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AO LEITOR MÃOS À OBRA A disposição de participar, espontaneamente, de ações pelo bem comum, emprestando o próprio talento a iniciativas que ajudem a construir um mundo mais humano, atrai número crescente de homens e mulheres. Mais exatamente, um a cada dez cidadãos estaria engajado em trabalhos voluntários, de acordo com pesquisa da Fundação Itaú Social. Proporção três vezes maior já teve a experiência de atuar em projetos dessa natureza. A maioria, atraída pela expectativa de “sentir-se útil e fazer o bem”. Cada vez mais, ser voluntário conta pontos, também, no status profissional, desenvolvendo competências voltadas à liderança e ao relacionamento, como apontam consultores ouvidos pela Revista 21. Reportagem que começa na página 40 mostra pessoas que se encontraram no voluntariado, além de instituições e empresas identificadas com a prática, como o Corpo de Bombeiros e o Hospital Dona Helena. “O compromisso social se estende ao ambiente corporativo e reforça o perfil multifuncional dos times”, endossa Emerson Za-
ppone, diretor de operações da Embraco, que mantém programa de voluntariado há mais de 12 anos. Também com forte viés público, o modelo dos chamados negócios sociais chega a Santa Catarina. Em maio, a Yunus Negócios Sociais anunciou a criação de uma representação regional em Joinville. Por definição, essa modalidade de negócio tem foco em soluções para problemas sociais ou ambientais, sendo autossustentável financeiramente – o êxito desses empreendimentos não é mensurado pelo lucro, mas pelo impacto social. Reportagem sobre o tema pode ser lida na página 48. Na mesma linha, a entrevista com o renomado designer Marcelo Rosenbaum, na página 8, mostra o êxito de um projeto que estimula pequenas comunidades dos recônditos do Brasil a trazer de volta a cultura de seus ancestrais, para a concepção de objetos de artesanato, em um trabalho que leva melhorias sensíveis para essas populações. São bons caminhos para a redução das desigualdades sociais no país.
NESTA EDIÇÃO 8 Essência social do design 14 O balanço da gestão Martinelli 17 Casa do empresariado completa 10 anos 28 Toque japonês nos objetos de desejo 30 Giannetti analisa os cenários da economia 38 Os números do eleitorado joinvilense 40 O viés do voluntariado 50 Na hora das compras, a união faz a força 53 Produtos especiais para restrições alimentares 56 Marcas locais vão às Olimpíadas 58 Vitae: o acordeonista do hotel 62 Marketing assertivo 64 Livros para sua cabeceira 72 Por que negociação é tensão ARQUIVO PESSOAL
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VAMOS A BARCELONA?
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BANCO DE IMAGENS
Número 25. Maio e junho de 2016 Em alusão ao novo século, pleno de desafios, a Revista 21, publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij), aponta, ao mesmo tempo, para o momento atual e para o futuro, para o contemporâneo e para o que está por vir. Tem por objetivo levar informação de qualidade ao leitor sobre os grandes temas de interesse da classe empresarial, sempre com visão local.
Será preciso investir menos em equipamentos e mais em inteligência
A OUTRA REVOLUÇÃO NECESSÁRIA O modelo atual de formação para a indústria acabou. Cerca de 65% das crianças de hoje estarão em empregos que ainda não existem. A chamada quarta revolução industrial já chegou, transformando as empresas – e a sociedade. Esse tema tão palpitante, que foi discutido em painel da Expogestão por executivos e representantes de instituições de ensino, deixa a certeza de que a principal matéria-prima dos novos tempos é a informação. José Hahn Filho, presidente da Pollux Automation, advertiu em sua fala que as grandes empresas poderão ter as posições ameaçadas pelas pequenas – mais rápidas e ágeis. Como são, também, as mudanças que transformam, todos os dias, a indústria global. Será preciso investir menos em máquinas e equipamentos e apostar, mesmo, na inteligência. A interconectividade e a supercomputação, com ampla disponibilidade de dados em função da nuvem, tiram os principais projetos de dentro do espaço físico das fábricas. Para completar, Valsoir Tronchin, vice-presidente de vendas e inovação da SAP Brasil, destaca que os custos desses projetos e processos devem cair ainda mais. Uma das maiores preocupações do futuro que já chegou é a segurança cibernética. “A confiança vai ser, cada vez mais, o ativo mais importante das empresas e da nova economia.” O grande impacto corporativo dessa quarta revolução industrial é, ainda, o aperfeiçoamento, a massificação e a redução drástica dos investimentos em equipamentos. E quem vai estar à frente do processo? Quem vai preparar, enfim, crianças e jovens para a era digital? Quem será o principal personagem da verdadeira mudança de paradigmas – apontada como essencial, no sistema de ensino brasileiro? O desafio está lançado.
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Conselho editorial Ana Carolina Bruske (diretora financeira) Débora Palermo Melo (Acij) Diogo Haron (Acij) Carolina Winter (Winter Comunicação) Simone Gehrke (EDM Logos) Jornalista responsável Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS) Produção/Edição Mercado de Comunicação/Guilherme Diefenthaeler/(reg. prof. 6207/RS) Reportagem Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline, Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline Lopes Projeto gráfico, diagramação, ilustrações e infográficos Fábio Abreu Fotografia Peninha Machado, assessorias de imprensa Impressão Tipotil Indústria Gráfica (47) 3382-2238 Tiragem 3,5 mil exemplares Publicidade revista21@acij.com.br
Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 3461-3333 acij.com.br twitter.com/acij facebook.com/acijjoinville
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A FOTO DA CAPA Um achado na Feira de Antiguidades da Expoville. A dona de casa Fátima Hofmann, que gosta de frequentar feiras e sebos, encontrou a imagem ilustrando um cartão postal – e logo compartilhou no “Joinville de Ontem”, grupo de Facebook. Em cena, o Corpo de Bombeiros Voluntários, criado em 13 de julho de 1892. Resultado da cultura empreendedora e solidária dos imigrantes, a instituição foi pioneira no Brasil. Na foto, a equipe traja uniforme e leva seus equipamentos, como bombas manuais e baldes de lonas. O registro foi originalmente utilizado em carta, com selo datado de 1992. O trabalho da corporação é enfocado em reportagem sobre voluntariado, nesta edição.
Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville, entre em contato com a redação pelo revista21@mercadodecomunicacao.com.br. A foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições.
A REVISTA EM FRASES DIVULGAÇÃO
“Se a burocracia tributária brasileira pelo menos estivesse na média da América Latina, teríamos um país mais atrativo ao investimento estrangeiro”
“O Brasil tem mais 15 anos de bônus demográfico, mas, quando virar a taxa de dependência, a conta previdenciária, que já é pesadíssima, explode. Se não agirmos agora, só vai piorar”
Evanildo Lins, sócio da Lins Karnopp & Advogados, página 27
Eduardo Gianetti, economista e cientista social, página 30
“Não acredito em responsabilidade social. Se você fala em responsabilidade social, de outro lado, significa que não está tendo essa responsabilidade. O sonho é integrar tudo, tudo ser responsabilidade social. Para que uma empresa trabalha? Para servir. O mesmo para os políticos. Para o trabalho. Tudo é social” Marcelo Rosenbaum, designer, página 11
“Neste contexto de instabilidade, a formação acadêmica para um
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ambiente econômico produtivo exige parceria e cumplicidade dos centros de formação com as forças empresariais” Fabiane de Amarante, gestora de Graduação e Pós-Graduação da Fundação Cenecista de Joinville (FCJ), página 20
“A melhor estratégia é investir na valorização do cliente, fidelizálo à marca, personalizar o atendimento e o pós-venda” Márcio Nascimento, gerente do Grupo Barigui, página 21
“O voluntário passa a valorizar mais as pequenas coisas, a vida, o meio ambiente e o patrimônio. Adquire maior senso de responsabilidade e segurança” Jaekel Antonio Souza, comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, página 46
“Percebemos a oportunidade de ganhar volume juntando nossas compras. É bom para as empresas nucleadas e também para os fornecedores, que ganham 14 clientes qualificados” Francisco Hackbarth, engenheiro, presidente do Núcleo de Construção da Acij, página 51
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ABRE ASPAS
MARCELO ROSENBAUM
O que o design pode fazer pela humanidade? Por Guilherme Diefenthaeler Remoto povoado do sertão brasileiro, Várzea Queimada se situa no interior do interior de Jaicós, cidadezinha de 18,5 mil habitantes a 352 quilômetros de Teresina, a capital do Piauí, no Nordeste brasileiro. A região é marcada pela seca – são oito meses por ano sem um pingo de chuva. As casas não têm infraestrutura básica, como água encanada ou energia elétrica, e a população vive da agricultura de subsistência. Pois há cinco anos uma equipe multidisciplinar de 47 profissionais comandados pelo designer Marcelo Rosenbaum escolheu esse ponto esquecido do mapa para implementar o projeto “A Gente Transforma”, embasado no resgate de culturas ancestrais e das raízes populares para a concepção de objetos de artesanato. Em Joinville, onde ministrou concorrida palestra na Expogestão, Rosenbaum informou que esse verdadeiro negócio social já promoveu melhorias sensíveis na comunidade de 900 moradores, dos quais 60 mulheres trabalham no artesanato. A atividade feminina é a criação de peças de palha e carnaúba, enquanto os homens reciclam borracha de pneus, que viram itens como tapetes, colares, chaveiros, anéis e rosários. Os produtos são vendidos em mais de 20 lojas de design de luxo, no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e em outros grandes centros. O projeto foi tema da celebrada São Paulo Fashion Week, em 2012, inspirou exposição no Masp, e há boas perspectivas de ganhar o mundo, com a exportação das peças. Nesse embalo, o escritório de Rosenbaum encontrou oportunidades de repetir o modelo em outros lugares, do Maranhão ao Peru. Em entrevista, o designer discorre sobre o conceito de “design essencial”, reitera que a ênfase do trabalho realizado está na proposta de cocriação e assinala o “potencial gigantesco” da economia criativa no país.
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FOTOS: ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
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Qual é a transformação que o design pode promover? Chamamos de design essencial. E aprendemos a fazer isso com o projeto “A Gente Transforma”. Vamos para as comunidades do Brasil profundo, olhamos para a cultura a partir da ancestralidade dos saberes. Visualizamos os valores essenciais das comunidades, considerando que o país tem o tamanho de um continente, onde já moravam os índios, foi construído por negros e até por volta de 1880 não tinha universidade. Ou seja, eram, todos, saberes de subsistência, misturando índios e negros com portugueses. Era tudo na mão, artefato mesmo, com técnicas específicas – o que foi se perdendo com o tal do desenvolvimento. E esse saber todo vem sendo desperdiçado. Nós nos posicionamos como um agente transparente, invisível; vamos conversar com a comunidade, aprender a olhar e reconquistar esses saberes. A partir desse envolvimento é que a gente pensa no objeto, que pode se iniciar como um artesanato, em verdade, um produto de subsistência que, na origem, não foi feito para enfeitar. É a essência do design – porque design é desígnio, pela própria etimologia. Designar a serviço do homem. Ninguém resolveu desenhar uma cadeira, simplesmente: o ser humano precisou sentar, chegou alguém e designou uma cadeira para aquele ato que não seria mais sobre o chão. A mesma coisa vale para um prato, uma casa etc. É tudo desígnio. Buscamos exatamente este inverso, reconquistar, trazer de volta, estimular a comunidade a examinar o que os seus avós faziam, e pensar também no processo, no mercado, em formas de produção. Então a ideia é buscar nas comunidades referências para o desenvolvimento de produtos? Sim, com elas mesmas. Uma cocria-
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ção, é junto com a comunidade que a gente desenvolve esses objetos. O trabalho é uma memória dos seus ancestrais, eles já faziam e deixam de fazer porque hoje, com o 1,99, compram um balde de plástico, não precisam mais do cesto de palha. É mais barato, sai de recurso natural de petróleo, que vem da terra, vem de avião da China, chega aqui e ainda é mais barato do que um cesto de palha – que você tira da árvore sem matá-la. Você faz à mão, junta as mulheres para conversar, promove um relacionamento entre elas. Nosso trabalho é tirar esse produto que estava perdido e que as conecta com a pobreza, levar para outro mercado, onde a gente conta a história da herança disso, e retorna como dinheiro, por meio da cultura. Em que locais este trabalho já foi implantado? Vários pontos do Brasil. No sertão do Piauí, em Várzea Queimada, na Chapada do Araripe, uma das regiões mais pobres do país, onde a população vive oito meses de seca por ano. Não é que lá não haja desenvolvimento humano – tem muito amor, muito “desenvolvimento”, um senso de integração e de família que vi em poucos lugares no mundo. O que eles não têm são oportunidades. Lá, começamos há seis anos. Com o saber do fazer o cesto de palha de carnaúba, que havia se perdido, conseguimos identificar com elas uma peça que existia ainda, que chamavam de lixo, iam jogar fora, e hoje é patrimônio imaterial brasileiro. Foi escrito um livro e produzido um documentário sobre Várzea Queimada, a partir do saber do cesto que já foi lixo. A comunidade está pensando em turismo com base comunitária e já recebeu muitos visitantes. Uma forma de manter os recursos para a permanência da cultura – afinal, sem isso, o turismo deixa de existir.
Que outros impactos a ação produz? O dinheiro é reinvestido no centro comunitário que a gente construiu com eles, estão com a produção do artesanato para o ano inteiro comprometida. Nessa comunidade, são 900 moradores e há 60 mulheres no artesanato. Instituímos uma associação de moradores, com 30 lideranças, entre jovens, idosos, mulheres e homens, que estão pensando no modelo para a comunidade. Basicamente, todos pertencem a duas famílias, os Barbosa e os Carvalho. Já estou aplicando o modelo em uma aldeia indígena no Acre e o governo do Peru me contratou para esse trabalho de ressignificação do artesanato peruano, por intermédio do Ministério do Comércio Exterior e Turismo do país. É, enfim, uma forma de olhar o design. A indústria Suzano também acabou de me contratar para aplicar a metodologia na Estrada do Arroz, no Sul do Maranhão, com as mulheres quebradeiras de coco que estão perdendo sua tradição. O trabalho pode ser realizado em qualquer lugar do mundo. Como é design, envolve processo, cocriação, essência. E se vê muitas empresas que perderam a sua essência; tudo vira meta, para se atingir números e lucro. Nessa relação, perde-se a essência daquele fundador por onde tudo começou e de onde saiu tudo. Entender e valorizar esse saber é o que constitui a economia criativa. Quais são as características de uma comunidade para tornar viável um trabalho nesses moldes? Já comecei a fazer esse projeto em uma comunidade urbana, uma favela. Mas, com tráfico de drogas instituído, política, fica mais complicado. Várzea Queimada é um grande laboratório. Uma comunidade esquecida, abandonada, no sertão. Quando falei, em São Paulo, que iria levar um projeto ao Piauí, as pessoas estranharam, “o que você vai fazer lá?”.
não ir com nada preconcebido. Chamo sempre uma equipe multidisciplinar, pesquisador, designer, produtora, designer gráfico. A gente não vai com uma ideia feita, pensando em porta-guardanapo ou apoio de mesa ou cesto. A imersão faz parte do processo. Nesse movimento, existe um vazio, um caos, permitir-se escutar o vazio, deixar as coisas fluírem em um tempo que está lá, mesmo que não seja rápido. É é um aprendizado dos mais interessantes. Trocar, cocriar, discutir as ideias...
Cestos de palha de carnaúba produzidos no interior do Piauí são encontrados em lojas elegantes, nos grandes centros do país
Chegando ao Piauí, falei que estava indo para Jaecós, que é o município onde Várzea Queimada se localiza. Amigos de Teresina não entenderam. Em Jaecós, com o pessoal da prefeitura: “O que você vai fazer em Várzea Queimada?” É o esquecido do esquecido do esquecido. Mas a comunidade guarda todos os saberes, por conta desse abandono; está tudo lá, de alguma forma. Lá, também estavam comprando plástico de 1,99, olhando para a internet, o sonho deles é ter cerâmica supercolorida, janela nova de alumínio, telhado de fibrocimento no lugar do barro, fazer edificações de outros formatos. Observam esse futuro e acham que o cesto de palha é pobreza. Não querem voltar àquilo. A mesma coisa no Maranhão. Os filhos das quebradeiras de coco que amam estar em contato com a natureza, que veem o babaçu como uma grande entidade, vão se divertir. Mas há sofrimento. A indústria de cosméticos compra aquilo como
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commodity, estipula valor, paga R$ 5 pelo litro do óleo de babaçu, enquanto nas feiras locais pode se vender por R$ 14 – mas aí tem que ir, embalar, ficar lá, é uma vez ou outra que se vende. As indústrias compram para sempre. Esses lugares são perfeitos para trabalhar, mas no Brasil isso se encontra em qualquer esquina.
ECONOMIA CRIATIVA O futuro está na economia criativa? Você percebe as empresas se movimentando nesta direção? Há um potencial gigantesco de conexão, mas a economia criativa desconectada dos saberes ancestrais é complicada. Gosto de pensar na manutenção desses saberes. Tem várias possibilidades de economia criativa. Olho o aspecto das comunidades, fazer à mão e desenvolver um espaço desses. Mas, em um país como o nosso, o potencial é riquíssimo, um brilhante, uma mina de ouro. E o que as empresas podem aprender com esse conceito? Primeiro: a gente chega nos lugares para escutar. Parte da metodologia é
Você acha que o modelo também seria inspiração para os projetos de responsabilidade social das empresas? Não acredito em responsabilidade social. Se você fala em responsabilidade social, de outro lado, significa que não está tendo essa responsabilidade. É um grande equívoco, uma crença errada. Temos que caminhar para ser integrais. O sonho é integrar tudo, tudo ser responsabilidade social. Para que uma empresa trabalha? Para servir. O mesmo para os políticos. Para o trabalho. Tudo é social. Nessa cocriação, vocês interferem no processo ou é apenas um resgate do que era feito originalmente? A gente interfere em acabamento, pega o fio da meada, o pensamento daquilo, considera proporções, pensando no mercado. Como vão trabalhar coletivamente, pensamos em uma linha de produção. Agregamos valor. No Peru, trabalhei com tecelagem, com algodão nativo, que já nasce com sete cores naturais, e o tear é um tear de cintura que os povos locais usavam ainda antes dos incas. E elas estão deixando de fazer o que seus avós faziam por conta de suvenires. O artesanato corre este risco: quando falo para grandes empresários que trabalho com artesanato, a primeira coisa que falam é que preci-
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sam de brinde para a firma, “preciso de 4 mil brindes, será que vão entregar?” Não faço brinde, não é este o foco. Estou trabalhando com design. Sabe Hermès? Prada? São caras porque são marcas e porque os produtos são feitos à mão e continuam trabalhando as tradições. Todo mundo paga porque é chique. Por que o feito à mão no Brasil tem que ser barato? Como é feita a distribuição destes produtos e a capacitação das pessoas? Não acredito em capacitação, é uma palavra de fora para dentro. Acredito no ritmo e no talento das pessoas. Sou capacitado mais do que eles, a partir do trabalho. Aprendo mais do que eles. É uma descolonização. Observar como estão vivendo naquele ritmo. Chegar em uma comunidade dessas e esperar que vire uma indústria está errado, está colonizando. Saber o que e quanto vão ganhar? De repente, neste momento, a questão não é o dinheiro; são muitos processos relacionados, todo um movimento. Até saber o que se faz com o dinheiro, como divide, porque isso fica lá: a gente vê que os benefícios estão sendo colocados comunitariamente. Não é toda comunidade que trabalha. Causa ciúmes, como em qualquer lugar. E cada comunidade tem um certo perfil. Trabalhar com índios é muito diferente. O cacique é o “presidente” e é família. Lida com uma questão social complexa. Ao mesmo tempo, é o gestor de um Estado, a aldeia indígena, e uma família. Imagina você viver só com sua família, primos etc., e ter que gerir isso... É a realidade dos índios. E a realidade deles nunca foi trabalhar com dinheiro, não há pertencimento. Tanto que os portugueses chegaram e “descobriram” o Brasil, porque os índios não acreditavam que aquilo era deles. Eles estavam apenas usando aquele território, dado pelo grande espírito.
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Projeto “A Gente Transforma” na comunidade do Parque Santo Antônio, em SP
Então, cada caso é um caso. Claro que tem um mercado, tem as necessidades de entrega, mas dessa forma dá muito mais certo. Onde os produtos são vendidos? São mais de 20 pontos no Brasil, tudo loja de design. Tem possibilidades de levar para fora do Brasil, lojas bem legais de design interessadas no produto. Estamos avaliando a questão de exportação, mas já fizemos algumas vendas para França e Inglaterra, por exemplo. Vale dizer que o grande problema do Brasil é logística. Uma loucura, mas damos conta no amor. É uma emoção para cada pedido fechado. A comunidade pega um caminhão que está vindo para São Paulo, de um amigo, com a caçamba vazia... Eles interceptam o caminhão no meio da estrada, correm para levar as caixas, colocam no caminhão e os produtos chegam a São Paulo, de onde são distribuídos para outras lojas. Com tanta informalidade, como conseguem garantir prazos? Todo produto chega. Mas estamos profissionalizando o projeto. Começou com investimento do próprio escritório. É fruto de muito esforço. Tinha tudo para dar errado: a gente está falando de um lugar distante, que não trabalhava com artesanato. Mas está funcionando. Com isso, ganhamos força e estamos conseguindo organizar. Já fizemos duas coleções. Sou curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, na parte de design, e uma das minhas missões era chamar cinco designers consagrados para criar produtos para os colecionadores do museu. Levei esses designers para Várzea Queimada, para atuar com a comunidade, dentro da metodologia do design essencial. Foi um sucesso. E os materiais foram para o museu. O projeto também envolve essas dimensões da mudança de opinião pública. Os produtos chegaram, levaram renda para a comunidade. Estou falando de uma startup, um exercício que vem acontecendo em lugares tão distantes quanto o Peru e uma aldeia indígena no Piauí. Também fui convidado pela Fundação Bradesco para fazer o projeto das novas moradias dos alunos de um dos internatos deles. E fui fazer esse trabalho de cocriação com os estudantes. Deu muito certo. A Fundação Amazônia Sustentável está me chamando para um trabalho com comunidades ribeirinhas, no Amazonas.
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FOTOS: PENINHA MACHADO E DIVULGAÇÃO
Advogado identifica os principais desafios do trabalho, com ênfase em bandeiras de interesse público
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O balanço de Martinelli O advogado João Joaquim Martinelli assumiu a presidência da ACIJ há dois anos, em um momento político-econômico conturbado. Durante dois mandatos, trabalhou e defendeu as bandeiras da casa e da comunidade. “O cenário interferiu em tudo aquilo que pensávamos em fazer. Quando você fala, por exemplo, em investimentos em infraestrutura, sabe que o Estado e o município têm como principal preocupação pagar a folha, e fica difícil reivindicar muitas coisas”, afirma. Prestes a entregar o comando ao sucessor, Martinelli faz um balanço da gestão e destaca, em entrevista, os principais desafios assumidos no comando da ACIJ, sublinhando a relevância pública da entidade.
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INFRAESTRUTURA
Quando assumimos, tínhamos algumas bandeiras importantes. Queríamos duplicar a Hans Dieter Schmidt – estamos com o projeto pronto, logo começaremos a negociar com o governo estadual para verificar prazos e de onde virão os recursos. Também queremos a duplicação da Dona Fran-
cisca e já conseguimos o projeto. Começa agora a batalha da busca de recursos. E queremos um novo acesso à BR-101. Mas, em todas essas vias, a duplicação esbarra em um negócio chamado dinheiro. É difícil discutir sobre dinheiro quando o quadro é de escassez de recursos.
HOSPITAL
Lutamos pela construção de um novo hospital, mas, por enquanto, conseguimos a ampliação do Hospital Hans Dieter Schmidt. A ideia continua de pé. Não se trata de um hospital sustentado pelo Estado; é um hospital construído pelo governo, administrado pela iniciativa privada e doado para a comunidade.
SEGURANÇA
Brigamos também pela questão da segurança. Nesse item, queríamos chegar ao fim do mandato com 200 câmeras instaladas. Ao que tudo indica, teremos as 200,
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Ampliar rede de monitoramento em Joinville foi uma das reivindicações ao governo estadual: “Vamos continuar insistindo para chegar às 400 câmeras”, diz o presidente
mas queremos 300. E a ACIJ vai continuar insistindo. Adotamos uma frase: “Se a ACIJ não fizer, quem fará?”. Porque nós brigamos por essas coisas. As pessoas nos pedem para brigar com o governador por mais homens na polícia. Sabemos que precisamos de mais homens, o problema é que o governador contrata xis homens, mas o contingente não aumenta porque outros xis se aposentam. Isso acaba dobrando a folha do Estado.
UFSC
O que não andou mesmo foi a universidade. Não houve preocupação por parte do governo federal. A universidade não vai andar enquanto não houver dinheiro. Nosso temor começa por não perder o que está lá, abandonado. Estruturas jogadas ao relento se deterioram. Ainda falta fazer a licitação do resto, do fechamento, do piso, do teto, do forro etc. O complexo da universidade terá que ir adiante. Talvez não seja da maneira tradicional. Temos que fazer com que nosso campus seja independente do de Florianópolis. Isso é fundamental. Se não, o caminho fica mais longo. O primeiro passo é encurtar o caminho e tornar o projeto independente. O prefeito já está envolvido, as lideranças empresariais também estão apenas aguardando um cenário federal mais propício.
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BOMBEIROS
Os Bombeiros Voluntários são uma bandeira antiga da casa. Se a ACIJ não tivesse, como sempre, brigado por eles, não sei se ainda estariam aqui. Damos a eles uma predileção especial. Agora, parece que as coisas estão se encaminhando.
PARQUE TECNOLÓGICO
O dono da área é parceiro e já fizemos inúmeras reuniões, para viabilizar uma “cidade” em torno do meio acadêmico. Mas as coisas ficam em espera: sem universidade, não tem centro tecnológico. Sem o centro, é difícil ter uma universidade que pretende ser tecnológica. As duas coisas estão interligadas. O que não temos ainda é perspectiva sobre a universidade federal. Como se sabe, as obras federais estão todas paradas.
GESTÃO PÚBLICA
Nossa relação com a gestão municipal também foi excelente. O prefeito Udo Döhler foi sempre muito aberto e o governador também foi parceiro: sempre que precisamos, ele nos atendeu. A comunidade e os associados nos auxiliaram muito. Acredito que o papel de manter a ACIJ lá em cima foi cumprido.
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AEROPORTO
O aeroporto melhorou muito. Trouxemos a presidente da TAM, recentemente, e ela nos deu uma informação espantosa de que a companhia só pousava, quando estivesse chovendo, com 60% da capacidade. Como diminuir o valor da passagem se está forçando o equipamento a não embarcar passageiros? A infraestrutura já melhorou muito. Mesmo sem a extensão da pista, o número de voos perdidos por condições climáticas caiu. É preciso combinar a melhoria da infraestrutura com a oferta e a procura por voos que saem daqui. Temos que fazer o joinvilense parar de pegar o avião em Curitiba.
CÓDIGO DE ÉTICA
A ACIJ sempre foi uma organização extremamente ética. E sempre primou por isso. Por óbvio, não adianta ter um código de ética e não ser ético. Resolvemos lançar o código para servir de exemplo para associados e a comunidade. As pessoas, às vezes, acham que ética é tema acadêmico, e não é assim. Diz respeito a comportamento diário, de cidadania. A missão foi dar exemplo. Coincidentemente, veio
a calhar com o momento político. Acho que valeu o recado.
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A ACIJ é uma entidade de enorme projeção pública. E está muito presente. Se você pegar todas as discussões da comunidade, a ACIJ está envolvida. As únicas coisas em que não nos envolvemos são pequenas, como pintura de faixa de pedestres. Não é o objetivo. No mais, não existe causa na cidade em que não tenhamos participação. A entidade procura demonstrar que está sempre olhando a cidade como um todo. Aonde quer que você vá, a presença da ACIJ é muito forte, em feiras, eventos, palestras etc. Nos dois anos da atual gestão, procurei cuidar mais da parte institucional, dos eventos, da representação, da divulgação da casa, e defendi as nossas bandeiras. Entendo que essa é a função do presidente. Busquei atender a imprensa, entidades públicas e empresários. Além de manter e levantar o prestígio da ACIJ. Imagino que o meu sucessor vá receber a associação em um bom nível e continuar o trabalho. Espero que ele melhore muito o que fizemos.
A SUCESSÃO As eleições anuais para os conselhos e a diretoria da ACIJ ocorrem sempre na primeira quinzena de junho, ao término de cada mandato. Neste ano, o processo está marcado para 6 de junho. O candidato da chapa única é um dos atuais vice-presidentes da associação, Moacir Thomazi. Presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville, Thomazi já esteve à frente da ACIJ e deve suceder o atual presidente, João Martinelli. O jantar de posse da nova diretoria e dos novos conselhos – Superior, Deliberativo, Fiscal, dos Núcleos, das Entidades Patronais – e ainda dos presidentes dos núcleos e coordenadores do Gestão Compartilhada está programado para 27 de junho. O evento será realizado na Sociedade Harmonia Lyra. Mais informações: (47) 3461-3333 ou jantardeposse@acij.com.br
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A CASA DA ACIJ
10 anos de história A atual sede da ACIJ completa 10 anos em 2016. Antes do prédio localizado na Avenida Aluísio Pires Condeixa, a entidade atendia seus associados nos dois últimos andares do edifício Manchester, no Centro. A necessidade de um ambiente maior e mais estruturado era evidente. “O elevador do edifício era o mais antigo da cidade. Não raramente, estragava e tínhamos que subir ou descer a pé”, revela o vice-presidente Moacir Thomazi. A ideia de construir uma sede nova surgiu em 1998, na gestão do presidente Albano Schmidt: “Aqueles dois andares não haviam sido feitos para atender às nossas necessidades; eram salas comerciais, ambientes pequenos. Decidimos que o melhor caminho para viabilizar o projeto seria um fundo. Todo mês, 10% da arrecadação da ACIJ seria reservado para esse fundo”. Ao assumir a presidência no ano seguinte, Thomazi estabeleceu algumas premissas. “Primeiro, que o projeto seria escolhido em um concurso, para o qual se inscreveram alguns escritórios. A segunda premissa é que deveríamos utilizar o imóvel que havia abrigado o Centro de Desenvolvimento Biotecnológico (CDB), o qual pertencia à ACIJ, para bancar a aquisição do terreno. Após muitas negociações, doamos o imóvel para a prefeitura e fechamos o acordo”, relembra.
Foi estabelecido que a obra teria início no dia 4 de abril de 2004 (4/4/2004) e terminaria em 6 de junho de 2006 (6/6/2006). “Cravamos a primeira estaca em um domingo. Junto com o projeto, fomos construindo a equação financeira. Estabelecemos uma dupla mensalidade, que era paga de forma espontânea, somada à venda de espaços e da antiga sede”, relata Thomazi. Assim como foi idealizada, a entrega da nova sede ocorreu dois anos e dois meses após o início do projeto. Instalada em 3.253 metros quadrados de área construída, divididos em três pavimentos, hoje a ACIJ conta com um espaço adequado que permite o atendimento qualificado aos associados.
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Nas imagens, alguns momentos da obra que resultou na estruturação da atual sede da ACIJ: espaço que permite o atendimento adequado aos associados
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BANCO SOCIAL
Iniciativa destina tributos para ações sociais em Joinville O Programa Centro de Excelência ao Esporte (CEE), administrado pela Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), contempla formação, especialização e treinamento esportivo de cerca de 1.340 crianças e adolescentes de Joinville, nas modalidades de handebol, basquete, vôlei, vôlei de praia, ginástica rítmica e tênis de mesa. Dessa forma, o programa busca oportunizar vivências em competições oficiais, nos níveis regional e nacional, promovidos pelas federações e confederações, além de aumentar o número de atletas indicados para as seleções brasileiras nas diferentes modalidades esportivas. A partir de agora, os associados à ACIJ podem contribuir com esse e mais 12 outros projetos, por intermédio do Banco Social. A iniciativa tem como objetivo capacitar instituições que promovem ações de impacto social na confecção de projetos e orientar para a captação de recursos financeiros oriundos de leis de incentivos e renúncias fiscais. Entre os benefícios da ação, está o encaminhamento de tributos que seriam destinados a outros fins para o município de Joinville, patrocinando ações de relevância para a melhoria da qualidade de vida, educação e cultura da comunidade. Há uma série de atividades previstas para os participantes do Banco Social, como a realização de palestras, fóruns e seminários com as empresas e a comunidade.
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Escola Bolshoi é um dos projetos que podem receber recursos Para se inscrever, a empresa, instituição ou pessoa física responsável deve estar em dia com as obrigações contábeis, fiscais ou de prestação de contas, quando for o caso, junto aos órgãos públicos fiscalizadores. Também é necessário informar nome e detalhamento do projeto; indicação do órgão que autorizou a captação, número do processo e data da publicação, prazo de captação, valor aprovado, estatuto social registrado no cartório do registro civil de títulos e documentos, certidão vigente para as Oscips e CNPJ. Para mais informações: bancosocial@acij.com.br.
PROJETOS INSCRITOS NO BANCO SOCIAL ACIJ l Escola do Teatro Bolshoi no Brasil l Anderson Dresch Dias Correa Projeto Alegria do Choro l Instituto Festival de Dança de Joinville l Hospital Infantil Jeser Amarante Faria l Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville Polo de Produção Musical da Banda do CBVJ l Instituto Priscila Zanetti Se Faz Bem: Projeto de Prevenção ao Abuso Sexual Etapa 1 Se Faz Bem: Projeto de Prevenção ao Abuso Sexual Etapa 2 Cartilha dos Deveres e Direitos da Criança e do Adolescente l Felej Centro de Excelência ao Esporte l Instituto da Cultura, Educação, Esporte e Turismo Feira do Livro de Joinville l Apiscae Projeto CAPAZ Projeto Monitoramento Funcional l Cenef Radar do BEM – Prevenção ao Abuso Sexual Infantil Etapa 1 e 2 Missão Criança l Ananias Alves de Almeida Música Instrumental nas Escolas
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Governador Justo Irún (com o microfone) veio falar sobre oportunidades no país vizinho
EVENTO
Paraguai mantém ritmo de crescimento O Paraguai foi o país que mais cresceu na região em 2013 – aproximadamente 14% – e, depois do ápice da crise mundial, segue mantendo o ritmo. A informação é do governador do Alto Paraná, Justo Aricio Zacarías Irún. “Isso é possível graças a vários fatores, mas os principais são a baixa carga tributária, o baixo custo da energia elétrica para as indústrias e a mão de obra jovem que temos em abundância”, explica. Irún esteve na ACIJ para o Encon-
tro Brasil-Paraguai 2016. O evento, realizado em abril, foi promovido em parceria com as Associações Empresariais de Guaramirim (Aciag) e São Bento do Sul (Acisbs), a Fundação Empreender e a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). O objetivo foi discutir leis de incentivo ao Brasil e a busca por inovação e competitividade. “Muitos fabricantes brasileiros se integraram ao Paraguai para melhorar a sua cadeia produtiva e, em diversos casos,
já conseguiram baixar o custo de fabricação de seus produtos”, aponta o governador. Formado em engenharia elétrica na Udesc de Joinville, Justo Irún já ocupou o cargo de diretor executivo de operações na Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, de onde se desligou para disputar o cargo de governador. Entrevista exclusiva com Justo Aricio Zacarías Irún está disponível no site da ACIJ.
MEETING COMEX
Negócios internacionais em pauta Considerado o maior do Sul do país no modelo de workshop, o 5º Meeting Comex, promovido pelo Núcleo de Negócios Internacionais da ACIJ, contou com mais de 300 participantes de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Realizado em abril, o evento teve como objetivo disseminar as melhores práticas de comércio exterior, com workshops, integrações
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e palestras. “Os palestrantes foram assertivos nos temas, trazendo as melhores práticas do comércio internacional, e um destaque certamente foi a oportunidade de networking. Estamos animados para o 6º Meeting Comex”, observa Carla Pinheiro, presidente do núcleo. Adilson Elias, representante da Brunswick Boat Group, elogia o cuidados dos organizadores em mos-
trar aos participantes a importância estratégica do setor, deixando de lado temas apenas burocráticos. “Exemplificaram setores que as empresas podem explorar para aumentar a sua rentabilidade e participação no mercado. O networking também é algo marcante nesses eventos, possibilitando contato direto entre clientes e parceiros de negócios.”
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VISÃO ACIJ FABIANE DE AMARANTE
O papel fundamental da educação para superar a crise Ideologicamente, existe uma polêmica com a relação entre a dependência do processo educacional de uma sociedade e o crescimento e expansão econômica. Mas admite-se que o nível de empreendedorismo em uma região, com as características inerentes de inovação, criatividade e consequente rentabilidade, é resultante do modelo de educação desenvolvido. Agências de análise econômica nacionais e internacionais preveem que a expansão brasileira, em 2016 e 2017, deverá registrar índices de PIB em torno -3,77% e 0,30%, respectivamente, em decorrência de altas taxas de inflação e de juros, bem como do desemprego, queda da renda da população e endividamento familiar, considerados ainda outros fatores macroeconômicos. Nas organizações educacionais, o ambiente econômico não se apresenta menos complexo, principalmente se considerarmos que o Plano Nacional de Educação (PNE) passou por um corte orçamentário de R$ 10 bilhões. Houve ainda uma redução de recursos do Financiamento Estudantil (Fies), o que afetou o prosseguimento de estudos de aproximadamente 1,5 milhão de alunos. Tal realidade é consequência da descontinuidade da gestão educaA formação acadêmica para cional brasileira que, só no governo Dilma, teve três um ambiente econômico ministros de Educação, mesmo sob o signo de “Pátria Educadora”. produtivo exige parceria e Nesse contexto de instabilidade, a formação acacumplicidade dos centros dêmica para um ambiente econômico produtivo exide formação com as forças ge parceria e cumplicidade dos centros de formação com as forças empresariais, sejam estas de produção, empresariais, valorizando a de comercialização ou de serviços. Em Santa Catarieducação como determinante na, a Fiesc e a Fecomércio assumiram a liderança e protagonizaram um esforço de valorização da educada competitividade. ção como determinante dos níveis de competitividade das empresas. Dessa forma, consagrou-se o fator educacional como exigência à expansão e consolidação empresarial. Em momentos de crise, fica ainda mais evidenciada a necessidade e exigência de um profissional qualificado para a manutenção da relação de trabalho ou até mesmo para a identificação de novas oportunidades ou recolocação profissional. Portanto, é fundamental que a consciência da educação continuada seja de todos os agentes envolvidos, tanto colaboradores quanto empregadores. Às organizações educacionais, cabe, então, reconhecer as necessidades Fabiane de Amarante de mercado para atender às expectativas apresentadas, que objetivam a Gestora na Faculdade superação do ambiente de crise pelo desenvolvimento econômico com susCenecista de Joinville tentabilidade. Na prática, implica oportunizar alternativas para o contínuo (FCJ) e presidente do Núcleo de Educação aperfeiçoamento dos talentos empresariais, aprimorando a capacidade de Superior da ACIJ respostas assertivas e imediatas às exigências do mercado.
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MARCIO NASCIMENTO
Concessionárias desafiam o momento econômico do Brasil Sempre existiram momentos de dificuldades – e sempre vão existir. Essas situações permitem uma renovação do mercado e uma reciclagem da metodologia adotada pelas empresas. Quem não souber se adaptar, ou não traçar estratégias sólidas e, ao mesmo tempo, criativas, que permitam ultrapassar os concorrentes, pode ser engolido pela crise e desaparecer. Todos os setores sofreram o impacto causado por esta má fase econômica, política e social do Brasil, e as concessionárias não conseguiram escapar ilesas: o setor de distribuição de veículos, por exemplo, continua crítico, comparativamente ao primeiro trimestre do ano passado. Apesar de a venda de veículos no Estado ter alcançado um aumento considerável, maior que 18%, no primeiro trimestre deste ano, relativamente ao mesmo período do ano passado, ainda há uma queda considerável, superior a 22%. E esses dados vão de encontro à situação atual do país, que não passava por tal dificuldade havia mais de 15 anos. A crise é, de certa forma, inédita no ramo automotivo, que experimentou uma década de alto crescimento. Até mesmo grandes montadoras, A melhor estratégia é investir dominantes no mercado, que entendem tudo do pesadamente na valorização negócio, foram pegas de surpresa. Apesar disso, nosso Estado tem uma economia do cliente, fidelizá-lo à marca, rica e diversificada, podendo se situar no ranking personalizar o atendimento e o das três regiões que mais crescem no ramo aupós-venda. É preciso, também, tomotivo do país. Mas é preciso ficar atento para voltar a crescer, levando em consideração a nossa criar oportunidades de negócio realidade econômica. e ações diferenciadas. A população encontra dificuldades na aquisição de bens de alto valor, especialmente na aprovação de crédito, e existe notável insegurança por parte do consumidor devido à instabilidade econômica. Dessa forma, a melhor estratégia é investir pesadamente na maior valorização do cliente, fidelizar o consumidor à marca e atender às suas necessidades. Ele precisa sentir que a concessionária é de confiança e se importa com o seu bem-estar financeiro, que lhe dará as melhores condições de pagamento, as melhores vantagens e benefícios, caso decida investir seu dinheiro em um veículo novo. O preço é, sem dúvida, importante diferencial quando se trata de carros, porém o caminho mais acertado, quando as pessoas estão evitando maiores gastos, reside mesmo em personalizar o atendimento e o pós-venda, deixanMarcio Nascimento do-os mais humanizados. Essa, muitas vezes, pode ser a tática mais assertiva Gerente do Grupo na conquista de clientes. É preciso também investir, criar oportunidades de Barigui, responsável pela negócio, fazer ações diferenciadas, feirões e eventos em conjunto, como tem marca Volkswagen, e presidente do Núcleo de sido a prática das concessionárias ligadas ao núcleo da ACIJ, para que possaConcessionárias da ACIJ mos fortalecer o mercado e, juntos, vencer as adversidades.
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ACIJ NA MÍDIA A NOTÍCIA, BLOG DO LOETZ, 13/4
BMW vai à ACIJ “O presidente da ACIJ, João Martinelli, recebeu a visita do novo vice-presidente de operações da BMW em Araquari, Carsten Stoecker (segundo, da direita para a esquerda, na foto abaixo). Também participaram da reunião os vice-presidentes da ACIJ Ovandi Rosenstock, Moacir Thomazi e Clayton Salfer, além da diretora de relações governamentais da empresa, Gleide Souza. A BMW já está vinculada à Associação de Bombeiros e foi convidada a apoiar o trabalho voluntário da corporação. A ideia teve rápida adesão de Carsten.” FOTOS: DIVULGAÇÃO
Economia SC, 1/3 “Representantes de empresas de peso como Embraco, Tigre, Tupy, Ciser, Schulz, Eletrolux, Laboratório Catarinense, Allflex, Ven, WEG e Wetzel já confirmaram presença no workshop sobre robótica, promovido pela Pollux e Universal Robots na ACIJ. As duas empresas apresentam uma modalidade inovadora de automação, inédita em todo o mundo, apropriada para automatização de linhas de produção, proporcionando mais produtividade e competitividade em um mercado cada vez mais dinâmico e avançado.” Correio Francisquense, 21/3 “O interesse pela prestação de contas das atividades parlamentares do senador Paulo Bauer lotou o auditório da ACIJ. Com a casa lotada de empresários e políticos de Joinville e região, o senador prestou contas de suas atividades parlamentares no Congresso Nacional à frente das comissões e grupos de trabalho.” A Notícia, 5/4 “Em meio à avalanche de denúncias de corrupção no país, a ACIJ lançou em fevereiro o seu primeiro código de ética. O documento, em desenvolvimento há mais de dois anos, norteia a conduta dos funcionários da ACIJ e serve como guia para o comportamento das 1.950 empresas associadas à entidade. O presidente João Martinelli diz que o lançamento mostra que a entidade se preocupa com a conduta empresarial e serve de alerta de que o país vive um momento de crise ética.”
A Notícia, Adri Buch, 31/03 “Em parceria com o jornal A Notícia, o Núcleo de Mulheres Empresárias da ACIJ realizou, na noite de quarta-feira, o 5º Painel Mulheres de Sucesso – Conquistas e Desafios, com Cátia Bittencourt, da Promacal; Kátia Siqueira, da Arte Maior e Claudia Petry, da Sussurra Boutique Sensual (foto acima). O encontro foi um
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sucesso! Mulheres reunidas, engajadas, dispostas a trocar e somar experiências. As vivências relatas pelas painelistas inspiraram as empresárias presentes para que acreditem no seu potencial e persistam nos seus sonhos. O cerimonial foi realizado com maestria pela Cássia Busanello e esta colunista foi a mediadora do painel.”
Adjori SC, 5/4 “O Movimento Santa Catarina pela Educação, liderado pela Fiesc, foi apresentado pelo presidente da entidade, Glauco José Côrte, na ACIJ. A iniciativa busca mobilizar e influenciar o poder público e a iniciativa privada para melhorar a educação quanto à escolaridade, qualificação profissional e qualidade do ensino. Neste ano, o tema central é gestão escolar, com foco no aprimoramento dos processos de gerenciamento.”
CURSOS & EVENTOS DIVULGAÇÃO
13 a 16 de junho Curso: Mentoria em gestão e liderança – uma nova abordagem Acij, Joinville (47) 3461-3344/capacitacao@acij. com.br 12 e 13 de julho Treinamento: Método 8D de solução de problemas e respostas de NC Acij (47) 3461-3344/capacitacao@acij. com.br 12 a 14 de julho Curso: Oratória Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br 19 a 21 de julho Curso: PDL – Programa de desenvolvimento de líderes Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br
Festival traz apresentações, cursos, oficinas e workshops gratuitos
CULTURA
Cidade da dança De 20 a 30 de julho, Joinville será palco do tradicional Festival de Dança. Entre os destaques da programação, estão a São Paulo Companhia de Dança e o Balé do Teatro Guaíra, responsáveis pela Noite de Abertura e pela Noite de Gala, respectivamente. Além das apresentações, o festival também realiza cursos e oficinas, workshops gratuitos para os coreógrafos inscritos no evento, seminários de dança, projetos comunitários, palestras, debates, entre outras ações. A programação completa está disponível no site www.ifdj.com.br. Mais informações: (47) 3423-1010.
Em família Ministrado pela consultora Deise Engelmann, nos dias 14 e 15 de junho, a ACIJ recebe o curso “Empresas familiares: potencializando forças da família empresária”. O evento vai abordar temas como modelos de gestão, profissionalização, sucessão e continuidade e preparação de sucessores. Mais informações: (47) 3461-3344 ou capacitacao@ acij.com.br.
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16 e 17 de agosto Curso: Gestão de Desempenho Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br 16 a 18 de agosto Curso: Redação empresarial com o acordo ortográfico Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br 22 a 24 de agosto Treinamento: vendas que geram resultados Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br 13 e 14 de setembro Curso: Gestão de conflitos no trabalho Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br 20 e 21 de setembro Curso: Legislação trabalhista preventiva Acij 3461-3344/capacitacao@acij.com.br
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FEITO EM JOINVILLE FOTOS: DIVULGAÇÃO
Empresa tem 500 clientes e um total de 4 bilhões de documentos já tratados
ARQUIVAR
Facilidade para empresas Com mais de 20 anos de experiência, a Arquivar tem cerca de 500 clientes espalhados pelo Brasil e em torno de 4 bilhões de documentos já tratados. Em Joinville desde 2014, o negócio foi trazido para a cidade por duas bibliotecárias paulistas. Empresa de serviços e metodologias voltadas à gestão estratégica de documentos, a Arquivar é referência nacional em customização de tec-
Empresa atende qualquer necessidade do cliente em móveis
WOODART
Novidade no mercado moveleiro A WoodArt foi fundada no ano passado por dois jovens empreendedores com mais de 10 anos de experiência no ramo moveleiro. “Nossos principais produtos são móveis sob medida e personalizados para dormitórios, closets, cozinhas, salas de estar, home-theaters, lojas, escritórios etc. Atendemos qualquer necessidade do cliente em móveis”, explica Erik Pedro Melo, um dos sócios. Ele destaca como diferencial o padrão de acabamento, o respeito aos prazos e o comprometimento. “O mercado joinvilense tem bom potencial de vendas. Apesar da concorrência, existe campo para as boas empresas”,
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nologias, trabalhando para agilizar o processo de busca e recuperação de documentos e informações, vi sando ao aumento da produtividade nas rotinas administrativas e operacionais. “Enxergamos o mercado de Joinville como promissor de'vido à quantidade de empresas com mudança de pensamento em relação à importância de seus documentos”, ressalta a gerente Melissa Mazza. Dentre os serviços oferecidos, estão microfilmagem, organização de arquivos, digitalização de documentos, guarda de documentos, gerenciamento eletrônico de documentos no sistema via web, otimização e padronização dos processos de trabalho com o sistema GED Arquivar. Arquivar Gestão de Documentos (47) 3425-7015 e 3437-0841 www.arquivar.com.br
avalia. Os projetos desenvolvidos pela WoodArt têm como objetivo o melhor aproveitamento dos espaços, resultando em ambientes diferenciados. A fabricação utiliza equipamentos industriais que garantem precisão no acabamento. Sobre o mercado, Melo revela que a empresa busca investir em ações de marketing para se destacar: “Se o mercado estivesse mais aquecido, já estaríamos com volume maior de vendas. Mas procuramos atender plenamente nossos clientes, para que fiquem 100% satisfeitos e possam dar boas referências”. WoodArt Móveis Personalizados Rua Almirante Jaceguay, 3704 Costa e Silva – Joinville (47) 3034-3566 www.woodartmoveis.com.br
POR QUE ACIJ GESTÃO
Incentivo ao crescimento Para incentivar o crescimento de seus associados, uma das ferramentas utilizadas pela ACIJ são os serviços exclusivos, como soluções de apoio ao crédito, registro de marcas e patentes, consultoria de eficiência energética e orientação empresarial. Associada desde 2012, a Sociedade Educacional Santo Antônio (Inesa) adota o Útil Alimentação, sistema informatizado de cartões que atende uma das modalidades do PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). “Escolhemos pelo custo financeiro, facilidade na gestão, pontos de aceitação e proximidade com a ACIJ”, revela Maikon Pereira, analista financeiro da Inesa.
Rodada de negócios realizada na associação
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isitas técnicas e de negócios – missões empresariais V constituem uma forma prática de atualização em gestão, além de desenvolver novos mercados, conhecer soluções e tecnologias e expandir os negócios. A ACIJ, por meio da sua área de consultoria e em parceria com a Fundação Empreender, promove missões para as mais importantes feiras internacionais.
MERCADO VEIGA DIDI DOCES E ASSADOS AMC ASSESSORIA EMPRESARIAL ARTFEST EVENTOS RESTAURANTE PALADARES BELMMEN REALTY JOINVILLE ENGENHARIA BERGO LTDA - ME CLINICA RM YANG MODELADORES INOVA ALUGUEL DE CARROS ERGON COMERCIO DE EQUIPAMENTOS PARA EMBALAGENS ESTRATEGOSFERA DESENV. PROFISSIONAL E GERENCIAL LTDA EXPRESSIVA HOMEM JP SOLUTIONS GERAR HALCON AUTOMACAO INFINITEPAR CONQUIST ODONTOLOGIA KELLY REGINA DA SILVA BRAGA LEAR DO BRASIL RESTAURANTE CANAA SUPERMERCADO BOBATO FARMACIA REAL GRUPO NEOYAMA ON THE GO OS SECURITIZADORA DE CREDITOS SA PANIFICADORA E CONFEITARIA PRIMAS POSTO SAIBRO PRODUTTARE CONSULTORES ASSOCIADOS SD PLASTICOS SUZANA CARVALHO COMUNICACAO E EVENTOS TECH4ALL HOME THEATER E AUTOMACAO TIPOTIL TRIBUTANET CONSULTORIA TRIBUTARIA VEOLIA WEK WINOV SOLUCOES EM TECNOLOGIA
Printe – o Programa de Proteção Intelectual foi desenvolvido para facilitar o acesso à proteção do capital intelectual das empresas, um relevante fator de competitividade, diferenciando produtos e serviços e determinando a permanência ou não das empresas no mercado. XML Empresarial – serviço online de armazenamento de notas fiscais eletrônicas informatizado e compatível com qualquer software de gestão. Rede de Vantagens – espaço gratuito no site da ACIJ para que as empresas associadas divulguem descontos em serviços e produtos. Os descontos são destinados apenas a outros associados. A porcentagem é estipulada pela empresa que a oferece a vantagem. Para participar, basta que a empresa seja associada há mais de um mês, esteja com as mensalidades em dia e ofereça condições diferenciadas. Programa de Energia – consultoria gratuita aos associados visa ajudar as empresas a baixar as contas de energia elétrica. Com esse suporte, algumas companhias já deixaram de gastar até R$ 1 milhão/mês. Iniciado em 2007, o programa já colaborou com 115 empresas.
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47 30432661 47 34274965 47 36334132 47 34722272 47 30281604 47 30284334 47 32744311 47 32788882 47 34339334 47 30287772 47 30273444 47 34250934 47 34334414 47 32787877 47 34731493 47 34613154 21 39817052 47 31771101 47 30300420 47 38016610 47 38048683 47 34636715 47 34376652 47 30298700 47 30321999 41 33263500 47 34650325 47 30277820 51 30245536 47 34673291 47 99190102 47 30234281 47 33822238 41 40072087 47 34710333 47 34661900 41 31229600
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CONSULTORIA BANCO DE IMAGENS
PONTO DE VISTA
Estrutura necessária para atender à burocracia fiscal Evanildo Lins
Certificado digital é uma espécie de identidade eletrônica da empresa
SERVIÇO
Maior obrigatoriedade para o certificado digital O certificado digital, identidade eletrônica que carrega os dados de identificação de uma empresa, pessoa ou site, é um serviço oferecido pela ACIJ desde 2014. A partir de julho, mais empreendimentos deverão utilizar o documento. O Comitê Gestor do Simples Nacional aprovou a Resolução CGSN nº 125, que altera alguns pontos da Resolução CGSN nº 94/2011. Entre as mudanças, está a alteração do limite de empregados para a obrigatoriedade do certificado digital, que passa a se estender aos empregadores com mais de cinco funcionários. De acordo com a redação, o certificado digital é exigido para o envio de informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias por meio da GFIP e do eSocial. Conforme cronograma estabelecido, a partir de 2017, a obrigatoriedade se aplicará também aos empregadores que tiverem mais de três funcionários.
A certificação digital atribui mais segurança e validade jurídica em documentos assinados eletronicamente, evitando que outras pessoas interceptem ou adulterem comunicações realizadas via internet. Também é possível saber quem foi o autor de uma transação ou manter dados confidenciais protegidos contra a leitura por pessoas não autorizadas. Empresários que ainda não dispõem da identidade digital devem adquiri-la de uma autoridade certificadora credenciada pela ICP-Brasil.
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Segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial, no Brasil, uma empresa gasta cerca de 2.600 horas/ano para declarar e pagar tributos, enquanto a média dos países da América Latina e Caribe é de aproximadamente 320 horas. Essa diferença exemplifica bem o quanto o Brasil está atrasado no quesito eficiência tributária, e o quanto a burocracia tributária impacta no dia a dia das empresas. Não poderia ser diferente: enquanto muitos países desenvolvidos não praticam mais que uma dúzia de tributos, o Brasil registra cerca de 90, se considerarmos impostos, taxas e contribuições devidas à União, Estados, Distrito Federal e municípios. Além do número elevado de tributos, o modelo tributário adotado pelo Brasil é muito complexo. Com o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), esperava-se que diversas obrigações acessórias fossem extintas, mas o que ocorreu foi a necessidade de novos e consideráveis investimentos em licenças de softwares e ampliação da estrutura fiscal interna, e muitas das obrigações e rotinas que deveriam ser extintas foram mantidas. Agora, além de um setor fiscal bem preparado, as empresas precisam ampliar seu suporte de profissionais da área de sistema de informações, pois, cada vez mais, a contabilidade fiscal depende desses serviços. Outro custo que deve ser in-
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cluído na conta da burocracia fiscal é a ineficiência e o despreparo das pessoas que gerem e legislam sobre as questões tributárias. A impressão é que as decisões são tomadas sem um estudo prévio do impacto dessas medidas na vida das empresas e dos cidadãos. É comum depararmos com normas incompletas, obscuras ou que não são aplicáveis por falta de estrutura dos próprios órgãos ligados à administração tributária. Essa desordem administrativa e legislativa gera custos para empresas que já atuam no Brasil, e a incerteza afasta o investimento estrangeiro. O reflexo de tamanha burocracia pode ser sentido de formas diferentes, conforme o porte e atividade da empresa, mas atormenta desde o microempresário até as grandes corporações. Uma empresa de menor porte depende basicamente dos serviços de um escritório contábil, que precisa repassar aos seus clientes os custos operacionais necessários para prestar um serviço adequado. E empresas maiores, além de contratar escritórios contábeis, necessitam contratar serviços de advogados tributaristas, consultorias tributárias, e têm que manter uma estrutura interna, maior ou menor, com profissionais especialistas em contabilidade fiscal e de sistema da informação. Certamente, se a burocracia tributária brasileira pelo menos estivesse na média dos demais países da América Latina, teríamos um país mais atrativo ao investimento estrangeiro e nossos produtos e serviços seriam muito mais competitivos nos mercados interno e externo. Evanildo Lins Especialista em direito tributário, sócio da Lins Karnopp & Advogados
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5 TOQUES
Como a comunicação pode auxiliar o negócio Entre as dezenas de desafios que o empreendedor enfrenta, um dos que muita gente (infelizmente) deixa em segundo plano está na comunicação. Via de regra, peca-se na hora de desenvolver uma estratégia nesse campo. Confira as dicas do Instituto Endeavor.
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Micro, pequena e grande empresa. A comunicação é um campo democrático. Existem estratégias para todos os estilos, segmentos e bolsos. Você pode começar ao criar um logotipo profissional, em seguida investir em materiais institucionais, depois partir para um canal de comunicação com a imprensa, por exemplo.
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Contrate profissionais. A marca do negócio e a forma como você se comunica serão responsáveis pela impressão que clientes e parceiros terão sobre a sua empresa. Contratar o sobrinho pode até ser mais barato, mas você não deve deixar sua marca na mão de um amador.
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Invista. Para ter sucesso nos negócios, seu time precisa estar alinhado, principalmente, com os valores da empresa. A cada boa experiência proporcionada ao cliente, novas indicações se multiplicam e o famoso boca a boca só vai aumentando o saldo positivo. Mas, a cada experiência negativa, pode ter certeza de que o “menos” também entra no jogo.
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Erros. Sabe quando aquele errinho de gramática passou despercebido e foi enviado no e-mail? Ou o folheto que saiu sem o site da empresa? Esses erros geram mais polêmica e repercussão nas grandes empresas, é verdade, mas não é por isso que você vai deixar a sua parecer amadora e relevar tais falhas.
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Não corte. Comunicação não é gasto, é investimento. Por isso, da próxima vez em que planejar cortes na verba de comunicação, pense se você não está colocando de lado sua fonte de receita.
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OBJETOS DE DESEJO Superpotência cultural, o Japão tem estilos únicos em artesanato, gastronomia, design, artes, entre diversos outros campos. Também se caracteriza por manter tradições seculares, como a cerimônia do chá. A Revista 21 traz produtos que simbolizam a riqueza encontrada na Terra do Sol Nascente.
UMA ÁRVORE EM MINIATURA Bonsai, em japonês, significa “árvore em bandeja” ou “árvore em um vaso”. Nada mais é do que uma réplica em miniatura de uma árvore. Originalmente da cultura chinesa, era um presente de luxo na elite social desse país. Foi popularizado pelo Japão, que desenvolveu diversas técnicas e estilos. Na foto, o bonsai da espécie Liquidâmbar, originário das áreas temperadas do Leste da América do Norte e de regiões tropicais montanhosas do México e da América Central. Ostenta folhas em formato de tridente, apresentando cor avermelhada no outono. www.idealbonsai.com.br R$ 2.490
O bonsai Liquidâmbar pode ser cultivado a pleno sol (evitando o de meio-dia), com tempo mínimo de três horas de exposição por dia. Adapta-se em ambientes internos, desde que bem iluminados e com incidência de luz solar. A altura aproximada é de 65 cm
DECORAÇÃO PARA TODOS OS AMBIENTES As lanternas orientais chouchin são muito utilizadas na decoração de diversos ambientes, dando um toque especial ao estilo japonês. Esta, de cor branca, traz a pintura de sakura e inscrições orientais. Fabricada pela Import, é produzida em papel de seda e armação interna em arame com acabamento simples. Não inclui sistema de iluminação. Sakura é o nome japonês para a cerejeira em flor
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Dimensões: 40cm (diâmetro) Peso: 70 gramas Preço: R$ 11,90 www.tnh.com.br
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O LIVRO DO CHÁ Superado o impacto inicial da abertura cultural e econômica ocorrida no Japão da Era Meiji, a cultura japonesa, então em crise devido a uma progressiva “ocidentalização”, começa a reagir. Artistas e pensadores passam a refletir sobre o ponto de equilíbrio a ser alcançado entre renovação e tradição. Se a economia do país necessitava de modernização, o mesmo não se poderia aplicar indiscriminadamente a uma cultura secular como a japonesa. Nesse contexto surge, em 1906, este “O Livro do Chá”, o terceiro do escritor Kakuzo Okakura. Mais que um livro explicativo sobre chanoyu – a cerimônia do chá –, é um texto reflexivo, que conduz o leitor a compreender os significados por trás do cerimonial, um ritual que mistura princípios do taoísmo e do zen-budismo. À fugacidade e ao imediatismo que norteiam o mundo industrializado, o autor estabelece como contraponto estético e filosófico a cerimônia do chá – um culto ao presente, sim, mas também a busca da perfeição por meio da repetição secular do mesmo rito. R$ 43 www.livrariacultura.com.br
O sakê é levemente seco, indicado no acompanhamento de pratos leves e feito de arroz maltado fermentado, água, álcool destilado e flocos de ouro. Não contém glúten
PROSPERIDADE EM MICRO FOLHAS DE OURO Os saquês do tipo junmai se caracterizam por ser produzidos apenas com a utilização do álcool puro do arroz, sem adição de álcool etílico ou açúcar. Esse tipo de saquê, fabricado pela Hakushika, utiliza arroz do tipo Yamada Nishiki com leve polimento de cerca de 30% a 39% (aproveitamento de 61% a 70% do arroz). Deve ser consumido puro e harmonizado com pratos leves, mais salgados e saborosos, como tempurá e guioza. Por conter micro folhas de ouro, é um tipo de saquê para consumo em ocasiões especiais, celebrações e confraternizações. O ouro é muito utilizado em bebidas e alimentos no Japão, especialmente na época de Ano Novo, pois eles acreditam trazer boa sorte e prosperidade. A micro folha de ouro é um ingrediente utilizado em alimentos e bebidas. Garrafa contendo 720ml R$ 220 www.tnh.com.br
GASTRONOMIA ORIENTAL Delícias da singular cozinha japonesa podem ser apreciadas neste kit, da linha Nihon. Quatro tigelas, quatro molheiras individuais de shoyo e um barquinho são perfeitos para servir o sushi. Todos são em ABS com acabamento em tinta poliuretano e aplicação de estampa. A caixa é em papel cartão revestido com papel cuchê. Pode ser utilizada como embalagem para presente ou porta-objetos. R$ 249,80 www.tokstok.com.br Dicas para os “Objetos de desejo” da próxima edição? Escreva para revista21@mercadodecomunicacao.com.br
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BRIEFING
EDUARDO GIANNETTI
“O Brasil precisa desesperadamente de mudanças”
Economista analisa origens da crise econômica e aponta tendência de mudanças Na abertura da Expogestão 2016, a uma semana do impeachment, o economista e cientista social Eduardo Giannetti da Fonseca deslindou a crise econômica atual e não dourou a pílula: “O Brasil precisa desesperadamente de mudanças”, pregou. Para o especialista, o governo Dilma foi marcado pela reversão de expectativas, que teria se agravado a partir de 2011 – “até então, tudo parecia encaminhar para um período de alta performance”. Em sua palestra, defendeu reformas de fôlego em áreas como fiscal, previdenciária, trabalhista e externa. Depois, concedeu entrevista. Veja os principais pontos.
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RAZÕES DA CRISE
O pano de fundo da crise brasileira são dois fatores estruturais: o esgotamento do ciclo de expansão fiscal e a falência do presidencialismo de coalizão. O ambiente externo é coadjuvante e a piora da política econômica veio agravar a situação. Quanto a previsões, diria que este ano está “contratado”. Em um bom cenário, teremos número positivo no PIB em 2017, na ordem de 1% ou 1,5%, enquanto em 2016 deve ficar entre 3,5% e 4% negativos. É difícil que haja uma reversão com intensidade em tempo de alterar esse quadro.
MEDIDAS EMERGENCIAIS
Uma prioridade é desvincular o orçamento, o que daria margem de manobra para o governo fazer o ajuste fiscal. Cabe observar que 90% do orçamento federal está gasto antes de arrecadado, é dinheiro “marcado”. E isso engessa enormemente a política fiscal brasileira. Esse é um primeiro passo. O governo tem condições de fazer uma mudança. Pode até ser em um período predeterminado, mas o ideal é caminhar para um orçamento que permita ao governo governar.
INFRAESTRUTURA
Será necessária uma rodada de privatizações – há muita concessão parada por incertezas e insegurança jurídica. A lei atual pode ser aprimorada e dinamizada. O governo Dilma meteu os pés pelas mãos. Em um primeiro momento, achou que iria controlar tudo. Depois, aceitou que precisaria do capital privado e resolveu fazer algum tipo de concessão, envergonhadamente. Mas queria controlar a rentabilidade, a qualidade, e aí não andou. Finalmente, começou
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a esboçar um arcabouço mais adequado ao ingresso do capital privado, mas outra vez não aconteceu. Agora, pode-se colocar as peças no lugar e ter a confiança de que o investidor precisa para fazer um aporte de capital de longo prazo. A sociedade brasileira percebe que tem alguma coisa errada no Estado brasileiro, no setor público, que está asfixiando o país.
ACORDOS COMERCIAIS
Existem acordos comerciais que o Brasil pode e deve fazer no curto prazo. Houve uma ideologização da política externa brasileira que foi muito prejudicial, e agora poderemos lidar com isso de maneira mais séria, competente e pragmática. Interessa ao Brasil manter acordos de livre comércio fora do âmbito do Mercosul, com Europa, América do Norte, Ásia. O Brasil ainda é uma economia extremamente fechada: representamos 2,8% do PIB mundial e comparecemos com menos de 1% das exportações mundiais. Perdemos espaço, já fomos melhores nas exportações do que somos hoje. Está faltando orientação e, na política externa brasileira, uma agressividade que abra possibilidades de colocação dos produtos brasileiros.
A EVOLUÇÃO
Dívida pública brasileira no século 21. VALORES EM R$ TRILHÕES Dívida pública alcançou 66,2% do PIB no fim de 2015
Mar/16 2,88
2,13
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1,08 0,63 0,45
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FONTE: TESOURO NACIONAL
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RETOMADA DA CONFIANÇA
A mudança de governo teria muito mais confiança se tivesse a legitimidade do voto. O ideal, obviamente, seria um novo governo eleito. Mas a circunstância atual é de tamanho desespero que as pessoas, os empresários, estão se agarrando a qualquer coisa que apareça que permita vislumbrar um caminho. Virou uma tábua de salvação. A solução ideal seria a impugnação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a Justiça não anda. Passaram-se quase dois anos da eleição e já tem evidência de sobra de que a eleição não foi limpa. O que eu não
me conformo, como cidadão, é que os empreiteiros estão presos, os diretores da Petrobras estão presos, os operadores do esquema estão presos, e os políticos estão soltos. Tem alguma coisa profundamente errada na Justiça brasileira. São duas “justiças”, a do cidadão comum, que está funcionando bem, e a dos privilegiados, que têm salvo-conduto e continuam mandando no país.
GASTOS PÚBLICOS
É preciso examinar item por item do orçamento. Existem burocracias imensas em Brasília que não servem mais para nada, estão lá por inércia. Tem também a questão da Previdência, inevitável. Essa conta não fecha. O Brasil tem mais 15 anos de bônus demográfico, mas, quando virar a taxa de dependência, a conta previdenciária, que já é pesadíssima, explode. Se não agirmos agora, só vai piorar. Para modificar essa situação, a habilidade política de articulação é que vai fazer a diferença.
POLÍTICA SOCIAL
O economista Ricardo Paes de Barros, que desenhou o Bolsa Família, tem propostas para torná-lo mais efetivo, no sentido de que o dinheiro chegue a quem realmente precisa, e não seja capturado por grupos que não declaram a renda e acabam recebendo o recurso. Um programa como esse não pode ser modo de vida. É uma alavanca. Não pode ser algo permanente. Tem absoluta legitimidade, mas é uma estratégia de saída de uma condição para quem não consegue gerar renda, mas não um estado permanente de dependência. O que vai resolver o problema distributivo brasileiro é a igualdade de oportunidades, especialmente com educação fundamental de qualidade e universal. Um agravante é a falta de saneamento básico, que prejudica a formação das crianças, inclusive cerebral.
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Equipe do novo escritório, que abriu as portas em maio
NEGÓCIOS
A Manchester na capital Florianópolis passa a contar com o reforço de uma marca que, desde a década de 60, é tradição em segurança, confiabilidade e resultado no setor financeiro: a Manchester Investimentos. Inaugurar a unidade na capital foi iniciativa tomada após cerca de dois anos de análise do mercado catarinense. “Encontramos uma carência muito grande por consultoria financeira em Florianópolis”, ressalta Henrique Baggenstoss, sócio-diretor da Manchester, apontando um número expressivo como sinalizador: mais de R$ 13 bilhões aplicados em poupança, e perdendo para a inflação, na região de Florianópolis. “Nosso desafio será levar conhecimento para essas pessoas, mostrando outras formas de investir que tenham a mesma segurança da poupança mas resultem em melhor rentabilidade”, explica. O escritório da capital vai proporcionar acesso a todo o portifólio de serviços da consultoria – com possibilidades de investimentos nas maiores instituições financeiras do Brasil e do Mundo, como Bradesco, CEF, JP Morgan, Golman Sachs e BNP Paribas. A
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intenção é de que, em menos de dois anos, a unidade de Florianópolis já responda por 30% dos resultados da empresa. Com carta de clientes de cerca de 1.800 contas, a Manchester é um dos mais consagrados nomes do mercado catarinense de investimentos. A equipe de 20 consultores financeiros – mais quatro que atuarão na capital – ostenta três importantes certificações de seu setor: a CPA20 (que a habilita a atender investidores qualificados, acima de R$ 1 milhão), CEA, certidão de especialista em investimentos Anbima, a associação de empresas do mercado de capitais, e CFP, o mais alto grau de qualificação do ramo.
Nascida na década de 60 como Manchester Corretora S/A, a empresa deixou de ser voltada apenas para o mercado de ações e oferece, hoje, todos os produtos financeiros. Desde 2007 associada à XP Investimentos, atua com foco na integração da carteira de investimentos dos clientes a um planejamento financeiro completo e muito pessoal.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
“O jogo não está definido” Parceira da Manchester, a XP Investimentos é uma das maiores empresas independentes de investimento do Brasil, com 500 profissionais e escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York e Miami. Consultor da XP, Rodrigo Fiszman esteve em Joinville para um treinamento com a equipe da Manchester e conversou com a Revista 21.
INVESTIDORES E A CRISE
Nos últimos meses, os investidores começaram a se preocupar com seu patrimônio e investimentos mais do que quando passavam por tempos de bonança. Com isso, muitos viram como era necessário ter a ajuda de um especialista e de uma instituição focada nos interesses dos clientes. Encontramos, também, um movimento mais defensivo nas alocações e uma busca para se proteger da inflação e da desvalorização do real.
AMBIENTE ECONÔMICO
Vivemos um cenário extremamente desafiador – e que depende de mudanças políticas para implementar medidas que levariam à sua resolução. Ocorre que, com a expectativa de mudanças positivas e maior visibilidade, o mercado já começou a precificar esse cenário. O jogo ainda não está 100% definido e precisamos acompanhar os próximos movimentos. Para sair dessa inércia, é imprescindível uma mudança política e a conscientização, tanto da população quanto da classe política, de que são necessárias reformas para o país voltar a crescer no médio e longo prazo.
DICA DO ESPECIALISTA
A diversificação é o único “free lunch” que temos no mercado. A regra sempre valerá, e é importante as pessoas atentarem para o fato de que a diversificação deve ser aplicada em todos os níveis, não apenas de instituições onde você tem investimentos, mas também classes de ativos, fatores de risco, moedas, países etc. Mas vale ressaltar: se diversificarmos demais, é provável que os resultados sejam pouco perceptíveis, e se diversificarmos pouco, corremos um risco exacerbado naqueles ativos concentrados. No momento, a demanda é crescente por fundos de renda fixa e também por fundos com exposição internacional, pela demanda de diversificação.
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CONJUNTURA
Sinais de confiança no horizonte Termômetro que afere a percepção dos empresários catarinenses quanto à economia brasileira, pesquisa mensal divulgada pela Fiesc registrou ligeira melhora em maio. A confiança do industrial na economia subiu 3,9 pontos sobre o mês anterior, chegando a 41,4 pontos – ainda na linha do pessimismo, segundo o levantamento. As expectativas para os próximos meses e a avaliação geral do quadro econômico também tiveram pequenos avanços. Carga tributária, juros altos, baixa demanda e alto preço das matérias-primas são fatores prejudiciais à atividade industrial apontados pela pesquisa, sinalizando o que o empresariado espera ver equacionado com as mudanças em Brasília. Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, a tendência é de uma maior confiança no governo e na política econômica. “E confiança é um item indispensável para que a economia volte a crescer, deixando o setor produtivo mais confortável para investir”, avalia. A Facisc divulgou nota na qual pede “cautela e diálogo” para que o país “saia do eixo recessivo”, além de um “imediato choque de gestão” por parte do governo federal. “A classe empresarial não suporta mais as dificuldades, a total instabilidade econômica gerada por uma política econômica equivocada e pela corrupção, que, pouco a pouco, estão destruindo a segurança jurídica, fundamental para o mercado funcionar”, sublinha a entidade.
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CIDADE
Melhorias na infraestrutura e na competitividade Joinville conta mais de 360 mil veículos circulando pelas ruas, o que exige ajustes urgentes na infraestrutura viária, sob pena de prejudicar a vida da população e o funcionamento das empresas. Para o presidente do Perini Business Park, Marcelo Hack, as estruturas viárias do Norte catarinense não recebem a atenção necessária, o que emperra o crescimento e o desenvolvimento regional. Ele exemplifica: “As obras de duplicação da Dona Francisca nem começaram, e na Santos Dumont já evoluíram nas proximidades do aeroporto, mas a parte mais importante, perto do Centro, ainda está parada”, observa. Em abril, o secretário de Estado de Infraestrutura, João Carlos Ecker, vistoriou a Avenida Santos Dumont. “O trajeto perto do aeroporto poderá ser entregue neste ano, mas o trecho central da duplicação, devemos entregar no final do contrato, em abril do próximo ano”, detalhou. Simultaneamente à duplicação, estão sendo executadas as obras do elevado entre a Santos Dumont e a Rua Tuiuti. “O elevado depende da remoção da adutora de gás, mas essa obra também avança com a escavação das alças”, complementa Ecker. Com oito quilômetros de extensão, há serviços em andamento no trecho de cinco, divididos em três partes.
No final de março, o secretário entregou o projeto de duplicação do Eixo Industrial Norte, em evento na ACIJ, e destacou que o projeto da Dona Francisca está pronto, com custo estimado de R$ 80 milhões. São obras esperadas ansiosamente pelo empresariado. “As ações de infraestrutura têm a característica de proporcionar redução de custos de produção. Não só para os empresários, mas para a população em geral, qualquer tipo de investimento viário tende a melhorar o cotidiano”, afirma Marcelo Hack. ANA KELLER/DIVULGAÇÃO
Trecho da Santos Dumont com novo asfalto: duplicação representa investimento de R$ 48 milhões, afora os custos das desapropriações
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Campanhas de vacinação reduzem índices da doença
BEM-ESTAR
Gripes também preocupam empresários No início do outono, o Brasil foi surpreendido pela volta da gripe H1N1. Em Joinville, até o início de maio, haviam sido diagnosticados 32 casos, com três mortes. Até o final de abril, 411 pessoas haviam morrido em decorrência da doença no país. As empresas reagiram prontamente, com ações de vacinação, para conter o avanço da doença. Na Schulz, a gripe é uma das principais causas de atestado nos meses de outono e inverno, representando 10% das ausências no trabalho. Neste ano, 80% dos funcionários foram vacinados gratuitamente. Para os dependentes, é oferecida a aplicação em clínicas parceiras, com desconto na folha de pagamento. “A gripe é 33% mais incidente em colaboradores não imunizados”, afirma Francisco Reitz, gerente de Recursos Humanos. A empresa investe na comunicação interna e nas reuniões de liderança, divulgando o máximo de informações sobre o tema.
CÁSSIO DA ROSA/DIVULGAÇÃO
Na Docol, os funcionários também foram vacinados. No total, 75% receberam a imunização. Além disso, o benefício foi oferecido aos dependentes, com desconto posterior. De acordo com o diretor de administração e finanças, Marco Aurélio Gonçalves, os atestados não vêm se alterando muito nos meses de outono e inverno. Ele observa que as ações de orientação e a vacinação anual contribuíram para esse quadro.
Para a médica Marylane Dantas, presidente do Núcleo de Gestores da Saúde da ACIJ, um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas é o absenteísmo por causa médica. “O cuidado com o bem-estar do trabalhador é item obrigatório do planejamento estratégico, por meio de ações de promoção de saúde e qualidade de vida”, ressalta. Ela explica que os empresários precisam estar preparados para os meses de abril a julho, quando as infecções respiratórias afastam muitos trabalhadores. “A pessoa infectada não necessariamente desenvolverá a forma grave da doença, mas mesmo a leve, altamente contagiosa, a obriga a permanecer em casa de um a cinco dias”, afirma. Para a médica, as empresas devem obter informações sobre a doença de fontes confiáveis e repassá-las às equipes da melhor maneira. “A vacina é uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza”, explica. O Núcleo de Gestores da Saúde da ACIJ atende as empresas interessadas com informações quanto ao diagnóstico e tratamento, bem como as medidas preventivas da gripe H1N1.
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EXPANSÃO NO CLIF
Com acréscimo de 20% em seu faturamento, o Centro Logístico Integrado Fastcargo (Clif) de Itapoá celebra o crescimento na unidade quase dois anos após sua inauguração. O avanço é atribuído, principalmente, a uma concessão autorizada pela Receita Federal, que permite oferecer aos clientes estrutura para desembaraço aduaneiro na importação e exportação, bem como para organizar operações em regime de entreposto industrial. O Centro Logístico está apto a operar grande diversidade de cargas, em função das licenças de órgãos anuentes, equipamentos adequados e investimento em capital humano. Com investimento inicial de R$ 120 milhões, a partir dos novos serviços, o principal objetivo do Clif é triplicar o faturamento em 2016.
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TURISMO RURAL
De pai para filhos Santa Catarina é bem mais do que praia. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural (Idestur), foram as propriedades de descendentes de colonizadores que consolidaram o turismo rural no Brasil. Em Joinville, o projeto Viva Ciranda, criado pela Fundação Turística em 2011, impulsiona a prática com visitas pedagógicas, fortalecendo o fluxo de turistas ao longo do ano. Em maio, filhos de agricultores e produtores rurais ligados ao programa participaram do 1º Seminário Municipal de Políticas Culturais em Museus e Espaços de Memória. Representantes da Família de Ango, da Agrícola da Ilha, do Apiário Pfau, do Sítio Vó Bia, do Recanto das Arrozeiras e do Sítio Canto dos Pássaros falaram sobre as oportunidades que o turismo proporciona às suas famílias e as expectativas que, como jovens, veem na atividade. Henrique Menestrina, do Recanto das Arrozeiras, formou-se em turismo e, depois de morar na área urbana, retornou às origens para dar novo rumo ao negócio da família. “O plantio de arroz já não é economicamente viável e, por isso, buscamos outra atividade. Deixei a vida no centro para morar e trabalhar no campo, onde encontrei mais qualidade de vida”, conta.
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Para as filhas de Ango Kersten, agricultor da Estrada Bonita e precursor do turismo rural na região, o desafio foi ampliar a opção de produtos. Além de trabalhar com agricultura e melado, Juliana e Joice auxiliam na confecção de pães, cucas, biscoitos e artesanato. “Tudo é feito pela nossa família. O turismo nos motivou a permanecer na propriedade, dando continuidade ao trabalho iniciado por nossos avós”, ressalta Juliana. A coordenadora do Viva Ciranda, Anelise Rosa, sublinha que as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento das atividades turísticas. “É o comprometimento de todos os envolvidos que garante o sucesso do nosso turismo rural”, destaca Anelise.
SUSTENTABILIDADE
Reciclagem de lixo abaixo do ideal Os números já foram menores, mas falta muito para que a porção reciclável do lixo produzido na casa dos joinvilenses tome o destino correto. Em maio, a prefeitura divulgou que o volume separado pelos moradores e recolhido pelo serviço de coleta seletiva oscila entre 5% e 8% – quando se estima em 35% a parcela dos materiais que poderia ser reaproveitada. A coleta seletiva, existente desde 2003 e sob a responsabilidade da empresa Ambiental, recolhe 1 mil toneladas de recicláveis/mês.
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Poderia ser o dobro, ou mais. “Vemos muito material de qualidade no aterro sanitário”, aponta Pedro Ivo Barnack, da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra). Sete unidades de reciclagem – quatro cooperativas – se encarregam de processar esse “lixo que não é lixo”. O aterro sanitário recebe em torno de 11 mil toneladas de lixo domiciliar por mês. Essencial para a reutilização e reciclagem de produtos e materiais, a coleta seletiva alcança 1.322 municípios brasileiros, o que representa apenas 23% das cidades. Segundo o Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), o país ainda está longe do conceito de economia circular, por meio do qual os resíduos são reaproveitados e transformados em novos produtos. Em Joinville, uma boa experiência baseada na economia circular é o Nat.Genius, modelo de negócio lançado em 2014 pela Embraco. A unidade transforma equipamentos de linha branca e de refrigeração comercial ao final da vida útil em novos produtos, agregando valor ao que é descartado ou vendido como sucata. Gestor do Nat.Genius, Luiz Ricardo Berezowski assinala que, do ponto de vista tecnológico, a economia circular “incentiva a inovação em campos ainda pouco explorados por governos e grandes grupos econômicos, assim como desenvolve bases para a criação de novos mercados consumidores”.
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EM NÚMEROS
As digitais de Joinville O recadastramento biométrico realizado em Joinville até o início de maio mudou o perfil do eleitorado local. Comparados a 2012, ano da última eleição para prefeito, os números divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina em 1o de maio mostram um previsível aumento no número de títulos cancelados – o recadastramento permitiu retirar da lista de eleitores os já falecidos e quem não vive mais na cidade, por exemplo. Além disso, houve substancial melhora no nível educacional dos eleitores, aumento na participação dos jovens e até curiosidades como o fato de que, agora, ao contrário de 2012, existem mais eleitores casados do que solteiros em Joinville. O resultado definitivo, que deve ter pouca alteração, será divulgado em junho.
NÚMERO DE ELEITORES O recadastramento permitiu um número mais realista dos eleitores. Em abril de 2016, eram 412.356 títulos de Joinville no cadastro do TRE/SC. Em 1o de maio, esse número caiu 16%. Abaixo, uma comparação com 2012 ELEITORES APTOS PARA O VOTO
365.555
2012 2016
354.243
TÍTULOS SUSPENSOS OU CANCELADOS
18.809
2012
81.030
2016
GRAU DE INSTRUÇÃO
IDADE 122.685
ALTA QUEDA
45 a 59 anos 91.875 25 a 34 anos 88.721
1o grau incompleto 101.472
95.159
80.552 35 a 44 anos 76.131
74.028
2o grau incompleto 80.100 2o grau completo 77.019
66.686 63.980
18 a 24 anos 56.264
1o grau completo 49.513
53.437
36.232 38.361
Superior completo 20.082 Lê e escreve 17.870
29.098 27.504
60 a 69 anos 29.201 Mais de 69 anos 19.449
Superior incompleto 16.072 Sem instrução 3.423
2012
38 ACIJ
4.355 1.574
2016
17 anos 2.963 Até 16 anos 951
2012
9.261 3.993 1.581
2016
FONTE: TRE/SC
GÊNERO
COMO JOINVILLE VOTOU EM 2012
2012
Os mapas abaixo mostram o desempenho dos quatro candidatos mais votados no primeiro turno. Cada círculo representa uma seção eleitoral, e o tamanho dos círculos tem relação com o número de votos em cada seção
177.145
Homem
188.410
Mulher
Kennedy 100.307 votos. Força no Leste da cidade, principalmente na região do Aventureiro
Udo 85.899 votos. Foi o candidato com a votação mais equilibrada, com destaque para o Centro
Carlito 57.594 votos. Mostrou certa força na região do Irirú, mas o Centro abandonou o então prefeito
Tebaldi 45.741 votos. O ex-prefeito teve seu melhor desempenho nas regiões do Fátima e do Iririú
2016 168.242
186.001
Aventureiro
Iririú
Fátima
Centro
Homem
Mulher
ESTADO CIVIL
Abaixo, o tamanho dos círculos representa a diferença de votos entre os dois candidatos – Udo Döhler e Kennedy Nunes – que disputaram o segundo turno. Quando escuro, vantagem para Udo na seção eleitoral. Quando claro, vitória de Kennedy
2012 208.484
138.707
Solteiro
No primeiro turno Udo concentrou suas vitórias na região central e nas zonas rurais. Kennedy conquistou as seções eleitorais do Leste
No segundo turno Udo ampliou a vantagem obtida na região central, desidratou as conquistas de Kennedy na região Leste e venceu a eleição
Casado
2016 176.116 139.331
Solteiro
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ESPECIAL
Profissionais mais humanos Por Marcela Güther Tudo começou quando o consultor empresarial Wagner Giovani Silva, 36 anos, foi levar seu filho, em uma manhã de sábado, para assistir à contação de histórias na Biblioteca Pública Municipal de Joinville. Lá, foi apresentado ao programa “Ledores Voluntários” e a seu coordenador, Osmar Pavesi. “Ele estava buscando interessados em proporcionar às pessoas com limitações visuais a oportunidade de conhecer as obras disponíveis na biblioteca, bem como contribuir com os deficientes visuais que frequentam curso técnico ou de graduação, para ter acesso aos materiais necessários de estudo”, explica. O interesse foi imediato: Wagner se inscreveu para receber treinamento e, desde 2014, é voluntário, “doando” horas de leitura gravada. Desde 2006, também integra a equipe de educadores do Instituto Internacional da Universidade da Família (UDF), em que os voluntários promovem cursos com temas voltados para a família, baseados em princípios cristãos.
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No Brasil, são 16,4 milhões de voluntários, segundo pesquisa da Fundação Itaú Social. Levantamento do Instituto Datafolha, com 2.024 brasileiros de 135 municípios, atestou que 11% da população atua como voluntário e 28% realizou algum tipo de atividade informal não remunerada nessa mesma perspectiva. De acordo com a pesquisa, 58% dos entrevistados entraram nessa para ser solidários, enquanto 18% se iniciaram na prática por influência de conhecidos ou instituições. Outros 17%, por satisfação pessoal. Sensação de bem-estar (51%), sentir-se útil (40%) e gratificação pessoal (37%) é, na opinião dos brasileiros, o que se obtém ao exercer atividade voluntária. “O voluntariado aprimora a habilidade de se relacionar com os outros e motivá-los para a mudança. Na minha atividade, com gestão estratégica de negócios, ajuda a elaborar cenários diferentes do modelo de negócio da organização, bem como a definir ações em diversos segmentos”, frisa. De acordo com o consultor, o voluntariado desenvolve duas competências específicas: tornar-se exemplo, pois um líder necessita incentivar seus liderados para o desenvolvimento profissional, social e pessoal, e a capacidade de transmitir conhecimento e se comunicar. Empresas que adotam ações sociais, segundo ele, motivam o crescimento de suas equipes, sendo este um diferencial competitivo. No dia a dia, tais projetos permitem identificar lideranças, pois um profissional de nível operacional pode vir a comandar uma dessas iniciativas e logo conquistar resultados de excelência. “Daí, pode liderar um setor ou outros projetos da organização que também alcancem resultados significativos. Os projetos sociais trazem outros benefícios, como a melhoria da capacidade de organização e pla-
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Na foto acima, Wagner Silva, acompanhado de Maria Pavesi, deficiente visual e assistente do departamento de braile da Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin. Na ocasião, o registro, em 2014, da entrega de uma lembrança de agradecimento, homenageando os idealizadores do projeto “Ledores Voluntários”. À direita, Maribel Rosa, coordenadora do Instituto A Fonte da Alegria (Iafa), do Catarinense Pharma
FOTOS: DIVULGAÇÃO
nejamento, trabalho em equipe, novas experiências, novos conhecimentos, gestão por metas, poder de persuadir, capacidade de ensinar e o desenvolvimento da oratória”, elenca Wagner. Um exemplo é Maribel Rosa, analista de gestão de pessoas no Catarinense Pharma. A vontade de ajudar o próximo foi despertada no local de trabalho: ela participa de vários projetos desde a fundação do Instituto A Fonte da Alegria (Iafa), em que é coordenadora. O Iafa mantém projetos nas áreas ambiental, cultural, social, profissional e de saúde. Maribel coordena, há cinco meses, um projeto chamado Coração Solidário, voltado à assistência de famílias carentes. Ela visita entidades, levanta necessidades, organiza eventos e incentiva a formação de grupos. “É uma experiência de gratidão e evolução, faz com que me sinta mais valorizada e mostra o quanto posso crescer como cidadã e profissional.”
A psicóloga Karen Sanches vai além: “Quem é mais ajudada sou eu”. Ela participa do programa Jogos para Vida, do Hospital Dona Helena. Desde 2015, visita pacientes jovens e adultos internados. O projeto tem como obje-
EDSON MIRANDA
tivo levar ao paciente uma atividade lúdica, para que ele vivencie um momento sem pensar sobre a doença. A enfermagem direciona os jogos aos pacientes que estão há mais tempo internados. As reações são únicas. “Você não sabe realmente o que a pessoa vai falar, como está se sentindo. Dá uma satisfação ver que ela riu, ficou com o semblante mais animado. Possibilitar isso já faz a diferença”, evidencia. Para a psicóloga, o voluntariado fortalece o indivíduo. “Colocar-se no lugar dos outros e querer repartir o amor só faz crescer como ser humano.” Para a professora aposentada Marlene Lucas, agente solidária há sete, esse trabalho a tornou uma cidadã mais completa. “O voluntariado ajudou a lapidar os meus propósitos de ter ouvidos e coração mais abertos, aceitar as diferenças em meio a tantas adversidades”, aponta. Marlene atua no Hospital Dona Helena e Maternidade Darcy Vargas. Mensalmente, no Dona Helena, auxilia na entrega da ceia na capela e quartos. Quinzenalmente, visita os setores de crianças e adultos. Já na maternidade, faz visitas e entrega enxovais para as mães carentes.
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O Prove Um Dia Diferente, iniciativa da Embraco, reuniu cerca de 100 voluntários para levar melhorias estruturais ao Naipe Joinville
“Dedicação a uma causa” De acordo com Emerson Zappone, diretor de operações da Embraco, o trabalho voluntário leva o cidadão a valorizar as interações sociais. “A sensibilidade ao voluntariado é mais e mais reconhecida como atributo profissional, desde os processos de recrutamento e seleção. As empresas tendem a valorizar a dedicação do candidato a uma ‘causa’, a um propósito que esteja fora de seu dia a dia de trabalho e, por óbvio, não se vincule à remuneração. O compromisso social se estende ao ambiente corporativo e reforça o perfil multifuncional dos times, característica vital nestes tempos de ‘crise’”, evidencia. “É, em síntese, uma relação ganha-ganha: eu, você, nós, o outro, a sociedade, todos se beneficiam de maneira efetiva.” Há mais de 12 anos, a Embraco mantém o Prove, programa que estimula a atuação dos funcionários em ações de voluntariado. São realizados projetos em hospitais, escolas e instituições sociais. O ponto alto é o Prove Um Dia Diferente, iniciativa que alcançou a sexta edição neste ano. Em abril, cerca de 100 voluntários arregaçaram as mangas em atividades como pintura de paredes e muros, revitalização de ambientes e construção de uma horta pedagógica no Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (Naipe) de Joinville. O objetivo foi oportunizar aos profissionais a experiência de um dia de voluntariado na comunidade.
Um dos participantes foi o engenheiro civil Luiz Antonio Dalazen Rizzo. O engenheiro é voluntário há mais de sete anos, desde os tempos de faculdade, tendo como espelho os seus pais, atuantes na comunidade. Na Embraco, costuma participar de ações desde que ingressou na em-
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FOTOS: DIVULGAÇÃO
presa, em 2014. No Prêmio Embraco de Ecologia, iniciativa que tem como objetivo incentivar e reconhecer as práticas socioambientais adotadas nas escolas de Joinville, o engenheiro civil auxilia as escolas com seus conhecimentos na área. No CEI Espinheiros, vencedor em 2014 do prêmio na categoria Transformação, com o projeto “Na Enchente da Maré: a Aventura Continua”, Luiz elaborou um deck em estrutura de madeira plástica e ecológica, para a criação de uma área na qual alunos e comunidade pudessem conhecer e preservar o ecossistema do mangue. Em seu trabalho, o engenheiro nota reflexos no desenvolvimento dos profissionais, que são mais solícitos, compreensivos e convivem em um ambiente harmônico. “Ser solidário deve ser preocupação de todos. Qualquer empresa procura mais o funcionário que auxilia o próximo, entende a posição do outro, compreende seus problemas e observa de que forma ele pode ser ajudado”, sublinha o engenheiro.
Expondo o seu lado ridículo “A sociedade enaltece o vencedor, que conquista seu espaço, tem boa aparência. O palhaço é o oposto, o perdedor, aquele que a sociedade rechaça, o careca, gordo, disforme. Um ser atrapalhado, torpe, ingênuo. É um treinamento difícil para o voluntário, pois se é educado para ser socialmente aceito, correto”, explica Ângela Finardi, professora dos cursos de medicina e de teatro, que ensina a técnica de clown desde o começo do Palhaçoterapia, projeto da Univille que completa 13 anos em 2016.
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Voluntários da Embraco atuam em escolas e instituições: acima, o CEI Espinheiros, uma das escolares vencedoras do Prêmio Embraco de Ecologia; ao lado, o Naipe, que foi beneficiado pela ação realizada neste ano
Focado na humanização da área da saúde, o Palhaçoterapia foi criado pela professora Selma Franco, de Medicina, junto com outros três acadêmicos. Além de Selma e Ângela, o professor Alessandro Aleixo trabalha na preparação dos alunos para as visitas semanais ao Hospital Infantil Jeser Amarante Faria e ao Hospital São José. São cerca de 60 participantes do projeto por ano. “O objetivo é proporcionar momentos lúdicos para crianças e adultos hospitalizados. Tirar a pessoa daquele ambiente tão duro que é o hospital”, explica Ângela. “O Palhaçoterapia também pretende fazer com que os acadêmicos vejam o outro de forma mais humanizada, desenvolvam empatia, de forma a não olhar o paciente como doente, mas um ser humano, com toda a sua condição biopsicossocial”, completa. Segundo ela, ocorre uma inversão de valores aos médicos e profissionais da saúde em geral. “É preciso aceitar o seu lado ridículo cômico e ingênuo, rir de si mesmo. Isso provoca nos acadêmicos um olhar mais humanizado”, expõe Ângela. A formação do clown leva um semestre. No período letivo, os professores oferecem aulas de duas horas e meia, em que os participantes aprendem a técnica, com treinamentos corporais e vocais. “As aulas são recheadas de brincadeiras, exercícios e técnicas para nos soltar, criar confiança, incitar a criatividade, descobrir novos traços que existem em nós.
FOTOS: CÁSSIA MARA CIPRIANO E ÉMILIN SOUZA
Além de aula, é uma terapia. É um momento em que esquecemos de toda nossa vida acadêmica, nossos problemas, e nos divertimos juntos”, explica a palhaça Fofolete, que frequenta os dois hospitais do projeto. Fofolete é conhecida como Carolina Schimidt Mendes de Melo, estudante do segundo ano de psicologia. Ela explica o nome de palhaça: “Eu me considero uma palhacinha fofa, que adora dar abraços e arranjar sorrisos”. Camila se interessou pelo Palhaçoterapia pelo fato de ser apaixonada por crianças. Demorou para “se soltar”, pois não gostava de se expor demais, com receio de ser julgada. “Conforme as aulas foram passando, criamos laços uns com os outros, e as brincadeiras ajudaram a colocar a timidez de lado”, avalia.
Os acadêmicos trabalham com músicas, lendas, cantigas e jogos. Também recebem auxílio para lidar com pessoas internadas, tendo em vista a piora do estado clínico, os cuidados paliativos e a questão da morte. “Atuando no hospital, é necessário ter uma espontaneidade controlada, respeitar a doença do outro. Voluntário é o eterno fazedor de pontes”, define. Fofolete nunca esquece de uma situação especial que viveu no ano passado. “Uma menina tinha acabado de sair de um procedimento, estava abatida e triste. Assim que me viu pela janela do quarto, me chamou e ficou segurando a minha mão por cerca de três horas, sem soltar por um segundo. No fim, disse que me amava e perguntou se eu não poderia passar a noite com ela. Nunca tinha escutado um pedido desses”, lembra. O resultado é visível. “Eu me tornei alguém mais preocupada com o próximo e com vontade de mudar o mundo. Saio renovada do hospital. Aprendo muito a cada aula, a cada visita.” O projeto estimula a prática da empatia, respeito ao limite e o a um olhar mais sensível ao próximo. “Percebo a diferença que faz quando consigo lidar com alguma situação sem dificuldades.”
Arriscando a vida pelo outro
O Palhaçoterapia, da Univille, completa 13 anos: acadêmicos voluntários visitam semanalmente o Hospital São José e o Hospital Infantil Jeser Amarante Faria
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“Por algum tempo, fui a ovelha negra da família. Meus pais me criticavam por este trabalho, me achavam louco por trabalhar de graça, correndo risco de me machucar e até morrer”, conta Jackson Renato Seidel, que ingressou no Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville em 2008, como motorista. Hoje, é subcomandante da corporação, responsável por toda a gestão do sistema de voluntários da corporação, desde o ingresso de novos bombeiros, formação, treinamentos e gestão de horas e escalas.
Jackson atua também como coordenador de desenvolvimento e planejamento de emergências ambientais na Secretaria do Meio Ambiente de Joinville. Como bombeiro, ele cumpre de 120 a 150 horas mensais de voluntariado por sua função – a média normal é 24 horas de plantão por mês. “Para ser bombeiro voluntário, é preciso ter tempo disponível e uma vida bem organizada, pois se concilia família, profissão e trabalho voluntário. Se tudo não estiver bem dividido, um dos lados acaba prejudicado”, observa. Em média, entre 10 e 12 bombeiros voluntários atuam na corporação diariamente. Mas, para se
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engajar no grupo, existem requisitos. Para começar, um processo de seleção e testes de aptidão física e psicológica. Depois, um curso de formação, de 300 horas, traz ensinamentos práticos e teóricos, em que se aprendem funções como combate a incêndio, resgate veicular e resgate em altura. Se aprovado, o novato inicia o estágio, de 240 horas em campo. Passada a avaliação final, passa a ser considerado um bombeiro voluntário formado. “A principal dificuldade é de absorver o conteúdo, diferente do de outras profissões. Trabalhamos com o imprevisível”, frisa Jaekel Antonio Souza, comandante do Corpo de Bombeiros. Jackson ressalta a preparação psicológica que ser bombeiro exige. “Temos exemplos de pessoas que, quando entraram na corporação, passaram por problemas de adaptação, mas com o tempo, atuando em ocorrência e ganhando experiência, tiveram uma mudança radical na vida.”
“O bombeiro voluntário dedica tempo e conhecimento a alguém que ele não conhece. Atua em situações que provocam medo. É preciso reconhecer o seu próprio limite para enfrentá-las. Também desenvolve o espírito de equipe, a camaradagem, o respeito, a disciplina”, frisa Jaekel. “Ele passa a valorizar mais o meio ambiente e o patrimônio. Adquire maior senso de responsabilidade e segurança.” Jackson concorda e lembra que, quando o bombeiro está em ocorrência, entra em contato com as dificuldades enfrentadas por outras pessoas. “Vê a si mesmo em uma situação muito melhor, e isso o motiva para fazer de tudo para ajudar o próximo. Esse sentimento molda o indivíduo”, completa Jackson. “Ser voluntário é fazer algo a quem precise – e de coração.”
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QUEM É O VOLUNTÁRIO Pesquisa patrocinada pela Fundação Itaú Social, realizada pelo Instituto DataFolha em 2013 e divulgada em 2014, buscou traçar um perfil da ação voluntária no Brasil. A maioria dos entrevistados nunca atuou antes em ações voluntárias, não sabe onde encontrar informações sobre o assunto, enquanto 63% discorda de que ajudar quem precisa é papel do governo. Confira mais informações da pesquisa no infográfico
51%
49%
homens
mulheres 50%
28%
72%
já praticaram ações voluntárias
nunca atuaram em ações voluntárias
11% continuam atuando voluntariamente Benefícios apontados*
Por que não praticam*
51%
sensação de sentir-se útil, de bem-estar e de fazer o bem
40%
Por falta de tempo
29%
40%
sentir-se útil
Nunca foram convidados
29%
18%
ajudar as pessoas e o país
Nunca pensaram nisso
Onde se informam sobre práticas voluntárias*
76%
20%
17%
33%
18%
16%
não sabem onde encontrar informações
em instituições religiosas
pela internet
em associações de bairro
com amigos e parentes
com pessoas que já foram voluntárias
FONTE: PESQUISA DA FUNDAÇÃO ITAÚ SOCIAL, REALIZADA PELO INSTITUTO DATAFOLHA. FORAM 2.024 ENTREVISTAS REALIZADAS POR TODO O BRASIL, ENTRE 9 E 12 DE SETEMBRO DE 2014, DISTRIBUÍDAS EM 135 MUNICÍPIOS, COM MARGEM DE ERRO MÁXIMA DE 2 PONTOS PERCENTUAIS PARA MAIS OU PARA MENOS, DENTRO DE UM NÍVEL DE CONFIANÇA DE 95%. PESQUISA QUANTITATIVA, COM ABORDAGEM PESSOAL EM PONTO DE FLUXO POPULACIONAL, MEDIANTE APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO EM TABLET. DESENHO AMOSTRAL COM BASE EM INFORMAÇÕES DO CENSO 2010/ESTIMATIVA 2013 (FONTE: IBGE). *OS ENTREVISTADOS PODIAM CITAR MAIS DE UM ITEM
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Da esq., Itiana e Adriana, empreendedoras da Vuelo, marca que participou do processo de aceleração da Yunus
NEGÓCIO SOCIAL
Novo modelo chega ao Estado As gaúchas Adriana Tubino e Itiana Pasetti criaram, em 2013, a marca de mochilas, bolsas e acessórios Vuelo. O diferencial da Vuelo é que se trata de um negócio social: os produtos são feitos de câmaras de pneus e náilon de guarda-chuvas. “A ideia era um projeto voltado à sustentabilidade, usando nossas habilidades ligadas ao design. E queríamos fazer de forma diferente, conceber um produto reutilizando um resíduo, diminuindo o problema de excesso de lixo, criando um ciclo produtivo sustentável”, detalha Adriana. Tendo em vista essa combinação de fatores, procuraram identificar materiais resistentes, semelhantes ao couro. “Pesquisando e testando, chegamos à câmara de pneu, que é à prova de água e costuma ir para o aterro, demorando, em média, 500 anos para se decompor. Também escolhemos o náilon descartado nos guarda-chuvas, pois o que realmente estraga são as hastes de metal.” As empreendedoras iniciaram um circuito de recolhimento, compra e acerto de valores com os responsáveis pela coleta dos materiais. Os produtos são vendidos em site próprio e lojas parceiras. A marca passou a focar no público corporativo, para pedidos em maior quantidade. As duas sócias também abriram a consultoria Ação Reinvenção, para encontrar soluções e destinos sustentáveis aos resíduos industriais.
Fator determinante para o voo da Vuelo foi a participação, em 2015, no programa de aceleração da Yunus Negócios Sociais Brasil. Trata-se de uma rede que desenvolve negócios sociais pelo país, por meio de seu fundo de investimentos, inspirando e capacitando pessoas e empresas na transformação social e ambiental. A boa notícia é que a rede está chegando a Joinville.
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Para as sócias da Vuelo, os primeiros passos foram três meses recebendo consultoria em São Paulo. “A troca foi muito rica, recebemos consultoria de diversos profissionais das mais diferentes áreas, como branding, direito e gestão estratégica”, detalha Adriana. Mas o principal aprendizado foi a compreensão do próprio negócio – e as possibilidades para aumentar o impacto positivo, aumentando a escala, ou seja, produzindo mais, sempre de forma sustentável. A Yunus desafiou a Vuelo a se expandir para mais lugares do Brasil. “Três meses depois, fechamos nosso maior trabalho de cliente corporativo, comercializando 16 mil produtos para a Sedex Brasil”, orgulha-se a empreendedora. Adriana pôde contar um pouco dessa experiência na ACIJ, no evento de estreia da Yunus que, a partir de 2016, amplia a atuação para Santa Catarina. Em maio, a
FOTOS: JULIA CIMIONATTO
rede começou a se apresentar para todo o Estado, visitando Florianópolis, Blumenau e Joinville. Na ACIJ, também palestraram a representante da Yunus em Santa Catarina, Daniela Reis, e o coordenador da rede nacional, Victor Pucci. Para o lançamento da representação regional da unidade brasileira ligada à Yunus Social Business Global Initiatives, a rede firmou parceria com a Nexus Consultoria em Sustentabilidade, além de receber apoio estratégico da ACIJ, Tigre e Sustentare Escola de Negócios – cada um desses pilares representa setores que podem se beneficiar com os negócios sociais, o principal conceito levantado pela Yunus. Negócios sociais são empresas que têm como missão solucionar um problema social ou ambiental. São autossustentáveis financeiramente e não distribuem dividendos. Por definição, o investidor recupera seu aporte inicial, mas o lucro gerado é reinvestido no próprio empreendimento para ampliação do impacto social. E o sucesso não é medido pelo total de lucro gerado em um determinado período, mas pelo impacto criado para as pessoas ou meio ambiente. “A expectativa da Yunus é de representar um novo modelo, a ser incorporado por grandes empresas ou novos empreendedores”, explica Simone Faustini, parceira local da Yunus e proprietária da Nexus. De acordo com Daniela Reis, os objetivos iniciais da Yunus no Estado são ampliar o conhecimento sobre negócios sociais, replicando o modelo entre empreendedores e atuando no processo de aceleração, além de estabelecer parcerias com empresas privadas que tenham gestão que se aproxime do conceito de negócios sociais e, ainda, firmar alianças com universidades, a fim de propor o modelo como alternativa de mercado, incluindo-o como
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Acima, à direita, Daniela Reis, gestora da Yunus no Estado, em palestra de apresentação da rede na ACIJ; à esquerda, produto sustentável da marca Vuelo; no topo, empresariado conhece o modelo de negócios sociais
disciplina ou curso de pós-graduação, por exemplo. Também está sendo organizado um fundo para investir em negócios sociais. A iniciativa global é liderada por Muhhamad Yunus, único economista a receber o Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho realizado à frente do Grameen Bank, que tirou milhões de moradores da extrema pobreza em Bangladesh e impactou mais de 800 mil pessoas ao redor do mundo, distribuindo aproximadamente US$ 8,6 milhões para fomentar negócios sociais. A Yunus Social Business acelera e financia empreendedores locais, tendo alcançado mais de 800 mil pessoas por meio dos mais de 500 empreendedores suportados e com 34 negócios sociais financiados na Colômbia, Haiti, Tunísia, Bálcãs, Uganda e Brasil.
No Brasil, a Yunus Negócios Sociais levanta a bandeira no meio acadêmico, via palestras, workshops e eventos. Oferece também serviços de consultoria para empresas, governos, fundações e ONGs. Desde dezembro de 2015, passou a contar com uma rede de gestores estaduais, entre os quais Santa Catarina, com o objetivo de ampliar o potencial de impacto de negócios que possam tornar o mundo menos desigual. “A Yunus é um negócio global de cinco anos. Tem atuação no Brasil há três, com sede no Rio de Janeiro. Recentemente, fizemos um balanço para saber qual a dimensão de nosso impacto no país. Era pequeno. Estávamos centralizados em polos como São Paulo e Rio de Janeiro. Assim, vimos a possibilidade de expandir a rede, com representantes e parceiros locais em outras regiões”, justifica Simone.
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CASE
Juntos negociamos fortes Centrais de compras garantem economia média de 20% e inspiram concorrentes a atuar coletivamente Por Guilherme Diefenthaeler. Em vez da queda de braço, empresas dos mais variados segmentos vêm apostando na chamada relação ganha-ganha ao sentar à mesa com seus fornecedores. Um caminho para isso está na criação de centrais de compras, em que os participantes deixam de lado a rivalidade e negociam, conjuntamente, produtos ou insumos necessários a todos. O ápice dessa articulação é a formação de redes, constituídas por diferentes firmas que se apresentam ao mercado com marca única – caso das joinvilenses Concasa, de materiais de construção, e Unicerta, de supermercados. A metodologia nasceu há sete anos em Santa Catarina, concebida pelo Sebrae, e hoje é multiplicada em todo o país. No Estado, segundo o coordenador da Regional Norte do Sebrae, Jaime Dias Júnior, são nada menos que 80 grupos ativos, reunindo 2 mil empresas que faturam R$ 4 bilhões por ano. Compras conjuntas respondem por 30% dessa receita e garantem descon-
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tos médios de 20%, ou a bagatela de R$ 240 milhões/ano. No caso das redes – ou centrais de negócios, como denomina o programa do Sebrae –, há outros propósitos, além de melhores custos na hora das compras: capacitação de equipes, design de lojas padronizado, linhas de crédito em condições mais favoráveis, campanhas de mídia, centros de distribuição para atender a todos os parceiros, planejamento coletivo de marketing e vendas. Mesmo quando não se chega a costurar uma associação com essas características, a busca de soluções comuns para problemas comuns entre concorrentes produz vantagens evidentes. E aí a diminuição dos custos é uma das primeiras bandeiras. Foi o pleito que mobilizou as 14
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Como exemplo do que essas conversas já renderam, Francisco menciona uma redução média de R$ 10 a R$ 20 por metro cúbico na aquisição de concreto pelas construtoras ligadas ao núcleo. “Nem sempre atingimos o objetivo, mas o saldo tem sido muito mais positivo que negativo”, avalia, convicto de que, nesse circuito, as duas partes saem satisfeitas: “É bom para as empresas nucleadas e também para os fornecedores, que ganham 14 clientes qualificados. Em tempos de crise, um diferencial que pode garantir a sobrevivência”. Os fornecedores concordam que a fórmula é boa para ambas as partes. A Famossul, que produz portas de madeira e componentes em Pién, no Paraná, amplia a cada ano a presença de Joinville no seu portifólio de clientes – já atende regularmente a 40 construtoras baseadas na cidade. “A parceria com o núcleo foi de extrema importância para o fortalecimento da nossa marca na região”, avalia o diretor comercial Guido Greipel Junior,
que recebeu uma comitiva joinvilense para conhecer a fábrica da empresa. Do outro lado do balcão, o foco está em baixar preços, claro, mas não é só: “Alguns fornecedores oferecem atendimento especial, designando um vendedor específico para as nucleadas”, ressalta o engenheiro Rafael Alex Friedrich, da Construtora Casa Vita. “Em grupo, conseguimos preços e prazos melhores. Sozinhos, não teríamos esse ganho.” Diretor comercial da Issan Empreendimentos, Márcio Ishikawa lista mais algumas vantagens que não se limitam à hora das compras: desenvolvimento de novos fornecedores, melhores práticas, padrões construtivos e tecnologias, cursos, representatividade nas relações com o setor público, e por aí vai. Ele participou da visita técnica à Famossul e também esteve na Top Fusion, indústria de tubos e conexões, que proporcionou treinamento para a equipe da construtora. No capítulo custos, a Issan calcula ter poupado 14% nos gastos PENINHA MACHADO
integrantes do Núcleo de Construção Civil da ACIJ. Logo que o grupo se estruturou, no final de 2014, essa demanda surgiu como unanimidade, ante a queda no ritmo do mercado imobiliário. “Percebemos a oportunidade de ganhar volume juntando nossas compras de materiais e insumos para obras”, relembra o engenheiro Francisco Hackbarth, presidente do núcleo. Conforme o impacto de cada item no orçamento, os fornecedores vêm sendo chamados um a um. Em pauta, além de valores, discutem-se temas como forma de pagamento e até questões técnicas. Votorantim, Tigre, Tintomax, Famossul, Max Mohr e Termotécnica são algumas que já atenderam ao convite.
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Francisco, do Núcleo de Construção: bom para empresas e fornecedores
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com concreto e 20% no cimento, em seu último empreendimento, depois que o núcleo entrou em ação. Outros segmentos, como imobiliárias, estudam a possibilidade de avançar nas negociações conjuntas com fornecedores, premidos pela alta de custos. Já os 30 supermercados que fazem parte do núcleo setorial caminham nessa direção. O grupo planeja compras coletivas de materiais de expediente e suprimentos. Uma conquista foi a redução média de 1 ponto percentual nas taxas cobradas pelas operadoras Rede e Visa, de cartões de crédito e débito. “É um retorno significativo para a rentabilidade dos supermercados”, avalia o presidente do núcleo, Marco Aurélio Mattiola.
Mattiola, do Núcleo de Supermercados: redução de taxas para cartões
Atuação coletiva fortalece empresas Especialmente para micro e pequenas empresas, a busca de competitividade desaconselha a postura individualista na luta por fatias de mercado. “Pelo contrário, faz-se necessário realizar projetos que incentivem as MPEs a atuar de forma coletiva, visando prepará-las para uma visão global”, sublinha Jaime Dias Junior, do Sebrae. Esse é o espírito das redes fomentadas pelo programa batizado de Central de Negócios, que elegeram as compras conjuntas como um dos focos. Uma delas é a Concasa, implantada em 2009 e hoje com 20 associados que, além das negociações, têm em comum aspectos como o marketing e a própria gestão dos empreendimentos, mirando no desenvolvimento das empresas e na qualificação dos trabalhadores. A rede soma 148 empregos e área de vendas total de 4.900 metros quadrados. Mais antiga, criada em 2000, a
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Unicerta Rede de Supermercados reúne 15 lojas em Joinville, Araquari, Barra do Sul e Jaraguá do Sul. A união trouxe resultados de impacto, como a redução em até 25% dos custos de derivados de leite, a partir do momento em que a rede ganhou fôlego para comprar da indústria. Segundo o professor Valmir Gazzoli, que leciona no MBA de Gestão Moderna de Compras da escola Sustentare, em Joinville, a falta de volume significativo no fechamento dos pedidos tende a inviabilizar compras de pequenas empresas em grandes fabricantes. “As centrais permitem que esses clientes voltem a ter acesso às condições e preços mais competitivos das maiores indústrias, em vez de adquirir produtos de atacadistas ou outros canais”, explica o professor. O modelo é vantajoso, mas exige cuidados para ter êxito. Antes de mais nada, Gazzoli frisa que os envolvidos precisam alinhar com clareza suas culturas, estilos de negociação, processos decisórios e expectativas – e dar autonomia ao negociador para buscar as melhores soluções, seja na escolha dos fornecedores, seja nas condições de pagamento: “Algumas empresas querem ganhos de curto prazo, outras preferem parcerias de médio e longo prazos”. Entre os casos bem-sucedidos que vão entrando para a bibliografia acadêmica da gestão de compras, Gazzoli menciona a Rede Super, do Rio Grande do Sul. A marca surgiu em 1996, na cidade de Santa Maria, integrando 22 supermercados. Hoje, são 60 lojas, espalhadas por 30 municípios gaúchos, com 10 mil empregos diretos e indiretos. “A iniciativa de comprar em grandes quantidades para vender mais barato atraiu e conquistou os consumidores”, comemora a rede, em texto de apresentação. “A partir desse momento, os mercados de bairro puderam competir com as grandes redes em preço e em comunicação.”
FOTOS: PENINHA MACHADO
Devido às restrições alimentares do pequeno Arthur, Letícia Vergara é consumidora assídua de produtos voltados a esse público e assiste ao crescimento do setor
SAÚDE
O mercado das restrições alimentares Quadro de limitações na dieta impulsiona setor de produtos especiais A auxiliar jurídica Letícia Segalla Vergara já sabia que sua vida mudaria muito depois da maternidade. Novas atribuições, novas responsabilidades, novas rotinas. Mas não sabia que a dieta alimentar também mudaria drasticamente. Foi o que ocorreu
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quando, aos 6 meses do pequeno Arthur, Letícia descobriu que o filho era alérgico a leite e ovos. “Quando passei a introduzir a alimentação industrializada é que vieram os sintomas. Corremos para o hospital, foi um susto. Só quando ele completou 1 ano é que conseguimos fazer um exame específico, diagnosticando a alergia alimentar”, conta Letícia. Situações como essa, que se repetem em milhares de lares, vêm sendo acompanhadas pela oferta crescente de produtos especiais para pessoas com restrições alimentares, tanto em pequenos estabelecimentos quanto nos grandes supermercados. Inaugurada em agosto de 2015, a SOS Alergias faz parte de uma rede de franquias com 13 unidades pelo país. Especializada em quatro tipos de alergias (insetos, contato, respiratória e alimentar), a loja atende à demanda de clientes com restrições alimentares, vendendo produtos sem glúten, sem leite, sem soja, sem ovos, entre outros. Tam-
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bém mãe de alérgicos e intolerante à lactose, a proprietária Maria Luíza Garcia observou uma demanda crescente de consumidores, ao lado de um mercado que ainda era restrito. Por isso, resolveu abrir o ponto. “Prestamos atendimento personalizado e os clientes podem esclarecer todas as suas dúvidas. Ainda existe uma confusão muito grande sobre o assunto e, por falta de informação, as pessoas podem acabar comprando algo que continue a fazer mal”, reitera Maria Luíza. Os fatores que desencadeiam alergias e intolerâncias alimentares ainda não foram devidamente esclarecidos, contudo, o consumo de produtos industrializados, com aditivos, corantes e agrotóxicos, pode influenciar. “Essas alergias são crônicas e pioram à medida que você continua introduzindo química em seu corpo. Os hábitos alimentares têm tudo a ver com a tendência de mais pessoas diagnosticadas com restrições. Existe também o aspecto genético, mas o fator externo é muito forte”, explica a nutricionista Simone Ribeiro.
Figueró, do Giassi, aposta no crescimento da oferta e demanda
Tendência nas prateleiras Algumas redes de supermercados mantêm um setor exclusivo de produtos para pessoas com intolerância ou alergia alimentar. É o caso do Giassi. Segundo o gerente de uma das lojas de Joinville, Maicon Figueró, há aproximadamente dois anos e meio, a rede começou a investir na oferta desses produtos, a partir de solicitações dos clientes. Também adepto da linha, o gerente registra que o preço é mais elevado, justificado pela natureza da produção dos alimentos, ingredientes e processo de fabricação. A rede dispõe de produtos de panificação, como pães, bolos, biscoitos e massas, laticínios, como leite, iogurte e queijos, além de chocolates sem lactose. Considerando a variedade restrita, Figueró reconhece que há espaço a ser explorado. “Para novas unidades, o Giassi já estuda a viabilidade da implantação de uma cozinha própria para produção de itens sem glúten.”
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Mudança de hábitos Em função da alergia do filho, a mãe Letícia Vergara precisou adaptar completamente sua dieta, excluindo qualquer alimento feito com leite e ovos, devido à transferência das substâncias ao organismo da criança pela amamentação. Há dois anos, ela ficou sem saber o que fazer para encontrar os alimentos, porque não conhecia lugares que vendessem esses produtos. Para Letícia e o pequeno Arthur, hoje com 2 anos, a dieta está funcionando. Impossibilitando o contato do filho com os alimentos aos quais é alérgico, os sintomas desapareceram e, aos poucos, ao longo do tratamento, ela pensa em trazer alguns alimentos de volta à rotina da casa. A nutricionista Simone Ribeiro explica que, depois de um período sem contato com o alimento, o corpo para de produzir anticorpos. A partir daí, é possível ingerir alimentos comuns aos poucos, para verificar as reações do organismo. Dados da Mintel, empresa de pesquisa de mercado, apontam que 5,9% dos lançamentos de comidas e bebidas, em 2015, trouxeram informações na embalagem indicando quantidade reduzida ou ausência de lactose. A fatia foi de 3,8% em 2014 e de 3,1% em 2013. Já a parcela de produtos sem glúten cresce apoiada na necessidade dos portadores da doença celíaca, que apresentam intolerância à proteína. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, as reações alimentares de causas alérgicas acometem de 6% e 8% das crianças com menos de 3 anos e de 2% a 3% dos adultos. Para completar, esses produtos também atendem a uma parcela de consumidores que buscam hábitos de vida mais saudável.
Diferenças entre intolerância e alergia
Simone investe no preparo dos alimentos e atendimento personalizado
“Cada vez mais pessoas estão tendo acesso aos diagnósticos de alergia ou intolerância alimentar. O público que busca uma alimentação mais saudável, por sua vez, mesmo sem a necessidade, investe nos produtos em função dos cuidados com o corpo”, explica Simone, proprietária da Delicatessen Essência de Baunilha. O estabelecimento abriu as portas em 2010, visando à fabricação própria para revenda a pontos comerciais. Em 2012, mudou para uma nova sede. O ambiente já se firmou como referência para pessoas com restrições alimentares. A Essência de Baunilha vende produtos próprios em cinco pontos comerciais de Joinville, além de outras cidades dos três Estados do Sul. A loja também comercializa produtos de outras marcas e a proprietária estuda franquias. Otimista com a tendência de expansão, Simone explica que ainda falta difundir melhor o assunto na sociedade em geral. “As pessoas precisam ter mais acesso à informação fidedigna sobre o tema, entender por que determinada reação acontece, por que tirar determinada substância da sua dieta.” Informação é o que busca a professora Elizabete Augusta dos Reis Rodrigues, a partir do encaminhamento dos exames que podem diagnosticar e confirmar sua alergia ao glúten. Desde 2010, ela segue uma dieta restritiva, mas nunca teve diagnóstico preciso. “Comecei a sentir mal-estar, cansaço excessivo e dores no estômago. Aí me lembrei de uma situação parecida que ocorreu com uma amiga e resolvi tirar da dieta os alimentos com glúten. Como os sintomas passaram, adotei como definitivos os novos hábitos alimentares”, conta Elizabete.
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A intolerância é uma reação de sensibilidade não alérgica do organismo, causada por mecanismos não imunológicos a alguns alimentos ou a substâncias encontradas em um ou mais grupos de alimentos. As substâncias tóxicas provocam desequilíbrios devido à deficiência ou ausência de enzimas digestivas para decompor os alimentos. A ingestão excessiva e continuada de um determinado alimento pode levar à saturação do organismo e, se assim for, ele deixa de metabolizar esse alimento, o que provoca problemas de saúde e mal-estar. No fundo, a intolerância alimentar é uma resposta adversa e retardada do organismo, relativa à ingestão de alimentos que já eram ou passaram a se tornar nocivos. Normalmente, a resposta é lenta e assintomática, isto é, sem manifestações visíveis e imediatas após a ingestão dos alimentos. Com o tempo, a intolerância pode resultar em inflamações crônicas que se transformam em doenças debilitantes, afetando o bem-estar e a qualidade de vida do ser humano. Já a alergia é uma reação adversa a determinado alimento. Envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrintestinal e respiratório. As reações podem ser leves, como simples coceira nos lábios, até graves, que podem comprometer vários órgãos. A alergia alimentar resulta de uma resposta do organismo a determinada substância presente nos alimentos. As substâncias são combatidas pelo sistema imunológico, podendo levar a processos inflamatórios e ao aparecimento de sintomas como fadiga, intestino irritável, inchaço, enxaqueca e obesidade.
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Ao lado, o símbolo dos Jogos; abaixo, Vinicius de Castro, da Tigre: “Não poderíamos ficar de fora”; na outra página, Marcus de Menezes, da Docol: retorno para a empresa vai muito além do financeiro
MERCADO
Oportunidades olímpicas Empresas joinvilenses marcam presença na maior competição esportiva do planeta Por Mayara Pabst. Quase 15 mil atletas, representando 206 países, em 28 dias de competição. Serão 834 provas com medalhas, em 65 modalidades diferentes. Números que dimensionam os dois maiores eventos esportivos do planeta. A realização dos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto) e Jogos Paralímpicos Rio 2016 (7 a 18 de setembro) direciona os holofotes do mundo sobre o território brasileiro, especialmente a capital fluminense. Quem se faz presente na competição alcança uma oportunidade de exposição raras vezes vislumbrada. Empresas de Joinville estarão representadas no evento mundial aproveitam a visibilidade para expor seus padrões de excelência. As provas das Olimpíadas Rio 2016 serão em 32 locais, de quatro regiões do Rio de Janeiro (Barra da Tijuca, Deodoro, Maracanã e Copacabana). Em alguns desses espaços, como nas arenas principais, centro de tênis, centro internacional de transmissões, parque radical e centro nacional de tiro esportivo, estarão itens produzidos em Joinville, pela fabricante de metais sanitários Docol. Destaque para tornei-
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ras eficientes no quesito economia de água, chuveiros antivandalismo para banheiros e vestiários e uma linha de produtos desenvolvida para pessoas portadoras de necessidades especiais, nos 21 locais das competições paralímpicas. Maior exportadora de metais da América Latina, a Docol já é reconhecida no Brasil e no exterior. Segundo o diretor comercial e de marketing, Marcus Vinicius Cordeiro de Menezes, o fornecimento de produtos para obras dessa magnitude reforça o caminho percorrido pela empresa. “A importância vai muito além do retorno financeiro. Estar em um evento tão relevante, que recebe atletas do mundo inteiro, dedicados a bater novos recordes, competir e mostrar o trabalho de anos de dedicação e treino, é muito significativo”, orgulha-se Menezes.
A Docol ainda forneceu itens para construções que não estão ligadas diretamente aos jogos, mas fazem parte do legado olímpico, como o Parque Madureira, o Museu do Amanhã e o Aeroporto do Galeão, todos no Rio de Janeiro. Com experiência em obras de grande porte, a empresa também disponibilizou produtos para estádios da Copa do Mundo de 2014.
Já os fixadores da Ciser, a maior do setor na América Latina, contribuem para a segurança da construção dos espaços que vão abrigar as competições, como arenas multiuso, complexo aquático, complexo de tênis e velódromo. Os itens foram utilizados principalmente nas estruturas metálicas das edificações, com fixadores pesados e produtos para coberturas e fechamentos em construção seca. “Somente em uma das obras, foram utilizados, entre outros fixadores, aproximadamente 24 mil conectores de cisalhamento. A confiabilidade dos produtos reforça nossa representatividade nacional e serve como vitrine para o mercado da construção civil”, relata Flávio Mandelli, gerente de gestão, vendas e marketing. A presença de joinvilen ses nas Olimpíadas se estende aos locais para acomodar os atletas e o comitê olímpico. A Tigre forneceu produtos para o Condomínio Ilha Pura, conjunto de 32 prédios, e também para a Via Première, além de itens para arenas. “As vendas para as obras olímpicas colaboraram para atingirmos nossos objetivos nos segmentos de construção formal, minimizando os efeitos da crise”, pondera o gerente nacional de vendas, Vinicius Miranda de Castro, ressaltando que, em um evento dessa proporção, as obras devem ter um bom padrão, desde o projeto até o acabamento. “Como líder de mercado, a Tigre não poderia ficar fora.”
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Símbolo dos Jogos vai passar por Joinville Além da presença de empresas nos palcos principais das Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016, a maior competição do mundo passa por aqui com o revezamento da tocha olímpica. No dia 13 de julho, a cidade volta suas atenções para o símbolo que representa os sentimentos de paz, união e amizade que inspiram a competição. O evento está sendo preparado, com o envolvimento da prefeitura, desde agosto de 2015, quando equipes do comitê olímpico estiveram em Joinville para definição de rota, segurança, marketing e condutores. “Este dia será histórico para Joinville. É uma oportunidade ímpar para mostrarmos as belezas da cidade, nossa capacidade de organização e o trabalho de nossa gente, permitindo, ainda, que muitos joinvilenses tenham a honra de conduzir a chama olímpica”, relata Carlos Eduardo Martins, gerente de eventos e cerimonial da prefeitura. Cerca de 100 pessoas participarão do revezamento em Joinville, escolhidas em promoções nos sites “Rio2016” e de seus patrocinadores.
O revezamento da tocha olímpica Rio 2016, que tem duração de 90 a 100 dias, contará com a participação de 12 mil condutores, percorrendo 20 mil quilômetros. O revezamento será encerrado no dia 5 de agosto, quando o último condutor acenderá a Pira Olímpica durante a cerimônia de abertura dos jogos, no Estádio do Maracanã.
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Netos e sobrinhos já estão desenvolvendo gosto pela música
VITAE
Entre partituras e empreendimentos Ao chegar aos 60 anos, Raulino Schmitz, resolveu incluir os filhos no negócio para aproveitar mais a vida Por Letícia Caroline. No mais recente encontro da família Schmitz, em Antônio Carlos, município a 32 quilômetros de Florianópolis, a festa foi animada, pela primeira vez, por música ao vivo. Raulino Schmitz saiu de Joinville, com seu acordeon e a parti-
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tura de “Noite Feliz”, para demonstrar seus dotes, adquiridos em dois anos de aula. “Hoje, para mim, é mais difícil tocar acordeon do que gerenciar um hotel”, diverte-se. Raulino é dono do Hotel Sabrina, que fica no Centro de Joinville. Ao completar 60 anos, decidiu dar andamento à sucessão do empreendimento para os filhos Rodrigo e Sabrina. Com tempo sobrando, resolveu se dedicar a um instrumento musical. Já tinha apreço pelo acordeon, atraído pela beleza de seu som. Procurou o Conservatório Be-
las Artes, próximo ao hotel, e começou a se desenvolver. “Não temos tradição musical na família. Meu objetivo é despertar esse interesse nas próximas gerações”, afirma. Na opinião do empresário, aprender a tocar um instrumento exige a mesma dedicação necessária para tocar um negócio. Além das aulas nas terças e quintas-feiras, destina de dois a três dias para treinar em casa. Também já se adaptou aos palcos – a escola propõe apresentações mensais e nos finais de ano, com um grande espetáculo.
A inspiração já está ganhando adeptos, com sobrinhos aprendendo violão, teclado e bateria. A ideia de Raulino é de que, no final deste ano, seja possível montar uma banda com os parentes para apresentação na festa da família, que envolve umas 50 pessoas. O pensamento de empreendedor faz com que vislumbre um futuro para os netos Arthur, 4 anos, e Sofia, 8 meses. “Quero influenciá-los também. Quando se tem tradição musical na família, fica mais fácil”, explica.
Aprender é uma das coisas que Raulino mais faz. Saído do interior, chegou a Joinville em 1976, depois de se formar em técnico mecânico para trabalhar na antiga Consul. Teve que se adaptar à rotina de cidade grande e ir atrás de conhecimentos profissionais. O espírito inquieto logo fez com que se juntasse ao cunhado para empreender na área automotiva, montando uma oficina mecânica em sociedade. Em algumas viagens, começou a prestar atenção no ramo hoteleiro e percebeu que seria uma boa opção. Foi aí que construiu o Hotel Sabrina. Em 1984, o primeiro endereço tinha 32 apartamentos. Hoje, são 82 e há estudos para a construção de uma nova unidade. “Encontrei todas as dificuldades porque não conhecia a área. Fomos aprendendo no dia a dia”, conta o empresário, formado em administração. Na empreitada, Raulino sempre contou com a esposa Maria Aparecida. Conhecida como Cida, foi ela que tocou a parte administrativa, enquanto ele se preocupava com as expansões e organização da infraestrutura. Casados há 38 anos, conheceram-se em Antônio Carlos, onde estudaram juntos. “A parceria entre o casal é muito importante. Se os dois não se entendem, como vão montar um negócio?”, questiona.
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FOTOS: PENINHA MACHADO
Raulino e Cida empreenderam e agora vivenciam sucessão
Em viagens, olhar para os negócios Cida e Raulino já exploraram vários lugares do mapa. Conhecem boa parte do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Haiti, Panamá. Também passaram pelo Canadá e Estados Unidos. Na Europa, visitaram Alemanha, França, Áustria, Suíça, República Tcheca e Itália. Raulino afirma que as viagens ajudam no negócio, já que um empresário nunca desliga o olhar analítico. Para este ano, a família pretende, pela primeira vez, levar filhos e netos a Bariloche. Além da música e das viagens, para aproveitar o tempo livre, Raulino anda de bicicleta, caminha e corre. “Não gosto de academia, acho muito monótono”, conta. Para ele, é preciso ter contato com a natureza durante a atividade física, o que é possível durante suas pedaladas e caminhadas. Vivenciando a sucessão, Raulino se sente tranquilo em repassar conhecimentos aos herdeiros. “Você pode trabalhar até 80 anos, e depois transferir o negócio, ou optar em parar aos 60 e incluir os filhos, para que aprendam com a sua experiência”, teoriza. É o que ocorre no Hotel Sabrina. Rodrigo e Sabrina são responsáveis pelo empreendimento e contam com a ajuda dos pais para aconselhá-los. “Para o negócio prosperar, é preciso conhecimento. Uma grande vantagem dessa nova geração é que eles já vêm com muita teoria. Além disso, é preciso vestir a camisa, assim, o lucro será consequência”, afirma.
Prevendo um ano difícil, o empresário se preparou para enfrentar 2016 com um caixa organizado. Mesmo com faturamento mais baixo comparado a 2015, afirma que a empresa tem fôlego para passar pelo momento difícil, mantendo visitas contínuas a terrenos próximos, para expandir o negócio. “Já passei por várias crises, não tenho mais medo delas. O ideal é se prevenir, porque a crise vem e vai”, ressalta.
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DIÁRIO DE VIAGEM
A bela capital da Catalunha A experiência de estar em Barcelona vale por si só. “Caminhar por suas ruas, conversar com sua gente e vivenciar a paixão pela cidade é encantador”, diz Renata Cavalieri. Consultor de Marketing e Estratégia da Lab34, o marido Flávio Pinheiro foi o parceiro de aventuras. Renata, que é professora de espanhol, explica por que a capital da Catalunha é meio mágica: “Se o tema for gastronomia, Barcelona é um lugar repleto de aromas e sabores. Não apenas em função de seus mais diversificados restaurantes, mas também porque lá você encontra todos os tipos de temperos e ingredientes que possa imaginar. Se preferir a arte, poderá conhecer no bairro Gótico um pouco mais sobre a obra de Pablo Picasso, em visita ao seu museu, que fica bem no miolo do bairro”. Para os viajantes paulistanos que adotaram Joinville há cerca de um ano, Barcelona abriga várias cidades em uma só. Especialmente para quem é fascinado por arquitetura, a cidade é uma imensa vitrine. A começar pelas famosas obras de Antoni Gaudí.
Barcelona, Espanha
No alto, Parque Güell, um dos pontos turísticos mais visitados na cidade e obra de Antonio Gaudí. No centro, Cascata Monumental Citadella. Acima, na Plaça Reial
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NONONONONONON
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Na foto maior, Montjuïc, de onde se tem privilegiado panorama da cidade antiga e do porto. À esquerda e embaixo, o bairro Gótico, outra das tantas belezas e muito visitado por quem aprecia arte e arquitetura
Acima, no Camp Nou, Flávio e Renata foram ver de perto a casa de um dos maiores times de futebol do mundo
Um dos lugares mais visitados de Barcelona é a Plaça Reial. O design de todas as Lanternas é de Antonio Gaudí
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CONTRAPONTO FÁBIO ABREU
Como acertar o alvo do marketing em tempos de crise
LUIZ CARLOS PEREIRA
Reputação da marca Sim, vivemos uma crise econômica. Os consumidores estão receosos. Mas pergunto: é possível estagnar? Não. Fechar as portas de seu negócio não é opção. Parar de consumir não é possibilidade, afinal, temos inúmeras necessidades. Mas o que fazer para superar essa fase delicada? Poderia responder rapidamente com algumas opções. Vamos de benchmarking? Melhores processos e ideias inovadoras devem garantir o sucesso da sua marca. Que tal Inbound Marketing? Oferecer conteúdo relevante é a chave para melhores resultados. Presença digital? Você fica para trás se não tiver. Outdoors, anúncios, comerciais de TV – tudo que faça sua marca não ser esquecida. E links patrocinados
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para alcançar em cheio seu público-alvo aonde quer que ele esteja? Site responsivo? Fundamental para mostrar o produto com eficiência. Agora, você pode me perguntar, isso tudo é errado? Não. Isso tudo está certo. E eu pergunto: se você faz tudo isso para sua marca, por que continua difícil vender? Porque existe um fator determinante esquecido – a reputação da marca. Uns chamam de storytelling. Eu chamo de “o que você oferece de bom, real e consistente para seus consumidores”. Todas as ferramentas de marketing citadas são, de fato, muito importantes. Mas para que serve um site responsivo se você atrasa a entrega do produto? Por que fazer um comercial de TV se, ao
chegar à sua loja, o cliente não é bem atendido? Como vender seu serviço se as pessoas que trabalham com você não acreditam nele? O diferencial hoje, em meio à crise e entre tantas marcas que investem em ferramentas de marketing, é a reputação da marca. A história que ela conta ao consumidor é um diferencial decisivo na hora da compra. Transmite segurança e agrega valor. É preciso criar vínculos com seu target. Por isso, mais uma pergunta: sua marca tem reputação? Se a resposta for sim, nos vemos no outro lado da crise. Se a resposta for não, comece a construir a história da sua empresa. Luiz Carlos Pereira Publicitário, sócio diretor executivo da Onze.ag e do Portal e Revista Making Of
RODRIGO LAMIN
Gestão inteligente No universo do trade marketing, não há verdades universais. A cultura e as condições de consumo variam, o que se reflete em formas e níveis diferentes de maturidade para atuar com trade e vendas. Entretanto, o objetivo macro é o mesmo: promover a proposta de valor das empresas e seus produtos no ponto de venda. Diante das mudanças no hábito de compra, em decorrência, sobretudo, das novas tecnologias e da economia em recessão, o trade marketing enfrenta um desafio concreto: vender e fidelizar o novo consumidor. Segundo a Nielsen, as visitas aos pontos de venda caíram 4,7% em 2014, com aumento do tíquete médio em 5,6% a cada visita. Ou seja, as pessoas estão indo menos à loja,
mas comprando mais a cada visita. Indústrias e distribuidores devem se diferenciar no PDV e proporcionar experiências mais relevantes ao consumidor. A conexão entre a loja física e a virtual é um dos grandes desafios do trade, que pretende ser estratégico. Afinal, como medir o impacto de uma ação de trade realizada na loja física, mas que resulta em conversão via e-commerce? Um dos caminhos é estabelecer uma operação híbrida, que forneça resultados mensuráveis, previsíveis, e que possibilite fazer o tracking das vendas com esse perfil. O marketing digital pode complementar ações híbridas, principalmente em vendas mais complexas. Desse modo, os contatos obtidos na visita ao PDV
VICTOR AGUIAR
Nem tudo que é comum é normal Em tempos de crise, é usual cobrar melhores resultados das equipes de vendas – elas são, na maioria das vezes, elo entre empresa e clientes. Do outro lado, é rotineiro ouvir queixas e justificativas mil, mercado estagnado, falta de confiança, concorrentes com condições inimagináveis etc. Fundamental diferenciar o que é comum do que é normal: por vezes, a repetição de determinadas situações por longo tempo faz com que algumas situações que se tornaram comuns sejam entendidas como normais e gerar acomodação. Não conseguir fechar algumas vendas é comum para qualquer profissional, mas altos índices de não-conversão não são normais, só para citar um exemplo. Para apurar
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as razões, investigue seus dados internos, veja o que foi orçado, o que foi fechado e o que não foi concretizado. Quem não comprou, não o fez de ninguém ou você perdeu para a concorrência? Se isso ocorreu, para quem foi e por quê? Transforme os dados em informações e crie estratégias. Mostre para a equipe de vendas que o atendimento começa, hoje em dia, virtualmente. Quando se tem a oportunidade de um contato pessoal (mesmo por telefone), não se pode perder a oportunidade, pois, se o cliente está lhe dando essa chance, por algum motivo você conseguiu chamar a sua atenção. Há muito tempo que não temos um momento tão difícil. Por isso, até por ser novidade, corre-se o risco
podem ser “nutridos”, mantendo um relacionamento de longo prazo mesmo fora do ponto de venda, de forma personalizada e assertiva. Apesar do crescimento das compras digitais, algumas experiências só são possíveis pessoalmente, como um test-drive. Por isso, o trade marketing deve gerar experiências cada vez mais criativas e emocionais no PDV. A estratégia para 2016 deve priorizar também a consolidação de ferramentas tecnológicas que favoreçam a mensuração e a gestão de indicadores. Em tempos conturbados, é importante garantir o controle sobre cada centavo investido. Rodrigo Lamin Diretor e cofundador da Involves
de certo conformismo, pelo entendimento de que dificuldades, perda de vendas, diminuição de resultados, isso tudo é normal na crise; mas justamente nesse momento devemos entender o que é comum e diferenciar do que não é normal. Lembro-me do presidente de uma multinacional na qual trabalhei por 11 anos, na década de 1990. Nas reuniões de vendas, ele dizia em “bom portunhol” (era sueco e havia trabalhado no México): “Señores , sei que tenemos crisis pero, si los clientes van a comprar , van a comprar de alguien. Então , ese alguien tiene que ser nosotros. (sic)”. Victor Aguiar Professor da Univille, consultor e palestrante nas áreas de vendas e atendimento
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CABECEIRA DIVULGAÇÃO
CACÁ MELO
“Leitura é chave para o conhecimento” Autora reflete sobre a experiência de escrever para crianças
blicadas: “Irmão? Que Confusão!”, “Dente Mole” e “Por quê?”. Também faz parte da Academia dos Escritores do Litoral Norte (Aeln), da Academia Literária do Vale do Rio dos Sinos (Alvales) e do Centro Literário de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Como já é tradição, a Feira do Livro de Joinville, realizada em abril, trouxe autores de outros Estados para palestras e bate-papos com os leitores. A Revista 21 conversou com a gaúcha Cacá Melo. Natural de Porto Alegre, Cacá é professora há 19 anos. Ela tem três obras pu-
ESCREVER PARA CRIANÇAS
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Como trabalho com os pequenos, resolvi escrever literatura infantil com temas voltados para os obstáculos que enfrentamos na sala de aula. O primeiro livro, “Irmão? Que Confusão!”, fala sobre a chegada do irmão mais novo e toda a angústia que essa notícia pode causar. O segundo, “Dente Mole”, aborda a troca dos dentes de leite e a magia da fada do dente. E o terceiro, “Por Quê”, lançado na Feira do Livro de Joinville, trata da fase de curiosidade em que a criança quer explicações para tudo. São esses três li-
vros que já publiquei e, como faço parte de algumas academias literárias, tenho poesias e contos publicados em algumas antologias.
CACÁ INDICA
RELAÇÃO COM A LEITURA
Na verdade, escrevo desde a infância. Como compunha músicas e poesias, acabei escrevendo para a agenda da escola e para o jornal da comunidade. Mas, conforme o tempo foi passando, isso ficou meio afastado. Daí vieram os estudos, a família e os filhos. Em 2003, reiniciei esse projeto, publicando um livro, voltado à literatura infantil. É onde entra minha experiência como professora. Sou escritora e contadora de histórias, pois acredito que todo professor é um bom contador de histórias.
DESEJO DE SER ESCRITORA
Quando criança e adolescente, isso parecia impossível. Hoje, é difícil conseguir que uma editora publique seu livro, por ser caro. Mas, em 2013, deu o estalo e percebi que podia fazer isso.
O COMEÇO
O primeiro livro, eu estava em uma reunião de professores e, em 10 minutos, escrevi. Foi bem rápido. Isso ficou arquivado, e, em 2013, a escola onde trabalho recebeu uma escritora e contadora de histórias. A partir dali, comecei a pensar nessa possibilidade. Na ocasião, percebi que poderia fazer a contação de histórias. E essa escritora tem uma pequena editora, pela qual eu publiquei “Irmão? Que confusão!”. Agora, o último foi em parceria com a editora AGE, de Porto Alegre.
PARA ADULTOS Ana Sem Terra Alcy Cheuiche L&PM Pocket
Alcy Cheuiche faz uma cuidadosa pesquisa histórica sobre a reforma agrária no Brasil para contar a trajetória de uma família de imigrantes de origem alemã. Traçando um corte vertical em 40 anos da história brasileira, este romance perfila conflitos fundiários, o profundo abismo existente entre as camadas sociais e a sombra de um país imerso em profundas contradições.
SOBRE O QUE AINDA NÃO ESCREVEU
Meu primeiro livro se esgotou. Estou refazendo este. Os dois anteriores, eu mesma ilustrei, e para o “Por quê?” contratei um ilustrador. Vamos pintar todos os desenhos do primeiro em tela e lançá-lo novamente. No final do ano, vou lançar um novo título que deve trabalhar o tema da amizade.
RELAÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS COM OS LIVROS
É muito importante. Leitura é chave para o conhecimento, faz você sair daquele mundo real para o lugar que quiser. Você mergulha no livro e vive em qualquer mundo. É importante o acesso da criança à leitura, principalmente, à leitura de qualidade. Também se deseja que órgãos públicos e entidades privadas promovam a leitura, mesmo com a crise. Porque, às vezes, essas feiras (do livro) são os únicos momentos em que uma criança tem acesso à literatura.
KINDLE OU LIVRO IMPRESSO?
Acredito que essas ferramentas acrescentam, sempre. Só creio que necessitamos do contato com o livro físico. Quando você perguntar para um leitor assíduo o que acha de ler somente por esses meios, ele vai falar que precisa do contato, precisa sentir o cheiro do livro. Acrescenta muito esse progresso digital, mas o contato e o manuseio são importantes.
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PARA CRIANÇAS Até as Princesas Soltam Pum Ilan Brenman Brinque Book
Laura é uma garotinha bem curiosa e uma das questões que mais a intriga é saber se as princesas soltam ou não pum. Mesmo diante da realidade, Laura descobre que as princesas dos contos de fadas continuam a ser as mais lindas princesas.
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LANÇAMENTO
28 visões sobre o quadro político A atriz e jornalista Jalusa Barcellos reúne, neste livro lançado em maio pela Record, nada menos do que 28 brasileiros ilustres – nomes da área cultural, da economia, da academia, do direito e da política – para analisar o momento político que o país atravessa. “Profetas do Passado” mostra, por exemplo, o economista Carlos Lessa detalhando as razões de sua demissão do BNDES, no governo do ex-presidente Lula. Jalusa, que dedicou um ano inteiro ao trabalho, garante que o Brasil nunca mais será o mesmo depois da Lava-Jato. “Nunca nos esqueçamos de que só é possível projetar o futuro se houver um compromisso ético com o presente, que advém,
justamente, de tudo que aprendemos com o passado”, ressalta a autora, que é gaúcha, mas vive há muitos anos no Rio de Janeiro. O prefácio é de Fernando Gabeira: “A participação dos intelectuais tem um papel decisivo: ela nos ajuda a colocar as perguntas certas, amplia nosso horizonte, ajuda a não desesperar, e não desesperar significa manter a cabeça fria, abrir-se para as possibilidades de superação, sem preconceitos.” Entre as mulheres, além de Bibi Ferreira, que escreveu a orelha, estão a acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira, a antropóloga Alba Zaluar e a atriz Fernanda Montenegro. Os outros “profetas” são: Luiz Alberto Py, Daniel Aarão Reis, José Ser-
ra, Marco Antônio Villa, José Carlos Dias, Frei Betto, Luiz Werneck Vianna, Marcello Cerqueira, Ziraldo, João Batista Ferreira, Luiz Eduardo Soares, Gaudêncio Frigotto, Joel Rufino, Alberto Dines, Zuenir Ventura, Carlos Lessa, Ricardo Cravo Albin, Alba Zaluar, Merval Pereira, Paulo e Chico Caruso, Nelson Pereira dos Santos, Demétrio Magnoli, Roberto Romano da Silva, Augusto de Franco, Darcy de Oliveira e Marcio Tavares D´Amaral. Profetas do passado Jalusa Barcellos 630 páginas R$ 64,90 Editora Record/Grupo Editorial Record
CORPORATIVO
Estamos preparados para as mudanças? Karyne Schubert Gomes, coordenadora pedagógica do Yázigi Joinville
Em tempos de instabilidade, crise e preocupações, surgem diversos questionamentos sobre a importância do planejamento estratégico, investimento, adaptação às mudanças, novas oportunidades e a necessidade de atualização constante. Analisando o cenário atual do Brasil, é imprescindível discutir o futuro do país e o quanto realmente estamos preparados para as mudanças. O livro de Hamel e Prahalad aborda o planejamento estratégico como ferramenta fundamental e necessária a todo o tempo, para que possamos estar à frente dos principais desafios. Entre os ensinamentos do livro, está a necessidade de cultivar
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suas principais competências para não somente se adaptar aos novos tempos, mas também se antecipar às transformações. Importante lembrar que, exatamente no momento do caos ou das dificuldades, temos a oportunidade de criar a partir da desconstrução de ações e ideias pré-concebidas. Tempos de crise também representam tempos de oportunidade, e quando pensamos em mudança logo nos vem à mente a necessidade de um momento de preparação e planejamento. A análise do cenário atual juntamente com o planejamento estratégico são ferramentas fundamentais para se antecipar às transformações. Estratégia, preparação, estudo, atualização constante e foco nas oportunidades podem minimizar o impacto
de alterações no cenário mundial, organizacional, político, econômico, comercial, educacional e empresarial. A velocidade com que as mudanças acontecem e os cenários se transformam é realidade não apenas no nosso país mas também mundialmente. Independente da realidade atual, é preciso estar preparado para as mudanças com olhos para o futuro. Quem está preparado, enxerga os momentos de dificuldades como momentos de oportunidade. Seja protagonista da sua vida e do seu futuro. Competing for the Future Gary Hamel, C. K. Prahalad Editora Harvard Business School Pr
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SOCIAL
Sem algemas Lançado em maio, “Contos Tirados de Mim” é uma coletânea de textos escritos por apenados de Joinville. Produto da iniciativa do juiz João Marcos Buch em promover a leitura e a literatura como instrumentos de crescimento pessoal e reinserção social, com apoio do editor Alex Giostri. Desde 2013, a leitura faz parte da rotina da Penitenciária Industrial e do Presídio de Joinville, que abrigam o projeto da remição pela leitura – foi montada uma biblioteca no presídio e ampliada a da penitenciária, a partir de uma campanha de arrecadação de livros. Interessados tinham 20 dias para ler um livro e 10 para escrever a resenha – que, homologada pelo juiz, reduziria em quatro dias a pena desses leitores. Já a coletânea foi consequência do primeiro projeto. Em 2015, quatro detentos declamaram poesias de sua autoria na Feira do Livro, o que chamou atenção da editora. Os apenados foram convidados a enviar textos para avaliação. Alex Giostri coordenou oficinas literárias, que resultaram no livro. Retratos de vidas plenas de dificuldades, abandono e mesmo algum arrependimento, os textos miram não apenas em remição – mas em redenção. Textos que tentam explicar o que é ser livre. Marcos Buch entende a iniciativa como um caminho dos mais relevantes para desconstruir a lógica da cultura do encarceramento em massa e contribuir efetivamente para o crescimento de cada um dos autores. Contos Tirados de Mim A Literatura no Cárcere Vários autores 94 páginas Editora Giostri
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Tradicional palco da Harmonia Lyra, que completou 158 anos
O QUE FAZER
Resumo da ópera Criada quase no mesmo ano de fundação de Joinville, a Sociedade Harmonia Lyra comemorou 158 anos no mês de maio e, para marcar a data, preparou uma programação especial. Nos dias 31 de maio e 1º de junho, foi apresentada no palco histórico a ópera La Traviata, do italiano Giuseppe Verdi, na estreia do projeto “Ópera de Bolso”. A iniciativa consiste na realização de espetáculos resumidos, sendo apresentados ao público os principais trechos da ópera, com a participação dos personagens centrais. Em uma ação de cunho social, o público pôde trocar os ingressos para a La Traviata por três quilos de alimentos não-perecíveis. Desde 1858, a Harmonia Lyra abrilhanta as noites de música, dança e eventos em Joinville. Localizada na rua 15 de Novembro, a sede abriga retratos da cultura no munícipio e chama atenção pelo arquitetônico esplendor de anos passados.
Integrando inúmeras representações culturais na cidade, a Sociedade Harmonia Lyra é palco de espetáculos que mexem com os sentimentos e lembranças do público. O espaço também sedia as apresentações, ensaios e oficinas da Orquestra Cidade de Joinville, corpo artístico formado por músicos de Joinville, Corupá, Jaraguá do Sul, Itajaí, Florianópolis e Curitiba.
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DESTAQUE
CORPORATIVO
Moda e sustentabilidade
Fórmula para a produtividade
Taise Beduschi, gestora de Sustentabilidade do Grupo Malwee
Em um troca-troca de livros que praticamos há algum tempo no Grupo Malwee, deparei com “As Garotas da Fábrica”, escrito por uma americana filha de imigrantes chineses que, como correspondente do The Wall Street Journal, vivenciou e relatou de forma singular a globalização do dragão asiático. Com o foco na migração da população rural para a área urbana que ocorreu na China, além da forte imigração para outros países, e como isso influenciou inúmeras famílias, a autora nos leva a refletir sobre as condições de trabalho a que o ser humano é submetido. Na busca desenfreada pela redução de custos e mão de obra barata, muitas empresas têm negligenciado questões básicas, como saúde e segurança do trabalhador, e sequer consideram a qualidade de vida. No mundo da moda, há muito a evoluir nesse sentido. Iniciativas como o Moda Livre, aplicativo que possibilita verificar o status de trabalho de uma grande parcela de marcas fashion brasileiras e contribui para um consumo mais consciente, são indicativos de que há olhares preocupados com a questão. Que as histórias contadas por Leslie possam inspirar a reflexão sobre o que consumimos e quais marcas estão por trás desses produtos. As Garotas da Fábrica Leslie T. Chang 376 páginas Editora Intrínseca
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Atributo da competitividade, a adequada gestão da produtividade se faz cada vez mais necessária. A capacidade de gerir metas pessoais ou profissionais de forma a solucioná-las em prazos determinados com eficiência se tornou importante diferencial. Nesse caminho, Charles Duhigg apresenta uma explanação inovadora da ciência da produtividade. Com base nas mais recentes descobertas da neurociência, psicologia e economia comportamental, o autor explica que pessoas, empresas e organizações mais produtivas não apenas agem diferente: elas veem o mundo de modos profundamente diferentes. Também autor do livro “O Poder do Hábito”, que ficou por mais de 20 semanas na lis-
ta dos mais vendidos do “The New York Times”, Duhigg explica que, hoje, o modo de se pensa vale muito mais do que o pensamento em si. De acordo com o autor, a maneira como tomamos decisões, as ambições que colocamos em primeiro lugar, a cultura que estabelecemos para estimular a inovação e o modo como interagimos com as informações são as principais questões que separam os simplesmente ocupados dos genuinamente produtivos.
Mais Rápido e Melhor Charles Duhigg 358 páginas Editora Objetiva
PESSOAS
Para comunicar e cativar Superar o nervosismo ao falar para centenas de pessoas, focar nos principais tópicos de seu discurso com clareza e cativar o público são objetivos de palestrantes que buscam a excelência. De acordo com o livro, as conferências TED costumam ser conduzidas por um orador que acerta no alvo, com capacidade de inspirar o público. O autor Chris Anderson promete mostrar como o leitor pode fazer uma palestra inesquecível. Desde que assumiu o comando do TED em 2001, Anderson se dededica a demonstrar o poder das palestras curtas, francas e cuidadosamente elaboradas, compartilhando conhecimento, despertando empatia e gerando empolgação. O livro
explica como alcançar o feito sem fórmulas, já que nenhum discurso deve ser igual a outro. A utilização de algumas ferramentas, sim, pode garantir o desempenho do orador. Nos bastidores do TED, o autor acompanhou de perto palestras individuais e revela suas descobertas, que vão desde a formulação do conteúdo da conferência até como tirar melhor proveito do palco. O lançamento é um manual para a comunicação efetiva. TED Talks: o Guia Oficial do TED para Falar em Público Chris Anderson 240 páginas Editora Intrínseca
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Cena do filme “Correntes”: média-metragem conta a história de meninas que cresceram às margens do rio
NAS TELAS
Um olhar sobre o Cubatão Em abril, Joinville se viu através das lentes da produtora Mídia Quatro Filmes e dos olhos da Casa Teatral. O patrocínio da Companhia Águas de Joinville proporcionou a produção do filme “Correntes – Um Olhar Cinematográfico sobre a APA Estrada Quiriri e o Rio Cubatão”. Totalmente rodado no município e com atores locais, o média-metragem conta a história de três meninas que cresceram às margens do rio e viveram sua infância no final da década de 90, quando a região passou a ser protegida, tornando-se a Área de Preservação Ambiental (APA) Serra Dona Francisca. A produção foi vencedora do edital de patrocínio para projetos de educação ambiental e é focada
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no principal manancial de Joinville, responsável por cerca de 70% do abastecimento de água local. Toda comunidade do Quiriri, aliás, mobilizou-se para ajudar no projeto e, além de ceder suas próprias casas para as locações, acompanhou de perto o trabalho. Associar entretenimento com conscientização ambiental foi o principal desafio do projeto, dirigido por Daniele Pamplona, que não esconde uma pontinha de orgulho: “É o cinema com o nosso jeito, a nossa história, e todos vão se identificar”, afirmou a diretora, na expectativa de que “Correntes” possa ajudar, também as pessoas a refletir sobre sua relação com os recursos naturais. A produção, que
estreou em meados de abril, está sendo exibida para os moradores do Quiriri e entorno. Outras 300 cópias serão distribuídas para as comunidades que fazem parte da APA e entidades de preservação. Outra nova produção jonvilense, com o apoio cultural do Simdec, Fundação Cultural e prefeitura, é o curta “Inveja”, com roteiro e direção de Eduardo Vieira. Com 14 minutos e também elenco local, o curta estreou na metade de abril e foi apresentado em vários espaços culturais. Com Antônio Tebaldi, André Klitzke e Caroline Bressan, “Inveja” explora o impacto imagético que as pessoas exercem umas sobre as outras.
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3 LIVROS
Para ser um líder exemplar
Nesta edição, três livros indicam o caminho para liderar equipes de sucesso. As sugestões são do consultor credenciado do Sebrae, Marco Antonio Murara. Formado em administração, Marco é especialista em comunicação integrada de marketing e mestre em administração pela PUC/PR.
Gestão ética na Para além cultura corporativa dos rótulos Ser ético significa que os valores internalizados, que formam a cultura corporativa, traduzem-se em competência transformadora, integração e conduta produtiva. O que fazer com a ética diante da perplexidade gerada nos melhores espíritos, das distorções e habituais reflexões teóricas e subjetivas? O livro oferece um modelo de aplicação dos conceitos éticos às organizações, como também o ferramental para a gestão ética.
Com exemplos de empreendedores brasileiros bem-sucedidos, o livro traz aplicabilidade imediata dos conceitos, sendo indicado para os iniciantes até mais experientes. Estruturado para que o leitor entenda a importância de ser empreendedor, traz as diferenças de pensamento e a importância de se ir além dos rótulos, desmistificando a ideia de “empreendedor de sucesso”, trazendo elementos contrários à teoria.
Ética na Gestão Empresarial Francisco Gomes de Matos Editora Saraiva
Empreendedorismo na Prática – Mitos e Verdades do Empreendedor de Sucesso José Carlos Assis Dornelas Editora Campus
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Segredo para o sucesso A partir de 24 mil entrevistas realizadas em 20 empresas de diversas áreas e tamanhos, em um período de 10 anos, o trio de consultores apresenta o estudo inédito que ajuda a identificar o segredo do sucesso de equipes como as que criaram o iPod, na Apple, e outras tantas que viraram referência no mundo dos negócios. Ideal para quem quer maximizar a produtividade e o lucro da empresa, liderando melhor suas equipes. O Executivo e sua Tribo Dave Logan, John King e Halle Fischer-Wright Editora Planeta
DIVULGAÇÃO
Filme com Jake Gyllenhaal é adaptação de livro de José Saramago
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Caos é a ordem ainda indecifrada
O Homem Duplicado Lançamento: 2014 Duração: 1h30 Diretor: Denis Villeneuve Elenco: Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Sarah Gadon Gênero: Suspense País: Canadá , Espanha
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Adaptação do livro homônimo escrito por José Saramago, “O Homem Duplicado” narra a história de Adam Bell (Jake Gyllenhaal), um professor que leva uma vida pacata e tediosa: do trabalho, vai para casa, encontra a namorada, dorme e volta ao trabalho no dia seguinte, repetindo a mesma rotina. Até que um dia, companheiro do corpo docente sugere que ele veja a um filme do qual havia gostado. Adam resolve assistir ao tal filme e, em um dado momento, descobre um sósia entre os figurantes. Aí, o professor inicia uma jornada em busca do ator, chamado Anthony St. Claire. Enquanto o primeiro vive uma esterilidade emocional num apartamento vazio em uma metrópole superpoluída, seu duplo é o oposto, mostrando-se explosivo, seguro e ameaçador.
Único ganhador do Prêmio Nobel de Literatura da língua portuguesa, José Saramago já teve outras obras adaptadas para o cinema. A mais famosa, talvez, seja “Ensaio Sobre a Cegueira”, filme que contou com a direção do cineasta brasileiro Fernando Meirelles.
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3 PERGUNTAS MARCELO KUPICKI, DIVULGAÇÃO EXPOGESTÃO
DIÓGENES LUCCA
Cofundador do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar
A base de uma boa negociação é a credibilidade, e um dos ativos mais relevantes desse processo está na informação. Foi o recado que o tenente-coronel da reserva transmitiu em palestra na Expogestão, em Joinville. Segundo ele, tropas de elite têm muito em comum com empresas de alto desempenho. Aqui, a entrevista de Diógenes à Revista 21.
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Que paralelo o sr. faz da negociação em operações policiais com o meio corporativo? Tropas especiais têm ritualísticas, técnicas e táticas apreciadas pelas empresas de alta performance. Um exemplo é o senso de pertencimento. Outro foi popularizado no filme “Tropa de Elite”: “missão dada, missão cumprida”, o que também ocorre nas empresas, em que “a meta é obrigatória, o choro é opcional”. Há características comuns de liderança, de trabalhar sempre buscando fazer o melhor. Na minha experiência com negociações que envolviam vidas, retive algumas técnicas e táticas importantíssimas que também se aplicam no mundo corporativo, como obter informações, aprender a pensar com a cabeça do outro,
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aprender a ouvir – uma virtude fundamental para o negociador –, cumprir o combinado: bom vendedor não é aquele que vende uma vez, mas o que gera uma relação de tanta confiança e parceria que desenvolve um cliente permanente, que é o que as empresas querem. Também a questão da credibilidade. Há uma diferença entre o meu “cliente”, que é o criminoso, com o cliente do mundo corporativo: ele não gosta de mim, atira em mim e, se puder, me mata. Trazendo para o mundo corporativo, o sujeito fica mais resiliente, consegue potencializar e dar outro sentido para o conflito, como algo natural nas relações interpessoais. E não só a harmonia e o entendimento, como nossa cultura judaico-cristã faz supor que seja. É o que aprendemos lá e serve para o mundo corporativo.
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Em uma operação policial, alguém sempre sai perdendo. E, nas negociações empresariais, a ideia é a do ganha-ganha, não? Na negociação policial não é diferente: ganha-ganha, também. Quando o criminoso faz o refém, quer preservar a própria vida e, diante do impacto midiático, começa a fazer exigências absurdas. O negociador não pode franquear nada além de eliminar o criminoso ou prendê-lo. E o objetivo é que vá para a cadeia feliz. A gente não quer que ele saia dali triste ou se sentindo perdedor, isso não colabora com a credibilidade que uma polícia deve ter. É uma quebra de paradigma. Como foi minha experiência no Gate: inicialmente, entrava para resolver o problema “custe o que custar”, o que mudou para uma situação em que o criminoso deixa de ser visto como um inimigo.
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Por que o sr. afirma que negociação necessariamente ocorre sob pressão? Negociação é tensão permanente. No mundo corporativo, pode ser uma tensão mais contida, deixa sinais mais sutis que no universo policial. Mas todas implicam em tensão. Quando você vai preparado para o pior, está agindo de forma prudente. O estrategista nunca se prepara para o melhor cenário. Tem os seus momentos; da divergência, vai se acomodando até chegar à celebração do acordo. É nessa hora que a gente coloca as armas de lado porque o que quer, no fundo, é construir uma ponte dourada com a outra parte, baseada em credibilidade. A gente não quer uma única negociação, quer negociações duradouras, clientes permanentes, fiéis. Meu sonho é que todas as pessoas tenham um mínimo entendimento do que é um processo de negociação, como relação interpessoal. Quando você incorpora isso ao seu repertório, sua vida muda, com a sua família, com os colegas.
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