grande sonho era trabalhar na educação Adventista. Em 2009 passei a orar todas as madrugadas pedindo a Deus que, se fosse da Sua vontade, que eu conseguisse trabalhar na Rede Adventista. Na minha cidade não havia escola adventista, meu pastor local me ajudou entregando meu currículo para algumas cidades do Sul de Minas Gerais. Enviei por e-mail também para todas as escolas adventistas de Curitiba, pois pesquisei na internet que a quantidade delas lá era grande, e com isso, minhas chances seriam maiores. Não havendo respostas, decidi ir pessoalmente a Curitiba entregar meu currículo e conversar a respeito do meu desejo de ser professora na Rede. À princípio, não havia conseguido o emprego; mas, quando estava quase retornando para Minas recebi um telefonema da coordenadora do Colégio Adventista do Boqueirão, pedindo que eu retornasse para conversar. Um professor de português havia deixado suas aulas no período da tarde. Fui contratada para trabalhar no Colégio Adventista do Boqueirão, estava muito feliz e confiante que Deus iria me ajudar nesta nova etapa da minha vida. Longe de toda minha família, mas com uma grande oportunidade de ter novos amigos e, principalmente, de transmitir Jesus a centenas de crianças e adolescentes. Hoje sinto que fui chamada por Deus para ensinar aos meus alunos os conhecimentos básicos da educação e os princípios do reino de Deus. Espero ver toda a minha família no céu juntamente com meus queridos alunos. Será um encontro com grandes emoções. Após entregar meu sonho a Deus, minha vida mudou por completo. Hoje moro em Ponta Grossa, trabalho na Escola Adventista Ponta Grossa, sou casada e tenho uma filha. Deus me proporcionou muito mais que sonhei. Quando entregamos nossa vida a Deus, Ele nos conduz por caminhos seguros, pois só Ele sabe o que é melhor para cada um.

QUARTA 17/05

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará.” Salmo 37:5

Michelle Rey Mainardes Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia. Professora Regente do 4º ano EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

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O FOGO QUE APAGOU SEM ÁGUA

QUINTA 18/05

“Porque aos Seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.” Salmos 91:11

Liliane Maria Moroz Bim Valenga Licenciada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Escola Adventista Castro.

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u moro próximo ao trabalho dos meus irmãos, que têm uma serraria conquistada com muito trabalho e dedicação. Mas a manhã do dia 05/07/2016 mudaria tudo. Minha irmã, que também mora próximo a serraria, estava nesse dia organizado seus afazeres bem cedo, quando um barulho lhe chamou a atenção. Inquieta com os estalos como se fosse uma grande fogueira, se pôs a investigar. Quando abriu a janela do quarto não viu nada, não satisfeita foi até a cozinha para ver do outro lado. Ao olhar na direção da serraria não acreditou no que viu: Fogo. Estávamos passando por alguns dias muito secos, depois de geadas e muito sol. Bastava uma faísca para que logo tudo estivesse em chamas. Aflita, correu para a casa do meu irmão clamando por ajuda. Neste momento, eu acordei com os gritos e comecei a orar pedindo ao Senhor por proteção. Deus é maravilhoso! Ao chegarmos à serraria não conseguíamos acreditar no que víamos: Quase não havia mais fogo, apenas algumas poucas chamas sobraram. De uma forma inexplicável o fogo desapareceu. Mas nós sabemos que o nosso Deus agiu naquele momento, impedindo que o fogo se alastrasse e destruísse tudo. Naquele momento, senti a presença dos anjos naquele lugar e o confortante amor de Deus. Passada a euforia daquele momento, voltei para casa e refleti sobre a minha vida. Pensei em quantas vezes Deus havia me livrado e eu nem ficaria sabendo; meditei em como Ele tinha dirigido minha vida até aquele momento. Este ano, na escola, aceitei o desafio de marcar meus alunos com o amor de Deus, porque Ele me marcou primeiro. Recebi uma turma diferente esse ano, que me trouxe grandes desafios. Então comecei a falar sobre o amor de Jesus e de sonhar com um Céu é bom demais. Hoje tenho uma turma diferente da que recebi no início do ano; muito melhor. Agradeço a Deus pelas oportunidades que Ele me dá para revelar esse grande amor que tem por mim.


E O SEU BOM DIA?

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om dia... Boom diia!!... bom dia.... BOM DIA! Quantas vezes usamos esta pequena saudação, seja ela normal, feliz, tímida ou animadora, ao demonstrar como está nosso humor para enfrentarmos o dia. Por muitas vezes usei esses tons de “bom dia” durante o tempo que trabalhei na Educação Adventista. No entanto, se eu chegava triste era surpreendida com uma saudação contrária, seja de algum colega ou de algum aluno em sala de aula. O verso de hoje nos diz que devemos lançar todas as nossas ansiedades ao nosso Deus porque Ele cuidará de nós. A experiência de trabalhar na Educação Adventista fez com que meu relacionamento com o Senhor se tornasse um ponto alto em minha vida. Desta forma sei que tive a oportunidade de muitas vezes orar, cantar e enaltecer o nome de Deus junto com muitos alunos. No início da minha carreira em sala de aula enfrentei um momento muito difícil como professora. Tinha uma turma de 35 alunos bem diversificada. E lá pelo segundo mês de aula entrou na minha sala um aluno que nem bom dia falava, ele andava sempre irritado, era briguento e sem respeito com tudo e com todos. Pensei comigo mesma que a situação “não seria fácil”. Mesmo assim, segui em frente com as meditações, orações e conteúdos. Porém, com aquele aluno as coisas não iam. Certo dia, do nada, pedi para um monitor encaminhar a turma para a quadra para uma atividade esportiva, enquanto fiquei com aquele aluno para ver o que estava acontecendo. Pude ouvir muitas coisas, as quais impactavam negativamente a sua vida. Mas naquele momento tive a oportunidade de trazê-lo junto aos pés de Cristo, o que o ajudou a clamar por ajuda e entregar todas as suas ansiedades a Ele. Depois desta oportunidade, nunca mais tive qualquer problema de comportamento em sala de aula com aquele aluno. O propósito de Deus para a nossa vida é bem maior daquilo que almejamos ter. Passamos por sofrimentos, angústias e temores, no entanto, I Pedro 5:12 nos lembra de que devemos estar firmes na “Genuína graça de Deus”. O Senhor nos tem usado como um povo especial para levar a Sua mensagem de salvação, seja através de nossas palavras ou ações. E situações como esta e tantas outras vivenciadas na Educação Adventista, me ensinaram a deixar de lado o meu “eu” e me colocar ao serviço de Deus e do meu próximo. Hoje, olhando para o passado, tenho a alegria de ver que tenho alcançado muitas vitórias e recebido muitas bênçãos de Deus. Mas nada se compara à alegria de ter formado a minha filha Carolina na Educação Adventista, e agora ter o privilégio de ver a Isabele seguindo os mesmos passos, mesmo fora do Brasil.

SEXTA 19/05

“Lançando sobre Ele toda vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”. 1 Pedro 5:7

Adriana Meri Barreto de Freitas

Graduada em Língua Portuguesa e Inglesa. Pós-graduada em Gestão Escolar, Supervisão e Orientação Educacional; Literatura Brasileira e Construção de Texto. Trabalhou por 22 anos na Educação Adventista como Professora, supervisora, orientadora, diretora acadêmica e como corretora dos livros didáticos da CPB de Língua Portuguesa. Atualmente vive com sua família nos Estados Unidos.

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NÃO TEMAS POR QUE ESTOU CONTIGO – PARTE I

SÁBADO 20/05

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha Fiel.” Isaías 41:10

Josué Leão Graduado em Contabilidade e Administração de Empresas; pós-graduando em Gestão Escolar. Tesoureiro Assistente para Área Educacional da Associação Central Paranaense.

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or muitas vezes, a humanidade tem padecido pela falta de confiança de uns para com os outros, mergulhados na ausência de idoneidade e amor em que atualmente vivemos, procuramos buscar refúgio em lugares, pessoas e estruturas que infelizmente nunca suprirá esta necessidade. Sou fruto de uma educação fundamentada em valores eternos. Quando pequeno, em 1991, tive o privilégio de participar de Educação Adventista no estado de São Paulo, como aluno do Colégio Adventista de Mogi das Cruzes. Esses anos sem dúvidas foram fundamentais para minha vida, mas devido a uma mudança de cidade, não pude mais desfrutar de uma educação profunda como a Adventista. Durante anos sonhei em voltar para Educação Adventista, e, após conclusão do Ensino Médio, em 2002, obtive uma proposta de participar de um projeto Universitário da Educação Adventista em outro estado: Paraná. Esse projeto era a colportagem, que consiste na venda de literatura cristã para subvencionar a graduação. Sem hesitar tive a certeza que esta era a resposta de Deus para minhas orações e concretização de meu retorno a rede educacional Adventista. Passei três anos envolvido na venda de livros para conseguir pagar minha faculdade; foi então que consegui uma vaga na Faculdade Adventista Paranaense (IAP), lugar no qual vivi experiências que marcaram minha vida para sempre! Em uma de minhas visitas a possíveis clientes, quando ainda envolvido no projeto de venda de livros, conheci um dentista que me atendeu muito bem. Ele me ouviu falar da proposta de saúde e qualidade de vida, fundamentadas nas literaturas oferecidas pelo projeto, e na sequência, obtive sua ajuda através da aquisição dos livros. Após 20 dias, como combinado, voltei ao município do dentista para entregar sua encomenda, mas, para minha surpresa encontrei o estabelecimento fechado sem a placa de identificação. Fiquei desesperado, pois o valor deste material era fundamental para totalizar o pagamento do semestre de minha graduação.


NÃO TEMAS POR QUE ESTOU CONTIGO – PARTE II

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aquele mesmo momento sentei no meio fio da rua, e em meio a lágrimas, orei a Deus desabafando, e clamando pelo cumprimento de Sua promessa em Isaías 41:10: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha Fiel”. Levantei e decidi que deveria pegar um ônibus intermunicipal em busca de alguma informação do dentista que havia se mudando. Durante este trajeto mantive uma conversa franca e sincera com Deus dentro do ônibus. Falei com o motorista para me deixar no próximo ponto. Ao descer em frente a um Detran do município de Toledo (PR), com aproximadamente 130.000 habitantes, perguntei na primeira casa que visualizei sobre algum morador novo na região. O proprietário mencionou que a casa ao lado acabava de receber um novo morador. Bati palmas naquela casa e, para minha surpresa, como resposta direta de Deus, fui recebido com um semblante pasmo e perplexo do dentista, que agora estava a 40 km da sua antiga residência. A única palavra que o profissional falou foi: É impossível você conseguir me encontrar sem orientação de alguém! Nas suas palavras confirmei que havia sido Deus quem me orientara, protegera e guiara. Além de ter sido aluno da Rede Adventista tanto na Educação Básica como no Ensino Superior, hoje tenho o privilégio de trabalhar nessa mesma rede, como profissional da área financeira. Sim, sou servidor da mesma rede que iniciei como aluno, atuo como tesoureiro do Departamento de Educação para 10 unidades escolares, que juntas, atendem o centro do estado do Paraná (Associação Central Paranaense). Que neste dia você reconheça a presença de Deus a guiar suas atividades escolares e nunca se esqueça da Promessa de Deus: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha Fiel”.

DOMINGO 21/05

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha Fiel.” Isaías 41:10

Josué Leão Graduado em Contabilidade e Administração de Empresas; pós-graduando em Gestão Escolar. Tesoureiro Assistente para Área Educacional da Associação Central Paranaense.

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ESCOLHIDOS PARA DERRUBAR TORRES MODERNAS

SEGUNDA 22/05

“Chamou-selhe, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o SENHOR a linguagem de toda a terra e dali o Senhor os dispersou por toda superfície dela”. Gênesis 11:9

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestra em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense.

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gora em terra seca, após o dilúvio, a pequena família de Noé tinha a missão de povoar a Terra e de espalhar a imagem do Criador por todo globo terrestre, conforme a ordem divina. Noé tinha apenas três filhos: Cam, Sem, Jafé. Da descendência de Cam saiu Ninrode, o qual a Bíblia o descreve como um homem poderoso (Genesis 10:08), um líder. As pessoas seguiam Ninrode, talvez ele fosse um homem eloquente, quem sabe bonito, tinha dinheiro e era corajoso. O fato é que Ninrode embora célebre, não era temente a Deus, ao contrário. E como o coração desse poderoso homem não estava nas coisas do alto, seus projetos e sonhos também não expressavam a vontade de Deus. De Noé a Ninrode apenas três gerações se passaram, e nesse breve tempo as pessoas, à semelhança dos antediluvianos, tornaram-se más! Voltaram-se novamente a adoração de ídolos e a cometer atrocidades em nome de Deus. Nesse contexto social e espiritual, Ninrode teve uma ideia brilhante, aliás, uma ideia que ao longo da história humana sempre aparece: Ele queria dominar o mundo! Para tanto, decidiu unir religião e política (outra velha ideia), e propôs a construção de uma grande torre, a torre de Babel. Certamente você já ouviu que babel significa confusão, mas na verdade a melhor tradução para essa palavra é porta do deus, ou seja, não se tratava de um grande condomínio residencial vertical, mas de uma construção religiosa. Ninrode decidiu construir uma grande torre, uma grande “porta”, onde todas as torres de deuses pagãos poderiam ser colocadas, e em cima de todas as torres estaria a do seu deus, Baal. A torre de Babel seria um local ecumênico de adoração pagã. Com essa ideia, Ninrode pretendia ajuntar todas as pessoas, religiosamente e politicamente, o que lhe garantiria o domínio da Terra. Deus viu lá do céu o diabólico plano de Ninrode e desceu à Terra, confundiu aslínguas dos homens e não permitiu que tal construção fosse realizada. Hoje algumas torres modernas também são edificadas. São portas que permitem a entrada do deus da imoralidade, da desobediência, do conformismo espiritual, do consumismo. São filmes, novelas, alimentos, roupas, acessórios, livros, revistas, sites e tantas outras torres que o Inimigo tenta levantar na vida das pessoas a fim de ofuscar a imagem do Criador estampada no ser humano. Caro leitor, se ao examinar sua vida você perceber que há uma torre edificada, eu imploro, feche essa porta! Derrube essa torre! Você leitor, foi escolhido para marcar esta geração com uma mensagem que envolve adoração, a fim de derrubar as torres, fechar as portas do mal e espalhar a imagem gloriosa de Deus pela Terra, uma imagem de amor, misericórdia e salvação.


QUANDO A REALIDADE É MAIOR QUE A TEORIA – PARTE I

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heguei em meu primeiro trabalho como professora formada cheia de conceitos teóricos e conhecimentos gramaticais, literários e textuais. Porém, não há faculdade que ensine o que fazer quando nos deparamos com o ser humano e suas complexidades. Ainda mais quando o contato direto é com crianças e adolescentes. Só há um disposto a conceder Mestrado e Doutorado em relacionamentos: Deus. Meu TCC na faculdade foi traçar o perfil que o professor da rede adventista deveria ter à luz daquilo que Deus já havia revelado. Mas uma coisa me intrigava, um dos professores da minha banca disse ser impossível um professor viver o sonho de Deus para si, pois isso era utopia. Não queria acreditar no que ele me havia falado, e lutava contra meu próprio egoísmo e a rotina opressiva para dar o máximo de atenção aos alunos, não somente como profissional, mas como uma agente de Deus ali naquela escola. No segundo ano que trabalhava na mesma escola, uma aluna, do oitavo ano começou a demonstrar uma inquietação não natural. Comecei a me preocupar com ela, além de saber que meu esposo estava dando estudos bíblicos para ela na Classe Bíblica da escola. Certo dia, depois da última aula, ela veio me procurar me perguntando se eu poderia falar com ela por cinco minutos. Olhei no relógio e teria somente meia hora de almoço, pois deveria voltar para o turno da tarde. Fiquei tentada a dar uma desculpa, mas, graças ao Espírito Santo e minha constante luta para fazer jus à missão que tinha ali, a chamei para dentro da sala novamente. Depois de momentos em silêncio, lágrimas e soluços, ela me falara que estava tentando se matar há algum tempo.

TERÇA 23/05

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças.” Eclesiastes 9:10

Caroline Menezes de Oliveira Licenciada em Letras. Pós-graduada em Aconselhamento Familiar. Trabalhou por três anos no Colégio Adventista do Portão. Atualmente é revisora, tradutora e professora em tempo integral da Lisie e Lívia, suas duas filhas.

23 - Olimpíada de Matemática

(6º e 7º EF II) – 2ª Fase

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QUANDO A REALIDADE É MAIOR QUE A TEORIA – PARTE II

QUARTA 24/05

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças.” Eclesiastes 9:10

Caroline Menezes de Oliveira Licenciada em Letras. Pós-graduada em Aconselhamento Familiar. Trabalhou por três anos no Colégio Adventista do Portão. Atualmente é revisora, tradutora e professora em tempo integral da Lisie e Lívia, suas duas filhas.

24 - Dia do Vestibulando

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epois de momentos em silêncio, lágrimas e soluços, ela me falara que estava tentando se matar há algum tempo. Eu já sabia que ela não tinha uma família estruturada, de fato, os vínculos familiares que ela obtinha eram os formados ali, no Colégio. Pedi em pensamento que Deus falasse através de mim, pois afinal, só tinha 21 anos. O que falar? Conversamos mais um pouco e descobri que Satanás a havia enredado com o vício da pornografia, e, aos 13 anos, já tinha relacionamentos virtuais com um rapaz (o qual denunciamos, pois se tratava de pedofilia). Combinei com ela que naquela noite iria orar por ela e que ela também o fizesse em casa. No dia seguinte, mais um horário de almoço “perdido” para juntas, na Bíblia, aprendermos que o Senhor está disposto a transformar a pessoa mais pecadora, num merecedor da graça maravilhosa de Jesus. Ele está ansioso por tirar nossos trapos de imundícia e nos dar as roupas brancas e justas que vêm de Jesus Cristo. A partir daquele dia, foram meses e anos de luta constante para que ela conseguisse se aceitar, como também entender que não precisava da pornografia para ser uma pessoa mais feliz. Minha aluna decidiu se entregar a Jesus, e além disso, hoje ela se prepara, na mesma faculdade que eu estudei, para também ser uma professora na Educação Adventista. Ela quer, como eu e muitos outros colegas, fazer a diferença na vida de seus alunos, não só através do conhecimento, que pode ser adquirido nos livros, mas, principalmente, através de um convívio maravilhoso, que só Jesus Cristo pode oferecer. Ah! Sim, descobri que aquele professor da banca do TCC estava errado, com Deus ao nosso lado, podemos sim viver o perfil profissional que o Senhor sonhou para nós: Professores dispostos a marcarem a vida de seus alunos, e juntos, entrarem no Céu; para assim, viverem em harmonia e eternamente com nosso Pai.


SONHO REALIZADO 2

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onheci a Educação Adventista aos 11 anos de idade. Sempre passava na frente do Colégio Adventista do Boa Vista em Curitiba (PR). Sonhava em estudar lá, mas infelizmente minha mãe não tinha condições. Não éramos adventistas e por mais que conseguisse uma bolsa de 100% de desconto, não teria dinheiro para o uniforme e livros. Se tornou um sonho impossível, visto que minha mãe era separada e tínhamos que trabalhar desde pequenos, para ajudar nas despesas de casa. O tempo foi passando e com 17 anos comecei a frequentar a Igreja Adventista. Um ano depois, tomei a decisão de estudar a Bíblia e ser batizado. Quando completei 18 anos, comecei a trabalhar em uma assessoria de cobrança, e essa empresa era terceirizada da Educação Adventista. Depois de trabalhar por cinco anos nessa empresa, fui chamado para trabalhar em um Colégio Adventista em Cuiabá (MT) como auxiliar de tesouraria. Hoje continuo trabalhando para instituição, o sonho não foi realizado quando criança, mas está sendo realizando sempre que chego à minha mesa para trabalhar. Depois de muitos anos ainda continuo passando em frente ao Colégio do Boa Vista, Ao olhar para trás posso entender os planos de Deus. Ele permitiu que, anos depois, eu estaria contribuindo de alguma forma com a Educação Adventista, e, em 2016, tive o privilégio de ver minha filha com o uniforme da rede. Meu sonho está sendo realizado na vida da minha filha. Posso dizer com firmeza que os sonhos de Deus são maiores que os nossos, os planos dEle para nossa vida são muito maiores que imaginamos e, cada dia mais confio na promessa que podemos fazer nossos planos, mas o Senhor dirige nossos passos.

QUINTA 25/05

“O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos”. Provérbios 16:9

Elielson Pereira de Lima Trabalhando atualmente com Finanças Estudantis na Associação Central Paranaense.

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MEU DEUS, O QUE EU FAÇO?

SEXTA 26/05

“E esta é a confiança que temos Nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, Ele nos ouve”. I João 5:14

Margarete N. Monteiro 112 Formada em Pedagogia. Especialização em Gestão Escolar com ênfase Coordenação e Orientação. Coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental 2 e Médio. Colégio Adventista Boa Vista.

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ou fruto da Educação Adventista. Minha mãe sonhou com o dia em que eu e meus irmãos estudaríamos na Escola Adventista. Ela perguntou a Deus como faria para pagar a mensalidade de quatro filhos. A resposta não foi do jeito mais fácil, mas Ele respondeu! Estudei durante o Fundamental II em uma escola de Sorocaba (SP). Ali realizei meu estágio de Magistério e tenho a satisfação de estar, por mais de 20 anos, trabalhando na Educação Adventista. Tornei-me mãe e tive o privilégio de ver minha filha estudando na Escola Adventista. Ela concluiu o Ensino Médio no Instituto Adventista Paranaense (IAP), onde também trabalhávamos. Após o resultado do ENEM, ela constatou que havia conseguido uma vaga para estudar na UTFPR (Curitiba) e ficamos muito felizes! Começaram a surgir outras preocupações, tais como: Onde ela ficará em Curitiba? Com quem? Como seria esta nova etapa longe de nós? Seria o momento de nos distanciarmos? Com tantas dúvidas e por não conseguir dormir, levantei e fui orar. Depois resolvi ler e, por fim, escrever para espairecer. Então me veio à mente, outra pergunta: Estaria eu, disposta a ouvir atentamente a resposta de Deus? Aceitaria a resposta? No silêncio da madrugada, comecei a lembrar da minha história e de alguns personagens bíblicos, como por exemplo, Abraão e sua mulher Sara que riram ao ouvir a resposta de Deus (Gen. 17:17; Gen. 18:13); Saul que não teve paciência para esperar (I Samuel 13:09); Pedro, ao andar sobre as águas, duvidou (Mateus 14:31); outros aguardaram pacientemente, como Jó (Jó 22:21). Essas experiências me fizeram refletir que em cada decisão, seja simples ou difícil, sempre há consequências. Novamente pensei se estaria disposta a ouvir a resposta de Deus ou resolveria do meu jeito? Esperaria o tempo dEle ou no meu? Quais seriam as consequências? Mais uma vez, Deus respondeu às minhas orações. Diferente do que eu imaginava, no tempo dEle, mas era exatamente o que nós precisávamos. Meu marido e eu recebemos uma proposta de transferência para Curitiba e nossa família não ficou dividida. Não importa o tempo em que vivamos, qual a nossa religião ou idade, em algum momento nos depararemos com situações de dúvidas e conflitos. Diante de impasses, pergunte a Deus o que fazer, e Ele vai te responder.


SER PROFESSORA

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unca havia planejado ser uma professora, e durante muito tempo achei que eu “estava” professora, hoje eu sei que “sou” professora, pois este é um dom que Deus me deu e não posso fugir disto. Fui convidada a fazer parte do staff de professores da Escola Adventista quando ainda estava cursando a faculdade. Como morei e estudei no Canadá, tinha domínio da língua e estava habilitada a lecionar inglês. Contudo, minha formação acadêmica inclui a Fonoaudiologia, achei que exerceria somente esta área. Durante um longo período exerci as duas áreas, e o faço até hoje. Saí e voltei para escola diversas vezes, por diferentes razões, porém em todas as vezes que voltei a lecionar tive sempre a certeza de que Deus estava me chamando para esta missão. Da última vez que me afastei da instituição não foi da minha vontade, mas foi incrível como apenas meses depois, Deus me chamou novamente para esta missão com honras e alegria. Sempre soube que o professor exerce grande influência sobre os alunos, mas tive a concretização deste fato quando, numa formatura, os alunos tinham que mencionar as suas aspirações profissionais, e uma aluna disse que queria ser Fonoaudióloga e Professora de Inglês, exatamente as profissões que exerço; que alegria! Tenho procurado me colocar nas mãos dEle a cada dia para que eu possa ensiná-los, não apenas a língua que leciono, que é extremamente importante para o mercado de trabalho hoje em dia, mas principalmente ensiná-los de que vale a pena se colocar diariamente sob o domínio deste maravilhoso Deus, que direciona todos os caminhos da nossa vida.

SÁBADO 27/05

“As pessoas podem fazer seus planos, porém é o Senhor Deus quem dá a última palavra”. Provérbios 16:1

Mônica Margot Pellini de Siqueira Formada em Fonoaudiologia. Mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana. Professora de Inglês. Colégio Adventista Boa Vista.

27 - Impacto Esperança

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ACEITE O QUE DEUS FAZ POR VOCÊ

DOMINGO 28/05

“Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”. Filipenses 4:6 e7

Eleni Hort Batista de Andrade Formada em Artes. Escola Adventista Santa Efigênia.

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ou fruto da Educação Adventista, pertenço à quinta geração de uma família de Adventistas do Sétimo Dia e tenho a honra de ser trineta de Davi Hort, o homem que embalava seus produtos vendidos em seu empório com jornais e folhetos informativos da igreja nos primórdios do Adventismo no Brasil. Desde muito pequena, aprendi a confiar em Deus e sempre acreditei que, quando entregamos nossa vida à Ele, somos guiados por Seu caminho. Seis anos após o término de minha faculdade, várias entrevistas feitas, inúmeros currículos enviados, uma aprovação em um concurso do Estado e mesmo assim, não conseguia trabalho. Parecia que não era vontade de Deus que eu trabalhasse naquele momento. Por todas as vezes que uma oportunidade aparecia em minha vida, sempre pedia a direção de Deus e que fosse feita a vontade dEle acima da minha, mas eu não estava atenta à Sua vontade. Vivi alguns momentos de ansiedade e de provação, demorei um bom tempo para compreender que talvez não era o momento correto de eu trabalhar. Quando percebi, fiz um acordo pouco provável com Deus, que, se fosse da vontade dEle que eu trabalhasse, o trabalho me procuraria em casa. Naquele momento, entreguei a Deus minha angústia e minha necessidade. No verso para refletirmos de hoje, Deus nos alerta para não vivermos na ansiedade, pois devemos confiar a Ele as nossas dificuldades. Confiando nessa promessa, algum tempo depois recebi uma ligação, mais uma entrevista. No momento não compreendi por que estava sendo chamada pois, neste colégio já havia feito uma entrevista cerca de três anos antes. Compareci à entrevista e fui contratada. Deus me mostrou que quando confiamos nEle, até o improvável acontece. Este trabalho não era somente uma pequena oportunidade, descobri que era um chamado de Deus para ter uma missão. Sei que pelo seu grande amor e cuidado por mim, mesmo em frente as minhas imperfeições. Agradeço a cada dia por ter o privilégio e a oportunidade de pertencer à obra dEle.


UM MILAGRE EM MINHA VIDA

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asci em uma família cristã, na cidade de Rio Negro. Era uma criança muito feliz e saudável até que em 1975, comecei a ter desmaios, o que deixou minha família bem preocupada, pois não tinha uma razão aparente. Fiz alguns exames e o diagnóstico foi que eu tinha epilepsia. Comecei o tratamento com remédios e visitas regulares ao médico para acompanhamento. Assim se passaram 10 anos. Foi no inverno de 1985 que comecei a ter uma crise atrás da outra e logo após a crise adormecia. Fiquei nesta condição por três dias. Os médicos em Rio Negro não sabiam o que estava acontecendo, então, eu e meus pais viajamos para Curitiba. Fomos encaminhados para o Hospital Nossa Senhora das Graças. Ao chegar no hospital fiz alguns exames e quando levamos ao médico ele ficou assustado e disse aos meus pais que minha cabeça estava toda inflamada e que a situação era grave. O diagnóstico desta vez foi neurocisticercose, o bicho da carne de porco no cérebro. O médico informou aos meus pais que não seria possível cirurgia, visto o avanço da doença. O tratamento seria somente com remédios, os quais eram muito caros. A princípio, eu ficaria internada no hospital por 20 dias, mas no terceiro dia de internamento, à meia noite, entrou uma enfermeira no meu quarto para fazer um exame. Eu achei estranho e perguntei a ela por que fazer exame naquele horário e ela disse que, conforme fosse o resultado, na manhã seguinte eu seria operada. Fiquei muito assustada e com medo, até porque eu sabia dos riscos. Então orei a Deus e clamei a ele por ajuda e socorro. Quando terminei de orar, abri a minha Bíblia em Salmos 37:5: “Entrega teu caminho ao Senhor e o mais Ele fará”. Senti um conforto enorme e assim, adormeci. Quando acordei estavam ao lado de minha cama três médicos, que logo foram dizendo: “Você está recebendo alta, pode ir embora. Fizemos todos os exames e você não tem mais nada, está curada. Terá somente que tomar uma medicação para não ter mais convulsões, visto o tamanho da inflamação no cérebro”. Já se passaram muitos anos e só tomei uma caixa do medicamento prescrito, e deste então, nunca mais tive convulsões. Nesta época, eu estava namorando um rapaz adventista, e logo comecei a estudar a Bíblia. Isso foi esclarecendo a vontade de Deus para mim. No ano de 1987 me casei e, depois de dois anos, nos mudamos para Curitiba. Meu maior desejo era trabalhar na rede adventista, por isso, fiz algumas entrevistas, mas não dava certo. Até que um dia fui convidada para substituir uma professora por três meses. Gostei muito da escola e de como era ensinado as crianças sobre Deus. Fiquei encantada e ainda mais determinada que aquele era o lugar que eu gostaria de trabalhar. A substituição acabou e, depois de algum tempo, me chamaram para assumir uma turma de Pré III. Que alegria e privilégio, meu sonho se tornou realidade. Atualmente trabalho em uma instituição Adventista e vejo Deus agindo em minha vida, pois posso falar de Seu amor aos pequenos e marcar a vida deles. Sou imensamente grata a Ele por conduzir a minha vida, e me capacitar a cada dia para cumprir a missão que Ele me confiou.

SEGUNDA 29/05

“Entrega teu caminho ao senhor e o mais Ele fará”. Salmos 37: 5

Verani Anderli Stange Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Orientação e Supervisão Escolar. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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FRITANDO BATATAS E UMA ORAÇÃO RESPONDIDA

TERÇA 30/05

“ Antes de clamarem, eu responderei; ainda não estarão falando, e eu os ouvirei. ” Isaías 65:24

Anelise Oliveira de Freitas Graduada em Letras. Pós-graduada em Metodologia das Anos Iniciais. Professora Regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Guarapuava.

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sol estava quente, e aproveitando o tempo, eu estava estendendo roupa, enquanto estendia meus pensamentos norteavam minha mente. Pensava em nossa situação, nos problemas e como íamos resolver, meu marido, no último ano de faculdade, eu desempregada e estávamos enfrentando dificuldades financeiras. Preocupada e angustiada, quase não ouvi o telefone tocar. Era meu pai ligando para saber como estava o neto e como estávamos financeiramente. Sabia que o meu pai não podia nos ajudar com dinheiro, pois sua situação financeira na época também não era estável, mesmo assim comentei que estávamos com problemas e que não estava fácil arcar com todas as despesas. Como sempre fez e faz, ele me acalmou e pediu para que eu tivesse paciência e clamasse ao Senhor. Assim que desliguei o telefone, fiz uma breve oração, ali mesmo no varal. Fui fazer o almoço e, naquele dia, teríamos arroz, feijão e batatas fritas. Enquanto preparava ouvi passos no quintal. Quando fui até a porta da casa, para ver quem estava chegando, confesso que fiquei surpresa com a visita; era a Coordenadora do Colégio de Guarapuava, que estava ali, me fazendo um convite. Eu havia deixado um currículo lá e o telefone que constava não estava dando certo. O quadro de professores estava incompleto para o ano de 2009 e eles esperavam contar comigo para o próximo ano. Não tive dúvidas de que aquela pequena oração ao lado do varal de roupas molhadas, havia sido atendida. Imediatamente liguei para o meu pai e muito emocionada contei tudo para ele. Do outro lado, também emocionado, meu pai contou que tinha orado também. Há nove anos faço parte da equipe pedagógica do CAG, tenho crescido muito em graça e sabedoria através dos anos que tenho passado dento do Colégio. Fiz amizades que levarei para a vida toda, tenho a oportunidade de falar do amor e da misericórdia de Deus para muitas crianças, e isso me deixa muito feliz. Agradeço todos os dias por aceitar esse chamado e ter a oportunidade de marcar a vida dos alunos com lições preciosas sobre o Céu. E as batatas fritas? Elas queimaram. Mas foram as melhores que já comi!


EU SEI, ERA MEU ANJO

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uando era criança, meus pais me ensinaram que todas as pessoas têm um anjo da guarda, o qual está o tempo todo, dia e noite, 24 horas por dia, 7 dias por semana ao seu lado. Minha irmã e eu tínhamos até o costume de, no carro, deixar um espacinho para nossos anjos sentarem-se. A ideia de sempre ter meu anjinho por perto deixou-me muito segura, pois sabia que nunca estava sozinha. Quando mais velha, percebi que ele trabalhou (e ainda trabalha) muito! São várias as ocasiões em que tenho certeza de que meu protetor particular entrou em ação. Lembro-me que em 2014 fui atravessar a rua para pegar um ônibus. Senti algo me segurando, como seu eu não conseguisse dar mais um passo. Afastei meu guarda-chuva, pois estava chovendo e o dia estava cinza, e neste instante um ônibus ligeirinho passou por mim. Senti até meu cabelo balançar com o vento que o ônibus fez. Naquele exato momento sentei na calçada, olhei para o lado e disse “obrigada anjo”! Mas outra história marcou-me mais do que não ser atropelada. Eu tinha aproximadamente uns seis anos de idade. Algumas tias e primas estavam visitando minha família e, no domingo, fomos até a feirinha do Largo da Ordem passear. Em uma determinada banquinha, olhei para um lado e não vi minha mãe. Olhei para o outro e nada. Comecei a ficar apavorada, pois, por causa do meu tamanho, não enxergava direito as bancas, apenas a parte de baixo delas. Decidi caminhar para encontrá-la. Quanto arrependimento! Depois de andar por alguns minutos comecei a chorar desesperadamente. Foi quando um rapaz, um belíssimo e alto rapaz, encontrou-me e perguntou por que eu chorava tanto. Respondi que havia me perdido de minha mãe. Ele então colocou-me em seus ombros e disse que, quando eu a visse, ele iria na direção dela. Mal ele terminou de falar e ela passou ao nosso lado. Ela usava um lenço estampado (lembro dele até hoje) e eu o puxei do pescoço dela. Quando ela olhou para cima percebi que ela também chorava. Após me pegar, ela virou-se para agradecer o rapaz, mas ele já havia sumido. Não tenho dúvidas de que era meu anjo da guarda me protegendo. Quando chegar ao céu, quero passar muito tempo conversando com quem esteve ao meu lado durante toda minha vida. Quero ouvi-lo contar de tantas vezes que me salvou e eu não fazia ideia. Meu anjo está aqui comigo, neste exato momento em que escrevo este texto. Seu anjo também está com você agora, ao ouvir minha história. Tenha certeza de que seu anjo o guarda, o protege e o livra de muitos perigos, e a maioria deles nem sabemos que passamos. Não se esqueça de agradecer a Deus por enviar Seus anjos para nos protegerem.

QUARTA 31/05

“O anjo do Senhor acampase ao redor dos que O temem e os livra”. Salmo 34:7

Sheywa Reinert Veiga Barcik Graduada em Letras. Pós-Graduada em Língua Inglesa. Professora de Língua Inglesa e Literatura. Colégio Adventista Portão.

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DEUS SEMPRE TEM A RESPOSTA NA HORA CERTA

QUINTA 01/06

“Para o homem é impossível, mas para a Deus todas as coisas são possíveis” Mateus 19:26

Thais dos Santos Silva Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão Escolar. Professora Regente 3º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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stava morando na cidade de Juiz de Fora (MG), lá, enquanto fazia faculdade, tinha um bom emprego. Tudo aparentemente estava caminhando bem, mas faltava algo, não me sentia realizada profissionalmente. No primeiro ano de faculdade tive algumas complicações, porque não assistia as aulas de sextafeira à noite. Enfim, consegui vencer um ano com estas dificuldades, ficando de dependência em algumas matérias. Eu não me sentia feliz, pois iria demorar muito para me formar, e isso seria uma tortura para mim. Decidi tomar outro rumo e sair da minha cidade, de perto da minha família para fazer algo diferente. Foi então que resolvi ir para o interior de São Paulo para a famosa faculdade Adventista, onde todos falavam bem e onde eu também não teria dificuldades com as aulas na sexta-feira. Em minha mente, tudo já estava perfeito. Só que veio a grande questão, como pagar? Os meus pais tinham falado que não tinha condições de pagar para morar no colégio, no sistema de internato e mais o estudo. O que fazer então? Como foi uma decisão tomada às pressas, comecei a pesquisar métodos para fazer o pagamento, onde morar e todos os demais detalhes. Pensei comigo que me preocuparia com a moradia; o resto; Deus iria providenciar. Comecei a procurar casa fora do internado, pois ficaria mais barato e os meus pais poderiam me ajudar. Já a mensalidade da faculdade, eu teria que dar um jeito para pagar. Então, me inscrevi no FIES, Fundo de Financiamento Estudantil, um programa do Ministério da Educação que financia cursos superiores. Assim, fiquei um pouco mais tranquila; porque não precisaria trabalhar todas as férias vendendo livros, para conseguir pagar os custos dos semestres. Porém, eu só poderia me inscrever neste programa no segundo semestre. Passei o primeiro semestre sem pagar, igual muitos estudantes fazem, e, assim que as férias acabaram, levei a papelada para participar do Financiamento. Mas quando cheguei, recebi a péssima notícia que o número de alunos inseridos já havia encerrado. Fiquei indignada. “Como assim? Como não avisaram antes? ”. Cheguei à conclusão que ficaria mais um semestre devendo o curso e, no final do ano, iria colportar (vender livros nas férias) para pagar minha dívida anual. O tempo foi passando, as aulas começaram e eu continuei dando o meu melhor nos estudos. Só que, certa manhã linda de sol, a secretária do meu curso veio me chamar, falando que uma mulher, a responsável pelas bolsas do FIES, estava querendo falar urgente comigo. Fui correndo e, quando cheguei até a mulher, ela me disse que eu estava inscrita no FIES. Fiquei sem palavras! Como aconteceu? Eu não havia dado entrada ao processo do FIES. Mas meu nome estava na lista dos inscritos, de forma miraculosa. O que a moça me pedia era que minha mãe fosse ao banco para assinar os documentos e dar entrada ao processo. Quando a gente imagina que Deus se esqueceu de nós, Ele aparece de forma maravilhosa. Ele faz as coisas no tempo dEle e da melhor maneira e, quando menos esperamos. Sou Educadora Adventista porque acredito neste Deus que fez um milagre na minha vida e meu deu a chance de estar ligada a esta educação.


MINHA OBRA

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ão fui criada em um lar cristão, mas tenho que agradecer a Deus por ter me dado a minha mãe, que me educou e ensinou até os 16 anos. Nessa época conheci meu esposo. Me casei e tenho uma filha maravilhosa. Deus me mostrou como educa-la. Com o passar dos anos, meu esposo me apoiou na ideia de fazer faculdade. Decidi então por Pedagogia; mas um questionamento me incomodava, afinal, como iria ensinar as crianças sem ter fundamentos teóricos? A partir desse momento, pedi orientação para o nosso Deus e Ele me mostrou que deveria fazer isso mesmo, e, através dos meus dons, Ele me mostraria o Seu amor para transformar muitas vidas. Com sete anos de casada, as coisas estavam difíceis para nós, pois não conseguia emprego se não trabalhasse no sábado. Foi aí que uma amiga nossa ofereceu uma oportunidade para trabalhar na Rede Adventista, e de imediato eu aceitei. Entrei como zeladora, após alguns anos, passei a ser monitora e para completar, nesse ano de 2016, entrei como auxiliar de classe. Passamos muitas provações durante muitos anos, mas trabalhando na Rede Adventista pude proporcionar uma boa educação para nossa filha e tenho a plena certeza que Deus sempre está no controle. Tivemos muitas experiências vivenciadas, e agora posso compartilhar com os pequenos desse amor maravilhoso que Deus tem por nós.

SEXTA 02/06

“Esta é a razão de nós nunca perdemos a coragem. O homem exterior realmente sofre desgaste, mas diariamente o homem interior recebe força nova. Estas pequenas dificuldades (que realmente são tão transitórias) estão ganhando para nós uma recompensa permanente, gloriosa e sólida além de toda a proporção da nossa dor”. II Coríntios 4:16 e 17

Aqueniely G. Soares de Brito Cursando Pedagogia. Auxiliar de Classe. Escola Adventista de Santa Efigênia.

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SABER E SABER

SÁBADO 03/06

“A base da sabedoria (SABER) é o temor de Deus, e o conhecimento do Santo é a inteligência”. Provérbios 9:10

Walmir Victor Veiga

120 Graduado em Letras Português e Espanhol. Pós-Graduado em Literatura e Produção do Texto Literário. Professor de Língua Portuguesa e Língua Espanhola – Colégios Adventista Boqueirão e Portão.

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saber é ínfimo, finito, humano, possível aos mortais que sempre e de alguma maneira pagam, escondem-se em ostracismos inferiores para apenas acumular o saber. O SABER (com letras maiúsculas mesmo) é superior, infinito, transcendental, que nem mesmo as mais loucas ficções humanas são capazes de aproximar-se de SUA superioridade. O SABER criou e sustém a SABEDORIA infinita. O AR, a LUZ, a ÁGUA, o FOGO, as CORES, os SONS, a VIDA, o NADA, o TUDO. Como do nada foi possível o tudo? Total impossibilidade do saber. O saber é infinitesimal diante do SABER. O saber tem começo, meio e fim. O mero saber nem mesmo sabe o que é SABER. O saber julga as coisas do SABER com enfado e grande dificuldade. O saber tem limitações, tantas as são que julga o SABER como utopia, como miragem de pobres, loucos, pois o não se relacionar com ESTA fonte gera oposição como eventual fonte de erudição. Opor-se ao SABER é o saber limítrofe do saber. O SABER, o saber não sabe ou não pode saber. O saber limita-se na oposição, na imaginação racionalizada, na razão lógica do saber finito, na especulação. O SABER não é para ser percebido num mundo que opta apenas pelo saber. O SABER não é simplesmente saber, mas sentir, ver, ouvir, perceber, viver... SER. O SABER é para ser sentido até num mundo que não quer sentir o prazer do raciocínio transcendental, superior, espiritual. O SABER não é possível num mundo em que o ter é a única prioridade plausível, onde o irracional tem seus privilégios e mordomias e os pensantes deixados à mercê da sorte e da morte sem saber o porquê. Saber o que se sabe é saber menos. Eu complico o saber, pois SABER é diferente de saber. Muitos sabem, talvez, mas não necessariamente SABEM. Ser sabedor meramente desse saber que se sabe não é suficiente para SABER. SABER é para ser vivido num mundo em que o viver não esteja limitado a emoções do ter. Viver SABENDO é ter raciocínio, porém não é racionalidade. É viver de forma independente da daqueles dos quais dependemos ou daqueles que de nós dependem. Viver é ter LUZ mesmo que tudo esteja ou seja uma única escuridão. SABER é não depender de opiniões ou conceitos, mas ligar-se ao SABER pelo prazer de saber, pelo convívio com o SABER e pela glória de saber que o SABER capacita para viver, sem depender de mais nada, a não ser do SER.


ENSINAR SEM CESSAR!

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ma campanha publicitária diz que não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas. Transformar pensamentos e sentimentos em palavras, sejam elas faladas ou escritas, é um desafio imensurável. Afinal, a subjetividade é quase intransponível dentro da prática fria, muitas vezes constantes, do registro. Educação não se define, mas se vive e ama. A teoria aperfeiçoa, mas nem sempre transforma. Dentro desse contexto, qual meu papel como professora? Reflexão contundente! Dilema eterno! Educação se vive no tempo presente do modo indicativo. Posso elaborar planos mais-queperfeitos, mas não esquecer que o sujeito desse processo parece viver um tempo imperfeito, mas nunca é oculto. Quantas dores e despedidas? Quantas dúvidas e sentimento de impotência? Em contrapartida, paradoxalmente favorável à educação, quantas comemorações e sucesso? Quanto riso, choro e abraços? A equação é simples: Vale mais ser professora! A reposta para a pergunta inicial é esta: Ensinar e transformar são parte integrante da minha profissão! A língua, parafrase ando Clarice Lispector, é a minha pátria. A Literatura, um pouco do céu. Ver nos alunos falas, posturas e opiniões, ditas em sala, expressas de maneira primeira, ditas por terceiros, sétimos, sextos e segundos, retumbam no meu peito como incentivo constante, minha maior motivação! Não espero ter um epitáfio da obra, pois é algo que não poderei ler... nem ver! Talvez ele venha existir, ação de alguém que me aprecie! A obra educacional não pode se resumir a um “Aqui jaz...” Quero viver o momento. Ser educação! Ver a educação de perto, de longe, de baixo, de cima. Ver e questionar, ver e formar, ver e transformar! Ver e salvar! Salvar quantos forem, quantos vierem, quantos quiserem! Ensinar é preciso... navegar estes mares é necessário! Para tanto, preciso sorrir, cantar, falar, ler, interpretar, gritar, chorar e principalmente, “orar sem cessar!”

DOMINGO 04/06

“Orai sem cessar. ” I Tessalonicenses

5:17

Rita de Cássia Lima Ramos Graduada em Letras. Pós-graduada em Administração Escolar. Professora de Literatura e Língua Portuguesa. Colégio Adventista Guarapuava.

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PERDÃO – PARTE I

SEGUNDA 05/06

“Disse Jesus: Hoje a salvação veio a esta casa, portanto também este á filho de Abraão. Por que o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” Lucas 19:9 e 10

Cristiane Aparecida Pinheiro de Andrade Graduada em Química. Professora de Ciências do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Portão.

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asci em um lar condenado a destruição. Minha mãe inocente e inexperiente casou-se muito jovem com um homem bem mais velho. Meu pai fora criado em extrema pobreza com mais 17 irmãos em uma cidadezinha do interior. Vindo para cidade grande, trouxe consigo os traumas de uma vida precária e violenta, herança essa que resultou em um psicológico adepto à vícios, como cigarro bebida e drogas. Minha infância e adolescência não foram fáceis. Vivíamos no estágio máximo de miséria. Morávamos em um casebre semidestruído de um bairro da periferia de Curitiba. Por diversas vezes não tínhamos água nem luz. O alimento, quando existia, era pouco e insuficiente. Éramos submetidos constantemente a todo tipo de violência e humilhação. Meu pai era difícil e agressivo; descontrolado pelo vício e nos submetia quase que diariamente a espancamentos e torturas psicológicas. Vivíamos machucados! Aliás, não vivíamos...sobrevivíamos! Comecei a trabalhar muito cedo. Com o pouco que ganhava mantinha o mínimo de dignidade da minha família – dignidade que me era roubada toda vez que tinha de buscar meu pai inconsciente caído em alguma valeta. Consegui, com esforço sobre humano ser aprovada em medicina, curso que tive de abandonar para promover o sustento da família. Entrei para o exército, onde, mesmo com sofrimento e exigências, podia pagar as contas da casa e evitar que todos passassem fome. Pouco a pouco fui deixando minha identidade, suprimindo minha delicadeza, sufocando meus sonhos, desistindo de mim! A situação chegou a um ponto tão crítico que acabamos fugindo de casa, e, em consequência disso, abandonamos meu pai. Este passou os oito anos seguintes vivendo exatamente da mesma forma: vícios, brigas, miséria e fome, além é claro de extrema solidão! Com o passar dos anos as dores antigas foram atenuadas e fomos pegos por golpes novos e fortes. Perdi um irmão assassinado, perdi outro irmão para desequilíbrios psicológicos graves e minha mãe desenvolveu uma doença autoimune e incurável. Consegui em meio a tudo isso me formar em química e tornei-me professora. Em 2013, Algo me levou até a Escola Adventista, e foi lá que aprendi a preencher com Jesus o vazio de uma vida inteira sem fé.


PERDÃO – PARTE II

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m 2013, Algo me levou até a Escola Adventista, e foi lá que aprendi a preencher com Jesus o vazio de uma vida inteira sem fé. Três anos depois de começar a trabalhar na Educação Adventista, recebi uma ligação, que mudaria minha história. Meu pai estava entre a vida e a morte. Aconselharam-me a abandonálo para morrer, mas eu orei, orei com toda fé que pude e fui até o hospital, lá encontrei-o na UTI lutando pela vida. Naquele momento tudo aquilo que um dia foi mágoa, tristeza e dor, Jesus transformou em misericórdia e eu passei os 4 dias seguintes cuidando do meu pai, com todo amor que pude. Contei a ele sobre Jesus e tudo de que ele era capaz e para minha alegria, meu pai o aceitou, me pediu desculpas por tudo e disse que estava pronto para mudar! E na manhã do dia seguinte a isto eu acompanhei o coração do meu pai lentamente parar de bater. Segurando suas mãos em seus últimos minutos de vida eu pude perdoá-lo e lhe pedir perdão. Sim, eu também lhe pedi perdão. Nós não sabemos quanta dor carrega um coração que se torna capaz de fazer tanta maldade! Nós não fomos bons um para o outro, ambos tivemos nossa parcela de culpa no fracasso de nossa relação, mas hoje eu tenho certeza, meu pai morreu em Cristo, aceitou a Deus. E eu irei orar todos os dias para o nosso reencontro! Só fui capaz de livrar-me do peso da mágoa e da dor por que conheci Jesus através do advento. Hoje consagro minha vida à fé verdadeira pois sei que não foi por acaso que entrei para a Obra da Educação Adventista. Jesus me escolheu para que eu estivesse exatamente onde deveria. Jesus me escolheu para que meu pai estivesse salvo em seu nome! Você deve estar se perguntando “Por que Deus permitiu tanto sofrimento? ” Foi para que hoje eu pudesse estar aqui e te contar um pouco da minha história e te dizer se eu venci, se meu pai venceu, você também pode vencer!! ”Senhor quantas vezes devo perdoar meu irmão? (...) Eu digo a vocês: Não até sete vezes, mas setenta vezes sete”. Mateus 18: 21,22.

TERÇA 06/06

“Disse Jesus: Hoje a salvação veio a esta casa, portanto também este á filho de Abraão. Por que o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” Lucas 19:9 e 10

Cristiane Aparecida Pinheiro de Andrade

Graduada em Química. Professora de Ciências do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Portão.

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ESCOLA OU IGREJA? – PARTE I

QUARTA 07/06

“Mas buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33

Luciano Paulino Martins Graduado em Letras. Professor de Língua Inglesa. Escola Adventista Ponta Grossa.

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que você acha de uma segunda-feira chuvosa para começar a semana? Eu não gosto nenhum pouco. Eu era um professor inconformado com o ensino regular, e queria uma escola que me desse espaço para colocar em prática todos os meus sonhos pedagógicos. Mal sabia eu o que estava escondido por detrás daqueles portões e muros da Escola Adventista de Ponta Grossa. Pessoas sorriam para mim sem ao menos saberem que eu era. Eu havia passado na entrevista e na avaliação didática. Três anos haviam se passado desde que eu havia entregado o currículo para uma secretária sorridente. Começava agora a lecionar, em 2014, logo após uma terrível experiência como agente penitenciário nos anos anteriores. Enfim, não acreditava no humano, nas pessoas, ou melhor, pensava que não acreditava. Meus primeiros meses se deram de forma natural, gostava das orações, das meditações iniciais, dos alunos, do lanche da cantina, dos outros professores. Porém, eu sei disfarçar bem as emoções, pois minha vida pessoal estava um caco! Uma filha de 1 ano, esposa doente, e eu estava tomando quatro comprimidos ao dia contra a depressão, e sabe o que é pior? Eu achava que não poderia contar, afinal, pensava comigo mesmo: O que as pessoas vão dizer? Eu tenho que ser feliz! Eu devo estar alegre, porque tenho uma família, amigos, trabalho, comida; porém nada disso importa quando não estamos realmente felizes. Numa manhã chuvosa, eu levava minha pequena à escola, empurrando aquele carrinho de bebê já todo surrado, com um guarda-sol sendo guarda-chuva. Como consequência fiquei encharcado, molhei os livros, mas minha filha chegou sequinha na escolinha. Liguei para o colégio e disse que iria me atrasar, pois alguns contratempos ocorreram.


ESCOLA OU IGREJA? – PARTE II

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om aquela chuva toda, encharquei meus livros e liguei na escola dizendo que iria me atrasar. Terrível você trabalhar numa escola e não ter coragem de falar sobre sua real situação. Afinal, eu achava que a vida só dependia de mim, e não deveria ficar me expondo aos outros. Depois de deixar minha filha, retornei pra casa e surpresa! Um forte vento havia destelhado mais da metade da minha casa. Danificou TV, móveis, roupas, cobertas e comidas ficaram molhadas. Coloquei uma das poucas peças de roupa seca e fui trabalhar. O filósofo Max Weber dizia que “O trabalho dignifica o homem”. Se dignifica não sei, mas que seria o meu refúgio naquele dia, isto ele seria. Ao chegar na escola Adventista, com quase uma hora de atraso fui recebido com uma ordem objetiva: “Os alunos estão em uma capela na igreja. Fique com eles”. Pensei comigo mesmo que estava ali não para ir à igreja, mas sim para lecionar. Seria ali ainda uma escola? Indignado, fui para a minha primeira capela. O pastor falava bonito, mas eu não contava que as crianças começariam a chorar em abraços apertados movidos pelo Espírito Santo. Neste dia, alguém apontou para mim lá no fundo e disse bem alto que Deus me amava muito e que, por isso tinha me trazido ali naquele dia. O restante do dia foi trabalhoso, aquela semana foi intensa, mas eu sabia que Deus me amava e que estava comigo. Você consegue entender agora? Não precisamos que tudo dê certo para estarmos bem ou fingirmos que estamos bem. Não precisamos ser tão críticos quando não compreendemos os caminhos da vida. Precisamos estar seguros com Pai e o mais você sabe, né? Ele tudo fará.

QUINTA 08/06

“Mas buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33

Luciano Paulino Martins Graduado em Letras. Professor de Língua Inglesa. Escola Adventista Ponta Grossa.

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O REENCONTRO

SEXTA 09/06

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem prato, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. Apocalipse 21:4

Débora de Farias Gregatti da Silva Graduada em Pedagogia. Professora do 3º ano do Ensino Fundamental I. Colégio Adventista Portão.

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arecia mais um dia normal de aula, mas não foi. Aquela carteira que ficava ao lado da minha mesa estava vazia, não tinha mais o raio de sol iluminando-a. Na verdade, nesse dia ela parecia escura, triste e sem vida e aquela sala de aula estava silenciosa, não havia alunos conversando, rindo e muito menos estudando. Então pensei como nossa vida muda com um piscar de olhos, como somos fortes e ao mesmo tempo tão frágeis. Quando recebi a notícia de que minha aluna com apenas 9 anos de idade tinha falecido, comecei a lembrar de nossa convivência juntas. Lembrei que quase todos os dias ela me olhava e me dizia: “Prof.ª eu te amo”. Me veio à memória nossas risadas, os momentos felizes que passávamos juntas. Quantas lembranças! Pensei então quais haviam sido as últimas palavras que trocamos? Os últimos ensinamentos que havia passado? Será que falei a ela o quanto me importava dela estar ali comigo? Será que retribui os mesmos carinhos? Em minha mente voltava o sorriso, o olhar cheio de sonhos infantis de um futuro que não chegou. Me deparei com uma dor profunda, tão profunda que tomou conta de mim. Todos aqueles que eu já havia perdido me vieram a memória, a saudade de não as ter ali ao meu lado se tornou latente; os momentos que passamos juntos se tornaram inesquecíveis. Na verdade, quando perdemos alguém que amamos é uma dor sem fim, ela não termina, só aprendemos a conviver com ela, e as lembranças, são apenas bônus de um tempo bom que já se foi. O que nos resta são apenas saudades. Mas naquele dia aprendi uma grande lição, com uma menina tão pequena e que vivia com os olhos cheios de esperança. Jamais devemos deixar de dizer o quanto amamos as pessoas, expressar palavras de carinho e como nos sentimos felizes de tê-las por perto. A minha grande esperança é saber que um dia estaremos para sempre juntos de pessoas que amamos lá no céu, e a certeza que a dor, a saudade e o adeus são palavras que jamais existirão. Mas, para que tudo isso aconteça, devemos nos preparar para volta de Jesus, e viver como Jesus gostaria que vivêssemos, porque logo Ele vai voltar, e precisamos estar prontos.


SEMEANDO JESUS

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o ano de 2014 iniciei como professora regente na Educação Adventista. Já trabalhava na rede como auxiliar, então fiquei muito feliz ao ser contratada logo após terminar a faculdade. Porém, ao mesmo tempo, fiquei apreensiva, pois as responsabilidades iriam aumentar. Agora precisava planejar as aulas sozinha, preencher quesitos de notas, pareceres para os pais e todas as outras coisas que fazem parte da nossa rotina de trabalho. Como primeira turma, estava muito animada e sempre orava para que Deus me usasse na sala de aula, para que eu pudesse influenciar de forma espiritual na vida dos meus alunos. Só que ao mesmo tempo eu me indagava se seria possível, já que meus alunos eram tão pequenos; será que conseguiriam entender conceitos bíblicos? Minha oração também era para que Deus deixasse guardadinho do coração e na mente deles tudo o que fosse ensinado. E assim eu seguia o ano letivo, orando e “pastoreando” meus aluninhos. Gostava (e ainda gosto) muito de visitar os alunos, conhecer suas famílias, suas rotinas, orar com elas e mostrar que a nossa educação não visa apenas formar intelectualmente. Claro que é importante e fazemos muito bem, mas nossa educação vai além, queremos formar integralmente, tornando nossos alunos bons cidadãos da terra e futuros cidadãos celestiais. E logo após as visitas, no dia dos professores, recebi um presente que ainda guardo com muito carinho, um cartão escrito por uma mãe dizendo que agradecia por tudo que eu tinha feito pela filha e principalmente por ter semeado Jesus na vida dela. Puxa, nessa hora fiquei emocionada e me lembrei das orações em que eu tanto pedia pra Deus me usar; fiquei muito feliz por ter sido um instrumento nas mãos de Deus. Maior do que todos os outros presentes que ganhei, saber que semeei Jesus na vida de uma criança é o melhor presente que poderia ganhar. E descobri que essa é a minha missão. Essa é a missão de Deus para mim: Trabalhar na Educação Adventista. Depois desse dia, minhas orações continuam da mesma forma e agora entendi, de forma prática, que posso ser o que Jesus disse no verso de hoje, sei que posso ser uma luz iluminando a vida dos outros ao meu redor, não por minhas capacidades, mas pela atuação do Espirito Santo em nós. Coloque-se também nas mãos de Deus e Ele irá te usar a cada dia a cumprir sua Missão e ser uma luz a quem estiver ao seu redor.

SÁBADO 10/06

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa”. Mateus 5:14-15

Fernanda Leite Santos Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Portão.

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SONHOS DE DEUS

DOMINGO 11/06

“Quer te desvies para a direita, quer te desvies para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão a palavra que será dita atrás de ti: Este é o caminho, andai por ele. ” Isaías 30: 21

Cíntia Raquel Guedes Baptista Graduada em Pedagogia. Especialista em Metodologia de Ensino e Aconselhamento Familiar Educacional. Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Portão.

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asci no Rio Grande do Sul, sou filha única, muito apegada aos meus queridos e amados pais, que desde cedo me mostraram o valor da educação, estando sempre dispostos a me apoiar e auxiliar. Porém, mais importante que tudo isso, foram os ensinamentos que deles recebi, o amor de Deus e Suas verdades eternas. Confiar em Deus, ser obediente aos pais e fazer a minha parte, eram então a minha receita para alcançar os objetivos. Me tornei esposa de um jovem temente a Deus, responsável e trabalhador. Mãe de uma garotinha linda e incrível. Quando segurei a Lauren em meus braços, comecei a entender realmente um pouquinho do que é o grandioso amor de Deus, a oportunidade de gerar e cuidar de uma vida, que privilégio. Quando me tornei professora de alunos sensacionais, aprendi grandemente sobre a influência que tenho sobre eles, e quem com certeza, tinha ali uma missão. Em meio a tanta gratidão, e a certeza aparente de que ali onde eu estava me realizaria pessoal e profissionalmente, numa madrugada de oração e meditação, tive a sensação de ouvir uma voz que falava ao meu coração: “Deixe-Me também conduzir os teus planos. Que tal sonhar os Meus sonhos agora? ” Tenho certeza de que Deus falou comigo e me fez ler os seguintes versos da Bíblia naquele momento: “Inclinai os ouvidos e ouvi a Minha voz, atendei bem e ouvi o Meu discurso. ” Isaías 28: 23 “O seu Deus o ensina, e o instrui acerca do que há de fazer. ” Isaías 28: 26 “Tudo isso procede do Senhor dos Exércitos, maravilhoso em sabedoria. ” Isaías 28: 29 “Este é o caminho, andai por ele. ” Isaías 30: 21 O novo caminho que Deus estava nos direcionando era para que eu acompanhasse e apoiasse o meu esposo num trabalho muito especial: O de contar aos outros que Jesus logo voltará e, para isso, precisaríamos, como família, de um preparo. Diante de nós estava, agora, o grande desafio, ir aonde Deus mandar, e nós aceitamos. Independente do lugar, apesar das mudanças de endereço que ocorreram, Deus tem me dado a oportunidade de falar do amor dEle, auxiliando meu amado esposo nessa nobre tarefa, e ainda de continuar trabalhando na Educação Adventista e ter minha filha estudando num colégio que, com certeza, é um pedacinho do céu. Já meus pais, sentem saudade, e eu também, pois não moramos mais tão perto. No entanto, felizes estão, pois concordam que os sonhos de Deus sempre são os melhores. Desafio você a permitir-se sonhar os sonhos de Deus para a sua vida. É o mais seguro a fazer. Deus nunca erra, tenha certeza. Você será bem-sucedido e lembre-se: a Educação Adventista, também é um sonho de Deus. Por isso, aproveite ao máximo a oportunidade de aprender sobre esse grande Deus e a preparar-se para a Sua breve volta.


DEUS SABE TODAS AS COISAS

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gradecer a Deus por tudo que Ele tem feito por mim é pouco, sua fidelidade é grande e real! Minha experiência na rede Adventista aconteceu no ano de 2015, fui contratada para substituir uma professora no 2º bimestre. No retorno das férias, fui convidada a ministrar as aulas de musicalização e coral. Eu recebi o dom do canto, mas ensinar música me parecia um desafio quase que impossível. Durante alguns meses não conseguia enxergar a vontade do Deus nisso. Eu queria assumir uma turma como regente e dar aulas como fiz durante anos em outras redes de ensino. Porém, Deus me chamou a Rede Educacional Adventista para transformar a minha vida primeiramente, aceitando a Sua vontade e fazendo a diferença na vida de meus alunos. Deus sabia de tudo o tempo todo desde o início, parecia que todas as coisas se conduziam para as aulas de música. Confesso que no fundo do coração eu ainda queria uma turma de alunos, pois havia me formado em Pedagogia e tinha experiência em alfabetização. No início de 2016, com a distribuição das turmas entre as professoras do colégio só sobraram aulas de Musicalização e Canto Coral para mim. No entanto, o Deus que me ama escolheu isso para mim! Iniciei o ano aprendendo e fazendo o meu melhor. Hoje sou extremamente feliz com o que eu faço. Sou agradecida a Deus, porque posso deixar marcas em meus alunos que nunca serão apagadas, marcas de amor e marcas de louvor a Deus. A escritora Ellen G. White relata o seguinte quanto ao poder da música: “É um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm a memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de umhino da infância – e as tentações perdem o seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas! ... (Educação p.168) A música sacra traz alento ao coração, pode curar feridas, transformar vidas e principalmente ser uma oportunidade de adoração ao nosso Deus. Vejo-me como um vaso usado nas mãos do Oleiro, pronta para marcar uma geração, uma geração de crianças que um dia lembrarão das verdades aprendidas através das músicas que cantaram. Que tal hoje você cantar? Assim, que terminar essa leitura escolha um hino e louve ao Senhor.

SEGUNDA 12/06

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos”. Salmos 139:23

Priscila Alves de Andrade Carneiro

Graduada em Pedagogia. Professora de musicalização e canto coral. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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ESCOLHIDOS PARA VIVER ETERNAMENTE

TERÇA 13/06

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. João 11:25

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestrado em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica da Associação Central Paranaense.

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inha mãe estava cansada. Na verdade, ela estava esgotada. Nos últimos dias, minha mãe, minha tia e minha avó revezava entre elas para acompanhar meu avô que estava em coma no hospital, vítima de câncer. Meu avô já dormia. Nada o tirava do seu sono de morte. Deitado na cama do hospital, de olhos fechados, já não lembrava nem de longe aquele homem forte, disposto e alegre que pescava, caminhava, brincava com os netos. A doença havia roubado dele não somente a saúde e a alegria, mas também a identidade física. Estava irreconhecível. Numa tarde avistei minha mãe chegando do hospital. A face dela revelava a fatiga e a dor da separação. Seus olhos tinham lágrimas densas e irreversíveis. Quando ela estava abrindo o portão da casa de meus avós uma vizinha apareceu do nada e perguntou sobre o estado de meu avô. Minha mãe deu com os ombros e disse que estava esperando que ele acordasse a qualquer momento. Foi aí que movida de compaixão aquela vizinha disse a minha mãe: Maria, seu pai não vai acordar. Sinto muito. Convicta minha mãe respondeu: Vai sim. E entrou em casa e foi para o quarto orar. - Senhor, por favor, acorde meu pai para que possa fazer o apelo final, e depois ele pode descansar. Amém. Meus avós não eram adventistas, e minha mãe havia conseguido um obreiro para dar estudos bíblicos para seus pais. Infelizmente, antes do estudo final, do apelo, meu avô foi internado, na sequência entrou em coma, e não foi possível receber o último estudo, tão pouco ter ouvido o apelo para o batismo. Minha mãe não se conformava com isso. Ela queria que seu pai, meu avô, acordasse a fim de confirmar a fé. Então, ela orou. Pediu um milagre... Enquanto minha mãe orava no quarto, clamando ao Senhor que acordasse seu pai, lá no hospital meu avô abriu os olhos! Sim, ele acordou! Meu pai estava no quarto acompanhando o sogro e ao ver aquilo correu pelo hospital atrás de um telefone público para ligar para minha mãe. Meus avós não tinham telefone em casa, então meu pai ligou para a casa da vizinha, da mesma vizinha que disse que meu avô não acordaria. Ao receber o recado minha mãe corre em direção ao hospital. Encontra meu avô acordado e lúcido. Ela faz a barba dele, conversa um pouquinho sobre assuntos diversos, e quando certa da lucides dele segura firme as mãos de seu paizinho, agora tão magrinhas e feias, e diz: Papai, o senhor vai dormir agora, e não vai acordar. E meu avô respondeu: Eu sei. Então, minha mãe continuou: Mas se o Senhor crer em Cristo Ele te devolverá a vida muito em breve. E então, minha mãe começou a falar cada uma das doutrinas bíblicas: Papai, você crê que o mundo foi feito em seis dias? E meu avô respondia que sim. E ela continuava: Você crê no sacrifício de Cristo. E meu avô respondia: Sim, eu creio. Em determinado momento, interrompendo minha mãe, meu avô disse: Filha, eu creio que Jesus vai voltar, e quando Ele vier eu estarei lá com você. E dizendo isso, meu avô dormiu para acordar na gloriosa manhã da ressureição. Querido leitor, a morte ainda existe, mas é um inimigo derrotado, Cristo Jesus já derrotou a morte e em razão disso meu avô ressuscitará para viver eternamente. Jesus disse, que aquele que crê Nele, ainda que morra viverá! E essa promessa é suficiente para vivermos ao lado de Jesus ainda que caiam os céus. Jovem, não troque a eternidade por alguns poucos anos dessa vida. Vale a pena sonhar com o céu! Valerá a pena estar no céu! Lembre-se, você foi escolhido para viver eternamente.


PODER PARA TRANSFORMAR SUA VIDA

É

um pássaro ou um avião? Não, é o Super-Homem! Fazer a diferença na vida dos alunos, deve independer da disciplina. Tento aproveitar todas as oportunidades, mesmo dentro da química, para mostrar, àqueles que Deus me confiou, as verdades bíblicas. Certa vez estava lecionando para os alunos do 1º ano do Ensino Médio sobre tabela periódica, especificamente sobre os gases nobres, e mencionei o elemento criptônio (do grego, Krípton, que significa oculto). É um elemento químico de símbolo Kr, que na temperatura ambiente, se apresenta no estado gasoso, podendo ser usado em lâmpadas fluorescentes e flashes de maquinas fotográficas. Não tem nada a ver com a kriptonita, um mineral que enfraquece o Super-Homem. Neste momento, um aluno me pergunta se o homem mais poderoso da terra era realmente o Super-homem? Respondo que não, e afirmo que é Deus – o ser mais poderoso de todo o Universo. A palavra poder aparece cinquenta e sete (57) vezes no Novo Testamento, sendo o poder de ressuscitar, na minha opinião, um dos mais incríveis. Em Colossenses, Paulo escreveu que por Jesus ter ressuscitado e Deus ter poder sobre a morte, nossos pecados foram perdoados. Isso acontece quando Deus limpa a nossa ficha. Na Bíblia, em Jeremias 31:34, o amor de Deus por nós é tanto que ele perdoa nossos erros e nunca mais se lembra das nossas maldades. O principal propósito de Deus é nos levar para o Céu, para morarmos com Ele eternamente. Lá, não haverá mais dor, morte, separação, desejos de fazer coisas erradas, porque estaremos com o Ser mais poderoso de todo o Universo; e Seus “superpoderes” terão derrotado o Inimigo de uma vez por todas. Lá, todos nós seremos alunos do grande professor.

QUARTA 14/06

“E qual a suprema grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que opero em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus”. Efésios1.19-20

Edson de Amorim Geremias Formado em Química e Administração. Pós-graduado em Educação a Distância. Professor de Química. Colégio Adventista Boqueirão.

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DEPENADO, MAS INTEIRO

QUINTA 15/06

“Entregue teu caminho ao Senhor; confie nEle e o mais ele fará”. Salmos. 37:5

Alfonso Lens Junior

Graduado em Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Professor de Arte. Colégio Adventista Boqueirão.

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empre tive facilidade e satisfação em interagir com crianças, mas somente descobri o talento e aptidão em trabalhar com elas quando, aos 38 anos de idade, comecei a ser professor em uma das classes da Igreja que frequento. Então, sem eu perceber, Deus estava me preparando para uma missão: lecionar. Ao terminar o ensino médio não sabia ainda que caminho escolher. Procurei entre as várias áreas algo que eu pudesse manifestar minhas ideias, aptidões, e, ao mesmo tempo, me sentisse livre. Foi na prova prévia do curso Superior de Pintura nas Belas Artes (PR), que descobri, pela primeira vez, ter facilidade em desenhar figura humana. Passei na prévia, vestibular e me graduei. Logo que me formei, trabalhei com crianças carentes num projeto beneficente da prefeitura de Curitiba, passando pela Polícia do Paraná no setor de Perícia e Retrato falado. Nesse período, ministrei aulas para estudantes gerais e de medicina, aspirantes a oficial e oficiais da polícia militar e novos policiais civis sobre levantamento de local de crime e retrato falado. Depois de deixar a polícia, passei cerca de 20 anos trabalhando como auditor de seguros, com isso, fiquei extremamente distante do meu talento artístico e longe de uma sala de aula; pois as viagens que fazia eram normalmente distantes, longas e individuais No final de 2014, a minha vida profissional ruiu, rapidamente perdi quase tudo, menos, minha família. Nessa altura, já estava arrasado e me arrastando profissionalmente; porém, nunca havia deixado de ser professor dos Juvenis (pré-adolescentes) na minha igreja. E quase no fim de 2015 começou a crescer em mim um desejo estranho de voltar a dar aulas – coisa que nunca imaginei sentir. Foi então, que, motivado por minha esposa e incentivado pela professora Clarice, esposa do pastor de nossa igreja, enviei meu currículo para o Colégio Adventista Boqueirão. Contudo, minha decisão foi aparentemente tarde demais, pois a vaga disponível havia sido preenchida dias antes de enviar meu curriculum. Já estava desanimado, pois as aulas já iriam começar e nenhum dos contatos que eu fiz, com as diversas escolas na cidade de Curitiba, tinham me respondido. Continuamos orando e colocamos tudo nas mãos de Deus e então, no mês de março de 2016, um mês após o início das aulas, recebemos uma ligação para comparecer com urgência do Colégio do Boqueirão. A professora do período vespertino teria desistido das aulas de Arte, e assim, com a providência de Deus, assumi estas aulas. Deus nos dá dons e talentos, os quais devemos desenvolver e atuar sob a direção dele. Muitas vezes, decidimos trilhar outros caminhos, como o Povo de Israel, dando voltas no “deserto”, porém Deus em seu infinito amor, nos reconduz ao caminho do qual nunca deveríamos ter saído. Agradeço ao Senhor por ter me dado essa nova oportunidade.


QUANDO TUDO COMEÇOU...

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eu interesse pela Escola Adventista surgiu através de conversas entre um diretor e vice-diretora de uma escola estadual de Curitiba, onde eu trabalhava como auxiliar administrativo. Por diversas vezes, os mesmos faziam comentários acerca do sistema de ensino Adventista, no qual seus filhos estudavam, mas, o interessante nisso tudo é que nem um deles era Adventista. Em janeiro de 2004, moradora do município de Araucária, precisava de uma escola para minha filha de quatro anos. Meu primeiro passo foi procurar uma Escola Adventista em Araucária, e, para minha surpresa, não encontrei. Eu e meu marido passamos a visitar várias escolas, fazíamos entrevistas e voltávamos para casa decepcionados. Depois de visitarmos a última, que achamos que seria a melhor, mas não convencidos disso, chegamos na casa de minha irmã e comentamos que gostaríamos muito que nossa filha estudasse em uma Escola Adventista. Nesse momento ela nos disse que havia passado na frente de uma Igreja Adventista, e lá tinha uma faixa dizendo que estavam inaugurando uma escola. Imediatamente eu e meu marido procuramos a escola e a matriculamos. Não imaginava que essa matrícula me levaria direto ao encontro com Jesus. Diante de todas as escolas visitadas, a escolha pela pequena escola, recém-inaugurada passou a ser a porta de entrada para que, eu e minha família, conhecêssemos mais profundamente a Jesus. Durante minhas visitas à igreja para ver minha filha cantar no coral da escola, entrei em contato com as crenças da Igreja Adventista. E depois de conviver por três anos, fiz a melhor escolha e me entreguei a Jesus, através do batismo, em fevereiro de 2007. Lembro de uma frase do pastor que me batizou, ele me disse que a parceria entre escola e igreja foi perfeita e cumpriu o objetivo da Educação Adventista, que é levar Jesus para quem ainda não O conhece. Minha filha e meu marido também foram batizados. Minha história não acaba aqui. Em 2011, resolvi fazer o vestibular na Universidade Federal do Paraná para o curso de Pedagogia, fui aprovada, me graduei e entrei na Escola Adventista de Araucária em 2015 não somente como uma mãe de aluno, mas como professora. Para mim, trabalhar aqui vai muito além da informação, é educar, ensinar a fazer amigos, é poder conhecer cada aluno, fazer parte da vida deles e eles fazerem parte da minha, é orar por cada um deles. Essa é a característica que marca a Escola Adventista, o contato humano que vai muito além do profissional, é fazer parte da vida educacional, física, emocional e espiritual. Participar da história da escola de Araucária, tendo minha filha como uma das primeiras alunas e que, desde muito pequena orava para que a escola tivesse uma sede própria; e, além disso, ver esse sonho realizado, não tem preço. Agradeço a Deus por ter providenciado a Escola Adventista não só para produzir conhecimentos, mas por ensinar valores que jamais serão esquecidos, e o mais importante, transmitir a promessa de que existe um Deus que zela por cada um de nós e a certeza que Ele voltará cheio de glória e nos levará para um lugar preparado para aqueles que O amam de todo o coração.

SEXTA 16/06

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos”. Salmos 139:23

Mônica Jeseli Pacondes da Silva

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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POR QUE ME ESCOLHEU?

SÁBADO 17/06

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designeis para que vá e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele lhe concederá. ” João 15:16

Leila Cristina Cavalheiro de Almeida

Graduada em Letras. Pós-graduada em Educação Infantil e Anos Iniciais. Professora de Inglês. Escola Adventista Vista Alegre.

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ntrei na rede em 2003, assim que me formei. Fiquei durante três anos trabalhando em quatro escolas adventistas, lecionando inglês, e então saí. Passei alguns anos achando que este não era meu lugar. Tempos depois retornei, mas algumas coisas desagradáveis aconteceram que me fizeram desistir de ser professora. Quando olhamos para trás, pensamos muitas vezes que Deus nos abandona e não compreendemos a razão de “infortúnios” em nossa vida. Muitas vezes deixamos de ouvir sua voz e tentamos tomar as nossas próprias decisões. Tentei fazer várias outras coisas durante alguns anos. Por fim, o tempo foi passando, e a vontade de servir a Deus começou a crescer. Mudamos de lugar, e para nossa felicidade, encontramos uma igreja do tamanho que sonhávamos para congregar. Pequena, com apenas dois anos de vida, precisando de pessoas dispostas a ajudar. Mas estava faltando trabalho. Meu marido ficou desempregado e começamos a viver momentos difíceis. Passei várias vezes em frente à Escola Adventista e não sentia a menor vontade de retornar à sala de aula. Depois de muita luta interior, orei, pedi a Deus que se fosse de sua vontade que eu retornasse para a Rede, que Ele abrisse o caminho e que ali me fizesse entender o seu querer para minha vida. Fui chamada para uma entrevista. Eram poucas aulas, mas esperei. No mesmo dia recebi uma proposta tentadora de uma outra empresa, oferecendo-me seguro, manutenção do carro, combustível, plano de saúde e de carreira, um salário considerável; “muitos benefícios”. Fiquei durante quase duas horas sendo entrevistada. A pessoa que me entrevistou, fez muitas perguntas e então chegou a ponto de dizer: “-Veja bem! Você sabe como é a vida de um professor! Seu salário é baixo e o incomodo é imenso! E, se você quer ganhar dinheiro, está no lugar certo! ” Disse-me que de todas as pessoas que havia entrevistado, eu era a única que tinha o perfil que a empresa buscava. Confesso que saí de lá muito confusa. Entrei no ônibus e durante o trajeto até em casa, li em um muro: “Mais vale um pouco com Deus do que o muito sem Ele. ” Aquilo foi direto ao meu coração. Cheguei em casa, indecisa ainda, mas muito mais incomodada. Orei novamente e pedi a Deus que me ajudasse a tomar a decisão correta pois estávamos precisando muito de dinheiro. No momento em que terminei a minha oração, o celular tocou e para minha surpresa era a coordenadora da Escola Adventista dizendo-me que um dos professores de inglês havia pedido redução da carga horária. Consequentemente, mais aulas sobraram. Perguntou-me se eu aceitava o desafio de trabalhar do Pré ao 9º ano. Desde então, entendi que ser uma professora na Escola Adventista é muito mais que apenas uma profissão: é uma Missão e sinto-me abençoada e feliz, dia após dia, ao perceber que Deus me trouxe de volta; porque Ele está preocupado não somente com a minha salvação, mas com a salvação de todos com quem entramos em contato diariamente. Principalmente nossos alunos. Tenho orado constantemente para que Deus me dê Sabedoria para que, de alguma forma, eu consiga mostrar aos meus alunos como “O Céu é Doce! ”.


MUDANÇAS

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o ano de 2005, desempregada, estava em casa cuidando do meu filho mais novo, Israel, na época com 3 anos de idade. Em uma tarde recebo a visita de uma professora do Colégio Adventista, pois meu filho mais velho Sérgio, estava na instituição e estava no 4º ano EF. Estávamos conversando e fazendo um lanche e a professora me perguntou qual era minha profissão. Respondi que era formada em História e que já havia trabalhado tanto na rede particular de ensino quanto na pública. Veio então o convite para uma substituição docente na área de História. A princípio fiquei muito feliz com a oportunidade profissional e a possibilidade de ser professora de uma escola cristã e muito conceituada na cidade, mas ao mesmo tempo tive muita insegurança, pois o fato de lecionar em uma escola particular já é bastante desafiador, mas, ser uma professora engajada em uma missão que envolve mais do que ensinar, era muita responsabilidade! Não seria nada fácil. Já conhecia a filosofia e proposta da educação Adventista, pois meu filho era aluno há tempos. O medo e a insegurança persistiram. Pensei: Vai ser difícil, mas irei a entrevista pois, depois de ter tido meu segundo filho estava na hora de voltar a trabalhar. Foi assim que a minha relação com a Educação Adventista começou. Fui contratada. Dois meses depois vivi um dos piores momentos de minha vida, meu pai estava muito adoentado, acabou falecendo no dia 09 de abril. No Colégio recebi dos meus recentes colegas o carinho que estava necessitando naquele momento: palavras de conforto, compartilhamento de experiências do cotidiano me ajudando a compreender a ação diária de Deus em minha vida... Desde então, venho conhecendo e estudando aspectos da filosofia Adventista e também como educadora Adventista me aperfeiçoando cada vez mais. Durante esse período de 11 anos, completei mais uma graduação na área que sempre sonhei, Educação Física, e mais duas especializações. Lembro-me da primeira Capacitação em Curitiba, quando entrei no auditório de um Colégio, estavam recebendo os professores com a música “Maior que Tudo”. Eu chorava muito, não entendia por que, mas ao longo dos anos entendo muito bem. Estava frágil e carente do amor de Deus. Em algumas das mensagens de Ellen White para os educadores está escrito “todos que ensinam em nossas escolas devem ter uma união íntima com Deus e uma perfeita compreensão de sua Palavra, a fim de possuir a sabedoria e o conhecimento divinos necessários na obra de educar jovens para sua utilidade nesta vida e para vida futura e imortal” (Mensagens Escolhidas V.2, 1987a, p.425, 426). Um fato que marcou a mudança positiva no meu relacionamento com Deus e com a Igreja é o estudo da Palavra. Não costumava ler a Bíblia em casa, apenas na hora do Evangelho ou em outras cerimônias na igreja, hoje, possuo outra visão com relação ao conhecimento da Palavra de Deus. Fiz cursos Bíblicos, tanto da religião Adventista como na minha Igreja. Era de minha vontade querer ter conhecimentos básicos e tentar me aprofundar, entendo que sem a Bíblia o cristianismo é apenas uma religiosidade vazia, que independente da religião é dever do cristão e, não somente estudar a Bíblia, mas saber amá-la. Muitas coisas mudaram em minha vida a partir do contato com a Rede Educacional Adventista, a prática da oração, cuidados com a saúde, o equilíbrio espiritual melhorou muito, sinto que me tornei uma pessoa melhor, mais humilde, solidária, alegre, dinâmica, motivada, com mais controle emocional. Concordo com o educador Douglas Menslin quando diz em seu livro (O que esperam de mim como Educador Adventista V.II p.45) que como “Profissional Adventista, devo ter o compromisso de compreender qual o plano geral de Deus para minha vida, pois, de forma direta, influenciará o meu desempenho em minhas atividades profissionais”. Que Deus nos ajude a compreender hoje qual é o plano dEle para nossa vida.

DOMINGO 18/06

“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17

Kelly Cristina Lins

Graduada em História e Educação Física. Pós-graduada em Educação Física Escolar e Psicopedagogia. Professora de História e Educação Física. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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VOVÓ MARIA, ESCOLHIDA PARA MARCAR GERAÇÕES – PARTE I

SEGUNDA 19/06

“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre” Apocalipse 22:5

Sarah Suzane Bertolli Gonçalves

Graduada em Letras. Mestrado em Estudos Linguísticos. É coautora de livros didáticos para o Ensino Fundamental I e autora do livro Rio de sangue e outros contos pela CPB. Também é revisora de textos do IF Goiano.

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S

empre me inspirei em mulheres da Bíblia: Rute, Ester, Rebeca, Sara e tantas outras pioneiras de nossa fé; mulheres que foram guiadas pelo Senhor. Também admiro algumas mulheres com quem tenho a honrosa oportunidade de conviver, em especial minha mãe Sergeneide e minha sogra Júlia, mulheres de oração e louvor. Entretanto, hoje compartilharei sobre outra matriarca que amo: Minha avó Maria – antes “das Dores”, agora “de Jesus”, seu nome de missionária. Quando eu era criança minha família morava em Curitiba e minha avó, que sempre viveu em João Pessoa, nos visitava todos os anos. Eram semanas inesquecíveis de passeios e histórias antes de dormir. Gostávamos também porque ela sempre trazia pipocas e presentes! Porém, o mais importante era sua presença contagiante e forte. Naquela quarta-feira, ela se arrumou como de costume, com suas roupas brancas de igreja, bem passadas. Usava a trança lateral e um perfume suave. Minha irmã Gabrielle e eu também colocamos nossos vestidos para ir à Igreja Adventista do Sétimo Dia do Parigot de Souza. Papai trabalhava noite e dia e mamãe precisava ficar em casa para cuidar da caçulinha Rebeca, que nascera com alguns problemas de saúde e demandava muitos cuidados e muitas orações. Seríamos, portanto, somente nós três caminhando pelas calçadas curitibanas. Estava frio, mas as altas conversas ecoavam na rua escura e aqueciam nossos corações. Já na igreja, antes da pregação, um ancião se levantou e perguntou quem estava responsável pela mensagem musical especial daquela noite. Silêncio e hesitação. As pessoas olhavam umas para as outras e o vento assobiava lá fora. Sem disfarçar o desapontamento, o senhor perguntou mais uma vez, o que pareceu um lamento: “Quem louvará nesta noite, irmãos? ” A igreja permanecia muda. Foi quando aconteceu algo memorável.


VOVÓ MARIA, ESCOLHIDA PARA MARCAR GERAÇÕES – PARTE II

M

inha avó, tomando a minha mão e a de minha irmã, rumou para o púlpito e abriu seu hinário no hino 418, “O Jardim de Oração”. Sua voz era forte, o silêncio solene, nossas vozes infantis acompanhavam a melodia celestial. Cantamos o hino todo, a igreja se uniu ao louvor e foi tão lindo. Houve choro naquela noite fria. Choro de alegria, desses que aglutinam sorrisos e olhos brilhantes, desses que a emoção ruboriza as faces de grata satisfação – pela vida, pela família, pelas dores e pelas superações. Entretanto, a maior alegria era a esperança de viver eternamente em um lar de amor e glória; a plena felicidade que nos envolveu, que nos fez ouvir o coro dos anjos, que preencheu o silêncio de nossos corações com paz e harmonia, foi Jesus. Para ele cantamos. A timidez de outrora se verteu nessa felicidade, também por louvar junto com Dona Maria de Jesus, uma mulher paraibana escolhida para marcar gerações, uma senhora com setenta anos de caminhada rumo ao Céu. Hoje liguei para ela, meu coração ansiava por respostas, aflita por uma situação, pedi que vovó orasse por mim. Ela me alertou: “Sarah, temos que lutar para alcançar a vitória e lutar é difícil”. Fiquei refletindo em suas palavras. Não há teoria filosófica humana, por mais profunda e complexa que seja, que supere a sabedoria que vem do Senhor, que alcance a experiência de uma vida de muitas lutas e algumas significativas vitórias. Recordo novamente daquela quarta-feira. É quase possível sentir o vento gélido, cujos uivos foram abafados pelas contagiantes risadas de duas garotinhas felizes porque sentiram a presença de Deus. Já em casa, vovó nos colocou para dormir com um doce “Durmam com os anjos”. Sei que dormi mesmo, pois sabia que eles tinham cantado conosco naquela noite especial. Sonhei com Jesus e com O Jardim. Lá não haverá mais noite, nem frio, nem distâncias, nem saudade. Muito em breve e juntos estaremos com o Senhor naquele lugar de eternal perfeição.

TERÇA 20/06

“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre” Apocalipse 22:5

Sarah Suzane Bertolli Gonçalves Graduada em Letras. Mestrado em Estudos Linguísticos. É coautora de livros didáticos para o Ensino Fundamental I e autora do livro Rio de sangue e outros contos pela CPB. Também é revisora de textos do IF Goiano.

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QUARTA 21/06

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.” Jeremias 29:11

Angélica

Aluna do 5º ano do Colégio Adventista do Portão.

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BUSCANDO SALVAÇÃO EM MEIO AOS ESCOMBROS

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or problemas de uma vida familiar desestruturada, fui retirada da minha família e levada a morar em uma Unidade de Acolhimento Institucional. Fiquei em um abrigo desde os oito anos e considerava estes lugares uma “prisão”, pois são cheios de regras, ali vi questões nunca imaginadas, inclusive, estudar numa escola Adventista. Aquilo, para mim, foi a gota d’agua. Sem saber ao certo o que era tudo aquilo, fui gradativamente me apaixonando pela escola, pelas amizades, pelos ensinamentos e descobri ali, o meu talento para a música. Aos onze anos mudei para outra Unidade de Acolhimento Institucional de meninas maiores, esta casa não tem nenhuma referência religiosa e ali, o preconceito sobre crenças e sobre alimentação é muito grande. Graças a Deus, esta nova “casa” procurou outro Colégio Adventista, mesmo eles não sendo da Instituição Adventista. Ao chegar no Colégio Adventista Portão, ganhei uma Bíblia da Secretária do Colégio, que me recebeu como afilhada, levando-me para a sua casa aos finais de semana (com autorização judicial). Li toda a Bíblia infantil em duas semanas, e me deliciava com as histórias. Depois ela me deu uma Bíblia “normal”, bem maior, a qual também estou terminando a leitura e, da mesma forma, bebendo as histórias. Pedi que os padrinhos me ensinassem por que a alimentação deles é diferenciada, eles então leram comigo, e me explicaram, Levíticos 11. Isso foi encantador e, na Unidade de Acolhimento Institucional, peguei a Bíblia, li e falei sobre animais imundos para uma colega, ela também entendeu e já não come mais carne de porco e seus derivados. Estou falando de Jesus para todas as meninas onde moro. Problemas? Todos os seres humanos têm, mas Jesus está sempre pronto e perto a nos ajudar, e a Escola Adventista é tudo em minha vida. Hoje estou no 5º Ano do Ensino Fundamental no Colégio Adventista e com 12 anos, sou Adventista do 7º Dia batizada. Meu passado ficou para trás. Aprendi que amo cantar e também ouvir as histórias contadas em sala de aula. Mas fico mais feliz ainda em dizer que a Bíblia se tornou a minha melhor amiga. Tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro, quando ainda nenhum deles existia. Salmo 139:16


EIS-ME AQUI!

D

esde pequena fui instruída a participar das programações da igreja em que frequentava, porém nunca senti alegria por estar lá, não me completava, sentia-me vazia, e na verdade achava perda de tempo. Porém, aos 16 anos, algo novo aconteceu! Estava no terceiro ano do Ensino Médio, e neste ano conheci uma nova amiga, a qual mais tarde se ofereceu para estudar a Bíblia comigo. Aceitei seu convite e a partir daí passamos mais tempo juntas. Junto com o estudo, comecei a frequentar o Clube de Desbravadores, conheci meu namorado, fiz novos amigos e comecei a frequentar a mesma igreja de minha amiga, a Igreja Adventista Central da Lapa. No ano de 2010 tomei a decisão pelo batismo. Foi uma grande alegria! Até porque, os meus pais se faziam presente junto comigo naquele momento. Mas foi a partir desse momento que comecei a refletir sobre o propósito de Deus para minha vida, o que ele queria de mim, como usar os meus dons na sua obra e como testemunhar de Seu amor para os meus pais e para todos que viviam ao meu redor. Como eu estava cursando a faculdade ainda, consegui trabalhar em uma Escola Privada com crianças até 5 anos, eu os ensinava a cantar músicas cristãs, ensinava-os a orar, mas ainda não me sentia completa. No ano de 2012, depois de passar meses em comunhão diária com Deus, tomei uma grande decisão em minha vida, resolvi enviar um e-mail para dois colégios adventistas para tentar uma vaga em algum deles, e confesso que no início era algo que me dava medo, principalmente pelo fato de viver longe de casa, mas Deus, desde o início, estava preparando todo o caminho e, principalmente, o meu coração. Na quarta-feira enviei o e-mail para os colégios, na quinta-feira um deles me respondeu marcando uma entrevista para a terça-feira seguinte. E, neste mesmo dia, à tarde, eu já estava contratada para lecionar no Colégio Adventista Portão, onde estou até hoje. No início não foi fácil viver longe dos pais, amigos e de casa. Mas Deus tinha um propósito para minha vida, Ele colocou em meu caminho pessoas para me amparar nos dias difíceis e, o principal, Ele me capacitou para ensinar e amar os meus alunos. Hoje me sinto completa e feliz por marcar uma geração de crianças e pais, e o mais importante, por falar do amor de Jesus. Quando Deus nos chama, não importa as dificuldades que tenhamos que enfrentar, devemos falar como Isaias: “Eis-me aqui, envia-me a mim! ”.

QUINTA 22/06

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” Isaias 6:8

Mariana Ferreira Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Coordenação Pedagógica. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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ORAÇÃO RESPONDIDA

SEXTA 23/06

“Pedi, e vós será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta vós será aberta. Pois todo o que pede recebe; quem busca acha; e, ao que bate, a porta será aberta”. Mateus 7:7 e 8

Ana Cristina de Farias Rios Graduada em Letras e Pós-Graduada em Metodologias aplicadas à Educação. Professora regente do 3º ano do Ensino Fundamental I. Colégio Adventista Portão.

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Q

ue decisão tomar? Uma menina de 16 anos, Você às vezes acha que Deus não responde suas orações? Com certeza aquilo que você pede em oração é algo que julga necessário, afinal, não oramos pedindo coisas inúteis. E diante da urgência de alguma situação que vivemos, às vezes não vemos nada acontecer. Parece que Deus não está ouvindo nosso clamor e muitos cristãos ficam tentados a desistir. Em Mateus 7:7-8 Jesus prometeu: “Pedi, e vós será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta vós será aberta. Pois todo o que pede recebe; quem busca acha; e, ao que bate, a porta será aberta”. Essa passagem bíblica é a garantia de que nossas orações serão respondidas. Mas para que isso aconteça temos que ter algumas coisas em mente: A confiança em Deus, a perseverança e aceitar a Sua resposta. Em um dia de aula normal, fiz a meditação com meus alunos e conversei muito sobre o poder da oração. Sempre que pedimos com fé, temos a resposta de Deus. Os meus alunos ouviram aquela meditação e seguimos a aula normalmente. Ao final da aula quando estava me despedindo deles, um aluno me puxou pelo braço e disse que precisava muito falar comigo. Eu falei para ele me esperar um pouco para que eu pudesse me despedir dos seus colegas. Então eu o chamei, sentei na cadeira para que pudesse ficar na sua altura e ver seus olhinhos. Ele me disse: “Professora é verdade que Jesus escuta nossas orações e que Ele pode nos atender? ” Olhei nos olhinhos dele e disse: “Claro que sim meu anjinho. Jesus ouve nossas orações. ” Ele me contou que naquele final de semana seu pai iria fazer uma viagem e me pediu para fazer uma oração, para que Jesus cuidasse de seu pai. Pedi para ele segurar minha mão e de joelhos oramos juntos pedindo que Jesus protegesse seu pai e o trouxesse em segurança para casa. Ele me abraçou muito forte agradeceu. Passados algumas semanas ele voltou, e mais uma vez disse que precisava falar comigo. “Professora, lembra daquele dia em que eu pedi para a senhora fazer uma oração para Jesus cuidar do meu pai e trazê-lo em segurança para mim? Jesus respondeu a minha oração e hoje eu peço para a senhora orar por mim e pela minha família novamente, pois faremos uma viagem e sei que, se a senhora orar, vai dar tudo certo e faremos a viagem em segurança. Meus olhos se encheram de lágrimas e ali eu pude ver que Deus me deu uma missão: Marcar uma geração. Quando nos convertemos e aceitamos Jesus como nosso Salvador, aceitamos também que nossa vida seja guiada por Ele, acreditando que Ele sabe o que é melhor para nós. Então, quando oramos, precisamos mostrar para Deus que confiamos Nele. Antes de pedir algo, devemos colocar nas mãos de Deus se aquilo é o que Ele deseja para nossa vida. Talvez Ele tenha outra alternativa para resolver nosso problema. Lembre-se que a perspectiva de Deus é muito melhor que a nossa, e é por isso que confiamos nEle.


ESCOLHIDO PARA A MISSÃO

D

eus encaminhou-me para esta missão de ensinar quando, ainda no ensino médio, meus colegas pediam para ajudar-lhes com as dificuldades. Ali, notei que essa era minha vocação. Fiz faculdade, mas trabalhava na área de informática em uma empresa de Telecomunicações, ganhava muito bem e podia manter minha família e ajudar os meus pais. Passado algum tempo, essa empresa foi terceirizada e pediram para que eu fosse trabalhar em Curitiba ou pedisse demissão. Como não quis deixar tudo que havia construído em minha cidade, principalmente minha família, optei em pedir demissão. Lembro que, no último dia, indo ao trabalho e não me envergonho de falar, eu chorei no caminho, perguntando a Deus o que eu iria fazer, como iria sustentar minha família e ajudar meus pais. Deveria arrumar tudo até as 11h da manhã, e, quando terminei de arrumar a última caixa, novamente pedi ajuda e solução a Deus. Passados alguns minutos, recebi uma ligação do então diretor do colégio adventista, Pr. Edir Wolff. Ele pediu para que eu fosse conversar e fazer um teste pois havia uma vaga para professor de matemática e outra para professor de física. Felizmente consegui as duas vagas. Não fiquei nem dois dias desempregado e estou na educação adventista há 16 anos. O verso bíblico de Hebreu (13:5) não saía da minha mente: “De maneira alguma te deixarei, nunca, jamais te abandonarei”. Existe uma grande necessidade de preparar uma nova geração de professores que sejam capazes de pensar sobre o que estão fazendo e o porquê de fazerem. Temos a obrigação de ensinar e preparar nossos alunos para competir nesta terra, nosso serviço é propiciar ao nosso aluno oportunidades planejadas que favoreçam o desenvolvimento de aptidões, agilidades e maneiras que o transformem num cidadão, mas o nosso proposito principal é preparar cidadãos para a nova terra. Nosso verdadeiro propósito é “restaurar no homem a imagem de seu Criador”. Gradativamente, as amizades e a família estão sendo substituídas por computadores e celulares, tornando nossa realidade fria e sem sentido. Há um resgate a ser feito na educação. Devemos educar nossos alunos para que possamos ampará-los das forças e tendências modernas que os destroem, educá-los de tal maneira que possam ser vencedores no conflito entre o bem e o mal. Tenho a certeza de que Deus me colocou com a missão de transformar vidas, sei que não é fácil, mas tenho que integrar fé e ensino desde o momento que eu saio de casa. Professor da Rede Adventista não é contratado, é escolhido.

SÁBADO 24/06

“Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão. ” Salmos 127:3

Ramez Kamel Hosni

Licenciado em Matemática e Física. Especialista em Gestão Escolar e em Educação para Jovens e Adultos. Professor de Matemática. Colégio Adventista Guarapuava.

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DOMINGO 25/06

“Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa”. Salmos 57:2

Karen Daniele Duarte Tosi Formada em Normal Superior em Biologia Professora regente do 5º ano do Ensino Fundamental I. Colégio Adventista Portão.

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REALIZANDO SONHOS

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odas as coisas são possíveis para aqueles que acreditam. Ninguém que vá ao Senhor com sinceridade de coração ficará desapontado. Assim como todos, sempre tive sonhos, e muitos. Um deles, o ser professora, queria seguir os passos da minha mãe, profissão admirada desde os primórdios. Após o magistério, fui cursar Normal Superior/Pedagogia. Outro sonho guardado, um seguimento do primeiro, o de ser professora da Educação Adventista, da qual fui fruto. Nasci em lar Adventista, frequentei a igreja, fiz parte dos Desbravadores, seguidora dos princípios, mas optei pelo batismo no ano de 2003; momento qual me senti preparada. Sempre mantive uma relação intima com Deus. No ano seguinte decidi ir em busca do meu sonho. Na segunda-feira anterior ao início do ano letivo, fui até a Mantenedora da rede de educação entregar meu currículo. Ao retornar para casa, minha mãe orou: “Senhor, que a pessoa ao analisar o currículo da Karen encontre o encanto que ela tem com a profissão”. Minha experiência era curta, estava cursando a graduação ainda e tinha poucos cursos. Na quarta-feira, recebi a ligação da Coordenadora para fazer uma entrevista no dia seguinte. Foi um momento ímpar, e consigo lembrar ainda do frio na barriga. Na entrevista, iniciamos com uma oração e suas próximas palavras foram: “Karen, fiquei muito satisfeita com a análise que fiz em seu currículo, tão jovem, mas com uma experiência ampla para sua idade. Tenho duas opções: Araucária ou Santa Efigênia”. Escolhi Araucária e na semana seguinte comecei a lecionar como professora da Educação Adventista. Deus fez parte dos meus sonhos. Ainda temos muitos outros a realizar, mas por enquanto, fico com a minha missão: mostrar para meus alunos este Deus que se preocupa com cada um dos meus alunos. E não vejo a hora de me encontrar com eles e vivermos para sempre no Céu!


PEQUENO GRANDE HOMEM

F

az 17 anos que trabalho no Colégio Adventista Boa Vista. Quando entrei exercia duas funções: Recepcionista e Auxiliar de Biblioteca. Mas, após dois anos, fiquei só na biblioteca. Durante estes anos fui me apaixonando por esta função e, uma das atividades que gosto muito é a de incentivo à leitura, que envolve a contação de histórias para os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental até ao 5º Ano; e sempre procurei de alguma forma colocar Jesus nas histórias. No começo de março de 2016, quando contava uma história para os alunos do 2º ano, uma aluna comentou que jogava vídeo game aos sábados à tarde. No mesmo instante Rafael, um aluno adventista, saiu em defesa do sábado, afirmando que o sábado era o dia do Senhor e que ela não deveria jogar aos sábados. Outro aluno, Samuel, rebateu dizendo que o dia do Senhor era o domingo, não o sábado. Rafael que é bem branquinho, chegou a ficar vermelho. Na hora não percebi a oportunidade que tive de acabar com aquela discussão, falando sobre o sábado e acabei pedindo que eles ficassem em silêncio para eu continuar a história. Durante a semana aquele episódio ficou em minha mente e quando encontrei Rafael no recreio fui parabenizá-lo por sua atitude e prometi que na próxima semana, durante as atividades na biblioteca, eu iria ler na Bíblia o que Deus falava sobre o dia de guarda. Quando chegou o dia, os alunos já estavam sentados esperando a história e eu havia esquecido da promessa que tinha feito, mas Rafael não. Ele juntou as duas mãozinhas e olhou para mim, dizendo em voz baixa: “A Bíblia, a Bíblia! ”. Na mesma hora fui na estante, peguei a Bíblia, relembrei a conversa com os alunos e pedi para um deles ler Êxodo 20:8: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar”. Depois comentei que a Bíblia é a palavra de Deus e que o que está escrito nela é verdadeiro. Então, lancei a pergunta para que eles mesmos respondessem: “Que dia está escrito na Bíblia que Deus mandou que guardássemos? ” Em coro as crianças responderam: “O sábado”. Rafael, este pequeno grande homem, que usou toda a sua sinceridade infantil, para defender sua fé, olhou para mim, me deu um sorriso que nunca mais vou esquecer, e com certeza, muito menos Jesus. Que Deus continue nos dando oportunidades para que, os alunos que não conhecem Jesus venham conhecê-lo por meio do nosso exemplo e palavras.

SEGUNDA 26/06

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer, não se desviará dele”. Provérbios 22:6

Roseli Krause Auxiliar de Biblioteca. Colégio Adventista Boa Vista.

26 - Jogos da Amizade

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ESCOLHAS GUIADAS POR DEUS

TERÇA 27/06

“Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunha contra ti, que te propus a vida e a morte, a benção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência. ” Deuteronômio 30:19

Daniel Lemes dos Santos Graduado em Matemática. Escola Adventista Santa Efigênia.

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A

vida e formada por uma sucessão de escolhas, elas podem ser pequenas ou grandes, mas todas têm grande importância e devem ser tomadas com bastante critério e orientação de Deus. Muitas vezes fazemos escolhas que nos parecem boas, mas nem sempre são as melhores. Cursei o Ensino Fundamental e Médio no Colégio Adventista de La Paloma, na cidade de La Paloma no Paraguai. Aprendi muito sobre as escolhas que teria que fazer durante minha vida futura, fui muito bem orientado por bons professores, os quais jamais esqueçerei neste mundo até a volta de Jesus. Na época eu não tinha claro a carreira que pretendia seguir, com o tempo, descobri que tinha bastante facilidade na área das exatas e, foi nesse contexto, que meu professor de matemática começou a me incentivar a seguir a carreira de licenciatura ou bacharel em matemática. O tempo passou e comecei a pensar e ver que realmente queria estudar matemática, mas eu ainda estava começando o Ensino Médio e parecia que essa decisão ia demorar bastante. Terminei o Ensino Médio em 1999, naquela região, não tinha faculdade, procuramos outra cidade para que pudesse continuar os estudos. Decidimos mudar para Curitiba. Aqui, as coisas não eram tão fáceis como eu imaginava, e a situação econômica da família não estava boa, por isso, fiquei sem estudar e comecei a trabalhar na construção civil. O ganho era pouco e com o passar do tempo, ficava mais distante o sonho de seguir uma carreira universitária. Em 2005 tudo começou a mudar; consegui um bom trabalho, com boa remuneração, mas nada de estudar. E, estando em um bom trabalho, desisti de seguir uma carreira universitária; mas foi nesse momento que Deus começou a me mostrar mais intensamente que queria algo diferente para mim. Em março de 2005 comprei um carro, um sonho de consumo de todo jovem e tudo parecia bem, mas um domingo à tarde estava indo ao trabalho quando me envolvi em um acidente, uma colisão frontal, onde perdi tudo o que havia conquistado em anos anteriores. Foi nesse momento que Deus lembrou-me que meu objetivo era outro, ser um professor, mas o desafio era grande e não tinha condições econômicas. No entanto, ouvi Deus claramente falar comigo, me dizendo para seguir em frente, que Ele estaria comigo. Nesse contexto, resolvi fazer vestibular na Universidade Federal do Paraná, e para minha surpresa, passei em todas as fases. No segundo semestre de 2006 comecei o curso de Matemática e desde então, passei por várias dificuldades, mas Deus sempre me guiou e me amparou nos momentos difíceis. No ano de 2016 de forma maravilhosa comecei a trabalhar na Escola adventista de Santa Efigênia para honra e glória de Deus. Devemos deixar Deus guiar nossas escolhas. Por vezes elas não parecem as melhores, mas com Deus no comando certamente sua vida será uma benção.


VOCÊ ACREDITA?

M

inha esposa e eu estávamos radiantes. Finalmente um oftalmologista estava conseguindo examinar os olhos de nossa filha de modo mais detalhado, já que as cinco ou seis consultas anteriores não tinham resultado em nada. Nos últimos meses, nossa preocupação vinha aumentando e um dos olhos da pequena teimava em focar para o outro lado! Alguma coisa estava errada. As passagens constantes por consultórios e hospitais desde o nascimento, os longos tratamentos, antibióticos, inalações e as famosas injeções tinham criado em nossa filha uma aversão por pessoas de branco que se transformava em desespero ao nos aproximarmos de qualquer sala de exames. Consulta após consulta, depois de espetáculos de choro, socos e chutes no ar, recebíamos envergonhados o diagnóstico de que era para estar tudo bem, que deveríamos nos acostumar, deveria ser alguma dificuldade na visão. Mas não naquele dia, finalmente a consulta estava caminhando bem! Nossa alegria durou pouco. As explicações do médico terminaram com uma receita em nossas mãos. Além de um tratamento, nossa filha precisava de óculos, e era urgente; o problema estava se agravando rápido. Saímos do consultório para a ótica da esquina, e a nossa preocupação agora voltou de outra forma. A solução do problema custaria caro, o extrato da conta bancária mostrava que o dinheiro tinha terminado, e o mês ainda estava pela metade. Como é fácil acreditar quando tudo vai bem. Como é tranquilo conversarmos sobre a fé quando a geladeira está cheia de coisas boas, quando a saúde é perfeita, quando o sol está brilhando em um céu azul, temos dinheiro na carteira e na conta bancária, o trabalho está fluindo, o relacionamento vai bem e as discussões andam longe da nossa casa. A Bíblia está repleta de histórias maravilhosas, de manifestações de fé de gente como a gente, de milagres grandiosos! Mas quando tudo muda rápido, a tempestade escurece o céu e falta quase tudo, como acreditar? Parece que as histórias bonitas só acontecem com os outros, em outro tempo, em outro planeta! Por que Deus não se manifesta mais como fazia nos tempos da Bíblia? Ah, mas acredite, Ele ainda se mostra real. A verdade é que Ele continua bem presente. O mesmo Deus, o mesmo cuidado, e inclusive os mesmos milagres! Seja na resposta imediata a uma oração, na proteção invisível dia após dia, ao encontrarmos um médico que faz um diagnóstico correto, ou na ciência moderna que descobre meios de aliviar a dor. Deus continua presente, atento, disponível e pronto. Confesso que voltamos para casa bem preocupados naquele dia. Ao abrirmos a porta do apartamento, no décimo andar do edifício em que morávamos, havia um envelope no chão, com um bilhete... e dinheiro. Um serviço prestado há muito tempo, já esquecido, estava sendo pago. E, adivinhe? O valor era suficiente para pagar pelos óculos que a nossa filha precisava. Deus sempre cuida dos Seus escolhidos; por isso, Ele continuará cuidando de você, acredite!

QUARTA 28/06

“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. I Pedro 5:7

Jeferson Elias de Souza

Formado em Administração. Pós-graduado em Gestão Educacional. Diretor da rede de Educação Adventista na região Central do Estado do Paraná.

28 - Olimpíada de Matemática

(6º e 7º EF II) – 2ª Final

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IR AONDE DEUS MANDAR

QUINTA 29/06

“Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! ” Isaías 52:7

Taysa Nascimento dos Santos Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Graduanda em Artes. Professora regente do 2º ano. Colégio Adventista Boqueirão.

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S

ou natural do interior de Sergipe e me tornei adventista aos 10 anos através do Clube de Desbravadores. Desde que comecei a frequentar a igreja, me tornei muito ativa como diretora de escola sabatina, diretora jovem entre outras atividades, com isso sempre amei estar na igreja. Então, coloquei em meu coração que falaria do amor de Deus por onde eu fosse. Passado algum tempo, tomei a decisão de viver uma experiência nova, vendi livros durante alguns meses para poder pagar meu curso no IAENE, um internato na Bahia, lugar que guardo no meu coração. Lá fiz o curso de Pedagogia e vivi experiências incríveis, juntamente com o tempo de férias que passei colportando em vários lugares desse país. Nesses quatro anos, vivi experiências ao lado de Deus que transformaram a minha vida por completo. No final do curso, no último período, fiz parte do 1º grupo de estagiários da faculdade, que faria um intercâmbio com as escolas adventistas do Sul do país. Fiquei durante dois meses no Colégio Adventista Boqueirão (CAB), e no final do estágio, recebi a proposta do Professor Homero para trabalhar no Paraná. Vi como mais uma oportunidade que Deus estava me dando de testemunhar e falar do seu amor, por isso, aceitei sem hesitar. Hoje, trabalho na mesma escola que fiz o meu estágio, e já é o meu quinto ano como professora do 2º Ano do ensino fundamental. Trabalhar na Escola Adventista tem sido uma extensão daquilo que tomei como propósito de vida, falar do amor de Deus. Todos os dias percebo que nada é em vão, tudo que vou falar ou viver no dia que se inicia precisa ter um propósito. É nessa escola que posso falar abertamente do amor de Deus para os meus alunos e auxiliares que estão comigo em sala de aula, seja de forma direta ou indireta. É aqui que, ao final de cada atendimento, posso fazer uma oração com os pais dos alunos e ver o agir de Deus. Ser professor não é uma missão fácil, mas é recompensador saber que a sua influência não é momentânea, alguns resultados nem sempre são imediatos, mas Deus tem um propósito para tudo. De uma forma ou outra, eles internalizam o que fazemos em sala de aula. Ser professor é sentir a dor do aluno quando ele se machuca, sofrer junto quando ele não vai bem em uma prova, orar com ele quando diz que os pais não estão bem em casa ou ajudar diante de uma necessidade. Ser professor é ensinar com a própria vida que Deus é amor. Não é necessário ir tão longe para fazer a diferença na vida de alguém. Precisamos fazer algo onde estamos, para que a nossa vida não seja em vão. Que o nosso pensamento de cada dia seja o de quão formosos são os nossos pés, as nossas mãos e a nossa voz ao falar constantemente do nosso Deus.


DEUS É BOM O TEMPO TODO, O TEMPO TODO DEUS É BOM

C

onsidero um presente do Pai Celestial estar hoje trabalhando no melhor lugar do mundo. No final de 2015 eu estava no 3º ano do ensino médio, decidida a cursar Direito por influência do meu pai. Diariamente ia de transporte escolar estudar e sempre parávamos na Escola Adventista, eu olhava a escola, a forma com que os funcionários tratavam aquelas crianças com tanta dedicação, e foi aí que Deus tocou meu coração; e cada dia, ao passar pela escola, me imaginava trabalhando em um lugar tão abençoado. O tempo foi passando e eu decidi orar para Deus me revelar qual o caminho que eu devia trilhar e assim, percebi a cada dia, que o curso de Direito não era a vontade de Deus em minha vida, mas sim a Pedagogia. Eu estava decidida a ser uma professora! Mesmo sem quase nenhuma experiência com crianças e com educação, resolvi mandar um currículo e logo entrar na faculdade. Escolhi confiar em Deus pois os Seus planos nunca falham. Algum tempo depois conversei com o diretor da instituição, ele disse que o quadro de funcionários estava completo, mas a escola ia crescer e eu precisava orar muito para chegarem novos alunos, assim eu poderia ser contratada. Novamente eu confiei no Pai, e no dia 26 de fevereiro de 2016 fui chamada para começar a trabalhar. Foi um dia muito especial, pois consegui meu primeiro emprego em um lugar maravilhoso preparado por Deus para mim. As primeiras semanas de trabalho foram de adaptação, mas fiquei encantada. Os dias foram passando e fui melhorando, a forma de me tratarem dentro da escola fez eu me sentir especial, competente e amada. Todos tiveram paciência com as falhas que acabei cometendo e me ajudaram a melhorar e crescer. Hoje a escola adventista de Araucária é a maior bênção na minha vida, sofro de depressão e déficit de atenção e existem dias tristes em que estou desanimada, mas ao chegar em meu ambiente de trabalho, logo todos os sentimentos vão embora. Os cultos para os funcionários me transmitem uma paz imensa, as crianças trazem uma alegria tão contagiante que é impossível não sorrir e voltar a ser criança ao lado delas. Quão enorme é o amor de cada uma delas pelos professores. É lindo de se ver e sentir o carinho que há entre os funcionários, um se importando e ajudando o outro. Amo trabalhar na rede adventista, me sinto mais que especial passando a palavra de Deus para os pequeninos. Hoje sou auxiliar de turma, mas o meu sonho é me tornar professora e ficar por anos nesse lugar tão adorável e abençoado. Me sinto abençoada. Deus tem um plano maravilhoso na vida de cada ser humano, às veze é preciso pararmos um pouco e deixarmos agir a vontade dEle em nossa vida e simplesmente descansar nos braços do Senhor, confiar; já que os planos de Deus nunca falham

SEXTA 30/06

“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará”. Salmos 37:5

Fernanda Paulino Padilha Graduanda em Pedagogia. Auxiliar de turma do 1º ano do Ensino Fundamental I. Escola Adventista Araucária.

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360º

SÁBADO 01/07

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e tudo ele fará”. Salmos 37:5

Adriana Moreno Rebonato Formada em Matemática. Especialista em História da Cultura Afro. Professora de Matemática do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Boa Vista.

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udo parecia perfeito, eu e meu esposo concursados pela Prefeitura Municipal de uma cidade do interior do Paraná, tínhamos nossa casa própria construída com o esforço de nosso trabalho, os filhos andavam livremente por todos os lados pois não havia perigo algum. Certo dia recebemos um convite de uma pessoa daqui de Curitiba, a senhora Marisa Wolff para participarmos de um encontro de casais com Cristo (ECC) que teria em Curitiba ministrado pela Igreja Adventista Central. Minha primeira reação foi de não aceitar o convite, e pensei comigo: “Nem adventista somos, não quero ir! ”. Mas, o chamado foi tão forte, que, quando dei por mim, já estávamos reunidos no Colégio Adventista Bom Retiro para partirmos até o local do encontro. Durante três dias senti muito forte a presença do Espírito Santo e, a partir daí nossa vida tomou um rumo totalmente diferente. Senti um desejo enorme de trabalhar em um Colégio Adventista e tudo foi tão rápido que após dois meses eu já participava de uma entrevista de emprego na Mantenedora da Educação Adventista para o centro do Paraná e, em julho de 2013, eu já estava trabalhando no Colégio Adventista do Boa Vista. Confesso que toda essa reviravolta não foi fácil. No início tive dificuldades em adaptação, como também meus filhos tiveram. Chorava todas as noites com desejo de voltar àquela tranquilidade, me sentia arrependida de ter tomado a decisão. Numa determinada noite, chorando muito, tomei a decisão de voltar e, ao amanhecer, comunicaria à família. Fiz minha oração e, em seguida, ao cochilar, ouvi uma voz doce e suave me dizendo: “Não vá embora, você tem uma missão aqui! ” Fiquei assustada, olhei para meu esposo e ele estava dormindo. Ao amanhecer, cheguei no Colégio e fui conversar com o Pastor Juscelino, foi aí que ele citou o versículo acima e se ofereceu para estudar a Bíblia comigo e com minha família. Em dezembro de 2013 aceitamos Jesus publicamente, ao sermos batizados. Hoje, frequentamos a Igreja Adventista de Fernando de Noronha e meus filhos participam do Clube dos Desbravadores. Nossa vida está transformada, pois deixamos de fazer muitas coisas que fazíamos antes para fazermos o que aprendemos ser o correto. Dificuldades? Muitas! Mas a sensação de sentir-se abraçada por Cristo a cada dia, faz renovar sempre nossa fé e esperança. Muitas respostas só terei quando Jesus voltar e, enquanto isso não acontece procuramos seguir Seus passos, falando de Jesus e de Seu amor para todos que tenho oportunidade.


TORNANDO SÁBIO OS INEXPERIENTES

A

reflexão sobre nossos atos é algo inevitável. Ao concluir uma leitura feita a pouco, pude entender que equilibrar a sabedoria e a ignorância, para a busca da melhora no comportamento, exige superação. Ser um professor pensante é desafiador, pois diariamente tenta repassar em seu trabalho, e em sua convivência com os alunos, conhecimentos que desafiam as mudanças globais exigindo reflexões e ações. O aluno precisa sentir-se seguro e estar em um ambiente atrativo, a caminhada é longa e enfrentamos muitos problemas em relação a educação, porém, quando temos uma educação pautada na glória de Deus, nos sentimos fortes e sabemos que lutar por aquilo que acreditamos é bom para nós e para aqueles que convivem conosco. Comecei minha missão na Educação Adventista no ano passado, e de lá para cá, tenho ficado impressionada com a filosofia da Rede. Trabalho em várias escolas e posso dizer que quando chega sexta-feira, dia em que tenho aulas no Colégio Adventista, saio de casa animada, pois sinto paz e refúgio naquele lugar. Como professora, ainda tenho muito a aprender nesta instituição. Peço que Deus possa me tornar sábia, na minha inexperiência, assim como afirmou o salmista. Porém, creio que as expectativas em relação ao ensino foram alcançadas, perceber que podemos servir a Deus levando sentido à vida de outros, fazendo com que a existência de Deus faça diferença na vida dos alunos é algo fantástico. Aprendemos a ensinar e obter conhecimentos todos os dias, porém, quando temos que falar de Deus é algo inexplicável, pois ele é perfeito e nós somos cheios de defeitos, tentamos seguir Seus passos procurando buscar sabedoria e conhecimento por meio de sua Palavra. Este é o meu maior desafio enquanto professora e ser humano. Refletir a imagem de Deus, marcando uma geração com amor e esperança.

DOMINGO 02/07

“A lei do Senhor é perfeita e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes”. Salmos 19:7

Andrea Gonçalves

Graduada em Letras. Professora de Espanhol. Colégio Adventista Guarapuava.

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EU SEI EM QUEM EU TENHO CRIDO

SEGUNDA 03/07

“Eu sei em quem eu tenho crido” II Timóteo 3:16

Ana Lúcia Felipe da Silva Graduada em Letras. Pós-graduada em Docência do Ensino Superior. Professora de Língua Inglesa. Colégio Adventista Boqueirão.

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“V

ocê vai estragar sua vida acadêmica. Deus quer que você seja feliz e isso só vai lhe trazer prejuízos. Fale com seu pastor e venha às aulas. ”Assim foi o início do diálogo entre um colega de sala e eu. “Essa questão não é entre meu pastor e eu, mas diretamente com Deus. Não venho às aulas da sexta-feira porque acredito assim e, se fizer ao contrário, irei contra os meus próprios princípios” – expliquei. O diálogo terminou com um sonoro “Você vai se arrepender!”. Compreendi bem a preocupação daquele colega, afinal, havia conquistado uma vaga em uma universidade estadual (UEM) com um nível de concorrência altíssimo e as aulas de sexta-feira eram exatamente as de Língua Portuguesa, ou seja, a principal matéria para um curso de Letras. No entanto, em meu coração não havia uma segunda opção. Fui motivo de piada do professor ateu de Língua Portuguesa durante todo aquele período e o que me restou foi fazer a matéria como dependência no ano seguinte. Durante o curso da dependência, meus colegas se surpreendiam a cada dia com os conteúdos que eu estava estudando e muitos chegaram a dizer que eu tinha saído no lucro por ter reprovado no ano anterior. Meu coração se encheu de alegria ao ver o quanto Deus havia me abençoado e estava certa, mais do que nunca, de que Ele estaria à frente de tudo. No terceiro ano, um susto: na disciplina de Língua Portuguesa, novamente enfrentaria aquele professor ateu do primeiro período. Decidi que não perderia meu tempo pedindo trabalhos extras para a bonificação de minhas faltas da sexta-feira. Por outro lado, lembrei que Deus havia me colocado ali e eu poderia presenciar um milagre. Chamei-o para uma conversa, explicando minha situação. Ele me interrompeu e disse: “Sem problemas! Eu me lembro de você! Só não falte nas aulas durante a semana. ” O milagre acontecera! Eu estava experimentando o amor do Criador, mas ainda estava angustiada, pois não sabia quais eram Seus planos para minha vida profissional. Precisava de algo em minha área e não tinha nada em vista. Até ficar sabendo que a Escola Adventista de Maringá precisava de uma substituta para uma professora que entraria em licença maternidade. Entrei para dar uma aula experimental e saí como professora de língua inglesa. Eu estava começando a entender qual era o propósito de Deus ao realizar Seus milagres. Em meio às lutas e vitórias, finalmente chegara o último e decisivo ano do curso de Letras! Mas ainda restava um temor, o de finalizar o curso de cinco anos em seis devido à disciplina da sexta. No entanto, Deus foi além: as aulas aconteceriam em horários agendados. Que Deus maravilhoso e perfeito! Em minha mente, Ele havia completado a Sua obra em minha vida acadêmica. Embora não fosse participar da colação de grau, eu era obrigada a entregar minha beca na sexta a partir das 18 horas. Antes de entregá-la, decidi ficar até o pôr do sol e prestigiar pelo menos alguns colegas recebendo seus certificados. De repente, uma amiga adventista chegou entusiasmada e me disse que, excepcionalmente naquele ano, a entrega dos certificados seria simultânea, o que diminuiria o tempo de duração. Ela colocou minha beca, foi me puxando para o ginásio, em meio àquela multidão, e, com o coração acelerado, as lágrimas incontidas molharam meu rosto! “Que Deus é esse? O que fiz para merecer tanto? Vale a pena servir a Ti, Senhor. ” Meus colegas e amigos se surpreenderam! Sim, eu estava lá, sozinha, sem pai nem mãe, sem faixas com o meu nome, mas estava com o Criador do universo, aquele cujo amor é imensurável. Fui embora como se estivesse flutuando de tanta alegria e gratidão. Fechei meus olhos e pude dizer a mim mesma: “Eu sei em quem eu tenho crido. ”


OS PLANOS DE DEUS SÃO MAIORES QUE OS NOSSOS – PARTE I

À

s vezes não entendemos por que as coisas ocorrem de determinadas maneiras. Mas o que não entendemos é que os planos de Deus para nós são maiores do que os nossos. Não enxergamos como Ele, nem conseguimos imaginar as maravilhas que Ele prepara para nossa vida. É por isso que temos que confiar, deixar as coisas na mão dEle e não nos preocuparmos com o que há de ser. Desde criança eu tinha o desejo de estudar na Escola Adventista. Nasci num lar adventista, mas esse sonho não se tornou real, pois morávamos na zona rural de uma pequena cidade do interior do Paraná e era uma época muito difícil. As condições financeiras e o difícil acesso não permitiram que eu avançasse nos estudos e nem realizasse o meu desejo. Conclui apenas o ensino “Primário” numa escolinha rural. O tempo foi passando e a nossa situação ficou ainda mais complicada, por isso meu pai decidiu que sairíamos daquele lugar. Com muitos sonhos e a perspectiva de retomar os estudos, encaixotamos tudo. Nosso destino era a cidade de Araucária, que faz parte da região metropolitana de Curitiba. Na cidade, que para mim era grande, fui aprendendo a viver; e aos poucos, percebi que a realidade não é como nos sonhos e que acontece tudo muito rápido. Com muito esforço retomei os estudos e conclui o famoso segundo grau no ensino público. Tempos depois me casei e quando engravidei, sofri muito com um problema de coluna que foi se agravando, mesmo depois do nascimento do meu filho. Eu fazia tratamento com injeções e fisioterapia, mas nada adiantava. Chegou ao ponto de o médico recomendar que eu evitasse pegar meu filho no colo enquanto estivesse em pé. Após dois anos, numa manhã de sábado, tivemos a visita de um pregador que era o líder da Educação Adventista para a nossa região. Em sua fala, ele nos disse nossa igreja tinha uma boa estrutura e poderíamos ter uma escola Adventista no fundo da igreja. Meu coração se alegrou com a notícia e, no ano seguinte, a escola se estabeleceu em nossa cidade.

TERÇA 04/07

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta”. Mateus 7:7

Leila Frazão

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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QUARTA 05/07

“Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta”. Mateus 7:7

Leila Frazão Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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OS PLANOS DE DEUS SÃO MAIORES QUE OS NOSSOS – PARTE II

A

pequena escola literalmente começou do zero e foram recrutadas apenas duas pessoas para o trabalharem na escola, além da diretora que também lecionava em uma das turmas. Apenas três funcionárias para trabalhar na nova escola! No ano seguinte a inauguração da escola, meu filho completara cinco anos e o matriculamos ali. Finalmente uma parte do meu sonho se realizara; como foi emocionante vê-lo com aquele lindo uniforme azul. Com o significativo crescimento da escola, fui convidada pela diretora para ficar uma semana em experiência no período da tarde. Quando coloquei o jaleco branco e passei a mão no símbolo da educação, cheguei a chorar de emoção. Mas eu tinha um grande problema, as crises de dor na coluna. Eu continuava fazendo os tratamentos com fisioterapias e injeções, mas isso não estava mais resolvendo e justamente na semana da experiência eu tive uma forte crise. Durante a manhã eu ficava na cama com uma bolsa de água quente nas costas, com muitas dores. Quando chegava perto do meio dia, a dor ia passando e eu saía correndo de casa, pois precisava pegar o ônibus para trabalhar na escola. Lá, eu pegava as crianças no colo, brincava com elas no parquinho e não sentia dor. Na manhã seguinte tudo se repetia, a crise era tão forte que eu mal podia sentar, mas no mesmo horário a dor começava a passar e eu novamente ia trabalhar na escola com se não tivesse nada. Isso se repetiu todos os dias em que estava na experiência. Foi uma semana de muitas orações, pois eu estava com muitas dores, e tinha medo que elas atrapalhassem meu desempenho no trabalho; mas ao mesmo tempo, ansiava por essa oportunidade, já que seria uma forma de realizar meu sonho, que ficara adormecido por muitos anos. Porém Deus não me respondeu, eu não sonhei, Ele não me deu um sinal, nada; nenhuma resposta. E, na sexta-feira, a diretora me perguntou se eu aceitaria ou não o trabalho. Na sexta-feira, antes da diretora falar comigo, eu orei a Deus e falei: “Pai, o Senhor sabe do meu problema de saúde, mas se Senhor me permitiu essa oportunidade, opere um milagre na minha coluna, pois quero te servir com o meu trabalho na educação Adventista, e ficarei lá até o dia que o Senhor permitir. ” Fui chamada pela diretora para falar sobre minha decisão, respondi que sim, que aceitaria o trabalho, mesmo sabendo que durante as crises eu não teria condições de trabalhar. Não falei nada para ela sobre o meu problema, apenas confiei em Deus. Na segunda feira não tive dor, aliás, naquela semana, naquele mês e nos onze anos que estou na Escola Adventista Araucária. Deus operou um milagre em minha vida, a resposta dEle foi que eu deveria ter fé e acreditar que Ele tudo pode fazer, basta crer e confiar. Deus está disposto a nos ajudar em todos os momentos, só depende de nós darmos o primeiro passo.


LANÇA TEU PÃO

T

ive o privilégio de nascer em um lar adventista. Passei todas as fases da minha vida envolvida com a igreja, alguns momentos de forma ativa e em outros nem tanto, principalmente na fase de adolescente para jovem. Estudei em escolas seculares e, felizmente, também estudei na Escola Adventista de Ponta Grossa. Jamais sonhei que um dia seria professora dessa unidade, me sinto muito orgulhosa ao fazer parte dessa família. Sempre soube que todo cristão precisa pregar o evangelho de alguma forma, conforme o seu talento. Então, percebi que sendo professora, também poderia pregar aos meus alunos. Compreendo que nos últimos anos tenho tido algumas experiências nesse sentido, tenho aprendido que além de ministrar os conteúdos, nós professores, temos a oportunidade de testemunhar aos alunos acerca do amor de Cristo em sala de aula ou onde quer que estivermos. Sou professora do Pré III, e dentre as muitas experiências que já vivenciei em minha jornada docente, guardo uma especialmente em meu coração. Tive uma aluna chamada Marina, sua família não conhecia a igreja. A mãe, por ter outros filhos em idade escolar, já conhecia várias outras instituições de ensino e quando conheceu a Escola Adventista sentiu-se muito acolhida e satisfeita com tudo que sua filha vinha aprendendo. Foi muito marcante para a família o dia em que eu e minha auxiliar fomos visita-los. Não esperando essa iniciativa da parte da escola, sentiu a formação de um laço afetivo. Após algumas semanas, recebemos uma surpresa muito agradável. Eram muitas flores e uma carta escrita com carinho, a mãe mostrava-se estar muito feliz e radiante com a Educação Adventista, cuja base está nos princípios cristãos e eram justamente esses princípios estavam fazendo a diferença na vida de sua família. A mãe relatou que ao dirigir-se para casa, Marina ia cantando as músicas aprendidas na escola, recontava as histórias bíblicas e ensinava sua família a orar em todos os momentos. A partir de então, comecei a levar a Marina comigo à igreja que frequento, percebi nos seus olhinhos a alegria e entusiasmo ao participar nas atividades. Atualmente, a mãe tem deixado a Marina na classe do Jardim aos sábados. O que mais impressiona, é que essa mãe, apesar de professar uma fé bem diferente da nossa, tem permitido que a filha obtenha tão importante conhecimento com relação a palavra de Deus. Creio que uma pequena semente está sendo plantada, e que poderá germinar e dar frutos no futuro. Nosso papel como servidores de Deus é orar, fazer a nossa parte e deixar que o Espírito de Deus atue no tempo determinado. Tenho a plena convicção que fui escolhida para marcar uma geração e tenho me esforçado para este lindo propósito. “A criança é como trigo, precisa de boas terras, sementes escolhidas e lavrador inteligente” – Plutarco.

QUINTA 06/07

“Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. ” Eclesiastes 11:1

Jeanne Cristina Stankiwich Gaspar Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Ponta Grossa.

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UM SONHO REALIZADO!

SEXTA 07/07

“Deleita-te no SENHOR, e Ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e o mais Ele fará”. Salmos 37:4 e5

Thaisa Maria da Silva

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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esde muito pequena frequentei a igreja com minha família. Lembro-me perfeitamente de todos os sábados da educação, ficava encantada em conhecer como era a escola adventista e cada ano que passava, aumentava mais e mais a minha vontade de estudar nessa escola criada e sonhada por Deus. Eu e meus pais fazíamos planos para que eu fosse para o internato da Educação Adventista, o UNASP, porém, devido às dificuldades financeiras dos meus pais, infelizmente não tive a oportunidade de realizar meu sonho. Os anos se passaram, quando estava no final do ensino médio, ainda não havia decidido o que fazer, em sonho Deus resgatou um dos meus objetivos que já haviam ficado no passado. No sonho, eu estava estudando no Unasp. No dia seguinte retornando do trabalho fui até uma lan house, e em um bate papo, encontrei um amigo que trabalhava no Colégio Adventista de Hortolândia. Conversamos por vários meses até que decidi ir conhecê-lo pessoalmente. Chegando lá, ele me levou para passear no campus do UNASP que fica na cidade de Hortolândia, perto de Campinas (SP). Fiquei encantada, percebi que ali, a história estaria apenas começando. Deus já havia planejado sonhos especiais para minha vida! Porém, iriam se concretizar no tempo de Deus. Naquela mesma semana, ainda em SP, recebi uma ligação do meu amigo dizendo que estavam precisando de funcionários no colégio; naquele momento percebi que Deus realmente estava guiando minha vida de uma forma inexplicável. Na mesma semana fiz a entrevista e o teste! Fui contratada. Voltei a Curitiba, arrumei minhas malas, despedi de minha família e fui concretizar meu sonho. No ano de 2010, fiz o vestibular e fui aprovada no curso de Pedagogia. Durante toda minha trajetória acadêmica, senti diariamente os cuidados de Cristo, seu amor, misericórdia e sou testemunha viva de Seus milagres! Ele fez o impossível acontecer a partir do momento que recebi uma bolsa de estudos. Ele mostrou seu cuidado quando me deu a oportunidade de morar em uma casa mobiliada gratuitamente por dois anos, me mostrou que eu não estava sozinha quando me presenteou com amizades valiosas. Hoje não tenho uma família, mas sim duas, pois a família Zagui me acolheu, ajudou e me amou todos esses anos. Depois da formatura, ainda trabalhando no colégio, decidi voltar para casa e, mais uma vez, meu Senhor deu a direção. Encaminhei por e-mail meu curriculum para diversas escola em Curitiba. Deus me mostrou que o Colégio Adventista Portão seria meu Lar. Hoje, quando entro na sala, todos os dias agradeço a Jesus pela oportunidade de trabalhar em sua obra! Eu amo o que faço! Sou infinitamente grata a Deus pela vida dos meus alunos, e o meu sonho é ver cada um deles no céu! Não desista dos seus sonhos, permita-se ser guiado por Cristo! Pois os sonhos dEle para sua vida são bem maiores do que você pode imaginar!


A EDUCAÇÃO ADVENTISTA NA MINHA VIDA

O

meu envolvimento com a Educação Adventista começou em 1979, quando cursei a 7ª Série do Ensino Fundamental, quando o prédio da Escola Adventista ficava nos fundos da Igreja Central de Curitiba. Tudo começou porque estudava na escola pública e tinha aulas aos sábados, essa situação deixava meus pais preocupados e, estudando os livros de Ellen White sobre a Educação, entenderam a importância de seus filhos estudarem numa escola cristã. Para que isso acontecesse, foi necessário construir uma casa nova e a mudança para Curitiba. Nesta unidade foram dois anos e mais três no Instituto Adventista do Paranaense (IAP) cursando o Técnico em Magistério. Foram anos incríveis, pois realmente a Educação Adventista deixa marcas, como as atividades espirituais, a amizade e, é claro, o ensino de boa qualidade pautada nos princípios bíblicos. Agradeço aos meus pais por este investimento, não poderia ter recebido melhor herança do que esta: A oportunidade de estudar na Educação Adventista. O esforço de meus pais para que seus cinco filhos estudassem na educação Adventista, fez crescer em mim o respeito que hoje tenho por esta instituição e entender que é um projeto de Deus. Em 1984, recebi o convite para ser professora da turma do 2ª Série do Ensino Fundamental, na Escola Adventista Floriano Peixoto, hoje, Colégio Adventista Boqueirão. Agora passava a viver o outro lado da moeda, com a missão de aproximar os alunos do amor de Deus, com o foco no desenvolvimento mental, físico e espiritual de cada criança. Atuei por 6 anos na sala de aula e acredito que este trabalho é primordial para o avanço do evangelho, pois todos os dias os professores têm a oportunidade de mostrar o Deus maravilhoso que nos ama e cuida de nós em todos os aspectos da nossa vida. Afastada por um tempo, recebi um segundo convite, agora para trabalhar como bibliotecária no Colégio Adventista Boa Vista e Colégio Curitibano Adventista Bom Retiro. Decidi que se fosse convidada novamente não perderia a oportunidade de, mais uma vez, participar desta missão. E lá se vão 19 anos trabalhando como bibliotecária no Colégio Adventista do Boa Vista, organizando bibliotecas para que os alunos possam conhecer por meio da leitura e da pesquisa o amor de Deus. Outro contato com a Educação Adventista foi na posição de mãe, tenho um casal de filhos, a Priscila e o Bruno, que na minha opinião, são os mais lindos e inteligentes, conceitos, é claro, de toda mãe coruja. Como mãe sempre quis o melhor para meus filhos e não pude abrir mão de colocá-los na Educação Adventista. Esta decisão me ajudou na formação do caráter deles, pois todos os valores que ensinava em casa, eram confirmados na escola, além é claro, de fortalecer a vida espiritual deles por meio das mensagens cristã que ouviam e conversas com os professores, das quais pude sentir a influência na vida deles. Então, a Educação Adventista faz parte da minha vida no aspecto educacional, profissional e espiritual. Realmente é um instrumento de Deus na terra para salvação, porque ensina que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, sabedoria esta que leva para vida eterna.

SÁBADO 08/07

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Salmos 111:10

Raquel Pinto Correia

Bibliotecária. Colégio Adventista Boa Vista. Especialista em Gestão de Bibliotecas e Psicopedagogia.

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TUDO TEM SEU TEMPO

DOMINGO 09/07

“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? ” Salmo 8: 3 e 4

Edna Marli Ferreira Franco Machado

Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional; Terapia Familiar e Educacional. Orientadora Educacional da Educ. Infantil ao 9º ano EF. Escola Advetnista Santa Efigênia.

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la não tinha mais que um metro de altura, mas já sonhava em ser uma professora com cabelos longos e livros nos braços. Após as aulas, voltava para casa fingindo ser professora, em um braço levava os livros, no outro a mochila, e um lenço escorria pelos ombros fazendo papel de cabelo. Ao chegar em casa, o sonho não acabava: Sua lousa era uma tabua, seu giz era um carvão e seus irmãos, os alunos prontos a aprenderem a lição. Ela amava ir à escola e ver a sua querida professora Maria – motivo de sua inspiração, mas nem imaginava que naquele dia a professora não iria e nunca mais seria vista pela garota. Tudo aconteceu no ano de 1970, um dia normal com todos os outros, levantou-se, se arrumou e caminhou para rotina da escola com uma flor para dar à professora, mas, no lugar da Maria estava a Dorotéia, um nome fictício que deu para pessoa, que comandava as crianças naquele dia. A professora havia sido substituída por outra que não era amável e tratava as crianças com rispidez. E naquele dia ao invés de palavras carinhosas, recebeu palavras de desagrado e resolveu que não queria mais ser aluna e muito menos professora. Saiu pela porta da frente para nunca mais retornar àquela escola. O sonho foi interrompido e ficou adormecido durante dez longos anos quando, ela resolveu que tinha que voltar a estudar, já com quase 18 anos. Matriculou-se no Colégio Dezenove de Dezembro no centro de Curitiba e lá, um jovem falou de Jesus, dos Adventistas e da Escola Adventista. “Quem era aquela mortal para que Deus se lembrasse dela”? Ninguém. Mas mesmo assim Ele nunca a esqueceu, apenas estava retardando seu tempo de estudo para que ela fosse preparada para conhecer a mensagem do advento e no tempo certo, cumprisse sua missão na Educação Adventista. Hoje, após 44 anos, quando escrevo essas palavras, falo de mim, da criança, da mulher, da professora e da coordenadora que me tornei. Falo das marcas, do cuidado protetor de Deus que sonha para mim muito mais do eu posso imaginar. Durante muito tempo não entendia o que tinha acontecido, mas com o passar do tempo eu descobri que meu tempo não é o mesmo de Deus e que a obra que sonhou para mim é a mais importante que existe na face da terra. É a arte de educar e educar para a vida eterna.


ESPELHO, ESPELHO MEU... – PARTE I

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ada um tem sua história e a minha começou em Cambará, uma pacata cidade do Paraná, na qual vivi até os meus dezenove anos. Nesta época, eu era uma jovem fascinada pelo mundo, porém, tudo o que estava vivendo não preenchia meu coração. Então, decidi entregar minhas vontades a Deus. Me matriculei em um cursinho, passei a me envolver mais com as atividades da igreja e mudei meus finais de semana – não saía mais com minhas amigas no “bobódromo” da cidade, assim nós chamávamos as avenidas alguns anos atrás, nos sábados à noite. Mas, entre um dia e outro, no processo de mudança, me deparei chorando dentro de um banheiro, olhando para um espelho que ficava em cima de uma máquina de costura da minha mãe. Me sentia triste e olhando para aquele espelho depois de algumas horas, tomei a decisão de ir para um colégio interno como minha mãe o fizera no passado. Fui em busca de tudo que precisava, e mesmo com o desestímulo de alguns, não desistia. Quanto mais me falavam que eu não conseguiria, mais eu acreditava que daria tudo certo. Durante alguns meses aquele espelho foi meu companheiro, muitas vezes me trancava no banheiro, pegava o espelho, colocava no chão e ao olhar para a imagem que refletia no espelho, eu só conseguia chorar. Esse foi um processo que me aproximou de Deus, pois ali aprendi a orar, clamar ao Senhor, confiar e esperar. Em um final de tarde, tocou o telefone: Era a assistente social da Universidade me dizendo que a bolsa de estudos solicitada havia sido aprovada. A alegria era tremenda, por isso, saí correndo até onde minha família estava para compartilhar tamanha alegria. Naquele dia também fui visitar meu “amigo espelho”, e contar-lhe tudo o que estava acontecendo na minha vida e foi neste momento que detectei que um milagre havia acontecido, pois Deus era a pessoa que eu conhecia para me indicar a receber a tão concorrida bolsa. Cursei um ano de Publicidade e Propaganda. Achou estranho? Você estava pensando que fui cursar pedagogia, não é? Foi lá na universidade que me senti chamada a trabalhar na educação. Então, como sempre, fui orar no espelho.

SEGUNDA 10/07

“E todos nós, com o rosto desvendado, comtemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. II Coríntios 3:18

Taísa Barbieri

Graduada em Pedagogia. Diretora do Colégio Adventista Guarapuava.

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ESPELHO, ESPELHO MEU... – PARTE II

TERÇA 11/07

“E todos nós, com o rosto desvendado, comtemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. II Coríntios 3:18

Taísa Barbieri Graduada em Pedagogia. Diretora do Colégio Adventista Guarapuava.

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ursei um ano de Publicidade e Propaganda. Achou estranho? Você estava pensando que fui cursar pedagogia, não é? Foi lá na universidade que me senti chamada a trabalhar na educação. Então, como sempre, fui orar no espelho. Depois de “falar” com o espelho, tomei toda a coragem do mundo para ir conversar com o diretor, que naquela época era o Pr. Douglas Menslins, disse a ele que iria prestar outro vestibular, agora para pedagogia. Mas precisaria fazer o curso de pedagogia em 3 anos, ao invés de 4, pois essa era a duração restante da minha bolsa de estudos. Ele concordou, e as benção não pararam. A minha bolsa que era de 75% no primeiro ano, passou a ser de 100% naquele ano que iniciei pedagogia, a alegria foi imensa. Nunca havia pensado em trabalhar na educação, porém a Educação Adventista em um ano mudou minhas perspectivas e naquele um ano, Deus colocou o propósito em meu coração de servi-lo. E aqui estou, contando para vocês os detalhes de como fui chamada. Nestes anos todos, nunca perdi o hábito de orar na frente do espelho. Ao estudar um pouco sobre a Bíblia, aprendi que no tempo de Cristo os espelhos não eram tão polidos quanto são hoje. A imagem refletida no metal era distorcida pela sua superfície irregular. Por isso, era necessário que se buscasse uma posição de onde se pudesse ver com mais precisão. Compreendi que o reflexo de Jesus no espelho, conforme citado pelo apóstolo Paulo, é uma imagem distorcida de sua bondade, misericórdia e amor, mas em breve, o veremos em sua plenitude. Hoje vemos como que por um espelho, porque nossa mente está de certa forma enfraquecida, porém um dia, muito em breve, poderemos ver sem espelho, face a face, quando o Senhor Jesus voltar nas nuvens dos céus.


DESAFIO QUE SALVOU VIDAS

Estávamos no final de mais um lançamento de matrículas. Momento festivo de encontros, atividades realizadas, cumprimento de metas, brindes, prêmios e novos desafios. Durante a programação, fomos convidados a nos reunir em grupos, por escola, e cada um deixar sua marca num quadro, com o compromisso de falar do amor de Jesus para alguém. Pensei muito naquele momento, o que fazer e como fazer. Então, ali, embaixo daquela árvore, decidi que deixaria minha marca e pensaria em algo para fazer. Daquele momento em diante meu cérebro teimava em lembrar a todo instante do que eu havia me proposto. Pensei até em me desculpar pra Deus e dizer que aquilo não daria certo, que eu não sabia como fazer. Como faço parte de um grupo de mulheres da minha igreja, pensei em convidá-las para fazermos algo juntas. Mas não deu certo. No sábado seguinte, fui pregar em uma igreja bem pequena, um grupo de 8 pessoas. Enquanto pregava, ouvi bem claro Deus me dizendo para fazer um trabalho ali. Para mim, parecia uma igreja sem futuro. Tentei não pensar no assunto, mas naquele momento entrou um adolescente e sentou no último banco e ficou olhando todo o tempo para mim enquanto pregava. Enquanto cantávamos, o último hino ele foi embora. Quando terminei de pregar, perguntei se eles me apoiariam se eu fizesse uma série de estudos da Bíblia ali e um senhor disse que abriria o local para mim. Naquela mesma tarde, saí de casa em casa naquele bairro, convidando para que viessem cantar num coral e para estudar a Bíblia. Naquela igreja, durante alguns anos, uma senhora havia convidado as crianças da vizinhança para virem à Escola Sabatina, e agora essas crianças já eram adolescentes. Após uma semana, iniciei os estudos e o coral. Para minha surpresa a igrejinha lotou. Durante 35 noites estive lá. Após trabalhar o dia todo em sala de aula, saía da escola e às 18h30 já podíamos ouvir um belo coral. Logo após, estudávamos a Bíblia. Naquele mesmo ano, o ano do desafio, catorze pessoas se entregaram a Jesus. Alguns meses depois, mais cinco pessoas, e agora, eram os pais daqueles meninos que entregavam a vida a Jesus. Gostei do desafio e desse ano em diante, tenho feito esse trabalho em vários lugares. Dezenas de pessoas já foram batizadas. Eu mesma, vou de casa em casa fazendo o convite, e as pessoas vêm! Como é bom falar do amor que Jesus tem por mim!

QUARTA 12/07

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. ” Marcos 16:15

Edy Rederd Trefilis Zacarias Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Aconselhamento Familiar e Educacional.

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DIFICULDADES E SUPERAÇÕES

QUINTA 13/07

“Como são preciosos para mim os teus pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!” Salmos 139:17

Luíz Gottwald

Bacharel em História. Mestrando em Ensino de História. Professor de História. Escola Adventista Ponta Grossa.

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omeçava a esfriar e os dias se tornavam gradativamente mais curtos. Para um estudante recém-formado estava ficando cada vez mais difícil arranjar um emprego, afinal, o ano letivo já havia começado; agora, só encontraria vagas na indústria, com oferta de mão-de-obra barata. Minha mãe trabalhava na rede adventista como auxiliar de limpeza, e o convite de um estágio voluntário surgiu. Estágio voluntário para alguém formado? Como estava sem emprego, decidi aceitar, começando a frequentar aulas com o professor Áureo Sato. A cada dia, o professor me fazia perguntas que os alunos deveriam responder como tarefa de casa. Nada era combinado. Era eu quem dava as respostas, assim, “na lata”. Quais foram as consequências da Batalha de Poitiers? Tinha de me virar. Quais as causas da Segunda Guerra? Respondia sem titubear. Quais são os princípios do criacionismo? Essa é fácil, pois aprendi desde o início de minha jornada que Deus criou céus e terra, assim como tudo que neles há. O professor não esboçava muitas reações; ensinava-me a corrigir trabalhos, revisar avaliações e elaborar projetos pedagógicos. Até que um dia, uma ligação encerrou o ciclo. Me falavam que ele havia saído da rede adventista, mas que havia me preparado para exercer a profissão de professor de História. Já faz oito anos, e todos os dias vejo que Deus tem abençoado meus passos. Minha mãe não trabalha mais na rede adventista de educação, mas sei que os propósitos de Deus são maiores que os vãos pensamentos humanos. A essência do poder de Deus transpõe limites históricos, geográficos, sociais. Ele sabe de todas as coisas e coloca os eventos certos para que aproveitemos as oportunidades oferecidas. Portanto, mesmo que dificuldades assolem sua vida acadêmica, profissional ou pessoal, lembrese que Deus o criou, cuidou de você, te concedeu uma família, te deu irmãos, colegas e amigos. Cada passo é conduzido por Ele e nenhuma folha cai sem que sua mão poderosa intervenha. Entrega teu caminho ao Senhor todos os dias, Ele sabe o que é melhor para você. Se assim o fizer, fará parte daqueles que são escolhidos para marcar uma geração.


VALE A PENA ESPERAR!

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uando pequena não tinha interesse em prosseguir com os estudos, minha intenção era arrumar um emprego e através deste, manter minha vida e realizar o sonho de ser mãe. Com 19 anos consegui um emprego na área comercial. Quando estava no segundo ano de trabalho conheci uma pessoa muito especial, com quem sou casada hoje, que era muito dedicado ao estudo e sonhava em ser engenheiro. Esse desejo de ter uma formação acadêmica acabou me levando a cursar graduação em Letras numa Faculdade particular. A vontade de ser professora no início não era tão instigante, mas no decorrer do curso, uma professora que amava o que fazia, acabou ajudando a brotar o amor pela educação em meu coração. Os dois primeiros anos foram muito cansativos, trabalhar o dia todo e a noite ir para a faculdade era muito exaustivo, mas não desisti, segui em frente e meu esposo, que na época era meu namorado, sempre estava ao meu lado junto com minha família, ajudando nas dificuldades e fortalecendo minha fé. Chegou a hora de pensar em trabalhar na área em que estava estudando. Sair do meu emprego atual era moleza, o problema seria conseguir um novo emprego, sem ter concluído o curso de graduação. Comecei a distribuir currículos nas escolas, inclusive na Escola Adventista de Ponta Grossa, que na mesma época, a professora de língua portuguesa estava terminando sua jornada de trabalho e se aposentando, pensava então que conseguiria a vaga, orei muito a Deus pedindo que ele continuasse me abençoando, e que se fosse de Sua vontade que eu conseguisse trabalhar nessa instituição, mas não foi dessa vez, uma colega da mesma faculdade que estava cursando o último ano foi chamada para assumir essas aulas que tanto almejava. Fiquei bastante chateada, mas entendia que Deus tinha um propósito em minha vida, e aceitei a dura realidade. Comecei a trabalhar substituindo professores na rede estadual em uma cidadezinha próximo de onde morava. Foi um ano muito difícil, tinha que viajar cedinho, ficar o dia todo e retornar à noite para estudar, sem contar o trabalho de conclusão de curso e os estágios que eram realizados no último ano. A experiência de trabalhar em uma instituição pública quase fez com que desistisse de ser professora, mas com muita oração, fé e força de vontade conclui o curso de graduação. O desejo de trabalhar na Escola Adventista crescia cada vez mais, e foi quando a professora Claudete, que morava próximo a minha casa, e que queria muito que eu trabalhasse na escola, me disse que estava se aposentando, por isso queria que eu a substituísse. Orei muito a Deus para que, dessa vez se concretizasse, e a resposta veio, despertando a curiosidade alheia, pois me ofereceram a turma do Pré V. E eu, formada para trabalhar como professora de língua portuguesa, porque aceitaria trabalhar com crianças fora da minha área de formação? Mas eu não queria apenas ser uma professora para ensinar sobre verbos, advérbios ou tipos de orações, eu queria impactar a vida dos meus alunos com a mensagem que aprendi no clube de desbravadores de “levar a mensagem do advento a todo mundo em minha geração”. Enfim chegou a hora, fiz uma especialização para poder trabalhar com o Pré V, lecionei para o 3º ano e hoje sou grata a Deus, porque estou lecionando para o 2º ano e cultivando o amor pela educação, e assim, conhecendo as etapas da formação do ensino fundamental I e crescendo cada vez mais com a ajuda do Espírito Santo, para não ser apenas uma educadora, mas também, uma esposa e uma mãe dedicada ao serviço de Deus. Agradeço muito a Deus por permitir que eu trabalhe em uma instituição que segue os princípios bíblicos e ajuda a milhares de pessoas a buscarem o reino dos céus.

SEXTA 14/07

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, afim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” João 15.16

Thainara Isabely Comin Laroca Rosa

Graduada em Letras Português/ Inglês. Especialista em Educação infantil e anos iniciais. Professora regente do 2º ano do ensino fundamental I. Escola Adventista Ponta Grossa.

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PROMESSA / MILAGRE

SÁBADO 15/07

“Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão. ” Isaías 45: 1

Islaine Santana da Cruz de Oliveira Graduada em Geografia. Pós-graduada em Metodologia do Ensino Básico. Professora de Geografia do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Boqueirão

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o ano de 2012, atendendo ao chamado de Deus para sair da minha terra e da minha parentela, que fica em Aracaju (SE), vim morar em Curitiba (PR). Porém, antes da minha partida, em dezembro, percebi Deus sussurrando em meus ouvidos a promessa do verso de hoje. Já começava a perceber o cumprimento de parte dessa promessa em minha vida, pois Ele deixava claro que estaria adiante de mim. Entretanto, ficava imaginando quais seriam as portas difíceis que seriam quebradas ou abertas. De uma coisa eu tinha certeza, Deus me mostraria quem É. Entre os anos de 2012 e 2014 trabalhei em algumas Escolas Adventistas na região do Paraná. E aqui encontrei uma família que me acolheu muito bem. Sentia-me em exercer a profissão docente como professora de Geografia. Durante esse mesmo período conheci um rapaz natural de Minas Gerais. Começamos a namorar em janeiro de 2015. Tempos depois nos comprometemos um com o outro, diante de Deus, através do casamento. Entretanto, algo me incomodava, pois, devido a questões de trabalho de meu esposo deixei Curitiba e fui para o Espírito Santo. Eu e meu esposo desejávamos voltar para o Paraná e desta maneira começamos os processos de tentativas. Tentamos o primeiro pedido de transferência e depois de muita expectativa recebemos a resposta, mas o processo foi negado. Diante de momentos em que a nossa fé é provada. Deus me fazia lembrar da promessa que Ele havia me feito. Não tinha dúvida que os planos de Deus não podem ser frustrados. Decidimos colocar por completo nossas vidas nas mãos dAquele que sabe o melhor para nós. Em fevereiro de 2016, iniciamos outra solicitação de transferência para a UTFPR, a partir de então, o processo começou a andar. Continuamos em oração, pois sabíamos que era impossível uma liberação por parte da UFES, pois já haviam negado outros pedidos de transferência, inclusive para a Secretaria do Tesouro Nacional. Durante o procedimento de transferência, que durou 5 meses, agimos completamente pela fé, certos de que assim como Ele abriu o Mar Vermelho no passado, abriria as portas para nós. Sendo assim, voltei a atuar em Curitiba, no Colégio Adventista do Boqueirão, onde leciono Geografia. Sou feliz por fazer parte da Educação Adventista que nasceu no coração de Deus. No final de junho, o reitor encaminhou o processo para elaboração do documento de transferência do meu esposo para a UTFPR. Deus é fiel e sempre cumpre suas promessas! Precisamos, assim como Abraão, confiar e colocar em Deus o nosso tudo, assim como Ester, orar e agir de acordo com a orientação Divina, assim como José, passar pela provação sendo fiel a Deus e confiando que os planos Divinos não podem ser frustrados. E, aprender assim como Moisés que, em meio ao impossível acreditou e atendeu o comando de Deus conduzindo o povo para atravessar o Mar Vermelho. Ele é Deus, cumpre o que prometeu e continua fazendo milagres.


VALEU A PENA

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ertamente, durante esse ano, você já deve ter ouvido muitas histórias bonitas de colegas de trabalho. Quero que vocês conheçam a minha, que poderá marcar a sua vida de alguma forma. Sou funcionário da Educação Adventista há dez anos. Hoje sou professor, mas, já trabalhei em outros setores também. Em 2012 eu era Coordenador de Disciplina em um de nossos colégios em Santa Catarina. Certo dia, um aluno do Terceirão veio até a minha sala pois tinha aprontado alguma coisa. Durante a conversa que tivemos, ele me disse que não acreditava em Deus entre outras coisas. Aquilo tocou meu coração e fiz a ele uma proposta. Perguntei se ele aceitaria participar do Geração 148, que acontecia no colégio toda sexta-feira à noite. Em troca, eu pegaria menos no pé dele dentro da escola. Ele topou. Na sexta-feira à noite lá estava ele no Geração 148, participou e gostou, começou a frequentar seguidas vezes o programa e depois de dois meses, ele procurou o Pastor do colégio, pois queria estudar mais a Bíblia para conhecer a Deus. Passado algum tempo, quando ele já estava estudando a Bíblia, no final de um encontro do Geração 148, ele procurou o Pastor ao final do programa e disse: “Valeu a pena eu ter encontrado a Deus”. Ninguém conseguiu entender a frase dele naquela hora. Dois dias depois esse aluno estava em casa, no seu quarto estudando, e pediu para que sua mãe fizesse um suco. Quando ela retornou com o suco, inacreditavelmente, encontrou o seu filho morto no chão do quarto. Como isso aconteceu? Não sei e nenhum perito também conseguiu descobrir. Mas uma coisa eu sei: Esse menino encontrou Jesus e estava preparado para encontrá-lo. E você, se acontecesse alguma coisa terrível em sua vida hoje, estaria preparado para ter um encontro com Jesus? Meu desejo é encontrar cada aluno meu um dia no céu. Não deixe as oportunidades de se aproximar de Deus passarem em sua vida, Deus quer cuidar de você e está te esperando no céu.

DOMINGO 16/07

“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”. Jeremias 29:11

Matheus Souza da Rosa Graduando em Química. Professor de Química do Ensino Médio. Colégio Adventista Boa Vista.

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TÚNICAS DE LINHO

SEGUNDA 17/07

“Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos. ” Êxodo 39:27

Priscila Ribas Teixeira Graduada em Letras. Pós-graduada em Educação Especial e Educação Básica e Ludicidade. Professora de Língua Inglesa. Escola Adventista Ponta Grossa.

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esde pequena, sempre gostei da escola; tinha uma grande admiração pelas minhas professoras e pensava que, quando eu crescesse, poderia ser como elas. Um dia, ganhei um quadro-negro e uma caixa com giz coloridos, gostei tanto, que passava horas brincando com meu presente, e com ele, até ajudava minhas irmãs menores em suas tarefas escolares. O fato é que, a partir dessa época, passei a realmente a tomar gosto por “ensinar” e, alguns anos mais tarde, tornei-me professora. Hoje sou muito feliz trabalhando em uma Escola Adventista. A escola, na verdade, é um lugar especial, pois nos permite conhecer várias pessoas, bem como suas enriquecedoras experiências de vida. Falo do ponto de vista do professor, porque em sua função, tem a possibilidade de relacionar-se com todos, dentro e fora da sala de aula. Neste aspecto, ele tem um papel muito importante, pois acaba influenciando a vida de seus alunos, mesmo sem se dar conta disso. Tudo que se faz em sala acaba refletindo de alguma forma sobre o aluno que, lá de seu lugar, observa atentamente ao modo como o professor age e conduz sua aula. O interessante é que, somos observados em quase tudo o que fazemos, sobre o que falamos, de que forma o falamos, de que maneira tratamos os outros. E, tudo isso fez-me lembrar de alguns homens do passado que, assim como o professor de hoje, viviam também diariamente rodeados por várias pessoas e, para exercer a função que tinham, usavam um especial traje branco, de linho. Esses homens, os sacerdotes do tabernáculo, detinham a importante missão de ministrarem as solenidades para o recebimento das ofertas e holocaustos, portanto, dessa maneira, sempre estavam às vistas das pessoas que para lá se dirigiam afim de prestar suas ofertas de sacrifício, de acordo com o que Deus lhes havia estabelecido que fizessem. Naquela época, o Senhor levantara homens escolhidos que deveriam realizar a importante obra no santuário pois, por meio de seus serviços, também deveriam ensinar ao povo acerca da vontade de Deus, bem como sobre o Santuário Celestial, daí o zelo e o cuidado necessários ao desempenhar tão nobre função. Assim como naquele tempo, Deus escolhera homens que, apesar de falhos e imperfeitos vieram a desempenhar Sua obra. Compreendo que hoje, a nós professores, é também confiada uma importante obra a qual vai muito além de apenas transmitirmos conhecimento científico em sala de aula, mas, sobretudo, são a nós confiadas responsabilidades de imensurável tamanho ao falarmos e testificarmos do amor de Deus a cada aluno, do sacrifício vivo realizado por Seu Filho em favor da humanidade. Nossa maior missão a ser desempenhada em nossa função é a de termos a oportunidade e o privilégio de podermos conduzir cada aluno aos pés de Cristo. Fazemos isso não somente através do que falamos, mas sobretudo, daquilo que ensinamos a cada aluno através das atitudes que temos ou da maneira como tratamos aos outros. Devemos, enquanto professores, estar sensíveis ao fato de que nossas ações falam muito mais alto que nossas palavras, não somente pela necessidade de não ofendermos aos outros, mas antes, porque nossos pensamentos, ações, e palavras devem ser “agradáveis perante a face do Senhor” (Sl. 19:14). Ao prestarmos nosso trabalho a cada dia, precisamos ter em mente a certeza de que fomos cuidadosamente escolhidos por Ele para esta função e, hoje somos chamados para a grandiosa missão, tão importante quanto a daqueles homens do passado que, desde aquele tempo, através da obra que faziam, apontavam para Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, único, perfeito e eterno.


OBSERVE, PERCEBA…

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o início do segundo semestre de 1986, após ter concluído a graduação de Estudos Sociais, recebi o convite para substituir a professora da Escola Adventista Floriano Peixoto, (atualmente Colégio Adventista Boqueirão), que se ausentara de suas atividades por estar em licença maternidade. Desde o período da faculdade já sentia o desejo de trabalhar em algum lugar no qual pudesse levar os alunos para mais perto de Jesus e aquela era a oportunidade que Deus estava me proporcionando. Foi nesta circunstância que adentrei pela primeira vez em uma Escola Adventista como professor, nascia ali uma relação de amor ao ensino, que se fortaleceu ao longo das últimas três décadas. Nas atividades desenvolvidas em sala de aula e no relacionamento com os alunos é possível ampliar os horizontes por meio do conhecimento que torna o estudante um cidadão neste mundo, ciente de seus direitos e deveres. Ensinar o aluno a observar o espaço geográfico é uma das funções inerentes ao ensino da Geografia. O grande desafio neste sentido é leva-lo para mais perto do nosso objeto de estudos, fazendo-o integrar-se ao ambiente além de perceber-se como principal elemento transformador do mesmo. Entretanto, o objetivo de maior alcance a ser atingido deve estar relacionado com a compreensão de que existe algo muito maior, que se encontra além daquilo que os olhos podem ver. Neste contexto, desenvolver aulas em campo ou atividades pedagógicas na natureza é uma tarefa extremamente prazerosa, afinal, ela foi a primeira e melhor das salas de aulas projetada pelo próprio Deus; utilizada ainda no jardim do Éden e posteriormente usada por Jesus, que encontravase constantemente ensinando nos montes verdes e à beira do Mar, dizendo aos seus alunos “olhai”, “vede”. Eis um momento único em que é possível conciliar a teoria à prática. O desenvolvimento de aulas em campo permite que a ciência (ensino) e a religião (fé) possam ser executadas de maneira simples e agradável, pois nestas atividades o aluno pode observar, ouvir, tocar, cheirar, enfim, perceber como as obras criadas por Deus revelam muito de seu poder, de sua inteligência, de sua bondade e misericórdia para com todos os seres humanos. Desta forma, ao longo destes anos tive o privilégio de levar centenas de alunos a fazerem atividades fora da sala de aula além de compartilhar com eles a existência de um Deus Criador, bem como da integração entre todos os elementos que compõe o geossistema.

TERÇA 18/07

“O Coração do homem traça os seus caminhos, mas o Senhor lhe dirige os passos”. Provérbios 16:9

Luís Roberto Halama Graduado em Geografia. Mestrado em Geografia. Autor dos livros didáticos de Geografia da Casa Publicadora Brasileira. Professor da Escola Adventista Santa Efigênia e Colégio Adventista Boqueirão.

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BONITA DE DOER

QUARTA 19/07

“A beleza é uma ilusão, e a formosura é passageira”. Provérbios 31:30

Jeferson Elias de Souza Formado em Administração. Especialista em Gestão Educacional. Diretor da rede de Educação Adventista na região Central do Estado do Paraná.

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ocê já ouviu a expressão “bonita de doer”? Essa era Audrey Munson! Ah, e dela também você nunca ouviu falar? A história dela é mesmo quase que desconhecida, exceto para quem viveu em Nova York no início do século passado. Vinda do interior do estado, ela chegou a capital em 1909, aos 18 anos de idade, com o sonho de cantar em um famoso coral. Ela era muito bonita, 1,77 de altura e tinha traços clássicos para a época. Iniciou a carreira de modelo, e mais tarde, tornou-se estrela de cinema. Em 1915, no auge de sua carreira, era considerada a “Vênus Americana”. Até hoje, quem visita a cidade mais populosa dos Estados Unidos, pode ver em muitas praças e prédios públicos, monumentos com figuras femininas belíssimas. Muitas dessas estátuas, como a que enfeita a Biblioteca Pública da cidade, ou ainda a que está no prédio da prefeitura, - com mais de 7 metros de altura, foram feitas tendo como modelo Audrey Munson. Uma carreira promissora e uma vida longa. Você ainda não lembra dela? O título do livro de autoria do jornalista James Bone é intrigante: The Curse of Beauty: The Scandalous and Tragic Live of Audrey Munson, America’s First Supermodel (“A Maldição da Beleza: A Vida Escandalosa e Trágica de Audrey Munson, Primeira Supermodelo da América”). No auge do sucesso, alguma coisa começou a dar errado na mente de Audrey. A pressão da sociedade, a agenda complicada e a beleza sem conteúdo fizeram com que ela se tornasse reclusa. A fama foi embora na mesma velocidade com que veio, os convites já não eram tão frequentes, o dinheiro terminou e ela mudou-se com a mãe para o norte do estado de Nova York, onde passou a trabalhar como garçonete. Quando perguntada sobre seu passado recente, ela se recusava a falar, como se alguma coisa a incomodasse e não aceitasse a mudança. Todos os nossos dons são presentes de Deus. Ele nos escolheu a todos e distribuiu diferentes talentos a cada um de nós. Os diferentes tipos de inteligência, os recursos diversos e também a beleza. O objetivo de Deus era que fossemos abençoados por essas dádivas que Ele nos concedeu, e que fossemos uma benção aqueles que estão ao nosso redor. Infelizmente, no mundo deturpado em que vivemos, muitos tem buscado caminhos diferentes, atrás da fama a qualquer preço, da ilusão da popularidade barata. Presentes maravilhosos têm sido desperdiçados em interesses fúteis, a beleza jogada fora em noites mal dormidas, os sonhos de futuro trocados por minutos de ostentação, a inteligência apagada em promessas de devaneio. Outros vivem descontentes com os presentes que receberam, desiludidos com a aparência, reclamando de tudo e todos. E você, tem usado os seus talentos para a coisa certa? Lembre-se que Deus te escolheu antes do teu nascimento. Ele sabe teu nome, te conhece melhor do que os teus melhores amigos. Ele sabe que você chora, sabe que às vezes, você não quer se olhar no espelho, que tem vontade de desaparecer. Ele sabe tudo. Ele também ri com você quando tudo está bem. E, acredite, os presentes dEle são os melhores que você poderia receber, porque Ele sabe tudo! Você pode viver se lamentando ou agradecido, sendo uma benção para você e para quem estiver perto. Decida ser feliz com o que você tem! A beleza, os bens, o dinheiro, tudo um dia vai passar. O amor de Deus e a satisfação que só Ele pode dar, esses duram para sempre! (Sl. 136). Aos 40 anos de idade, após ter tentado tirar a própria vida, Audrey Munson foi internada em um hospital psiquiátrico, e de lá, nunca mais saiu. Viveu 65 anos internada, e faleceu aos 104 anos. Foi sepultada em Connecticut, em um pequeno túmulo onde sequer havia espaço para uma lápide. Ela nunca foi homenageada.


IR AONDE DEUS MANDAR!

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onfiança... eis uma palavra de forte significado. Se recorrermos ao dicionário, poderemos encontrar dentre às demais definições, a “crença de que algo não falhará”. E foi ainda juvenil que pude por experiência própria começar a compreender/vivenciar esta nobre virtude. Você certamente já deve ter ouvido falar sobre o Clube de Desbravadores, que reúne meninos e meninas de 10 a 15 anos, que dedicam a fase mais empolgante da vida em diversas aventuras, interagindo com a natureza e extraindo dela as lições de um Deus Criador e Mantenedor. Bem, foi em um acampamento, que pude presenciar a atuação incrível deste Deus tão Poderoso. No último dia da jornada campestre, envolvido pela vibração dos amigos, lá na Bahia, estávamos à beira de um rio, e ao tomar distância, pulei na parte do “poço”, quando ouvi um grito: - Os seus óculos!!! - Minha nossa! Pensei, pulei no rio usando os meus óculos de grau! Foi assim, que em meio às correntezas, iniciamos a procura! Mas você já parou para pensar, o quão difícil seria encontrar os óculos no fundo do rio?! Pois é, mas para Deus nada é demasiadamente impossível! Após um momento de oração, apareceu um senhor no local do acampamento, mergulhou nas imediações do ocorrido, e emergiu com os óculos em mãos! Nossa, um milagre!!! A partir deste dia, passei a exercer uma confiança singular neste Maravilhoso Deus... passados alguns anos, agora na liderança do Clube, participei de um Campori no campus da Faculdade Adventista da Bahia (FADBA), e ali, ocorreu o meu primeiro contato com a Educação Adventista. Fiquei encantando com a estrutura e a filosofia, e assim, pude sentir o chamado para imergir neste novo universo. Abri mão da aprovação em Matemática pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), prestei o vestibular para o curso de Pedagogia, sendo contemplado com uma bolsa integral de estudos na FADBA, onde passei anos maravilhosos, me preparando para ser um profissional que fizesse a diferença por onde passasse... Ali, pude ouvir Deus sussurar-Me ao ouvido, que eu havia sido “escolhido” para uma relevante obra – Educar para a Eternidade! Ao término do curso, surgiram propostas de trabalhos em diferentes áreas e estados do Brasil devido a expressiva presença da Educação Adventista em todo o território nacional. Foi então, que após um período de oração, o Deus que aqueceu o meu coração juvenil com o ideal norteador de “Ir aonde Ele mandasse”, fez com que eu optasse por fazer parte da Rede Adventista na região central do Paraná, passando ligeiramente pelos Colégios do CAP e CAB em Curitiba no ano de 2011 e na sequência, sendo designado para o CATB (Telêmaco Borba), no qual desenvolvi por quatro anos e meio a função de Orientador Educacional, dedicando meus dias ao aos alunos, vivenciando transformações e testemunhando o agir do Senhor em suas vidas e de seus familiares... Recentemente, passei a exercer a função de Coordenador Pedagógico, e mais uma vez, Deus me motiva a contribuir com o meu melhor, a fim de que essa obra missionária alcance os seus objetivos. Aos poucos, vou compreendendo que de alguma forma também poderei contribuir com a minha equipe docente... Ao olhar para trás, percebo como Deus conduziu a minha vida de modo que através da profissão escolhida, diversos outros juvenis e jovens puderam conhecê-Lo de um modo mais profundo. Ao analisar o presente, vivencio a cada dia vidas sendo transformadas por meio desta Educação que redime e ao contemplar o futuro, prossigo confiante, movido pela esperança de que um dia seremos todos aprendizes na Escola Celestial. Sem dúvidas, a Educação Adventista transformou a minha vida! E quanto a você, o que tem feito com os seus dons? Quais têm sido os seus desafios? Convido-lhe então a lançar sobre Deus todas as suas inquietudes e lembre-se: Confie no Deus que tudo pode!

QUINTA 20/07

“Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” Josué 1:9

Tarcisio Matos de Oliveira Formado em Pedagogia. Coordenador Pedagógico. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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DEUS ABRE AS PORTAS

SEXTA 21/07

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará. ” Salmos 37:5

Sheila Maria de Castro Rodrigues

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º ano do EF. Escola Adventista Araucária.

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pós conseguir o emprego mais esperado, meu esposo estava contente por trabalhar em uma das melhores empresas da cidade. Eu trabalhava como professora em uma escola particular e tínhamos uma vida estabilizada. Alguns meses depois, a empresa em que meu esposo trabalhava exigiu que ele viajasse no sábado, pois era motorista, meu esposo explicou que guardava o sábado, a princípio, a empresa aceitou com algumas condições. Inesperadamente, o supervisor anunciou a meu esposo que ele estava demitido, pois não poderiam continuar com um funcionário que não atendia as normas da empresa. Ficamos abalados, mas sabíamos que Deus não iria nos desamparar. Na escola onde eu trabalhava havia uma professora que é esposa de um pastor da igreja Adventista. Ela é uma pessoa muito boa, então contei o que havia acontecido. Imediatamente ela me fez um convite para trabalhar na Rede Adventista, mas como morávamos no norte do Paraná e lá não havia nenhum colégio Adventista, minha família e eu teríamos que nos mudar para Curitiba. Cheguei em casa e conversei com meu esposo sobre o convite, e começamos a orar pedindo a Deus que fizesse o melhor em nossa vida. Com isso, entregamos tudo nas mãos do Senhor, e assim começamos uma corrente de orações. Levei meu currículo para essa amiga (esposa do pastor) e confiei no Senhor. Outro dia, minha amiga me trouxe a notícia que meu currículo havia chegado nas mãos do responsável pelas contratações, mas no momento eles estavam com o quadro completo. Fiquei triste, mas no mesmo instante me lembrei do Salmo 37:5. Cheguei em casa e falei para meu esposo que iria para Curitiba dentro de dois dias e meu esposo me apoiou. Comecei a orar mais ainda, falei para Deus que iria para Curitiba falar com o departamental de educação. Quando terminei de orar, recebi uma ligação da diretora do Colégio Adventista Boqueirão para uma entrevista de emprego. Naquele momento fiquei emocionada e agradeci muito a Deus por Ele ter mais uma vez cumprido o que prometeu. Hoje trabalho na Escola Adventista Araucária e entendo que Deus faz as coisas a seu tempo, que apenas temos que confiar e nunca perder a fé.


DEUS ABENÇOA SEUS FILHOS

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ais um ano letivo estava chegando ao final. Já podíamos ver pelos corredores, no pátio e dentro das salas de aula os grupos de alunos que aproveitavam cada segundo para ficar pertinho um do outro conversando, rindo, relembrando os bons momentos passados juntos e comentando, com lágrimas nos olhos, a saudade que sentiriam ao se separar. Abraços apertados demonstravam que, apesar da distância e caminhos diferentes que cada um tomaria, a amizade e lembranças do que haviam compartilhado ficariam para sempre guardadas no coração. Além da euforia das provas finais e da formatura ainda aconteceria, naqueles dias, a tão esperada a excursão de formandos. Enquanto eles se alegravam e faziam planos, a administração e professores preparavam tudo com carinho e muita oração, pois sair com alunos do 3º ano do Ensino Médio não é uma tarefa fácil. Sabíamos que enfrentaríamos situações delicadas em relação a alguns cuidados que a escola tinha. Em especial, participaria da excursão um aluno, Miguel, que estudava no Colégio desde a Educação Infantil e que era conhecido por não concordar com a maioria das normas do Colégio. Várias vezes durante o Ensino Médio, ele esteve à frente de situações contrárias à filosofia. Como ele gostava de questionar! Lembro-me que ele era um aluno inteligente, mas que se contentava em estudar e participar somente para tirar a nota mínima para ser aprovado. Muitas vezes, ao reunir os professores, nos perguntávamos se a escola não havia contribuído em nada para a mudança do Miguel. O que ele, ao sair do Colégio, levaria referente a tudo que tinha ouvido e visto em relação a valores e à parte espiritual. Enfim, a viagem começou, e, como era de se esperar, os alunos estavam muito animados! Cantavam o tempo todo, sabe aquelas músicas que nos levavam a pensar que era melhor ouvir aquilo do que ser surdo? Pois eram essas mesmo! Na primeira noite que passamos viajando, fazer aqueles alunos pararem de cantar e se movimentar para dormir um pouco não foi uma tarefa nada fácil. E, quando tudo parecia estar calmo me sentei para descansar. Qual não foi o meu espanto quando ouvi que alguém, sentado no banco atrás do meu, começou animadamente a cantar. Não pude acreditar no que estava ouvindo! Rapidamente me levantei para descobrir quem era o cantor. Para minha surpresa me deparei com aquele aluno, o Miguel, que preferíamos que não tivesse participando da excursão, cantando alegremente... “B – I – B – L – I – A é livro do meu Deus, eu guardo no meu coração B – I – B – L –I – A”. Fiquei parada olhando com expressão de admiração. Quando ele parou, após repetir várias vezes a música, perguntei onde ele havia aprendido. “Aprendi com as professoras da Educação Infantil e dos anos iniciais. Sei muitas outras músicas sobre de Deus que elas ensinaram. Constantemente a letra de algumas músicas vem à minha mente e eu me pego cantando! Sabe que chega a ser engraçado! Parece que não consigo controlar, simplesmente canto, independente do lugar ou de quem está ao meu lado! Gosto muito de pensar no significado das letras. ” Essa foi a resposta daquele menino, que antes pensara não ter espaço para influência do Espírito Santo. Sentei-me e fiquei pensando na maravilhosa oportunidade que temos de fazer a diferença na vida de cada criança que chega a nossa escola. Não sabemos a extensão do que estamos fazendo. Precisamos continuar jogando a semente pois o Espirito Santo fará o resto.

SÁBADO 22/07

“Eduque a criança no caminho em que deve andar e até o fim da vida não se desviará dele.” Provérbios 22:6

Anderson Voos Graduado em Pedagogia e Letras. MBA em Recursos Humanos. Pós-graduação em Gestão Escolar. Extensão Teológica. Diretor da Educação Adventista para o Região Sul do Estado do Paraná.

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PASSO DE FÉ

DOMINGO 23/07

“Mas eu confio em ti, Senhor, e digo: Tu és o meu Deus”. Salmos 31:14

Ricardo Dubiel Graduado em Educação Física. Professor da Educação Infantil ao Ensino Fundamental II. Escola Adventista Ponta Grossa.

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o longo de alguns anos trabalhando na Escola Adventista de Ponta Grossa, tive a oportunidade de conhecer e conviver com muitas pessoas diferentes de mim, o que é uma oportunidade maravilhosa de troca de experiências, e principalmente, de muito aprendizado. Cada ser humano sempre tem algo valioso a nos ensinar. Muitas pessoas marcaram minha vida neste tempo, mas algumas deixaram grandes ensinamentos, que com certeza, levarei comigo para sempre, gostaria de compartilhar um deles com você. A escola estava passando por uma grande reforma no período das férias, e praticamente todos os ambientes estavam sendo melhorados com troca de piso, janelas e pintura. Se você já fez uma reforma em casa sabe que a bagunça é inevitável e, nesse caso, o tempo para tudo ficar pronto e limpo era curto. As férias estavam acabando, as aulas estavam prestes a começar e ainda havia muito o que fazer e assim, como os demais colegas de trabalho, comecei a ficar preocupado. Quando chegou a última sexta-feira das férias, a metade das salas ainda estavam sem as janelas e a outra metade não haviam acabado nem a pintura; estávamos lavando as carteiras na quadra e, aos meus olhos, assim como aos dos demais, era impossível começarmos as aulas na segundafeira. Para todos, a solução era adiar as aulas. Chamamos a nossa diretora e propomos para ela adiarmos as aulas. O que me impressionou foi a convicção e firmeza com que ela disse, sem hesitar: “Pelo poder de Deus, na segunda-feira teremos aula com certeza”. Sem palavras, voltamos ao trabalho. No domingo à noite, depois de um fim de semana trabalhoso, por volta das 22 horas, lá estávamos nós, reunidos, agradecendo em um círculo de oração porque na segunda-feira teríamos aulas. Estava esgotado fisicamente, mas espiritualmente revigorado ao sentir como o rei Davi, ´´Tu és o meu Deus``. Se o dia de hoje lhe parecer difícil e a dificuldade a enfrentar aos seus olhos for impossível, não hesite em confiar, pois nosso Deus tudo pode.


DESCOBRINDO AMIGOS

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esde pequena, tinha uma necessidade natural de ter pessoas por perto, afinal, vida de filha única é assim; por mais que você tenha tudo, parece que ainda falta algo. Então, surgem os amigos que suprem a necessidade de companhia, que um irmão provavelmente supriria. A escola é o melhor ambiente para se criar vínculos, no “prézinho” tive a oportunidade de ter minha “primeira melhor amiga” o nome dela era Lílian. Corríamos de um lado para o outro, conversávamos, dávamos boas risadas, gostávamos dos mesmos desenhos e programas de TV, íamos à casa uma da outra, era parceria pura, estava satisfeita em ter sua companhia! Acontece que o tempo não para, ele passa, e passa muito rápido. Chegou o momento de irmos para a primeira série, meus pais se uniram aos pais da Lílian para pesquisar acerca de alguma escola em que pudéssemos estudar, afinal, a escola que estávamos só tinha a educação infantil, foi então que nossa professora sugeriu o Colégio Adventista de Sorocaba. O irmão da Lílian já estudava lá, os pais dela já tinham grande apreço pelo colégio, isso contribuiu para que meus pais decidissem por me matricular lá também. Estava satisfeita, a parceria continuaria por longo tempo, ficávamos juntas o tempo todo na escola, me imaginava tendo-a comigo até irmos para a faculdade, porém passou-se um ano e os pais da minha amiguinha não tinham mais condições de mantê-la no colégio, sendo assim ela precisou se mudar. Eu fiquei superchateada e pedi para mudar de escola junto com ela, meus pais, embora receosos, permitiram a mudança. Chegando ao outro colégio, imaginei que continuaríamos superamigas e de fato continuamos, mas não me adaptei com o local, comentava o fato de o colégio ter muitas “grades” – que na verdade eram portões gigantes - e disse para minha mãe que sentia muita falta de algo: “Mãe, nesse colégio não existe tapete para sentarmos e ouvirmos histórias da Bíblia, eu preciso voltar”. Após um mês no novo colégio, minha mãe conseguiu uma vaga no Colégio Adventista novamente e eu voltei. Voltar para a escola foi até tranquilo, mas me preocupava se faria novos amigos. Como uma criança insegura, fiquei muito preocupada, lembro de ir tremendo para a escola, achando que, por ter me afastado da minha melhor amiga, eu provavelmente não faria mais amigos. Lembro-me que, ao chegar na sala de aula, no segundo bimestre, a professora me deu um largo sorriso e disse: “Seja bem-vinda, Paula”. A sala estava em grupos, me assustei, afinal, todos já tinham seus amigos definidos, como eu ficaria diante dessa situação? Em seguida, a professora chamou a atenção da turma e comentou: “Queridos, a Paula faz parte da nossa turma agora, quantos estão felizes pela presença dela? Em qual grupo ela poderia entrar?”. Lembro como se fosse hoje que todos, sem exceção, levantaram os braços e começaram a falar bem alto: “Senta aqui, senta aqui”. Eu fiquei muito feliz, afinal, percebi que ali estava a oportunidade de fazer novos amigos, e reconheci que ser bem recebido faz toda diferença onde quer que estivermos. Tenho certeza de que Deus cuidou de tudo, Ele sempre cuida! Ainda que pensemos que Ele se esquece de nós ou não se preocupa com os detalhes de nossa vida, estamos errados, pois Ele se preocupa e cuida da melhor maneira possível. Passei onze anos da minha vida no Colégio Adventista, fiz muitas amizades inesquecíveis e sempre me senti acolhida. Deus prepara os melhores amigos para conviverem conosco, eu tenho certeza disso, foi através dos amigos do Colégio Adventista que conheci a Deus e fiz dEle, meu melhor amigo até hoje. Mesmo que seus amigos te abandonem ou que você se sinta sozinho, tenha a certeza de que há um AMIGO que sempre está ao seu lado e se você confiar, Ele preparará diversos amigos especiais para você também. Acredite!

SEGUNDA 24/07

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. 1 Tessalonicenses

5:18

Paula Proença

Formada em Direito. Funcionária do SEBRAE. Ex-aluna da Educação Adventista, tendo estudado no Colégio Adventista Sorocaba.

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A VIDA NAS MÃOS DE DEUS

TERÇA 25/07

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. 1 Tessalonicenses

5:18

Jeane Aparecida Benicio Formada em Pedagogia, pós-graduada em Gestão Escolar. Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil ao 7º ano. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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uando eu era adolescente ser professora nunca foi meu sonho, muitas coisas aconteceram e o meu pai me obrigou a fazer o magistério para “ser alguém na vida”. No entanto, no meu segundo ano de curso o meu pensamento mudou e segui a carreira com gosto. Em 2002 prestei meu primeiro concurso público. Fui aprovada e tomei posse em 2003. Fui conhecer a escola e que ia trabalhar, mas não fui bem recebida pela diretora que estava há 22 anos naquela unidade. A mulher parecia uma “sargentona”. Ela me fez algumas perguntas e uma delas era qual minha religião. Falei que era Adventista, percebi que ela não ficou feliz com a resposta. O tempo foi passando e fui conhecendo as colegas de trabalho e descobri que havia mais uma colega Adventista. Assumi a regência de uma turma de Educação Infantil, no ano seguinte assumi a regência do 2º ano e fui convidada pela Secretaria de Educação a trabalhar contratada num CEMEI (Creche) no período da manhã. Eu sentia o desejo de ser a diretora e contribuir de forma mais efetiva com a escola, porém naquele momento eu não podia me candidatar, pois estava em estágio probatório. Em 2007 aconteceu a segunda eleição para Diretores, nessa eu já podia participar, concorri o pleito com mais uma colega professora na escola, foi acirrado e ganhei o pleito com 52% de votos, fiquei muito feliz. No final de 2009 novamente eleição, participei do pleito com muita tranquilidade concorrendo com uma professora, e o resultado mostrou a satisfação da comunidade escolar 88% dos votos, ficando até final de 2012 no cargo, respondi pela escola até janeiro de 2013. Nessa altura eu andava muito cansada e estressada, precisava cuidar da minha saúde. Foi quando pedi exoneração de um padrão e assumi a regência de uma turma. Porém, acabei não descansando, pois, fui convidada a trabalhar no Colégio Adventista de Telêmaco Borba, suprir a regência de um 3º Ano do EF. Agora viva duas realidades diferentes, aprendi muito. E como a vida continua... engravidei do meu segundo filho, após a licença maternidade voltei a trabalhar nas duas escolas. Foi bem difícil, mas não queria deixar a Educação Adventista, e também não poderia deixar a estabilidade do concurso. Alguma coisa tinha que acontecer. Comecei a orar e colocar minhas necessidades e angústias a Deus. Para minha alegria nesse período aconteceria a eleição de diretores novamente e a comunidade começou a me visitar e pedir para eu participar da eleição. Eu estava convicta que teria a resposta as minhas orações. Chegou o dia da eleição. Eu estava ansiosa, mas confiante de que seria eleita, contudo a minha preocupação era deixar o Colégio Adventista Telêmaco Borba. No entanto, no meio da tarde do dia 11 de dezembro o Diretor Sebastião do Colégio Adventista foi até a escola em que eu estava e me disse: Professora, tenho um recado de Deus para você – desista desta eleição. Ele propôs que eu desistisse da eleição e assumisse a Coordenação Pedagógica do Colégio Adventista. Conversamos bastante, ele orou comigo, e foi embora deixando a seguinte frase: Independente do resultado desta eleição, aguardo você na segunda-feira no Colégio para conversarmos. Para minha surpresa no fim da tarde saiu o resultado das urnas, com uma porcentagem muito grande eu não havia sido eleita. Fiquei tranquila. Entendi que era a vontade de Deus. Agora, aceitar ou não o convite para ser coordenadora da Educação Adventista? Angustiada orei muito naquele final de semana e tomei a decisão de trabalhar por completo na obra de Deus. Pedi exoneração do meu concurso me dedicando integralmente a Educação Adventista. Coloquei a confiança plenamente no Senhor e sou grata a Deus por ter direcionado a minha vida. Sou grata porque até aqui me ajudou o Senhor.


UMA NOVA CHANCE

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o ano de 2005 viajei para Londres com meu irmão para um Intercâmbio Cultural de um ano. Durante o período de estadia naquela cidade aconchegante, fomos presenteados por Deus com amigos especiais que fazem parte da nossa vida até hoje. Dentre estes amigos, Deus já havia separado um que seria mais que um amigo, que seria meu companheiro de todas as horas, meu esposo. Em 2006, nos casamos e continuamos a viver em Londres. A experiência de se viver longe do seu país de origem é única, com todos os seus desafios e dificuldades, por estar fora da sua cultura, da sua realidade habitual, mas ao mesmo tempo é uma experiência de confiança em Deus e entrega diária da nossa vida a Ele. Eu e meu esposo trabalhamos em uma empresa de logística, conhecida internacionalmente, e fazíamos muitas viagens durante a semana. No dia 27 novembro de 2006, retornando de uma viagem logo pela manhã e fui surpreendida com um caminhão que avançou a pista ao lado de onde eu estava, jogando meu carro para fora da estrada, que capotou por várias vezes, invadindo uma fazenda, e, a cerca de proteção desta propriedade entrou totalmente para dentro do carro. Naquele momento, a única coisa que me passava pela cabeça era a minha família, que estava a 12.000 quilômetros de distância. Quando o carro finalmente parou, fui socorrida por pessoas que passavam pelo local no momento do acidente, logo chegou a equipe de atendimento médico. O que mais ouvi naquele momento foram as pessoas dizendo que era um milagre eu estar viva e sem nenhum ferimento grave, apenas alguns arranhões. Na hora não me dei conta da proporção do acidente, pois foi tudo muito rápido. Agradeci a Deus pela minha vida por ter me protegido. Mas quando cheguei em casa e vi as fotos de como o carro havia ficado e quão grande tinha sido o estrago, me prostrei a Deus e agora sim, havia percebido que o que as pessoas estavam dizendo era verdade, eu havia sido salva por um milagre de Deus! Tive a oportunidade de ter uma nova chance de vida! Dez anos se passaram desde que tudo aconteceu, voltei ao Brasil depois de alguns anos ainda lá, mas aquela data ficou marcada para sempre na minha vida. Eu queria entender o propósito que Deus tinha para mim. E no ano de 2010, quando me mudei para Curitiba, comecei a entender esses planos, pois, depois de algumas tentativas para fazer parte da Educação Adventista, fui finalmente escolhida pela Instituição, mas primeiramente por Deus, para fazer parte deste ministério!

QUARTA 26/07

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”. Eclesiastes 3:1

Aline Gabriel de Oliveira Leal Pós-graduada em Educação Infantil e Anos Iniciais. Professora regente de Língua Inglesa para Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Colégio Adventista Portão.

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DEUS CUIDA DE VOCÊ

QUINTA 27/07

“Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles. Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos? ” Mateus 6:26

Érika Lima Aluna do Terceirão (2016) do Colégio Adventista Boqueirão.

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S

abe, Deus tem várias formas de se apresentar em nossas vidas e de tocá-las a ponto de mudálas por completo. Na minha vida foi bem cedo, eu ainda nem havia nascido, mas minha mãe orava constantemente para que o Senhor cuidasse e guiasse a minha vida. Meus pais me levavam à igreja desde pequena, porém eles se afastaram e eu queria voltar de alguma forma. Desde os 6 anos de idade estudei na rede Adventista, e na terceira série com 9 anos, recebíamos estudo Bíblico do pastor Daniel Meder, e confesso que não queria deixar de comer bacon e usar joias, porém um certo dia eu resolvi me batizar. Falei decidida com meus pais que tinha esse desejo e queria deixar Deus cuidar da minha vida, independentemente de qualquer coisa. Eles permitiram, ficaram felizes e por fim me batizei. Eu não tinha muitos amigos na Igreja, no entanto continuei confiando nEle, e permaneci, até que Deus colocou em meu caminho a Sarah e a Ruthe, duas amigas que levarei para a vida toda, e elas de certa forma me animavam para continuar indo à igreja e não desistir de buscar a Deus, elas foram essenciais para essa minha caminhada com Cristo. Hoje tenho 17 anos e posso afirmar que foi a melhor escolha que eu poderia ter feito. Deus quer cuidar de você, Ele te ama, quer que você entregue a sua vida por completo a Ele, sem restrições, condições ou limitações, Ele simplesmente quer ter sua vida em Suas mãos. Ele não quer que você fique se preocupando com o dia de amanhã, afinal cada dia tem seu mal (Mt. 6:34), e isso serve para todas as áreas de nossa vida, como por exemplo a de relacionamento. Ele não deseja que fiquemos nos preocupando quando vamos encontrar a nossa pessoa, a pessoa segundo a vontade de Deus, primeiramente devemos ter uma vida de entrega a Deus e então, a hora certa vai chegar, não devemos ficar nos desgastando. Outra área que nos exausta muito, em que não sei se ainda vai passar por ela, se está passando ou se já passou é em relação ao vestibular, a pressão que nos colocam e o nosso “dever” de passar nos consome, porém devemos ter em mente que, “assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os caminhos de Deus mais altos do que os nossos caminhos, e os Seus pensamentos mais altos do que os nossos pensamentos’’ (Is 55:9). Portanto, não espere mais, não perca mais tempo, se Entregue à Ele e permita-o trabalhar em sua vida, envolva-se em Seu amor!


UM LIVRO NADA COMUM

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m livro, geralmente de capa preta, quase sem ilustrações, escrito por aproximadamente 40 autores com diversas profissões como agricultores, pescadores, médico, reis, em um período aproximado de 1500 anos. Traduzido para mais de 1500 línguas e dialetos. Sem contradições e através do poder de Deus transformou a vida de milhares de pessoas. Isso não desperta a sua curiosidade? Desde pequena meus pais me ensinaram que a Bíblia é a Palavra de Deus e não um livro comum. Estudar as coisas de Deus é curioso, misterioso pois algumas histórias entendemos com facilidade e outras, precisamos de fé em Deus, acreditando sem ver. Tive o privilégio de estudar sempre em na Educação Adventista. Da 1ª série do Ensino Fundamental ao Magistério cursei no amado IACS (um colégio com sistema de internato e externato no RS) e a faculdade, cursei Pedagogia no internato de São Paulo (UNASP). Sempre convivi com professores que ensinavam a Palavra de Deus, mas a Bíblia só fez real sentido para mim, quando comecei a estudá-la diariamente, tendo um verdadeiro encontro com Deus. Percebi que podemos ser diferentes da sociedade, que exige pessoas que pensem somente em suas necessidades, sem observar o próximo; sendo competitivas, consumistas, imediatistas, onde vale tudo para conseguir seus objetivos, mesmo que implique em trapacear. Se analisarmos a vida de Jesus perceberemos que veio como humilde, mesmo sendo rei, desprovido de glória e beleza que a Ele eram devidas para nos servir de exemplo, que o real sentido da vida está além das posições ou riquezas. Ao conhecer a Deus, experimentei a confiança em fazer a sua vontade, mesmo que meus desejos fossem outros, sentindo que os sonhos de Deus são sempre melhores que os nossos. Ao engravidar da minha filha desejava ter mais tempo para educá-la, para isso teria que diminuir minha carga horária de 40 horas semanais. Orei a Deus e relatei meu desejo de atuar como professora. Mas Deus tinha um sonho para mim, ser professora de Ensino Religioso. Me sinto honrada em poder compartilhar o amor de Deus com meus alunos. Hoje percebo que sonhava em ser professora, mas Deus sonhava aperfeiçoar meu caráter, me transformar em uma pessoa mais calma e confiante em Deus e nos seus planos. O Espírito Santo colocou o desejo em mim de ler a Bíblia com os alunos, pois muitos têm contato em casa, mas outros terão oportunidade de conhecer a Deus apenas no Colégio. Em 2013 lemos o livro de Mateus, hoje em 2016, a turma do 9º Ano está lendo Lucas, pois já leram Mateus, Marcos, Eclesiastes; e, ao perguntar aos alunos do 6º ao 9º Ano o que representa ler a Bíblia, pude ouvir maravilhas como: “Assim conhecemos a Deus e sabemos o que é certo ou errado”; “Eu não tinha o hábito de ler a Bíblia. Eu me considerava ateu, mesmo sendo de família evangélica, mas hoje eu digo que confio e acredito em Deus” e “Conhecer a Deus é ter esperança de salvação e de um mundo melhor”. Eu desafio você a ser amigo de Deus, a permitir que Ele guie seus passos, pois Seu maior desejo é viver a eternidade ao nosso lado.

SEXTA 28/07

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho”. Salmos 119:105

Liliane Quevedo Especialista em Psicopedagogia e Terapia Familiar. Professora de Ensino Religioso do Colégio Adventista Boa Vista. Pedagogia.

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ETERNA APRENDIZ

SÁBADO 29/07

“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração. ” Jeremias 29:11-13

Poliana Belo Graduada em História. Pós-graduada em Ensino de Geografia e História. Professora de História. Colégio Adventista Guarapuava.

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á alguns anos, quando optei por estudar e me qualificar como docente, muitas dúvidas surgiram: Será que me dedicar à educação valha mesmo à pena ou serei apenas mais uma professora descontente e sobrecarregada de trabalho e frustação? Ao longo dos anos, as respostas para tais indagações começaram a surgir. A primeira foi durante um período de estágio em um colégio da rede pública. Fiquei ansiosa, afinal era a primeira vez que eu colocaria em prática a teoria acadêmica e, claro, o resultado foi desanimador. Alunos completamente desinteressados, desmotivados e a minha falta de experiência culminaram em um cenário de caos. Voltei para casa decepcionada e decidida a não voltar nem mesmo para a faculdade, pois, na semana seguinte, teria que cumprir novamente o cronograma da disciplina de estágio e isso, naquele momento, me causava pânico. Os dias se passaram e, mais calma, decidi continuar. Algo me desafiava a tentar, ao menos mais uma vez. Orei pedindo discernimento, paz e, principalmente, coragem para seguir adiante. Eis que durante a oração me surgiu uma ideia: “Que tal você, futura professora de História, ao invés de julgar esses alunos, procurar saber um pouco da vida deles e da realidade que eles estão inseridos? Tais informações podem ser relevantes para sua aproximação e consequente prática de ensino”. Subitamente segui esse preceito, naquele momento decidi não preparar uma aula teórica que abordasse um tema especifico e sim, algo que buscasse compreender aquele mundo adolescente ao qual eu estava adentrando, mas o que fazer? E as ideias foram surgindo. Busquei na memória a adolescente que eu era, os sonhos e anseios, bem como as dificuldades desse período, montei um quadro esquemático e no tão esperado momento me apresentei aos alunos. Foi surpreendente a maneira como alguns se identificaram e outros claro, se diferenciaram. Mas essa prática me deu abertura para conhecê-los e trabalhar certos conceitos relacionados ao tempo e ao espaço e suas transformações. Através disso, pude perceber as carências e o desejo de se ter atenção de alguém. Pude enfim, compreender que alunos são seres humanos, possuem emoções, tem suas particularidades e personalidades distintas e eu, como professora, tinha o dever de aceitar que nem sempre eles iriam atender às minhas expectativas e, isso é absolutamente normal. Hoje, compreendo que minha missão como profissional da educação, principalmente na Educação Adventista, é contribuir para construção do conhecimento, ora como mestre, ora como aprendiz e ser uma eterna discípula de Cristo.


GIDEÕES DO SÉCULO XXI

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m 2012 decidi que não seria mais professora, queria mudar de profissão. Pedi em oração para Deus me mostrar e orientar se estava tomando a decisão certa, e, achando que Ele havia me mostrado, em setembro, me mudei para São Paulo. Chegando lá, iniciei trabalhando com meu irmão em uma rede de postos Ipiranga, onde comecei a perceber que não somos nada e que Deus, com sua bondade, olha além de nós. Trabalhando há 4 meses, sempre em oração e jejum, me achava incapaz de estar ali e percebi que aquele não era o meu lugar. Eu não podia acreditar que Deus havia preparado aquele emprego para mim, pois eu fazia as compras, as vezes até mesmo vendia, produtos que desagradam a Deus, como, bebidas alcóolicas, cigarros e afins, sendo que muitas vezes, transgredia o sábado. Essa situação começou a me incomodar, tirar minha paz, e muitas vezes me pegava chorando e sem saída, pois havia mudado radicalmente minha vida. Meu irmão contava comigo, confiou um cargo importante nas minhas mãos, naquela cidade estava mais perto dos meus pais, que são de idade, e estavam felizes em me ter por perto. Sinceramente, eu não via saída para aquela situação. Decidi levar livros da igreja para distribuir para os clientes, mas como eu, poderia ser luz vendendo o que desagrada a Deus? Os dias foram passando e vi que ali nada, nada mesmo, refletia Jesus, e então eu perguntei a Deus o que Ele queria de mim. Comecei a orar mais e mais e percebi que, mesmo diante da maior adversidade, quando oramos e entregamos a vida a Deus, nossa vitória não tarda. De repente, meu pai, de 80 anos me chamou e disse: “Filha, para mim é muito bom te ter aqui, mas vejo que não estás feliz, mas sim sofrendo. Prefiro te ter longe, mas saber que está educando alunos, do que perto e trabalhando assim”. Essa frase foi o que bastou para eu me posicionar, peguei o telefone e liguei para a recrutadora da Rede Adventista em Curitiba. Ela, com seu amor, carinho e dedicação disse: “Pode voltar, você terá um novo emprego”. Chorei muito, mas chorei de alegria, porque vi que Deus queria despertar em mim o que havia morrido, Deus estava me dando uma segunda chance: De recomeçar. Essa história é uma lição de vida, mostrando-me o que Deus pode fazer na vida de seus escolhidos.Deus vê nosso amanhã antes que se torne o nosso hoje. Ele vê o início da nossa vida e Ele vê o fim de tudo. Você pode estar hoje diante da maior adversidade de sua vida, mas se entregar todos seus problemas à Jesus, sua vitória chegará, e então você cantará um cântico de vitória.

DOMINGO 30/07

“Vós, porém, sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, afim de proclamardes as virtudes daqueles que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz” I Pedro 2:9

Márcia Maria Carvalho Vieira Formada em Matemática. Especialização em Psicopedagogia. Professora de Matemática do Ensino Fundamental. Escola Adventista Santa Efigênia.

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EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA

SEGUNDA 31/07

“Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados”. II Coríntios

3:18

Andréia Boecker Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão Escolar. Professora regente do Fundamental I. Escola Adventista Santa Efigênia.

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D

esde pequena ouvi meus pais contarem sobre o poder transformador de Jesus. Por muitas vezes não consegui entender que transformação era essa. O que acontecia de diferente para que as pessoas percebessem a mudança? Só consegui assimilar esse conceito depois que comecei a trabalhar na Educação Adventista. Por várias vezes pude constatar este poder transformador na vida dos alunos, no simples cotidiano escolar, nos relacionamentos em sala de aula, no convívio com diferentes personalidades. Ao ter contato com a Palavra, foram influenciados a ser dóceis com os colegas, respeitando suas diferenças. Dentre muitas situações e experiências vividas, há uma que sempre me recordo. Há alguns anos, recebemos um aluno na escola com sérias dificuldades de relacionamento. Não era somente com os colegas, mas também percebíamos que havia uma resistência quanto ao respeito com os pais. Foram meses de oração, clamando a Deus por aquela criança, muita conversa e divergências. Até que, os primeiros reflexos desta educação transformadora foram percebidos em seu modo de agir. Agora, conseguia se relacionar com os colegas, e demonstrava respeito para com os pais. Na comemoração do “Dia dos Avós”, tive a oportunidade de conversar com o avô. E pude ouvir uma das grandes revelações que esta Educação proporciona para as famílias que têm contato com ela. Ele me disse que a escola havia mudado a vida daquela família. Não poderiam deixar de agradecer o que havíamos feito pelo neto. É desse poder transformador que meus pais falavam, e que eu, ainda criança, não entendia. Hoje sou testemunha de que ele existe. Essa mudança de vida ocorre através da presença de Jesus na vida dos alunos. Lares são transformados através da influência que recebem desta educação. Essa modificação não acontece somente com os alunos, mas na minha vida também, como agente evangelizador. Essa educação transformadora atua na minha vida particular, pois realiza milagres e traz bênçãos incontáveis. Tenho a oportunidade todos os dias, de influenciar vidas, através das histórias bíblicas e principalmente, falando do Mestre, que se entregou na cruz por mim e por você. O meu papel como Educadora Adventista é refletir Jesus e ser um canal de bênçãos para todas as pessoas com quem eu me relacionar.


O TELEFONEMA DE QUINTA

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ra manhã do dia 28 de abril de 2016 quando o telefone tocou. Era a diretora da Escola Adventista Vista Alegre, perguntando se eu tinha interesse em trabalhar na sua escola. A minha intenção era dizer sim. Eu queria muito, pois estava à procura de emprego há quatro meses, período que havia terminado a faculdade. Uma colega do curso estava trabalhando nessa escola e lembrou-se de mim, pois ficou sabendo que estava desempregada. Fiquei muito animada com a possibilidade, mas precisaria aguardar até a noite, momento em que a diretora combinou que faria contato outra vez. A ansiedade nesse momento havia tomado conta de mim, e em oração, comecei a entregar a situação a Deus. A noite chegou e o telefone tocou. Desta vez era a coordenadora da escola, que informou que na manhã seguinte faria uma entrevista com uma professora de Curitiba, mas que em seguida entraria em contato para me informar. É preciso muita fé para acreditar que Deus pode fazer o impossível. Eu confesso que naquele momento não tive fé o suficiente para acreditar no que Deus havia reservado para mim. No fundo eu sabia que Deus poderia me ajudar, mas não estava com fé o suficiente para acreditar. Por algum motivo, a pessoa que foi a entrevista no dia seguinte não assumiu a vaga. E logo a coordenadora entrou em contato comigo novamente dizendo que a vaga era minha e que estaria à minha espera na segunda para o primeiro dia de aula. Não tive palavras para agradecer a Deus o quanto Ele foi e será generoso comigo. Pode ser que, por algum momento na vida, percamos a fé em Deus, mas lembre-se que Ele sempre fará algo por você, assim como fez por mim ao direcionar aquele telefonema que mudou a minha vida. Deus nunca deixa um filho seu desamparado. Não importa o tempo, Ele sempre lembra de cada um de nós. Aprendi que, em meio a tantas adversidades da vida, Deus preparou o melhor para mim. Por um motivo muito especial Deus me trouxe até a Escola Adventista Vista Alegre, para dizer que fui escolhida por Ele para marcar uma geração.

TERÇA 01/08

“Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia”. Salmos 84:12

Gisélia Amaral Graduada em Pedagogia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

01 - Lançamento da Recolta 30 Dias

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UM SONHO BANHADO A GRATIDÃO

QUARTA 02/08

“Um dos dez, vendo que foi curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz. ” Lucas 17:15

Nayara O. Santos Formada em Pedagogia e Artes. Professora Regente do 5º ano EF e aulista de Arte e Ensino Religioso do 6º ao 9º ano. Escola Adventista Ponta Grossa.

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C

om doze anos lecionando na Escola Adventista de Ponta Grossa, do 5º ao 9ºano, tenho muitas experiências vividas que me fazem dar graças a Deus por dirigir-me até aqui. Apesar de não buscar o reconhecimento do meu trabalho nas pessoas, sinceramente, me incomoda o fato de sermos pouco lembrados em nossa vida de dedicação por nossos alunos. Uma das atividades que mais gosto de fazer com os meus alunos é uma produção de texto que chamo de “Carta ao futuro”. Nela, os alunos escrevem suas projeções para o futuro. Certa vez, uma das minhas alunas, uma menina muito dedicada, escreveu que tinha o desejo de ser uma médica. A cada trabalho e avaliação, cobrava muito dela notas boas (por saber que tinha potencial), só que, por falta de atenção, muitas vezes, ela esquecia alguma coisa, logo, não a concedia nota 10,0 e sim 9,9. Seu pai, incomodado com a situação, foi tirar satisfação comigo. Lembrei-a de seu sonho e perguntei ao pai se ele sabia. Ele disse que sim. Então, os lembrei que médicos não podem falhar, pois poderão perder vidas com um erro ou esquecimento. O pai, contrariado, foi embora. O ano terminou e muitos outros também. Certo dia, almoçando na casa da minha mãe, fiquei assustada com gritos no portão. Fui atender e encontrei uma jovem com traços daquela garota sonhadora, com um sorriso no rosto, dizendo: “Prof.! Passei em Medicina e vim agradecer a você pela coragem de enfrentar meu pai e por me ensinar que deveria lutar pelos meus sonhos, dedico a você também essa conquista! ”. Nossa! Que emoção! Naquele momento, lembrei-me da história dos dez leprosos, quando somente um voltou para agradecer. Esse senso de missão cumprida, foi exatamente o que senti naquele momento. Muitas vezes desejamos ser reconhecidos, mas temos sido gratos a Aquele que nos dedica amor, carinho, afeição e amizade? Temos nos voltado a Deus e agradecido por todas as bênçãos?


ANJOS

V

ocê já foi a praia? Acredito que sim! Sempre gostamos de tirar férias na praia. Levar os nossos filhos à praia sempre foi uma festa! Quais são os passos para você passear? Na nossa casa fazemos assim: Primeiro escolhemos um destino. Vários destinos escolhidos foram praias. Quando as nossas crianças eram bem pequenas íamos sempre às praias de Santa Catarina, normalmente em mar tranquilo, próprias para crianças pequenas. No verão de 2011, em janeiro, fomos à bela Florianópolis. Depois de escolhermos o destino, arrumamos nossas malas, compramos comida e fomos para a bela ilha da Magia, como é conhecida a capital catarinense. Quando chegamos em Floripa, encontramos uma casa para alugarmos por uma semana! Quanta alegria! Na época, Felipe tinha 5 anos e Gabriel 2 anos. Os dias estavam bem ensolarados! Como eles brincavam! Numa dessas manhãs de sol, nós estávamos no mar, brincando com as crianças. Minha esposa foi até a esteira repassar o protetor solar no Felipe. Depois de fazer isso, ela disse para ele ir até mim, que estava perto da água. Passados alguns instantes minha esposa olhou para a beira da praia e me viu brincando apenas com o Gabriel. Ela me perguntou onde estava o Felipe. Assustado disse que estava com ela. Olhamos um para o outro, olhamos para os lados e nada do Felipe. Ele tinha sumido! Neste verão a praia estava lotada de banhistas, muitos eram estrangeiros vindos da Argentina e Chile. Peguei o Gabriel e fui procurar em um lado da praia e minha esposa foi para o outro lado. Foram momentos de pânico! Voltamos à esteira e nada de encontrar o Felipe. Oramos a Deus e pedimos que Ele nos ajudasse. Não sabíamos mais o que fazer, pensamentos horrorosos já nos assombravam. Será que ele havia entrado no mar sozinho? Estava afogado? Alguém havia pegado ele e o roubado? De repente, apareceram duas moças falando em espanhol e perguntaram o que tinha acontecido. Explicamos para elas nosso desespero e elas nos perguntaram qual era a cor da bermuda de banho dele. Não conseguíamos lembrar. O nervosismo do momento e a barreira da língua nos travaram. Elas disseram que iam nos ajudar e saíram pela beira do mar. Quando olhamos de novo, elas estavam voltando de mãos dadas com o Felipe! Não tínhamos palavras para agradecer. Como elas conseguiram achar o Felipe no meio de tanta gente? Isso só vamos saber no céu... Elas agiram como anjos mandados por Deus para nos devolver nosso filho! Quem sabe uma delas não era o anjo do Felipe?

QUINTA 03/08

“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” Salmos 34:7

Gustavo Grigorowski Scalco Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados. Pós-graduado em Segurança de Rede de Computadores. Gerente de informática da Associação Central Paranaense.

Karina Maciel Scalco Graduada em Matemática. Pós-graduada em Gestão Escolar. Atuou como professora da rede Adventista de 2000 a 2013. Obs.: Felipe e Gabriel são alunos da rede adventista.

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NINGUÉM FEZ IGUAL

SEXTA 04/08

“ Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. I Tessalonicenses

5:18

Cristiana Ferreira Schilder Cristiana Ferreira Schilder é Bacharel em História (2008). Pós-graduada em Metodologia do Ensino de História e Geografia (2013) e mestranda no Programa de Pós-Graduação em História (2016). Atualmente leciona como professora de Geografia do Ensino Fundamental II. Escola Adventista de Ponta Grossa.

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o final do ano de 2015, a turma do nono ano da Escola Adventista de Ponta Grossa preparavase para sua formatura. Dentre aquilo que seria apresentado na cerimônia, foi escolhida como parte do louvor, a música Tenho Paz, do quarteto Arautos do Rei. No início do mês de novembro começaram os ensaios das músicas e do restante da cerimônia. Foram escolhidos os solistas, preparados os playbacks e tudo corria bem, exceto a música Tenho Paz. O coro não se ajustava ao ritmo da música e outras alternativas de acompanhamento foram solicitadas. Pedimos que os músicos da igreja tocassem violão ou o ulelê, para que a turma tivesse segurança ao cantar a música. Os alunos ficaram desanimados e lamentavam, pois não queriam abrir mão da música preferida. Ao mesmo tempo um aluno de outra turma da escola passava por dificuldades. Carregava em seu coração a dor e os traumas de ter sido abandonado pelo pai na infância, e este acontecimento atrapalhava diversos aspectos de sua vida. Ele cresceu junto de sua mãe, sempre dedicada ao serviço na missão de falar sobre o amor de Deus aos outros. Ele tinha entrado na banda da igreja e aprendido a tocar diversos instrumentos, dentre eles o ulelê. Naqueles dias já finais do mês de novembro, encontrava-se profundamente triste porque tinha ficado para as recuperações finais e não havia sido convidado para a formatura. Sentiu-se excluído do círculo de amizades da escola e tomou aquilo como algo pessoal. Quando solicitei ajuda para o acompanhamento da música, um dos membros da banda alegou que não teriam disponibilidade para a data da formatura e não poderiam ajudar, mas citou o nome do garoto (aquele que estava triste) que poderia ajudar. Tomei o telefone, liguei para ele e perguntei se poderia tocar na formatura. Até ali não tinha noção do que estava acontecendo. No sábado, quando cheguei à igreja, a mãe dele veio com lágrimas nos olhos me agradecer, e disse: “Professora quero te agradecer, porque você foi usada por Deus quando pediu para meu filho tocar na formatura”, e eu continuei sem entender aquilo tudo. Então ela prosseguiu: “Meu filho estava muito desanimado, deprimido por ter ficado de recuperação e por se sentir excluído dos amigos. Quando a senhora ligou, meu coração disparou e eu pensei: Será que meu filho está com problemas com essa professora também? Quando desligou o telefone, ele estava aos prantos, e me explicou que, naquela tarde, tinha orado a Deus e pedido uma demonstração do Seu amor por ele”. Naquele momento, entendi que estava lidando com algo maior do que podia ver. Os meus momentos de angústia, ansiedade e minhas orações por aquela formatura e pela música, foram atendidas. O acompanhamento musical havia sido reservado por Deus para aquele aluno. Nenhum outro músico ou playback funcionou, porque para aquele menino, fazia a diferença participar da cerimônia. Louvo e agradeço a Deus porque, mesmo quando somos falhos, e foge de nossa alçada perceber as dificuldades dos nossos pequenos, nossas orações são atendidas e Deus cuida pessoalmente deles. Quando entregamos em Suas mãos a nossa missão, nossas programações e os nossos alunos, Deus capricha nos detalhes!


MURMURAÇÃO

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edro, o apóstolo, foi um homem simples, pescador, acostumado à vida dura do mar, talvez vivendo com certas privações, devido a sua baixa renda conseguida com o produto da pesca. Nós professores, coordenadores, diretores, tesoureiros, servidores em geral talvez tenhamos o mesmo estilo de vida de Pedro. A exemplo do apóstolo Paulo, que mais tarde iria dizer também que aprendera a contentar-se com o que tinha, o apóstolo Pedro nos dá um conselho muito sábio em uma de suas cartas, aqui traduzido para uma linguagem mais comum: “deixando, pois, toda a malícia e todo o engano, fingimentos e invejas e todas as murmurações”. Esta última palavra – murmurações – é que nos interessa de maneira mais profunda. A palavra “murmuração”, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, significa: “persistente reclamação”, “reinvindicação”, “descontentamento”. Você já parou para pensar o quanto o homem é um eterno insatisfeito? É comum o ser humano, viver reclamando de tudo. Está em constante descontentamento! Até houve uma época em que as pessoas eram mais otimistas e sobre qualquer coisa diziam: poderia ser pior. Hoje, por melhor que sejam as coisas, sempre se diz que poderia ser melhor. Isso é pessimismo puro. Deixar todas as murmurações ou reclamações é o que nos recomenda o apóstolo. Se pararmos para pensar, somos privilegiados, fomos escolhidos por Deus para, assim como Jesus, falarmos sobre a Palavra de Deus a muitas pessoas sedentas do alimento espiritual. Já trabalhei em outras instituições onde sequer podemos tocar no nome de Deus – e estamos em um país livre, por enquanto! Antes de trabalhar na Rede Adventista lecionava em uma escola pequena do interior e o que mais ouvíamos eram reclamações. Reclamações dos alunos, dos professores, da coordenação, confesso que era um ambiente bem difícil. O dia a dia era fatigante. No entanto, ainda, muitas vezes nos pegamos reclamando do trabalho, que o trabalho cansa, que o trabalho é rotineiro, que o trabalho estressa, etc. Esquecemos de considerar que há milhões de pessoas desempregadas no mundo, desesperadas por um trabalho, por mais pesado que seja, mas que permita a si e à sua família, o sustento! Reclamamos contra uma decepção. Não consideramos que há muita gente para quem a vida em si é uma decepção! Há também murmúrios contra um sonho não possível de se realizar, mas foi só um sonho. Por que não pensar um pouco nos milhares de pessoas para quem a vida é um verdadeiro pesadelo?! Nosso sonho deve ser: Estar com Jesus no Lar Celestial onde teremos paz e não mais sofrimento ou dor. E devemos desejar isto a todos os seres humanos. Como? Trabalhamos em um ambiente onde podemos falar aos nossos alunos e a outros servidores que ainda não conhecem - sobre um Deus que está sempre ao nosso lado, dando-nos forças para enfrentar qualquer problema. Se temos um trabalho que nos cansa, mas que garante uma subsistência digna; se temos uma decepção em que meditar e aprender, tirando dela lições que nos ajudarão no futuro; se temos um sonho que se desfez, mas que pode ser substituído por outros que se realizarão; nada disso deve ser motivo de murmurações e sim de reflexão. Tudo isso, se bem analisado por nós, é motivo de gratidão a Deus, pois há milhares de seres humanos que gostariam de estar em nosso lugar. Daí a necessidade de se atender a recomendação do apóstolo Paulo e dar graças em tudo. Ele diz – em tudo – porque, de acordo com a experiência dele, todas as coisas cooperaram para aqueles que amam a Deus. Até mesmo o que pensamos não ser tão bom assim, neste momento! Que este dia seja repleto de bênçãos derramadas pelo Senhor Jesus na nossa vida.

SÁBADO 05/08

“Despojandovos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação, se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso”. I Pedro 2: 1-5 Sulamita Martins Domingues Graduada em Letras. Especialista em Didática de Ensino da Língua Portuguesa. Professora de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Colégio Adventista Portão.

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CONVERSA AO PÉ DO OUVIDO

DOMINGO 06/08

“Não tema, eu o resgatei, eu o chamei pelo teu nome, você é meu”. Isaías 43:1

Laudecir Miotto Mazzo Formado em Administração. Pós-graduando em Finanças pelo IAP. Reconhecido como pastor em 2012. Atualmente é o responsável financeiro da Associação Central Paranaense.

06 - Projeto Dia dos Pais

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ocê tem conversado com Jesus? Como consegue ouvir a voz de Deus de forma pessoal, bem ao pé do ouvido? Você tem dúvidas de isso ser possível? Posso te afirmar que é! Nosso Deus, com muita misericórdia, revela a sua vontade para o seu povo através da Bíblia sagrada. Contudo, também temos podemos ver o amor de Deus na natureza, ao exercermos a fé, entre outras maneiras. Mas como Deus se comunica individualmente conosco, no dia-a-dia, informando qual o caminho a seguir? Como é possível discernir a vontade de Deus revelada? Depois de viver no sítio por 16 anos e estudar como aluno bolsista no IAP por outros três anos, tive a oportunidade de iniciar minha carreira profissional na Rua Brigadeiro Franco, esquina com Saldanha Marinho, em Curitiba, no escritório da Igreja Adventista para todo o estado do Paraná. Mas não fiquei apenas em Curitiba. Por seis anos transitei por seis funções diferentes, em dois estados diferentes, Paraná e Santa Catarina. Depois desse tempo todo, surgiu a oportunidade de voltar para a instituição na qual fui aluno, o IAP. Agora retornaria como Diretor Financeiro. Senti Deus falando comigo naquela oportunidade, então, aceitei de imediato o chamado para trabalhar no local onde, antes, fui aluno. Mas não voltei sozinho, agora retornei ao IAP acompanhado de minha esposa. Sim! Um homem casado agora! Ali, por cinco anos, servi na missão que Deus me confiara. Em 2004, novamente recebi um convite inesperado, para ser responsável financeiro da Igreja Adventista no estado de Santa Catarina. Então, nossa família, agora com minha filha, aceitou a nova oportunidade. Mas os chamados continuaram, e, em 2009, de volta às origens, a família, agora com dois filhos, aceitou novamente o desafio de voltar, desta vez volta para Curitiba, para atender a tesouraria da Associação Sul Paranaense, onde continuamos até o momento (2016). Na vida itinerante, nós que trabalhamos para a instituição, tomamos a decisão de ir a alguns lugares em resposta ao chamado feito por Deus. Assim, deixamos para trás amigos, colegas de trabalho, vínculos sociais e oportunidades. Oportunidade de quê? Oportunidades de reconhecer, ouvir e se alegrar com a voz de Deus, o grande SENHOR de Sua Igreja. Sim Deus se comunica conosco através das oportunidades que coloca em nossa vida a cada dia. O que Deus tem permitido em sua vida para você transformar em oportunidades? Qual o tamanho dos seus desafios pessoais? Que Deus te abençoe neste dia para ouvir a voz de SENHOR ao pé de seu ouvido, para enfrentar com coragem qualquer desafio que Ele permitir em sua jornada.


ORAÇÕES RESPONDIDAS

E

m 2001 terminei o Ensino Médio em um dos Colégios Adventistas de Curitiba e, apaixonada pela Educação Adventista como eu já era desde então, tinha o desejo de dar continuidade aos meus estudos em uma das instituições Adventistas em regime de internato, e um dia, me tornar professora. Porém, no momento isto era totalmente inviável, pois na época, meu pais haviam se separado e minha mãe não tinha condições de pagar a faculdade onde eu queria ir. Então fui a um acampamento de verão com uma amiga e lá encontrei um pastor. Através dele, conheci um método em que juntas, poderíamos vender livros nas férias para estudar no internato. Alguns meses se passaram e fizemos amizade com alguns jovens que já estudavam no internato e nos incentivaram muito a ir atrás deste propósito. Foi então que, eu e a minha amiga decidimos orar diariamente para que se fosse da vontade de Deus, que nós fôssemos para o internato cursar a faculdade que Ele mostrasse o caminho. Certo dia, chegamos na igreja e um pastor começou a pregar sobre o sacrifício de Jesus e no apelo falou que se temos um sonho devemos ir atrás dEle e confiar que Deus iria conduzir nossa vida. Ele era diretor de Publicações e ao final do culto fomos conversar com ele, envoltas em lágrimas, pois sentimos o chamado que Deus havia feito para nós. Trabalhamos o restante do ano com a venda de livros através da colportagem e, em 2004, chegamos ao UNASP e ali iniciei o tão sonhado curso de Pedagogia, e minha amiga, Administração. Com a ajuda da minha mãe aliado ao meu trabalho no colégio, consegui custear a faculdade e me dedicar aos estudos, e no ano de 2006 conclui minha graduação. Meu pai não apoiava a minha decisão de ir morar tão longe para fazer a faculdade, sendo que aqui em Curitiba havia tantas oportunidades. Ele não compreendia o valor que tinha para mim o ambiente cristão que aquele lugar proporcionava, além dos conteúdos do currículo. Ele chegou a propor que eu voltasse e estudasse em qualquer instituição que eu escolhesse, mas eu me mantive firme em minha escolha e ali continuei. Anos mais tarde, ele aceitou, e hoje sente-se feliz com a minha realização profissional. Eu não sabia, mas muito antes de eu escolher a minha profissão, Deus havia tinha um propósito na minha vida para exercer muito mais que uma profissão, uma missão. A minha amiga hoje descansa no Senhor, mas a certeza do retorno de Cristo e pode me reencontrar com ela, me motiva cada vez mais a falar do amor de Jesus e levar esperança de uma vida feliz e eterna aos nossos alunos, pais e professores através da Educação Adventista. Durante toda esta trajetória de escolha da profissão, estudos e atuando já como profissional, muitos desafios apareceram e ainda aparecem, mas Deus é fiel quando nos colocamos diante dEle e realiza maravilhas em nossa vida, que jamais esperaríamos. Entregue suas inquietações e anseios nas mãos de Deus e desfrute das bênçãos que Ele tem reservado para você!

SEGUNDA 07/08

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Eclesiastes 3:1

Kátia de Lacerda Graduada em Pedagogia. Orientadora Educacional da Educ. Infantil ao 4º ano EF. Colégio Adventista do Boqueirão.

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O CLAMOR NO VENTRE DO PEIXE

TERÇA 08/08

”E orou Jonas ao SENHOR, seu Deus, das entranhas do peixe. E disse: Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do inferno gritei, e tu ouviste a minha voz”. Jonas 2:1 e 2

Débora de Oliveira Figueiredo Russi

Graduada em Educação Física. Pós-graduada em Educação Especial. Professora de Educação Física. Escola Adventista Vista Alegre.

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minha primeira experiência com a Educação Adventista foi através de um estágio, quando ainda cursava licenciatura em educação física. Infelizmente não foi uma boa vivência. Me decepcionei com algumas coisas e saí da instituição prometendo não voltar mais. Após algum tempo, me casei e concluí o curso. Orgulhosa por estar formada, passei a procurar uma vaga de emprego. Não pensei que seria tão difícil tendo o certificado em mãos, mas me enganei! Foi uma longa espera até que precisei atuar fora da minha área e abandonar o que eu tanto amava. Até então, já havia passado dois anos e eu engravidei. Quando minha filha nasceu, fiz um acerto com a empresa para eles me mandarem embora, pois minha intenção sempre foi voltar para a educação. Depois de um ano de dedicação à minha filha, resolvi voltar ao mercado de trabalho, mas combinei com Deus que não aceitaria nada a não ser uma vaga como professora de Educação Física. Passei a procurar e não tinha sucesso em minha busca. Eu orava incessantemente e nada! Eu não conseguia! Por um longo ano aguardei, orando e clamando ao Senhor. Angustiada, chorava e pensava que Deus havia se esquecido de mim. Por amor a Educação, eu queria voltar de alguma maneira. Abandonei meu orgulho, resolvi recomeçar e passei a cursar Pedagogia. Com um ano de curso, surgiu uma proposta de estágio. Para a minha surpresa era na rede adventista. Comecei o estágio em agosto de 2014 como tutora de crianças de inclusão, eu amava trabalhar naquele Colégio. Deus me mostrava de várias maneiras que sua instituição era muito melhor do que eu pensava e me fez repensar meus conceitos. No final daquele ano, a equipe com que eu trabalhava me indicou para atuar como professora de Educação Física em outras duas escolas da rede. Deus é maravilhoso, Ele ouviu o meu clamor, hoje entendo que trabalhar na rede Adventista é um chamado à missão, é a obra do Senhor e que não devemos fugir do seu apelo.


UM INSTRUMENTO NAS MÃOS DE DEUS

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eu início na Rede Adventista foi por intermédio de uma irmã da igreja que era coordenadora no Colégio Adventista Boa Vista. Isso foi no ano de 2002, quando meu filho tinha um ano. Nesse ano, 2002, eu morava no bairro Boqueirão e a distância de minha casa até o colégio era desgastante. Fiquei lecionando Física e Matemática por um ano ali e fui transferida para outra unidade mais próxima. Aquele primeiro ano de rede Adventista foi marcante! Eu não estava acostumada a culto de funcionários antes de começarem as aulas, pois tinha sido batizada em 2001 e estava conhecendo melhor a igreja e a Educação Adventista. Esse mundo era muito diferente do que eu havia vivido até ali. Todas as manhãs um hino era cantado pelo menos uma vez por semana: “Mansão sobre o Monte”. Ele era o escolhido e eu ficava imaginando o quão lindo seria estar com Jesus num belíssimo lar. Uma cidade maravilhosa na qual aqueles que recusaram o mal e foram retos diante de Deus estarão. Alguns anos depois, em 2005, a minha jornada na educação adventista foi interrompida, por motivos alheios à minha vontade e fiquei trabalhando somente na Rede Municipal de Ensino de Curitiba. Mas, em 2008, em outra cidade, Ivatuba, próximo a Maringá, no Instituto Adventista Paranaense (IAP), voltei a trabalhar na Educação Adventista. Meu marido havia sido convidado a trabalhar no IAP e fomos para lá. O convívio com os alunos era intenso e a missão lá era tão forte! Lá voltei a participar daqueles cultos de funcionários maravilhosos! Atualmente sou professora de Física no Colégio Adventista Boa Vista, pois é, voltei ao lar, e já são 6 anos! A cada manhã, após o culto na sala dos professores, é a minha vez de partilhar com os alunos a meditação. No caminho para a sala em que irei fazer a meditação vou orando para que Deus possa me usar como instrumento para falar o que os alunos precisam ouvir, para que Deus coloque as palavras certas na minha mente. Leio a meditação do dia e faço alguns comentários, que não haviam sido planejados, mas é Deus quem conduz. Algumas vezes ouvi alunos me dizerem: “Professora, esta meditação foi para mim! Você falou o que eu precisava ouvir, mas não queria admitir”! Sinto nesses momentos que cada vez mais preciso me colocar nas mãos de Deus, para que eu seja o instrumento de comunicação entre Ele e os alunos. Quando você desejar ser um instrumento de Deus, não deixe de conversar com esse Pai maravilhoso, pois Ele te ouvirá e aceitará sua oferta sincera de disposição a Seu serviço. Mas não deixe para amanhã, pois nós precisamos de Deus hoje!

QUARTA 09/08

“Sejam bons administradores dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros! ” I Pedro 4:10

Luciana de Moraes Jardim Graduada em Matemática e Física. Especialista em Psicopedagogia e Docência no Ensino Superior. Mestranda em Educação em Ciências e Matemática. Professora de Matemática e Física. Colégio Adventista Boa Vista.

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TESTEMUNHO – PARTE I

QUINTA 10/08

“Não te mandei eu? Seja forte e corajoso. Não tenha medo e nem se acovarde. Porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares. ” Josué 1:9

Maria Etelvina de Souza Guimarães Formada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia Clínica. Orientadora Educacional da Educação Infantil e Ensino Fundamental até 5º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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asci fazendo parte da Igreja católica. Fui batizada, assim como também fiz a primeira comunhão, mas não gostava de estar todos os domingos na Igreja. Na minha cabeça existia sempre uma explicação, afinal, todo o domingo o padre falava a mesma coisa, já sabia de cor o que ele iria falar. Pelo menos era isso o que falava por longos anos para a minha mãe. Já na fase adulta, as coisas pioraram, pois passei a “criticar” os padres, ora porque bebiam, ora porque ouvia-se coisas de que estavam fazendo – “coisas erradas”; mas, na verdade, nesta época comecei a me questionar também, porque criticava tanto se não era algo que me deixava feliz? Em 1987 saí da cidade de Andirá (PR) com destino a Curitiba (PR) à princípio para estudar. Eu não sabia, mas Deus tinha um propósito para mim com essa mudança. Vim, estudei, fiz faculdade, e já iniciei a pós-graduação. Nesta época, trabalhando e com muitos amigos, tive a oportunidade de ouvir sobre outras “religiões, seitas...” mas, nunca me envolvia, sempre criticando, agora também os pastores, que ao meu ver, só sabiam pedir dinheiro, trair suas famílias, zombarem das pessoas. Eu era uma pessoa muito feliz e digo com toda a certeza do meu coração; mas essa felicidade era em poucos momentos; pois se sorria de dia, à noite chorava. Sempre busquei algo que não sabia o que era; hoje entendo que Deus já havia me encontrado e estava tentando me resgatar, mas naquele momento não tinha ainda este entendimento. Mas Ele me resgatou. Lembro-me de muitos momentos de choro. Mas, certo dia, na frente do espelho, com os olhos semiabertos de tanto chorar, perguntava a Deus se Ele realmente existia; indagava onde estava a verdade, já que eu não acreditava em ninguém e em quase nada. Pedia a Deus que mostrasse onde estava a verdade. Acreditava que a vida era minha e poderia fazer o que bem quisesse. Que engano. A minha vida pertencia ao Senhor. Mas minha jornada não termina assim.


TESTEMUNHO – PARTE II

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o mesmo tempo que não acreditava em quase nada, sempre gostei e sentia a necessidade de participar de grupos de oração. Na época da Pós de Psicopedagogia, estagiei na Clínica Provisão. Certo dia, me expressei dando graças a Deus por ter chegado lá. O esposo da dona da clínica me perguntou se eu acreditava em Deus, afirmei que sim; ele então perguntou se eu gostaria de estudar a Bíblia. Me espantei, como assim estudar a Bíblia? Deus me mostrou que a verdade que eu tanto buscava estava Bíblia Sagrada. Com eles, a família Fagundes, membros da Igreja Central de Curitiba, aprendi sobre o grande amor de Jesus. Foram 18 sábados de estudo com esta família. Muita luta, choro, mas não tinha como eu brigar com Deus, já que havia pedido que me mostrasse onde estava a verdade. Ele não só ouviu, como me mostrou: eu estava estudando a verdade de Deus – A Bíblia. Sou imensamente grata a Deus, que me resgatou do mundo onde eu vivia, e que, com toda a misericórdia me concedeu a oportunidade de entregar a minha vida a Ele através do Batismo. Ele me deu a oportunidade de trabalhar em um Colégio, onde me alimento espiritualmente, além de poder trabalhar com meus alunos em todas as esferas de nossa vida. SOMENTE Deus sabe o porquê do HOJE e do AMANHÃ! Sou imensamente grata a Deus, pois, mesmo em humilde busca e tendo dificuldades, o Senhor me transforma em um canal de testemunho e ação na vida dos alunos com quem tenho contato! A coragem não é a ausência do medo. A coragem é o enfrentamento do medo. Corajoso é aquele que enfrenta o medo e não admite, que este sentimento se transforme em pânico ou em inação, em imobilidade. Mudar é complicado, sem dúvida, mas acomodar é perecer (CORTELLA, p. 45).

SEXTA 11/08

“Não te mandei eu? Seja forte e corajoso. Não tenha medo e nem se acovarde. Porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares. ” Josué 1:9

Maria Etelvina de Souza Guimarães Formada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia Clínica. Orientadora Educacional da Educação Infantil e Ensino Fundamental até 5º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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O DESEJO DE SALVAR

SÁBADO 12/08

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunha a todas as nações. Então virá o fim. ” Mateus 24:14

Iolanda Santos da Paz Formada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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profundo desejo de continuar falando do amor de Deus e levar meninos e meninas para a eternidade surgiu em novembro de 2008, quando decidi cursar Pedagogia na Faculdade Adventista da Bahia. Deus, com sua infinita bondade e sabedoria me presenteou com uma bênção, um sonho realizado, fiz o vestibular e fui aprovada. Em fevereiro de 2009 iniciei às atividades na FADBA, esse foi o meu primeiro contato com a Educação Adventista. O tempo foi passando e a cada dia percebia que Deus tinha grandes planos para a minha vida profissional e espiritual. Antes de ingressar na faculdade sentia-me um pouco longe dos caminhos de Deus, pregava do amor de Jesus, porém, dentro de mim estava faltando alguma coisa. A Educação Adventista me transformou. Em julho de 2012, Deus mais uma vez me presentou com a uma bênção, a minha formatura, mais um propósito de dEle se cumprindo em minha vida. Mas as bênçãos não pararam, pois no mês seguinte recebi o chamado para trabalhar no Colégio Adventista Boa Vista em Curitiba. Durante a minha prática pedagógica percebo a missão da Educação Adventista e seu maior objetivo, restaurar no homem a imagem de seu Autor, levá-lo de novo à perfeição em que fora criado, promover o desenvolvimento do corpo, espírito e alma para que se pudessem realizar o propósito divino da sua criação tal deveria ser a obra da redenção. Este é objetivo da educação, o grande objetivo da vida. (Educação, p.15). Ao meditar no verdadeiro objetivo da Educação Adventista percebo a tamanha responsabilidade que tenho como educadora e cooperadora, pois o papel do professor na educação cristã é de cooperador. Diante dessa missão que o Senhor me confiou me pergunto: Qual é a minha obra na Educação Adventista? A minha obra enquanto cooperadora e educadora é de transmitir conhecimento, valores e acima desse conhecimento para a vida presente, tenho o maior objetivo de ensinar e salvar para a eternidade. Deus me confiou meninos e meninas sedentos do conhecimento e da Palavra de Deus, tenho a responsabilidade de O apresentar a essas crianças para serem transformadas, assim como eu fui. Como educadora adventista tenho a missão de cooperar com o propósito do Deus Criador em transmitir aos meus alunos o conhecimento de Deus, moldando assim o seu caráter, tendo o desejo de atingir o maior objetivo, apresentar e viver uma verdadeira educação tão alta como o céu e imensa como o universo, educação que contribuirá para a vida presente enquanto vivermos aqui nesse mundo e o mais importante, para a vida vindoura. Hoje trabalho no Colégio Adventista Telêmaco Borba, levando o amor de Deus as crianças que o Senhor me confiou, ensinando para a vida presente com o foco na eternidade. Essa é a minha missão como cooperadora do Senhor. E você qual a tua missão? O que tens feito com as oportunidades que o Senhor te deu? Que você hoje através das suas escolhas e atitudes, possa ser um instrumento para apressar a volta de Jesus.


HORA DA HISTÓRIA

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uando criança eu amava quando minha mãe lia para mim, ouvia cada palavra com atenção. Cresci ouvindo histórias e hoje amo contar histórias para meus alunos. Enquanto leio, fico observando como as crianças ficam atentas, examinando os detalhes de cada figura e esperando ansiosamente para ouvir e ver a página seguinte. Fiquei pensando sobre a ideia de as nossas vidas contarem uma história!? Em cada situação, as pessoas ao nosso redor estão observando e ouvindo as histórias que contamos. Nossa história é comunicada por nossas palavras, atitudes e ações. Nossos filhos, cônjuge, vizinhos, alunos, colegas de trabalho podem observar a história que estamos contando. No texto bíblico de hoje, o apóstolo Paulo nos lembra de que como seguidores de Jesus, nossas vidas são como carta “conhecida e lida por todos os homens. Carta de Cristo, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente”. Qual história que aqueles ao nosso redor estão lendo por meio da carta de nossas vidas? Histórias de perdão? Compaixão? Generosidade? Paciência? Amor? Algumas vezes encontrei alunos, já adultos, e falaram que lembravam de algumas histórias que contei, me senti grata e feliz por ser uma contadora de histórias. Permita que sua vida conte a história do amor e misericórdia de Cristo ao mundo a sua volta, e então, seja bem-vindo à alegria de ser um dos contadores de histórias da grandeza de Deus!

DOMINGO 13/08

“Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” 2 Coríntios 3:3

Kelly Cristina Miranda Duarte Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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OS SEIS DEDOS – PARTE I

SEGUNDA 14/08

“Só eu conheço os planos que tenho para vocês; prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança. ” Jeremias 29:11

Luciara Mainardes da Veiga de Andrade

Graduada em Pedagogia. Pós-graduação em Aconselhamento Familiar. Professora regente do 5º ano do EF. Colégio Adventista São José dos Pinhais.

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asci no ano de 1979, na cidade de Curitiba, prematura de 8 meses, com 1 quilo 750 gramas. Quando minha mãe foi fazer a laqueadura, o médico conversou com meus pais, pois afinal, achava que eu não iria sobreviver. Quando estava com aproximadamente um ano, por indicação do pediatra, minha família mudou-se para Campo Grande (MS). Tive infância bem complicada, pois estava sempre muito doente. Minha história com a Educação Adventista iniciou-se no ano de 1985, na antiga primeira série, confesso que não foi algo muito bom. Todos os alunos faziam fila no pátio, antes de entrar na sala de aula. Quando olhei para a minha professora, fiquei com muito medo, ela era uma senhora alta e magra e com seis dedos em uma das mãos. Não conseguia prestar atenção na aula, ficava olhando para os seis dedos na mão da professora. Possivelmente, não me lembro muito bem, eu tinha alguma dificuldade, pois a frase “Você precisa aprender a ler menina” está guardada em minha memória até hoje. O tempo foi passando e outras professoras fui conhecendo. Até que cheguei à quarta série, e este ano foi muito marcante, ali comecei a me apaixonar pelo magistério. Minha professora era ruiva, muito paciente e querida, mas, ao mesmo tempo, muito séria e até um pouco brava. A forma como ela conduzia a aula me encantava, e foi ali que nasceu em meu coração a vontade de ser professora. Então fiz o magistério e a faculdade, sempre com o objetivo de um dia trabalhar na Rede Adventista. Desde o terceiro ano do magistério eu já fazia estágios remunerados. Fui para a faculdade e no segundo ano fui efetivada na escola que eu estagiava. Meu primeiro trabalho com carteira assinada, recebendo como professora. Já tinha deixado alguns currículos na mantenedora da Educação Adventista para tentar uma vaga, porém estava sendo muito difícil conseguir. Todos na escola que eu trabalhava sabiam que eu era adventista e, sabiam também, que eu não trabalhava aos sábados. Porém, estava se aproximando o dia das mães e a minha diretora sugeriu que eu fosse ao programa no sábado à tarde, só para participar de um lanchinho com as mães, uma vez que, o programa era em um buffet infantil. Quando eu falei que não iria, percebi que ela ficou brava, alterou o tom de voz e resmungou.


OS SEIS DEDOS – PARTE II

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a segunda-feira seguinte, ela me chamou em sua sala e disse que não poderia ter uma professora que não pudesse participar das programações da escola, sendo assim, fui demitida. No momento fiquei muito triste, desanimada, porém com a certeza que Deus tinha um propósito para a minha vida. Deixei um novo curriculum na Mantenedora e comecei a conversar com minhas amigas professoras que trabalhavam na Educação Adventista. Não tinha muita experiência, só havia feito estágios e trabalhado com a Educação Infantil, e as vagas que apareciam eram para o Ensino Fundamental. Após alguns meses, fui chamada para fazer uma entrevista no Colégio Adventista Boqueirão. Era uma segunda-feira e estava acontecendo uma capacitação. Fui informada pela coordenadora que estavam para abrir uma nova turma até a sexta-feira, daquela mesma semana, e se fosse da vontade de Deus, eu seria a professora. Saí do colégio muito esperançosa e feliz. Durante a semana, orei todos os dias e o telefone nunca tocava. Até que, sexta-feira, às 11 da manhã, a coordenadora me ligou. Disse que a vaga era minha e que eu deveria ir até a escola, levar meus documentos e arrumar a minha sala. Minha alegria e gratidão a Deus foi imensa. Atualmente, já se passaram 13 anos que faço parte da Educação Adventista. Aqui fiz vários amigos, conheci várias famílias e todos os dias busco, em Deus, ajuda para levar meus alunos para mais perto dEle. Muitas vezes, passamos por situações difíceis na vida, problemas de saúde ou emprego. A melhor certeza que temos, é que um dia Jesus virá nos buscar, e como eu comento com meus alunos, irá nos levar para um lugar tão lindo, mas tão lindo, que nós nem conseguimos imaginar. Coloque Deus à frente de tudo em sua vida, confie, pois só Ele sabe de todas as coisas.

TERÇA 15/08

“Só eu conheço os planos que tenho para vocês; prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança. ” Jeremias 29:11

Luciara Mainardes da Veiga de Andrade Graduada em Pedagogia. Pós-graduação em Aconselhamento Familiar. Professora regente do 5º ano do EF. Colégio Adventista São José dos Pinhais.

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OUVINDO A VOZ DE DEUS – PARTE I

QUARTA 16/08

“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”. Isaías 30:21

Ana Maria Fritoli Cendofanti

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano do EF. Colégio Adventista Portão.

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odo o ser humano foi criado para se relacionar com Deus. E na verdade, deste relacionamento, Deus propõem a nos oferecer uma convivência prazerosa e, acima de tudo, real. Ele não se contenta com algo superficial. O Deus Criador se dispõe, a cada dia, comunicar-se conosco de forma intensa e literal, basta apenas que ouçamos a Sua voz. É claro que ouvir a voz de Deus e conseguir identificá-la com clareza, não é algo natural para nós e para muitos parece não ser algo tão simples, mas, à medida que nos dispomos inteiramente nas mãos do Criador, Ele nos ensinará a ouvi-lo. Ainda estávamos no meio da manhã, mas o calor já era intenso de um dia típico de verão. Eu transitava pelo centro de minha cidade e o trânsito fervia. Estava exatamente retornando para casa, com o carro em baixa velocidade devido ao grande fluxo de veículos, quando de repente, Deus impressionou-me a entrar à direita numa rua pouco movimentada, a qual não fazia parte do meu trajeto. Segui Sua orientação, à princípio, sem compreender o motivo. Logo, ouvi a segunda orientação: “Olhe a esquerda, e compre os livros do rapaz que está parado no sinaleiro, a sua frente”. Era um vendedor de livros ambulante que transitava a pé pelas ruas da cidade. Como eu estava desprovida da quantidade necessária de dinheiro para realizar a compra, paguei pelo pedido com um cheque que supria o valor da compra. Voltei para o carro, perguntando a Deus qual havia sido o propósito deste contato, desta compra. E durante o trajeto de volta para casa continuei me colocando à disposição Dele para concluir seu plano na vida daquele jovem. Aproximadamente duas horas depois de eu ter chegado em casa, o telefone tocou e para a minha primeira surpresa, era o rapaz, o vendedor de livros.


OUVINDO A VOZ DE DEUS – PARTE II

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inha me disposto neste dia a colocar-me a disposição de Deus. Depois de não entender o porquê de Deus me fazer parar e comprar com aquele vendedor ambulante, aproximadamente duas horas depois, o telefone tocou e para a minha primeira surpresa, era o rapaz, o vendedor de livros. Disse-me, que não entendia como, mas, logo que eu deixei o local, ele foi guardar o cheque em seu bolso, quando inesperadamente um forte vento soprou em sua direção e jogou a folha de cheque em uma pequena poça de lama do outro lado da rua, o que o tornou inutilizável na rede bancária. Por isso, precisava trocar o cheque. Ainda ao telefone, para a minha segunda surpresa, disse-me que havia conseguido meu contato e endereço junto ao meu banco, do qual eu era correntista, algo que jamais ocorre referindo-se a um banco, especificamente por questões de segurança pessoal. Ao encontrá-lo novamente mais tarde, tive a oportunidade de falar-lhe sobre o verdadeiro amor transformador de Deus e para a minha terceira surpresa, disse ele que estava à procura do verdadeiro caminho para conhecer a Deus. Após um longo choro emocionado, despediu-se e foi embora, levando consigo várias literaturas e estudos da Bíblia. Hoje, após ter vivenciado inúmeras experiências semelhantes, tenho a certeza de que o “ouvir a voz de Deus” é uma das muitas missões para as quais Deus nos prepara e nos espera. E em muitas situações Deus aguarda nossa resposta imediata. Outro dia, ao sair para levar minha filha ao médico, ao pegar uma bolsa, fui esvaziá-la tirando alguns estudos da Bíblia chamados “Ouvindo a voz de Deus”, a fim de deixá-los em casa. Deus me disse claramente: “Deixe-os aí”! Sabendo que havia um propósito a frente, segui para o hospital. Após a conclusão da consulta, Deus me orientou a entregá-lo a médica plantonista. Ela o recebeu e ao olhar a capa do impresso com o título “Ouvindo a voz de Deus”, olhou-me perplexa e disse: “-Nossa! Hoje cedo, antes de sair de casa, rezei com meu esposo e suplicamos: ‘Deus, queremos ouvir a sua voz’! ” Que a nossa oração de hoje seja um pedido ao Senhor para termos ouvidos atentos à Sua voz.

QUINTA 17/08

“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”. Isaías 30:21

Ana Maria Fritoli Cendofanti Graduada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano do EF. Colégio Adventista Portão.

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INESPERADA

SEXTA 18/08

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem crê em mim, viverá eternamente. ” João 14:6

Josiele Maria Ferralhi Gehr

Formada em Letras. Pós-graduada em Literatura e Produção Textual. Professora de Produção de Texto. Colégio Adventista Portão.

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ais uma manhã como qualquer outra, acordar e se animar para o dia que terei a frente. Assim encontramos os colegas, os amigos e também aqueles que não sabem seu limite. Sabe, o crer em Deus é tão sustentador que nunca havia pensado no inoportuno. Pensamos que sabemos como reagir na maior parte das situações, até quando nos deparamos com um medo inigualável, o qual não cabe dentro de nós. Essa insegurança nos consome e tenta nos dominar como se fosse maior que nós. Com quem conversar? Em quem confiar? Nessas horas a vontade é de ficar só, dormir, se isolar do mundo, pois a dificuldade é gigantesca para encontrar outra solução. Ao retornar para casa, aquela rotina de sempre, colocar a mochila próxima ao computador, comer, tomar banho, assistir ou pesquisar no computador e dormir. E assim continua a rotina, estudos, trabalhos, família, namoro e o tentar conviver com esse medo inesperado. Sim, esse medo que aumenta a cada dia! Aprendi que conversar com alguém da igreja que possui a missão de evangelizar, é a atitude correta, pois irá nos aconselhar corretamente. Assim, esse medo inesperado está sendo tratado com ajuda médica e psicológica. A cada dia consigo perceber a melhora. Fica a mensagem: “ Um leão por dia”. Com o passar do tempo, aceitando a depressão, percebo o valor de ser cristã, dos nossos cultos, dos momentos de meditação, do orar pelo outro. Aprendi na Educação Adventista que Jesus é meu amigo de todas as horas, daquelas tristes e alegres, na vida e na morte. Aprendi aqui a evangelizar pelo pouco que sei, compartilho meu tempo visitando, orando, pegando na mão e dizendo: Tenha fé! Percebo que o inimigo sabe de nossas fraquezas e tenta nos manipular para nos afastarmos do caminho de DEUS. O inimigo, quer destruir nosso ânimo, família, esperança, crença e nossos valores. Eu não permito! Temos que fazer nossa escolha. Assim, para sermos escolhidos, temos que acreditar em quem nos traz DEUS para perto. Quem trouxe Deus para teu conhecimento? Quem fala de Deus para você? Onde você está encontrando Jesus? Queridos e queridas, permitam que Jesus entre em sua casa, em sua vida, pois Deus só entrará se nós convidarmos, ao contrário do inimigo.


TEMPO É UM TALENTO

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empo, duração relativa das coisas que cria no ser humano a ideia de presente, passado e futuro, período contínuo no qual os eventos se sucedem. A noção do senso comum de tempo é inerente ao ser humano. Para os cristãos, tempo é um talento concedido por Deus. Enquanto professora, sempre tive a preocupação com o tempo que passo com os meus alunos. Tempo é talento, como utilizá-lo de maneira que possa marcar a vida de meus amados alunos, tendo ciência de que sem Jesus nada posso fazer? Lembro-me que em uma das minhas aulas de filosofia, no ano de 2011, na turma do 1º ano do Ensino Médio, o tema era sobre liberdade de acordo com Sartre (um filósofo francês existencialista). Para ele, somos condenados à liberdade. Dizia: “Não somos livres para deixar de ser livres. Fomos condenados a isso.” Em seguida mencionei liberdade de acordo com Jesus, em Gálatas 5:1 o apóstolo Paulo escreve: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecereis firmes e não sujeiteis outra vez a um jugo de escravidão”; e em II Coríntios 3:17 “Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”, em Cristo somos livres. Um aluno que sentava na última carteira de uma das fileiras, questionou o porquê perder tempo falando sobre Deus, se Ele não existia, complementou dizendo que estava no colégio para ouvir sobre ciência, e não sobre algo que não poderia ser provado (especulação). O aluno afirmou que não acreditava na existência de Deus. Recordo que suspirei por alguns segundos, todos alunos olharam para mim, o tempo era precioso, administrava apenas uma aula por semana, então respondi com convicção: “Quando você estiver no 3º ano, você o conhecerá, se apaixonará por Jesus, porque sem Ele nada podemos fazer”. No final do curso do Ensino Médio, o aluno entregou o coração a Jesus e foi batizado. Em minhas aulas, alunos afirmam ser ateus, pois não conhecem a Jesus, mas ao conhecê-lo, muitos passam a amá-lo. Conheça a Jesus, fale com Ele, leia a Bíblia, não perca tempo. O tempo tem uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente importa. Jesus é o que realmente importa, acredite, Deus existe, e ama você.

SÁBADO 19/08

“Andai com sabedoria... remindo o tempo”. Colossenses 4:05

Noemi Macedo Amorim

Graduada em Pedagogia. Professora de Sociologia do Colégio Adventista Portão.

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A RECOMPENSA

DOMINGO 20/08

“O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar essa vida. Pois o filho do homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. ” Mateus 16: 26 e 27

Caroline Julien Gonçalves Costa Brusamolin

Graduanda em Pedagogia. Professora regente 5º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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o final dos anos 80 nasceu uma menina em um lar humilde, mas rodeada de amor. Durante parte de sua infância, ouvira de suas avós e tios histórias sobre a educação, pois grande parte de sua família lecionava. Além da formação de seus familiares, ela também se orgulhava de seu bisavô ser o diretor de umas das primeiras escolas de Paranaguá e fundador da primeira escola em Siqueira Campos, onde foi homenageado, através do seu nome, dado à instituição: Segismundo Antunes Neto. Após a formatura da 8° série, ela tomou uma grande decisão, seria uma professora e seguiria o que ouvira quando pequena e, com apenas 14 anos, fez sua inscrição no curso de magistério. Entusiasmada com sua decisão, iniciou-se naquele momento uma parte importante em sua vida, mas ela nem ao menos imaginava as lutas que iria enfrentar, pois desde seus primeiros ensinamentos escolares, frequentou instituições adventistas. Em um ambiente totalmente diferente, aquela jovem realizava as atividades propostas tentando conciliar a sua fé. Passou então por grandes dificuldades, mas nenhuma delas desnorteou de seu objetivo. Após grandes obstáculos, concluiu o curso e no ano seguinte realizou o seu sonho de trabalhar na educação adventista. Atuou em vários setores e finalmente chegou o dia, em que ela teria sua primeira sala de aula, um lugar onde ela poderia aplicar todo o seu amor e conhecimento adquirido desde pequena. Essa menina realizou seus sonhos, e, sendo essa menina, posso dizer que amei cada momento em que me familiarizei com a educação Adventista. Lido a cada dia com crianças tão sedentas de amor e atenção. Lembro da minha primeira turma, em que os olhos dos pequeninos brilhavam a cada história, gesto, ensinamentos ou brincadeiras. Hoje, continuo a ver os olhos brilhando e não me canso de pensar o quanto amo essa educação, a educação adventista, pois ela me inspira a marcar a minha geração. Muitas vezes me perguntei porque ser uma professora da Educação Adventista, por que não fazer um concurso e tentar um salário maior? As respostas para tais questões sempre foram claras, pois, para mim, o maior salário que um professor pode alcançar não é somente boas notas, crianças desenvolvidas, competentes e habilidosas, mas sim indivíduos capazes de reconhecer a salvação e a vida eterna em Cristo Jesus. Pois “o que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar essa vida. Pois o filho do homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez.” (Mateus 16: 26 e 27). Essa é a recompensa que anseio e, dentre as surpresas do céu, uma das que almejo é encontrar alunos e pais transformados e influenciados através da minha missão na Escola Adventista.


ELE AGE EM SILÊNCIO

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ssim como alguns jovens que foram criados na igreja, eu sempre tive curiosidade em saber como viviam as pessoas “do mundo”. Como eles faziam para ser felizes? Eram realmente felizes? E os amigos, eram para sempre? Com o passar do tempo, fui me interessando cada vez mais nessa vida, fazendo amizades com pessoas não cristãs, vivendo como elas viviam, sem me dar conta de que eu também já era uma delas. Mas isso foi tomando espaço no meu coração e peguei muito gosto pelas coisas que estava aprendendo que existiam. Com alguns acontecimentos, eu e meu esposo nos vimos na necessidade de mudar de cidade e fomos para Maringá, próximo à minha família e em busca, claro, de uma vida financeiramente melhor. Mas as coisas não saíram conforme o nosso planejado, eu acabei ficando doente e tive que parar de trabalhar, e apenas com o salário dele nós não estávamos conseguindo nos manter. Tivemos que optar por voltar para Curitiba e recomeçar do zero. Foi um período de muitas dificuldades, pois os dois já estavam sem emprego há um ano, vivendo somente pela misericórdia. Eu não conseguia entender o porquê dessas coisas estarem acontecendo com a gente. Estávamos os dois procurando empregos há meses, mas nada aparecia. Nas entrevistas ouvíamos “Não” de todos os lados. O pensamento que permeava minha mente era que Deus realmente havia me abandonado. Em uma madrugada, sem conseguir dormir, percebi que meu esposo estava extremamente desanimado com toda a situação. Ao vê-lo assim comecei a orar: “Por que? O que o Senhor quer nos mostrar? O que o Senhor quer para minha vida? Por que nos desamparou? Eu não tenho mais para onde correr, não tenho mais forças. É assim que o Senhor quer que eu volte? Não consigo! ” No instante em que terminei minha oração, lembrei-me da Instituição Adventista. Na mesma hora eu me questionei: “A instituição? Mas eu não quero nada com os adventistas e eles também não vão me aceitar por eu estar afastada. Eu nem vou tentar. ” Mas algo mais forte do que a minha rejeição me dizia para tentar. E essa voz não me deixava por um minuto sequer. Até que, comentei com o meu esposo e ele me disse para tentar, mesmo sabendo que eles não me aceitariam. No dia seguinte fui atrás, e mesmo contra a minha vontade, meu currículo chegou até eles. Dois dias depois fui chamada para uma entrevista e convidada para trabalhar na Escola Adventista do Santa Efigênia. Com o passar dos dias, fui me adaptando à rotina dos cultos diários, me apaixonando pela minha profissão e sentindo saudades dos cultos de pôr-do-sol na casa dos meus pais. E assim como aconteceu antes, sem eu perceber, já estava tão envolvida pelas coisas da escola e da igreja que não via alternativa a não ser me rebatizar. Hoje eu entendi o plano de Deus e o motivo pelo qual as coisas aconteceram neste intervalo tão comprido de tempo. Como educadora, tenho a obrigação de honrar com a transformação de Deus na minha vida e assim, me esforçar ao máximo para guiar meus alunos aos pés desse Deus misericordioso. Esse deve ser o trabalho de todos nós, influenciar as pessoas a escolher o melhor caminho.

SEGUNDA 21/08

“Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que ama a Deus.” Romanos 8:28

Thaís Espaires Costa

Graduanda em Pedagogia. Professora regente do 3º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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A PROVA DE FOGO

TERÇA 22/08

“Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres”. Salmo 126:3

Lair Meneghini dos Santos Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Neuropsicologia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

22 - Dia do Coordenador Pedagógico

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inha família jamais esquecerá do mês de maio de 2007. Lembro-me muito bem, era sextafeira de manhã e eu senti um desconforto no ouvido. Fui ao otorrino e, após examiná-lo, disse que o ouvido estava deformado, mas que, com o antibiótico potente que havia receitado, o meu ouvido ficaria bom. Nessa época, eu dobrava período na minha amada Escola Adventista Vista Alegre, na qual estou servindo ao Senhor há 24 anos. Pois bem, medicada e confiante, terminei meu dia de trabalho. Durante o final de semana a dor de ouvido se agravou, tornando- se uma dor de cabeça, insuportável. Precisei retornar ao médico, agora ao PA do Hospital fui examinada por um neurologista, me diagnosticando como estando com suspeita de meningite. Internação imediata para exames mais aprofundados. Resultado? A suspeita se confirmou, meningite viral, isolamento e coma induzido. Fiquei muito assustada e com medo, mas confiante, segundo o salmista “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo, a Tua vara e o Teu cajado me consolam”. Salmo 23:4. Foram sete dias de internação e voltei para casa. O médico falou que depois de muito repouso, ficaria bem. Não demorou muito, a situação se agravou, agora eu havia perdido o movimento do lado direito e a fala, retornei de imediato ao médico, resultado: inflamação nas meninges, da meningite viral havia evoluído para meningite bacteriana. O desespero foi total e absoluto. Meu marido sempre ao meu lado, dizia para não me preocupar, pois Deus cuidaria de mim. Meus queridos, as promessas de Deus são reais e verdadeiras, pois, Ele cuidou de mim. Foram trinta e três longos dias de internação e tratamento intensivo. E segundo os médicos, essa meningite só dá em crianças, raramente em adultos e quando não leva a óbito, deixa sequelas gravíssimas. Mas, pela graça de Deus, aqui estou. Sei que Deus tem uma missão para mim, pois, Deus estivera comigo o tempo todo, segurando a minha mão! Queria simplesmente que eu confiasse nEle e descansasse em Seus braços de amor. Eu sabia que estava passando por uma prova de fogo, mas também sabia que Deus estaria junto comigo, para me segurar pela mão. “ Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em Ti”. Salmo 56:3.


UMA VIDA TRANSFORMADA

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meu primeiro contato com a Educação Adventista foi aos 15 anos. Aconteceram alguns problemas em minha vida e meus pais decidiram me colocar no Colégio Adventista para fazer o Ensino Médio, por ser um colégio rigoroso e com princípios cristãos. Tive vários professores que marcaram minha vida, mas me recordo com emoção de dois pontos marcantes em minha trajetória como estudante. O primeiro foi quando recebi uma Bíblia da minha professora de Religião, eu a usava todos os dias, marcando os textos que mais gostava. Também tenho boas recordações de um professor que me fez despertar e sentir vontade de trabalhar assim como ele, e por isso, optei por fazer um curso de licenciatura em Matemática. Também foi neste Colégio que conheci um rapaz no meu último ano, ele me ensinou sobre as doutrinas e me contou muitas histórias bíblicas. Passávamos muito tempo falando sobre isso depois que ingressei na Faculdade. Aos poucos senti as mudanças que Deus foi fazendo em minha vida, transformando meu jeito de ser e me incentivando a deixar para trás tudo aquilo que me afastava dos bons princípios. Ele me explicou cada detalhe que eu não compreendia da Palavra de Deus. Quando eu me formei em 2012, na faculdade, resolvi me batizar, pois já estava preparada para mudar meus hábitos. O tempo passou e eu tinha o desejo de voltar para Colégio, aquele lugar onde fui transformada. Esse era um sonho, que se tornou realidade no ano de 2013, quando recebi uma proposta para trabalhar no mesmo Colégio que eu havia estudado, não como professora, mas como Tesoureira. Desde que comecei a trabalhar nesta função tenho a oportunidade de falar aos pais o que este Colégio fez em minha vida e o quão é importante seus filhos estarem aqui, aprendendo não apenas os conteúdos pedagógicos, mas também sobre os verdadeiros valores deixados por Cristo. Compreendo que fui escolhida para cumprir a missão a mim designada de também marcar uma geração, levando a mensagem de salvação aos pais e alunos. Percebo que Deus tem um propósito para nós, às vezes um pouco diferente do que imaginamos, mas sempre melhor do que sonhamos.

QUARTA 23/08

“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas.” II Coríntios 5:17

Renata Matulle Novak Graduada em Matemática. Tesoureira no Colégio Adventista Guarapuava.

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JALECO BRANCO E MÃOS SUJAS DE GIZ

QUINTA 24/08

“Agrada-te do SENHOR, e ELE satisfará os desejos do teu coração! ” Salmos 37:04

Héliton José Cândido Graduado em Letras. Professor de Língua Portuguesa e Ensino Religioso. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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u estava com 27 anos quando entendi que o vazio que inundava o meu ser e me condenava a estar sempre atrás de uma coisa que nem eu mesmo sabia o que era, jamais seria preenchido se eu não retomasse o caminho do meu sonho: ser professor de Língua Portuguesa. Em razão do curso da vida eu já havia desistido desse sonho. Agora casado, pai de dois filhos, e com limitações financeiras, iniciaria a mais longa de todas as buscas: tornar-me professor de Língua Portuguesa e um dia ensinar a ler e a escrever usando a Bíblia como livro didático, participando assim do processo de transformação de vidas. Mal sabia que o caminho seria estranhamente tortuoso. Em 1998, com o apoio de minha doce esposa, retomei meus estudos e agora dividia meu tempo sendo marido, pai, diretor de um Clube de Desbravadores, operário em uma empresa metalúrgica e estudante do Ensino Médio. No ano 2000, já habilitado a tentar um vestibular, fui convidado por um pastor para trabalhar em um projeto evangelístico na cidade de Palmas, no Paraná. As bênçãos, naquele ano foram enormes! Deixei de ser operário e passei no vestibular, e dos 150 estudos bíblicos que ministrei, foram gerados 68 batismos! Então, vieram convites para novas “cruzadas” evangelísticas, e assim o sonho de uma faculdade foi ficando para trás. Dez anos se passaram, foram 1207 estudos bíblicos, 427 batismos, 18 conferências bíblicas em 18 cidades diferentes. Estive em tribos indígenas, vales de pescadores, ilhas, grandes centros urbanos e cidades interioranas. Eu me perguntava a cada nova cidade, porque ELE me impedia de realizar meu sonho? Se ELE me queria para sempre como seu “Obreiro Bíblico, ” por que eu não deixava de sofrer pela vontade de um dia usar um “jaleco branco” sujar as mãos de giz. Por quê? A cada chamado para um novo local evangelístico eu sentia que DEUS estava tentando matar meu sonho de ser professor. Mas, ao final de cada “campanha” evangelística muitos batismos aconteciam. Assim, por um lado eu me sentia abençoado, mas por outro, eu me sentia rejeitado. Numa manhã em que todos os obreiros bíblicos da região em que eu servia foram chamados para um curso de capacitação, eu havia dito para minha esposa que finalmente eu iria romper com o evangelismo e iria estudar. Estava resolvido, naquela manhã eu me demitiria da obra bíblica para correr atrás do meu grande sonho, o sonho de ser professor da Língua Portuguesa. Antes que eu falasse com o meu chefe, ele veio até mim e disse: - “Professor” Hettho, eu tenho um novo desafio para você e sua família! Chega de viagens! Chega de viver longe da esposa e dos filhos! Você agora será “Pai social” e sua esposa será “Mãe social” em um orfanato de nossa igreja e poderá continuar servindo a DEUS e terá condições para estudar e assim realizar seu sonho de ser professor. E como reconhecimento pelos anos de trabalho em “campos itinerantes”, a “obra” vai ajudar a custear os seus estudos. E foi com o coração agradecido que a cada manhã dos anos seguintes eu fui professor de 28 meninos abrigados na instituição e tive a oportunidade de cursar uma graduação em Letras. Tive o privilégio de estagiar desde o primeiro dia da faculdade no meu próprio trabalho tendo contato com todas as séries em que os abrigados estudavam. Finalmente entendi que DEUS não estivera me rejeitando, e sim me preparando, moldando, me amando e me conduzindo a cada dia. Hoje, sou o professor Hettho, professor do Colégio Adventista Telêmaco Borba. Uso um jaleco branco e vivo com as mãos sujas de giz. Uso a Bíblia como um de meus livros didáticos, ensinando Língua Portuguesa, Produção de Textos, Literatura, e Ensino Religioso para meus alunos. Caro leitor, agrada-te no Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração.


ETERNIDADE

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duardo estava estudando para a prova de Geografia e descobriu que a distância média do Sol em relação à Terra é de aproximadamente 150 milhões de quilômetros. Na aula seguinte ele fez a seguinte observação: “Acho que o Sol está muito longe daqui. Gostaria de viajar além do Sol para reencontrar minha mãe”. Ele perdera sua mãe após um trágico acidente de trânsito aos quatro anos de idade e guardava apenas algumas lembranças dos poucos anos de convívio. Em 5 de setembro de 1977 a NASA lançou a sonda Voyager para investigar os planetas Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Em setembro de 2013 os meios de comunicação anunciaram que a sonda tinha se transformado no primeiro objeto feito pelo ser humano a deixar o Sistema Solar. Os cientistas calcularam que o objeto se encontrava há mais de 19 bilhões de quilômetros do Sol. A experiência de Eduardo e as notícias da NASA podem nos levar aos pensamentos do sábio Salomão no livro de Eclesiastes: “Deus colocou no coração do homem o anseio pela eternidade”. Embora o homem queira desbravar novas fronteiras, o anseio pela eternidade pode ser traduzido como o descontentamento que temos com o mundo. Conseguimos transpor os limites do Sistema Solar e ainda assim nos encontramos inconformados com as mazelas da humanidade, incluindo a pior delas, que é a morte. O apóstolo Paulo afirma em sua carta aos Romanos: “Não vos conformeis com este mundo” (Romanos 12:2). É isso mesmo, não devemos aceitar o que o mundo nos oferece, pois há uma esperança maior. A esperança da volta de Jesus. Não precisamos nos preocupar em ir além do Sol para reencontrarmos as pessoas que perdemos, pois Jesus regressará para limpar todas as manchas do pecado que nos provocaram dor. Viveremos eternamente ao Seu lado.

SEXTA 25/08

“Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade, mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez”. Eclesiastes 3:11

Rafael Leandro de Oliveira Formado em Geografia. Professor de Geografia do Ensino Médio. Colégio Adventista Boa Vista.

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ESCOLHIDA PARA MARCAR UMA GERAÇÃO!

SÁBADO 26/08

“E tudo o que pedirdes em oração, se crendo, recebereis”. Mateus 21:22

Tatiane Albach Neves da Cruz

Graduada em Letras Literatura. Pós-graduada em Educação Infantil e SI. Professora da Educação Infantil. Colégio Adventista Guarapuava.

26 - Quebrando o Silêncio Parceria Igrejas

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T

rabalho no Colégio Adventista há quase cinco anos e vejo o direcionamento de Deus em cada momento! Lembro-me de quando comecei a lecionar, substituir alguém que havia exercido a profissão durante anos não foi uma tarefa fácil. Quando acontecia algo que me deixava triste, sempre encontrava forças em um verso importante para mim: “ E tudo o que pedirdes em oração, se crendo recebereis. ” Deus não escolhe os capacitados e sim capacita os escolhidos! Eu me sinto escolhida para trabalhar na Sua obra! Escolhida para mostrar para os alunos que, além dos conteúdos programados, temos um diferencial, conduzi-los para o céu, mostrando que o céu é doce! A cada aula de Ensino Religioso preparada, tenho a oportunidade de encantar meus pequenos com as belezas do Céu, e assim, com toda singeleza de uma criança, eles transmitem aos pais e famílias. Oro para que eles anelem pelo Céu! Hoje, além de trabalhar no Colégio, percebo que minha filha de quatro anos está aprendendo, também na escola, que deve amar nosso Deus, seus professores e amiguinhos! Tem benção maior que isso? Que nós, professores e funcionários possamos manter em nossa mente a missão que a nós foi designada! Ellen White nos faz refletir: “No mais alto sentido, a obra da educação e da redenção são uma. … Deve ser o primeiro esforço do professor e seu constante objetivo auxiliar o estudante a compreender estes princípios e entrar com Cristo naquela relação especial que fará daqueles princípios uma força diretriz na vida” (Educação, p. 30). Que essa seja a nossa força que move nossa vida: comunhão plena com o Criador na direção rumo ao Céu.


QUESTÃO DE IDENTIDADE

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esde adolescente eu pensava qual seria a minha missão aqui neste mundo, qual seria a minha identidade. Queria uma profissão que me elevasse, que me fizesse capaz de inspirar pessoas, uma profissão da qual eu tivesse a capacidade de me reinventar, uma ocupação onde eu pudesse desenvolvê-la com ética e integridade, onde eu pudesse enxergar o outro e ser útil para ele. A Educação Adventista me deu todas essas oportunidades relatadas acima. Pois, qual outro lugar nos convida a olhar o trabalho como campo missionário? Espaço para informar, formar e restaurar, restaurar valores e as virtudes de Jesus, como ser sábio, corajoso, moderado, justo, respeitoso e tantas outras virtudes que só encontramos na pessoa de Cristo. E este é o segredo da Educação Adventista, são as suas raízes bem sólidas na Palavra de Deus. Sem ela, corremos o risco de ficar apenas no superficial e na aparência. Sendo assim, creio que o nosso ensino como professores adventistas deve enfatizar cada vez mais o que é eterno, buscando influenciar os alunos de forma solidária e fraterna. Ellen White não deixou dúvidas de que o mundo tem tido grandes pensadores e ensinadores, homens de poderoso intelecto e vasto poder investigativo, tais homens têm sido honrados como guias e benfeitores do gênero humano. Há, porém, Alguém que se acha acima deles, em Alguém que transmite uma educação superior estão a sabedoria e a força, e de cuja boca “vem o conhecimento e o entendimento” (Provérbios 2:6). Por isso, cada professor, antes de ensinar, deve aprender dEle. A comunhão com o nosso Criador é o nosso mais alto privilégio. A semelhança com Deus é o alvo a ser atingido. “Deve ser o primeiro esforço do professor e seu constante objetivo auxiliar os estudantes a compreender os princípios do caráter de Deus. ” (Educação, p. 30) Essa é a mais elevada educação que podemos oferecer, é o próprio método de Deus para o desenvolvimento. “Une-te, pois, a Ele” (Jó 22:21).

DOMINGO 27/08

“Une-te, pois, a Ele. ” Jó 22:21

Tatiane von Dentz

Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Psicopedagogia. Professora do 1º ano do EF. Colégio Adventista Portão.

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PROPÓSITOS – PARTE I

SEGUNDA 28/08

“Eu mostrarei que me interesso por vocês... Só eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança. Sou eu, o Senhor quem está falando”. Jeremias 29:10 e 11

Lílian de Carvalho Costa Vicentini

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º EF. Colégio Adventista Portão.

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pós concluir a graduação em pedagogia, tive uma proposta de estágio e trabalho na rede Adventista de ensino na cidade de Curitiba. Entretanto, outras oportunidades apareceram e eu precisava decidir entre uma proposta de emprego no Nordeste, onde eu acabara de concluir meus estudos; voltar para minha cidade natal em Minas Gerais para trabalhar em um colégio secular em que minha tia era diretora ou ajuntar as malas e começar do zero no sul do país, em Curitiba. Tratava-se de uma das maiores decisões que eu já havia tomado em meus vinte e poucos anos de vida. O receio de fazer a escolha “errada” me cercava. Eu pensava que só existiria um lugar em que eu pudesse ser feliz, que somente em um desses três lugares estariam as bênçãos de Deus para mim. Orei com afinco em busca de uma orientação divina, e no segundo semestre daquele ano, assumi minha primeira turma num colégio Adventista na capital paranaense. A turma formada por 28 alunos, e uma menina se destacava entre eles. A Audrey era muito quieta. Todos os dias eu a cumprimentava, perguntava como ela estava e ela nunca me respondia oralmente, apenas sinalizava com a cabeça, também resistia a participar de atividades que exigissem interação com os colegas. Busquei informações com o setor da orientação, onde descobri que minha aluna passava por problemas emocionais, quase um quadro de depressão infantil. Decidi ser amiga da Audrey, ganhar sua confiança. Continuei a cumprimentá-la, perguntar como ela estava; passei a sentar com ela no momento do intervalo para “puxar papo”. Para minha surpresa, os primeiros sorrisos foram surgindo, assim como as primeiras respostas orais. Outras meninas da classe passaram a se aproximar dela, e quando menos imaginei, a Audrey não se destacava mais por sua tristeza. “Yes”, eu mal podia acreditar. Eu vivia um período muito feliz em minha vida de modo geral. Sabe quando a gente pensa que está tudo indo bem, e que nada poderia atrapalhar? Pois é, minha vida pessoal e emocional entrou em descompasso por vários fatores. O que vinha em minha mente era que, não havia propósito em eu estar naquela cidade, pois havia feito a escolha errada, e aproximando o final do ano letivo eu pediria demissão.


PROPÓSITOS – PARTE II

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inha coordenadora me chamou para conversar, pois havia me notado triste. Pude dividir com ela o que eu estava sentindo. Após uma oração ela me disse para eu não ir embora, que Deus tinha um propósito para ter me levado para Curitiba, e que Ele me mostraria isso. Confesso que após aquela conversa, continuei desanimada, mas pedi a Deus que eu pudesse enxergar. E Ele, sem demora, providenciou tudo. No mesmo dia, quando sai do colégio, uma mulher que eu não conhecia me parou, e se identificou como sendo a mãe da minha aluna Audrey. Alguns anos se passaram, porém, não me esqueço das palavras dela, “Professora, eu sei que você não é daqui, e eu quero que você saiba que Deus te tirou de onde você morava para que pudesse ser a professora da minha filha. A Audrey voltou a sorrir depois que te conheceu”. Naquele momento eu enxerguei. Como foi fácil esquecer-me de todas as orações que eu havia feito antes de fazer minha escolha. Como foi fácil esquecer-me de Deus e pensar em buscar a solução sozinha. Eu havia desistido de buscar auxílio em Deus, mas Ele nunca desistiu de me ajudar. Eu havia esquecido sobre o poder da fé, mas com amor Ele me ensinou novamente. E no livro de Jeremias, encontramos o caminho para não duvidarmos dos propósitos de Deus com a continuação do verso da meditação de hoje: “Então vocês vão Me chamar e orar a mim, e Eu responderei. Vocês vão me procurar e me achar, pois vão me procurar com todo o coração”.

TERÇA 29/08

“Eu mostrarei que me interesso por vocês... Só eu conheço os planos que tenho para vocês: prosperidade e não desgraça e um futuro cheio de esperança. Sou eu, o Senhor quem está falando”. Jeremias 29:10 e 11

Lílian de Carvalho Costa Vicentini

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º EF. Colégio Adventista Portão.

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EU DEIXO MARCAS!

QUARTA 30/08

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Mateus 5:16

Aline dos Santos Rios

Graduada em Pedagogia e Especialista em Alfabetização e Letramento. Professora regente do 2º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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onta-se uma história de uma professora de Nova York que decidiu homenagear seus alunos entregando-lhes uma faixa azul e dizendo para cada um como eles tinham marcado sua vida de maneira positiva. Essa história causou um impacto em meu coração e fez-me desejar ser uma professora semelhante; desejava impactar a vida de meus alunos de tal maneira que nunca fosse esquecida, porém, não sabia como fazer. Apenas sabia que deveria ser “marcada” primeiro para que depois pudesse fazer semelhante com quem eu viesse a conhecer. Muitos professores impactam a vida de seus alunos de maneira tão significativa que estes, ao saírem do colégio e tornarem-se adultos, dedicam seu sucesso profissional aos professores que tiveram durante sua trajetória escolar. Na minha vida estudantil, enquanto aluna da educação adventista, conheci vários mestres que marcaram minha vida, mas um Mestre em especial trouxe um sentido muito maior para quem eu sou. Esse mestre chama-se Jesus Cristo; ele marcou minha vida na educação adventista de tal maneira que hoje, como professora, tenho o desejo no meu coração ainda maior de marcar a vida dos meus alunos não apenas com uma faixa azul, mas com algo muito maior, que ninguém poderá arrancar. Jesus trouxe sentido para minha vida; deu-me esperança de uma vida melhor; trouxe luz onde só havia escuridão; paz onde só havia angústia; perdão onde só havia mágoa; solução onde só havia problemas; amor onde só havia ódio e alegria onde só havia tristeza. Meu coração é tão agradecido a Deus por ter me proporcionado essas bênçãos que hoje, ao visitar o lar de um aluno, não perco a chance de falar para ele sobre o amor desse Mestre que é o Mestre dos mestres. Tento marcar o coraçãozinho de cada família com a esperança de um dia termos uma vida melhor, lá no Céu. Como diz a palavra de Deus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. Mateus 5:16. Que possamos ser luz, com o que temos, com um sorriso, com uma palavra amiga, com uma oração, com um abraço ou simplesmente com o nosso exemplo. Que nossa luz, a luz que vem de Cristo, posso marcar a vida dos nossos alunos.


DEUS EM PRIMEIRO LUGAR

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ste é meu quarto ano na Educação Adventista. Conheci a escola por meio de uma amiga que me indicou à diretora e desde o início senti que era o lugar que eu sonhava em dar aula. Amo esta escola pois colocamos o Pai Celestial acima de qualquer coisa, temos liberdade e devemos falar de princípios e valores. Aqui as pessoas se importam com o ser humano, e não somente com o dinheiro da mensalidade, ou com o seu salário, como acontece em outras instituições escolares. Como professora de inglês, tenho acompanhado o desenvolvimento das crianças no decorrer dos anos, já que dou aula para todas as turmas da escola e fico feliz em ver a diferença que esta educação está fazendo na vida delas. Tive experiências muito significativas neste tempo, mas uma me marcou este ano. Eu estava ensinando sobre “happy or sad” (feliz ou triste) no 1ºano, e, ao pedir para desenharem como se sentiam, um aluno da sala desenhou seu rosto triste por sentir falta da mãe. Os pais são separados, e ele mora com a avó, que não o deixava ver a mãe e ele sentia muito a falta dela. Sei dessas coisas porque ele se abriu comigo; no mesmo momento, fiz uma oração em pensamento e ao conversar com ele, vi aos poucos, seu semblante mudar. Amo as crianças, o grupo de funcionários, a equipe pedagógica e a direção que me apoiam em meus projetos. Aqui encontrei um grande diferencial, o apoio pedagógico e financeiro para dar aulas dinâmicas. Mesmo com tudo isso, vinha me sentindo preocupada com meus filhos, pois esta profissão toma muito do nosso tempo e não estava conseguindo dar a atenção devida às minhas 3 crianças, por isso fiz um jejum em que o Senhor me respondeu que devo continuar aqui, e meus filhos, que são alunos desta escola, também deveriam continuar. Um dia desses me perguntaram como considero o nível pedagógico da Escola, respondi que é maravilhoso, pois estamos sempre nos qualificando e que, como o Pai Celestial está em primeiro lugar, Ele abençoa cada aluno e cuida do futuro deles.

QUINTA 31/08

“O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate”. Provérbios 15:13

Daniele Aparecida Buss de Souza

Graduada em Letras. Professora de Língua Inglesa. Escola Adventista Araucária.

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DEIXE DEUS CONDUZIR SEUS PASSOS

SEXTA 01/09

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. ” Romanos 8:28

Vanessa de Campos

Formada em Pedagogia. Coordenadora Disciplinar e Orientadora Educacional. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

01 a 30 - Batismo da Primavera

Marcar data com Igreja

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F

ui aluna do Colégio Adventista e marquei a vida de muitos professores, orientadores e, principalmente, dos coordenadores de disciplina, pois apresentava um perfil indisciplinado. Eu tinha muitos objetivos, menos o de estudar, que tinha diversos objetivos, contudo, não o de estudar... Quando o telefone tocava em casa, minha mãe, com o coração apertado, temia em atender, por saber que deveria ser do Colégio. “Qual seria a Ocorrência dessa vez?!”, ela se indagava. Momentos difíceis e desconfortáveis ela teve que se submeter, pois sabemos o quão doloroso é receber reclamações dos filhos. Enfim, o ano passou e a tristeza ainda teve um acréscimo, no final do ano recebi a não tão boa notícia que havia sido reprovada. Naquele momento, percebi o que havia feito durante todo o ano. O sentimento de tristeza e arrependimento bateu em meu coração, mas além desses sentimentos, houve outro que pulsou ainda mais forte, por isso, claramente decidi mudar minha vida. O comportamento e as notas já não eram mais os mesmos, a aluna que se destacou entre os colegas de sua turma agora de maneira positiva começou a construir sua nova imagem. Os anos se passaram e após a conclusão do Ensino Médio tive uma oportunidade de emprego, imaginem onde? Novamente me deparei com o Colégio Adventista, mas agora, como ex-aluna, passando a ser uma funcionária. Que grande responsabilidade cuidar de alunos que apresentavam o mesmo comportamento que eu uma vez tivera, ou com dificuldades ainda maiores. O tempo foi se desenrolando e eu já não mais era monitora, me tornei Coordenadora de Disciplina, uma função que por sinal, já conhecia como a palma de minha mão, afinal, as visitas da aluna indisciplinada ao setor disicplinar eram frequentes. Hoje percebo a mão de Deus em minha vida, como Ele nos conduz de maneira poderosa. Nunca imaginei tal trajetória e mudança em minha experiência, mas hoje tive a oportunidade de mostrarlhes que Deus muda as pessoas, as chama e as capacita. Sabe, ainda ouço os meus professores, que agora são companheiros de trabalho, afirmam que milagres existem. Permita, então, que Ele opere em você as mudanças necessárias, pois assim resultarão bênçãos para você e para os que estão ao seu redor!


AFASTANDO URSOS

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ocê já passou por uma situação difícil? Suponho que sim, pois aqui nessa terra estamos todos sujeitos a esse tipo de situação. Às vezes, os problemas são como ursos ferozes tentando nos atacar. Quando eu era adolescente, li uma história verdadeira em que crianças afastaram ursos em uma floresta apenas com o canto. Isso mesmo! Eles cantaram e os ursos fugiram! Tive um problema que parecia um “urso feroz”. Esse problema se chama: depressão. Por causa dela, tive que parar de dar aulas por um tempo e fiquei afastada do lugar que considero minha segunda casa: o Colégio Adventista Telêmaco Borba. Penso que não preciso entrar em detalhes sobre esse tão temido “urso” da depressão, mas quero falar um pouquinho sobre uma das coisas que faz com que esse “urso” se afaste. A Palavra de Deus diz que o “Senhor habita entre os louvores”. Eu pude comprovar isso em minha vida. Sempre que me sentia muito triste ou doente, eu ia para um lugar tranquilo, em meio à natureza, olhava para o céu e, observando a criação de Deus, começava a cantar louvores. No começo era até meio dolorido, digo dolorido porque parecia que a alma estava doendo, pois, quando estamos tristes não temos vontade de cantar, mas, logo após alguns louvores cantados, a alma se enchia de uma paz incrível e inexplicável. Era como se o próprio Deus estivesse bem pertinho... Até os pássaros se aproximavam mais, minha cachorrinha chegava perto e a brisa parecia tocar minha face suavemente como se fosse o toque do próprio Criador! Acredito sim que Deus se faz presente no meio dos louvores. E mais: a presença de Deus é curativa. Ela traz paz para a alma, descanso para o cansado e é refúgio para o oprimido. Sei que o canto em louvor à Deus ajudou a afastar o “urso” da depressão nos momentos mais difíceis. Qual é o “urso” que está te perseguindo? Experimente espantá-lo com os louvores... eu tenho certeza de que a presença de Deus será suficiente para te ajudar em todas as situações difíceis da sua vida. A presença do Espírito de Deus te dará paz e clareza necessária para te direcionar em meio à dúvidas, ansiedades e preocupações. Hoje continuo o meu trabalho na minha segunda casa: no Colégio Adventista Telêmaco Borba. E louvo à Deus com alegria todos os dias, em casa e no trabalho também, pois lá temos momentos para cantar louvores à Deus e, assim, afastar todos os “ursos ferozes” que possam aparecer. Caro leitor, se hoje você enfrenta um urso feroz, cante a Deus! Levante sua voz em louvor! Ele pode afugentar todos os ursos ferozes.

SÁBADO 02/09

“Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel. ” Salmo 22:3

Jeniffer Aparecida Amaral Souza de Oliveira

Formada em Pedagogia. Professora regente do 5º ano do EF. Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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MUDANÇA DE PLANOS

DOMINGO 03/09

“Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos’, declara o Senhor”. Isaías 55:8

Débora Regina Ferreira da Silva Zawolski

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Coordenadora Pedagógica e Orientadora Educacional. Escola Adventista Ponta Grossa.

03 - Lançamento Matrículas 2018

03 2º Seminário Insignare

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osto de relembrar o tempo que passei fazendo parte da Educação Adventista. Foram 12 anos como funcionária de um lugar, que podem ser descritos como um pedacinho do céu na terra. É incontável o número de experiências onde podemos perceber os dedos de Deus escrevendo as sequências de acontecimentos que vivi, e me mostrando as obras que Ele desempenhou. Tudo começou com um convite para almoçarmos na casa de amigos do meu esposo, e neste dia conheci o Gustavo, que era o filho único do casal, e estava para começar sua vida estudantil. Eles ainda não sabiam em qual colégio colocá-lo, então os convidei para conhecer o Colégio Adventista de Jacareí, e assim decidiram matriculá-lo. A partir de então, a vida deles não mais foi a mesma. Os anos se passaram e a história de Gustavo se mesclava com a da instituição. Crescia em graça, sabedoria, estatura e conhecimento. Sempre gostou muito de estudar. Contudo, o mais relevante, marcante, e especial conhecimento adquirido, foi poder enxergar a Cristo como seu amigo íntimo que ama, conhece e salva. Por meio dos colaboradores, professores da escola, e dos amigos que fez, Deus trabalhou em seu coração, e obteve a coragem necessária para dizer que precisava de Jesus em sua vida. Amava as programações, semanas de oração, grupos de estudos bíblicos, aulas de religião, enfim, tudo isto era proporcionado dentro da escola. Porém, um dia chegou a formatura, e as lutas para fazer o tão sonhado curso de engenharia de petróleo numa universidade federal começaram. Ao receber o resultado do SISU (órgão responsável por selecionar os estudantes que adentrarão às universidades inscritas), viu 20 pontos fazerem todas as expectativas se quebrarem. Faltou menos de 5% da nota para passar. Tentou outra universidade particular para tentar fazer o curso, mas não havia formado turma. Neste tempo ele estava sem emprego, sem escola e ao se ver sem perspectiva, brigou com Deus. “Eu sempre fui um excelente aluno, dediquei-me, planejei-me, e até orei por meu sonho, para ter lá uma missão. Por que o Senhor não foi fiel como prometera? Por que Deus não me ouviu? Era justo alguém jovem, cheio de sonhos, passar por tanta frustração”? Havia decepcionado a si mesmo e àqueles que nele confiaram. Mas Deus já havia preparado tudo. Três meses depois, a coordenadora do Colégio Adventista lhe ofereceu uma oportunidade de emprego para ser seu auxiliar. A partir dali, Gustavo pode ver Deus agindo novamente. Um garoto de pouco mais de 17 anos, que só tinha o Ensino Médio completo e um curso de inglês em fase de conclusão, recebera um presente de dimensões que até então não podia compreender. Os dez meses que trabalhou como auxiliar de coordenação foi a realização de um milagre, de uma obra de Deus para sua vida. Percebeu que seu sonho profissional mudara, e decidiu tornar-se professor de matemática. Sentiu que Deus guiava seus passos, e construía o seu caminho. Teve a certeza de seu cuidado por ele, e no dia 23 de janeiro de 2016 decidiu pelo batismo, com o apoio dos amigos e colegas de trabalho, para honra e glória de Deus. A Associação Paulista do Vale, e o UNASP, propuseram-no participar de um projeto chamado Escolhidos para uma Missão, para graduação de profissionais que atuariam como professores futuramente. Hoje o Gustavo se prepara para ser um professor na Educação Adventista. Fico muito feliz pela grande obra que Deus realizou na vida do Gustavo e por fazer parte desta história tão bonita. Sou grata a Deus pela oportunidade de ser usada por Ele para marcar a vida de alunos e familiares e de muitas novas gerações por meio da Educação Adventista.


LONGE DE CASA – PARTE I

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m dezembro de 2009 saí de casa, aos 16 anos, em busca de um futuro melhor e realizações de sonhos, que em casa, meus pais não conseguiriam me proporcionar. À princípio, não foi tão fácil como parece. Naquela época meus pais tinham acabado de se separar, e naquele duelo de com quem eu ficaria, já que sou filha única, se tornou muito difícil para mim tomar essa decisão. Afinal, minha mãe tinha depressão e, se eu não ficasse com ela, poderia ser trágico, em contrapartida, se eu ficasse com ela, minha vida espiritual poderia ser abalada. Por isso, ficar com meu pai seria mais seguro. Foi então que eu tomei uma decisão inusitada, pois não tinha como escolher meu pai ou minha mãe. O que fazer? Era a dúvida frequente em minha cabeça a todo instante. Lembrei de uma propaganda sobre um colégio interno que tinha visto na TV Novo Tempo. Perguntei ao meu pai como deveria fazer para ir, ele então me disse para ir colportar (vender livros de casa em casa), para assim conseguir uma bolsa de estudos. No primeiro momento eu relutei, pois tinha medo da colportagem e pensava que não era para mim. Como as coisas estavam complicando em casa, decidi ir. E foi uma benção na minha vida, pois ali na colportagem aprendi a lidar com pessoas, e principalmente, aprender a depender dos cuidados do Pai Celeste, ali, naquele trabalho, você percebe que é totalmente dependente dEle! Nesse meio tempo meus pais voltaram, graças a Deus!!! Ao final da campanha eu decidi ir para um colégio interno no Paraná, pois fiz amizade com pessoas que estudavam lá e me incentivaram a ir. Liguei para meus pais contando minha decisão, fui para casa preparar malas. Embarcar no ônibus de Porto Alegre (RS) para Maringá (PR) não foi nada fácil. Minha mãe, é claro, insistiu comigo para não ir, afinal, é difícil para qualquer mãe ver sua filha única ir para tão longe; mas, já havia decidido, e lá estava eu indo. Naquele momento, sozinha no ônibus, sem conhecer ninguém, sem saber exatamente para onde eu estava indo, orei a Deus tendo a certeza de que Ele que estava me guiando! No dia seguinte, quando cheguei ao meu destino, na rodoviária de Maringá, fui até um local que havia um mapa, para ver se localizava o Instituto Adventista Paranaense, que seria meu novo endereço. Me senti totalmente perdida, prestes a chorar, neste momento chegou um rapaz que estava no mesmo ônibus que eu, me perguntou para onde eu estava indo, e, quando falei para ele, imediatamente o rapaz sorriu e disse que estudava lá. Foi tão confortante para mim, mais uma vez eu senti a mão de Deus me guiando! Ao chegar no IAP, a luta começou, pois eu não tinha conseguido todo o valor para estudar aquele ano, mas confiei em Deus, pois se Ele me levara até lá, daria um jeito de conseguir com que eu estudasse lá.

SEGUNDA 04/09

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. ” Gênesis 12:1

Gisiani Quadros Ex-Aluna da Educação Adventista. Formada em Administração pela Faculdade Adventista do Paraná. Secretária da Rádio Novo Tempo – Curitiba.

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LONGE DE CASA – PARTE II

TERÇA 05/09

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. ” Gênesis 12:1

Gisiani Quadros

Ex-Aluna da Educação Adventista. Formada em Administração pela Faculdade Adventista do Paraná. Secretária da Rádio Novo Tempo – Curitiba.

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ão foi fácil o início do meu ano letivo, afinal, o valor que eu tinha conseguido vendendo os livros daria para pagar somente os primeiros meses, isso indicaria em, nas férias do meio do ano, voltar a colportar para conseguir pagar o restante. Durante o primeiro semestre de 2010, eu estudava pela manhã no último ano do Ensino Médio e trabalhava à tarde e à noite no próprio colégio. O tipo de bolsa que eu tinha naquela época era para trabalhar na cozinha. Lá fiz muitas amizades, queimaduras, passei por dificuldades, mas não desisti. Chegou o 2º semestre e fui colportar novamente, quando voltei, tive a melhor notícia daquele ano; pelo meu bom desempenho, eu havia recebido uma bolsa integral para aquele semestre, pagaria meus estudos e moradia com o trabalho. Liguei imediatamente para meus pais e contei mais uma benção que Deus havia concedido. Ao findar do ano, prestei dois vestibulares, um para a Federal de Santa Catarina e outro para a FAP (faculdade que havia lá no IAP mesmo). Fui colportar novamente, mais um período de férias que não ia para casa, porém, mais uma vez Deus me abençoou com a notícia de que eu havia passado nos dois vestibulares. Novamente mais uma dúvida, para qual iria? Afinal, era meu futuro que estava em jogo. Liguei para meus pais contando as maravilhosas notícias e pedir conselhos. Sabiamente, meu pai aconselhou-me a voltar para o internato, pois além de já ter amigos lá, Deus havia me dado muitas bênçãos naquele lugar e tinha muitas outras reservadas para mim. Voltei ao IAP para cursar a Faculdade de Administração por 4 anos. Nesse período, eu fiquei longe da minha família, pois tinha que dedicar minhas férias para colportar. Durante esse tempo tive muitas dificuldades, mas as bênçãos de Deus eram maiores! Conheci meu marido lá, fiz grandes amizades e tive muitas experiências. Hoje sou formada e trabalho com gratidão em um dos escritórios da Igreja Adventista. Através da Educação Adventista, tive essa oportunidade. Sou grata ao meu Pai Celeste por ter me conduzido até aqui. Agora posso ajudar a abreviar a volta do Senhor!


QUE BOM É ESTAR SEGURO!

C

omo é bom quando começamos um dia, como hoje, por exemplo, e temos a convicção de estarmos seguros no Senhor. Isto é fantástico. Nos permite sonhar, planejar e realizar, pois estamos seguros, Deus nos protege. Isso muda o sentido de nossa vida. Certa vez, quando estava em uma cidade nova (morei em diversos lugares), já era noite quando saí do trabalho. Havia uma neblina densa e a visibilidade não era boa. Tenho certa dificuldade de enxergar à noite e não sou muito bom em guardar caminhos e assim, me perdi. Rodei, rodei, procurei lugares familiares, mas não tinha a mínima ideia de onde estava. Não havia ninguém para perguntar e se houvesse, perece que não seria uma boa ideia. Após rodar bastante, percebi que a gasolina estava acabando. Andei, andei e não encontrei o caminho. Estava fora da cidade, na rodovia, não conseguia voltar e não tinha combustível para prosseguir. Percebi também que o lugar era ermo e parecia perigoso. O celular não tinha créditos. Parece que tudo de ruim acontece ao mesmo tempo, não é mesmo. Nesse quadro comecei a temer uma série de coisas. Obviamente, de início tentei resolver do meu jeito, procurei o lugar, tentei seguir em frente. Essa era uma daquelas fases difíceis em que estamos em crise, longe de Deus, fracos na fé como dizemos. Encontrei a entrada para uma cidade que eu não conhecia, e ainda parecia distante. Por causa disso, o combustível não daria. Aliás, tudo indicava que ele já deveria ter se esgotado. A luz no painel piscava e ameaça com a parada total do carro a qualquer momento. Não havia nenhuma saída. Agora sim, tive que reconhecer que não podia fazer nada. Orei e pedi com muita urgência um posto de combustível. Me achei um trouxa. Como Deus poderia mexer nas ruas da cidade, ou quem sabe arrancaria um posto de combustível do lugar para me servir em minha necessidade e descuido por não abastecer o carro. Não havia condições, eu havia pedido algo impossível. Com certeza estava em apuros, o carro pararia a qualquer instante, e eu ficaria sem recursos no meio da estrada. Andei mais uns cem metros, bem pouquinho e surgiu um posto de combustível na minha frente. Parei, abasteci, pedi informações e fui para casa em segurança sem maiores problemas. Em sua vida você precisa aprender a colocar sua vida nas mãos de Deus e a confiar em sua direção. Confiar que ele vai encaminhar as coisas de uma forma miraculosa e maravilhosa, inesperada e inédita. Uma forma que você sabe que é impossível, mas que, aos poucos, vai tomando forma diante de seus olhos, como um posto de gasolina e um lugar vazio, onde você sabe que não havia nada. Na vida de professor, a circunstância não é diferente. Quando tentamos fazer as coisas de nosso modo, parece que nada dá certo, que tudo está do lado errado e a situação, após analisarmos cuidadosamente, não tem nenhuma saída disponível. Entretanto, quando Deus entra em nossa sala de aula, trabalha conosco e colocamos tudo em suas mãos, maravilhosamente a coisas começam a acontecer e tudo se encaminha, inexplicavelmente. Quando estiveres perdido e não conheceres e caminho; quando todos os teus esforços já tiverem falhado e souberes que não há uma saída, não perca a fé. Deus ainda está a tua disposição. Coloque tudo em Suas mãos e Ele não te abandonará!

QUARTA 06/09

“Nossa esperança está no Senhor; ele é o nosso auxílio e a nossa proteção”. Salmos 33:20

Humberto Marshal Mendes Giménez

Mestre em Geografia. Colégio Adventista Portão.

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AO ENTRAR EM SALA DE AULA

QUINTA 07/09

“Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade por Deus a mim atribuída de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus”. Colossenses 1:25

Julio Cesar Pereira de Souza Junior

Graduado em Letras Português e Inglês. Especializado em Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Professor de Língua Portuguesa e Produção de Texto. Colégio Adventista Portão.

07 - Feriado Independência do Brasil

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U

m dos fenômenos que sempre me impressionou na criação é a capacidade humana da fala. É realmente incrível esse dom que o corpo tem de emitir sons que, combinados, têm significados e formam mensagens. Proveniente disso, as letras surgiram para representar esses sons, formando-se, por conseguinte, códigos que são as palavras e seu conjunto que pode ser uma frase, um verso, um parágrafo, um texto. Desenvolve-se então, a mais formal e rígida das maneiras de se comunicar, a escrita, recurso tão importante para a humanidade. Igualmente me interessou as diferentes relações sociais de comunicação estabelecidas por meio das inúmeras línguas em nosso planeta. Ainda mais por hoje eu saber que uma língua é muito mais do que comunicação, a língua de um povo é o que estrutura sua sociedade. Tanto que há quem afirme, por exemplo, que um dos caminhos para melhorar nosso país é o fortalecimento da Língua Portuguesa falada aqui. No momento decisivo da escolha de uma profissão, resisti à ideia de ser professor, mas sabia que nenhum outro estudo acadêmico me instigaria tanto quanto essa área que sempre despertou em mim curiosidade. Outrossim, não é fácil fugir de uma vocação. Então, a possibilidade de estudo da literatura, paixão desenvolvida na adolescência, foi decisiva para o ingresso no curso de Letras. Pensei que estudar linguística e literatura, e depois dar aula disso, seria a melhor escolha, já que devemos fazer aquilo que gostamos. E se para ser digno, o homem tem que trabalhar, dar sua contribuição para o mundo, o faria da forma mais efetiva, exercendo a maior das profissões. Decidi ser esse meu ofício. Já na fase profissional, tive a oportunidade de, em pouco tempo de magistério, trabalhar em todas as frentes que minha formação possibilita e em contextos diversos, chegando a dar aulas de português e de inglês para surdos, enorme desafio. Além da rede pública de ensino, tive a oportunidade de trabalhar em duas outras instituições da rede privada. No entanto, é surpreendente analisar como minha carreira se encaminhou para a Educação Adventista, fazendo com que eu voltasse para a rede após uma experiência de substituição e aqui permanecesse. Isso aconteceu apesar de trabalhos paralelos que vieram. Posso afirmar, no entanto, que amo dedicar meus esforços nessa missão. Vejo nisso um encontro da vontade de Deus com a satisfação profissional que sinto nessa casa. Eis minha missão espiritual. Diante da grandiosidade da Educação Adventista por sua abrangência, filosofia e história, me pergunto às vezes como eu posso pertencer a essa rede sendo um mero pecador. Talvez somente na eternidade compreenda. Ao entrar em sala de aula, tenho o desejo ardente de que a aula aconteça, pela consciência do poder e da responsabilidade de minhas ações na contribuição dos diversos futuros que estão ali posicionados de frente para mim. Trabalho atualmente com a faixa etária em que, observando aquelas criaturas, o verbo “desabrochar” ganha total significado. Uma etapa belíssima, privilegiada na vida de nossos alunos, pois é uma fase de todas as possibilidades vindouras. Desse modo, é assustador pensar que como professor sou um modelo, um exemplo para eles. Prefiro acreditar que fui escolhido para marcar essa geração ajudando no desenvolvimento de cada um no recurso da linguagem. Recurso sublime que o próprio Deus utilizou para nos deixar registrados, por meio da escrita, seus ensinamentos, mandamentos e promessas.


TUDO PARA HONRA E GLÓRIA DO NOSSO DEUS

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stava passando por um momento difícil em minha vida, tanto pessoal, quanto profissional. Decidi deixar tudo nas mãos de Deus, pedi por um emprego e a minha oração foi atendida de imediato. Até me senti assustada, pois estava sendo chamada para trabalhar no Colégio Adventista. Foi muito mais do que pedi, me senti com medo e o peso da responsabilidade em trabalhar numa instituição sólida. Será que eu iria dar conta? Mas, ao me deparar com o Salmo 40, percebi que era o chamado de Deus, que eu precisava me entregar totalmente e Ele e desempenhar o melhor trabalho em sua Obra. Foi então que tudo mudou, e para melhor. A minha vida em casa, na Igreja e no trabalho mudou de perspectiva. Está sendo realmente um desafio a cada dia, mas eu peço sempre que Deus me capacite, renovando minhas forças, me ajudando a agir com sabedoria e paciência para enfrentar dificuldades, pois afinal, me sinto “Escolhida” por Deus. Percebo que minha escolha em ser professora, hoje faz sentido, em saber que são vidas moldadas por atitudes, palavras e empenho próprio, por isso abraço essa oportunidade. Sendo assim, eu me sinto a cada dia nutrida no Evangelho, acredito que como “Escolhida”, posso também nutrir meus alunos com a Palavra de Deus, conduzindo meus pequenos no caminho do bem. Você também pode ser escolhido e se dispor a cumprir os propósitos de Deus, basta confiar e acreditar que o Senhor estará agindo em sua vida de forma grandiosa, seja na vida pessoal ou profissional. Ore e confie. Faça tudo para honra e glória do nosso bom Deus! Espere com confiança pelo Senhor e Ele ouvirá o seu clamor.

SEXTA 08/09

“Esperei confiantemente pelo Senhor; Ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. ” Salmos 40:1

Márcia Mendes Tractz

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Guarapuava.

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CRESCER

SÁBADO 09/09

“Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, à homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. ” Efésios 4:13

Márcia Garcia Batista Leandro

Graduada em Pedagogia. Professora do Período Integral. Colégio Adventista Boqueirão.

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o verso que escolhi, Paulo fala sobre crescimento. Não existe lugar melhor do que uma escola para que se possa observar esse fenômeno. Os alunos, ao avançarem de uma série para a outra, adquirem conhecimentos e valores que irão moldando seu caráter e dando e eles as condições necessárias para que seu crescimento aconteça de maneira satisfatória. Os professores têm um papel fundamental no processo de crescimento dos alunos e atuam como jardineiros, cultivando a pequena e tenra plantinha, alimentando-a e dando a ela cuidado e carinho. Na minha experiência como docente, pude perceber, em muitas ocasiões, as crianças aprendendo sobre Deus, como orar, fazendo pedidos a Ele, e agradecer por suas bênçãos Nenhum acontecimento fantástico ou extraordinário ocorreu até agora em minha jornada como educadora, mas posso perceber o Senhor dirigindo cada passo do caminho e mostrando como caminhar. Ele me toma pela mão e me faz retornar ao caminho certo, quando me desvio do foco. Ele transforma uma situação negativa em benção. Enfim, Jesus é maravilhoso! Quero deixar um acróstico com a palavra CRESCER, para exemplificar os passos para conhecer e permanecer em Cristo. * Cultivar uma vida de oração. (1 Tessalonicenses 5:17) * Revigorar-se pela leitura diária da palavra de Deus. (Atos 17:11) * Estar sempre disposto a obedecer a palavra de Deus. (João 14:15) * Ser uma testemunha fiel no viver e no falar. (Atos 1:8) * Consagrar a Deus, seu corpo, tempo, talentos e recursos. (I Coríntios 10:31) * Esperar a orientação de Deus para a sua vida. (I Pedro 5:7) * Revestir-se do poder do Espírito Santo. (Gálatas 5:25) Quando conhecemos a Jesus e nEle permanecemos, só assim poderemos transmitir o amor de Jesus às pessoas com as quais entramos em contato. As crianças poderão sentir se estamos com Cristo ou não, e nos tomarão como exemplo. Por isso, precisamos ter como prioridade o relacionamento com Deus; para que sejamos suas testemunhas diante de toda e qualquer situação que venha a acontecer, seja ela positiva ou negativa. Logo, tudo terminará e, para aqueles que priorizaram a Deus, o final será feliz.


SER COMO JESUS

Q

uando saí da faculdade de pedagogia, fui trabalhar no Colégio de São José dos Pinhas, cidade ao lado de Curitiba. Ali recebi minha primeira turma, com 23 alunos de 3 e 4 anos. Entre eles, estavam dois irmãos gêmeos. Lindos e muito sapecas. A mãe dos meninos era uma mulher bem jovem, alta, bonita e elegante. Durante o ano letivo, passamos por muitas experiências com a turma. Mas, me recordo quando a mãe desses meninos me contou, em uma das reuniões que tivemos, que, os filhos haviam feito um pedido à mãe: Que ela cortasse o cabelo igual ao da professora. A mãe me falou do grande amor que as crianças tinham por mim e queriam que tudo fosse feito do jeito da “Profe”. Alguém, muito especial, deixou o Seu lar de glória e veio viver entre os seres humanos para deixar o exemplo de como sobrevivermos às lutas deste mundo. Ele é a fonte de alegria, de esperança em mundo ruim. Seguindo a Jesus e amando ao nosso amado Mestre, a vida neste mundo vai ser diferente, haverá um brilho especial, pois Ele é a luz do mundo. Ouvi certa vez um pregador contando a história de um jovem rico que era corcunda. E isso muito lhe entristecia. Resolveu esculpir uma estátua sua, sem a corcunda, e todos os dias ele ia ao jardim e olhava para aquela escultura, admirando-a. Dia a dia pode se notar que, de tanto erguer a sua cabeça, a sua corcunda desapareceu. Quando olhamos para nosso Amado Jesus é impossível nossa vida não ser transformada pela contemplação.

DOMINGO 10/09

“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espirito do Senhor.” II Coríntios 3:18

Mirian Moreira Silva

Graduada em Pedagogia. Professora do Período Integral. Colégio Adventista Boqueirão.

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O SENHOR TEU DEUS É CONTIGO

SEGUNDA 11/09

“Não te mandei eu? Esforçate e tem bom ânimo, não pasmes, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por quer que andares”. Josué 1:9

Morgana Mendes Freitas Santana

Graduada em Pedagogia. Pós-Graduada em Metodologia de Ensino. Coordenadora Pedagógica. Colégio Adventista Guarapuava.

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E

sse ano completo 27 anos de trabalho na Rede Adventista. Não são 27 dias, ou meses, são anos de dedicação, aperfeiçoamento, e, principalmente, aprendizado na missão de servir e deixar-se ser usada na obra para qual fui escolhida. Comecei minha jornada profissional como auxiliar de classe, depois foram anos de sala de aula, e agora aqui estou exercendo, há algum tempo, a função de Coordenação Pedagógica. Olho para trás e vejo o quanto Deus me abençoou, me ensinou e me fez crescer, guiou e cuidou de cada detalhe, mostrando que é necessário seguir em frente, independente da função que você exerce, com a certeza de que Deus é contigo! Deus é comigo, Deus é contigo hoje e sempre! Foi assim com Josué, o líder do povo de Israel, sucessor de Moisés. Deus usou Josué para realizar uma grande obra. Se nós nos entregarmos a Deus como fez Josué, então Deus operará poderosamente em nossas vidas também. A promessa relatada na Bíblia, no livro de Josué é tão verdadeira hoje, quanto o foi naquela época. Não precisamos temer ou ficar receosos e duvidosos quanto ao futuro. Quando confiamos plenamente e sentimos a companhia de Deus ao nosso lado, Ele nos capacita e podemos sair vitoriosos diante das batalhas da vida. Não é fácil ser professor, ou gestor educacional, são muitos obstáculos e desafios a serem superados. Pais descomprometidos, famílias desestruturadas, alunos desmotivados e por aí vai os “ des” atravancando nosso caminhar pedagógico. Mas esses são os que mais necessitam de nosso auxílio e do nosso senso de missão em cumprir o propósito da Educação Adventista, ou seja, de colocar em prática a educação redentora, que visa salvação. Precisamos clamar pelo Espírito Santo, atuando em nós para sermos agentes de esperança e condutores do amor restaurador. Que possamos seguir sem temor, cumprindo nosso dever com alegria e disposição em servir, buscando levar nossos alunos e suas famílias para mais perto dAquele que pode curar, transformar, perdoar, amar e resgatar. Nos dias difíceis, não pasme, nem te espantes, siga confiando que Deus é contigo! Nos dias felizes, agradeça e tenha certeza que Deus é contigo!


A IMPORTÂNCIA DE SORRIR

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em sempre fomos uma família cristã, eu e meu esposo tivemos um casal de filhos, e só então, tudo mudou. Na época não íamos à igreja, mas já tínhamos a convicção que deveríamos procurar uma religião para que nossos filhos pudessem crescer com uma base espiritual. Mas nossa outra preocupação era a educação de nossos filhos, qual seria a melhor escola para eles? Já conhecíamos a Escola Adventista, meu marido e eu sabíamos que seria a melhor escola onde eles poderiam estudar, pois seu maior objetivo é formar cidadãos de valor, mas não tínhamos condições de pagar a mensalidade. Então na época, meu marido foi conversar com o tesoureiro que foi muito gentil e nos deu um bom desconto. Esse foi o ponto da virada. Conheci os professores dos meus filhos que demonstraram ser muito amáveis para conosco, via em seus olhos o prazer de cuidar deles e o carinho que tinham por eles. Observei que a maioria dos funcionários daquela escola vivia alegre e sempre gentil. Pensei comigo que só poderia haver algo diferente naquelas pessoas. Ao assistir a primeira escola de pais me apaixonei de vez pela instituição, sem falar nas apresentações de meus filhos, que sempre me emocionavam. Resolvi descobrir mais sobre a religião deles, foi quando me vi em uma crença que esperava por tanto tempo. Os anos foram se passando e eu era dona de casa, mas sabia que já estava na hora de arrumar um trabalho para ajudar meu marido, pois meus filhos já podiam se virar sozinhos. Mas o que fazer? Não tinha nenhuma formação acadêmica. Orei a Deus e foi quando ele me mostrou o caminho. Fui tentar uma vaga na Escola Adventista onde meus filhos estudavam. Mas não havia vaga nenhuma, a não ser de zeladora, não pensei duas vezes e aceitei. Cada dia mais eu amava trabalhar na Rede Adventista, apesar de ser um serviço cansativo, sempre procurava fazer o meu melhor e sempre trabalhar contente. Mas como nunca fui de ficar estacionada e sempre corri atrás de meus sonhos, resolvi voltar a estudar e comecei a fazer Pedagogia, pois era o que eu sempre sonhei desde pequena. Não demorou muito e passei a auxiliar em sala de aula, confirmando a certeza de ter escolhido a profissão certa. Hoje, como professora regente, sou muito grata a Deus por tudo que tem feito em minha vida e como gratidão, procuro sempre sorrir e nunca desanimar, apesar das dificuldades. Penso que ninguém tem culpa de nossos problemas e principalmente meus alunos, que são verdadeiros anjos em minha vida. Por isso, procuro passar a meus alunos o verdadeiro sentido da vida, que para mim é o amor a Deus e ao próximo.

TERÇA 12/09

“Alegremse sempre no Senhor. Novamente direi: Alegremse! ” Filipenses 4:4

Cristiane Cajal

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano do EF. Colégio Adventista Portão.

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O CUIDADO SUPREMO DE UM DEUS DE AMOR – PARTE I

QUARTA 13/09

“O caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor sem impureza. Ele é o escudo de todos que Nele confiam”. II Samuel 22:31

Nilcelene Ferrari da Silva

Graduada em Pedagogia, com habilitação em orientação educacional. Especialista em Gestão Escolar e Aconselhamento Familiar Educacional. Orientadora Educacional do 9ºano ao Ensino Fundamental. Colégio Adventista Portão.

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odas as vezes em que leio e medito sobre o versículo acima, confirmo que realmente os caminhos de Deus são perfeitos para todos aqueles que Nele confiam e entregam sua vida sem concessões ou reservas. Comigo não foi diferente. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que eu estava na faculdade e uma colega de sala chamada Joanita me convidou para irmos a uma outra sala para orar com um grupo de adventistas (eu não era). Como ela era muito simpática e transmitia ternura no olhar, aceitei o convite e, a partir daquele dia, minha vida se transformou. Entendi naquele momento que Deus tinha planos maravilhosos para minha vida. Como a palavra de Deus não tem impurezas, depois de um tempo comecei a estudar a Bíblia com a minha querida e estimada amiga, os dias se passaram e, em 22/12/1997, disse sim a Jesus oficialmente, aceitando ser escolhida para marcar vidas com a pregação do evangelho. Confiando plenamente que o caminho de Deus é perfeito, aceitei o convite de trabalhar na rede Educacional Adventista. Certa vez, eu e meu esposo fomos convidados a atuar como administradores em uma escola no centro oeste do estado do Paraná. A escola era pequena, porém o campo missionário muito grande. Nos finais de semana, íamos até um bairro da periferia onde a igreja tinha um salão e lá fazíamos amizade com as famílias, compostas por pessoas com muitas necessidades e principalmente carentes do amor de Deus. Me sentia muito feliz, pois, todos os domingos, às três horas, quando estávamos chegando, as crianças já estavam nos aguardando. Então orávamos e eu contava historinhas bíblicas. Recordo que eles gostavam muito de cantar, principalmente aquela música cuja letra diz “ maior que reinos e posições, que as maravilhas de todas as nações...”. Deus, na sua infinita grandeza, nos deu aquelas crianças como presentes para entendermos que seus caminhos são perfeitos e que, mesmo passando por tribulações e desafios, Ele sempre tem seu cuidado por nós. Nesta mesma época, depois de três anos de casados, recebemos com muita alegria a notícia de que eu estava grávida.


O CUIDADO SUPREMO DE UM DEUS DE AMOR – PARTE II

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esta mesma época, depois de três anos de casados, recebemos com muita alegria a notícia de que eu estava grávida. Com o passar dos meses, as expectativas se tornavam cada vez maiores. No entanto, em uma noite durante uma consulta o médico demorou mais do que o normal, no exame, mas não comentou nada conosco. Após uma semana fomos chamados para comparecer novamente ao consultório, quando, ele nos disse com muita seriedade: “Percebi no exame que sua filha tem hidrocefalia. Sugiro que vocês façam novos exames em Curitiba. ” Naquela mesma noite viajei. Devo confessar, chorei todo o trajeto da viagem. Sempre conversando com Deus, pedindo que Ele me acalmasse e me fortalecesse para os dias seguintes. Ao chegar a Curitiba, fiz o mesmo exame: ecografia morfológica. Durante o procedimento eu orei a Deus e disse: “Deus, eu sei que o Senhor é o Deus do impossível e tudo pode fazer, mas eu aceito a Tua vontade na minha vida, porque eu creio que os seus caminhos são perfeitos e se a minha amada filha tiver algum problema de saúde, amarei e cuidarei dela de todo o meu coração”. Após essa conversa com Deus, o médico me olhou e disse: “A sua filha é perfeita, o médico que deu o diagnóstico anterior falou demais! ” Nossa! Quanta emoção e gratidão por esse Deus, todo Poderoso, que se torna um Escudo forte nos momentos que mais necessitamos. Quando nos colocamos a disposição de Deus, Ele realiza milagres em nossas vidas. Acredite. Confie. Como educadora, Deus me deu a oportunidade de levar o evangelho àquelas famílias, na ocasião no centro oeste. Tempos depois, tivemos a grata alegria de saber que muitas daquelas crianças que participavam daquele grupo tomaram a decisão de caminhar ao lado de Jesus.

QUINTA 14/09

“O caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor sem impureza. Ele é o escudo de todos que Nele confiam”. II Samuel 22:31

Nilcelene Ferrari da Silva

Graduada em Pedagogia, com habilitação em orientação educacional. Especialista em Gestão Escolar e Aconselhamento Familiar Educacional. Orientadora Educacional do 9ºano ao Ensino Fundamental. Colégio Adventista Portão.

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A OPRESSÃO TRAZ SAUDADES DO LAR

SEXTA 15/09

“Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. ” Salmos 137:1

Késia da Silva Chaves Lucena Azevedo

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico. Coordenadora Pedagógica. Colégio Adventista Boqueirão.

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asci no Mato Grosso, morei no Amazonas, Roraima, Bahia e agora estou no Paraná. Mesmo dentro dos estados, morei em casas diferentes. Nem consigo falar ao certo a quantidade de vezes que foi necessário fazer as malas. Organizar a mudança é o de menos, depois de um tempo você fica expert. Mudar traz experiências com sentimentos contrários: a dor de deixar os amigos e a alegria de conhecer novos; a dureza de deixar para traz o que foi construído e a esperança de reconstrução; deixar para trás erros antigos e buscar acertos. Estudei na Escola Adventista desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. No meu primeiro ano de internato, no Ensino Médio, eu estava muito feliz de estar lá, mas confesso que não me lembro de um dia que eu não tenha chorado de saudades de casa. Chorei em vários lugares: na cama, na igreja, até nas apresentações do coral. Um dia, eu e algumas amigas nos sentamos debaixo de uma árvore, num sábado a tarde, e começamos a falar das nossas boas lembranças de casa. Não demorou muito para que um choro coletivo se iniciasse. Como é bom reviver as lembranças de um lar! Os hebreus passaram por uma situação semelhante no cativeiro babilônico. Não foi uma viagem planejada, não fizeram as malas, foram levados a força; ao invés do culto a Jeová, foram expostos a rituais pagãos; ao invés de esperanças, foram levados para um futuro onde a única certeza era a opressão do inimigo. O salmo 137 descreve a tristeza sentida por eles com saudades do lar em uma terra estranha. A opressão diária fazia com que ainda mais desejassem voltar para casa, era melhor ficar mudo do que esquecer Jerusalém, pensavam. Somos o povo escolhido de Deus que está em cativeiro. Nosso inimigo, diariamente, tem nos assolado com miséria, dor, opressão, mágoa, angústia, rancor, tristeza e luto. Nossa esperança é olhar para a nossa pátria, o nosso lar perdido. Nosso Pai nos diz: “Contenha o seu choro e as suas lágrimas, pois o seu sofrimento será recompensado” (Jeremias 31:16). A promessa é que “Eles voltarão da terra do inimigo ... seus filhos voltarão para a sua pátria” (verso 17”. Quando eu estava no internato, minha maior alegria era rever meus pais. Quando eles iam me visitar ou eu ia para casa nas férias, as forças se renovavam. Mas teve um episódio em que meu pai apareceu de surpresa, após passar um ano e meio em Portugal. Vi sua silhueta ao longe, mas não acreditei ser possível, afinal, ele não avisou nada. A medida que ele se aproximou, meu coração disparou, gritei de alegria, as pernas ficaram bambas, mas ainda com forças para correr e me jogar em seus braços. A opressão deste mundo me faz ter muita saudade do meu lar celestial. Espero em breve ver uma silhueta se aproximando. Desta vez não vou ter dúvidas, não vou titubear. Saberei que será Ele vindo me buscar. Quero abraça-lo e dizer ao meu Pai: “Este é o meu Deus, confiei nEle e ele me salvou!” (Isaias 25:9).


RECADINHOS DE DEUS

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reparar aulas, corrigir cadernos, provas, desenvolver projetos, inovar a forma de ministrar as aulas, estudar e manter-se atualizado. Tudo isso acompanha a vida de uma professora, sem contar as atividades domésticas que desenvolve em casa, como lavar roupas, cozinhar, cuidar da família e manter a casa em ordem. É certo que tantos afazeres nos deixam cansadas e acabamos entrando em uma rotina insana. Mas sempre arrumamos tempo para tudo, nosso senso de responsabilidade não permite que deixemos coisas sem fazer. O problema é que, por mais que queiramos, não damos conta de tudo e acabamos desanimando. Não existe sensação melhor do que receber um recadinho de alguém que você ama. Deus quer que vivamos bem e que tenhamos uma vida feliz e por isso, nos deixou muitos recadinhos para que não nos esqueçamos do Seu grande amor por nós. Na Bíblia encontramos muitos deles: “Penso em você todo o tempo” (Salmos 68:19); “Estou cuidando de você, não se preocupe” (II Tessalonicenses 3:3); “Eu me importo com você” (I Pedro 5:7); “Amo você sempre, a cada segundo” (Jeremias 31:3). Esses e outros recadinhos só descobriremos quando tirarmos tempo para ler a Bíblia. Como Ele nos ama, quer que o nosso dia seja agradável, prazeroso e então Ele usa outros meios para nos animar. Outro dia, ao chegar na sala de aula fui recebida pelos alunos com abraços, como de costume. E foi muito gostoso ouvir: “Profe, estava com saudade de você”. Estava um pouco desanimada naquele dia, mas durante a aula recebi um bilhetinho de Deus. Se você ainda não recebeu nenhum, vou te dizer como é, geralmente eles vêm escritos em folha de caderno, com ortografia que precisa ser melhorada, mas sempre tem muitos corações desenhados e escrito: “Profe, eu te amo”, “Profe, você é linda”, “Você, é a melhor professora do mundo”, “Gostei muito da aula de ontem”, “Achei muito legal a música que aprendemos” e, às vezes, vem acompanhado com pequenos mimos ou chocolatinhos. No começo achava que isso era só coisa de criança, coisa da idade, sem muita importância. Mas percebi que cada recadinho me animava a fazer melhor o que havia feito no dia anterior, deixando a canseira e os problemas de lado, buscava formas de melhorar as aulas, para atender as necessidades de meus alunos. Sei que você pode achar que estou exagerando, mas no momento em que você mais precisa de apoio, Deus manda um de seus alunos para te fortalecer. Como professores, somos desafiados a procurar formas de instigar nossos alunos, de fazê-los pensar e produzir cada vez melhor. Temos alunos com casos desafiadores, que tomam muito do nosso tempo e atenção, mas não podemos nos esquecer de que eles também são usados por Deus para nos animar. Tenho em meu armário uma caixa onde guardo os bilhetinhos e cartinhas que recebo, guardo com carinho cada uma, pois me fazem lembrar da missão que tenho dentro da escola. Além de ensinar os conteúdos básicos, preciso falar que Jesus nos ama e quer que moremos juntos no céu. Você também é muito importante para o Senhor e Ele se preocupa com você. Ele te escolheu para marcar uma geração, para ter uma vida abundante e um dia morar com Ele na eternidade. Ele te conhece e sabe tudo a seu respeito, sabe quando você está triste, sem dinheiro para pagar as contas ou enfrentando crise nos seus relacionamentos. Mas Ele também vê as suas qualidades, e conhece seu potencial. Fique atento aos recadinhos que Ele te manda, você poderá se surpreender com tanto carinho!

SÁBADO 16/09

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. Isaías 41:10

Viviane Silva Martins

Formada em Pedagogia. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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NUNCA MAIS AS LÁGRIMAS

DOMINGO 17/09

“Quando passares pelas águas, Eu serei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão, quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. ” Isaías 43:2

Gleciane Jansen Graduada em Pedagogia, pós-graduanda em psicopedagogia, Coordenadora Pedagógica no Colégio Adventista Boqueirão.

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m 2009, no início do ano engravidei. Recebi esta gravidez como uma benção do Senhor, depois de certo tempo de gravidez, aparentemente estava tudo bem. Mas em uma noite ouvi por várias vezes uma voz a repetir em minha mente “Isaías 43”. Continuei tentando dormir e mesmo durante o dia insisti em não dar atenção a essa voz, até que enfim peguei a Bíblia e li Isaías 43, destacando em minha mente o verso 2. Naquele momento não entendi muito o porquê, mas algumas semanas depois, ao fazer novos exames, descobriram que o meu bebê estava com problemas de má formação e talvez nem sobrevivesse ao nascimento. Comecei a entender então, que Deus estava me avisando que eu estaria passando por uma fornalha ardente, momentos muito difíceis estavam diante de mim, mas eu não precisava temer, pois Ele estaria ao meu lado. Decidi que esperaria meu filhinho com alegria, independente das circunstâncias. Meu bebezinho nasceu e ficou três meses na UTI neo do hospital Santa Cruz. Veio, então, o diagnóstico terrível: “Síndrome de Edwards”. E, durante um ano e quatorze dias eu lutei contra esta síndrome rara e injusta. Meu filho, um lindo bebê, mesmo por tão pouco tempo e em meio a tanto sofrimento trouxe muita alegria a minha família. Uma alegria diferente. Ele estava sempre sorrindo. Ele me ensinou a viver um dia de cada vez e totalmente entregue nas mãos do SENHOR. Agradeço a Deus pela oportunidade que tive como mãe, de aproveitar cada momento com meu pequeno guerreiro, Caio Henrique. Ele descansou no dia 08 de outubro de 2010. Jamais vou esquecê-lo e Deus continua me amparando me ajudando com a saudade que dói muito. A bendita certeza de que Jesus voltará, a esperança que os mortos ressuscitarão, me fortalece a cada dia e me faz querer ser melhor em todos os níveis da minha vida. “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte não mais existirá, já não haverá luto nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. ” Apocalipse 21:4 Um dia a saudade terá fim.


A BOA INSTRUÇÃO

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inha estimada mãe, dona Nelci, lá em Telêmaco Borba, no interior do Paraná, sempre me levava à igreja quando pequeno. As lembranças que me vem à cabeça remontam a classe dos primários, onde gostava das músicas ali cantadas que, evidentemente, tinham como tema Deus, Jesus, e os princípios religiosos dos quais nossa denominação defende até os dias de hoje. Gostava muito das brincadeiras e jogos que possuíam a finalidade de imprimir estes conceitos religiosos em minha mente obviamente com o intuito de nunca mais esquecê-los. Depois passei às classes dos juvenis e adolescentes. Ao entrar nesta fase, complexa e complicada, comecei a perder o interesse paulatinamente pela religião. Por mais que minha mãe insistisse em me levar, passei a trocar os amigos da igreja por amigos da rua, da escola e por fim de bares. Quando dei por mim, deixei o cabelo crescer, fumava, bebia, e, agora morando em Curitiba, “carburava o tal do Crazy People”, com o pessoal Largo da Ordem. Certa noite, por volta das três da madrugada, estava em um dos bares do centro histórico, quando debruçado no balcão, pedi uma dose de uma bebida qualquer. Ao barman retirar a garrafa da prateleira pude ver o reflexo de meu rosto enquadrado entre as garrafas e o espelho ao fundo. Que visão terrível: Olhos fundos e avermelhados, cabelo todo emaranhado, um rosto deformado em meio à fumaça que impregnava o ambiente – um verdadeiro monstro! Pude perguntar-me: Este sou eu? Este realmente sou eu? E o que me veio à cabeça neste momento, ali naquele balcão do bar, não foram as risadas dos bêbados ou o punk rock que tanto gostava; mas sim as músicas da escolinha, as brincadeiras que ensinavam sobre Jesus e minha mãe me levando à igreja. Então percebi que aquele não era o meu lugar! Nasceu naquele exato memento uma vontade de retornar aos braços de Jesus. Agradeço a minha mãe por me ensinar o caminho certo e a Deus por ter um grande amor por mim. Ali entendi qual era a minha missão.

SEGUNDA 18/09

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele! ” Provérbios 22:06

Jaury Prado Junior Graduado em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas. Professor de Arte. Colégio Adventista Boqueirão.

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DEUS É CAPAZ DE REALIZAR TODOS OS NOSSOS SONHOS

TERÇA 19/09

“Tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia. ” Salmos 139:16

Semelle Françoise Braga

Formada em Licenciatura em Música pela Faculdade de Artes do Paraná. Coordenadora do Conservatório Musical do Colégio Adventista do Boqueirão.a

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ra um dia chuvoso. O casal levanta, arruma suas coisas e sai rumo ao estado de Santa Catarina. Mas essa não era uma viagem comum. Eles estavam atravessando fronteiras para realizar um sonho: o de serem pais. Com apenas dois dias de idade, ali estava aquela criança que esperava o aconchego de um lar. Ao tomarem-na nos braços, aquele casal realizava o seu sonho: de terem o seu bebê e formarem uma família completa. Aquela menina crescia, acolhida pelos braços de amor de seus pais e de Deus. Naquele lar, ela aprendeu que acima de pais humanos, biológicos e adotivos, ela também tinha um Pai no Céu que a amava. Aos 7 anos, começou a frequentar uma escola nos fundos de sua igreja, a Escola Adventista do Boa Vista, na cidade de Curitiba. Estudou ali alguns anos, saindo da rede um período, mas retornando no terceiro ano do Ensino Médio. Ao concluir seus estudos, sentiu em seu coração uma paixão pelas atividades da igreja e percebeu então que tinha um sonho: em trabalhar na obra adventista. Aquela adolescente distribuiu vários currículos pelas escolas adventistas de Curitiba, na tentativa de realizar esse sonho. Fez algumas entrevistas nas instituições adventistas da cidade, mas em nenhuma ela conseguiu uma vaga. Triste, ela pensou não ser aquela a vontade de Deus para sua vida. Então, aquela jovem correu atrás de seu segundo sonho profissional: fazer um curso superior em música. Ela estava aprendendo a deixar seus planos e sonhos nas mãos de Deus. E, no vestibular daquele ano, foi aprovada em uma faculdade estadual de sua cidade. Quando estava no último ano da faculdade, faltando apenas 3 meses para se formar, ela recebeu uma ligação da Rede Educacional Adventista, convidando-a para compor a equipe de professores de um dos nossos colégios. Então, ela se lembrou do sonho que tinha; mas agora, havia realizado os dois, após 8 anos de expectativa e oração. Assim como Deus realizou os sonhos de minha família, Ele está lendo os pedidos do seu coração também. Deus é maravilhoso e Seu tempo é perfeito. Ele sabe o momento ideal de colocar cada troféu de conquistas na estante do Céu. Confie nesse Deus que é fiel e prepara gerações a cada dia, para terminar a sua obra. Hoje, minha maior alegria, em trabalhar na educação adventista, é poder compartilhar todos os dias, através de meu ambiente de trabalho, que Jesus é tudo em minha vida; e que um dia Ele vai voltar para buscar eu e você para morar com Ele no Céu, realizando o maior de todos os sonhos.


UM SONHO REALIZADO – PARTE I

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aquela menina que gostava de desenhar, pintar, falar com as pessoas e principalmente ser professora de bonecas, com o passar dos anos foi se identificando com as crianças e com a sala de aula. Venho de uma família de quatro professoras, minha avó e minhas três tias. Somando a essa influência familiar, o curso de magistério foi o “up” da minha vida, momento em que pude realmente sentir o desejo, o amor que tinha dentro de mim para a sala de aula. Cada criança, cada vida que colocam em minhas mãos, cada ano que passa, eu tento cuidar deles como uma mãe que cuida de seus filhos. Simplesmente amo o que eu faço! Sim, tem dias de muito cansaço, dias que dá vontade de sair correndo, às vezes algum aluno te tira do sério, mas tem o dia seguinte para você continuar dando sua aula, ensinando o caminho da Salvação para esses pequenos que de alguma forma, nunca irão te esquecer. Afinal, professora é chamada, carinhosamente, de segunda mãe. A humildade faz parte da nossa vida de professora, pois em alguns momentos erramos e temos que estar prontas para ouvir e melhorar. Nestes momentos de baixa, me pergunto qual é a minha missão enquanto vivo aqui. Há anos trabalho na Educação Adventista, e, no começo de 2006, Deus tinha um plano especial para mim. Não era uma turma do segundo ano, mas sim da educação infantil, a turma dos mais novinhos. Quando fiquei sabendo, me questionei imediatamente: “O que vou fazer agora? Como vou trabalhar com aquelas crianças pequenas que precisam muito de mim? ”. Não sabia nem por onde começar. Então, um dia, conversando com a orientadora educacional, ela me disse uma frase que até hoje não me esqueço: “Depois que você der aula para os pequenos de três anos, você vai estar prontíssima para ser mãe. Será uma experiência incrível! Você irá ver o quanto vai aprender com eles”.

QUARTA 20/09

“Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher. ” Salmo 25:12

Alessandra Martins de Paula de Souza Formada em Pedagogia. Professora regente do 2º ano do EFI. Colégio Adventista Boqueirão.

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UM SONHO REALIZADO – PARTE II

QUINTA 21/09

“Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher. ” Salmo 25:12

Alessandra Martins de Paula de Souza

Formada em Pedagogia. Professora do 2º ano do EFI. Colégio Adventista Boqueirão.

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m 2006 fui pega de surpresa. Iria trabalhar com os pequeninos da educação infantil. Quando fiquei sabendo, me questionei imediatamente: “O que vou fazer agora? Como vou trabalhar com aquelas crianças pequenas que precisam muito de mim? ”. Não sabia nem por onde começar. Tive 19 alunos. Alguns choravam, outros com chupeta e cobertinha embaixo do braço, outros ainda chutando tudo, outro com placa de titânio na cabeça. E cada dia era uma surpresa diferente. Eu estava lá para ser a primeira professora daqueles pequeninos. E realmente, como eu suponha, foi um ano com muitos desafios! De repente, não sei bem em que ponto, comecei a ver o quanto eu estava gostando daquelas crianças, e o quanto elas gostavam de mim, o quanto eu ensinei para elas, e o quanto elas também me ensinaram. Conversando com uma das mães dos meus alunos, ela me contou que sua filha, Amanda, tinha muitos problemas de saúde, e ela já não sabia mais o que fazer, pois estava passando por dificuldades financeiras. Decidi ajudar. Por isso, fiz uma campanha na escola, conversei com os colegas, pedi ajuda à ADRA da igreja Adventista do Jardim das Américas. E aos poucos fomos resolvendo a vida daquela família que tinha sido abandonada pelo marido/pai. Quando vi, estava estudando a Bíblia com aquela mãe; logo, outra mãe também ficou interessada nos estudos; pois o interesse da mãe de Amanda foi tão grande ao conhecer nosso Deus que ela não conseguia mais guardar só para o ela o que estava aprendendo. Quando terminou aquela série de estudos, a mãe de Amanda decidiu se entregar a Jesus através do batismo. Hoje, aquela mulher trabalha na Educação Adventista, e a Amanda, minha aluninha, continua sendo uma estudante Adventista, hoje aluna do Colégio Adventista Centenário (Curitiba). Será que eu fui escolhida para marcar uma geração dentro do meu trabalho, dentro da Educação Adventista? Com certeza sim, Levar cada pequeno a ter um encontro com Deus a cada dia, e mostrar para seus pais, através do meu trabalho, meus atos, minhas palavras que aqui é o melhor lugar para seus filhos estarem. Por isso, amo o que faço!


SEGUINDO O EXEMPLO DO MESTRE

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uando falamos em marcar uma geração, temos que primeiro falar sobre sermos marcados. Eu fui marcada por uma professora da Educação Adventista, ainda lá na educação infantil, na escola de Laranjeiras do Sul, que hoje não mais existe. Aquela professora me ensinou na tenra idade sobre comprometimento, amor, dedicação, responsabilidade, amor ao próximo, esperança e preocupação. Quando ia para a escola, me sentia amparada, segura e feliz e esquecia todos os problemas que enfrentava em casa. Tudo o que aprendi e vivenciei enquanto aluna, hoje faz parte da minha missão na escola, onde fui escolhida para marcar uma nova geração. Mais do que ensinar os conteúdos, o professor da Rede Educacional Adventista precisa criar condições para que os alunos tomem a iniciativa de viver com esperança, para que tenham qualidade de vida e se sintam preparados para fazer parte da Pátria Celeste preparada por Deus para todos nós. Desejo a cada dia fazer o meu melhor, e entendo que nessa batalha entre o bem e o mal, necessito do poder do Espírito Santo para vencer as tentações e dificuldades, e ser vitoriosa em Cristo Jesus. Decidi ser professora porque quero partilhar responsabilidade, amor ao próximo, comprometimento e o desejo de fazer o bem. Porque posso anunciar a esperança e acredito na capacidade de ser melhor. Assim como aquela professora fez diferença em minha vida, desejo fazer a diferença na vida dos meus alunos. Porque eu acredito no ser humano e na sua imensa capacidade de aprender e se refazer. Quero seguir em minha jornada profissional, seguindo os passos do Mestre e seu exemplo, porque a minha obra não é de mim mesmo, mas dAquele que me enviou.

SEXTA 22/09

“Jesus respondeu: “O meu ensino não é de mim mesmo. Vem daquele que me enviou. ” João 7:16

Patrícia Padilha dos Anjos

Graduada em Química. Pós-Graduada em Metodologia de Ensino. Professora de Química. Colégio Adventista Guarapuava.

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UMA EXPERIÊNCIA NA MISSÃO DE DEUS

SÁBADO 23/09

“Senhor ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. ” Salmos 102:1

Janete Aparecida dos Santos.

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Metodologia dos Anos Iniciais. Professora Regente do 3º ano EF. Colégio Adventista Guarapuava.

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m 2015 tive uma experiência diferente e que marcou minha vida como professora. Recebi um aluno muito querido, educado e obediente. Aquele aluno que todo professor deseja ter. Mas, com o passar do tempo, ele começou a demonstrar um comportamento estranho e isso me preocupou. Passei a observá-lo com mais atenção. No início das aulas, no momento dos pedidos de oração, ele falou que estava assistindo coisas estranhas, que ficava gravado na mente dele; mas não sabia explicar o que era. O tempo foi passando, percebi que o rendimento dele não estava indo muito bem, resolvi chamar a mãe para conversar sobre o assunto. Ela relatou que o aluno assistia desenhos infantis que, na visão dela, não tinha nada de mais que pudesse afetar ou prejudicar seu desenvolvimento. Combinamos de juntas (em casa e na escola) observarmos suas atitudes e, se persistisse o comportamento estranho, encaminharíamos para um atendimento profissional especializado. Certo dia, ele chegou à sala de aula e começou a falar coisas estranhas, desconexas, corria dentro da sala, ficava com os olhos parados, disperso, e de repente, pediu que eu orasse para que aquelas coisas saíssem de sua mente. Oramos juntos e ele se acalmou. Todos os dias, quando ele chegava na escola, eu já estava esperando no pátio. Íamos para dentro da sala de aula, dobrávamos nossos joelhos e fazíamos uma oração, clamando ao Senhor para nos mostrar o que ele tinha, e para que a tarde de aula fosse tranquila. Assim foi durante duas semanas. Voltei a conversar com os pais e eles relataram que em casa, persistiam as mesmas atitudes, então decidimos que era hora de procurar um especialista. Os pais procuraram um médico e após a realização de exames veio o diagnóstico, esquizofrenia. Ao conversar comigo a mãe não aceitava o que estava acontecendo com o filho. Choramos juntas. Foram momentos de agonia. Eu falei para ela que existia um Deus maravilhoso, que poderia curar o seu filho, se ela confiasse plenamente. E, se a cura não viesse, Deus daria sabedoria para conduzir a situação da melhor forma. A partir daquele dia, nos cultos diários, eu e minhas colegas começamos a orar por ele e sua família. O tratamento começou e aos poucos eles foi melhorando. No ano seguinte foi uma benção, seus pais me procuraram relatando que ele estava bem melhor e tinha o desejo de participar do Clube de Aventureiros, do qual faço parte como líder auxiliar. Fiquei muito feliz! Tenho a certeza de que logo eles aceitarão Jesus como Salvador. Hoje dou graças a Deus por ter colocado esse aluno nos meus caminhos, e por Deus ter me capacitado a trabalhar com essa família. Hoje eu entendo porque fui escolhida para marcar uma geração e fazer a diferença.


FELICIDADE PLENA

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uito se fala sobre felicidade. É algo que todos os seres humanos desejam. Mas, o que é mesmo a tal felicidade? Várias são as definições, mas, a maioria concorda de que felicidade é o estado de quem é feliz, uma sensação de bem-estar e contentamento, um momento durável de satisfação onde o indivíduo se sente plenamente feliz e realizado. Com os meus alunos, quando conversamos sobre o assunto, costumo dizer que a felicidade tem um tripé: Deus, profissão e relacionamentos. Se você tem fé em seu coração e acredita que Deus dirige a sua vida e cuida de você, com certeza conseguirá enfrentar com mais facilidade os problemas da vida, quer sejam grandes ou pequenos. A espiritualidade e o amor a Deus nos tornam pessoas melhores. Nos permite ter uma visão mais correta a respeito das pessoas que estão ao nosso redor, afinal, todos são filhos de Deus e merecem ser tratados com amor e respeito. Se você escolhe uma profissão que te realiza e, que, ao acordar já se sente bem em ir trabalhar, então, você vive muito mais feliz. Confúcio já disse: “Escolha um trabalho que você ama e não terás que trabalhar um único dia em sua vida”. Fantástico! Fazer o que se gosta é muito bom!!! Torna a vida leve. O ser humano nasceu para se relacionar. Foi Deus quem nos fez assim. A família é o primeiro grupo de relacionamento onde aprendemos valores e como viver em sociedade. E aos poucos vamos crescendo e aprendendo a nos relacionar um com os outros. Aí que entra uma palavra poderosa: O amor! Sim, o amor é a primeira e mais sublime fonte de felicidade. O amor a Deus, aos pais, filhos, amigos e alunos. Amor ao namorado, noivo ou esposo. E como é bom amar! Dar e receber amor faz um bem enorme ao coração e à alma! Mas, voltando à pergunta inicial: O que é felicidade? Para mim, é acordar pela manhã e perceber que Deus me deu um mais um dia! Felicidade é, através da comunhão com Deus, “ouvir” a sua voz, perceber o quanto Ele me ama e protege e me sentir confortada pelas lindas promessas da sua Palavra. Felicidade é acordar e ver ao seu lado a pessoa que você ama! Poder beijar um filho, abraçalo, permitindo que o amor de Deus emane através de ti para a toda a família. É sentir-se bem fisicamente, com saúde. Felicidade é chegar no trabalho e sentir- se motivado, feliz pela oportunidade de ter sido escolhido por Deus para essa grande missão: a Educação. Felicidade é olhar para o rostinho do meu aluno e auxiliá-lo no que necessita. Orar com ele, amá-lo, aconselhá-lo, orientá-lo em relação ao que está falhando, enfim, fazer diferença na vida dele. Por fim, é ter esperança e certeza de que tudo o que não é bom nessa terra, um dia terá fim e teremos felicidade plena no Céu, ao lado do nosso amado Jesus.

DOMINGO 24/09

“Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive”. Eclesiastes 3:12

Clarice Schünemann Cavalcante

Orientadora Educacional do 5º ao 8º ano, Colégio Adventista Boqueirão, Pós-Graduação em Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional.

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ESCOLHIDA PARA MARCAR UM CORAÇÃO – PARTE I

SEGUNDA 25/09

“Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. Isaías 43:2

Sergeneide Bertolli Pedagoga, psicopedagoga e ludopedagoga Coautora de livros didáticos da CPB. Coordenadora e orientadora pedagógica da Rede Adventista em Goiás.

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o sair do consultório minha mente estava em um turbilhão de emoções, as palavras do médico ecoavam: “Você está grávida e contraiu rubéola, há probabilidade alta de ter uma criança com sequelas dessa doença, algumas delas gravíssimas. ” E sua voz parecia distante ao citar algumas delas. Uma retrospectiva de minha infância passou em minha mente, minha mãe com muitas dificuldades cuidando do meu irmão cadeirante, que, após erro médico, ficou impossibilitado de continuar seu desenvolvimento natural após os onze anos de idade. A situação dele fez com que toda a família se mobilizasse em seus cuidados. Ainda muito pequena, eu estava engajada nos trabalhos domésticos e nos afazeres que garantissem um pouco de conforto à família simples de sete irmãos. Observava minha mãe, com um rosto sofrido pelo cansaço, que exalava do seu íntimo materno, mesmo diante de inúmeras tribulações, tanto amor e paciência. Aquele era um ano de novas perspectivas e decisões, de renovo de aspectos até então renunciados, pois meu coração ansiava pelo retorno aos estudos e trabalho. O magistério fazia parte dos meus sonhos... Meu esposo e eu já tínhamos duas filhas, Sarah e Gabrielle. Planejamos ter três filhos e, para tanto, foram quatro anos aguardando o terceiro filho. O momento chegara - e os porquês da rubéola também.


ESCOLHIDA PARA MARCAR UM CORAÇÃO – PARTE II

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eu esposo e eu já tínhamos duas filhas, Sarah e Gabrielle. Planejamos ter três filhos e, para tanto, foram quatro anos aguardando o terceiro filho. O momento chegara - e os porquês da rubéola também. Naquela noite, ao meditar no verso de Isaías, Deus falou ao meu coração: “Filha, Eu estou cuidando de você, acalme seu coração, não é “por que”, mas sim “para que”. Espere um pouco mais…” Nossa pequena Rebeca nasceu, frágil e dependente como todos os bebês. Algumas sequelas apareceram no início do seu nascimento, sequelas estas que fortaleceriam minha fé e dependência total de Deus. A pequena Rebeca hoje é uma jovem atuante na igreja, um milagre do Senhor; belíssima e talentosa intérprete de libras, graduou-se nessa área (contrariando todas as expectativas, desde seu nascimento), também possui uma voz singular, da qual ecoa um perfeito louvor que se harmoniza com a misericórdia do nosso Pai. Ciente de ser um presente do Céu, ela busca desenvolver seus talentos para honrar e glorificar a Deus. Fomos chamados para cumprir uma missão, para marcar uma geração e a cada dia, ao realizar meu trabalho como coordenadora e orientadora pedagógica, sinto a mão poderosa de Deus, cuidando de todos os detalhes para desenvolver a missão pela qual Ele a nós dispensou: Preparar meninos e meninas para eternidade. O Senhor deseja que confiemos em Sua promessa, que estará conosco sempre, não importam as circunstâncias.

TERÇA 26/09

“Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. Isaías 43:2

Sergeneide Bertolli

Pedagoga, psicopedagoga e ludopedagoga Coautora de livros didáticos da CPB. Coordenadora e orientadora pedagógica da Rede Adventista em Goiás.

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A DIFERENÇA É JESUS – PARTE I

QUARTA 27/09

“Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. ” Marcos 11:24

Karoline Brendle Medeiros

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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ra começo do ano letivo no colégio onde trabalho, eu havia assumido uma turma de Educação Infantil, com alunos de quatro e cinco anos, uma turma linda e encantadora, assim como todas que já havia lecionado. Nesta turma um aluno se destacava mostrando-se inquieto e ansioso. Por vários momentos não participava do que era proposto, não gostava de se juntar ao grupo e queria atenção somente para ele. Quando ia atender outros colegas ele ficava nervoso e irritado querendo que eu ficasse somente ao lado dele. Várias vezes foi necessário conversar e explicar que eu estaria ali para ajudá-lo, mas deveria entender que os colegas também precisavam da professora e que nós seriamos uma turma que estaríamos sempre juntos. Os dias foram passando, esse aluno estava cada dia mais agitado e agressivo, até mesmo com os colegas. Tudo deveria ser da maneira que ele desejava, na hora e com quem ele queria. Começamos a ter problemas pois a agressão aos colegas e professoras tornou-se constante, porém, em alguns momentos ele era muito carinhoso e amoroso, abraçava e beijava demonstrando muito afeto pelas pessoas que com ele estavam, o que me deixava mais confusa. A mãe foi comunicada do que estava acontecendo, ela relatou que ele já passava por acompanhamentos médicos e que logo passaria por um teste com remédios para ansiedade pois além do seu comportamento, sua saúde também estava sendo prejudicada colocando-o acima do peso. Ao começar o tratamento com o remédio, pensávamos que ajudaria o aluno, porém, o efeito estava sendo contrário e ele se tornava cada dia mais agressivo e nervoso. Por alguns momentos, ele se agredia ao se atirar contra a parede e ao bater em sua cabeça com objetos. A mãe já estava desesperada sem saber o que fazer, preocupada que o colégio ou a professora desistissem de seu filho, pois o pai do menino já o abandonara quando pequeno.


A DIFERENÇA É JESUS – PARTE II

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o começar o tratamento com o remédio, pensávamos que ajudaria o aluno, porém, o efeito estava sendo contrário e ele se tornava cada dia mais agressivo e nervoso. Por alguns momentos, ele se agredia ao se atirar contra a parede e ao bater em sua cabeça com objetos. A mãe já estava desesperada sem saber o que fazer, preocupada que o colégio ou a professora desistissem de seu filho, pois o pai do menino já o abandonara quando pequeno. Com isso, começamos a entender alguns dos seus comportamentos. Eu já havia orado várias vezes por esse aluno e por essa família, mas sabia que poderia fazer mais, Deus me falava que eu deveria fazer mais, assim resolvi orar com o aluno em momentos críticos de seu comportamento. Na primeira vez, eu o levei para fora da sala e conversei com ele, contei para ele que existia um amigo que poderia nos ajudar, ele já com os olhos arregalados perguntou quem poderia ser, então eu pude explicar do amor de Jesus e dizer que só Ele poderia nos ajudar a resolver os nossos problemas. Mostrei na Bíblia o verso de Marcos 11:27 que nos ensina que devemos orar, pedir e crer, assim Deus nos dará o que queremos. Após eu concluir, meu aluno falou: -“Profe, então agora temos a solução, quando eu estiver nervoso vou pedir que Jesus tire o anjinho mau da minha cabeça e coloque o anjinho bom pra me ajudar”. Depois dessa fala, eu o abracei e chorei com ele, pois sabia que Deus havia transformado a vida daquele menino. A partir desse dia, quando ele ficava nervoso, antes de qualquer reação de agressão, eu já o chamava em um cantinho para orarmos. Não foi necessário muitas vezes para que ele começasse a se controlar e orar sozinho. Hoje, três anos depois, eu ainda encontro ele pelos corredores do colégio e ele ainda fala que o anjinho mau não incomoda mais ele, e que quando ele pensa em algo ruim ele ora para não fazer aquilo. Essa é minha missão, é assim que marco uma geração, falando e transmitindo o amor de Jesus para os meus alunos e que só Ele pode nos ajudar em momentos de aflição. Um dia, muito em breve, nós O veremos para enfim desfrutarmos desse amor tão grandioso e almejo ver esse e os demais alunos ao meu lado, para assim concluir a obra que Deus planejou à minha vida. E aí!? Qual é a sua missão?

QUINTA 28/09

“Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. ” Marcos 11:24

Karoline Brendle Medeiros

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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NAS MÃOS DE DEUS

SEXTA 29/09

“Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. Isaías 55:9

Francielle Marcondes Cordeiro

Pedagogia e Psicopedagogia. Vice-diretora do Colégio Adventista Boa Vista.

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lgumas pessoas acreditam que existem coincidências, que as coisas acontecem por obra do destino. Eu acredito que existe um grande Deus regendo todas as coisas e se deixarmos que Ele atue em nossa vida nossos planos se tornarão os planos dEle. Era 1994, estava terminando o Ensino Fundamental II e meu pai queria muito que eu fizesse um curso técnico no Ensino Médio. O sonho dele era que eu fizesse contabilidade. Assim, começou a procurar vaga em colégios públicos que oferecessem este curso ou um similar. Procurou em Colombo e em Curitiba, mas não conseguia vaga em nenhum curso técnico, então foi deixando meu nome em litas de espera e já havia sido avisado que seria muito difícil. Foi em um colégio particular e fez uma pré-matrícula em curso de Administração. O custo era alto. Meu pai é um homem consagrado e me dedicou a Deus desde meu nascimento, assim, naquela noite conversou com Deus e expôs suas preocupações. Fez um pacto de fundo de inversão, onde se Deus abrisse uma vaga em curso técnico em escola pública ele devolveria um percentual desse valor durante o ano como oferta. Na manhã seguinte, recebeu uma ligação. Uma vaga no curso de Magistério. Ele ficou contente e triste ao mesmo tempo; queria contabilidade, por que Deus deu Magistério? Comecei o curso e logo fiz estágios. Ao longo do curso dei aulas de alfabetização para jovens e adultos no período noturno como voluntária. Me formei em 1998, não dei aulas no ano seguinte, pois as escolas particulares tinham atividades aos sábados. Fiz concurso público e continuei como voluntária. Naquele ano, terminei meu cartão de líder do clube de desbravadores. Estava apresentando a especialidade de Arte de contar História Cristãs e uma professora do Colégio Boa Vista assistiu, perguntou minha formação e me indicou para a mantenedora, que é quem faz a contratação de funcionários. Em 2000, ingressei na Instituição Adventista e comecei a dar aulas. Já se passaram 16 anos, durante esse tempo fiz graduação e especialização; dei aulas, fui orientadora, coordenadora e hoje estou na administração. Percebo que minha missão é muito grande e que, só pela graça de Deus, podemos fazer a diferença na vida das pessoas através da Educação Adventista. Agradeço todos os dias por ser fruto de um fundo de inversão, pois, os planos de Deus para minha vida eram muito melhores que os planos de meu pai. Aliás, papai é muito feliz ao perceber que minha vida, minha profissão e minha missão são conforme os planos de Deus. Para aqueles que entregam suas vidas nas mãos de Deus, não existem coincidências. Existe um Deus que pensa mais alto que nós e planejou a nossa vida.


QUANDO PERDER É GANHAR – PARTE I

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entei para preparar a mensagem para uma pregação de sábado e costumo escrever a mensagem baseada naquilo que Deus, através do Espirito Santo, fala ao meu coração. Deparei-me com o verso de Marcos 8:34 que, de repente, brilhou na minha mente como se nunca tivesse lido. Comecei a refletir a respeito do que significa perder a vida para ganhar a vida sem, necessariamente, ter passado pelo processo da morte física. Durante alguns dias este verso ficou em minha mente, e me indagava qual perda seria essa? Que ganho seria esse? Encontrei a resposta na natureza, nas sementes, que para brotarem e surgirem de forma estrondosa, precisam morrer. Não é assim? Pense na semente de girassol. Ela é colocada e jogada para debaixo da terra. Depois de algum tempo, sozinha e na escuridão, consegue retirar da terra forças para se romper, abrir e germinar. Não é mais semente e nunca mais voltará a ser aquilo que já foi, pode se tornar uma nova semente, mas nunca mais será a mesma. Mas, conosco, como que esse processo ocorre? Quando foi que eu perdi minha vida? Deus me respondeu fazendo minha mente visitar o passado e relembrar a minha infância. Minha descoberta foi incrível pois Deus cuidou de cada detalhe. Fui criada e educada na igreja ortodoxa do rito ucraniano. Aprendi a respeitar as tradições e o Deus que conheci era um Deus mais severo do que amoroso. Vivia numa grande família com muitos tios e primos e todos conservavam estas tradições. Me vi andando pelo mesmo caminho até que Deus entrou em cena e mudou tudo.

SÁBADO 30/09

“Se alguém quer vir após mim a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdêla-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á”. Marcos 8:34

Elisa Mara de Castilho Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Administração, Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Diretora do Colégio Adventista Boa Vista.

30 - Dia da Secretária

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QUANDO PERDER É GANHAR – PARTE II

DOMINGO 01/10

“Se alguém quer vir após mim a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdêla-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á”. Marcos 8:34

Elisa Mara de Castilho

Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Administração, Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Diretora do Colégio Adventista Boa Vista.

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ui criada e educada na igreja ortodoxa do rito ucraniano. Aprendi a respeitar as tradições e o Deus que conheci era um Deus mais severo do que amoroso. Vivia numa grande família com muitos tios e primos e todos conservavam estas tradições. Me vi andando pelo mesmo caminho até que Deus entrou em cena e mudou tudo. Quando tinha 12 anos meu pai faleceu de edema cerebral e cirrose hepática devido o consumo exagerado de álcool. Meus avós maternos, adventistas do sétimo dia, sentiram que este era o momento de pregar o evangelho para nós, pois o meu pai nunca permitiu que na nossa casa sequer se comentasse de outra religião que não fosse aquela que praticávamos, e isso causava um certo distanciamento da família da minha mãe. Um ancião da igreja que estudava a Bíblia conosco sugeriu que eu pensasse em ser uma professora da Escola Adventista. Desconsiderei a hipótese, já tinha planejado meu futuro, continuaria trabalhando nos negócios da família, dando assim continuidade àquilo que meu pai tinha nos deixado como herança: Um supermercado. Não foi assim que aconteceu. Já tinha perdido para ganhar, mas não havia percebido ainda. O tempo passou, me batizei, conheci um lindo rapaz, que hoje é meu marido e aos poucos fui me apropriando da minha nova vida. Estudei, me formei, e fui convidada para trabalhar na Escola Adventista de União da Vitória, como professora das séries iniciais e aqui estou, servindo a Deus há quase 30 anos. Um dia, em visita à cidade de União da Vitória, entrei no carro à tarde e sozinha percorri pelos locais que vivi na minha infância. Parei em frente à igreja ucraniana e um filme foi passando em minha mente. Chorei, e saí daquele lugar, certa de que nada mais daquilo tudo combinava comigo. Ao ver a família que Deus me proporcionou, meu marido, meus filhos, a missão na Educação Adventista e me senti muito feliz e abençoada. Finalmente entendi o que é perder para ganhar: “ Se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas antigas já passaram e eis que se fizeram novas. ” II Coríntios 5:17


A QUEM IREI TEMER? – PARTE I

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m uma noite fria de maio de 1999, por volta das três da manhã. Eu voltava de um bairro longe de casa e decidi vir pelo caminho mais rápido. Chegando num bairro próximo, coincidentemente onde moro hoje, deparei-me com obstáculos na pista, entre paus, tijolos, pedras uma verdadeira cama de gato. Como estava muito rápido, consegui me desviar de alguns, mas acabei acertando uma pedra com a roda direita do carro. Sabia que não poderia parar, porque imaginava o que ia acontecer. Segui viagem, agora faltavam apenas 9km para chegar em casa, mas vi que algo estava errado. Soltei o volante do carro e eis que esse se desviou para a direita. Constatei que o pneu estava furado. Encostei o carro, em frente a uma loja de materiais de construção na rodovia, embaixo de um poste de luz. Peguei o celular, que ainda tinha bateria e liguei para a casa da minha irmã. Meu cunhado atendeu e, após eu ter explicado a situação eu sugeriu que eu “me virasse”. Respirando fundo, desci do carro e decidi trocar o pneu e a luz do poste se apagou. Ainda bem que meu pai, desde que eu era pequena, sempre exigiu que o ajudasse com esses serviços no carro dele, então, pelo menos, eu sabia o que deveria fazer, mesmo que nunca o tivesse feito por minha conta. Bem, após achar o pneu, o macaco e a chave de rodas no porta-malas, comecei o serviço. Quando estava pendurada e com os dois pés forçando a chave para que soltasse os parafusos, vi uma figura que atravessava a rodovia em minha direção, com um grande casaco escuro e com as mãos no bolso.

SEGUNDA 02/10

“Pois me livraste a minha alma da morte. Não livrastes também aos meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida? ” Salmos 56:13

Sidneia de Paula

Formada em Zootecnia. Professora de Ciências do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Boa Vista.

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A QUEM IREI TEMER? – PARTE II

TERÇA 03/10

“Pois me livraste a minha alma da morte. Não livrastes também aos meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida? ” Salmos 56:13

Sidneia de Paula Formada em Zootecnia. Professora de Ciências do Ensino Fundamental 2. Colégio Adventista Boa Vista.

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em, ao constatar que meu pneu estava furado, achei o pneu, o macaco e a chave de rodas no porta-malas e comecei o serviço. Quando estava pendurada e com os dois pés forçando a chave para que soltasse os parafusos, vi uma figura que atravessava a rodovia em minha direção, com um grande casaco escuro e com as mãos no bolso. Pensei comigo: “Seja o que Deus quiser”. Naquela época, o Deus que eu conhecia era um tirano, que castigava a todos. Eu não conhecia Deus como Ele é, afinal, não tinha o hábito de orar. Essa pessoa se aproximou, e era um homem que se ofereceu para ajudar. Senti um leve hálito de bebida e pensei que conseguiria derrubá-lo se precisasse. Ele tirou o casaco e começou a soltar os parafusos do pneu. Comecei a puxar conversa para aliviar um pouco a tensão, e descobri que ele estava vindo dos bailões que tinha ali perto, um amigo o tinha “esquecido lá” e ele estava voltando a pé. Depois disso, ele me perguntou se eu poderia guardar algo, disse que sim e ele me entrega uma pistola. Nisso minhas pernas tremeram. Ele me explicou que era policial militar - um bombeiro - e que graças a essa arma ele tinha se livrado de alguns mal-intencionados que o estavam perseguindo na saída do bailão, já que aquele horário era muito perigoso. Guardei no banco de trás, e ele terminou de trocar o pneu. Eu não tinha dinheiro e não sabia como agradecer, mas ele só me pediu uma carona, que atendi, levando-o para um bairro próximo. A partir desse evento, muitas coisas mudaram na minha vida. Pouco tempo depois, conheci a Jesus e a sua Palavra. Seguindo a direção dEle, entendi que é minha missão hoje, ao trabalhar com crianças e jovens, ensinar que Jesus não se esquece de nós, basta que peçamos ajuda, pois Ele está pronto a nos atender, mesmo que não estejamos tão próximos a Ele.


MINHA MISSÃO E OS PLANOS DE DEUS – PARTE I

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m abril de 1986 fui admitida como funcionária da, então, Associação Paranaense, mantenedora sede, onde trabalhei por 22 anos, e eu amava trabalhar! Em 1994 me casei e logo descobrimos que seria praticamente impossível termos um filho. Oramos muito, mas não planejávamos fazer nenhum tratamento, pois tínhamos convicção de que se Deus assim o quisesse, Ele nos daria o filho desejado. Porém, alguns anos mais tarde, por incentivo de alguns médicos, até cogitamos fazer um tratamento. Exatamente nesse período, sem tratamento algum, descobri que estava grávida. Uma gestação que durou apenas oito semanas e meia. Tive um aborto espontâneo, que acarretou muita tristeza e desapontamento. Pensávamos em adoção, mas meu marido fazia faculdade e resolvemos que só daríamos entrada nesse processo assim que ele concluísse o curso. Todavia, Deus tinha outros planos para nós. Em janeiro de 2005, estando em casa, descansando de um Campori de Desbravadores, recebi uma ligação muito especial, era minha sobrinha, falando de uma jovem que estava grávida e que, sem condições de criar a criança, iria colocá-la para adoção. Através dessa moça, Deus nos deu o mais precioso presente: a Anna Laura. Apesar de não termos caminhado pelos processos legais da adoção, Deus encaminhou tudo de tal forma que, quando nossa filhinha estava com nove meses, conseguimos a guarda permanente e a registramos como nossa filha legítima.

QUARTA 04/10

E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante. Isaías 54:13.

Elza Anna Pinheiro

Auxiliar de Biblioteca. Colégio Adventista Boa Vista.

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MINHA MISSÃO E OS PLANOS DE DEUS – PARTE II

QUINTA 05/10

“E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante”. Isaías 54:13

Elza Anna Pinheiro Auxiliar de Biblioteca. Colégio Adventista Boa Vista.

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pesar de não termos caminhado pelos processos legais da adoção, Deus encaminhou tudo de tal forma que, quando nossa filhinha estava com nove meses, conseguimos a guarda permanente e a registramos como nossa filha legítima. Continuei trabalhando por um pouco mais de dois anos, até que senti no coração a responsabilidade de cuidar pessoalmente dessa criança. Deixei o meu trabalho em 2007, com um misto de sentimento quase impossível de descrever, mas confiante de estar fazendo a obra que Deus indicava para mim naquele momento. Tive a alegria de participar no desenvolvimento dos momentos mais lindos de minha filha, em casa; suas descobertas, curiosidades e crescimento. Quando a Anna Laura completou quatro anos, decidimos matriculá-la no Colégio Adventista Boa Vista. Lecionava no Pré IV a professora Quiuza, que, juntamente com os demais professores e funcionários do Colégio, nos auxiliaram no seu aprendizado. Hoje, nossa menina cursa o 6º Ano do Fundamental II e há três anos tenho o privilégio de participar na missão de educação nesse mesmo Colégio, atuando como funcionária. Louvo a Deus por nos proporcionar tantas bênçãos, pois fazer parte da Educação Adventista é uma oportunidade que Deus nos oferece por Sua infinita graça, preparando-nos para os desafios deste mundo e auxiliando-nos na caminhada à eternidade. Hoje, entendo que Deus tem Seus caminhos e minha obra é colocar-me a Sua disposição, aceitando que Seus planos são muito maiores e melhores que os meus.


O SAPATO QUE CAIU DO CÉU

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á fazia algum tempo que eu desejava um sapato e orava a Deus por ele. Não era qualquer sapato. Era o sapato. Diferente de outros que eu possuía. Ele não era de uma cor única nem de salto tradicional. Tinha que ser em couro, com tiras de cores mescladas, neutras, em tons de rosa e nuances que combinassem... O salto era diferente, de madeira, em formato quadrado... Em Curitiba, nos principais shoppings, há uma rede de lojas de calçados de grife bastante conhecida dos consumidores e, o sapato que eu tanto queria, era dessa marca. No entanto, naquele momento, não possuía o valor suficiente para comprá-lo. O colégio, no qual eu trabalho, havia lançado um programa em que os professores deveriam escrever um artigo relatando um projeto executado em sala com os alunos. Os participantes ganhariam um prêmio em espécie. Naquele momento pensei no meu sapato e decidi participar. Ao receber a premiação, separei o dízimo e a minha oferta. Contudo, o restante do valor não era suficiente para a compra do tão desejado produto. Orei a Deus e mais uma vez apresentei a Ele o meu desejo. Paciente, aguardei uma resposta. Na semana seguinte, minha manicure me ligou para agendar um horário. No dia combinado, ela chegou para me atender trazendo uma sacola e perguntando-me que número de calçado eu usava. Para minha surpresa, ela tirou de dentro da sacola um sapato com todas as características e da mesma grife que eu queria. Abracei-a sem poder conter minha emoção, marcada por lágrimas e gritos de alegria. Passado o momento de euforia, contei a ela o porquê da minha reação. Alguns dias depois, ela me deu mais dois pares da mesma grife, explicando-me que uma cliente havia dado a ela, que por sua vez, os deu a mim. O salmista afirma que Deus satisfará os desejos do coração daqueles que se agradam no Senhor. A definição para agradar, segundo o dicionário é deleitar, sentir prazer. Perceba que há uma condição para que Deus atenda ao desejo do coração; antes é preciso sentir prazer em servi-Lo. Só então, Ele poderá satisfazer aos desejos porque eles estarão em conformidade com a vontade Dele. Todos têm desejos. Pequenos ou grandes, possíveis ou impossíveis, relevantes ou não. E, independente da magnitude, com certeza, hoje, no seu coração, você tem um desejo que Deus quer realizar. O que você precisa fazer? Apenas sentir alegria no Senhor.

SEXTA 06/10

“Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração”. Salmos 37:4

Nair Neriane de Carvalho

Formada em Letras. Especialista no Ensino da Língua Portuguesa e Literatura Brasileira Professora de Língua Portuguesa do Ensino Médio. Colégio Adventista Boa Vista.

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SÁBADO 07/10

“Felizes são aqueles que ajudam os pobres, pois o Senhor Deus os ajudará quando estiverem em dificuldades! O Senhor os protegerá, guardará a vida deles e lhes dará felicidade na Terra prometida. E não os abandonará nas garras dos inimigos. Quando estiverem doentes de cama, o Senhor os ajudará e lhes dará saúde novamente”. Salmos 41:1-3

Marleide Liziani de Oliveira Formada em Pedagogia. Professora regente do 2º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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EU PRECISO DE UM MILAGRE – PARTE I

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m julho de 2014, eu, meus irmãos, amigos e familiares vivenciamos uma das maiores angústias de nossa vida. Foi quando meu pai adoeceu, por causa de uma bactéria; a situação foi tão grave que o deixou em coma. Dias terríveis de incertezas e desespero nos afligiram. E, em meio a lágrimas de muitos e súplicas, fomos vivendo de esperança e lembranças, pois para nós e todos que o conheciam, ele era um homem fantástico, humilde, generoso, amigo de todos, forte sadio e nunca havia, em seus 59 anos, ficado em um hospital. Para meus irmãos que não dedicavam tempo estudando a palavra de Deus, essa situação ficava ainda mais aterrorizante, pois não tinham esperança. Então, minha responsabilidade aumentou nesta situação, pois os confortava, não só a eles como a mim, com inúmeras passagens de esperança e a passagem, “Felizes são aqueles que ajudam os pobres, pois o Senhor Deus os ajudará quando estiverem em dificuldades”. Íamos diariamente ao hospital, orávamos ao entrar na UTI, enquanto outros grupos aguardavam no pátio do hospital e em casa. Os médicos não nos davam boas notícias, mas a nossa esperança era tão grande que o fato de nosso pai estar ali, mesmo respirando pelas máquinas, já era suficiente para não desistirmos. Um de meus irmãos sempre colocava a música da Aline Barros (Eu preciso de um milagre), quando retornava para casa; nós continuávamos cantando e meditando na letra da música. Porém, certo dia, minha irmã entrou no quarto da UTI e em desespero gritou para que meu pai levantasse da cama. Como não houve nenhuma reação, começou a se desesperar, e precisou ser retirada da sala e, aos prantos, voltou para casa desiludida. Quando chegou em casa, entrou chorando e foi logo para debaixo das cobertas. Ela não quis falar com ninguém e só dizia que meu pai estava morto. Naquele instante, eu e meu irmão fomos com o coração apertado para o hospital. Chegando lá, as enfermeiras muito queridas, permitiram que nós dois entrássemos na UTI, e lá estava meu pai, que antes fora tão forte, agora completamente impossibilitado. Naquela hora, não pensei duas vezes, fui determinada a fazer uma oração e meu irmão chegou até a abrir os olhos, pois, cria que meu pai fosse acordar. Terminei a oração e de repente, vi meu pai mexendo a língua; meu irmão também viu e aquilo foi o suficiente para sairmos dali cheio de esperança e alegria. Quando chegamos na casa de minha mãe, colocamos a música “Eu preciso de um milagre” bem alto. Alguns familiares saíram agradecendo a Deus, mas minha irmã que morava ao lado, ainda se encontrava embaixo das cobertas.


EU PRECISO DE UM MILAGRE – PARTE II

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epois que chegamos do hospital, fui ao quarto dela, e lhe contei a história bíblica de Elias no monte Carmelo. Depois de Deus ter sido vitorioso contra os 450 profetas de Baal, Elias fugiu com medo da rainha Jezabel e foi esconder-se em uma caverna. Eu disse a ela que deveria mudar sua atitude, pois estávamos clamando por um milagre e ela estava entregando os pontos. Confirmei com ela que nosso pai havia mexido a língua, com isso, ela então saiu, lavou o rosto e foi se alimentar. Chegou o dia que os médicos nos deram a mais triste notícia, disseram que se nosso pai não acordasse até o outro dia, teriam que fazer uma traqueostomia e, mesmo que ele voltasse do coma, a chance de ter uma vida sem sequelas era improvável. Em nossos lares a angústia sobrevinha, muitas perguntas e questionamentos nos tirava o sono, não conseguíamos nos ver sem nosso pai. Eu tinha a esperança na volta de Jesus e ressurreição dos mortos, mas minha família não tinha, então a angústia deles era maior. Ninguém estava preparado para enfrentar a morte. No outro dia cedinho fomos todos ao hospital, e no pátio com todos reunidos, fizemos um círculo e no meio de todos que estavam lá, eu roguei a Deus: “Senhor meu Deus, tu és Criador, Mantenedor e Redentor de todas as coisas. Tu abriste o mar vermelho, curou cegos, aleijados, leprosos, restaurou física, mentalmente e espiritualmente a vida de muitas pessoas. O Senhor é o Deus do impossível, por favor, mostre para todos aqui que tu és um Deus vivo, por isso, restaure por completo a vida de nosso pai. Mostra Senhor a meus familiares e aos médicos que o Senhor é o único Deus, digno de ser adorado. Suplico isso em nome de Jesus. Amém”. Meu irmão entrou na UTI e demorou muito. Então, ele desceu tão radiante, fez sinal de vitória, por isso começamos a chorar e nos abraçar, esperando apenas uma melhora. Meu irmão então nos disse que o pai estava sentado na cama, comendo e em perfeito juízo. Isso foi tão forte tão magnífico que minha irmã, começou a gritar: “Meu Pai está vivo, Meu Pai está vivo! ”. Nosso pai ficou mais alguns dias no hospital, para se reabilitar e então, recebeu alta. Todos nós meditamos novamente no Salmo 41:3 E através desta e de outras passagens bíblicas pude testemunhar do amor de Deus a familiares e amigos que de outra forma não o teriam conhecido.

DOMINGO 08/10

“Felizes são aqueles que ajudam os pobres, pois o Senhor Deus os ajudará quando estiverem em dificuldades! O Senhor os protegerá, guardará a vida deles e lhes dará felicidade na Terra prometida. E não os abandonará nas garras dos inimigos. Quando estiverem doentes de cama, o Senhor os ajudará e lhes dará saúde novamente”. Salmos 41:1-3

Marleide Liziani de Oliveira Formada em Pedagogia. Professora do 2º ano EF. Colégio Adventista Boa Vista.

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SONHE GRANDE, PENSE GRANDE

SEGUNDA 09/10

“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado”. Romanos 5:3 e5

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embro-me de inúmeras recordações pautadas no amor de Deus por mim, minha família, meus amigos e alunos. Hoje, como professora, tenho uma visão mais ampla da importância de ministrar aulas e de como devo ser mais eloquente ao falar de Deus. Gosto de recordar um professor de inglês que tive no ensino fundamental, ele era um senhor sábio, de certa idade e suas aulas eram sempre desafiadoras, pois falavam de sonhos. Levo comigo até hoje a importância de “pensar grande e sonhar grande”. E esses sonhos foram crescendo comigo, e graças a Deus consegui realizar muitos deles. No dia a dia, vários alunos chegam a mim com indagações que envolvem as Ciências Biológicas, situações corriqueiras e sonhos que intrigam. Muitas vezes querem salvar o mundo ou nem ligam para o mesmo. As minhas orientações como professora a meus alunos não podem ficar somente nas barreiras de uma sala de aula, podem e devem transpor questionamentos diários. Atualmente, me deparo com muitos jovens que são exímios em criar projetos de vida, mas na concretização desses sonhos, eles deixam a desejar. Indagações, insegurança e frustações, são algumas das consequências de sonhos “mal resolvidos”. Deus faz questão que sonhemos, mas não quer ser excluído dos nossos sonhos, e sua autoridade não pode ser anulada em relação a eles. Sempre tive em minha mente que a palavra de Deus é poderosa, e que vivifica nosso coração (Salmos119:49 e 50). As circunstâncias de cada dia revelam quem realmente somos e moldam a pessoa que somos. A missão de conectar jovens e seus sonhos à Palavra Divina é dever de cada professor. Nunca devemos ser astutos ao darmos conselhos e ao interpretar nossos alunos; pois afinal, tudo o que fizermos deve apontar para Cristo; e Ele conhece nossos mais íntimos sonhos e pensamentos.

Juliana Spier Schultz Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Biologia. MBA em Gestão Ambiental. Pós-graduada em Direito Ambiental. Professora de Ciências e Biologia do 9º ano EF ao Ensino Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

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09 a 11 Semana da Criança (escolas)


UM PROFESSOR DE FÍSICA: MARCANDO UMA GERAÇÃO COM A MENSAGEM DE UM DEUS CRIADOR

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s leis da natureza admitem acidentes? Os padrões da matéria e das forças são mera questão do acaso? Ao observar fenômenos naturais como as órbitas dos planetas do sistema Solar; ou o movimento de rotação da Terra que nos dá o dia de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos; ou a refração e reflexão dos raios de luz que são providos pelo Sol que nos dá o céu azul; ou a proteção do campo magnético da Terra, contra a radiação solar, em todos esses casos eu contemplo ordem! Mas nem sempre existe uma ordem na natureza. Como explicar o nascimento de uma estrela e sua morte? Como determinar a posição de um elétron? O crescimento desordenado de uma grande metrópole como Curitiba? Caos! Podemos observar esse paradoxo em coisas mais simples, como a organização do seu quarto, ou a sua desorganização. Você chega em casa e observa a cama arrumada, o guarda roupa e a mesa de estudo organizada. Mas, no dia seguinte, já pela manhã, a cama está desarrumada, o guarda roupa não é mais o mesmo, você já experimentou tantas roupas que sua cama parecesse um balaio de gato. No chão está sua mochila, embaixo da cama o resto do lanche e o prato da última noite. O seu quarto está um caos! A desordem é algo natural, chamada pelos físicos de Entropia, que é a segunda lei da Termodinâmica. A energia é transferida de um sistema de maior energia para um sistema de baixa energia. Nunca ao contrário! Ou seja, o seu quarto nunca será o mesmo após a desordem, poderá passar centenas de anos, e seu quarto continuará em desordem. A menos que uma mente inteligente, sua mãe, você, a empregada, alguém, aceite a empreitada de organiza-lo novamente. Assim, quando isso ocorre, temos um quadro de maior energia para menor energia. Nunca o contrário! Outro exemplo: Imagine que você coloque um bebê em frente a um computador com teclado, a probabilidade de ele digitar a letra A é 1 em 200 possibilidades; para ele digitar Machados de Assis é na ordem de 1 para 10 bilhões de possibilidades, já a possibilidade do bebê escrever a obra machadiana Dom Casmurro, é tão pequena que podemos dizer que é impossível. Diante disso, qual a possibilidade de você existir? Inúmeras combinações químicas, físicas, biológicas e comportamentais, impossíveis de serem calculadas, fizeram você estar aqui hoje. Com isso em mente, fazemos as perguntas mais feitas em toda humanidade: Por que estamos aqui? Qual o sentindo da vida? Estou aqui pelo acaso? As respostas a essas inquietações podem ser respondidas por Carnot, quem primeiro formulou as leis da termodinâmica, que nos revelam ser somente possível haver organização a partir de um sistema de maior energia, maior complexidade, para um sistema de menor energia, de menor complexidade. Isso tudo se chama entropia. Incrível como a Bíblia já falou sobre isso há centenas de anos. O salmista já nos disse que de maneira assombrosa fomos criados! Um ser maior que nós, foi quem nos entreteceu ainda no ventre materno. Enquanto sua mãe ainda estava grávida, Deus já te conhecia. A Palavra de Deus nos diz que fomos criados à Sua imagem, nós não somos frutos do acaso – fomos planejados. Não é maravilhoso saber disso, afinal, mesmo que aconteçam coisas boas ou ruins, Deus está sempre ao Seu lado e ajudando. Deus deseja que você tenha vida, e vida sem fim – eterna! Lembra do exemplo do quarto do início da meditação? Pois bem, Deus deseja que arrumar a sua vida – o seu quarto; afinal, Ele disse: “Eis que faço nova todas as coisas”. Apocalipse 21:5.

TERÇA 10/10

“Graças te dou, visto que por modo

assombrosamente

maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem”. Salmos 139:14

Alex Amilton Costa Retamero

Graduado em Matemática e Física. Pós-graduado em Psicopedagogia. Mestrando em Ensino de Física. Professor de Matemática e Física no Colégio Adventista Boqueirão.

09 a 11 Semana da Criança (escolas)

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SEU SONHO? É POSSÍVEL SIM! SE VOCÊ NÃO ACREDITAR, QUEM O FARÁ?

QUARTA 11/10

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro. ” Jeremias 29:11

Magda Solange da Silva

Graduada em Letras. Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura. Professora de Produção de Texto do Ensino Médio. Colégio Adventista do Boqueirão.

09 a 11 Semana da Criança (escolas)

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urante o período em que cursei o Ensino Médio no Colégio Estadual do Paraná, ainda na adolescência, meus pais não detinham conhecimento, sequer, do que era um curso superior, muito menos, os caminhos possíveis para se ingressar em uma Universidade. A prioridade era o trabalho, por um simples motivo: garantir o sustento. E, assim aconteceu. A jornada dupla entre estudo e trabalho começou muito cedo na minha vida: aos 15 anos. Já, durante o curso do terceiro ano do Ensino Médio, conquistei meu primeiro emprego. E a alegria do primeiro salário? Uau! Agora não precisava mais pedir dinheiro para os meus pais. Foi, então, que senti o prazer de começar a desfrutar da minha independência financeira. Como era bom! E, sendo tão bom, para quê continuar estudando? Mal sabia eu, que uma vida sem uma carreira profissional e sem buscar aperfeiçoamento naquilo que fazemos, gera pouquíssimas perspectivas de sucesso. O tempo passou e, aos poucos me dei conta da necessidade de voltar a estudar. Mas como? Como pagar uma faculdade? Federal? Talvez. Jamais esquecerei do que meu filho me disse um dia desses: “Desculpa de aleijado é muleta. ” Busquei alternativas, pesquisei sobre os projetos governamentais voltados para esse fim, os quais poderiam permitir com que o meu sonho de cursar uma faculdade se realizasse. E, assim, Deus me agraciou com uma bolsa educacional de 50% para meus estudos na graduação. Ele é, e sempre foi fiel para com os Seus filhos. Foram os anos mais incríveis da minha vida, quanto mais eu estudava, mais eu queria estudar. Minha rotina e a da minha casa se transformaram. As palavras de uma mãe podem convencer um filho, mas o exemplo arrasta! E foi exatamente o que aconteceu. Os meus filhos começaram a sentirem-se mais interessados pelos estudos, o que os levaram a entender melhor, qual o caminho para se obter sucesso profissional. É gratificante ver os frutos que foram gerados na minha família, pelo simples fato de estudar. Como professora, parei de estudar? Nem pensar! Para cada aula, uma nova leitura, um novo olhar. É essa uma das motivações que transmito aos meus alunos. Não devemos achar desculpas para realizar nossos sonhos, pelo contrário, as soluções são o que os farão se tornarem realidade.


VÓS SOIS O SAL DA TERRA

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á tentou provar algo completamente sem sal? O alimento parece sem sabor, sem graça. Mas o que poderia ser comparado ao sal na sua vida? No dia que descobri a minha gravidez, meu mundo demonstrou seu sabor. Foi uma grande notícia para nós. Sabia que nossos pais ficariam muito felizes com a notícia, por isso resolvi contar pessoalmente. Eles não moram na mesma cidade que nós, então viajei ao RS. Porém, alguns dias depois, tive um aborto espontâneo. Ao sair do hospital, confesso que meu mundo, até mesmo minha boca, estava sem sabor. Quando cheguei em casa, minha grande surpresa foi a quantidade de mensagens que meus alunos escreveram para mim, demonstrando seu carinho. É incrível que, mesmo estando longe da sala de aula devido limitações médicas, sentia o poder da oração destes juvenis e adolescentes em minha vida. Aos poucos, minhas forças foram renovadas. Três meses depois, num sábado, eu e meu esposo estávamos na igreja quando comecei a passar mal, com forte tontura e enjoo. Deus me presenteou com uma menina, Laura. Durante toda a gestação, recebi muito carinho de meus alunos e colegas de trabalho, que se tornaram grandes amigos. Ao perceber o crescimento da minha pequena menina, aprendi que é importante fazer a diferença na vida dela com os ensinamentos dados por Deus. Da mesma forma, ao receber o carinho de meus alunos, entendo também que faço a diferença na vida dos meus alunos; e na escola também posso ser sal!

QUINTA 12/10

“Vós sois o sal da terra e a luz do mundo. ” Mateus 5:13 – 16

Daniele Almeida de Souza

Graduada em História. Colégio Adventista Boqueirão e Portão.

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ESCOLHIDOS PARA LIBERDADE

SEXTA 13/10

Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 2 Coríntios 3:17.

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestrado em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica da Associação Central Paranaense.

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povo de Deus viveu como escravo no Egito por 400 anos. Naturalmente não eram felizes nessa condição. Quem poderia ser? Eles almejavam o libertador prometido. A liberdade é algo intrínseco ao ser humano. Todos querem ser livres. É por causa da tal liberdade que guerras ocorrem, pessoas morrem, revoluções acontecem... Ninguém quer ser escravo, ninguém quer estar preso. Todos querem ser livres. Deus não estava alegre diante da prisão e sofrimento de Seu povo. Ele tinha um sonho de liberdade para Israel. E na plenitude dos tempos, Deus agiu a fim de libertar os Seus. A despeito da mão opressora de Faraó, Deus libertou Seu povo de forma poderosa, e cumpriu o Seu plano de Salvação através de Israel. Deus também tem um sonho de liberdade para nós hoje! Ele quer nos libertar da escravidão do consumismo, dos relacionamentos doentios, das drogas, da depressão, do baixo autoestima, da pornografia... do pecado; e cumprir o Seu plano de Salvação através de nós. Caro leitor, você foi escolhido por Deus para ser livre e para libertar a outros! Vivemos ainda em um mundo mau, mas isso é passageiro. Assim, como a prosperidade do Egito passou, a aparente prosperidade desse mundo passará. Deus quer nos libertar das amarras de Satanás e cumprir o Seu plano para nossa vida. Que hoje você possa viver como um ser humano livre, escolhido.


SER EDUCADOR – PARTE I

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escolha profissional não deve ser fruto do acaso e da falta de opção, e, quando falamos da tarefa de educar, muito mais critérios devem ser analisados antes dessa escolha. Ela deve surgir, em primeiro lugar, de um grande apego por crianças e ao ser humano em geral. Quem não se sente feliz e à vontade em estar no meio de um grupo de crianças correndo e gritando, não siga pelo caminho que o levará a exercer alguma função educativa, pois será um profissional frustrado. Se falharmos em outras funções e profissões, teremos que “acertar contas” com o nosso chefe e também com o nosso futuro pessoal, mas se falharmos na missão de educar, seremos, pelo menos parcialmente, responsáveis pelo possível fracasso de nossos educandos. Em meus 15 anos de vivência na Educação Adventista, tive a oportunidade de trabalhar em várias regiões do Brasil e posso concluir que as dificuldades, conquistas, vitórias e acertos se repetem em cada unidade escolar, sem distinção. Vivi e ainda vivo, muitas experiências em sala de aula e também na área administrativa, mas nada foi mais gratificante do que, acredito veementemente, ter sido e ainda ser usada por Deus para mostrar a vários pais, em diferentes lugares, que o lugar dos filhos da igreja é a escola da igreja. Ao chegar em uma nova escola, costumo observar se os filhos da igreja estudam em nossa escola. Notando a ausência de algum, procuro, com todo carinho e atenção, abordar os pais e procurar saber o motivo da ausência. E, creiam, as “justificativas” são sempre as mesmas: “é muito caro”, “ o estudo é fraco”, “a estrutura física é precária”, “moro longe da escola”, e por aí vai. Então, tenho a oportunidade de mostrar a esses pais o quanto suas prioridades estão equivocadas, focando no presente, quando, na verdade, o que mais importa é o futuro dos seus filhos. Lembro-me, especificamente de um caso em que me sentei com os pais, cuja filha estava iniciando sua vida estudantil naquele ano, estudando na “melhor escola da cidade”.

SÁBADO 14/10

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças. ” Eclesiastes 9:10

Clarice Padovesi Garcia Nogueira Bacharel em Secretário Executivo. Assistente financeira da Escola Adventista Araucária.

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SER EDUCADOR – PARTE II

DOMINGO 15/10

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças. ” Eclesiastes 9:10

Clarice Padovesi Garcia Nogueira Bacharel em Secretário Executivo. Assistente financeira da Escola Adventista Araucária.

15 - Dia do professor

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ntão, depois de sentar-me com os pais, mostrei a eles que a escola deve ser uma continuidade da educação que ela recebia no lar. Li para eles um texto de Ellen White no livro Conselhos sobre Educação, pág. 109: “ Querida irmã C: Se Deus, em sua providência, estabeleceu uma escola entre Seu próprio povo em (nome da cidade), e se em vez de enviar sua filha para onde ela estaria em associação e sob a influência dos que amam a verdade, a irmã a envia para o seminário de (nome da escola), onde ela estará associada com uma classe mundana que não respeita a Deus e Sua lei, pergunto: como espera que o Senhor opere no sentido de neutralizar a má influência que irá cercá-la e que a irmã voluntariamente escolheu? Ordenaria Ele aos anjos que fizessem o trabalho que deixou à irmã para que o fizesse? Deus não age desta maneira; Ele espera que sigamos a luz que nos deu em Sua palavra. ” Ao final da conversa, os pais se mostraram gratos pelas orientações e que estavam dispostos a rever o assunto. Pouco tempo depois, estavam convencidos, pelo Espírito Santo, de que deveriam matricular sua filhinha na escola adventista, o que fizeram de imediato. Essa é uma das alegrias que a nossa missão de educador nos traz. Educador não é apenas o professor, que tem o contato mais próximo com os educandos, mas todos os que trabalham no ambiente escolar carregam a missão de educar. “A capacidade para educar está além dos conhecimentos técnicos adquiridos num curso de Pedagogia. Ser educador é muito mais do que ser professor. Para ser educador, não basta conhecer teorias, aplicar metodologias, é preciso uma predisposição interna, uma compreensão mais ampla da vida, um esforço sincero em promover a própria autoeducação, pois o educador verdadeiro é aquele que antes de falar, exemplifica; antes de teorizar, sente e antes de ser profissional é um ser humano. ” (INCONTRI, 2004, p.52).


EU TENHO ALGO MELHOR – PARTE I

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a cidade onde nasci, Uruguaiana no Rio Grande do Sul, não tinha Escola Adventista, e meu sonho de criança era estudar na escola que tinha sido sonhada por de Deus. Certo sábado, fui com meus pais para a cidade de Alegrete, lá fomos passar o sábado e reencontrar alguns amigos. Quando cheguei na igreja, vi que junto a ela estava a Escola Adventista, com isso, tomei uma decisão em minha vida. Eu deveria morar ali pois tinha a escola que eu tanto desejava. Ao voltarmos para casa, vim conversando com meus pais durante a viagem, falando abertamente que eu precisava morar em Alegrete para estudar na escola. Inocência minha, pois tinha apenas 10 anos e meus pais não concordaram com minha ideia brilhante. Aos poucos fui entendendo que Deus tinha algo melhor, mas não foi tão fácil e rápido assim chegar a essa conclusão, demorou um pouco, muitas lágrimas caíram em meu rosto e muitíssimas orações foram proferidas. Fui convidada para ir a um encontro de meninas que seria realizado do IACS, um internato da Educação Adventista no RS. Fiquei muito animada e fui bem faceira. Quando cheguei lá e vi que no internato podia morar e estudar, aí sim entendi que era isso que Deus queria para mim, e foi por esse caminho que Ele me guiou. Você acha que eu consegui estudar ali? Realizei enfim o meu sonho? Não, ainda não era o momento certo, porém clamei ao Senhor, questionando o propósito dEle colocar em meu coração o desejo de estudar na Escola Adventista, se não conseguia ir a lugar algum. Após alguns meses, a oportunidade de ir estudar no internato surgiu, e tudo foi se encaminhando de uma forma tão bela, Deus foi cuidadoso em cada detalhe. Fui estudar do IEMS, um internato que não faz parte da Rede Adventista, mas sua filosofia segue os mesmos princípios, por isso, vim para o Paraná. Meus pais sofreram muito com minha escolha, sei que não foi nada fácil deixar a filha caçula, a única menina ir embora para estudar, mas eu tinha plena certeza de que essa era a vontade de Deus para minha vida.

SEGUNDA 16/10

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. ” Jeremias 29:11

Eliane Barbosa do Prado Lima Rodrigues

Graduada Pedagogia. Pós-graduada em Aconselhamento Familiar e Educacional. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Ponta Grossa.

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EU TENHO ALGO MELHOR – PARTE II

TERÇA 17/10

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. ” Jeremias 29:11

Eliane Barbosa do Prado Lima Rodrigues

Graduada Pedagogia. Pós-graduada em Aconselhamento Familiar e Educacional. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Ponta Grossa.

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eus pais sofreram muito com minha escolha, sei que não foi nada fácil deixar a filha caçula, a única menina ir embora para estudar, mas eu tinha plena certeza de que essa era a vontade de Deus para minha vida. Mas eu queria mais, não iria medir esforços para ir estudar no UNASP e fazer pedagogia. Comecei a entender que, além de enfim realizar o sonho de estudar na Escola Adventista, Deus estava me chamando para ser uma professora segundo os seus propósitos. Tive a grande oportunidade de trabalhar como professora auxiliar na escola básica do UNASP. Foi uma experiência maravilhosa, aprendi muitas coisas, não apenas academicamente, mas para a vida. Tive o privilégio de trabalhar com pessoas dedicadas ao Senhor, meu olhar para a vida espiritual e profissional foi sendo ampliado, fui entendendo mais ainda que Deus tinha algo melhor para mim. E não acabou por aí, depois de formada em pedagogia, eu queria vir trabalhar no Paraná, e Deus conduziu tudo novamente. Agora eu queria fazer uma pós-graduação em Aconselhamento Familiar e Educacional, na minha mente tudo já estava planejado, nas férias de inverno eu voltaria e faria a pós no UNASP. Porém as minhas férias na escola não se encaixavam com as datas da pós-graduação. Novamente clamei e questionei ao Senhor. Deus em sua infinita sabedoria já tinha tudo encaminhado. Na mesma semana minha diretora me disse que haveria uma seleção para os professores que desejassem fazer uma pós-graduação e adivinha, era justamente a pós-graduação que eu queria. Porém eu havia acabado de chegar na escola, orei a Deus pedindo a Ele que me desse essa alegria. E para surpresa minha Ele concedeu. Comecei a fazer minha tão desejada pós-graduação à distância pelo IAP. Posso dizer que Deus tem algo melhor para mim, basta apenas eu confiar e permitir que Ele guie.


EU NUNCA VI ISSO

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ão adianta dizer que você é santo, simpático, que convive com todos, que nunca reclama porque é mentira. Infelizmente nós somos humanos e, ainda que amemos nosso próximo, nós também falhamos uns com os outros. Nossa sala no colégio adventista sempre foi bastante unida, éramos amigos de verdade, amigos desde à infância no Colégio mas tínhamos diversas briguinhas. No último ano do Ensino Médio queríamos muito fazer uma viagem de formatura e uma camiseta, em ano de formatura todo mundo se empolga, e a movimentação estava a todo vapor, em contrapartida, último ano do Ensino Médio lembra vestibular, que leva a pensar em pressão, o que nos fazia estudar bastante para obter bons resultados, enfim, estávamos vivendo esse momento aglomerado de emoções. O fato é que, este turbilhão de emoções trouxe intrigas na sala, nos dividimos nas ideias, uns queriam viajar, outros não estavam nem um pouco preocupados. Uns não entendiam o porquê do pensamento dos outros. Alguns não entendiam porque estudar tão fortemente para o vestibular a ponto de deixar de viajar com a “galera”; outros pensavam que aqueles que só queriam “curtir” a viagem estavam colocando de lado uma grande chance de ingressar numa boa faculdade por causa do lazer. Enfim, foi uma confusão. Lembro-me até de uma professora tentar mediar a discussão, e por fim, ela mesma, já impaciente, comentou que do jeito que estávamos lidando com a situação, não chegaríamos a lugar algum; pois não nos uníamos em nada. Nem com a ajuda da professora a situação foi contornada. Ficou tenso e chato. Formamos panelas e falávamos uns dos outros, brigávamos por qualquer coisa, stress puro. Resumindo, não tivemos camiseta de formatura e não fizemos a super viagem, por fim, alguns foram num parque aquático para aliviar a carga e garantir um passeio final da turma. Na última semana de aula, fizemos uma festa na sala da professora que tentou mediar a situação, festinha de despedida e de comemoração pelo encerramento das atividades. Na ocasião, comemos, rimos, passamos um vídeo com fotos nossas antigas e atuais e decidimos fazer uma roda, todos nos abraçamos e, em roda, começamos a chorar pedindo perdão um ao outro. Sim, perdão! Cada um se dispôs a agradecer a turma pelos anos que seguimos juntos e se arrepender se em algum momento magoou, falou mal, respondeu de forma áspera, enfim, foi bastante específico e sincero. Lembro que a professora comentou: “Em todas as turmas que lecionei, eu nunca vi isso, estou admirada com atitude de vocês”; juntos terminamos com um abraço coletivo e uma oração. A Educação Adventista é muito mais que livros, metas e notas, ela é uma grande formadora de caráter. Este foi um dos momentos em que exercitamos o que de fato aprendemos no Colégio, precisamos amar uns aos outros assim como Cristo me ama, pois assim entenderemos o valor que cada um tem para ELE e teremos vontade de tentar retribuir de tal forma este amor. Ninguém é perfeito, nós amamos e erramos, mas te convido hoje a reconhecer sua imperfeição e pedir perdão; aproveite para deixar as briguinhas de lado e prosseguir esquecendo o que passou. Jesus te perdoa, então, por que não perdoar também? Tente isso.

QUARTA 18/10

“Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. ” Colossenses 3:13

Paula Proença

Paula Proença é formada em Direito. Funcionária do SEBRAE. Ex-aluna da Educação Adventista, tendo estudado no Colégio Adventista Sorocaba.

18 - Prova PAAEB – 5º/ 9º/ EM

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DIREÇÃO DIVINA

QUINTA 19/10

”O Senhor é minha força e meu escudo; nEle o meu coração confia, e dEle recebo ajuda. Meu coração exulta de alegria, e com o meu cântico lhe darei graças. ” Salmo 28:7

Luiz Ricardo Pedroso Graduado em Engenharia. Graduando em Matemática. Pós-graduando em Metodologia do Ensino. Professor de Matemática do Colégio Adventista Telêmaco Borba.

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asci em uma família que sempre foi muito unida e tive o privilégio de receber uma ótima educação dos meus pais. Quando ainda criança eu me envolvi com a igreja de meus pais, mas nunca tive um relacionamento verdadeiro com Deus. Com 17 anos comecei a cursar Engenharia, morando com amigos, o que me afastou definitivamente de Deus. Saía muito, frequentava bares e festas. Naquele momento de minha vida tudo parecia muito divertido e prazeroso. Terminei a faculdade e logo estava trabalhando. Tinha um bom cargo com ótimo salário, mas algo começou a me incomodar. Dentro de mim havia um grande vazio. Tinha muitos amigos, mas ao mesmo tempo parecia estar sozinho. E esse sentimento durou muitos anos até eu decidir conhecer mais sobre a Bíblia e entender que o vazio dentro de mim era a falta do amor que Cristo. Envolvi-me cada vez mais com a Igreja, até decidir me entregar por completo aos cuidados de Deus, e essa decisão inicialmente trouxe algumas consequências que talvez não fossem as esperadas. Como decidi respeitar e guardar todos os mandamentos de Deus, muitos amigos se afastaram e perdi o emprego de ótimo salário que eu tinha. Mas minha confiança nos planos de Deus para minha vida não foi abalada. Eu estava trabalhando em uma área fora da minha formação, foi então que recebi uma ligação da coordenadora do Colégio Adventista Telêmaco Borba me convidando para assumir algumas aulas como professor de Matemática. Eu já havia recebido esse convite um tempo atrás, mas havia recusado, pois entendia que não estava apto a exercer a profissão. Mais uma vez relutei em aceitar, pois não percebi de imediato que esse era o plano que Deus para minha vida. Após muita oração, decidi aceitar esse desafio, e desde então (2013) faço parte do quadro de professores do Colégio Adventista Telêmaco Borba. Pela experiência pessoal, posso dizer sem dúvida alguma que Deus sempre nos capacita para aquilo que é o Seu propósito para nossas vidas. Desde que procurei ser fiel, minha vida foi sempre de lutas, mas sempre com vitórias pela Graça Divina. Hoje posso dizer que estou exatamente no lugar que Ele quer que eu esteja. Aprendi que não podemos acreditar somente em nossa sabedoria e entendimento. Por mais que nos esforcemos, jamais vamos entender completamente “qual seja a largura, e o comprimento, e a altura e a profundidade e do amor de Cristo, que excede todo entendimento” Ef.3:18 e 19. Caro leitor, não tenha medo de viver os propósitos de Deus para sua vida. Hoje, entregue a Ele seus caminhos e certamente o melhor será feito.


LEIA MAIS!

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ou formada em Letras, apaixonada pelos textos e amante da língua! Assim, briguei com Dom Casmurro; espantei-me com Madame Bovary; lutei ao lado de Quixote; angustiei-me com Gregor diante da metamorfose; aventurei-me com Dante; chorei a morte de Sara (personagem de Dorian Gray); sofri com Fausto, tive compaixão da horrenda criatura de Frankenstein; ri com Catarina, a bela megera domada... Mas sem dúvida nem um livro mexeu mais comigo do que a Bíblia! Nenhuma história é mais bela do que a história da redenção! Quantas vezes chorei, sorri e me identifiquei com as personagens que “pulavam” das páginas sagradas! Briguei com Davi diante da morte de Urias, chorei em face do abuso sexual de Diná, indignei-me com o tio de Maria Madalena, sofri a morte de Jônatas, vibrei quando as muralhas de Jericó caíram, fiquei indignada com Safira e Ananias, uni minha voz a de Paulo na cidade de Atenas, sonhei e sonho com novos céus e nova terra... A cada leitura literária meus reservatórios de conhecimento são ampliados! Mas a cada leitura bíblica eu sou transformada! Ao ler a bela história da redenção eu não apenas aprendo sobre o grande conflito e entendo o plano da salvação, mas eu me vejo como personagem ativa da história desse mundo. O salmista nos diz que desde o ventre materno nossos dias já haviam sido escritos. Há uma história linda sonhada e escrita para cada um de nós. A Bíblia nos revela essa história, esse propósito para o qual fomos escolhidos (Salmos 119:16). Ao lermos a Bíblia podemos conhecer essa linda história que Deus já escreveu para nós, e podemos escolher vive-la. Nós não conhecemos o nosso dia de hoje. É verdade que já temos um planejamento, uma expectativa, mas podemos ser surpreendidos ao longo do dia. Então, permitamos que Deus seja o autor da nossa história de hoje, vivamos os sonhos de Deus para nossa vida hoje. Por isso, leiamos a nossa Bíblia hoje, a fim de sabermos qual é a boa vontade de Deus para nossa vida hoje. Lembre-se, você foi ESCOLHIDO para viver a história escrita por Deus.

SEXTA 20/10

Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. Salmos 139:16

Fabiana Paulino Alexandre Retamero Formada em Letras. Pós-graduada em Psicopedagogia, Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Mestra em Educação. Doutora Honoris em Filosofia Universal. Atua como coordenadora pedagógica geral da Associação Central Paranaense.

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ACONTECEU NA NOSSA VIDA - PARTE I

SÁBADO 21/10

“Mas até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais...” Lucas 12:7 Gustavo Grigorowski Scalco Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados. Pós-graduado em Segurança de Rede de Computadores. Gerente de informática da Associação Central Paranaense.

Karina Maciel Scalco Graduada em Matemática. Pós-graduada em Gestão Escolar. Atuou como professora da rede Adventista de 2000 a 2013. Obs.: Felipe e Gabriel são alunos da rede adventista.

21 - Dia do pastor

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m junho de 2007, eu e minha esposa Karina descobrimos que estávamos esperando um bebê. Nosso segundo filho! Foi uma surpresa, pois não planejávamos ter outro filho. Minha esposa enjoou muito, como nunca poderia imaginar. Passada a fase do enjoo ela ficou muito bem. Planejamos o quarto do bebe, ganhamos alguns presentes, nosso filho de 2 anos e meio, o Felipe, escolheu o nome do irmão: Gabriel. Tudo estava indo muito bem. A data provável para o parto era dia 15 de janeiro de 2008. Porém, no dia 10 de dezembro, a Karina teve um pequeno sangramento. Deixamos o Felipe com uma amiga e nos dirigimos ao consultório médico. Foi nesse dia que começamos a compreender o que é realmente sofrer. A médica nos disse que a Karina estava com descolamento de placenta (DPP) e que a gestação deveria ser interrompida naquele instante! Como relutamos! Os nossos sonhos estavam se desmoronando. O enxoval do bebê seria comprado na semana seguinte, as lembrancinhas ainda não tinham sido feitas. E os nossos sonhos? Mas não tivemos escolha, a médica nos disse que não tinha como garantir a vida do bebê, precisávamos nos apressar. Não pude acompanhar o parto. Antes do meio-dia o Gabriel nasceu! Nosso bebê estava com muita dificuldade para respirar. Vimos ele rapidamente, pois foi para incubadora. No hospital não tinha UTI NEONATAL, por isso, no final da tarde transferiram nosso bebê para outro hospital da cidade. Ele nasceu de 34 semanas, seu pulmão não estava totalmente pronto para ter total funcionamento. Ele precisou ser entubado, para isso foi sedado. Era tão pequenino, nasceu com 2.100kg e logo perdeu peso e ficou com 1.800kg. Nesse momento de angústia, todas as pessoas que conhecíamos começaram a orar pelo Gabriel. Passaram-se 3 dias e o Gabriel não acordava, os médicos fizeram então uma tomografia. Nas imagens apareceram lesões no cérebro, não uma só, várias. Os médicos não sabiam se ficariam sequelas, apenas disseram que as áreas afetadas poderiam ser a motora e a visão. Nosso mundo desmoronou, voltamos os 30 quilômetros até a nossa casa chorando. Pela primeira vez, choramos desesperadamente. Esse foi um dos piores dias da nossa vida: Ver o Gabriel na incubadora, tão pequenino, tão frágil e não saber o que seria da vida dele. Mas uma coisa nós tínhamos certeza: Nada acontece sem que Deus saiba (Lucas12:7)!


ACONTECEU NA NOSSA VIDA - PARTE II

T

ínhamos acabado de receber a notícia das lesões no cérebro de nosso bebê. Dia 14 de dezembro de 2007, data do meu aniversário, uma sexta-feira, e parecia que o mundo estava caindo sobre as nossas cabeças. Sentamos na varanda de nossa casa, um casal de amigos chegou e nos chamou para fazermos o culto do pôr-do-sol. Entre lágrimas, Deus falou conosco: “E tudo o que pedirdes em oração, crendo, recebereis.” (Mateus 21:22). Esse passou a ser o verso do Gabriel, essa promessa de Deus ecoava aos nossos ouvidos em toda e qualquer situação. Na UTI, o Gabriel teve icterícia (amarelão), infecção hospitalar, seus cabelos foram raspados para tentar pegar uma veia na sua cabecinha. No 10º dia de vida ele saiu da UTI e voltou para o quarto no hospital, onde ficou juntinho com a mamãe, sendo amamentado e ganhando peso. Graças a Deus, o leite não secou, mesmo em meio a tanto pranto. Mãe e filho passaram juntos o natal no hospital, enquanto eu estava com o Felipe em casa. Como é triste passar o natal no hospital, a rádio Novo Tempo foi a companhia deles, ouvir a palavra de Deus nessas horas faz a diferença. Quando o Gabriel completou 17 dias nós o levamos para casa. Todos oravam e pediam a Deus um milagre. Pedíamos a Deus que não ficasse nenhuma sequela. Passamos a noite de Ano Novo ao lado do berço, orando e pedindo a Deus o milagre. Se não fosse a confiança em Deus, minha esposa teria sucumbido a uma profunda depressão. Ela sofria pelo passado, pensando que poderia ter se cuidado melhor e o Gabriel não teria nascido prematuro, sofria pelo futuro, imaginando o que iria acontecer e sofria pelo presente, por se sentir impotente e não poder fazer nada! Nesse momento de tanto sofrimento, nos aproximamos mais de Deus. Leitura da Bíblia, oração sincera, abrimos nosso coração a Deus. Colocamos a vida do nosso bebê nas mãos de Deus. Muitos exames começaram a ser feitos. Visão: 100%, audição: 100%. Com um mês o Gabriel já estava fazendo fisioterapia, e com 7 meses já estava de alta! Fizemos acompanhamento com o neurologista até 1 ano de idade, cada consulta uma vitória! Depois de um ano ele fez uma nova tomografia, e para honra e glória de Deus as lesões haviam sumido! Nenhuma Lesão nem sequela! Olhando para trás, percebemos claramente a mão de Deus cuidando de cada detalhe, mesmo antes de orarmos Deus já estava atuando. Hoje o Gabriel está com 9 anos. O desenvolvimento dele está excelente. Ele já foi o melhor colocado em um concurso bíblico das crianças da ACP com 7 anos e vice-campeão aos 8 anos. Deus conhece o fim desde o princípio, Ele sabe o que é melhor para cada um de nós. Ele opera milagres hoje. Ele operou um grande milagre na vida do nosso filho. Hoje, digo com alegria, isso aconteceu na nossa

DOMINGO 22/10

“Mas até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais...” Lucas 12:7

Gustavo Grigorowski Scalco Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados. Pós-graduado em Segurança de Rede de Computadores. Gerente de informática da Associação Central Paranaense.

Karina Maciel Scalco Graduada em Matemática. Pós-graduada em Gestão Escolar. Atuou como professora da rede Adventista de 2000 a 2013. Obs.: Felipe e Gabriel são alunos da rede adventista.

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DOIS MENINOS

SEGUNDA 23/10

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. ” Romanos 7:18-20

Rogério Guimarães

Cursou Educação Física. Professor de Educação Física. Escola Adventista Santa Efigênia.

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C

om um giz, cada aluno do Pré V estava contornando as mãos durante a aula de Educação Física. Após esta atividade, deixei que cada aluno desenhasse livremente no chão. Pouco tempo depois, pedi para ver o desenho de uma aluninha. Os traços simples representavam duas pessoas, a primeira pessoa tinha as sobrancelhas baixas e um sorriso onde se podia ver os dentes e nas suas mãos segurava algo, apontando para uma pessoa deitada. O segundo desenho tinha apenas uma pessoa sorrindo com um objeto, que parecia uma corda. Curioso com os desenhos, perguntei o que significava. Ela me explicou que, no primeiro desenho, o menino de sobrancelhas baixas era mau, e, com fogo, estava queimando outro menino. Já no segundo desenho, era um menino bom brincando. Uma criança em dois desenhos resumiu o grande conflito que existe em nosso planeta, iniciado com Adão e Eva no Jardim do éden. O apostolo Paulo viveu esta crise “ Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. ” (Romanos 7:19) Crise esta que se passou geração em geração. Infelizmente, o pecado está em nosso DNA. O rei Davi disse: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. ” (Salmos 51:5). Nascemos pecadores e temos o conhecimento de que pecamos. Estamos em alguns momentos vivendo como o menino bom (sendo éticos, companheiros, sinceros, amigos, orando, ajudando as pessoas, buscando salvar o próximo, etc.), mas o pecado nos leva para a ser o menino mau (mentindo, blasfemando, sendo indiferentes com o próximo, fofocando, destruindo o nosso corpo, etc.) em grande parte da nossa vida. A solução para que o menino mau seja diminuído é prevalecer o menino bom, buscando o auxílio do Pai, DEUS de Jacó: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro. ” (Isaías 43:25) A cada dia de trabalho em sala de aula, tenho a missão de ser a ponte para que o menino bom prevaleça e seus atos e ações sejam corrigidos e dirigidos segundo as instruções da Bíblia. Nos é dado a tarefa de ensinar “o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele. ” (Provérbios 22:6)


TEMPO PARA DEUS

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ivemos em um mundo agitado. Trânsito caótico, contas para pagar, correria para educar os filhos! O mundo não para! Parece que precisamos de um dia maior que seja suficiente para resolvermos as nossas inquietudes. A rotina tem nos sufocado, não é mesmo? A impressão que tenho é que nos tornamos reféns do tempo e dos seus carrascos impiedosos: o calendário e o relógio. Com tantas atividades, em uma agenda semanal cheia, muitas vezes me pergunto se tenho organizado minhas atividades da melhor forma possível para, sobretudo, agradar a Deus. Descobri que essa é a essência da vida cristã. Gosto de ver alguns exemplos bíblicos de mulheres que, apesar de suas agendas lotadas, usavam sabiamente o tempo. Ana recebeu um presente de Deus, Samuel, e a ele dedicou seu tempo em ensinar e cuidar. Débora, foi escolhida por Deus como juíza de Israel, mesmo ocupando a posição de esposa e mãe. Lídia, uma empresária vendedora de tecidos, separava seu tempo para adorar a Deus e testemunhar. Quando olho para a vida destas mulheres, percebo que é plano de Deus que eu aprenda a priorizar as coisas importantes e administre devidamente as minhas urgências. Já é tempo de priorizarmos estar aos pés de Cristo, meditando em Sua vida e palavras. O próprio Jesus separava tempo para pregar, ensinar, curar e, acima de tudo, para estar em comunhão com o Pai. Ele é o nosso Exemplo. Se o próprio Filho de Deus priorizava o relacionamento com Deus, por que nós queremos fugir dessa realidade? Precisamos colocar em nossa agenda diária um tempo a sós com Deus, tempo com qualidade, num lugar especial, para falar com nosso Criador e ouvir Suas palavras. Você sabia que pode falar com Deus a qualquer momento? As crianças nos ensinam essa importante lição. Lembro-me de um dia em que estava na praia com meu filho, que perdera os óculos escuros dentro do mar. Logo me apressei a procurar e perguntar se alguém o havia visto. Meu filho rapidamente saiu da água, ajoelhou-se e orou a Deus para que o ajudasse a encontrar seus óculos. Infelizmente, não achei os óculos. Ainda na ansiedade de encontrá-los, o pequeno me disse: “Mãe, eu orei a Deus. Se Ele quiser, outro dia me entregará os óculos. Vamos para casa”. Que lição! Você não precisa ficar ansioso. Deus está resolvendo os seus problemas. Apenas entregue o seu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará!

TERÇA 24/10

“Buscai, pois em primeiro lugar o reino de Deus, e a sua justiça e tudo mais vos será acrescentado. ” Mateus 6:33

Rosana Griesbach M. Carriel

Formada em Teologia e Graduanda em Pedagogia. Orientadora Educacional do 9º ano EF ao Ensino Médio. Colégio Adventista Boqueirão.

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ANTES E DEPOIS DA EDUCAÇÃO ADVENTISTA

QUARTA 25/10

“Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento”. Gênesis 1:29

Marli Zeferino Santana Formada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano Ensino Fundamental. Colégio Adventista Boa Vista.

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inha história de vida resume-se em antes e depois de trabalhar na Educação Adventista. Por que digo isso? Porque meus hábitos alimentares nunca foram regrados e não me preocupava em escolher ou planejar como iria me alimentar no decorrer da semana. Trabalhai cinco anos em uma rede municipal de educação, em minha terra natal, e não estava satisfeita. Escutava e lia sobre a Educação Adventista e pedia que Deus me desse uma oportunidade de ingressar em uma de nossas Instituições. Tenho três filhos maravilhosos e sempre me preocupei com a educação deles. Pedia incessantemente que Deus salvasse nossa família e Ele, em Sua misericórdia, me ouviu. Fui chamada para trabalhar, juntamente com meu esposo e saímos da nossa terra, da nossa parentela, para salvar nosso pequeno lar, bem como, nos desenvolvermos melhor como educadores. A cada ano que passava, sentia-me desafiada a mudanças, tanto em minha vida espiritual quanto em relação a alimentar-me melhor. Sempre gostei de trabalhar com as crianças e nestes anos todos, desenvolvemos muitos projetos sobre alimentação saudável. Então pensei em como poderia ensinar algo que nem eu mesma fazia, e comecei a experimentar os vários e maravilhosos sabores que o nosso poderoso Deus, ao criar a terra, nos deixou. Uma variedade incrível de cores e sabores que nem conseguimos imaginar. Realizei um projeto, em que cada dia, uma criança traria uma fruta diferente para a sala de aulas, assim as crianças provariam; afinal, o amiguinho teria trazido e por educação e respeito, eles fariam um esforço para experimentar. Eu fazia a maior festa com aquela ameixa vermelhinha, brilhante e lisinha, quando deixava cada um cheirar e manusear antes de cortá-la em pedacinhos e distribuir para todos. E agora, eu também teria que comer e não fazer cara feia. Precisava gostar para incentivar. Foi maravilhoso experimentar cada fruta docinha, dia a dia, e sentir o Espírito Santo me concedendo graça e sabedoria divina para apreciar cada uma delas. Entendi o plano de Deus para minha vida na Educação Adventista quando aprendi a utilizar os oito remédios naturais. Eu precisava me educar primeiro para depois, ajudar meus pequenos educandos. Aos quarenta e sete anos, ainda leciono na Rede e sinto as bênçãos e o poder de Deus diariamente em minha vida, e os resultados visíveis em minha saúde. Ao receber o resultado de um exame de densitometria óssea, quando o diagnóstico foi bem melhor que os anteriores, pude ouvir minha médica dizer que é um milagre e eu acredito, sim, em milagres que somente o Deus Todo-poderoso pode realizar.


A OBRA DE DEUS REALIZADA EM MINHA VIDA

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reio de coração que um dos maiores privilégios que Deus me deu é ter vivido experiências marcantes como aluna, professora, secretária, diretora e coordenadora na Educação Adventista. Filha de pais separados, fui matriculada por minha mãe numa Escola Adventista, onde conheci as histórias bíblicas, ouvi sobre o amor e o sacrifício de Jesus por mim na cruz e que um dia Ele voltará para nos levar para um lugar muito melhor. Nessas mesmas salas de aula eu ouvia tudo muito atenta enquanto sonhava que um dia também poderia trabalhar e falar de Jesus para crianças que, como eu, nunca tinham ouvido da palavra de Deus. Tive a concretização do meu sonho quando comecei a lecionar no ano de 1995. Desde então, tenho a certeza do Meu Chamado e de que os planos de Deus para mim são muito melhores do que os meus. Ele tem me mostrado de forma maravilhosa, que eu poderia e ainda posso ser e fazer muito mais do que imaginei ou sonhei, pois quando Ele nos chama, Ele realmente nos capacita e nos dá a certeza de que está guiando as nossas vidas, pois todos fazemos parte da sua Grande Obra. Esse Deus que conheci quando criança me acompanha hoje em todas as realizações da minha vida, seja nos momentos de alegrias ou de tristezas. É muito bom ter a certeza de que Ele está à frente sendo a Rocha firme que faz com que “todas as coisas contribuam para o bem daqueles que O amam. ” Todas as coisas mesmo, sendo ruins ou boas, pois mesmo quando frustramos os planos de Deus para nós, com nossas escolhas, Ele está pronto a redirecionar a nossa vida, para que tudo possa voltar a seguir na direção certa. Dou graças a este Deus maravilhoso que tem realizado uma grande obra em minha vida, me amparado nos momentos de angústia e mostrado o caminho certo. O meu maior desejo é ver Jesus voltar, poder abraçá-lo, estar com a família completa, rever queridos que já se foram e encontrar muitos alunos para os quais falei do amor de Jesus; com aqueles que marquei um encontro com eles embaixo da árvore da vida, poder brincar com minhas filhas e o meu filhinho de escorregar na tromba de um elefante e passar a mão na juba de um leão. Num lugar feliz, todos com o senso de missão cumprida, sendo servidores de Cristo, segundo o coração de Deus. “Permanece comigo Senhor e permite que toda a minha obra se faça em Ti” (White, Educação, p.70). Deus seja louvado porque temos certeza de que todas as coisas contribuem para o nosso bem, quando o amamos de coração.

QUINTA 26/10

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Romanos 28:8

Gleciane Jansen Graduada em Pedagogia e pós-graduanda de psicopedagogia. Coordenadora pedagógica 5º ao 8º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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QUAL É A MINHA OBRA?

SEXTA 27/10

“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de Esperança, pelo poder do Espirito Santo” Romanos 15:13

Rosimeire Fernandes Graduada em Pedagogia. Professora regente do 2º ano EF. Colégio Adventista Guarapuava.

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os meus cuidados estão almas preciosas, para eu ensinar, cuidar e alfabetizar. Tenho em minhas mãos alunos especiais, escolhidos por Deus para estarem comigo. Sou cooperadora do Senhor, devo fazer o meu melhor, sendo fonte de instrução e prazer. Devo auxiliar o estudante a compreender, e se preparar para ser cidadão e atuar no mercado de trabalho, mas, mesmo com todo o sucesso alcançado nessa terra, não faria sentido se não pudesse desfrutar a vida eterna com o nosso amado Jesus, eis nossa missão. No ano de 2012 fui convidada a substituir uma professora por um semestre, foi então que descobri a filosofia do colégio e a importância que cada professor tem na vida do aluno, mas infelizmente, o semestre terminou eu tive que sair. Foram tempos angustiantes, trabalhei em outras escolas, mas sempre na expectativa de um dia voltar, que era a minha súplica diária Certo dia em oração e súplica, estava lendo o livro de Romanos, então minha confiança em Cristo foi renovada. Com isso, descansei nas mãos dAquele que me conhece desde o ventre da minha mãe e pude desfrutar da paz e segurança que só aquele que confia no Senhor pode sentir. Estou trabalhando há quatro anos no Colégio Adventista de Guarapuava, sou muito feliz e agradecida. Reconheço que sou luz e portadora de esperança aqui na terra, e cada criança que entra na minha sala é um candidato ao reino do céu. Quero ser usada por Deus para marcar a vida dos meus pequenos com amor e desprendimento, buscando cumprir a minha missão: Levá-los para mais perto de Deus a cada dia.


MUDANDO DE VIDA – PARTE I

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os 13 anos saí da casa de meus pais, no interior do Paraná, para morar em Curitiba. Dois anos depois comecei um estágio. Lá, conheci uma colega que me convidou para conhecer sua igreja. Me apaixonei por Jesus de imediato, me senti bem acolhida, logo tomei a decisão de aceitar a Jesus, mesmo contra a vontade da minha família. Na noite de meu batismo, ganhei uma nova família na igreja. Eu sonhava em fazer parte dos desbravadores e acabar meus estudos no Colégio Adventista do Boqueirão. Mas nada aconteceu como eu desejava, com o passar do tempo fui me distanciando da igreja, achando que eu poderia voltar quando bem quisesse, mas, quando me dei conta, estava totalmente distante, sem vontade e sem ânimo de voltar, me sentindo perdida e envolta no mundo. Em um destes momentos, conheci o Mauricio, hoje meu esposo. Ele era católico e no momento, estava tão envolvida nem mesmo falei de minha crença. Após alguns anos de namoro, nos casamos na igreja católica e no ano seguinte ao nosso casamento, ficamos tomados pela alegria com a notícia do nosso primeiro filho. Imediatamente me veio à mente como eu queria que nosso príncipe fosse, como gostaria de ensiná-lo, que ambiente seria saudável para criá-lo. Mesmo meu esposo relutando um pouco, o apresentamos na igreja Adventista do Boqueirão. Desde a barriga, colocava música cristãs para nosso pequeno, sempre com grande preocupação de como ensinar. Muitas vezes colocava desenhos bíblicos, na frente do meu esposo, para ver se de alguma forma, ele era tocado. Dois anos depois tivemos o nosso segundo filho e a preocupação em instruí-los nos caminhos do Senhor aumentava.

SÁBADO 28/10

“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. ” Jeremias 1:5

Eliana Necle Figueroa Cursando Pedagogia. Tutora do 3º ano do EM. Colégio Adventista Boqueirão.

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MUDANDO DE VIDA – PARTE II

DOMINGO 29/10

“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. ” Jeremias 1:5

Eliana Necle Figueroa

Cursando Pedagogia. Tutora do 3º ano do EM. Colégio Adventista Boqueirão.

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ois anos depois que meu primogênito nasceu, tivemos o nosso segundo filho e a preocupação em instruí-los nos caminhos do Senhor aumentava. Quando nosso primeiro filho completou a idade suficiente para ingressar na escola, o coloquei no Adventista o coloquei, mais uma vez com uma certa relutância do pai. Fomos muito bem recebidos e acolhidos pela escola, de certa forma, realizava meu desejo de estudar naquela escola através do meu pequeno, 15 anos depois. No segundo ano do nosso filho na escola, recebemos a visita da professora Ana Paula Muller, uma profissional fantástica que nos acolheu e nos orientou, nos mostrou que nosso pequeno era um garoto muito inteligente, porém precisa de um direcionamento, um lugar onde pudesse direcionar sua energia. Por isso, nos aconselhou a colocar o Mateus no clube dos aventureiros. Uma das professoras do colégio era a diretora do Clube, então, na sequência, lá estávamos inscrevendo o Mateus. Dali em diante, meu esposo começou a ajudar no clube, foi acampar com ele e, depois disso, nunca mais parou; e, em 2015, meu esposo aceitou a Jesus pelo batismo. Nossos filhos nos ensinam diariamente sobre o amor de Deus em nossa vida. Nas situações mais diversas podemos perceber que, mesmo nas dificuldades, Deus tem cuidado de nossa família. Hoje eu trabalho no Colégio Adventista do Boqueirão e tenho a oportunidade de diariamente falar aos meus alunos do amor transformador de Deus. Hoje percebo que meus olhos de mãe, que eram apaixonados pelo CAB, não viam nada. Aprendemos que nossa história foi escrita por Deus antes mesmo de nascermos, e por isso, podemos descansar seguros.


SER PROFESSORA

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arar um momento e pensar sobre essa questão, a princípio, parece ser algo simples. No entanto, é uma pergunta que nos coloca frente a frente com o propósito que instituímos a nós mesmos quando escolhemos ser Professora e não uma profissional da educação. Resisti um pouco para escrever, pois, em minha mente, não queria ser demagógica, haja vista que enfrentamos muitos desafios no dia a dia, os quais nos levam a questionamentos como “acho que escolhi a profissão errada”. A resposta a esse questionamento logo vem, quando em sala de aula, olho nos olhos dos meus alunos, sinto seu sorriso, e ouço: “Profe, você está fazendo eu gostar de Língua Portuguesa”. É uma afirmação que me deixa feliz, porque com certeza, isso não vem dos conceitos, regras gramaticais e ortografia que lhes ensino, mas do modo como me relaciono com eles – e relacionamento é tudo quando trabalhamos com pessoas. Manuel Bandeira disse que “a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”, é isso... Ser professora é descobrir e sentir o “encanto” nos detalhes do dia a dia, quem nem sempre aparece de forma “glamorosa”, mas com simplicidade. No decorrer dessa construção, a minha obra, está em contínuo aperfeiçoamento. Aprendi a ver com olhos menos críticos e menos severos, e a voltar meu olhar para os pequenos gestos, para os sorrisos, para um recadinho na lousa ou para um breve momento de descontração em sala de aula. Então, percebi que Deus já havia me dado esse olhar diferenciado e a leveza, mas por razões externas a mim, eu estava sufocando. Ninguém dá o que não tem ou demonstra o que não sente. Ninguém constrói se não tiver as ferramentas e, sobretudo, o jeito certo de usá-las. Ser professora é construir um arranha-céu, pouco a pouco, e cada aluno, cada experiência e vivência é um tijolo que, com cautela e ímpeto, acrescentamos rumo a excelência. Ser professora é acreditar que a construção de uma sociedade mais humana e justa é possível. É se encantar com os pequenos milagres do dia a dia, e, além disso, promover o encantamento pela vida e pela aprendizagem. É colocar a alma naquilo que faz.

SEGUNDA 30/10

“De nada adianta a um homem ganhar o mundo se ele perder a sua alma”. Mateus 16:24

Claudineya Aparecida Grzeszezeszyn

Graduada em Letras. Mestrado em Letras. Professora de Língua Portuguesa. Colégio Adventista de Guarapuava.

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DEUS CUIDA DE TUDO

TERÇA 31/10

“Diz o Senhor: Sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” Jeremias 29:11

Edelize Michelim Tambosi

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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o dar meus primeiros passos na tão bela e surpreendente missão de Deus para mim, fiquei trêmula e muito nervosa e até com medo. Como poderia eu ser um instrumento? Eu só via lutas e um grande desafio para enfrentar. A cada dia que se passava eu ia aprendendo a depender mais e mais de Deus. Lutas sempre aconteceram, desafios, que por vezes pareciam gigantescos, estavam sempre por perto só na expectativa de me ver cair e desistir de tudo que sonhara. Comecei a entender que eu sempre fui um instrumento de Deus. Quando nasci em uma família cristã, adventista do sétimo dia, já havia ganhado um presente de Deus: Conhecê-lo e aprender a amá-lO. Então, quando entrei na sala de aula, fiquei muito emocionada. Até pouco tempo acreditava que a sala de aula não era para mim, mesmo sendo de uma família de professores. Mas, foi ao me deparar com aquele desafio, que entendi ser aquela, a minha missão, os meus próprios passos e caminhada ao ter sido escolhida para marcar aquelas gerações que passariam por minhas mãos. Ao ver aqueles vários rostinhos e olhinhos brilhantes, com aqueles sorrisos que só as crianças sabem nos ofertar, eu só pedi ao Senhor que Ele estivesse presente conosco todos os dias dentro da sala de aula e que eu pudesse servir a Cristo da melhor maneira. Aqueles alunos indisciplinados, que chegam a me dar dor de cabeça, são os primeiros do meu caderninho de oração, pois sei e conheço o poder de estar sempre na presença do Senhor. Sempre que vou começar alguma coisa nova, faço muitos planos achando que sei o que estou fazendo, mas é Deus que dá o que é necessário para que eles sejam realizados da melhor maneira. Sabe, sala de aula é uma algo inexplicável. Ao conhecer um pouco de cada ser humano que está ali comigo entendo que faço parte do plano de Deus para ser um instrumento dEle na vida das minhas crianças. Hoje penso que ser professora é servir aos outros com alegria. Todos sem exceção precisam conhecer do amor inexplicável de Jesus por eles, e sim vale muito a pena o trabalho que exerço. Agora sei que faço mais do que compartilhar conteúdo; tenho convicção que Deus me usa como uma agente ao Seu serviço e que é minha missão servi-Lo.


EU QUERO IR...

I

niciei minha trajetória profissional no Colégio Adventista de Maringá, depois tive o privilégio de trabalhar em outros municípios no estado do Paraná. Durante esses anos de trabalho, muitos alunos passaram a fazer parte da minha história, porém uma aluna marcou a minha vida de maneira especial. Fernanda, uma garotinha muito amigável, meiga e amável, gostava de cantar e ouvir histórias bíblicas, com seus olhinhos expressavam desejo em aprender. Ela teve a oportunidade de estudar no colégio somente durante dois anos e, por motivos familiares, necessitou ser transferida, passando então a frequentar uma escola que não tinha vínculo cristão. No mês de agosto, no trajeto de sua casa até a escola sofreu um acidente sendo gravemente ferida. Seu quadro clínico preocupava a equipe médica e seus familiares. Ficou hospitalizada por muitos dias, passou por várias cirurgias e muitos meses de repouso, sem movimento da cintura para baixo. Após uma das cirurgias, ao retornar para o quarto, disse à sua mamãe que teve um sonho. Ao relatar o lugar, afirmou ser algo maravilhoso e muito lindo. Lá, as casas brilhavam, as crianças brincavam com os animais. Nesse lugar estavam alguns dos seus amigos e também sua professora. Ela cantava uma música que dizia assim: “Meu Deus é tão grande, tão forte e poderoso, pois tudo Ele pode fazer”. Ao terminar a descrição do lugar ela disse: “Mamãe eu quero ir, eu quero ir para esse lugar”. A mãe ficou emocionada ao ver a felicidade e o desejo da filha. Quando Fernanda recebeu alta, voltaram para casa. Ela iniciou uma grande jornada de repouso. A mãe procurou o colégio Adventista, deixou um bilhete com o número do telefone e disse que necessitava falar comigo. No mesmo dia, entrei em contato. No sábado, eu e meu esposo fomos visitá-los. Foi nesse momento que entendi o verdadeiro papel de um professor, a minha missão de educar para essa vida e para a eternidade. Tive o privilégio de iniciar o estudo da Bíblia com a Fernanda e seus pais, enquanto estudávamos eu sempre repetia para ela a frase “Eu quero ir e quero encontrar com você nesse lugar”. Depois de três meses em que estávamos estudando, fomos transferidos para continuar nosso trabalho em outra cidade, uma outra professora deu continuidade aos estudos com a família de Fernanda. Nos comunicamos algumas vezes depois mas acabamos perdendo o contato. Não tive mais notícias, mas quero muito em breve encontrar essa família no céu, poder abraçá-los e dizer que “Nosso Deus é muito grande e por isso estamos aqui”.

QUARTA 01/11

“O que ninguém nunca viu nem ouviu, e o que jamais alguém pensou que podia acontecer, foi o que Deus preparou para aqueles que o amam”. I Coríntios 2:6

Magda Rodrigues Araújo

Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Gestão Escolar. Professora regente do 4º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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CHAMADA PARA A MISSÃO – PARTE I

QUINTA 02/11

“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda”. João 15:16

Raquel Goulart de Lemos dos Santos

Formada em Pedagogia. Especialista em Psicomotricidade. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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epois de já estar casada, meu esposo sentiu Deus o chamando para servir como Pastor. Nesta época eu não concordava que era esse o caminho que devia seguir. Após quatro anos de insistência de meu esposo, senti o desejo de aceitar esse desafio, entendendo que Deus também tinha um plano especial e um ministério para mim, onde a minha participação também seria necessária. Começamos então os preparativos para a mudança de vida. Agora já na faculdade, as grandes provações começaram. Primeiro o afastamento da família. Nunca antes havia ficado distante e agora, cerca de 1200 quilômetros nos separavam. A situação financeira era algo que me preocupava muito. No início do segundo semestre letivo quando deveríamos voltar ao colégio para meu esposo dar sequência aos estudos finalizamos uma campanha de colportagem com apenas R$ 200,00 nas mãos. Estávamos em outro estado e não tínhamos dinheiro nem para o transporte de volta para a faculdade. Por causa desta situação, tive que voltar para a casa da minha mãe e meu esposo, com a convicção que tinha que voltar para o colégio, se aventurou de carona do estado de Minas Gerais rumo a São Paulo. Chegando à faculdade, não tendo onde ficar e nem dinheiro para continuar estudando, meu esposo durante alguns dias permaneceu hospedado na casa de colegas até que conseguiu, com a ajuda de amigos, fazer sua matrícula e reiniciar os estudos. Depois de 40 dias do início das aulas, ele conseguiu alugar uma casa dividindo o espaço e o aluguel com um casal de amigos e então, pude ir novamente junto com nosso filhinho, que na época tinha 2 anos, para perto dele. O tempo foi passando e a situação ficou cada vez pior.


CHAMADA PARA A MISSÃO – PARTE II

O

tempo foi passando e a situação ficou cada vez pior. Certa noite, quando não conseguia dormir, chorei e questionei a Deus sobre o porquê de toda aquela situação. Aquela noite foi longa e consegui adormecer somente quando o dia já estava clareando. Foi quando tive um sonho. Nele, eu estava na igreja e sentia muita dor. Ao olhar para o bando ao lado vi Jesus assentado; de imediato me dirigi a Ele. Ele levantou-se e neste momento eu olhei nos olhos dEle e disse: “Senhor, estás vendo minha dor? Eu não suporto mais”. Neste momento ele segurou minha mão e disse: “Minha filha, no momento eu não posso fazer nada, mas um dia você vai entender o porquê”. Após estas palavras, acordei com olhos molhados e inchados de tanto chorar. Meu esposo já havia saído para a faculdade. Em questão de minutos o telefone tocou, do outro lado da linha o diretor financeiro de colportagem (trabalho que meu esposo tinha realizado durante as férias, lucrando no final apenas R$ 200,00). Ele ligou para comunicar que havia um erro no acerto financeiro que foi realizado com meu esposo na última campanha sobrando um valor significativo a ser devolvido para nós. Quando desliguei o telefone lembrei do sonho que havia tido e isso me deu a certeza de que Aquele que havia nos chamado para trabalhar para Ele, estaria nos dando condições de nos manter neste período de preparação na faculdade. Aquele semestre não foi nada fácil, mas quando chegamos ao seu final e olhamos para trás, percebemos claramente a mão de Deus durante todo o percurso. Depois de quatro anos de estudos, saímos da faculdade formados, meu esposo em Teologia e eu em Pedagogia. Hoje tenho certeza que só estamos aqui cumprindo o nosso ministério por que Deus nos chamou e confirmou esse chamado durante todos os anos de estudo, e continua confirmando até hoje.

SEXTA 03/11

“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda”. João 15:16

Raquel Goulart de Lemos dos Santos

Formada em Pedagogia. Especialista em Psicomotricidade. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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CONFIANÇA E FELICIDADE

SÁBADO 04/11

“O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz”. Provérbios 16:20

Vanderléia Antunes

Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Portão.

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o dia 13 de abril de 2014, tudo mudou em minha vida, foi o dia em que eu e meu esposo aceitamos Jesus Cristo como nosso Salvador, a nossa cerimônia do batismo foi emocionante, abençoada! Logo veio a uma grande provação; eu trabalhava em uma instituição de educação infantil, onde os eventos aconteciam sempre em às sextas à noite ou sábado pela manhã. Conversei com a direção sobre meus princípios religiosos. Expliquei sobre o sábado, como creio que é o dia que Deus abençoou e santificou. Com muita conversa, ela acabou aceitando, mas quando chegava os dias dos eventos minhas colegas de trabalho ficavam me pressionando para ir trabalhar, mas nunca fui, me mantive fiel ao meu Deus. Já não estava me sentindo bem em trabalhar, então, orei a Deus, dizendo a Ele que queria permanecer fiel a Ele, Pedi a ajuda dEle, pois não estava feliz no meu trabalho. Me coloquei nas mãos dEle e um lugar melhor para trabalhar; e por último, pedi que Ele preparasse o melhor lugar de trabalho para mim. No final de 2014 pedi demissão, mas logo consegui trabalhar em uma outra instituição. Ali, fiquei por poucos meses. Continuei fiel a Deus, confiando que Ele tinha o melhor para mim. Em maio de 2015, me senti grandemente abençoada, pois consegui uma vaga de auxiliar de classe no Colégio Adventista. Minha vida teve uma grande mudança. Lá, conheci pessoas maravilhosas, estava em meio a um ambiente agradável para se trabalhar, e, em 2016 me ofereceram uma vaga para ser professora regente. Fiquei muito feliz e agradeci ao nosso Papai do céu. E tenho passado aos meus alunos esta alegria de se sentir escolhido por Deus para uma tarefa. Ensino a eles sempre que podemos confiar em Deus e em Seu grande amor por nós.


ALÉM DOS LIVROS E CADERNOS

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busca da espiritualidade se baseia em acreditarmos intensamente na conexão entre nós e Deus, ela deveria ser incessante e permanente todos os dias de nossa existência, porém, somos humanos, e o pecado muitas vezes nos cega ou desvia nosso olhar para caminhos e coisas fúteis da vida. Entre esses desvios, está a intensa jornada que iniciamos na infância, saímos de nossos lares, e precisamos aprender nas escolas durante tantos anos, a como sobreviver nesse mundo, quais são os conhecimentos básicos necessários para sermos aprovados na sociedade, iniciar uma carreira profissional e por fim, obter sucesso. Será que a educação se baseia apenas nisso? Em mediar um futuro bem-sucedido através dos conteúdos? Não. Acredito que a educação é o principal meio de transformação, em todos os sentidos, sejam eles refletidos para a sociedade, ou mesmo para a própria pessoa. Educar é auxiliar a construir em cada indivíduo uma personalidade forte, que seja capaz de realmente perceber o verdadeiro sentido de sua existência, e de sua missão neste mundo. É uma obra complexa, pois cada estudante traz consigo uma bagagem de experiências, vitórias, derrotas, e exemplos que o fizeram chegar até o momento, modificando gradualmente seu comportamento. Essa obra exige do professor um cuidado extremo, um conhecimento altíssimo e principalmente que sua espiritualidade seja renovada a cada dia. Ter a oportunidade de nesse ambiente de ensino – onde ficamos um significativo tempo de nossas vidas, ampliar a percepção dos alunos sobre a conexão que devem sentir e presenciar a cada dia com Deus, é transformador. Fazer parte de um modelo de educação que realmente se importa com os valores essenciais para nossa vida, é ter a chance de todos os dias, retirar a escuridão e transcender os caminhos dos alunos com a luz do amor e da esperança. Fomos escolhidos a fazer parte desse modelo, porque Deus, em sua sabedoria, acreditou em nós, e fez com que todos os caminhos nos levassem a essa escolha. Temos essa grande e importante responsabilidade, fazer com que todos ao redor de nós, sejam também escolhidos, e modifiquem o presente. Sempre com o entendimento de que o verdadeiro significado da nossa existência é o amor e a sabedoria de buscar a presença de Deus, em todos os momentos, para que o sucesso tão desejado seja sentido a cada dia, e esperado durante o restante de nossas vidas, para que um dia a plenitude se faça presente e a conexão entre nós e Deus, seja glorificada. Que a educação seja uma das responsáveis por eliminar qualquer percepção negativa sobre a vida, e que ao fim, possamos agradecer por termos construído obras que revelam a luz divina em suas ações. Estou apenas começando minha jornada como professora, sei que tenho um longo caminho a percorrer e minha missão vai além dos livros e cadernos.

DOMINGO 05/11

“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. ” Colossenses 3:23-24

Emily Smaha da Silva

Graduada em Arte-Educação. Professora de Arte. Colégio Adventista Guarapuava.

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QUAL A SUA MARCA?

SEGUNDA 06/11

“Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos”. 1 João 3: 16

Marjory Schlottag

Professora de História no Colégio Adventista Portão, licenciada em História, pós-graduanda em Metodologia do Ensino.

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uitas marcas de produtos ficaram tão conhecidas que acabaram modificando como o produto é chamado, por exemplo: Palha de aço, hoje é mais comumente chamado de Bombril; lâmina de barbear é conhecida como Gillete; esponja de lavar louça é chamada de Scott Brite e por aí vai. Qual o segredo dessas marcas para atingirem tal resultado? Simples, fizeram sua propaganda e oferecerem um bom produto. Deixaram sua marca em evidência. Em Mateus 4:23 conta que Jesus, quando esteve aqui na terra, procurou atender às necessidades do povo. Ia de cidade em cidade, vila em vila, curando, ressuscitando, acolhendo o aflito e pregando a mensagem do céu. Deixando sua marca em evidência na vida das pessoas. Jesus tinha a missão de salvar, por isso, deixou o céu e toda sua glória para vir a esse mundo escuro e mal para salvar não somente as pessoas daquela época, mas toda a humanidade. Algumas experiências marcam para sempre. Em julho de 2016, estive participando de uma missão no interior do estado do Amazonas em um projeto chamado Salva Vidas Amazônia, que tem o objetivo de atender as comunidades ribeirinhas do lago de Coari e de outras regiões da Amazônia. Saí da cidade Curitiba acompanhada do restante do grupo com destino a Manaus. Chegando lá, pegamos um barco e viajamos cerca de 40 horas para chegar nas comunidades. Dormimos todas as noites em redes, saímos da nossa zona de conforto para atender essas pessoas. Cada comunidade tinha suas necessidades específicas. Lá eles não têm acesso à energia elétrica, utilizam geradores movidos a Gasolina. Não possuem água encanada, utilizam agua do rio, e não possuem banheiros. Mas essas não eram as únicas necessidades, essas comunidades são carentes de atenção. As crianças foram as que mais se apegaram a cada voluntário. Atendemos cada uma delas com o possível: Construímos fossas secas para terem um banheiro mais digno, iniciamos a construção de uma estação de tratamento de água. Realizamos palestras sobre a saúde, e noites de evangelismo. Cada vez que deixávamos uma comunidade, era um chororô, pois nos apegamos muito às pessoas, e principalmente às crianças. Com certeza deixamos nossa marquinha na vida de cada uma delas, e elas deixaram marquinhas em nós também. Mas para deixarmos nossa marca não precisamos ir tão longe, podemos fazer a diferença na vida das pessoas que encontramos diariamente, na escola, em casa, na nossa rua em nossa cidade. Jesus nos deixou o exemplo, ele marcou e marca a vida de muitas pessoas diariamente, e Ele também ficou marcado, e para sempre. As marcas nas mãos e nos pés durarão para sempre, para nos lembrar do grande sacrifício que fez por nós. Cristo nos deixou vários exemplos quando esteve na terra, mas o principal foi o amor ao próximo, suprir suas necessidades, físicas, materiais e espirituais. Será que nós estamos cumprindo a missão que ele nos deixou? Cada dia deixamos um pedacinho de nós em cada pessoa que encontramos, deixamos nossa marca, mas essa marca pode ser boa ou ruim. Que tipo de marca estamos deixando nas pessoas? Que nossas marcas possam se conhecidas e de boa qualidade.


MINHA MISSÃO – PARTE I

C

erta noite, quando tinha nove anos de idade, tive um sonho. Vi que um anjo me tomava pela mão e me levava até o céu. Lá, entramos por um enorme portão e Jesus estava ali, me esperando. Jesus e eu começamos a passear entre canteiros de verduras; cebolinhas, salsinhas, couves e outros. Cada canteiro tinha o nome de uma criança; procurei o meu, e, ao não encontrar, perguntei para Jesus: “Onde está o meu canteiro? ” Ele me respondeu: “O seu, você vai plantar lá na Terra. ”. De súbito, acordei. Seis anos se passaram, e ao concluir o nono ano, o antigo primeiro grau, precisei escolher o curso para continuar meus estudos. Minha família aconselhou-me a fazer o Magistério, e minha resposta foi imediata, não! Sempre observei o comportamento dos colegas em sala de aula e às vezes chegava a ficar compadecida de alguns professores. Então fui cursar o Ensino Médio normal, e, durante esse período, me casei. Pertencia a uma denominação cristã e a família de meu esposo era Adventista do Sétimo Dia, porém, ele estava afastado. Um dia, ao descobrir que estava grávida de três meses, orei pedindo a Deus que me ajudasse a criar meus filhos de acordo com os princípios do Senhor. Então, meu esposo me disse que precisávamos educá-los no caminho verdadeiro. Ao ouvir isso, não entendi, pois sempre havia ouvido que só há um Deus, no meu entender, não importava a denominação. Meu esposo então me disse que a Bíblia apresentava alguns princípios de vida, e deveríamos segui-los, por amor a Jesus. Tudo era como colírio para meus olhos e, no dia 13 de dezembro de 1992, fui batizada. Logo em seguida, comecei a ajudar nas salas para as crianças na igreja, pois minha filha amava as histórias da Bíblia.

TERÇA 07/11

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho à todas as nações. Então virá o fim. ” Mateus 24:14

Gilcinea Nunes Andretta

Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Santa Efigênia.

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MINHA MISSÃO – PARTE I

QUARTA 08/11

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho à todas as nações. Então virá o fim. ” Mateus 24:14

Gilcinea Nunes Andretta

Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Santa Efigênia.

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m 2000, minha filha já estava com dez anos, e o menino tinha oito anos já. Ambos estudavam na mesma escola e eu me tornei amiga das professoras; sempre que havia oportunidade falava do nosso trabalho com as crianças junto à igreja. Certo dia, a professora Susan Mara Belasco, que atendia meu filho no segundo ano, me convidou para contar histórias da Bíblia para os alunos na escola. Depois, outras professoras estenderam o convite, também outras escolas, e durante todo aquele ano, eu ia de escola em escola daquela cidade do interior falando de Deus aos alunos. No ano seguinte, fui contratada pela prefeitura para dar aulas de ensino religioso. Então, um dia, estava em um salão com aproximadamente 500 pessoas, entre alunos, pais e educadores, quando ouvi uma voz, tal qual a do sonho: “O seu, você vai plantar lá na Terra. ” Aquele sonho me veio à mente, então entendi minha missão. Por isso, voltei para os bancos estudantis e fiz os cursos de Magistério e Pedagogia. Meu esposo e eu lutamos muito para oferecer aos nossos filhos uma educação de qualidade, com princípios mentais e espirituais. Sabíamos que somente a Educação Adventista nos daria essa segurança. Como isso não foi possível nas séries iniciais, me envolvi ao máximo com a escola onde eles estudavam. Em julho de 2015, enviei meu currículo para a Mantenedora e citei, além da minha formação acadêmica, minha atuação dedicada na igreja. Por isso, creio que não fui convocada apenas para preencher uma vaga de emprego, e sim, para responder a um chamado para uma missão, algo começado por Cristo quando disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais porque deles é o Reino dos Céus”. Hoje sei que a obra de ensinar que há um céu a ser ganho, vai além de alfabetizar; é preciso viver o que ensino e mostrar Deus como meu Criador. É necessário amar meu aluno como ser único e importante para mim e para a sociedade; mas além de tudo, é imprescindível educar para a eternidade.


QUAIS SÃO OS PLANOS DE DEUS PARA SUA VIDA? – PARTE I

F

oi no início de 2006 que o meu casamento chegou ao fim, depois de 10 anos de casados. Tínhamos 3 filhos pequenos e eu estava no meu último ano de faculdade. Foi uma luta, minha faculdade era presencial e eu precisava dar conta dos seminários, TCC, estágios e cuidar da casa e dos meus filhos sozinha. Minha mãe morava em uma cidade do Litoral Norte de São Paulo, que ficava a 800 km de distância da onde eu estava, por isso, era impossível ela me ajudar naquele momento difícil que eu estava passando. Mas, com a ajuda de Deus, eu venci aquele ano, e em seguida, logo após minha colação de grau, me mudei para SP, onde ficaria mais próximo da minha família. Meu filho mais velho sofria de convulsões, minha filha caçula havia passado por uma cirurgia da medula e da espinha recentemente e ambos faziam tratamentos neurológicos. Eu trabalhava no Estado como professora eventual, e, para conseguir dar as 120 aulas por mês, alguns dias da semana eu precisava ficar os três períodos na escola. Minha vida era sufocada, mas eu precisava dar conta dos meus filhos. Passaram-se dois anos e fui chamada pelo médico neurologista que cuidava do meu filho. Ele me aconselhou a ter uma vida mais tranquila, se possível ir morar em uma cidade menor e dar uma atenção maior para o meu filho, porque o caso dele era grave, as convulsões eram frequentes e ele convulsionava até dormindo. Fiquei muito triste, eu teria que abandonar meu trabalho e tudo o que já tinha conquistado até ali, mas a prioridade era o meu filho naquele momento. Fui morar em Taubaté, uma cidade que fica a 120 km de SP, e lá conheci a escola Adventista, onde matriculei os meus filhos. Transferi os meus pontos de Mogi para Taubaté e continuei como eventual, mas lá tinha apenas seis escolas estaduais e as aulas diminuíram. Comecei então a minha luta para passar em concurso da prefeitura. Um ano depois participei de um concurso, eu teria que dar 15 minutos de aula para banca, eu aceitei aquele desafio. Fiz a prova para dar aulas na matéria de filosofia e ética para os cursos técnicos, e fui aprovada. Fiquei feliz com a conquista, mas nunca me chamaram, diziam para eu aguardar a vaga.

QUINTA 09/11

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança.” Jeremias 29:11

Ana do Prado Ramos

Formada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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SEXTA 10/11

“Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. ” Jeremias 29:11

Ana do Prado Ramos

Formada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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QUAIS SÃO OS PLANOS DE DEUS PARA SUA VIDA? – PARTE II

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epois de me separar, mudei de cidade e estado. Muitos foram os contratempos com a saúde do meu filho e concursos que havia passado, mas de forma alguma fui chamada. Eu não entendia o “porquê” de tanta luta, o meu esforço parecia em vão, e sempre reclamava com Deus. Um dia, minha filha apareceu com um folheto da escola adventista onde ela estudava. Falava sobre uma semana de saúde, com duração de 7 dias. Eu me interessei pelo assunto, afinal, era sobre saúde e não tinha nada a ver com religião. Mas Deus já tinha grandes planos para mim, e ali, conheci a Bíblia. Aos poucos comecei a frequentar os cultos, e um dia o Pastor leu a mensagem do texto de hoje. O pastor nos aconselhou a perguntar a Deus quais eram os planos que Ele tinha para nossa vida. A partir daquele dia, comecei a orar e pedir a Deus que me mostrasse quais eram os planos que Ele tinha para mim. Algum tempo depois, fui chamada para substituir uma professora na escola que meus filhos estudavam. Era tudo diferente do que eu estava acostumada: Oração, louvores e datas comemorativas. Então, ali eu comecei a entender os planos e o chamado de Deus para mim. Percebi que a minha missão não era ser apenas uma professora, mas também ser uma mensageira de Deus. Foi através da Educação Adventista que eu conheci Jesus e a vida da minha família foi transformada. Não tinha ideia que seria através da Educação que Deus me usaria para alcançar e levar as pessoas a conhecerem Jesus. A partir daquele momento, não andaria mais segundo o meu coração, mas seria um instrumento nas mãos de Deus para transformar vidas também. Hoje, moro em Curitiba e sou professora da rede. Sei bem claro qual é a minha missão. Oro para que Deus me capacite, e busco a cada dia dar o meu melhor. Sigo com toda alegria e satisfação por fazer parte desta missão.


O QUE POSSO FAZER PARA AJUDAR?

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queles que desfrutam real e duradouro sucesso são os que estão continuamente em busca de meios para promover uma visível e significativa diferença”, já disse Albert Simpson, pregador evangélico canadense. Eis aqui uma pergunta que você pode fazer a si mesmo, e que o levará firme e consistentemente na direção de sólidas realizações. A pergunta é: “O que posso fazer para ajudar? ”. Empresários bem-sucedidos começam seus grandes projetos com essa pergunta. Ao fazê-la, pessoas se elevam a privilegiadas posições de liderança. Grandes ideias, invenções, organizações e trabalhos de arte surgem como resposta a essa pergunta. Vivemos dias de sequidão, dias de estio e cinzentos. Muitos dos nossos alunos se apresentam diante de nós como terra seca e, aparentemente, quase sem vida. Muitas das nossas crianças carecem da atenção da família, carecem de convívio social, muitos estão diante de nós à procura de alguma gota de água de simpatia, de uma palavra de apoio, de um elogio sincero, de uma mão estendida. Eu não sei quantos professores você teve, desde o primeiro dia que entrou numa sala de aula. Não sei se você lembra quem foi sua primeira professora do primário, seu primeiro professor de matemática, física, biologia ou português. Certamente você não vai se lembrar de todos eles, mas de alguns, você sempre se lembrará; e o fará porque eles marcaram a sua vida, eles foram diferentes. Talvez no futuro encontremos com alguns desses nossos alunos e eles nem mesmo se lembrem de nós. Estivemos com eles o ano todo, demos nossas aulas, fizemos nossas avaliações, cumprimos com a nossa tarefa com todo o nosso profissionalismo, mas não deixamos nenhuma marca sequer. Talvez essa diferença tenha sido no sentido negativo. Quem sabe uma injustiça numa nota, uma palavra rude, um ato até mesmo impensado que o humilhou, a falta de reconhecimento por algum trabalho que tenha feito, enfim, nenhum de nós queremos isso, mas o fato é que alguns de nossos alunos poderão se lembrar de nós por toda a vida, por alguma coisa negativa que fizemos, que deixou marcas tristes e que podem jamais ser apagadas. Pela graça de Deus, sei que muitos de nossos alunos também irão se lembrar de nós por algo positivo que aconteceu. No meio de tanta sequidão, nuvens avermelhadas e paisagem cinzenta, nós fomos chamados por Deus para, nesse tempo e nessa geração, sermos o instrumento que Ele irá usar para transformar vidas. Tenhamos a certeza de que nenhum de nossos alunos está nessa escola por acaso. Como elos de uma mesma corrente fazemos parte de um grande ministério, da grande obra que Deus quer realizar na vida de nossos alunos. Nossa missão é viver o amor para transformar vidas. Muito mais que levar a eles os conhecimentos acadêmicos, cumprir com seriedade e competência nosso planejamento e sermos bons professores, Deus nos chamou para que, no dia de hoje, nessa escola, nesse lugar, sejamos o sorriso que estaria estampado no rosto de Jesus, as mãos de Deus, a voz gentil e amorosa, a mão estendida e o abraço que Cristo deseja estender a cada um de nós. Não importa o tamanho da sua turma, não importa a série, não importa quantos alunos tenha a nossa escola, nada disso importa. O importante é que as pessoas que passarem por nós hoje, vejam brotar no rosto de cada um, a esperança, a motivação, o entusiasmo de um professor, uma professora, que tem a exata noção de que foi escolhido por Deus para marcar uma geração.

SÁBADO 11/11

“Não tenha seu coração inveja dos pecadores; antes, no temor do Senhor perseverarás todo dia. Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança”. Provérbios 23:17 e 18

Ilza Silverio Queiroga

Professora do 1º ano do Ensino Fundamental I Escola Adventista de Araucária. Graduada em Pedagogia.

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ESCOLHAS E RENÚNCIAS

DOMINGO 12/11

“Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção... E em ti serão benditas todas as famílias da terra. ” Gênesis 12:1-3

Keli Cristina Cesário

Graduada em Pedagogia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

12 - Dia do Diretor

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resci em uma família cristã e sempre fui ativa na igreja, ocupando diversos cargos, servindo com alegria ao Senhor. Desde criança sonhava em ser professora. Dava aulas para os “alunos imaginários” ou colegas de sala, que vinham em minha casa para brincarmos de escolinha. Tive uma adolescência muito saudável e cheia de sonhos, mas o maior deles era ser professora, formada em um dos internatos Adventistas, para lecionar numa escola Adventista. Na juventude, encontrei o amor, e o foco mudou. Ele era o homem dos sonhos de qualquer menina. Amei e fui muito amada. Noivamos e fomos em busca de comprar a nossa tão sonhada casa, fruto das economias de 4 anos de namoro. Uma vida “quase perfeita”. Até que, em uma meditação pela manhã, me deparei com o verso de hoje. E a partir desse momento, algo aconteceu dentro de mim. Meu sonho de ser professora aflorou, aumentando meu desejo de ir para o internato. Então me deparei na encruzilhada: casar ou estudar? Escolhi estudar e confiar nas promessas do Senhor. Certa do que queria, apesar do sofrimento, comecei a orar e jejuar a Deus para que Ele abrisse portas e janelas, viabilizando meus estudos, já que meus pais não tinham como custeá-los. Eu sentia que Deus me chamava para algo maior, só não sabia o quê, mas ouvia Deus dizendo: “Fique tranquila e espere, eu te chamarei. ” Esperar? Então veio o telefonema inusitado. Um convite para trabalhar em um lar de meninas, auxiliando na área pedagógica e atividades escolares no internato Adventista. Não podia acreditar. Alguém que nunca tinha me visto, não sabia onde eu morava, meu telefone, nem ao menos sabia como eu era, sentiu no coração o desejo de me convidar para trabalhar em uma área que eu ainda não tinha formação, por que ouviu a Deus e lembrou de um comentário positivo de um amigo. Assim, começou meu chamado para a obra que fui escolhida a trabalhar: Ser professora da Escola Adventista. Hoje sou casada, feliz e muito honrada em fazer parte desta família. Não importa onde, como e quando, Deus tem um chamado para você! E poderemos dizer: “Deem Graças ao Senhor, clamem pelo seu nome, divulguem entre as nações o que Ele tem feito. ” I Crônicas 16:8


UM ACORDO COM DEUS – PARTE I

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odo jovem tem um sonho, e comigo não foi diferente pois sonhava em ser professor de Educação Física, depois de terminar o Ensino Médio. Entre os anos 80 e 90 era comum prestar vestibular para Direito. Nesta época, eu estava noivo, e minha noiva, Cláudia, já era professora da Rede Municipal de Ensino; mas ansiava passar no vestibular para ser professora de História e Geografia. Resolvemos então fazer um acordo com Deus e dedicaríamos nossa profissão ao trabalho do Senhor. No ano de 1988, após recebermos os resultados do vestibular, pudemos comemorar apenas a aprovação dela, pois eu não tinha passado novamente no curso de direito. Foi aí que resolvi seguir meu sonho, que era ser professor de educação física. As vagas para o vestibular do curso de Educação Física era a metade das ofertadas para Direito, por isso sabia que seria difícil ser aprovado. Meu acordo com Deus ainda continuava de pé, será que conseguiria a aprovação? Para nossa surpresa, após ouvirmos no rádio minha aprovação, pudemos ter a certeza que nosso acordo com Deus estava se realizando, e, quando vimos minha pontuação, ficamos surpresos, pois passei em 11° lugar, o que, proporcionalmente, seria o 33º lugar em direito. Mas sabia que Deus estava direcionando minha vida. Eu e minha noiva ainda tínhamos outro sonho: Recebermos nosso diploma juntos, no mesmo ano, mas esse sonho não poderia ser realizado, pois durante o curso, fui reprovado na disciplina de natação, mesmo tendo notas para passar, mas por não ir às aulas às sextas à noite. Acabei ficando com dois períodos de atraso; mas, acordos com DEUS não têm adendos. No ano seguinte, houve uma mudança no sistema da universidade de Ponta Grossa, alterando as matérias de semestrais para anuais, e as disciplinas foram liberadas. Como tinha disponibilidade de tempo, comecei a fazê-las em outros períodos com outras turmas, inclusive a disciplina de natação. Desta maneira consegui terminar todas as matérias, e por incrível que pareça, um período antes que minha turma. Minha luta agora era justificar junto à reitoria da Universidade como eu havia conseguido me formar antes da minha turma, já que eu tinha matérias reprovadas em um período anterior. Após algumas conversas com a direção da universidade e com nosso Deus, consegui a liberação para a formatura, e Ele cumpriu com nosso acordo. Em 1992, eu e minha noiva recebemos o diploma juntos, no mesmo dia da nossa formatura. Agora começaria a nossa parte do acordo. Como conseguiríamos colocar nossa profissão à disposição de Deus?

SEGUNDA 13/11

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens”. Colossenses 3:23

Márcio Geraldo Schade

Graduado e pós-graduado em Educação Física. Escola Adventista Ponta Grossa.

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O JOGO DA VIDA

TERÇA 14/11

“Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio”. I Coríntios 9:24

Diva Machado dos Santos

Graduada em Pedagogia. Especialista em Neuroeducação / Neuroaprendizagem. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia. Neuroaprendizagem. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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o jogo da vida existem dois tipos de jogadores. Vamos nomeá-los de: “Fé-nas-obras” e “Obras-de-fé”. O jogador “Fé-nas-obras” é sério e bem-intencionado, traça sua rota confiante e disposto a fazer melhor do que todos, para assim mostrar sua capacidade e revelar seus talentos. Ele busca se destacar, bater recordes de tempo. Isso mesmo! Fazer o melhor no menor tempo possível. É aquele tipo de “pessoa cronômetro”, sabe? Aquele que monta um programa para seu dia, faz uma lista de coisas para realizar e até calcula o tempo. Mas imprevistos acontecem, e, quando estoura um encanamento da casa desiste de todos os seus objetivos, se amaldiçoa e procura um culpado para descarregar seu estresse. O jogador “Obras-de-fé” é alegre e verdadeiro, porém não faz questão de ser ligeiro em seu caminho. Ao fazer seus planos, busca fazer seu melhor e aprimorar seus talentos. Quando falo aprimorar, me refiro a melhorar, aprender. Ele tem consciência do que não sabe, de que sempre precisa progredir. É aquele tipo de “pessoa aluno”. O tipo que monta um programa para seu dia, faz uma lista de tarefas, e até calcula os horários! Porém, imprevistos acontecem, um cano na cozinha pode estourar e, o que fazer? Ele então recalcula sua rota e seus objetivos, analisa se consegue resolver o problema do encanamento, pesquisa e descobre coisas que ainda não sabia sobre como resolver e evitar esse tipo de problema. Fica feliz com o que aprendeu e compartilha. Sabe, parece simples, mas vivemos, e muitas vezes nem percebemos porque vivemos. O verso bíblico acima diz “corram de tal maneira que alcancem o prêmio.” Que prêmio será esse? Ser famoso, conseguir riquezas, derrotar os concorrentes, ter uma vida mansa tranquila e sem preocupações? Continuando a leitura encontramos uma resposta, que parece ser dura, mas conduz à verdadeira realização e felicidade: “Todo atleta que está treinando aguenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro, uma coroa que, aliás, não dura muito. Mas nós queremos receber uma coroa que dura para sempre. Por isso, corro direto para a linha final. Também sou como um lutador de boxe que não perde nenhum golpe. Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na luta, eu mesmo não venha a ser eliminado dela.” Nós, servidores da Educação Adventista, temos que ter claro não só nosso alvo, mas também os meios de o alcançar. “... Deus não aceitará os maiores talentos nem os mais esplêndidos cultos, se o eu não for apresentado como sacrifício vivo a consumir-se sobre o altar. A raiz precisa ser santa, senão não haverá frutos aceitáveis a Deus” (Parábolas de Jesus p.350). Hoje é um novo dia para jogar. Que tipo de jogador serei hoje?


UM ACORDO COM DEUS – PARTE II

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gora começaria a nossa parte do acordo, dedicar nosso dom e nosso diploma, dados por Deus, na sua obra. No ano seguinte, em janeiro de 1993, nos casamos, e no mesmo ano, pela graça do nosso Deus, ingressamos na Escola Adventista de Ponta Grossa. Tivemos dois filhos, a Anny Caroline, e o Marcio Júnior, de 1993 a 2000. Por 8 anos, eu e ela trabalhamos juntos, lado a lado na educação adventista. Infelizmente, Carmen foi acometida de um câncer fatal, linfoma de Hodingg, e veio a falecer. Em 2002, continuei com meu acordo com Deus, trabalhando na escola. Agradeço a Deus pela oportunidade que me deu em trabalhar todos esses anos ao lado da minha esposa, cumprindo um acordo que fizemos a muitos anos atrás, em dedicar nossas vidas ao trabalho do nosso Deus. A Ele sou grato também pela influência e papel que a Educação Adventista teve na vida dos meus filhos como na minha também. Já se passaram vinte e três anos que fiz aquele acordo com Deus, e até hoje o continuo honrando. Hoje a família aumentou. Fazem parte da minha vida atualmente minha esposa Larissa, e, minha filha Manuella, que, juntamente com Anny e Juninho, são minhas preciosas heranças. Muitas lutas, vitórias, diretores, funcionários, colegas de trabalhos e alunos passaram em minha vida. Sei que, se Jesus não voltar antes, um dia eu também não estarei mais aqui; mas, o mais importante é saber que fui escolhido por Deus, para deixar marcas que essa educação proporciona na vida dos alunos, alunos estes que entram em contato comigo. Mas a marca mais importante que tento passar para eles e vivo em minha vida é a esperança que temos de um dia estarmos todos juntos na grande Escola da Eternidade.

QUARTA 15/11

“Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará”. Deuteronômio 31:6

Márcio Geraldo Schade

Graduado e pós-graduado em Educação Física. Escola Adventista Ponta Grossa.

15 - Feriado Proclamação da República

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DESAFIO OU CHAMADO?

QUINTA 16/11

“Ao homem pertencem os planos do coração, mas a resposta da língua é do Senhor. ” Provérbios 16:1

Carolina Nadaline

Graduanda de História. Escola Adventista Santa Efigênia.

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telefone tocou, e do outro lado escutei uma voz feminina, mas logo me acalmei com seu jeito meigo e doce ao falar comigo. Aquele jeitinho que sempre me cativou e me fez admirá-la. Nem imaginava o motivo daquela ligação, mas no desenrolar da conversa, me peguei diante de um “desafio”. Ao desligar o telefone, falei que retornaria dando uma resposta. Fiquei ali, parada, extasiada por 5 minutos. E comecei a clamar a Deus por socorro. Não seria uma decisão nada fácil de se tomar, por isso precisava pensar com calma. Conversei com alguns familiares, ouvi conselhos, coloquei no papel as vantagens e desvantagens. Mas algo falava mais alto em meu coração, desde aquela ligação. E era referente a “aceitar” a proposta feita pela Educação da Rede Adventista. Confesso que ainda não estava me sentindo segura, faltavam ainda algumas peças para encaixar aquele “quebracabeça” – faltava se entregar a Deus por inteiro e confiar sem temer. Pronto, todas as peças encaixadas! Depois que vi toda a imagem montada, senti que aquela proposta não era um novo “desafio” e sim um “chamado”. E agora, sabendo do meu novo compromisso, faltava retornar dando minha resposta. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pelo “WhatsApp” dizendo que aceitava. Naquele mesmo momento me senti em paz, liberta e com uma missão. Pois essa seria minha OBRA. Deus é nosso engenheiro, Ele não nos chama para obras ao qual não consigamos trabalhar. Pois Ele nos ensina, nos prepara e, acima de tudo, nos capacita. Quando se ouve falar sobre sala de aula, professor ou alunos sabemos que não se trata de algo simples. Podemos ter dom, ter domínio sobre a turma, podemos ter ideias, criatividade, estar antenados em tudo a nossa volta, fazer cursos e nos especializar. Mas nada disso será suficiente se não colocarmos nossa vida nas mãos dAquele que nos criou. Então, diante desse dilema, aceitei começar a dar aulas de História. Com isso, veio um combo: disciplina nova, escola nova, alunos novos, novos colegas de trabalho. E tudo faz parte do nosso crescimento como profissionais. Mudar é bom, mas fazer a diferença é muito melhor.


NUNCA FALTARÁ AOS QUE BUSCAM

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rabalhando como missionária na Educação Adventista aprendi a confiar plenamente no poder dAquele que nunca nos desampara! Ao final do ano de 1994, quando estávamos a cinco meses sem salário pois a Instituição Adventista passava por sérios problemas financeiros no campo missionário em que eu trabalhava; quando não tínhamos mais nada nos armários e geladeira, o desespero começava a tomar conta do meu ser; já era noite e paramos em frente à casa onde morávamos, ali entrei angustiada. Me ajoelhei ao lado do sofá e me despejei, clamei e implorei a Deus misericórdia com estas palavras: “Senhor, preciso de um milagre, preciso ser abençoada. Senhor, não tenho mais alimentos e por isso te peço dinheiro para comprá-los. Como o Senhor tem poder para me dar, eu não quero pouco. Ah Senhor, quero que me dê, pois não terei como lhe devolver...”. Aquela respiração lá no fundo e a saída de um suspiro... Peguei a minha bolsa, abri e virei para ver se cairia ao menos alguma moedinha para comprar um pãozinho. De repente, o susto, a desconfiança, a apreensão e enfim, o milagre. Caiu uma nota de cinquenta reais, nota esta que até então não conhecíamos pois tinha sido lançada aquele ano pela casa da moeda. Esta nota era dinheiro suficiente para fazermos a compra do mês inteiro com fartura... Em lágrimas, agradeci a Deus e aprendi cada vez mais a confiar e entender que Ele pode todas as coisas, que Ele tem todo o poder e que basta nos entregarmos nas mãos dEle a cada dia. Naquele momento aprendi que Ele tem poder para mover montanhas, a nossa fé é que é pequena mas se formos tão amigos dEle como foi Enoque, que andou com Deus a ponto de O levar para o céu, Ele nunca nos deixará desamparados e onde se acabam as nossas forças, Ele está ali, pronto a nos ajudar, basta pedirmos com fé e confiança e quando recebermos as Suas bênçãos, estarmos prontos a agradecermos. Ao iniciarmos cada atividade na Educação Adventista, iniciamos o dia com o culto e oração e isto nos impulsiona a respirarmos fundo, nos entregarmos e confiarmos plenamente nEle, basta querermos. Deus estará sempre de braços abertos nos esperando. Que consigamos transmitir aos nossos alunos, pais e colegas de trabalho: O senso de entrega e gratidão a cada dia, pois somente assim o nosso fardo será mais suave.

SEXTA 17/11

“Fui moço e agora sou velho, mas nunca vi um homem bom abandonado por Deus e nunca vi os seus filhos mendigando comida”. Salmos 37:25

Madalena Lopes da Silva

Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Orientação Educacional, Coordenação Pedagógica e Psicopedagogia. Secretária Técnica da Associação Central Paranaense e Secretária do Colégio Adventista Portão.

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CHEIRO, FRAGRÂNCIA, AROMA E DESCANSO...

SÁBADO 18/11

“Toda boa dádiva, todo dom perfeito vem lá do alto, descendo do pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sobre de dúvida” Tiago 1:17

Maria Jandira Laurentino

Formada em Pedagogia. Especialista em Aconselhamento Familiar e Metodologia de Ensino. Orientadora Educacional do 6º ao 8º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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m 21 de março 2015, sábado, encontrei o meu vizinho no elevador. Ele é professor! Naquela rápida viagem de poucos andares até o térreo, ele, que até então estava de cabeça baixa, levantou o olhar e disse: “O sábado é muito bom”! E acrescentou, sempre falo aos meus alunos que na sexta-feira, “a gente” sente o “cheiro do Sábado”. Falava do descanso que o corpo pede, da delícia que é ter a certeza do descanso no Sábado! Provavelmente sem refletir, porque pode ser que nem conheça sobre o que está escrito em Gênesis 2:3. “E abençoou Deus o dia 7º e o santificou: porque nele descansou de toda obra que fizera como Criador”. Fiquei meio que marcada com aquela declaração tão espontânea. “Cheiro do Sábado...”. Fez-me refletir! O que é especial e bom, tem cheiro…Não odor! Considerando a influência de Cristo em nossa vida, Paulo fala que: “por meio de nós, é manifestado em todo lugar a fragrância do conhecimento de Cristo...Porque nós somos para com Deus, o bom perfume de Cristo... Aroma de vida para vida...”. (II Coríntios 2: 14,15 e 16) No descanso do Sábado, providenciado por Deus para nós a cada semana, tudo tem um cheiro diferente, uma fragrância especial, um aroma que dá para degustar pelos sentidos toda Esperança que há em Cristo Jesus! E aí, “...todas as demais coisas necessárias nos serão acrescentadas”. Mat. 6:33 Não importa onde eu esteja, estive, ou estarei, minha missão deve ser: Permitir todo dia, e a cada dia que o Espírito Santo de Deus me faça fragrância, cheiro, perfume e não odor! Que a minha vida abençoe aos que me rodeiam. E isso só se alcança, quando assumimos como verdade que: “Toda boa dádiva, todo dom perfeito vem lá do alto, descendo do pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sobre de dúvida” Tiago 1:17


GRATIDÃO

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is o que encontrei no dicionário sobre o verbete “gratidão”: Substantivo feminino. 1. Qualidade de quem é grato. 2. Reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc.; agradecimento. Eu tenho cultivado o hábito de sempre fazer anotações sobre alguns problemas ou desafios que enfrento em minha vida. Faço isto, porque gosto de rever estas anotações e ver as maravilhas que Deus tem me dado. Eu tenho desta maneira comprovado que Deus sempre nos faz o melhor. Tenho anotações de 20 anos atrás, do início do meu casamento, sobre quando meus filhos eram pequenos, sobre os meus desafios profissionais. Ao reler estas anotações vejo as bênçãos de Deus e vejo também como Deus coloca pessoas em nossas vidas que são anjos, pessoas que nos colocam para cima, oram conosco, riem, mas também choram. O que me permite ver estas pessoas e suas bondades e, principalmente, o amor de Deus é o sentimento de gratidão. Aprendi a cultivá-lo desde cedo, incentivada pela minha mãe. Ser agradecida é importante, dizia ela! É triste ver como algumas pessoas se tornam amargas porque vivem como se Deus e o mundo sempre estivessem lhe devendo algo, o apóstolo Paulo nos aconselha: Em tudo dai graças! Se você não tem o hábito de ser grato, vou te dar sete motivos para fazer da gratidão um estilo de vida. Segundo o site “Psycology Today” está comprovado que as pessoas que cultivam o sentimento de gratidão trazem os seguintes benefícios para a sua vida: 1 – A gratidão abre as portas para novos relacionamentos; 2– A gratidão melhora a saúde física; 3– A gratidão melhora a saúde mental; 4– A gratidão aumenta a empatia e reduz a agressividade; 5– Pessoas gratas dormem melhor; 6– A gratidão melhora a autoestima; 7 – A gratidão aumenta o equilíbrio mental; Esses são benefícios imperdíveis, por isso, comece hoje a aprimorar dentro de você o sentimento de gratidão. Mantenha um caderninho com anotações ou frases que expressam este sentimento. Desenvolva o hábito de agradecer as pessoas por pequenas gentilezas do dia-a-dia. Não permita terminar o seu dia sem agradecer a Deus, pela vida, pela família, pelo pão de todo dia, pelo trabalho. Tenho certeza que você vai descobrir muitos outros motivos pelos quais agradecer. Desejo registrar aqui, de maneira muito especial, a gratidão que eu sinto por fazer parte da equipe de Educadores da Rede Adventista, na Associação Central Paranaense, por já 25 anos e desta forma, contribuir para que crianças e adolescentes saibam sobre o amor de Deus e sintam gratidão, pois o Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre! “A gratidão é o único tesouro dos humildes” William Shakespeare.

DOMINGO 19/11

“Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? ” Salmos 116:12

Vaniza S. Sant’Ana

Graduada em Pedagogia. Especialista em Administração Escolar e Supervisão Escolar. Vice-diretora do Colégio Adventista Portão.

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AS PROVAÇÕES E A CERTEZA DO AMOR DE DEUS

SEGUNDA 20/11

“Que diremos pois à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” Romanos 8: 31, 32

Edna Rosa Martins

Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Portão.

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aio de 2011, foi um ano difícil em minha vida, com dificuldades financeiras e no casamento, não conseguia mais manter meus dois filhos no Colégio. Sozinha, sem ter com quem compartilhar minhas angústias, procurei o colégio para pedir bolsa 100% para meus dois filhos e um emprego. Aos meus olhos, isso parecia impossível, mas Deus estava comigo e mandou pessoas ao meu encontro que, como anjos, me ajudaram e me acolheram. Fui recebida pela então diretora, que com poucos minutos de conversa, me concedeu uma bolsa e u prego como zeladora. Em poucos meses comecei a cursar Pedagogia, mas a vida familiar ainda não estava bem e, depois de alguns meses, pedi para sair do Colégio. Havia decidido tirar meus filhos da escola; mas minha filha pode continuar com a bolsa de 100%, um verdadeiro presente de Deus. Passados três meses que havia saído do colégio, senti um forte desejo de voltar, mas não tinha coragem de ir até a instituição e pedir novamente um emprego. Então, numa noite de fevereiro de 2012, orei: “Senhor, quero voltar a trabalhar, mas não tenho coragem de pedir novamente. Então Senhor, se for da tua vontade que eu volte, faça com que alguém que está lá se lembre de mim e me chame”. Dois dias após esse pedido, acordei com um telefonema, era a Coordenadora Pedagógica me convidando para trabalhar como estagiária. Voltei e ainda trouxe meu filho mais novo novamente. Senti que era a resposta de Deus à minha oração. Atualmente trabalho como professora de Educação Infantil, e minha filha, como professora auxiliar na mesma Rede. Sou grata a Deus pela oportunidade de contar histórias e falar do Seu amor aos meus pequenos alunos. Outro dia um aluno, que me faz muitas perguntas sobre Deus, me disse que sonhou com o céu, isso me deixou muito feliz. Como é bom saber que, mesmo nas provações e quando achamos que estamos desamparados, Deus nos mostra o caminho e nos ajuda através de seus escolhidos. Em meio às dificuldades e provações, Deus cuidou de mim e me escolheu para marcar uma geração. O meu desejo é continuar servindo-O por onde quer que eu vá.


CHAMADA E GUIADA POR DEUS

A

minha missão começou quando, guiada por Deus, cursei Magistério por 4 anos, no Colégio Francisco Carneiro Martins. Depois, já na Faculdade de Letras, em Guarapuava. Logo veio a pós-graduação e cursos de inglês, aprimorando assim meu conhecimento. Em 2000 iniciei meu trabalho no Colégio Adventista ao substituir uma professora em licença maternidade, e aqui fiquei. Trabalhei em outros colégios particulares e também no Estado como professora PSS por vários anos. Mas meu coração sempre esteve aqui, na Educação Adventista, onde me sinto refugiada por Deus e acolhida por todos. Em todos os meus caminhos trilhados até então, sempre senti a presença maravilhosa de Deus a me guiar, me proteger e abençoar. Tenho a firme convicção de que somos escolhidos por Deus sim, a trilhar e trabalharmos para atuar, sempre com amor e dedicação, como seus discípulos. Deus nos escolhe e nos capacita sim. Nos faz espalhar as suas sementes das boas novas entre nossos alunos e seus familiares. Jesus é o nosso maior Mestre Conselheiro em todas as nossas jornadas. Deus quer mais de nós sempre, Ele não quer que fiquemos parados. Devemos estar sempre ligados a Ele através da sua Palavra, pois a Bíblia Sagrada nos orienta como um mapa, ela é a nossa bússola, que está apontando sempre para o céu. Ele nos dotou de inteligência e amor, quer que ensinemos não somente matérias para a vida na terra, mas a maior de todas as verdades, que é a vida eterna, um novo céu, uma nova Terra, como está escrito em Apocalipse. Ser professora na Rede Adventista é ver os alunos com os olhos de Cristo, que sempre quer o melhor para seus filhos, olhar com ética, cheio de esperança, respeito e amor. A minha missão nessa na educação é contínua, estar sempre aprendendo, ensinando e compartilhando. Aprendo que preciso ser cada vez mais humilde, não estagnar, viver e aprender sempre, pois foi Deus quem me escolheu, e sendo Ele meu Pai, devo segui-lo e obedecê-lo sempre. Assim, quando por Jesus, chegar aos Céus, quero ter a alegria de ver meus queridos alunos morando, também, com Ele morar nas mansões celestiais.

TERÇA 21/11

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israe”l. Atos 9:15

Eleane da Rosa Padleski

Graduada em Letras. Pós-graduada em Metodologia da Língua Inglesa. Professora de Língua Inglesa. Colégio Adventista Guarapuava.

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PARA ESTE TEMPO?

QUARTA 22/11

“Não pense que só porque você mora no palácio real será a única judia a sobreviver. Se você insistir em ficar quieta numa situação como esta, o socorro e o livramento para os judeus virão de outra parte, mas você e sua família serão exterminadas. Quem sabe não foi justamente para isso que você foi escolhida rainha? ” Ester 4: 12-14 (A Mensagem)

Anne Caroline Pereira Arruda Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Coordenadora da Educação Infantil e Ensino Fundamental 1. Colégio Adventista Boqueirão.

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odos nós temos aquele dia que questionamos a nossa existência, o nosso senso de missão, a real importância de nosso trabalho aqui na Terra. E nesses dias é sempre bom se voltar para a Bíblia e para as histórias que nela existem, pois elas sempre têm algo a nos ensinar e nos relembrar. Não sei se você nasceu em um lar adventista, eu não! Mas, desde pequena, frequentava a igreja com a minha tia e essas histórias bíblicas me cativaram tanto, que um dia, aos 12 anos, após receber estudo bíblico, pedi para ser batizada. Uma das primeiras coisas que pensava era “Quando eu for mais velha quero ser diretora dos jovens, eles fazem tantas coisas, quero fazer parte disso! ” E então, sempre relacionei o senso de missão com a juventude. Sempre que possível estava em tudo o que era proposto: dia do jovem adventista, vigília jovem, acampamentos, congressos, Festivais de Música e assim por diante. Nesse meio tempo, também me formei em Pedagogia e trabalhava na Escola Adventista de minha cidade. Conseguia levar as duas funções: ser responsável por uma região de jovens e ser professora de duas turmas do 1º Ano. Porém, após quatro anos, recebi o convite para ser coordenadora da Educação Infantil ao 2º ano e aceitei. Como era uma nova função, eu precisava aprender várias coisas que diferiam do ato de ser professora. Havia alguns conhecimentos técnicos que eu precisava adquirir. E assim, ocorreu algo que uma amiga já havia predito. Com o tempo, fui percebendo que uma das atividades receberia mais atenção. Assim, continuava colaborando na igreja, mas a maior parte do meu tempo era na escola. Com isso, em alguns momentos tinha dúvidas sobre qual era a minha missão na escola. Por mais que sempre tivesse algum tipo de resposta, parecia que os resultados não eram tão palpáveis como no Ministério Jovem. E assim ano a ano, em algum momento eu tinha uma crise existencial, sem entender completamente o papel da Educação Adventista no momento em que vivia. Até que, no ano de 2016, ouvi uma palestra “A Educação Adventista no contexto apocalíptico” e que nossa filosofia educacional se difere de outras redes. Somos criacionistas, enquanto a maioria é evolucionista, não cremos na imortalidade da alma e somos historicistas (entendemos que as profecias bíblicas perpassaram toda a história e irão culminar com a volta de Jesus). Ao ouvir, compreender e também ao estudar com as minhas professoras a mesma palestra, uma forte impressão veio em minha mente “E você achava que não tinha um ministério...”. Senti uma felicidade tão grande de saber que, como Educação Adventista, participaremos do encerramento da missão que um dia nossos pioneiros começaram.


QUANDO DEIXEI DEUS AGIR

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história da Camila aconteceu no período em que fui preceptora. Ela foi para o internato fazer o ensino médio por vontade própria, influenciada pela prima que também havia ido para estudar. Chegou com os pais na manhã do domingo, que antecedia o início das aulas. No final da tarde, suas coisas já estavam organizadas, mas seus pais só foram embora na segunda-feira. É comum encontrar alunos chorando nos primeiros dias de internato. Para muitos, era a primeira vez que se afastavam da família e Camila foi uma destas. Na terça-feira até amanheceu bem, porém bastou chegar no refeitório para lembrar que estava longe de casa, e o choro voltou. Não era intenso, nem escandaloso, mas era constante. Seus pais ligavam várias vezes ao dia para saber como ela estava e a cada ligação o pranto intensificava. Por vários momentos conversei com a pobre menina, mas o choro persistiu por toda semana. Durante o culto da sexta à noite, quando percebi que mais uma vez ela chorava, convidei-a para que conversássemos a sós em seu quarto. Lá tivemos um papo bem tranquilo e sincero e fiquei feliz ao perceber que, mesmo com todo o sofrimento que estava passando, ela queria permanecer no colégio por acreditar que era um bom lugar. Naquele momento, me senti totalmente impotente e lhe disse que a única coisa que eu poderia fazer por ela era orar. Nos ajoelhamos e abri meu coração ao Senhor clamando por sua misericórdia em relação a sua saudade, que fugia do nosso controle. De forma milagrosa, na mesma noite, vimos a ação do Senhor. Quando mais tarde, a mãe ligou para lhe desejar “Bom Sábado”, ela conseguiu conversar sem chorar. A aluna ficou no internato e a cada dia amou mais aquele lugar. Envolveu-se nos projetos de evangelismo e aproveitou cada minuto da sua permanência ali. Ser escolhido para marcar uma geração nada mais é do que permitir que o Senhor nos use como instrumentos, para que, com amor, marcarmos a vida de outros filhos Seus.

QUINTA 23/11

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento”. Provérbios 3:5

Tania Alves de Lima Formada em Pedagogia. Professora de Musicalização. Colégio Adventista Boqueirão.

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DEUS CAPACITA SEUS FILHOS

SEXTA 24/11

“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai porém, do que estiver só; pois caindo, não haverá quem o levante. ” Provérbios. 4:9 e 10

Paloma Carla Borges

Formada em pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Boqueirão.

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resci em uma família desestruturada, minha mãe teve 6 filhos e meu pai era alcoólatra, tudo cooperava para eu ser somente mais uma habitante nesse planeta terra, mas, diferente de meus irmãos, sempre fui muito sonhadora e independente, procurando modos de ter uma vida melhor. Conheci e Jesus com 16 anos de idade e me batizei sem o consenso de meus pais, foi ali que entendi que havia sido escolhida por Jesus, não sabia ainda o porquê, mas essa certeza morava em meu pensamento. Assim que terminei o ensino médio fui abençoada por uma bolsa de estudos para ingressar na faculdade de Pedagogia, digamos que esse não era o sonho de minha mãe, já que em sua mente estaria estudando para ganhar pouco, mas ela acreditava em meu potencial, já que segundo ela, eu tinha paciência para trabalhar com pessoas. Enviei meu currículo para todos os Colégios Adventistas de Curitiba e, com muita oração, uma semana depois fui contratada para trabalhar em um deles como auxiliar de classe na educação infantil. Trabalhar com crianças me instigava bastante, o amor que elas sentem por alguém que mal conhecem é algo que só consigo explicar quando olho para cruz, o mais doce e puro ato de amor. A cada dia meu sentimento aumentava por elas e comecei a compreender o porquê de Deus ter me colocado para trabalhar ali, pois eu fui escolhida para marcar aquela geração e mostrar Jesus aos pequenos. “Mas Deus capacita seus filhos a fazerem mais, a serem cristãos acima da média” – ouvi isso um dia em uma pregação e entendi que essa mensagem poderia se encaixar perfeitamente em minha vida. Além da Escola Adventista, faço parte de um departamento da igreja chamado Clube de Desbravadores onde o trabalho é com adolescentes, já mostrei Jesus para duas desbravadoras através dos estudos da Bíblia; e elas aceitaram a Jesus como Salvador. “Melhor é serem dois do que um”. As bênçãos ainda não haviam acabado, Deus estava me preparando um moço segundo seu coração para continuarmos trabalhando em sua obra e o conheci justamente em meu trabalho, no Educação Adventista. Formamos uma dupla missionária e novamente com a ajuda do Espírito Santo conseguimos levar uma jovem do Clube de Desbravadores ao batismo. Hoje tenho minha própria turma de Educação Infantil, a cada dia aqui na escola procuro ensinar aos meus pequenos um pouco da vida do Mestre e seus doces ensinamentos.


ESCOLHIDOS PARA MARCAR UMA GERAÇÃO

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remos em um Deus que tudo faz para o nosso bem, Ele é bom o tempo todo, sendo assim, não seria diferente em nosso meio profissional. Tive a experiência em trabalhar em outros locais, meios não cristãos, nestes ambientes me sentia bem por exercer a minha função, porém, algo dentro de mim parecia vazio. Há dois anos Deus cuidou mais uma vez de mim. O local onde eu trabalhava foi vendido, e os novos donos preferiram trocar toda a equipe de funcionários, desta forma fui dispensada também. Por isso, a aflição tomou conta, pois sempre trabalhei e ao me ver sem um trabalho, me senti desamparada. Assim, clamei ao Senhor, pois desde que entrei na faculdade e após concluir minha graduação, a vontade e expectativa de entrar na Educação Adventista sempre foi muito aguçada, mas por sempre estar trabalhando não havia disponibilidade de horário. Deus tem planos para nós, e o caminho que Ele escolhe para nós é sempre o melhor. No momento em que fui dispensada, em uma sexta-feira, começou minha aflição, porém conseguia ouvir Deus falando comigo: “Filha, calma, Eu irei te socorrer e lhe dar o melhor. ” E assim aconteceu, entrei em contato com algumas escolas adventistas, e após uma semana recebi um telefonema para a entrevista, e na própria entrevista fui contratada. Deus é extraordinário, e nos mostra isso em cada detalhe e nos usa para Sua obra. Sendo assim, após a contratação vi meu caminho mudar, me aproximei de Deus, minha mente se abriu para a Sua palavra, para que a mesma fosse levada aos meus alunos. Afirmo com total alegria que Ele me trouxe para a Educação Adventista para que eu e meus familiares andássemos cada vez mais próximo dEle. Desta forma, ao começar a lecionar surgiu alguns casos de alunos que eram mais agitados, no primeiro momento mostravam ser mais falantes e muito carinhosos, porém, ao chamar a atenção eles ficavam quietos. Um desses alunos me chamou a atenção, pois ao solicitar silêncio, o mesmo se estressava, utilizava palavras e atitudes indevidas, e o mais assustador, era um aluno do Pré. Como em todas as aulas, acontecia o mesmo fato, me intriguei e fui conversar com este aluno, e descobri que sua base familiar estava desestruturada, palavras e atitudes não eram medidas a ele. Infelizmente, estava eu presenciando uma criança sendo prejudicada por problemas de adultos, deixando assim a carência, a auto estima, os modos e seu psicológico serem afetados. Nesse momento, não falei somente como professora, mas sim como uma serva de Deus, onde independentemente das condições em que estava exposto, o Criador o amava incondicionalmente e reservava um ótimo percurso, onde ele e sua família iriam desfrutar dos benefícios de servir totalmente a Deus. Portanto, ficou notório nesse e em outros casos parecidos, o desânimo por parte dos pais, mas estes tão pequeninos são crianças que Deus carrega no colo e os ajuda para viver uma vida inteira ao Seu lado, com uma felicidade plena. Nesse momento percebi o quão importante é relatar e mencionar em nossas aulas o amor de nosso Salvador, para que este evangelho seja expandido em toda a Educação Adventista e que eu marque uma geração, assim como nessa situação.

SÁBADO 25/11

“Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. ” Mateus 40:1

Priscila Marcante de Souza Pedrozo

Graduada em Educação Física. Pós-graduada em Metodologia do Ensino da Educação Infantil e Anos Iniciais. Professora de Educação Física. Colégio Adventista Boqueirão.

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A DECISÃO ACERTADA

DOMINGO 26/11

“Porque o Senhor, o Soberano, me ajuda, não serei constrangido. Por isso eu me opus firme, como uma dura rocha e sei que não ficarei decepcionado. ” Isaías 50:7

Elisângela Januário de Souza Graduada em Letras. Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura. Mestranda em Educação. Professora de Língua Portuguesa e Literatura. Colégio Adventista Boqueirão.

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uitas vezes estamos em dificuldades e achamos que as respostas de Deus não chegam. Já vivi isso, não que Deus não respondesse, mas o meu desespero impedia que eu enxergasse o caminho a seguir, ou a resposta que Ele havia me dado. Aprendi que Deus sempre dá uma resposta, mesmo que seja contrário ao meu desejo. Na época, estava com 17 anos e ansiosa para definir qual profissão seguir, mas tinha muitas dúvidas do que escolher; já que seria uma decisão para o resto da vida. Complicando a decisão, ouvi uma história sobre os pinheiros e os jequitibás, resolvi então que queria ser um jequitibá, mas como? Um jequitibá é forte, com longos galhos, dando sombra e abrigando muitos pássaros. Estes voam e depois voltam ao jequitibá para descansar. Mas para ser um jequitibá, o que eu deveria fazer? Qual profissão seguir que não batesse de frente com meus princípios cristãos? Médica? Enfermeira? Quase impossível, pois como faria quando visse alguém agonizando? Certamente desfaleceria, então estava fora de questão. Precisava escolher outra coisa, advogada, talvez; mas em qual área atuaria? Criminalística? Familiar? Não daria certo, pois não saberia em qual lado ficar; do meu cliente ou do lado que realmente está certo? A inquietação permanecia, eu precisava ser um jequitibá! Sim, ser, mas queria algo que estivesse em minha alma e coração, algo que me motivasse todos os dias e que não apenas me deixasse levar. A inquietação, porém, continuava. Então a escolha surgiu! Voos, galhos, sombras, livros, sonhos, escritas, era isso, eu seria enfim, um jequitibá! Mas como toda árvore, me assustei, pois não estava preparada para os ventos, chuvas fortes, frio intenso e sol. Mas o jequitibá precisava passar por isso, para que se tornasse uma grande árvore. Para assim abrigar seus galhos, sonhos, esperanças e os corações ávidos. Que pudesse ser descanso para aqueles que o procurasse, pois, um dia ou outro, todos estarão e se abrigarão a sombra de um frondoso e forte jequitibá, seja um engenheiro, médico, advogado ou dentista. Mas onde o jequitibá se abrigaria? Pois ele também precisava de descanso, de um remanso, de águas correntes, para que continuasse forte e majestoso. À sombra do Altíssimo, ele descansará e lá encontrará o alimento necessário para os ventos diários e continuará firme em sua trajetória. E assim, meu coração ficou em paz, pois a escolha fora feita, uma escolha acertada e creia, o Senhor me conduziu a cada momento e jamais fui constrangida! Hoje, sou professora, com orgulho de poder fazer a diferença na vida dos meus alunos, podendo ser um jequitibá para alivia-los, quando precisarem.


OS PLANOS DE DEUS SÃO IMUTÁVEIS – PARTE I

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esde que comecei a trabalhar na Educação Adventista como voluntária, estagiária, auxiliar de secretaria e secretária, apesar de gostar de tudo o que fazia, do ambiente, e das pessoas do colégio onde eu atuava, sentia uma insatisfação, um vazio que eu não conseguia preencher. Até que resolvi pedir demissão e me tornar empreendedora, o que também não deu certo. Depois de quase um ano, o diretor da Escola Adventista da minha cidade me convidou para substituir uma professora que estaria em licença maternidade. A princípio eu relutei, disse-lhe que não tinha interesse e não me achava capaz, mas ele insistiu e me prometeu que eu teria auxílio para desempenhar a função, então, acabei aceitando e me tornando a professora regente daquela turma. No ano seguinte, ainda no início das atividades escolares, eu comecei a sentir uma angústia muito grande, um pavor, um medo que eu não conseguia controlar e acabei me demitindo novamente na certeza de que a Escola Adventista não era o plano de Deus para mim e por isso não queria voltar nunca mais. Isaías 55:8 diz: “Pois os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos.”. Comecei a pensar nesse verso quando recebi o terceiro convite para ser professora na mesma escola que havia saído dois anos antes. Outra vez relutei, mas a diretora me pediu que orasse a respeito, até porque, como havia sido demitida há pouco tempo, ela não sabia se seria possível a minha contratação. Comecei a orar da seguinte forma: “Meu Deus, o Senhor sabe todas as coisas a meu respeito, sabe que não tenho vontade de voltar a trabalhar na Escola Adventista, mas, se esse é o Seu plano para minha vida, me mostre qual é a outra missão que o Senhor quer que eu realize nessa escola. Ajude-me a cumpri-la, me capacite e me use como instrumento em Suas mãos. E mais uma coisa, Senhor, eu quero ser feliz lá dentro. Estou à Sua disposição!” Após a reunião, fui contratada como professora regente de uma turma de 14 alunos. Era uma delícia trabalhar com eles! Ainda no primeiro bimestre iniciei o projeto de visitação, fui à casa de todos, embora tenha feito somente para cumprir uma atribuição da escola. Continuei orando para que Deus me fizesse entender e desenvolver a missão que Ele tinha para mim nessa escola. Chegou o final do ano e nada de diferente aconteceu; eu me senti um tanto frustrada, pois tinha feito apenas o básico e eu achava que não era só isso que Deus queria de mim. No ano seguinte, eu achava que seria diferente, afinal, eu já estava orando por isso há um bom tempo, porém, aquele foi o pior ano da minha vida. Meu marido foi diagnosticado com Parkinson e com profunda depressão; eu, por outro lado, me sentia muito doente, cansada e desanimada. Decidi, depois de ainda passar por uma cirurgia, buscar a Deus mais intensamente. Eu queria que Ele me mostrasse como eu poderia ser usada na salvação das pessoas. Na época, a escola funcionava nas dependências da igreja e ambas passavam por uma reforma, também estava sendo construída mais uma sala, uma vez que o número de alunos havia aumentado consideravelmente. Durante as férias, eu havia orado muito pedindo a Deus um ano diferente, cheio de vitórias e tinha certeza que, dessa vez, Ele faria o que eu estava pedindo. Comecei então a cumprir a minha parte. Preparei as aulas, o material necessário e cheguei muito empolgada para receber os alunos e os pais com os materiais, apresentar a sala para eles, mas nada disso foi possível pois a sala, que seria a minha, não estava terminada e ia demorar.

SEGUNDA 27/11

“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor.” Provérbios 19:21

Elisabeth Martins Stainsack Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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OS PLANOS DE DEUS SÃO IMUTÁVEIS – PARTE II

TERÇA 28/11

“Certamente como planejei assim acontecerá, e como pensei assim será.” Isaías 14:24

Elisabeth Martins Stainsack Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Escola Adventista Araucária.

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aquele momento, eu me senti muito frustrada e angustiada. Agora eu tinha 27 alunos e não tinha onde acomodá-los. Em pensamento eu perguntava pra Deus: “Que lição o Senhor quer me ensinar que eu não estou entendendo? ”. Mas Deus é maravilhoso! Ele transformou aquela adversidade numa história linda com final muito feliz! Enquanto a sala não ficava pronta, eu levava os alunos para a biblioteca, para a quadra e para a igreja, onde era até mais confortável pelo espaço. No primeiro dia em que fomos à igreja, um aluno que tinha vindo aquele ano para a nossa escola, olhou na mesa da recepção e dentre tantas literaturas que haviam lá, ele se interessou e pegou um estudo da Bíblia chamado “A Bíblia ensina”; e perguntou se podia levar para casa. À princípio fiquei temerosa de que os pais, ao verem o material, achassem que a escola estaria influenciando o filho a uma religião, mas deixei que ele levasse. No outro dia recebi um bilhete da mãe na agenda agradecendo o material, elogiando o conteúdo e dizendo que iria usá-lo para ensinar os seus alunos da catequese, pois ela era catequista. Assim que a sala ficou pronta, depois de duas semanas aproximadamente, comecei a marcar visitas na casa dos alunos, e, essa mãe foi a primeira a agendar o dia. Na data marcada fui lá e, durante a conversa, os pais disseram que queriam educar os filhos através da Bíblia, mas não sabiam como. Me ofereci então para estudar a Palavra de Deus com eles, e a cada semana, meu marido e eu estivemos estudando a Bíblia com aquela família. Ao concluirmos o estudo, em junho de 2016, a mãe e seu filho se entregaram a Jesus. Ao todo, estudamos a Bíblia, no primeiro semestre de 2016, com 9 pessoas; e cinco delas já se decidiram por Jesus através do batismo. Agora entendo que Deus tinha um propósito para mim na Escola Adventista. Eu estava fugindo como Jonas, mas independente disso, os Planos maravilhosos dEle continuavam a me alcançar. Quando nos colocamos em Suas mãos e nos dispomos a fazer a Sua vontade, Ele planeja a nossa vida da melhor maneira, e mesmo que tentemos fugir, Ele nos encontra. Ele quer que tenhamos a missão no coração, e não descansa enquanto não aceitamos Seu convite. Entregue-se a Deus a cada dia, deixe-se guiar pelo Espírito Santo e você verá a vontade dEle sendo cumprida na sua vida e de sua família.


QUANDO DEIXAMOS DEUS GUIAR NOSSA VIDA – PARTE I

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e impressiona ao contemplar a natureza, a grandeza de Deus e o seu poder. Sou profundamente grato a Ele pela maneira como rege o universo, mas também com o cuidado que dispensa a cada ser humano. Eu nasci no estado do Amazonas, onde a natureza é exuberante, lá temos a maior floresta natural do mundo e o Rio Amazonas, que também é o maior em volume de água. Meus avós maternos viviam de uma pequena agricultura familiar e da pesca. Foi nesse ambiente bucólico que a mensagem adventista os alcançou. O engenheiro Leo Blair Halliwell, um missionário americano que dedicou 38 anos de sua vida ao Brasil e 25 anos na região Norte, foi quem levou a mensagem do Evangelho para os meus avós e a Igreja Adventista mudou completamente o destino de nossa família. Cresci em Manaus, a capital do Estado, uma cidade com mais recursos e a influência da Educação Adventista foi fundamental para minha formação acadêmica e espiritual. Contudo, em Manaus, as Escolas Adventistas ofereciam somente o Ensino Fundamental; desta feita, cursei o ensino médio na Escola Técnica Federal do Amazonas. Estudei o Técnico em Estradas. Neste período, o Governo Federal estava investindo no Norte do país, para desenvolver a região. Na década de 1970, algumas estradas surgiram com esse objetivo; a Transamazônica, a estrada Manaus-Porto Velho e Manaus-Boa Vista. Sendo assim, eu pensava em ser um Engenheiro de Estradas. Manaus vivia também a febre da Zona Franca; um polo industrial e de comércio, implantado pelo Governo Federal para desenvolver o Estado do Amazonas, uma região estratégica para o País, devido aos recursos naturais que o Estado oferece. Em 1975, estava cursando o 3º ano do Ensino Médio e me preparando para o vestibular, quando em um encontro fortuito, me deparei com um amigo da Igreja na rua do comércio mais movimentado da cidade. Ele me falou que estava de viagem para o IAE (Instituto Adventista de Ensino) em São Paulo, para cursar Teologia e se tornar um pastor.

QUARTA 29/11

“Ora, Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós.” Efésios 3:20

Lourival Gomes de Souza

Formado em Teologia (IAE/ SP). Mestre em Teologia (Collonges sous Salève/ France). Atua como presidente da Associação Central Paranaense.

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QUANDO DEIXAMOS DEUS GUIAR NOSSA VIDA – PARTE II

QUINTA 30/11

“Mas os caminhos de Deus são diferentes dos nossos caminhos, e os Seus pensamentos são diferentes dos nossos pensamentos”. Isaías 55:8 e 9

Lourival Gomes de Souza

Formado em Teologia (IAE/ SP). Mestre em Teologia (Collonges sous Salève/ France). Atua como presidente da Associação Central Paranaense.

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E

m 1975, estava cursando o 3º ano do Ensino Médio e me preparando para o vestibular, quando em um encontro fortuito, me deparei com um amigo da Igreja na rua do comércio mais movimentado da cidade. Ele me falou que estava de viagem para o IAE (Instituto Adventista de Ensino) em São Paulo, para cursar Teologia e se tornar um pastor. Nesse encontro, o amigo me fez um convite inusitado para acompanhá-lo, o que de pronto rejeitei, argumentei que meu sonho era ser engenheiro. “Mas os caminhos de Deus são diferentes dos nossos caminhos, e os Seus pensamentos são diferentes dos nossos pensamentos”. (Isaías 55:8 e 9). Meu amigo não desistiu de mim nesse encontro. Ele me pediu para ajudá-lo na colportagem, que era o meio mais rápido para obter o dinheiro necessário para as despesas do primeiro ano da faculdade. Ele era o meu melhor amigo, não tive como me escusar; formamos então uma dupla de colportores estudantes. Realizando esse trabalho de Deus, que exige fé e muita oração, Deus operou uma transformação em minha vida e em meus pensamentos. Sentindo um forte chamado de Deus, tomei a decisão de ir também para a faculdade de Teologia. No final do ano de 1975, faltando alguns dias para nossa viagem para São Paulo, esse amigo me notificou que não era mais possível ele ir para o IAE, pois seus pais estavam exigindo que ele permanecesse em Manaus para cuidar dos negócios da família. Esta foi a maneira de Deus me chamar para o ministério. Usou o meu melhor amigo para me influenciar. Eu, que não sonhava em ser pastor, fui para a faculdade de Teologia, e o amigo que tinha todo o perfil de um pastor, desistiu. Sou grato a Deus por ser um pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, sou muito feliz e apaixonado pelo que faço. Trabalhar para Deus é uma honra, e o privilégio de ajudar a salvar pessoas para o Reino de Cristo Jesus, não tem recompensa melhor. Sou grato, porque Aquele que é poderoso, faz infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos conforme o Seu poder que opera em nós. Amigo, deixe Deus guiar sua vida e o resultado será bem melhor do que pedimos ou pensamos, creia nisso, viva isso.


UM CÉU A CONQUISTAR E UMA ETERNIDADE A GANHAR

Q

uando conheci a Bíblia, em 1997, fiquei encantada com as maravilhosas promessas e, não hesitei, logo me batizei, porém mal sabia eu que seria chamada por Deus a cumprir uma missão anos depois. Em 2010, cansada emocionalmente por algumas provações que estava passando, certa noite, um pouco antes de dormir, orei a Deus pedindo que mudasse a trajetória da minha vida ou fizesse descansar em sono profundo até a sua vinda. Durante o meu sono, sonhei que estava construindo uma casa e chorava muito porque os pedreiros colocaram uma parede em frente às portas de entrada, e, para entrar na casa, eu tinha que esfregar meu corpo nas paredes para entrar por uma fresta que ficara entre a parede e a port. Eu mostrava a casa em prantos a um casal de amigos que estavam com seu bebê e a babá da criança, e, durante a conversa, a babá alimentava a criança e eu observei que ela estava com a criança com a cabeça inclinada para baixo. Cesso minhas lágrimas, pego a criança no meu colo e, com carinho, explico àquela babá e a seus pais qual o melhor jeito de alimentá-la, sem que se afogue. O casal de amigos, ao ver o cuidado que tive com seu bebe, disse que eu trabalharia muito bem ao cuidar de crianças. Logo pela manhã, quando acordei, tocou o telefone e eu já havia até esquecido do sonho. Ao atender, era minha filha, que nessa época trabalhava na secretaria do Colégio Adventista do Boqueirão, me propondo a fazer uma faculdade de Pedagogia e trazer um currículo na escola. Em primeiro momento, achei uma loucura, porque eu achava que não tinha capacidade para entrar em uma faculdade, e muito menos ser professora. Não cogitava voltar a estudar depois de tantos anos. Acabei aceitando o desafio e entrei na faculdade. Deixei meu currículo na escola e fui contratada em março de 2010; me formei em 2013 e hoje sou regente do ensino fundamental, e já estou concluindo uma pós-graduação. Não tenho dúvidas que Deus ouviu e respondeu minha oração naquela noite, dando uma volta de 360º graus em minha vida. Nesses anos todos lecionando, tive muitas oportunidades e não perdi nenhuma delas, por isso, procuro falar do amor de Cristo e ofereço estudos da Bíblia aos pais dos alunos. Recentemente, visitei uma mãe de aluno, ofereci estudos da Bíblia e ela se batizou. Tenho orado para que mais pessoas possam através, do meu testemunho, ser salvas. Aguardo a vinda de Cristo, e sei que para apressar Sua vinda, preciso falar para todos sobre Ele. Deus me chamou para uma Missão de alcançar, através da sala de aula, meus alunos e seus familiares para salvação.

SEXTA 01/12

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes Daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. ” I Pedro 2:9

Sonia Teresinha Ferreira Lima

Graduada em Pedagogia. Pós-graduanda em Metodologia da Educação Infantil e Anos Iniciais. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão

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O RETORNO PARA MISSÃO – PARTE I

SÁBADO 02/12

“‘Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” Jeremias 29:11

Débora Regina Ferreira da Silva Zawolski

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Orientadora Educacional da Educ. Infantil ao 9º ano EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

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S

er casada com um engenheiro da área florestal significa que eu e minha família mudamos muito. Desta vez, estávamos nos preparando para mudarmos para São Mateus, Espírito Santo. Esta cidade fica a uma grande distância da cidade onde nasci no interior do Paraná, Piraí do Sul. Nos preparávamos para partir, fazendo acertos com minha demissão. Trabalhei dez anos no Colégio Adventista de Jacareí e dois no Colégio Adventista de São José dos Campos (ambos em SP). Foram anos maravilhosos, onde tive a oportunidade de passar por várias funções e grande crescimento profissional e espiritual. Vi minha filha crescer dentro dessas escolas, com uma excelente educação. Enfim chegou o dia da partida. Comecei a fazer uma das minhas orações costumeiras pedindo a Deus que nos levasse com segurança, que minha filha encontrasse bons amigos cristãos e que apreciássemos a nova cultura e as pessoas. Minha oração naquele dia também era para que Ele me desse uma missão para que eu pudesse continuar a servi-lo. Sou missionária, e tenho guardada no meu coração a missão da Educação Adventista. Duas semanas na nova cidade e já estávamos amando aquele lugar, gostava muito do calor e da praia, sem contar que Deus preparou uma casa maravilhosa para morarmos, tudo aquilo parecia um sonho. Uma igreja muito animada, minha filha logo começou a participar do Clube de Desbravadores e já estava fazendo novas amizades. Apesar de eu não estar mais trabalhando na Educação Adventista, eu já estava envolvida com as atividades da igreja, e como é bom sentir-se útil na sua causa. Foram dois anos de muita felicidade. Só que um triste dia meu marido telefonou-me e disse que tinha sido dispensado do trabalho, chorei muito, pois sabia que não poderíamos ficar mais naquela cidade, pois o custo de vida era bem caro. Decidimos voltar para nossa terra natal, perto da família, e iríamos morar em Ponta Grossa, pois nossa filha também estava em fase de maratona para vestibular e sabíamos que a UEPG é uma excelente Universidade. Mais uma vez arrumamos a mudança e partimos para Ponta Grossa, confesso que doía muito meu coração, pois gostava muito de São Mateus.


O RETORNO PARA MISSÃO – PARTE II

C

hegando em Ponta Grossa, tivemos que enfrentar a triste adaptação com o clima e com o padrão de vida, meu marido desempregado e eu também. Começamos então a procurar trabalho e sentimos as portas se abrindo, participamos de algumas entrevistas. Mas eu não estava feliz com as propostas de trabalho, pois meu coração ainda estava na Educação Adventista. Certo dia, fomos a passeio para Curitiba, e senti um forte desejo de levar meu curriculum na Mantenedora da Educação Adventista para esta região do Paraná; e fui muito bem recebida por todos. O Responsável pela Educação me falou sobre a possibilidade de construção de um novo prédio de Educação Infantil na escola de Ponta Grossa. Pediu para que eu aguardasse. O tempo foi passando e não me chamaram. Pensei que logo acabaria o ano letivo e, se tivesse a oportunidade, seria para o próximo ano. Então comecei a trabalhar na empresa de uma amiga, em uma área totalmente diferente da que estava acostumada. Por vezes me sentia um peixinho fora da água. Sempre quando íamos aos cultos na igreja eu ficava sondando a possível construção da escola. Um dia, vi algo diferente no terreno e cada vez que passava, algo novo. Mas como poderia em dois meses ficar pronta a escola nova? Não dava para acreditar, mas quando Deus prepara o impossível, aquilo vira possível. No início de fevereiro, recebi uma ligação da qual aguardava ansiosamente, foi quando a diretora da escola me chamou para trabalhar. Foi um sonho, uma escola linda, novinha, uma sala aconchegante a me esperar. Estava retornando para a educação que prepara alunos para eternidade. Hoje estou muito feliz, trabalhando na função que amo e com uma faixa etária que sou apaixonada. Meu esposo logo conseguiu trabalho em uma empresa e está muito feliz. Minha filha está estudando em Ponta Grossa e faz duas graduações. Deus nunca desampara seus filhos, podemos passar por momentos de angústias e provações, mas tudo isso nos fortalece, nos traz confiança no Deus das coisas impossíveis e invisíveis. Creia, confie, espere, pois Deus pode tudo!

DOMINGO 03/12

“‘Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” Jeremias 29:11

Débora Regina Ferreira da Silva Zawolski

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Psicopedagogia. Orientadora Educacional da Educ. Infantil ao 9º ano EF. Escola Adventista Ponta Grossa.

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NÃO DESANIME

SEGUNDA 04/12

“Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro”. Salmo 40:1

Elisangela Rodrigues

Graduada e pós-graduada em Educação Física. Graduanda em Pedagogia. Coordenadora pedagógica. Escola Adventista Ponta Grossa.

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O

uvimos muito falar sobre o poder do pensamento positivo hoje em dia. Os programas de televisão, revistas, palestrantes motivacionais e mesmo pregadores cristãos dizem que, se encararmos a vida com otimismo, as coisas melhorarão para nós. Em sua forma mais extrema, essa filosofia prega que, se visualizarmos resultados positivos, certamente coisas boas nos sobrevirão. Sempre pensei assim, olhando o lado bom da vida. Éramos de uma família de sete irmãos e meu sonho era estudar na Escola Adventista, devido as condições financeiras, ficou só o sonho, mas não desisti, estudei para tornar-me professora, me formei em Educação Física no mesmo ano em que casei e acreditava que tudo estava perfeito, todos os meus sonhos se realizariam. Após um ano de casada, sentindo dores fortes de cabeça, fui diagnosticada com tumor Hipofisário (gigantismo) que estava crescendo desordenadamente. As funções hormonais estavam todas alteradas, e com grande risco de ficar cega; pois o tumor estava tão grande que estava pressionando o nervo óptico, quase a ponto de rompê-lo. Precisava de uma cirurgia de emergência, com especialistas em microcirurgia neurológica e UTI disponível. Correndo risco de vida ou de sequelas irreversíveis, fui operada em março de 2001. Como consequência, perdi todo o cabelo, precisei fazer exames, tratamentos e internamentos frequentes. Fiz reposição hormonal, pois com o tumor, foi preciso retirar a hipófise, glândula responsável por todos os hormônios do corpo. Meus sonhos começaram a desmoronar quando soube que nunca poderia gerar filhos e aos poucos perderia a visão, a coordenação motora e movimentos simples. Orava dia e noite, triste, mas agradecida a Deus pelo livramento da morte, tentando entender qual era Seu plano e propósito para mim. Foi então que, em 2003, surgiu uma vaga para professora de Educação Física na Escola Adventista de Ponta Grossa, e meu pastor distrital, sabendo da minha formação e do meu sonho de trabalhar na área da educação, me aconselhou a levar meu currículo na Escola, onde fiz testes e fui contratada, ou seja, tive a oportunidade de colocar em prática um sonho de infância, estar atuando na Educação Adventista. Fiz vários exames médicos e estou considerada pelos médicos curada, sem sequelas alguma, com todas as capacidades motoras e cognitivas perfeitas. Também fui presenteada por Deus, além de uma nova oportunidade de vida, com a maternidade; tenho hoje um menino e uma menina que nasceram do meu coração e do coração de Deus. Fiz pós-graduação em Educação Física Escolar e estou cursando o último ano do curso de Pedagogia, pois pretendo continuar atuando como educadora. A esperança e o otimismo são coisas maravilhosas, mas não são produtos do ser humano, a bondade de Deus e suas bênçãos estão à disposição, basta acreditar e aceitar.


O TROVEJAR DE DEUS

M

inha mãe sempre foi muito cristã, considerava sua religião como a verdadeira, apesar de não estudar a Bíblia. Concebeu 5 filhas, e sempre nos instruiu sobre a importância de sermos fieis a Deus e à religião. Ensinou que, ao passar em frente uma igreja de “crente” deveríamos cuspir no chão e limpar o pé três vezes para nunca virarmos crente. A Bíblia sempre permanecia aberta no livro de Salmos, porém nunca era lida. Um dia, abri as páginas e descobri o livro do apocalipse, achei estranho e perguntei para minha mãe sobre o que eram aquelas palavras. Ela respondeu para eu guardar e nunca mais abrir nesse livro, porque conhecia pessoas que leram e ficaram loucas. Acreditei nela e pensei que deveria ser igual filme de terror, porque falava sobre dragão, sete cabeças e sangue. Fiquei assustada e não peguei mais o livro. Em frente a nossa casa existia uma escola e uma igreja adventista, estudei nesta escola as séries iniciais, porém, a escola fechou e eu morria de medo, pois diziam, você vai para escola do mundo. Nunca esqueci os ensinamentos, as orações, músicas que foram ensinadas naquele período. Minha mãe ensinava o respeito a Deus, e as imagens eram algo muito sério para ela. Uma vez, ao limpar um móvel da casa, a imagem de uma santa caiu e acabou quebrando a cabeça. Imediatamente, pedi perdão e desesperada, contei para minha mãe que colou a cabeça com esmalte vermelho. Aquilo me impressionou muito, como eu poderia ter feito aquilo? Por muito tempo esta imagem ficou naquele quarto, cada vez que eu passava pedia perdão para ela. Foi assim minha infância e início da adolescência. Comecei a trabalhar muito nova numa malharia onde o dono era adventista, fiz amizade com Marina, uma funcionária, e discutia muito com ela sobre religião. Dizia que ela estava tremendamente errada e que eu iria provar. Minha mãe trabalhava na casa paroquial daquela cidade e eu chegava em casa e contava para ela sobre o assunto discutido. Temas como carne suína, sábado eram os mais discutidos, minha mãe corria e contava para o padre que tentava dar as respostas, eu levava as respostas dele para minha amiga e ela devolvia com outro texto. Até que um dia, minha mãe disse que o padre pediu para não levar mais nada para ele, e que deixasse eu tomar meu rumo. Foi um sábado lindo, um dia de sol, em meio a natureza, num riacho, quando me batizei contra vontade de minha família. Tinha 14 anos quando tomei a decisão que mudaria todo meu futuro. Todos nós tínhamos lugar marcado a mesa, naquele dia ao chegar em casa, após o batismo, minha mãe havia tirado meu prato. Cozinhou por uma semana com gordura suína, e eu aguentei firme, não poderia ceder. Deus me deu forças para aguentar por uma semana sem me alimentar, somente com água e 1 doce por dia, que eu conseguia comprar na padaria ao lado de meu trabalho. Hoje, fico maravilhada com nosso Deus, o quanto Ele se preocupa conosco e cuida de nós. Minha família não é adventista, porém o respeito existe por parte de todos. Me casei, tenho dois filhos, uma neta e trabalho na Educação Adventista desde 1993. Tenho certeza que a melhor escolha quem fez foi minha mãe, quando me colocou na escola adventista, porque foi lá que tudo começou. Deus me chamou ainda quando era uma adolescente para ser Dele, para trabalhar na sua Obra. Quando fazemos a vontade de Deus, quando deixamos que Ele dirija a nossa vida da maneira Dele, Ele faz coisas grandiosas, acima de nosso entendimento.

TERÇA 05/12

“A voz de Deus troveja

maravilhosamente;

Ele faz coisas grandiosas, acima do nosso entendimento. ” Jó 37: 5

Marli Codignotto dos Santos Formada em Pedagogia. Diretora da Escola Adventista Santa Efigênia.

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MAGISTÉRIO... PROFISSÃO DE OPORTUNIDADES

QUARTA 06/12

“Adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes”. Provérbios 4:5

Gisele Adriane Delinski Smanioto

Formada em Ciências Biológicas. Professora de Ciências. Escola Adventista Santa Efigênia.

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Q

uando eu era criança, me pegava brincando de escolinha e sempre falava do meu desejo de ser professora quando crescesse. Até que um belo dia, minha mãe me deu de presente um quadro pequeno de giz, com isso minhas convicções profissionais se intensificaram ainda mais para o magistério. Brinquei muito de ser professora com aquele pequeno quadro de giz. O tempo foi passando e lá estava eu fazendo magistério no Ensino Médio (na época era 2º Grau). Me formei e de lá para cá tantas experiências boas e outras nem tanto aconteceram no exercício da minha profissão. O magistério não é meramente uma profissão, é uma missão! Cheio de desafios, surpresas e conquistas. É uma oportunidade que tenho de ajudar na formação do caráter de alunos que passam por mim todos os dias. É uma oportunidade que tenho de apresentar Jesus a essas crianças e adolescentes. Lecionar oportuniza sim a amizade, a criação de vínculos e não somente a transmissão de conhecimentos. Cada criança e adolescente que tenho entrado em contato traz a sua história, mas a partir de então, como professora- educadora começo a fazer parte da história delas também. O tempo passa rápido e, não raramente, tenho o privilégio de encontrar ex-alunos prestando vestibular, escolhendo profissões e alunos já graduados! Cidadãos agradecidos pela participação que tive em suas vidas e que contribuiu para tomada de decisões pertinentes à realização profissional e até mesmo à religião. Com certeza o magistério é uma profissão de muitas oportunidades. Deus tem sido muito bom para comigo, dando-me o privilégio de tentar fazer a diferença na vida dos meus alunos. Outro dia encontrei uma ex-aluna no supermercado, que de maneira sorridente, me cumprimentou e disse: “Professora, que saudades das suas aulas. Aprendi muito com a senhora. Como me foi útil os conhecimentos que a senhora me passou em sala de aula, eles me ajudaram na escolha da minha carreira, a senhora me ajudou como pessoa! ” Não preciso nem dizer o quanto esse encontro “por acaso” me deixou feliz e realizada! Agradeci a Deus por ter sido útil para essa ex-aluna. Agradeço a Ele também por ter uma profissão que me proporciona uma missão tento tantas oportunidades de fazer a diferença na vida dos meus alunos.


CONFIE NO SENHOR

O

meu primeiro contato com a Educação Adventista foi muito especial e um tanto curioso. Em 2009, enquanto cursava Letras em Campo Mourão, conheci uma colega chamada Iara. Ela sempre que podia, me ajudava na disciplina de Língua Inglesa, porém, nunca prestei atenção quando ela dizia que era Adventista, pois achava que crente é tudo igual. Apenas sabia que ela não comparecia nas sextas-feiras. Como cresci num lar católico, sempre achei essa atitude muito estranha. Os tempos foram passando e a Iara sempre estava disposta a me ajudar. Lembro que na última aula de 2009, fizemos a brincadeira do Amigo da Onça e a Iara levou um livro. O título chamou-me a atenção: “O grande conflito”. Nem passou na minha cabeça que Deus estava começando a agir em minha vida. No último ano da minha faculdade passei em frente da Escola Adventista de Campo Mourão com alguns colegas e um deles comentou que é uma escola muito boa, porém, bastante rígida. Pensei imediatamente, não sei se gostaria de trabalhar lá. Quando terminei a faculdade, enviei um currículo para uma das Escolas Adventistas e felizmente fui chamada para uma entrevista. No dia da entrevista, a primeira impressão que tive foi estranha, pois, havia em mim, brincos, colares, pulseiras, anéis, coisas que eu nunca usava, mas nesse dia queria estar bem apresentável. Porém, não vi ninguém usando esses objetos e a primeira coisa que fiz foi tirá-los, para não me sentir estranha. No momento da entrevista, a coordenadora me questionou sobre os brincos e eu mencionei que não estava confortável com eles naquele lugar. Sem perceber, Deus já estava operando em mim. Muitas benções ocorreram após a contratação como professora. Morei com algumas colegas de trabalho pela Escola Adventista. Tudo o que eu recebia, não passava pela minha cabeça que o Senhor oferecia, de bom agrado e mesmo assim, resistia o seu pedido de caminhada com Ele. Conheci pessoas maravilhosas, algumas foram embora e outras permanecem. Nas minhas orações, sentia que faltava algo e isso precisei descobrir fora do convívio com as pessoas que mais me amavam. Em uma das aulas num cursinho, um professor de biologia comentou sobre um professor de uma universidade conceituada que sempre criticou a Bíblia. Ele tinha artigos criticando a Bíblia, porém, em sua velhice vivia com o livro do Senhor embaixo de seus braços. Uma pessoa o perguntou, indignada, porque ele vivia com a Bíblia em seus braços e ele respondeu que só a fé cura e transforma as pessoas. Com isso, comecei a me questionar sobre a minha falta de fé e imediatamente iniciei um estudo com uma pessoa muito sábia. Também comecei a valorizar e a agradecer pelas oportunidades que Deus me deu na vida.

QUINTA 07/12

“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Provérbios 3:5 e6

Gessica Zavadoski Gomes de Lima Formada em Letras. Pós-graduada em Literatura Brasileira e História Nacional. Professora de Língua Portuguesa. Escola Adventista Santa Efigênia.

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O CUIDADO DE DEUS

SEXTA 08/12

“Ensina a criança no Caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!” Provérbios 22:6

Tagiane Bello Torman

Graduada em Pedagogia. Especialista em Metodologia do Ensino. Orientadora Educacional da Educação Infantil ao 5º ano EF. Colégio Adventista Portão.

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F

oi no ano de 1977, na Escola Adventista de São Borja. Eram turmas com mais de uma série em cada sala, e a professora ministrava aulas para a antiga 1ª e 2ª série. Uma escola com poucos alunos, tinha apenas 2 salas de aula, a secretaria, uma cantina muito pequena e um pátio, que era de chão batido. Mas era um lugar onde os alunos eram felizes e sentiam se amados. A minha professora era também a diretora, a pessoa que cuidava do lanche dos alunos e com certeza, ela e a professora da 3ª e 4ª série, também faziam o trabalho de zeladoria, entre outros. Como já mencionei, era uma escola pequena e com uma estrutura precária, mas o calor humano, carinho e amor que lá senti, com certeza, foi muito significativo para todos alunos que por lá passaram. Em julho de 1979 minha família precisou mudar de cidade e, em meu último dia de aula, após as despedidas e o término da aula, lembro que a minha querida professora e diretora Edite Zazyki Araújo, sentou se comigo na sala de aula, enquanto eu aguardava minha mãe me buscar e faloume com muito afeto e carinho o quanto eu era especial para ela e também para Deus. Ela também disse que independente do que acontecesse na minha vida, eu jamais deveria me esquecer do amor e cuidado de Deus por mim, como também jamais deixar de seguir os caminhos do Pai do Céu, que conduzem ao lar Eterno. Ela ainda orou comigo por mim e pelo meu futuro. Então, com emoção e tristeza, deixei a minha querida professora e a Escola Adventista. Anos mais tarde, tive o privilégio e a satisfação de trabalhar na Escola Adventista de São Borja, como professora da educação infantil e 2º ano. Nessa época, a escola já não era tão pequena e sua estrutura era bem melhor, possuindo um número significativo de alunos. Em 2002, a Escola mudou-se para novas instalações com moderna e atraente estrutura, e atualmente, atende alunos da educação infantil ao ensino médio. Em toda minha caminhada, por diversas vezes lembrei das sábias palavras da educadora Edite. Hoje, atuando na Educação Adventista já há 23 anos, sou muito feliz por fazer parte dessa missão. Lembro o quanto as palavras da professora Edite foram significativas na minha vida e influenciaram em minha decisão de também ser uma educadora adventista. Hoje, a cada manhã, peço sabedoria Divina para que, na função de orientadora educacional, Deus permita que ao falar com alunos, pais e professores, eu possa ser uma luz na vida dessas pessoas e também influenciar para a eternidade. E você professora, auxiliar, monitor e colaborador da rede Adventista que atua na educação adventista, saiba que você foi escolhido (a) por Deus para fazer a diferença na vida de cada educando e marcar uma geração.


MAIS QUE PAIXÃO, UMA MISSÃO

A

gora a brincadeira de escolinha se tornara real, o quadrinho antes pendurado num canto do quarto ficou bem maior e as bonecas sentadinhas no tapete falavam, se mexiam, corriam, juntavam B com A e logo palavrinhas como bala, banana, e às vezes até “bacaxi” surgiam pela sala. Era uma delícia para mim, poder colocar um nome no cartaz de ajudante ou ganhar uma florzinha enrolada em um guardanapo no dia quinze de outubro, que maravilha ir para casa cheia de caderninhos, pastas, me sentar à mesa e ler, corrigir, rir assim como mamãe fazia antes e eu só admirava. Compreender, apoiar e amar sempre foram metas traçadas por mim desde os quinze anos, quando comecei minha atuação em sala de aula. Nova, imatura e inexperiente; uma professora que mal sabia lidar com seus próprios sentimentos, ficava aflita ao ver um aluno sem estar agasalhado no inverno de temperaturas congelantes de nossa cidade, ou com algum caso em que algum de meus alunos adoecessem. Muitas palavras podem definir a arte de ensinar. Dentre elas, a que mais gosto é “paixão”. Ela nos passa certeza da escolha e confiança na atuação, afinal um apaixonado faz loucuras por quem ama. Essa foi a motivação que por muito tempo definiu e motivou minha escolha. Mas há pouco mais de três anos, essa paixão foi ampliada e até transformada. Deus realiza obras tão grandiosas em nossa vida e de forma tão cautelosa que muitas vezes demoramos a entender. Jesus me chamava, batia e eu não abria. No dia seguinte, Ele voltava e tentava novamente, até que um dia sua persistência e amor a essa filha tão pecadora fez um coração duro e fechado se abrir. Agora uma verdade arrebatadora foi revelada e aceita. Foram novos costumes e dificuldades nessa nova vida, mas a paixão continuava e agora era chamada de Educação Adventista. Os rostinhos continuavam fofinhos, mas agora seus olhinhos brilhavam mais, a sala de aula era mais quentinha, o despertador era mais simpático pela manhã e os minutos a mais no início das aulas eram preciosos, as reclamações na sala dos professores eram agora conversas amigáveis, o ar era mais limpo e a cada dia renovado. Descobri o porquê: O dono dessa escola está aqui o tempo todo, entra em minha sala e troca as palavras de minha boca, me faz soltar um sorriso e um bom dia animado e gentil, me faz produzir, perceber dificuldades e mais me faz sentir um desejo estranho para mim e antes desconhecido, o de orar. Agora a preocupação por esses alunos entra em minha mochila, encontra um espaço entre os cadernos e vai embora comigo, me faz ter vontade de colocar seus nomes em pedidos no culto de casa, quando me dou conta já perguntei pelo pai, mãe ou avô doente, me faz visitar a casa de cada um, mas isso era tão novo que não entendia, até que perguntei ao meu chefe em oração se a paixão havia aumentado, e ouvi uma sonora resposta: “Isso, é agora a sua missão”. Missão que atinge cada coração que entra nessa escola, missão que faz amar, respeitar, apoiar, transformar e o principal, missão que traz salvação. Salvação que está atingindo um irmão com dificuldades que agora é estimulado e apoiado na aprendizagem, atingindo pai e mãe que agora oram em casa com seus filhos e atingindo aquela professora, que ainda se compadece das dificuldades que algum aluno enfrenta, mas que confia e espera que sonha com seus filhos nessa escola. A maior obra e mais especial dessa instituição para mim foi feita em minha casa. Hoje os meus sonhos mudaram, minha obra é mais real e além de realizar a obra de amar e ensinar, quero também realizar a obra de Deus, a de salvar. Sou privilegiada, sou escolhida.

SÁBADO 09/12

“Então levouos para fora e perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” Eles responderam: “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos, você e os de sua casa”. Atos 16:30 e 31

Graciele Aparecida Schveigert Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Guarapuava.

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PORTA-VOZES DE DEUS

DOMINGO 10/12

“Então os sacerdotes e os levitas se levantaram e abençoaram o povo; e a sua voz foi ouvida; porque a sua oração chegou até à santa habitação de Deus, até aos céus”. II Crônicas 30:27

Rubens Paulo Silva

Graduado em Teologia e Pedagogia. Mestrado em Administração Educacional. Departamental de Educação da União Sul Brasileira.

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o Israel antigo, sacerdotes e levitas eram porta-vozes de Deus ao povo. Sendo um ser santo e perfeito, o Senhor não se comunicava diretamente com o homem, pois esse era pecador e Jesus ainda não havia vindo. Utilizava-se de instrumentos escolhidos para essa função. Os sacerdotes, provindos da tribo de Levi. Dentre suas atividades, estavam a responsabilidade de abençoar e interceder pelo povo. Eram canais de comunicação em um sentido duplo: Estendiam sobre o povo a benção do Senhor e elevavam a Deus as orações e súplicas dos mesmos. Funções tão importantes como essas poderiam muito bem ser fruto de preparação, esforço ou desejo intenso dos possíveis interessados nesse nobre ofício. Mas, a verdade é que os sacerdotes provinham da tribo de Levi, escolhida por Deus para esse ofício. Não era função dos fortes, dos bem preparados, dos inteligentes, poderosos ou cultos. Era o ofício dos levitas, somente levitas. Aqueles que foram escolhidos para essa função. Nasci em um lar adventista e cresci pedindo “benção” aos meus pais antes de dormir, e sempre ouvia: “Deus te abençoe, meu filho”! Quão agradável era dormir na certeza de que o Senhor estava me abençoando, e receber essa benção através dos meus pais. Você já se sentiu um canal de bênçãos para a vida de outra pessoa? Alguém já te disse que você foi uma benção? Ou, como educador, já percebeu a transformação positiva que seus alunos tiveram como resultado de sua ação na vida deles? Se as respostas a todas essas perguntas forem negativas ou pairar sobre você a dúvida ou a incerteza ao respondê-las, pare, pense e responda: “O que estou fazendo aqui? ”. Os levitas, como tribo eleita para oficializar o sacerdócio, não existem mais. Porém, os portavozes de Deus ainda existem. Homens e mulheres escolhidos por Deus. Homens e mulheres que são canais de bênçãos ao Seu povo. Homens e mulheres que, ao abrirem o livro ou receberem diariamente seus alunos na escola onde trabalham, levantam-se, abençoam e elevam a voz de toda a escola em nome do Senhor, sendo ouvidos por Ele. Aqui está você! A benção de Deus em nossos dias.


DEUS AINDA FALA – PARTE I

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exta-feira, ao sair do trabalho, sabia que não tinha nada para comer em casa, então, eu precisava ir depressa comprar algumas coisas para comer antes que o sábado começasse. Eu tinha conseguido uma grande benção, que foi ter escapado do serviço militar obrigatório, algo que parecia impossível. Fui estudar em outra cidade, em Pato Branco (PR) para estudar na UTFPR, na primeira semana que eu cheguei lá, sem conhecer ninguém na cidade, tendo apenas o número do pastor local, eu consegui uma casa para morar, e um emprego em uma fábrica, ao lado da casa. Ao encerrar o expediente naquela sexta-feira, eu fui para casa, e imaginava que daria tempo de fazer minhas compras antes do pôr-do-sol, então, peguei minha carteira e estava saindo de casa. Ao colocar a chave na porta, ouvi uma voz que dizia que eu estava errado por não conhecer a verdade, como eu não costumo ouvir vozes, imaginei que aquela era séria. Voltei para o meu quarto, peguei a lição da escola sabatina e vi que o pôr-do-sol naquele dia era bem mais cedo do que eu imaginava. Para aliviar minha consciência, eu falei para mim mesmo que iria correndo, então daria tempo de comprar o que precisasse, mas no fundo, eu sabia que não conseguiria comprar antes do sol se pôr. Mesmo assim, eu fui, segurei o celular em uma mão e a carteira na outra e comecei a correr. Eu morava perto do centro da cidade, era só descer a minha rua, mas ao chegar na metade da rua, eu senti um pingo d’água na minha testa, parecia um aviso; mas eu continuei correndo e perto do final da rua, caía uma chuva considerável, parecia que a natureza tentava me impedir, mas eu não dei ouvidos. Chegando ao centro da cidade eu parei de correr, guardei o celular em um bolso, a carteira em outro, e fui em direção a loja que eu procurava, mas parecia que a loja tinha desaparecido do mapa, eu era novo na cidade, então achei que eu pudesse ter errado o endereço, eu andei por todas as ruas, fui e voltei várias vezes, mas não pude encontrar a loja; então, encontrei dois policiais que andavam pela rua, e perguntei como eu devia fazer para chegar naquela loja, eles me deram a informação, eu agradeci e fui em direção a loja. No trajeto, eu coloquei a mão no bolso e não senti minha carteira, percebi que o bolso em que eu a havia colocado estava furado; nessa hora eu senti um frio na espinha, voltei imediatamente por todas as ruas que eu tinha passado, mas não encontrava a carteira, e, enquanto eu procurava, lembrava que todo meu dinheiro estava ali, os cartões do banco, os documentos. Eu estava desesperado, e envergonhado demais para pedir ajuda de Deus.

SEGUNDA 11/12

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” João 10:27

Everton Rodrigues Lopes

Graduando em Ciências Biológicas. Escola Adventista Ponta Grossa.

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DEUS AINDA FALA – PARTE II

TERÇA 12/12

“Clame a mim e eu responderei e direi a você coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece”. Jeremias 33:3

Everton Rodrigues Lopes Graduando em Ciências Biológicas. Escola Adventista Ponta Grossa.

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u tinha ignorado todos os avisos, a chuva, a loja que eu não conseguia achar, eu não tinha dúvidas que Deus podia me ajudar, mas eu não tinha coragem de orar, então, comecei a pensar no que eu devia fazer. Ir primeiro ao banco cancelar os cartões ou à delegacia para fazer o boletim de ocorrência; eu nem sabia onde tinha uma delegacia, não conhecia nada na cidade. Então, eu não aguentei mais, o desespero foi maior que a vergonha, fechei os olhos e falei: “Senhor, me perdoa e me ajuda”. Continuei andando olhando para o chão e, na mesma hora, uma senhora parou na minha frente e perguntou se estava procurando uma carteira. Fiquei mudo por um tempo, um arrepio percorreu meu corpo e eu murmurei ou gaguejei um “si-sim”. Então ela disse: “Foi Deus quem me trouxe aqui, eu encontrei essa carteira na rua e não sabia o que fazer com ela. Eu tenho certeza que foi Deus que trouxe você aqui. De um modo sobrenatural, Deus não permitiu que eu transgredisse um dos Seus mandamentos, além de ainda, me devolver a carteira. Hoje eu sou professor de ciências na Escola Adventista de Ponta Grossa, estou no último ano do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na UEPG, tenho que apresentar o TCC daqui a três meses e ainda nem comecei a escrevê-lo, não tenho nem projeto, não sei como fazer para conciliar o trabalho com o estágio remunerado, o estágio obrigatório, a faculdade, o dentista, o fonoaudiólogo, o coral, a igreja, o Geração 148, o TCC, a academia, o trabalho de adestrador nas horas vagas entre outras atividades; mas eu sei que eu estou onde Deus quer que eu esteja, Ele não mudou, e É poderoso para fazer mais do que pedimos ou pensamos, então, não há razão para não confiar.


ESCOLHIDA PARA MARCAR UMA GERAÇÃO

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o ano de 2011 que fui convidada para conhecer a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fiquei impressionada com a beleza da Igreja do Juvevê, com a mensagem e o louvor exaltado ao Senhor. Os membros da igreja receberam a minha família com muita alegria e carinho. Começamos a frequentar ali regularmente e a participar dos estudos em grupo. No final de 2011 entreguei minha vida a Jesus. Em seguida, entreguei meu currículo em um dos colégios da rede. E logo fui chamada para ser entrevistada; fui aprovada e compus o quadro de professores para o ano de 2012. No ano de 2016 aconteceu algo inevitável, devido ao problema socioeconômico do país, fui transferida de região administrativa e de escola. Atualmente estou em uma escola menor, porém muito comprometida com a Educação e com a visão do Céu. Aqui estou adquirindo novas experiências, desafios, ampliando o meu conhecimento e a minha prática pedagógica. Em 2017 completo seis anos na Rede Adventista e estou muito feliz com o meu crescimento a cada dia e, com a certeza que fui escolhida para marcar uma geração na obra perfeita e maravilhosa de Deus.

QUARTA 13/12

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. ” I Pedro 2:9

Cassila Nascimento Graduada em Pedagogia. Professora regente. Escola Adventista Vista Alegre.

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EM SEUS BRAÇOS

QUINTA 14/12

“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Pedro 5:7

Luís Antônio Baptista Formado em Teologia. Professor de Ensino Religioso. Escola Adventista Santa Efigênia.

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apóstolo, ao escrever este verso, faz uma releitura do Salmo 55. Nele, o salmista exorta a depormos nossa confiança no Senhor, porque Ele jamais permitirá que o justo seja abalado. Deus, o Pai, assume a responsabilidade de nos cuidar e preocupa-se com o bem-estar de Seus filhos. Quando criança, não nos apercebemos dos problemas que giram em torno das pessoas, isto porque estamos “protegidos” por aqueles nos quais confiamos – nossos pais – isso nos transmite uma sensação de segurança. Porém, com o passar do tempo, vai desaparecendo. A ansiedade da vida em relação ao futuro e responsabilidades que vão sendo assumidas, nos colocam em situações de angústia e medo, e muitas vezes, ansiamos pelo tempo da infância em que essas dificuldades não nos abalavam, nem tão pouco sabíamos que existiam. Eu estava no corredor do hospital, aguardando, com uma mistura de sentimentos - ansiedade, nervosismo, alegria, medo - o nascimento de minha filha. Após algumas horas de espera, recebo a notícia de que tudo havia dado certo em relação ao parto. Estava na expectativa de contemplar aquela face tão esperada e aguardada. Então, a enfermeira se aproxima de mim, carregando em seus braços aquele pequeno ser, minha filha Lauren, e ao pegá-la em meus braços, pela primeira vez, vi em seus olhos um sentimento de total dependência. Agora, eu era responsável por aquela pequena criança. O seu olhar me fez refletir, como pai, que, a partir daquele momento, teria de cuidá-la para todo sempre. Com esse olhar de responsabilidade Deus tem nos olhado, por isso, devemos deixar todas as nossas ansiedades em Suas mãos. Entregue suas preocupações ao Senhor, e Ele o susterá. “Não andeis ansiosos pela vossa vida”, disse Jesus (Mateus 6:25). Podemos aceitar isto confiantemente, porque Deus cuidará de nós. Como expressou o apóstolo Paulo, é certo que Aquele que deu o seu Filho unigênito também dará com Ele, todas as coisas (Romanos 8:32). Podemos estar seguros, pois Deus cuida! A vida não existe para nos destruir, senão para nos formar; e com esta segurança podemos aceitar qualquer experiência que nos sobrevenha, sabendo que Cristo opera em tudo para o bem daqueles que o amam (Romanos 8:28). Quem aprende a ver a mão poderosa de Deus por trás de todas as circunstâncias, sabe que essa mão dará conta de nos suster. Por isso, decidi deixá-Lo guiar os meus passos, e realizar o trabalho que Ele deseja que eu faça – transmitir as verdades do céu a todos que me cercam. Deus tem me ensinado, a cada dia, sobre a Sua vontade, para minha vida e da minha família, nos mostrando que podemos confiar inteiramente em Seus planos e cuidado. A orientação para nós hoje é: não decidir e resolver tudo por nós mesmos, pois Deus não é apenas suficientemente poderoso para ajudar seus filhos. Ele está disposto a fazer por nós o que for necessário. A expressão “Ele se importa convosco” representa o cuidado pessoal e paternal dEle por Seus filhos. Quem assim compreende, pela fé, ficará feliz e grande consolação e aconchego o cobrirão. Experimente confiar e esperar no Senhor!


EIS-ME AQUI

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os evangelhos podemos ler que algumas pessoas perguntaram a Jesus, ``Que faremos para realizar as obras de Deus? ´´ João 6:28 Somente Deus pode fazer suas obras! Não importa qual seja a nossa tarefa: Ensinar, ser um líder, levar o evangelho para outras pessoas, nós precisamos fazer pela fé. Devemos servir ao Senhor de todo o nosso coração, não importando o lugar onde Ele nos colocou, sendo luz mostrando a outros o caminho que conduz à salvação. Na Educação Adventista temos uma grandiosa obra a realizar e Deus nos confiou essa tarefa, nos deu a oportunidade de testemunhar deste amor tão grande que tem por cada um de nós. Ele chama homens e mulheres para serem seus embaixadores nos dias de hoje. Ele nos desafia a servi-lo. A pergunta para nós é: Como responderemos ao seu chamado? Nasci em um lar Adventista e desde a fase juvenil já pensava em ser professora. O tempo passou, iniciei o magistério em 1993, e, começava então, a realizar meu sonho. Terminei o magistério, trabalhei na rede Adventista no estado do Mato Grosso. Em 1997 me casei e vim para Curitiba, fiz o curso de pedagogia e continuei na educação. Foi em dezembro de 2004 que enviei um currículo para a mantenedora da Rede aqui no Paraná. Simultaneamente, clamei a Deus em oração que Ele me desse a oportunidade de trabalhar dentro da Escola Adventista. No dia 1° de fevereiro de 2005 tive a alegria e emoção de participar da minha primeira capacitação como professora da Escola Adventista de Santa Efigênia. Já são quase 12 anos de gratidão a Deus por fazer parte da Educação Adventista e manter meus filhos, Késia e Gustavo estudando na Rede Educacional Adventista. Enquanto vivermos neste mundo teremos muitas lutas, mas com Deus, com certeza seremos vitoriosos. ``Que cada um procure fazer o melhor que lhe seja possível. Que os que se alistarem sob a bandeira do Príncipe Emanuel cresçam diariamente em graça e eficiência. ” (Conselhos aos Pais, Estudantes e Professores).

SEXTA 15/12

“...A nossa suficiência vem de Deus”. II Coríntios 3: 5

Neusa da Silva

Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Escola Adventista Santa Efigênia.

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IR AONDE DEUS MANDAR

SÁBADO 16/12

“Em seguida, ouvi o Senhor dizer: - Quem é que Eu vou enviar? Quem será o nosso mensageiro? Então respondi: - Aqui estou eu. Envia-me a mim” Isaías 6:8

Lucília H. Guimarães Almeida

Formada em Pedagogia. Pós-graduada em psicopedagogia Clinica e Institucional e Educação especial em inclusão. Professora regente do 4º ano EF. Escola Adventista Santa Efigênia.

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eus está atuando no mundo e quer que nos juntemos a Ele. Cumprir sua missão na Terra é parte essencial do viver para a glória de Deus. Sua missão é uma continuação da missão de Jesus sobre a Terra e Jesus não nos chama apenas para Ele, mas também para ir por Ele. Sua missão envolve dois grandes privilégios: trabalhar com Deus e representá-lo. Somos parceiros de Deus na construção de seu reino. Paulo, na Bíblia, nos chama de colaboradores e diz que somos companheiros de trabalho no serviço de Deus. O valor da missão é eterno. Ela fará a diferença no destino eterno das outras pessoas; logo, é mais importante que qualquer emprego, realização ou objetivo que possamos alcançar durante nossa vida na terra. As consequências de nossa missão irão durar para sempre, mas as consequências de nosso emprego não. Nada que façamos pode ser mais importante que ajudar as pessoas a estabelecerem um relacionamento eterno com Deus, por isso, precisamos ser diligentes com a nossa missão. Quando vamos aonde Deus manda, estamos semeando a verdade no coração humano. “Lança o teu pão sobre as águas”, diz a Bíblia, “porque depois de muitos dias o acharás”. Jesus nos chama para que andemos com Ele aqui mesmo na Terra, numa jornada que não nos leva para planeta algum, mas nos coloca diante de pessoas que buscam o Salvador e que querem e podem se unir conosco na grande viagem espacial que os remidos farão dentro de pouco tempo. Essa viagem passará não só pela lua, mas por todas as estrelas e vai terminar no Paraíso de Deus. Hoje mesmo existe alguém perto de você que precisa de sua ajuda para isso.


FUGINDO DO CHAMADO

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ra 1986. Chegava no IAE uma menina, aparentemente frágil, inocente e com medo do que poderia vir pela frente, mas com garras de uma leoa. Tinha muitos sonhos, uma vontade enorme de ser missionária, no entanto, tinha uma missão tão importante ou mais do que ser missionária na África, pois era para onde sonhava em ir. Hoje percebo que devemos plantar a semente do amor onde estamos. É ali que devemos fincar a planta de nossos pés. Não importa o lugar, as dificuldades e as adversidades; devemos estar prontos para missão. Depois de muitas lutas na colportagem, lá estava ela cursando o magistério. Antes mesmo de terminar o curso, casou-se com um pastor! Depois que saíram do colégio, imaginou que somente o trabalho do esposo seria a sua missão; entretanto, em todos os lugares que moravam, lá estava o convite para que trabalhasse na Escola Adventista. Fugiu uma, duas, três vezes. Porém os sonhos de Deus para a sua vida era, também, a Educação. Demorou a cair sua ficha. Gostava muito do que fazia e, desempenhava com amor. Andou boa parte do país, evangelizando, colportando, cantando com sua família, até que um dia, na Bahia, não resistiu mais a voz de Deus lhe chamando para marcar uma geração! Foi então que terminei o curso do magistério e decidi fazer pedagogia. De volta à minha terra natal, a bela Curitiba, recebi um convite para trabalhar como tutora para alunos de inclusão. No começo parecia assustador, mas com o tempo fui pegando o jeito e descobri que nasci para essa missão! Um dia, um de meus alunos, ao fazer uma prova de produção de texto com tema livre me perguntou: “Posso falar sobre minha tutora? ”. Que emoção. Ele me comparou a sua mãe. Ali, aquela menina, tímida, frágil, sem muitos sonhos para a vida, que só pensava em servir a Deus, foi ali, que a menina em mim reviveu, percebendo que estava ali sendo uma missionária para meus alunos. Agora, eu marco aqui uma geração.

DOMINGO 17/12

“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça”. Isaías 41:10

Sônia Regina Batista de Arruda Tutora dos alunos de Inclusão do EFII e EM. Colégio Adventista Portão.

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REFORMA INTERNA – PARTE 1

SEGUNDA 18/12

E Aquele que está assentado no trono afirmou: “Eis que faço novas todas as coisas! ” E acrescentou: “Escreve isto, pois estas palavras são verdadeiras e absolutamente dignas de confiança”. Apocalipse 21:05

Maisa Cristina Pereira dos Santos

Licenciada em Educação Artística/Música. Pós-graduada em Ensino Musical. Professora de Arte do 6º ano ao Ensino Médio. Colégio Adventista do Portão.

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u imagino que alguns de vocês já tenham passado por uma reforma interna em sua casa. Eu já e tenho minhas considerações não muito simpáticas sobre isso. A sujeira, o estranho dentro de casa, a demora, a quebra da privacidade são alguns dos inconvenientes que envolvem o processo de fazer essa mudança. Isso torna-se ainda mais complicado quando é preciso desfazer para refazer. Entendo nisso uma metáfora bem interessante daquilo que acontece dentro de nós, de forma até constante, se assim permitimos. As mudanças estão constantemente acontecendo pois Deus não descansa. Complexo torna-se o belo dia onde, resolvemos nos apropriar do papel de condutores. Isso, fundamentados em nosso entendimento. Decidimos então que nossa intimidade com Deus é boa o suficiente para, quem sabe, o “eu” fazer um “planinho” aqui e outro acolá. Afinal, Deus e eu somos tão amigos que Ele não irá se importar com algo um pouco diferente por aqui, já conheço a sua vontade! E assim deixamos o autor da obra sem uma opinião direta sobre o que estava construindo. Sabemos que o agir de Deus não envolve exatamente o “Plano” já muito bem estruturado por nós mesmos. Hoje eu entendo que, se você realmente almeja um caminhar com Deus, saiba que em algum momento dessa caminhada as coisas não vão acontecer exatamente como desejado. Quando menos esperamos nossos castelos desmoronam. Acho interessante quando isso acontece e quase que simultaneamente já erguemos aos céus nossos “porquês”. Eu aceitei essa condição de “obra em constante reforma” a pouco tempo. Não é fácil ser derrubado, não é fácil ver o revolver de Deus em sua vida, não é fácil ver todo o alicerce que sustenta os nossos “orgulhos” e consequentemente nossas alegrias serem postos por terra, colocando toda a nossa fragilidade a mostra. Dói quando somos expostos frente às pessoas que entendem ou conhecem um pouco de nossa história, mas a dor maior concentra-se quando nossa forma mais fragilizada é colocada frente aos julgadores. Ah! Os incríveis bons julgadores! Sim, incríveis! Como são bons no que fazem!


REFORMA INTERNA – PARTE 2

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construir de um bom projeto exige a destruição parcial ou até mesmo total daquelas “velhas e seguras” convicções já existentes. Esse destruir vem das formas mais adversas como, por exemplo, a perda da companhia de parceiros em sua jornada, perseguições intensas e por vezes agressivas a sua crença, familiares que ficam profundamente adoentados, notícias de incurabilidade, a depressão que toma lentamente o espaço dentro de sua mente, a solidão que frente aos enfrentamentos é óbvia. Mas o que não conseguimos ver durante o processo é que as dificuldades também podem ser de alguma forma agentes de mudança. Essas são possíveis situações nas quais algum dos leitores talvez se encontre, tenho a dizer que essas foram as intempéries difíceis que me açoitaram em um curto espaço de tempo. Foi muito difícil entender o processo enquanto acontecendo e confesso que tive uma atitude que eu própria julgava falta de fé e levantei por vezes um “Porque Senhor? ”, munido de sentimentos nada positivos sobre o agir de Deus. Em meio a todo esse movimento veio o trabalho, o retorno ao ambiente escolar. E voltar foi tão bom que posso chamá-lo de processo de cura! Educar já era algo que eu gostava, mas dessa vez tornou-se algo melhor. Enxergar novamente o outro, suas dificuldades e limitações, mostrou antes de tudo, a mim mesma. Entender novamente o meu papel como educadora e o quanto ele era significativo para outras pessoas e para mim mesma foi muito especial. No construir das vidas que foram colocadas em minhas mãos, eu consegui reconstruir um pouco da minha pessoa. Não posso dizer que todas as feridas foram resolvidas em sua totalidade, mas os curativos têm sido trocados. Infelizmente, os milagres que eu almejava fazem parte dos “planinhos” formatados por mim, que por hora, tive que arquivar. Aparentemente, Deus tem outros e tenho preferido os Dele. Quando fomos questionados sobre qual seria nossa missão, demorei a entender sobre o que deveria escrever e colocando em prática meu aprendizado pessoal, dessa vez não fiz nenhum “plano”! Entendi que aquilo que “eu” organizo não faz parte da formatação de ser humano que Deus almeja para mim. Sim! Porque caso você não tenha notado “Você também é uma obra”. E que venham as reformas!

TERÇA 19/12

E Aquele que está assentado no trono afirmou: “Eis que faço novas todas as coisas! ” E acrescentou: “Escreve isto, pois estas palavras são verdadeiras e absolutamente dignas de confiança”. Apocalipse 21:05

Maisa Cristina Pereira dos Santos

Licenciada em Educação Artística/Música. Pós-graduada em Ensino Musical. Professora de Arte do 6º ano ao Ensino Médio. Colégio Adventista do Portão.

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QUARTA 20/12

‘Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois, o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”. Josué 1:9

Daiane Elisa Miguel Franco Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica. Coordenadora da Educação Infantil ao 5º ano. Colégio Adventista Portão.

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TENHA UM ALVO DEFINIDO

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odos nós devemos ter alvos na vida. É bem provável que você tenha os seus. Talvez seja o de ingressar na faculdade e se formar em Engenharia, Medicina, Pedagogia entre outros cursos; ou até mesmo simplesmente arrumar um bom emprego. Quem sabe fazer alguma viagem especial. De qualquer forma, o mais importante é nunca desistir de perseguir seu objetivo. Certa vez, recebi um aluninho novo para o 1º ano do Ensino Fundamental I. Seus pais haviam feito a entrevista com a Orientadora Educacional e gostaram muito do colégio. As aulas iniciaram e aquele aluno passou a gostar muito da rotina do dia. Na entrada e saída, cantávamos músicas que falavam de Jesus, orávamos, eles sempre ouviam as belas histórias da Bíblia e, em momento apropriado, colocavam para Jesus os seus anseios e agradecimentos, mesmo ainda pequenos. Eu pedia a Deus que me ajudasse a ter em mente qual era a minha missão. Através desse pequeno menino, os pais começaram a ter curiosidade em saber mais sobre o que ensinávamos, já que ia muito além de conteúdos de Português e Matemática. Eles iniciaram estudos da Bíblia e agora são membros ativos na igreja Adventista do Sétimo Dia. Não nos esqueçamos dos alvos espirituais – orar, ler a Bíblia e falar do amor de Jesus. São alvos que produzem resultados não apenas nesta vida, atingem a eternidade! Precisamos ser fortes e corajosos, pois Deus estará conosco. Que essa seja a nossa missão.


SEJA PERSEVERANTE!

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em sempre é fácil ser perseverante, admiro aquelas pessoas que são insistentes, que, enquanto não chegam ao objetivo, não desistem. Semanas atrás li uma história que aconteceu nos EUA, no século XIX durante a corrida do ouro. Contava sobre um homem que encontrou, em sua terra, vestígios de ouro. Comprou equipamentos de perfuração e começou a trabalhar, ele sabia que tinha encontrado uma fortuna, mas, perfurou, cavou e não encontrou nada. Resolveu então vender sua terra, seus equipamentos e ir para outro lugar. O novo dono cavou apenas mais um metro e, para sua surpresa, ali estava a fortuna! Havia encontrado o tão esperado ouro, que o antigo proprietário havia desistido de encontrar, por achar que estava demorando demais. Muitas vezes isso também ocorre conosco, achamos que o que precisamos, ou os nossos sonhos, estão difíceis demais de ser alcançados; e então desistimos! Mas o Senhor nos diz para sermos fortes e corajosos, e, assim seremos vitoriosos. Temos inúmeros exemplos de sucesso na Bíblia, como Abraão, Davi e muitos outros que esperaram em Deus, não desistiram e no final obtiveram a vitória. E você o que tem feito? Desistido a um metro de sua vitória, ou esperado em Deus?

QUINTA 21/12

“Espere no Senhor! Seja forte! Coragem! Espere no Senhor! ” Salmo 27:14

Elisângela Januário de Souza Graduada em Letras. Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura. Mestranda em Educação. Professora de Língua Portuguesa e Literatura. Colégio Adventista Boqueirão.

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A RESPOSTA DE DEUS

SEXTA 22/12

“Pois sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. ” Romanos 8:28.

Josiane Silvino Gouvea

Graduada em Pedagogia. Professora regente do Período Integral. Colégio Adventista Boqueirão.

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credito que tudo que acontece em nossa vida tem um propósito, por isso, minha vida é conduzida por Deus. Em uma semana de oração, aparentemente como tantas outras que já havia participado, o desejo de matricular minha filha no colégio adventista falava alto comigo. Entretanto, financeiramente, seria impossível. Porém, os planos de Deus são maiores que os nossos. E, naquela semana especial na minha igreja, preenchi todos os dias meu envelope de oração, pedindo que conseguisse um emprego na rede adventista. Assim, se trabalhasse na escola, minha filha poderia estudar. Depositei em uma urna, em formato de tabernáculo, que haviam preparado para aquele momento. Após alguns meses, foi pregar em minha igreja o departamental de Educação. Ele não sabia, mas era a resposta de Deus às minhas orações; tudo então, começou a se encaixar. No final do culto, conversei com a então diretora da escola. Ela me sugeriu que levasse o currículo até à escola. A semana começou e meu esposo só conseguiu levar na sexta à tarde. Na semana seguinte, fui chamada para entrevista, e para honra e glória de Deus, fui contratada. Hoje, continuo servindo ao meu Deus cuidando dos pequenos. Muita coisa mudou, mas tenho certeza que “Até aqui, me ajudou o Senhor” e continuará me ajudando, pois tenho fé que sou escolhida, por Deus, para marcar uma geração.


ENSINE A CRIANÇA

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esenvolver atividades com crianças sempre foi um sonho para mim. Entrar em uma classe do rol do berço ou dos primários, e cuidar daqueles pequeninos de Jesus aos sábados pela manhã era um privilégio que se repetia a cada semana, quando ainda era adolescente. Ao estudar Pedagogia, percebi que poderia me envolver mais profundamente com a obra educacional, assim participar do crescimento físico, intelectual e espiritual destas pequenas criaturas, que me inspiravam a cada dia. Neste contexto, a emoção de ver uma criança entrar pela primeira vez em sua vida em uma escola, um ambiente completamente novo, com pessoas diferentes, acompanhar os primeiros momentos que são de dor e separação dos pais, mas também ao mesmo tempo conquistar sua amizade, ganhar sua confiança e amor não podem ser mensuradas, não existem adjetivos que possam exprimir este sentimento. O cotidiano de uma sala de educação infantil revela situações inusitadas, crianças que vêm de lares tão distintos e que possuem desde cedo uma bagagem de conhecimentos, especialmente nestes tempos de tecnologia avançada, mas ao mesmo tempo que precisam ser estimuladas no desenvolvimento de suas atividades por mais simples que possam parecer, que possuem hábitos que precisam ser corrigidos com amor, paciência e perseverança. Assim, a cada dia, em nossas atividades na rodinha de conversa, com a contação de histórias bíblicas, a oração, os cânticos, são introduzidos na rotina diária dos pequenos estudantes e vão marcando esta geração. Já é possível acompanhar de certa forma o retorno de todas as atividades desenvolvidas em aula e isto ocorre quando as mamães confidenciam dizendo: “Sabe professora, a minha filha fica em casa imitando você, coloca suas bonecas e passa a ser a professora Vilma”. Ou ouço que algum aluno diz em casa: “Precisamos fazer a oração antes de comer” ou “Meu filho começou a comer alface por ter plantado na escola e colhido sua plantinha”. Estas situações me fazem sentir que a sementinha está sendo plantada e que um dia poderá ser colhida. As famílias a que pertencem meus alunos são impactadas pelas novas do evangelho que tenho oportunidade de compartilhar diariamente com eles em sala. Minha oração diária é para que o Espírito Santo me conceda o dom do ensino e, na minha missão junto aos alunos, que eles tenham a oportunidade de conhecer Jesus como seu maior Mestre.

SÁBADO 23/12

“Ensine a criança no Caminho em que deve andar e até envelhecer não se desviará dele”. Provérbios 22:6

Vilma Rodrigues Halama Formada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Boqueirão.

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MARCAS COM PROPÓSITO

DOMINGO 24/12

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” Romanos 8:28

Taíse Borges Rocha Fuckner Graduanda em Pedagogia. Professora regente do 2º ano EF. Colégio Adventista do Boqueirão.

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empre tive dificuldades em conseguir entender em termos práticos esse texto. Como assim Deus se utiliza de todas as coisas (até as ruins) para o meu bem? Tive a minha resposta no ano de 2012, enquanto trabalhava na Escola Adventista de Blumenau. Quando eu tinha 7 anos, sofri muito com a separação dos meus pais. Pensar que o meu pai não queria viver mais comigo, deixou sérias marcas no meu desenvolvimento e definitivamente, não conseguia ver como Deus poderia utilizar essa experiência para o meu bem. Ao trabalhar na Educação Adventista, mais precisamente na Escola Adventista de Blumenau, me deparei com uma aluna que chorava compulsivamente no pátio da escola e ninguém conseguia fazê-la parar. Então, me aproximei dela e tentei me comunicar, sem muito sucesso no início, mas após um pouco de insistência, consegui saber o motivo de tanto desespero. “Professora, meus pais não param de brigar lá em casa, todo dia é uma discussão diferente. Hoje é uma coisa, amanhã é outra! Não vejo mais meu pais sorrirem, não vejo mais eles se abraçarem, acho que eles não se amam mais, acho que vão se separar”. Naquele momento, por providência divina, eu sabia exatamente o que falar para aquela aluna, sabia o que ela precisava escutar para se acalmar e onde ela conseguiria buscar forças para passar por toda esta situação. Não foi algo miraculoso, como se Deus falasse em voz audível aquilo que eu deveria falar, mas Deus falou para mim através da minha história como eu deveria conduzir aquela situação e, talvez, testemunhar a uma aluna que de outro modo não surtiria tanto efeito. Hoje eu sei que Deus age em todas as coisas para o bem, mas não são todas as pessoas que entendem isso. Esta é uma promessa condicional, somente aqueles que foram chamados por Deus para um propósito, percebem a ação dEle em sua vida.


A CAMPINA DO JORDÃO

A

o ler esse texto, nos deparamos com um personagem que, aparentemente, fez uma bela escolha para seu futuro lar! Ló e Abraão estavam separando suas terras, e Ló escolheu o que, para seus olhos, era o melhor lugar, a campina do Jordão: terra bem regada e em consequência, muito fértil. A população daquele lugar era próspera, isso encantou a Ló. Ellen White escreve que “Ló não levou em conta os problemas morais encontrados lá. Mal podia imaginar os resultados de sua escolha egoísta” (Os Escolhidos, p. 72). Deus destruiria aquelas cidades, ricas, de povo perverso. Mais tarde, Ló precisaria abandonar tudo o que possuía, perderia até sua esposa, pois, aquele lugar que, parecia o paraíso, tornou-se seu maior lamento. Ló poderia ter deixado aquelas terras para seu tio Abraão, mais velho que ele, até mesmo por um ato de gratidão, mas, em momento algum ele pensou no seu próximo, apenas via seu próprio lucro. Enquanto Abraão, permitiu que seu sobrinho escolhesse com qual parte daquelas terras ele queria ficar. Diria que Abraão foi altruísta, sabendo que poderia ter menos lucro que seu sobrinho, mesmo assim, deu a Ló a escolha das terras. Quando temos decisões a tomar, devemos pedir a orientação do Espírito Santo. Quando somos cristãos, devemos pensar que nossas decisões devem ser pautadas em princípios, guiados pelo Espírito de Deus. Se não temos essa orientação, somos ingratos, egoístas e até antiéticos, ou seja, nossa conduta não será a mais esperada e a mais correta. Lendo essa história, lembro de minhas decisões passadas. Minha escolha poderia ter sido outra quando me tornei professora. Talvez uma profissão mais rentável, de maior destaque na sociedade. Talvez, uma profissão mais tranquila, menos estressante, enfim, tantas outras vantagens eu poderia citar. Mas, escolhi trabalhar para Deus! Quando cursei pedagogia, meu intuito era um só: Educação Adventista. Deixei meu emprego por um estágio que pagava a quarta parte do salário que eu ganhava, até que eu recebesse meu diploma. Encantava-me a ideia de ser professora na Rede Adventista! Quão bom seria trabalhar numa instituição onde eu poderia falar abertamente do amor de Deus. E essa possibilidade é o que até hoje me inspira a permanecer na obra. Não perco uma só oportunidade de falar do amor de Deus e seus princípios aos meus alunos. Os frutos? Só saberemos no céu! Oro a Deus para que eu seja um testemunho vivo de Sua obra e que minha influência seja sempre positiva. Minha escolha foi impulsionada pelo amor à obra de Deus aqui nessa Terra, e não tenho nenhum arrependimento. Talvez, se eu tivesse escolhido ter um melhor salário ou maior status, minha vida hoje estivesse completamente afastada de Deus, o que, para mim, seria o maior lamento. Mas, pela Sua graça, fiz a melhor escolha.

SEGUNDA 25/12

“Levantou, Ló, os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra [...] Então, Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu para o Oriente...” Gênesis 13:10 e 11

Silvana da Silva Oliveira Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Orientação Educacional. Professora regente do 3º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

25 - Natal

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SONHOS

TERÇA 26/12

“Muitos são os planos no coração do homem, mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá”. Provérbios 19:21

Rosângela Alexandre Santos

Formada em Pedagogia. Pós-graduada em Educação Infantil. Professora regente do 2º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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L

embrando da infância numa cidade do interior, onde brincava de boneca, pulava corda, corrida de bets, me veem à mente os sonhos de infância. Eles são necessários para que tenhamos dias de alegria na nossa vida. O sonho vem colorir dias e noites, às vezes tristes, mas com ele, se renovam os desejos dos momentos. Podemos vagar por labirintos no qual preenchemos de sonhos a se realizar. Muitas pessoas sonham com poder, dinheiro, ambição e prosperidade. Mas, às vezes, se frustram por não os realizarem. O sonho terrestre, às vezes, não é realizado por não estar ao nosso alcance e sim no desejo de nosso Deus. Mas nós, cristãos, temos um grande sonho em nossa vida. O sonho de estar no céu, ver a Cristo olhando em Seus olhos, tocar em Suas mãos, sentar ao Seu lado e falar com Ele. E contemplar as belezas eternas daquele paraíso que não conseguimos nem imaginar. São estes sonhos que tento transmitir aos meus alunos. O Céu não vai ser tão doce se aqueles que Deus me confiou não estiverem lá. Mas para realizar este sonho desejado para todos, devemos estar cada dia nos preparando para nossos sonhos; para isso, meu coração precisa estar conectado com o de Deus.


DEUS É O GPS DOS SEUS ESCOLHIDOS

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resci no meio evangélico, onde meu pai é pastor de uma igreja. Em 2012 fui contratada para trabalhar no Colégio Adventista do Boqueirão e não imaginava que Deus tinha planos para mim. Comecei a fazer estudos com o Pastor Vanderson e depois com o Pastor Willian. À princípio, achei que não iria aprender nada “novo”, porém me surpreendi com o que estava aprendendo, nunca havia estudado as profecias de Daniel da maneira que os pastores me ensinaram, fiquei maravilhada. Pensava que já era conhecedora da Bíblia e questionava a Deus por qual motivo Ele havia me colocado no meio dos Adventistas, porém aos poucos fui compreendendo os planos e caminhos que Deus estava me guiando. Por isso, deixei o Espírito Santo trabalhar em meu coração, posso dizer que recalculei a rota da minha vida e deixei o Espírito Santo ser o meu GPS. Muitos amigos do colégio estavam orando por mim, a oração intercessora faz toda diferença, pois não enxergamos com nossos olhos a batalha espiritual que acontece a todo o momento. Confesso que já me sentia uma adventista, mas faltava coragem para assumir, pois teria que conversar com meus pais sobre o batismo. Conversei com a minha coordenadora, fui encorajada a tomar a decisão. Quando fui conversar com a Diretora sobre minha decisão, ela me disse: “-Estamos orando todas as segundas-feiras nas reuniões administrativas por você”. Com isso, meu coração se encheu de alegria e mais uma vez, e mais uma vez senti em meu coração que estava sendo escolhida para marcar uma geração de alunos ao caminho do Céu. O Espírito Santo confirmou em meu coração, como um sussurro em meu ouvido: Você foi separada para fazer a diferença na vida dessas crianças. Hoje, dia 14 de junho de 2016, estou terminando de escrever esta meditação, e uma semana depois será quando mostrarei para todos de que lado quero ficar – escolhi me batizar. Entendo que a missão só está começando em mim, e quero ter o privilégio de marcar a geração de alunos que Deus me confiar. Tenho certeza que o destino final é o Céu, e lá direi: “Valeu à pena, o Céu é mesmo doce! ”.

QUARTA 27/12

“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. ” Provérbios 3:5-6

Kamylla Akemy Kuroda Toma

Graduada em Pedagogia. Pós-graduada em Educação Infantil. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Boqueirão.

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APAIXONADA PELA MISSÃO

QUINTA 28/12

“Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações. ” Jeremias 1:5

Dyenne Alexsandra Rozendo da Silva Graduada em Pedagogia. Professora regente da Educação Infantil. Colégio Adventista Boqueirão.

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N

asci em 1992, numa família muito bem estruturada, um lar cristão e com muito amor. Deus me deu um pai professor, uma mãe professora, ambos trabalhavam em uma Escola Adventista. Meu pai era diretor e minha mãe supervisora. Desde bem pequena acompanhava meus pais no trabalho, porém, ainda não estudava, mas já era conhecida por todos na Escola, tanto eu, quanto meu irmão. Naquela época, era pura diversão. Brincava, corria, assistia aulas com meu pai. Porém era cansativo, acordávamos cedo para ir à Escola e voltávamos tarde, pois nosso pai era o primeiro a chegar e o último a sair. Em minha mente, as únicas coisas que se passavam era que jamais seria uma professora igual aos meus pais, eles trabalhavam muito! Os anos foram passando e meu pai foi transferido para a cidade de Curitiba, como capelão do Colégio Adventista Boqueirão e minha mãe como professora. Naquela época estava com 9 anos. Passei toda a minha fase estudantil no mesmo Colégio. Oito anos depois, estava concluindo meu Ensino Médio, e as dúvidas e incertezas sobre qual curso escolher vieram à tona. Não decidi sozinha, conversei com meus pais e eles me instruíram a orar, eu tinha certeza que Deus colocaria em meu coração a Sua vontade. Enquanto aguardava a resposta de Deus, comecei a pensar sobre as coisas que mais gostava. Pensei em várias coisas, mas a paixão por crianças dominava meus pensamentos. As datas do vestibular estavam próximas e ainda não sabia o que fazer, mas, foi durante a aula, quando uma amiga me perguntou se já havia decidido o curso que faria, meu coração ficou apertado e minha mente dizia para mim: Faça pedagogia! E aquele sentimento começou a queimar meu peito, foi nesse momento que senti que Deus estava me dizendo que seria professora, e que Ele me capacitaria! Meus estudos iniciaram em 2010 no UNASP e em 2013 assumi minha primeira turma, como professora regente na educação infantil. Desde então, busco orientação de Deus para realizar a minha missão aqui e ensinar meus alunos conforme a Sua vontade. Atualmente trabalho no Colégio Adventista Boqueirão, o mesmo que estudei por oito anos. Tenho a certeza que Deus colocou em meu coração o desejo de ser professora para marcar a vida dos meus alunos, marcar não somente por ser uma boa professora, ou por ser a mais carinhosa, mas marcar uma geração de alunos que amam e aguardam a volta de Jesus. Hoje não tenho dúvidas que escolhi a profissão certa, posso ser criticada por essa escolha, pois não é uma profissão reconhecida aos olhos humanos, mas tenho certeza que é reconhecida aos olhos do Pai. E será recompensada quando eu encontrar meus alunos no Céu! “Professores, que oportunidades são as vossas! Que privilégio está a vosso alcance, de modelardes a mente e o caráter dos jovens sob os vossos cuidados! Que alegria não será para vós encontrá-los em redor do grande trono branco, e saber que fizestes o que pudestes a fim de habilitá-los para a imortalidade! Se vossa obra resistir à prova do grande dia, soará aos vossos ouvidos, qual música a mais suave, a bênção do Mestre: “Bem está, servo bom e fiel. ...Entra no gozo do teu Senhor” (WHITE, Ellen. Conselhos aos professores, pais e estudantes, pág. 45).


SONHO REALIZADO

M

uito pequena, ainda na infância, lembro-me de ter o desejo de fazer algo que pudesse ajudar as pessoas. Tinha muitos sonhos, mas ser professora sempre foi o mais forte. Cresci, e chegou o tempo de decidir qual profissão seguir. Veio a sugestão da família e amigos próximos: administração. Fizeram uma propaganda tão boa do curso que acabei me convencendo. Iniciei o curso de administração. Cursei por um semestre e percebi que realmente não era o que queria para mim, por isso tranquei a matrícula. Nesse mesmo período fui convidada a liderar um clube de Aventureiros em minha igreja. Isso me pareceu desafiador demais, mas também interessante e importante demais para rejeitar. Por fim aceitei e realmente, foi um grande desafio. Tínhamos 22 crianças e uma equipe de apenas três adultos. Mas, a cada atividade realizada, cada sorriso que eu ganhava fazia me apaixonar cada dia mais por aquele clube. Com o passar do tempo, as crianças começaram a me chamar de professora e essa novidade deixou-me radiante de alegria. Essa palavra soava como doce melodia aos meus ouvidos. A partir de então, comecei a entender que deveria trilhar o caminho de educadora. Iniciei o curso de pedagogia, agora certa e feliz do caminho que estava à minha frente, e que aquele era o sonho de Deus pra mim. Tive várias dificuldades financeiras para concluir o curso. Porém, Deus proveu os recursos necessários. Passados 4 anos me formei e desde então trabalho no CAB, onde também estudam meus dois filhos. Aqui tenho a alegria de trabalhar alfabetizando crianças e também plantando a semente da esperança e da certeza de que Cristo logo virá. Sou professora, sou escolhida para marcar uma geração, sou feliz. Hoje posso dizer com certeza que Ele sempre guiou meus passos. Guiará o seus também, apenas confie e deixe Ele no controle!

SEXTA 29/12

“Este Deus é o nosso Deus para sempre. Ele nos guiará eternamente. ” Salmos 48:14

Janaína Santos de Andrade Rosa Graduada em Pedagogia. Professora regente. Colégio Adventista Boqueirão.

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LIÇÃO PARA A VIDA

SÁBADO 30/12

“Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e o mais Ele fará. ” Salmos 37:5

Barbara Elen Lemes Ribeiro

Graduada em Pedagogia. Professora regente do 1º ano EF. Colégio Adventista Boqueirão.

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S

empre achei que Deus fala conosco através de um sermão, de uma música, da natureza ou então das pessoas mais “experientes”. Mas agora percebo como era ignorante, pois foi através de uma criança de 5 anos que recebi o melhor conselho da vida, as palavras mais doces e sábias que poderia ouvir. Tudo aconteceu numa tarde fria de inverno, uma época em que minha vida passava por uma das maiores e mais difíceis provações, tudo parecia obscuro e perdido. Minha vida já estava funcionando no automático, sem muito entusiasmo. Mas apesar de tudo, tinha o meu refúgio, o lugar onde os problemas eram deixados de lado: a minha sala de aula. Estar com meus alunos era a única coisa que me alegrava e me empolgava. Era ao lado deles que esquecia tudo, ali não pensava em mais nada, somente neles! E foi exatamente um deles que Deus usou para falar comigo, me mostrar o sentido e plano de Deus para minha vida. Lembro–me como se fosse hoje: Estava contando a história de Abraão, um homem que entregou sua vida por completo a Deus e se deixou ser guiado. Lembro-me de falar da fé de Abraão, do quanto ele confiou plenamente no que Deus planejava para ele. Comecei o questioná-los sobre o significado de fé e foi naquele momento que Deus falou comigo, meu pequeno aluno me olhou e disse: “Sabe profe, fé é exatamente isso, você entregar sua vida a Deus e não se preocupar, mesmo que tudo parece impossível de se resolver. Deus sempre sabe o melhor, afinal, fé é como o vento, não podemos ver nem sentir, mas está ali. ” Acredito sim, que Deus usou meu aluno para me mandar um recado, me mostrar que não importa as circunstâncias, devemos constantemente entregar nossa vida ao Senhor e confiar nEle.


TERMINOU

É

... o ano terminou. Toda uma sequência de acontecimentos, experiências, histórias, encontros e desencontros chega ao seu final, mais uma vez. As atividades profissionais dos escolhidos também chegam a uma pausa, necessária e revigorante. Mais um merecido recesso, a coroação de todo um período de trabalho. Para ser sincero, e enquanto escrevo, oro para que você não tenha a oportunidade de ler esta mensagem, que a contagem do tempo na terra tenha terminado, que Jesus tenha voltado, que este ano termine no Céu... ou melhor, que este tempo nunca mais termine, e por toda a eternidade. Mas se você está lendo, enquanto as últimas horas de mais um ano escoam através dos ponteiros do relógio, uma pergunta é quase inevitável: como foi 2017 para você? Certamente um ano de muitas conquistas, de mais alegrias do que tristezas, de confirmação da missão, de muitas certezas, de mais tempo passado com Jesus, de mais proximidade com o Céu. Quantos relatos maravilhosos – que ocupam as páginas deste devocional – foram mais uma vez confirmados, quantas mentes curiosas foram encaminhadas ao Autor de toda a criação, quantas almas reafirmaram a decisão de trilhar diariamente o caminho certo, através da sua influência, do seu trabalho! E se este foi um ano muito feliz em sua vida, aproveite o momento de parada e agradeça ao nosso bom Deus. Afinal, Ele ainda continua presente, e cuidando de você! Mas... como ainda vivemos em um mundo de pecado, pode ser que este ano não esteja terminando exatamente como você gostaria. Pode ser que o seu balanço anual feche o ano no vermelho, com saldo devedor, e que você venha orando bastante para que o ano acabe logo. Se você derramou muitas lágrimas ao longo dos últimos meses; se os relacionamentos, a saúde, o momento profissional, tenham parecido bem complicados nestes últimos dias, e a vida esteja lhe entregando mais dúvidas do que certezas, bem... Esta mensagem também é sua. Aproveite o momento de parada e agradeça ao nosso bom Deus. Afinal, Ele ainda continua presente e cuidando de você! Para todos nós, assim como a Bíblia apresenta a criação do mundo nos primeiros capítulos do livro de Gênesis, ela apresenta a recriação, nos últimos capítulos do Apocalipse. E se que cremos em um novo Céu, e também em uma nova terra, onde o pecado não mais existirá, a promessa do texto de hoje, também é nossa. Não apenas uma página nova em um calendário passageiro, mas um recomeço verdadeiro, uma página virada na história do universo, uma eternidade sem pecado, sem lágrimas, sem dor. Por isso, neste momento de fechamento do ano, e até que Ele venha, deixo o recado de Ellen White, apenas um pouquinho das suas “Visões do Céu” (p. 130-131): “O Senhor breve virá. Falemos nisso, oremos por isso, creiamos nisso. Tornemos esse tema uma parte de nossa vida. Teremos que enfrentar o espírito de dúvida e objeção, mas ele cederá em face da confiança firme e coerente em Deus. Ao se apresentarem as perplexidades e empecilhos, elevemos o espírito a Deus em cânticos e ações de graças... Não devemos estar tristes, mas animados, e ter sempre perante nós o Senhor Jesus... Devemos estar prontos e aguardando o Seu aparecimento. Oh! Quão glorioso será vê-Lo e receber as boas-vindas como remidos Seus! Por muito tempo temos esperado; mas nossa esperança não deve diminuir. Se tão somente pudermos ver o Rei em Sua formosura, seremos para sempre benditos. Tenho a sensação de que devesse exclamar alto: Rumo ao lar! ”

DOMINGO 31/12

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4

Jeferson Elias de Souza

Formado em Administração. Pós-graduado em Gestão Educacional. Diretor da rede de Educação Adventista na região Central do Estado do Paraná.

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INSCRIÇÕES PARTICIPE!!!

VOCÊ PODE SURPREENDER-se!

Na Secretaria Escolar

27/04 - 1a fase 23/05 - 2a fase


03 de Setembro

Auditório Nepomuceno de Abreu - CAP

INSCRIÇÕES DE TRABALHOS CIENTÍFICOS ATÉ 26/07/2017 ÁREAS: . ARQUEOLOGIA . Paleontologia . GEOCIÊNCIAS . MEIO AMBIENTE Consulte os editais na secretaria escolar

O EVENTO COMPORTARÁ: . MOSTRA ARTÍSTICA . MOSTRA DE MAQUETES . CAMPEONATO DE PONTES DE PALITO DE PICOLÉ . LANÇAMENTO COLETÂNEA LITERÁRIA VOL. 2 . LANÇAMENTO MATRÍCULAS/2018


Heróis de Terra Nova

IMAGINE ESTA HISTÓRIA! Agora, é só escrever.

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2o livro da coleção - coletânea literária Genero 2017: Contos. Envio dos textos: 30 de junho


Não é todos os dias que se faz 120 anos!

Contudo, nossos PRINCÍPIOS e VALORES, nunca mudam.

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Os Ungidos

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Este é o segundo volume de uma série de cinco livros adaptados pelos Depositários do Patrimônio Literário White. Seu objetivo é esclarecer as mensagens do Grande Conflito a uma nova geraçäo de leitores. Nesta coleçao você encontrará as grandes verdades publicadas nos volumes originais em um formato mais acessível para os leitores do século 21.


CAMPEONATO DE PONTES DE PALITO DE PICOLÉ

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO - ACP INSCRIÇÕES ATÉ

26/07/2017

PELO SITE: http://sin.acpr.org.br/


Você já provou do céu?! Os alunos e colaboradores da Educação Adventista na região Central do Paraná provaram, e aqui relatam em posias e versos, sobre este céu tão sonhado e aguardado. Experimente você também, adiquira através do fone: 0800 41 7800




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