Jornal Unesp - Número 346 - agosto 2018

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Estudo associa Exposição Programa Educando 5 traumas na infância 2 para a Diversidade 16 marca 25 anos a fatores clínicos e do Grupo de Pesquisa estimula ideias que psicológicos presentes em casos de câncer

consolidam a cultura da paz

Panorama da Cerâmica Latino-americana

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA • ANO XXXIV • NÚMERO 346 • AGOSTO 2018

HORIZONTE SUSTENTÁVEL Em um mês, dois encontros, duas áreas e a mesma perspectiva: o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e referência fundamental nas ações da Unesp. O Câmpus de Bauru recebeu o Encontro de Extensão Universitária, que refletiu sobre a definição de um conceito mais atualizado para articular as atividades dessa área. Já no Câmpus de Botucatu ocorreu o 3º Fórum da Pós-Graduação, que analisou a reorganização dos cursos de mestrado e doutorado. páginas 8, 9, 10 e 11. Universidade Portal Alumni 12 foi selecionada 7 fornece dados pela Capes em e serviços e recria proposta de apoio a internacionalização

vínculos de egressos com a Unesp

Pesquisa com 6 alunos de dois câmpus dá início a

política de prevenção da violência

Unesp avança no 4 ranking latino-americano da revista inglesa Times Higher Education


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Artigo

Criatividade contra o preconceito

Programa Educando para a Diversidade está alargando os horizontes de práticas inovadoras para o desenvolvimento de tecnologias sociais na Unesp Juarez Xavier Imagens TV Unesp

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ontribuir para a articulação e a institucionalização de uma política de cultura de paz e para a arquitetura de um ambiente que favoreça a diversidade epistêmica, inovadora e disruptiva, com os propósitos de enfrentar ações discriminatórias e segregacionistas e, ao mesmo tempo, disseminar valores que estimulem o respeito à diversidade cultural e à pluralidade de ideias. Essas são as metas do programa Educando para a Diversidade: Eu Sou, Tu És, Nós Somos, abrigado na parceria materializada pelo Convênio Unesp-Santander para enfrentar violências que afetam mulheres, negros, grupo LGBT+, pessoas com deficiência e pobres, segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito realizada pela Assembleia Legislativa de São Paulo em 2014. Coordenado pelo gabinete da Reitoria, as ações estão presentes nas 34 unidades da Unesp nas 24 cidades paulistas com câmpus da Universidade. O programa promove ações convergentes em três dimensões articuladas: produção de indicadores que sinalizam os desafios mais próximos à realidade universitária; integração de conteúdos analógicos e digitais, desenhados pela rede de estudos e baseados em pesquisa e ações desenvolvidas pela comunidade; e o lançamento de bases para as políticas públicas institucionais. A pesquisa em curso, apoiada pelo Educando depois de uma fase experimental para ajuste metodológico, é realizada em dois câmpus com o objetivo de identificar formas de violências – físicas e morais –, o perfil dos agentes envolvidos, as práticas de constrangimento recorrentes e os locais de suas manifestações. As informações fornecidas pelo levantamento permitirão o mapeamento das incidências e, a partir desses dados, a articulação de procedimentos institucionais que estimulem os alicerces necessários para construir uma cultura universitária mais pacífica e plural, “educando para a diversidade”, sem deixar de elaborar procedimentos para identificação e sanção dos atos

A apresentadora Patrícia Alves e as docentes Eliana Zanata e Lúcia Leite no programa da TV Unesp

Elisa Schlünzen, do Câmpus de Presidente Prudente, participou remotamente do debate no programa

de violência. A formação de um ambiente interno propício a este debate é estratégica para o êxito do programa. A Universidade já é plena de iniciativas de servidores, tanto docentes quanto técnico-administrativos, e estudantes interessados e com plena atenção à temática. São pesquisas, estudos e projetos diversos desenvolvidos em aula, centros de estudos e observatórios de educação em direitos humanos. Esse material à disposição da comunidade, naturalmente, abre mais trilhas para o programa atingir os seus objetivos, fazendo um tipo de curadoria que facilita e

acelera a circulação de ideias e iniciativas inovadoras, então represadas nas prateleiras de bibliotecas e repositórios. Uma das plataformas de circulação de conteúdo do projeto é o programa produzido pela TV Unesp, Educando para a Diversidade, exibido desde o final de junho. No formato de entrevistas e debates interativos, com uma hora de duração, o programa convida pesquisadoras e pesquisadores com aderência aos temas para expor estudos e pesquisas, debater conceitos e se aprofundar em assuntos relacionados às pessoas que têm direitos suprimidos pelo preconceito, pela

discriminação e pela intolerância difusa, sejam mulheres, negros, indígenas, população LGBT+, pessoas com deficiências etc. O Portal da Diversidade, outra estratégia do programa, é uma plataforma digital para a veiculação de conteúdo em formato de texto, imagens e infografia, o que dá força à abordagem de temas espelhados, elaborados por outras pesquisadoras e outros pesquisadores, ampliando o arco de articulação de especialistas e estudiosos e encorajando o engajamento da comunidade. Nesses meses de implantação do programa, as ações para

confrontar as agressões e as práticas violentas foram desenhadas para ter sintonia com iniciativas que já estavam em curso na Universidade, como o Grupo de Trabalho de Prevenção da Violência, criado há alguns anos e que tem sido uma fonte importante de ideias e projetos. É nesse grupo que surge a necessidade de superar a “percepção percebida” pela “percepção real” das formas de violência na universidade, base para o mapeamento das incidências de violência. Uma realidade na Unesp desde 2017, a proposta para a adoção do “nome social” articulou docentes, técnico-administrativos e estudantes e é um exemplo concreto de como uma política institucional forte de promoção à diversidade pode dar resultado. A adoção do nome social, bem como o Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública, foi forjada em coletivos feministas, negros e LGBT+, uma tecnologia social construída no coração dos debates universitários e que atua nas fronteiras do programa Educando para a Diversidade, ponto de apoio para a efetivação e o monitoramento dessas ações. Ainda há muito por fazer, mas o mapeamento das incidências de hostilidades e a formação da esfera interna de debate sobre a diversidade estão contribuindo de forma efetiva para institucionalizar, na forma de protocolos e ações conexas, políticas que, além de incentivar a diversidade e a pluralidade na Unesp, alargam os horizontes de invenções e práticas inovadoras para o desenvolvimento de tecnologias sociais disruptivas.

Juarez Xavier é coordenador do programa Educando para a Diversidade, parte do Convênio Unesp-Santander, docente do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), câmpus Bauru, e assessor da Pró-Reitoria de Extensão Universitária (Proex) da Unesp.


Entrevista

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Produção científica no rumo das grandes questões globais Líder da Comissão de Avaliação Institucional dos Rankings da Unesp analisa classificação da Times Higher Education que colocou universidade entre melhores da América Latina Fábio Mazzitelli Pixabay

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Jornal Unesp: A alta da Unesp nos indicadores em todas as áreas do ranking THE é sinal de um avanço mais consistente, sistemático, e não pontual? José Augusto Chaves Guimarães: A Unesp vem percorrendo uma trajetória ascendente no que tange aos quesitos ensino e pesquisa. Mais especificamente no quesito pesquisa, eu diria que isso se deve a um novo momento ora vivido pela Universidade, em que os novos docentes já ingressam na carreira com uma prática científica em vias de consolidação e preocupados com sua produção

Unesp tem alto índice de publicações no exterior, mas necessita estratégia de colaboração internacional e seu reconhecimento ante a comunidade científica. JU: Como avalia a 11ª posição da Unesp no ranking THE da América Latina? Guimarães: Comparando os rankings “THE Latin América” de 2017 e 2018, observa-se que, na edição de 2018, a presença das universidades brasileiras decresceu se comparada com a edição anterior, de doze para onze universidades entre as top 20. Nesse contexto, registra-se a saída de três universidades brasileiras desse rol – a UFABC, a PUC-RS e a UnB – enquanto apenas a UFRGS passou a nele figurar. Entre as universidades que ascenderam, registra-se Unifesp, UFSCar e UnB (três posições), UFMG e PUC-RJ (duas posições) e Unesp e UFSC (uma posição). Em suma, pode-se observar que esse melhor desempenho da Unesp vai ao encontro do que ocorre em outras universidades do país. Em âmbito de outros países, tem-se a saída da Universidad de Monterrey, do México, e da Universidad Nacional de Colombia; e a entrada da Pontificia Universidad Católica del Peru e Universidad Nacional de San Martin, da Argentina.

Destaca-se, em relação à Unesp, que em 2018 a Universidade assumiu a 11ª posição entre 129 instituições avaliadas. Isso constitui um importante feito, se considerarmos que houve a inserção de novas 47 instituições (na edição deste ano), das quais onze são brasileiras. Olhando apenas para as 43 universidades brasileiras, a Unesp consolidou-se na sétima posição. JU: Qual é a estratégia para a Universidade seguir avançando e como a comunidade da Unesp – docentes, pesquisadores, estudantes… – pode colaborar nesse sentido? Guimarães: Tenho convicção que a questão central reside na busca pela visibilidade da produção científica da Unesp, o que se evidencia, entre outros aspectos, por meio das citações recebidas pelos artigos publicados por nossos pesquisadores. Observa-se, nesse sentido, que a Unesp vem revelando alto índice de publicações estrangeiras, mas geralmente com autorias endógenas (todos os autores da própria Universidade) ou em colaboração nacional (todos os autores de

instituições brasileiras). É fato inegável que a presença de pesquisadores estrangeiros como coautores de publicações de nossos pesquisadores aumenta a visibilidade dessa produção, por meio de um maior índice de citação. No caso da Unesp, já temos dois elementos importantes, nomeadamente a alta produtividade e o alto índice de colaboração. Faltanos, apenas, intensificar a internacionalização de nossa produção.

JU: E como fazer isso? Guimarães: Isso leva à necessidade de uma ação estratégica relativa à colaboração internacional, o que pode ser planejado e concretizado a partir de contatos que se estabelecem em estâncias de pesquisa no exterior, recepção de professores visitantes, projetos conjuntos de pesquisa, cotutelas, acordos de cooperação acadêmica, conferencistas estrangeiros para eventos promovidos pela Unesp, além de missões acadêmicas realizadas no exterior. As ações de colaboração devem ser alimentadas constantemente, devendo-se recordar, ainda, que um bom percentual da avaliação da Universidade nos rankings depende daquilo que se denomina “prestígio acadêmico”, a partir da recomendação de pesquisadores externos (nacionais e principalmente internacionais). Em vista disso, quanto mais intensa for essa colaboração, mais visível e prestigiosa será a universidade. Outro aspecto importante, nesse sentido, é a preocupação com uma produção científica que vá ao encontro das grandes questões globais, sem se ater única e exclusivamente a problemas locais, de difícil replicação. Essas questões têm sido objeto de preocupação da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unesp, como se pode observar na série Propetips (https://bit.ly/2wyV1wz). Divulgação

m julho, a edição de 2018 do ranking da revista inglesa Times Higher Education (THE) apontou avanço da Unesp em todas as áreas, sendo a segunda mais bem avaliada em ensino e a terceira melhor em pesquisa na América Latina. No geral, a Universidade foi classificada na 11ª posição, subindo um degrau em relação ao ano anterior (leia mais informações na página 4). Para falar sobre o assunto, o Jornal Unesp entrevistou o professor José Augusto Chaves Guimarães, assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa (Prope) e líder da Comissão de Avaliação Institucional dos Rankings da Unesp, criada pela atual gestão. A Universidade tem nos rankings universitários uma importante fonte de informação: não como elemento direcionador de políticas, mas como subsídio à autorreflexão e ao desenvolvimento de ações indutoras. Professor titular do Departamento de Ciência da Informação da Unesp, câmpus de Marília, José Augusto Chaves Guimarães é graduado em Biblioteconomia pela Unesp e em Direito pela Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, mestre em Ciências da Comunicação e doutor em Ciências da Informação pela Universidade de São Paulo, livre-docente em Análise Documentária pela Unesp e realizou pós-doutorado pela Universidad Carlos III de Madrid.

Guimarães: produção científica precisa ter mais visibilidade


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Avaliação

Unesp está entre líderes em ensino e pesquisa

Universidade melhora desempenho em todas as áreas na edição de 2018 do ranking latino-americano da revista Times Higher Education

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Unesp avançou em todas as áreas na edição 2018 do ranking latino-americano da revista inglesa Times Higher Education (THE), em comparação com o ano passado, e foi a segunda mais bem avaliada em ensino e a terceira em pesquisa Leia abaixo relatório técnico elaborado pela Comissão de Rankings da Unesp, que detalha o desempenho da Universidade A Unesp tem, nos rankings universitários, uma importante fonte de informação, não como elemento direcionador de políticas, mas como subsídio à autorreflexão e ao desenvolvimento de ações indutoras. SOBRE O RANKING THE O ranking engloba países da América Latina, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México e Venezuela. Em 2017, foram avaliadas 82 instituições de ensino superior e, em 2018, foram 129, como se verifica na Fig. 1. DESEMPENHO DO BRASIL Em 2017, observa-se que o Brasil contribui com quase 40% das universidades ranqueadas. Das Top 10 da lista, o Brasil domina com cinco universidades e ocupa as primeiras posições. Se consideradas as melhores vinte universidades no ranking, a hegemonia do Brasil é ainda mais consolidada: são doze universidades. Na edição de 2018, 43 universidades das 129 são brasileiras, sendo que o Brasil domina com sete das onze primeiras colocadas. A Fig. 2 apresenta a densidade de universidades, com claro destaque para o Brasil. DESEMPENHO DA UNESP A Unesp ocupou a 12ª posição entre as 82 instituições avaliadas no ano de 2017, figurando em sétima posição entre as universidades brasileiras elencadas, mantendo-se, assim, entre as melhores e mais importantes universidades.

Figura 1: Número de universidades avaliadas por país em 2017 e 2018 Figura 3: Comparação do desempenho na Unesp nos indicadores avaliados em 2017 e 2018

Figura 2: Distribuição da densidade de universidades avaliadas em 2017 e 2018 Em 2018, a Unesp assumiu a 11ª posição entre as 129 avaliadas – um grande feito, se considerado que a Universidade teve melhor desempenho mesmo com a inserção de novas 47 instituições, das quais onze são brasileiras. Olhando apenas para as 43 universidades brasileiras, a Unesp consolidou-se na sétima posição. O destaque da Unesp nesta edição foi para os indicadores Visibilidade Internacional e Pesquisa, em que se observou melhora considerável em comparação com a edição anterior, conforme destacado na Fig. 3. Em relação ao indicador Ensino, a Unesp é a segunda mais bem classificada em toda a América Latina, ficando atrás apenas da Unifesp. Em Pesquisa, ela é a terceira melhor universidade. Essas são melhoras relevantes em relação ao ano anterior, em que a Unesp figurava na quinta posição em Ensino e quarta em Pesquisa. SOBRE A METODOLOGIA DO RANKING A metodologia do ranking THE América Latina é baseada

nos mesmos critérios rigorosos que o ranking THE Global, mas com modificações especiais para refletir melhor as características das universidades da América Latina, conforme descrito na metodologia detalhada a seguir. As universidades são julgadas segundo treze indicadores de desempenho nas áreas de ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e visibilidade internacional. No indicador voltado para o ambiente de Ensino, com peso correspondente a 36% do total, consideram-se os seguintes aspectos: pesquisa anual de reputação realizada com pesquisadores de todo o mundo (15%); relação quantitativa entre alunos e professores, correspondendo ao número de alunos por docente (5%); relação entre alunos de doutorado e alunos de graduação (5%); relação entre doutorados concluídos e o corpo acadêmico (5%); e receita institucional para ensino (6%).

No indicador relativo ao volume, investimento e reputação em Pesquisa (34% do total), considera-se a pesquisa de reputação (18%), os ingressos financeiros para pesquisa (6%) e a produtividade em pesquisa (10%). Com relação à Citação (20%), é examinada a influência da pesquisa capturando o número de vezes que o trabalho publicado de uma universidade é citado globalmente por acadêmicos. As citações ajudam a mostrar o quanto cada universidade está contribuindo para a soma do conhecimento humano: elas mostram quais pesquisas se destacaram, foram escolhidas e construídas por outros estudiosos e, mais importante, quais foram compartilhadas pela comunidade acadêmica global para expandir os limites de nossa compreensão, independentemente da área. Os dados são normalizados para refletir variações no volume de citações entre diferentes assunto. Isso significa que instituições com altos níveis de atividade de pesquisa em assuntos com contagens de citações altas não obtêm vantagem injusta. Em termos de Internacionalização (7,5% da avaliação), por sua vez, mede-se a capacidade de a universidade atrair alunos, docentes e pesquisadores do exterior. No que tange à Receita Industrial (2,5%), tem-se a capacidade da universidade em ajudar a indústria com inovações, invenções e consultoria.

SOBRE A COLETA DOS DADOS As instituições fornecem e assinam seus dados institucionais para uso no ranking. Nas raras ocasiões em que um determinado ponto de dados não é fornecido – o que afeta apenas indicadores de baixa ponderação, como renda industrial – utiliza-se uma estimativa conservadora. Ao fazer isso, evita-se penalizar uma instituição com muita severidade, com um valor “zero” para os dados que ela negligencia ou não fornece, mas ela não é recompensada por retê-los.

A metodologia detalhada desse ranking pode ser verificada no endereço https://bit.ly/2NI9Kgx A série histórica com as classificações da Unesp no ranking THE América Latina pode ser acessada no endereço https://bit.ly/2LfT2qr Mais informações: https://ape.unesp.br/ ranking/ Para esclarecimentos e sugestões: rankings@reitoria.unesp.br


Saúde

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Traumas na infância e câncer

Estudo relaciona ocorrências nos primeiros anos de vida e fatores clínicos e psicológicos em pacientes com câncer de cabeça e pescoço; tratamento deve considerar histórico da pessoa Fábio Mazzitelli

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histórico de episódios traumáticos na infância apresenta associação com fatores clínicos e psicológicos em pacientes com os tipos mais comuns de câncer de cabeça e pescoço e deve ser considerado durante o tratamento da doença, indica pesquisa da psicóloga Bruna Amélia Moreira Sarafim da Silva, estudante de pós-graduação da Faculdade de Odontologia, câmpus da Unesp de Araçatuba, sob orientação do professor Daniel Galera Bernabé, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Psicossomática do Centro de Oncologia Bucal da Universidade. O estudo, que deriva da dissertação de mestrado da psicóloga, reuniu avaliações clínicas e dados biocomportamentais e psicológicos de 110 pacientes com câncer de boca, orofaringe ou laringe do Centro de Oncologia Bucal da Unesp, em Araçatuba (SP). O estudo foi publicado no dia 6 de agosto pela revista científica Cancer, da Sociedade Americana de Câncer, uma das publicações mais conceituadas na área de oncologia. No grupo do estudo, os pesquisadores detalharam os níveis de trauma psicológico pelos quais os pacientes passaram na infância, por meio de questionários com perguntas

Divulgação

específicas para cinco subtipos de trauma: negligência física (omissão de cuidados); negligência emocional (indiferença em relação às demandas emocionais da criança); abuso físico (comportamentos que levam a agressões corporais); abuso emocional (humilhações, insultos e agressões verbais); e abuso sexual (estupro). Cerca de 95% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço relataram terem vivenciado pelo menos um evento traumático no período infantil. O principal tipo de trauma na infância reportado pelos pacientes foi a negligência emocional, como ausência de afeto ou de apoio emocional. Pela primeira vez foi demonstrada uma associação entre os diferentes subtipos de trauma na infância com dados clínicos, biocomportamentais e psicológicos de pacientes com câncer. Além disso, o estudo foi o primeiro a avaliar a influência do trauma infantil sobre os níveis de ansiedade em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. A pesquisa aponta que o trauma na infância foi fator de risco para sintomas emocionais dos pacientes oncológicos. Os pacientes que relataram maior ocorrência de eventos traumáticos na infância apresentaram quase doze vezes mais chances

Bruna e Bernabé: história de vida do paciente deve ser valorizada de apresentar níveis elevados de depressão após o diagnóstico do câncer e antes do início do tratamento. Já os pacientes que relataram maior ocorrência de negligência física na infância tiveram quatro vezes mais chances de terem níveis aumentados de ansiedade. Além disso, maior ocorrência de negligência emocional foi associada a um histórico do paciente de maior consumo de álcool. Alcoolismo e tabagismo são os dois principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. O estudo também encontrou que os pacientes com a doença

em estágio avançado relataram maior ocorrência de negligência emocional na infância em relação aos pacientes com a doença em estágio inicial. “Nosso estudo representa um importante passo para uma melhor compreensão dos mecanismos envolvidos no abuso do consumo de álcool e na ocorrência dos sintomas de ansiedade e depressão em pacientes diagnosticados com câncer. Além disso, fica cada vez mais consolidado que eventos traumáticos experimentados na infância podem influenciar aspectos psicológicos e comportamentais em

fases posteriores da vida”, diz a psicóloga e autora do estudo, Bruna Sarafim da Silva. “A história de vida do paciente, incluindo os sentimentos derivados de traumas psicológicos ocorridos na infância, deve ser considerada pela equipe de saúde responsável pelo tratamento oncológico”, complementa o professor Daniel Bernabé, que tem como linha de pesquisa “Psicossomática e Câncer” e estuda com sua equipe a influência dos fatores psiconeuroendócrinos e comportamentais sobre a progressão do câncer de cabeça e pescoço.

Ministério premia projeto da FMB

Láurea é fruto de publicação de narrativas de quinze anos da educação pelo trabalho

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Faculdade de Medicina, câmpus da Unesp de Botucatu (FMB), foi premiada pelo Ministério da Saúde pelo desenvolvimento do projeto “Educação interprofissional na interação universidade serviço comunidade no SUS: narrativas de quinze anos da educação pelo trabalho”. O projeto foi selecionado entre quinze experiências de todo o país avaliadas como inovadoras e exitosas para potencializar a formação e qualificação dos trabalhadores e profissionais de saúde. A láurea foi recebida no dia 25 de julho na cidade do Rio

de Janeiro pelos professores Pasqual Barretti, diretor da FMB; Eliana Goldfarb Cyrino, supervisora do Centro de Saúde Escola; e Antonio de Pádua Pithon Cyrino, professor do Departamento de Saúde Pública da FMB. O projeto envolve a utilização de unidades básicas de saúde e outros serviços como espaço para troca de informações entre professores, alunos, funcionários e população. Entre os temas abordados nessa proposta estão trabalho em creche, apoio para cultivo de horta comunitária,

Divulgação

Equipe da FMB: experiência considerada inovadora por Ministério

atividades em asilos e alimentação infantil. De acordo com o Ministério, a premiação decorre de uma “experiência inovadora e com resultados exitosos para a política nacional de educação permanente em saúde”. O trabalho premiado é fruto de uma parceria entre a FMB, o curso de Nutrição do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB), o curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), a Prefeitura de Botucatu e a comunidade botucatuense.


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Entrevista

Avanço contra a violência

Pesquisa com alunos de dois câmpus é passo inicial para definir política contra esse problema Jorge Marinho Pixabay

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Jornal Unesp: Por que esse primeiro passo foi importante? Raul Aragão Martins: Em primeiro lugar, porque a literatura não tem um questionário padronizado. Por exemplo, se quero investigar consumo de álcool ou consumo de drogas ilegais, eu tenho instrumentos padronizados; então, não precisamos desenvolver um instrumento. Por isso, nós construímos o nosso, e o passo seguinte foi fazer um piloto para calibrar a ferramenta. O teste mostrou que estamos no caminho certo. Temos um instrumento que atendeu ao que precisávamos para o levantamento inicial e, a partir dessa iniciativa, vamos detalhar esses dados, via análises quanti-qualitativas.

Levantamento foi necessário porque país não tem instrumento padronizado para mapear violência JU: Como foi o trabalho piloto? Martins: O subgrupo de trabalho Pesquisa sobre Violência, criado em 2017, construiu um questionário com 25 questões, em linguagem simples e precisa, para ser respondido, por meio eletrônico, em até 10 minutos. Com o documento pronto, nós o testamos em duas unidades da Unesp. Inicialmente, somente os alunos de graduação receberam o link para responder às perguntas. Tivemos boa adesão nas duas unidades, que ficam a cerca de seiscentos quilômetros uma da outra. Os alunos dos dois câmpus não tiveram nenhum contato entre si e os resultados foram muito semelhantes. JU: Quais foram as principais modalidades de violência identificadas? Martins: Nós temos aquelas praticadas pelos próprios alunos, entre eles, e aquelas praticadas entre docentes e alunos. Entre os atos agressivos, destacam-se assédio moral e preconceitos das mais variadas formas. Um dos mais presentes é o preconceito contra a mulher aluna. Isso mostra que a presença feminina no ambiente universitário ainda parece incomodar muitos homens. Essa violência parece ser decorrente da violência inicial praticada durante o trote, durante a recepção

dos calouros. Em algumas unidades, parece que essa violência se perpetua durante o primeiro semestre e pode até se perpetuar por mais tempo ainda. Nosso objetivo agora é aplicar esse questionário em todas as unidades da Unesp para que tenhamos, realmente, um conhecimento do que está ocorrendo, e para pensarmos em ações de prevenção junto aos alunos, docentes e servidores, especialmente entre os próprios alunos, para criar uma convivência justa, democrática e saudável dentro da Universidade. JU: Quantos questionários foram enviados e qual é o total de respondidos? Martins: Nós enviamos questionários para todos os alunos de graduação das duas unidades. A unidade ‘A’ tem cerca de 2 mil alunos e a unidade ‘B’, 1,5 mil alunos. Cerca de 15% foram respondidos. Algumas pessoas falam “só isso?”. Estudos mostram que pesquisas realizadas por meio eletrônico costumam ter uma adesão entre 10% e 15%. Então, podemos dizer que tivemos uma boa adesão para esse tipo de investigação. JU: Podemos dizer que a pesquisa é representativa? Martins: As evidências científicas mostram que quem responde aos questionários

são as pessoas que estão mais envolvidas com o problema. Inicialmente, esses dados podem estar um pouco inflacionados porque vieram, justamente, das pessoas que estão mais incomodadas com a questão. No entanto, isso não diminui o significado dessas informações. Para tentar chegar mais próximo da realidade, nós também faremos na segunda etapa do trabalho uma pesquisa presencial, para podermos saber qual é a representatividade desses dados que foram coletados por meio eletrônico. JU: Com base nos dados, o que será possível fazer para mudar a situação atual?

Martins: Nós teremos um quadro mais preciso, e a partir dele poderemos direcionar o nosso trabalho, além de atuar diretamente em cima dos agressores. É preciso ensinar os agressores a deixar de ser agressores e também identificar as vítimas para ensiná-las como se defender, mas se defender de forma não agressiva. Observamos que quando um adolescente apanha dos colegas e chega em casa, o pai fala “volta lá e bate neles”. Antes, tínhamos um agressor e uma vítima. Agora, existem dois agressores. Então, a estratégia é fazer com que os agressores deixem de ser agressores e as vítimas também deixem de ser vítimas, mas sem se tornar agressores, de forma que elas aprendam a ser pessoas que resolvem seus próprios conflitos de forma assertiva, sem aderir à violência, mostrando que não querem esse tipo de tratamento. JU: A pesquisa também ajudará a desnaturalizar a violência? Martins: Sim. Porque as pessoas praticam uma série de pequenas violências no cotidiano e acham normal, natural. Não! Não é normal uma sociedade ser violenta. É um trabalho muito forte que precisamos continuar, e a criação desse Grupo de Trabalho foi ao encontro dessa política de termos uma universidade justa, democrática, com ambiente saudável para todos. A gente não pode esperar resultados amanhã, é trabalho em médio e longo prazos. Jorge Marinho

o dia 7 de agosto, o coordenador do Grupo de Trabalho de Prevenção da Violência na Unesp, professor Raul Aragão Martins, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), câmpus São José do Rio Preto, apresentou os resultados da pesquisa-piloto sobre a violência na Universidade, realizada em dois câmpus diferentes. A apresentação aconteceu no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária (Cepe). Segundo o professor Raul Martins, esse trabalho inicial foi necessário porque a literatura científica não possui um instrumento padronizado para o mapeamento da violência, como ocorre quando se pretende investigar o consumo de álcool ou de drogas ilegais, por exemplo. Por isso, foi necessário desenvolver um questionário específico. O Grupo de Trabalho é ligado à Vice-Reitoria da Unesp. “Trata-se do primeiro passo para obtenção de um diagnóstico que permitirá conhecer e avaliar as principais formas e causas de violência na Universidade, permitindo o estabelecimento de ações que a administração central poderá implementar para evitar ou minimizar esse tipo de problema na instituição”, afirmou o vice-reitor, professor Sergio Nobre. Nesta entrevista, o coordenador do GT fala sobre a construção do questionário e sua importância para o levantamento que será feito em toda a Universidade:

Grupo de Trabalho colabora para que Reitoria desenvolva ações


Ex-alunos

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Espaço para os egressos Portal Alumni Unesp fornece dados e serviços e recria vínculos de alunos com Universidade Fábio Mazzitelli Dribbble

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ançado no final do mês de julho, o Portal Alumni Unesp demonstrou ser uma iniciativa de sucesso. Até 7 de agosto, 4.105 ex-alunos da Universidade haviam se inscrito na plataforma. Esse é um espaço dedicado exclusivamente aos egressos de todos os câmpus da instituição, com o objetivo de recriar os vínculos entre quem se formou e o universo unespiano. A plataforma possui serviços como a divulgação de oportunidades no mercado de trabalho, acesso à biblioteca da Unesp, solicitação de documentos da faculdade, além da possibilidade de estabelecer contato com os profissionais cadastrados. É por meio desse ambiente digital que o ex-aluno poderá descobrir onde estão os colegas de turma, acessar informações sobre a Universidade e eventos acadêmicos e dar continuidade à formação profissional. O Portal Alumni Unesp também favorece a geração de dados sobre o perfil dos egressos e a formação de grupos e associações de ex-alunos, além de criar um canal direto entre formados e a Universidade para desenvolver projetos em conjunto. “É um portal que se alinha com o modelo de portal das universidades americanas e europeias voltado aos egressos. É o início de um processo que deve trazer muitas novidades e oportunidades para os egressos”, afirma o professor Henrique Luiz Monteiro, coordenador-geral do Projeto Alumni e superintendente de Planejamento da Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp). DE VOLTA À SOCIEDADE Estar em contato com quem se formou pela Unesp é um importante indicador do potencial da Universidade. Descentralizada, a instituição está em 24 cidades paulistas e se configura como uma rede de desenvolvimento no interior do Estado. Mais do que acompanhar as unespianas e os unespianos, o Alumni Unesp é uma ação para mostrar à sociedade a contribuição da Universidade na formação de profissionais, divulgar os conhecimentos acadêmicos e científicos e ampliar os debates sobre a universidade pública, gratuita, inclusiva e de qualidade.

O endereço do Portal é https:// alumni.unesp.br/

SERVIÇOS O diferencial do novo portal está na diversidade de serviços disponíveis on-line. O Portal Alumni Unesp conta com: • A aba “Minha Conta”, onde o ex-aluno se cadastra e pode editar as informações pessoais para criar um currículo on-line. Dá também para adicionar foto de perfil, indicar onde está localizado – tudo com controle de privacidade. • A parte de “Notícias”, com reportagens sobre o mercado de trabalho, cotidiano, eventos da Unesp e atividades dos egressos. • “Serviços” destina-se a descomplicar a solicitação de documentos à faculdade. Em vez de ir até a unidade ou mandar e-mail em busca do histórico escolar ou da segunda via do diploma, é possível encaminhar suas demandas por meio desta aba, especificando o pedido.

Plataforma divulga oportunidades de trabalho e possibilita contato com outros profissionais

CADASTRO A plataforma foi desenvolvida de forma a integrar três bancos de dados diferentes: o SisGrad (dos estudantes de graduação), o SisPG (dos alunos de pós-graduação) e o Sempre Unesp (antigo sistema que reunia os dados dos egressos). Só o banco de dados do SisGrad reúne 124 mil estudantes universitários. A integração ao banco de dados do SisGrad permite o cadastro imediato de egressos formados a partir de 2012, ano em que o sistema passou a funcionar. Nos casos de ex-alunos formados antes de 2012, a Seção Técnica de Graduação é acionada para confirmar o cadastro. A checagem é feita pela unidade com base nos dados pessoais informados: nome, CPF, curso e ano de conclusão. O portal, que conta com o apoio da Vunesp e também da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo), está aberto para os egressos criarem um usuário e se cadastrarem. Só no ano passado se formaram cerca de 5.600 alunos na Universidade. Estima-se que mais de 100 mil pessoas se graduaram pela Unesp desde a sua criação, em 1976. TREINAMENTO “Ter uma plataforma de egressos como esta é também uma forma de nos comunicarmos com os nossos alunos de graduação. O contato com esses egressos, muitos deles estabelecidos nas carreiras que trilharam a partir da Unesp, é uma maneira de abrir um horizonte de esperança para o estudante e, consequentemente, é uma potencial ferramenta de combate à evasão”, afirma a pró-reitora de Graduação da Unesp, professora Gladis Massini-Cagliari. A pró-reitora de Graduação liderou no dia 6 de agosto

um treinamento realizado por videoconferência com servidores técnico-administrativos das unidades da Universidade para apresentar as funcionalidades do Portal Alumni Unesp. No prédio da Reitoria, também participaram do treinamento o professor Henrique Luiz Monteiro, coordenador-geral do Projeto Alumni, a professora Silvana Vidotti, assessora da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), e Marcelo Hashimoto e José Ricardo Calheiros, técnicos responsáveis pela implementação do Alumni Unesp. “Esse tipo de treinamento é importante porque às vezes as pessoas desconhecem todas as funcionalidades que existem no sistema”, diz a pró-reitora Gladis Massini-Cagliari. O acesso ao Portal Alumni Unesp é exclusivo para quem se formou na graduação ou na pós-graduação (lato e stricto sensu).

• Já na “Biblioteca” o ex-aluno pode acessar livros e artigos acadêmicos do acervo da Unesp de graça, onde estiver. • “Oportunidades” é a aba do portal direcionada ao mercado de trabalho. Nessa parte serão divulgadas vagas de emprego, na qual o ex-aluno escolhe a opção que se encaixa em seu perfil profissional e seu currículo (previamente cadastrado no sistema) é encaminhado à empresa; além disso, dá para o ex-aluno oferecer vagas de trabalho para usuários da rede. • Em “Reconexão”, a rede social do Portal Alumni Unesp, dá para encontrar – ainda que virtualmente – ex-alunos e colegas de turma, trocar mensagens e construir uma rede de contatos pessoais e profissionais.


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EXTENSÃO PELA CIDADANIA

Encontro debate conceito da área e enfatiza importância da sintonia das ações da Universidade com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas Jorge Marinho

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Encontro de Extensão Universitária da Unesp, realizado na Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), câmpus de Bauru, nos dias 8 e 9 de agosto, fortaleceu o entendimento sobre o conceito de extensão universitária e a relação com os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Durante o encontro, a pró-reitora de Extensão da Unesp, professora Cleopatra da Silva Planeta, informou que existe uma Comissão Nacional para tratar dessa agenda e que a representante das instituições de ensino superior é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A professora explicou que os ODS podem ser inseridos na problematização da extensão universitária da Unesp por meio dos projetos de extensão. Os projetos têm os procedimentos para submissão e avaliação definidos pela Portaria Unesp 363/2017. Essa regulamentação estabelece que a proposta precisa buscar atender às questões prioritárias da sociedade para o desenvolvimento da cidadania plena; conter um conjunto de ações contínuas e sistematizadas de caráter educativo,

Fotos Jorge Marinho

cultural, político, científico ou tecnológico, desenvolvidas em outros setores da sociedade; envolver a participação efetiva da população externa como sujeito ativo no processo; ser temporária, tendo início e término definidos para alcance dos objetivos propostos, podendo, mediante justificativa circunstanciada, ser renovada; integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade e com as ações sugeridas; e se situar na área de atuação acadêmica do proponente. Planeta também mostrou como os responsáveis pelas ações de extensão universitária nas unidades podem construir as relações com os ODS ao elaborar um projeto. Ela escolheu o terceiro ODS, cuja proposta é assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades. Uma das metas desse Objetivo é reforçar a prevenção e o tratamento do uso abusivo de substâncias, incluindo drogas entorpecentes e álcool. A professora apresentou como exemplo de problema social o uso de drogas entre estudantes do ensino fundamental e médio no Brasil. Diante desse desafio, ela expôs o roteiro de construção de um

Pró-reitora Cleopatra (ao microfone) acentuou importância de iniciativas de impacto social projeto com caracterização do problema; definição dos setores envolvidos na prevenção; objetivo geral, de reforçar os programas de prevenção de uso de substâncias psicoativas destinadas aos estudantes; e metodologia, com planejamento e cronograma de execução. Por fim, delimitou

os resultados esperados: a ampliação do conhecimento científico sobre o tema, sua incorporação no conteúdo programático das escolas, a utilização dos materiais produzidos nas atividades escolares, e o acompanhamento, pelas escolas, da conscientização dos alunos sobre a questão.

Planeta indicou que, após a realização do trabalho, é preciso saber como as ações ampliaram o conhecimento e qual foi o impacto social. Segundo a professora, o que se quer com a extensão universitária é saber se a iniciativa gerou transformação social. Como resultado do exemplo mencionado, a

PELO DESENVOLVIMENTOS SUSTENTÁVEL

A

s ações da Unesp têm como uma de suas referências básicas os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eventos recentes promovidos pelas pró-reitorias de Extensão Universitária (Proex) e de Pós-Graduação (Propg) foram orientados pelas ideias contidas no documento elaborado por essa entidade mundial e

que tem o Brasil entre seus signatários. O documento Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável foi aprovado pela Cúpula das Nações Unidas realizada em Nova York, em setembro de 2015. O texto sintetiza os resultados dos processos iniciados na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável “Rio+20”, organizada no Brasil em 2012.

A Agenda é um plano de ação voltado para o fortalecimento da paz universal e assinala que a pobreza em todas as suas formas e dimensões é hoje o grande desafio global para o desenvolvimento sustentável. O documento envolve dezessete ODS e 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão de sua implantação.

Os dezessete Objetivos são, resumidamente: 1 – erradicação da pobreza; 2 – fome zero e agricultura sustentável; 3 – saúde e bem-estar; 4 – educação de qualidade; 5 – igualdade de gênero; 6 – água limpa e saneamento; 7 – energia limpa e acessível; 8 – trabalho decente e crescimento econômico; 9 – inovação e infraestrutura (promoção da industrialização inclusiva e sustentável e fomento da inovação); 10 – redução

das desigualdades; 11 – cidades e comunidades sustentáveis; 12 – consumo e produção responsáveis; 13 – ação contra a mudança global no clima; 14 – vida na água (conservação e uso sustentável de oceanos, mares e recursos marinhos); 15 – vida terrestre (proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres); 16 – paz, justiça e instituições eficazes; e 17 – parcerias e meios de implementação.


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TRABALHOS EXPOSTOS NO ENCONTRO Atualmente, a Unesp tem 133 projetos de Extensão Universitária de Metodologias Participativas, 111 de Difusão de Conhecimento, 87 de Assistência e Atendimento e 24 de Tecnologia Social. Cinco desses projetos foram apresentados em Bauru:

Evento teve apresentações artísticas como a do Coral da Unesp

pró-reitora assinala que se pode pensar que houve a apropriação dos conhecimentos por 70% dos participantes, 50% das escolas do município incorporaram as estratégias de prevenção desenvolvidas no projeto e houve aumento da conscientização dos alunos, demonstrada no conteúdo dos concursos de redação e cartaz. “Do problema social chega-se ao impacto social, que deve causar uma transformação social. Todo esse trabalho na comunidade também alimenta as perguntas da pesquisa, a formação dos alunos, e ainda deve gerar conhecimento, que é fundamental na Universidade”, afirmou a professora. “Esse conhecimento precisa ser sistematizado na forma de uma publicação: pode ser em uma revista, no jornal da associação dos professores, na página da Secretaria Municipal de Saúde, para que seja compartilhado com outras pessoas e/ou replicado em outros lugares, que é o conceito da tecnologia social.” Na palestra do doutorando Francisco Maia, da Faac, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável também foram discutidos, mas na dimensão da busca de financiamento fora da Universidade para os projetos de extensão universitária da Unesp. Maia destacou que existem recursos do governo federal em aproximadamente vinte órgãos que publicam, todos os anos, editais para repasse de recursos para trabalhos nas áreas ligadas aos dezessete ODS da ONU. O doutorando chamou atenção para que todos tenham projetos prontos para aproveitar os momentos em que as entidades federais divulgam as convocações para apresentação de propostas. Quem também contribuiu com reflexões sobre o diálogo da Universidade com a sociedade foi o renomado pesquisador Naomar de Almeida

Filho, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, que apresentou a conferência de abertura do Encontro. Para Almeida, os parâmetros para se pensar a sociedade, a universidade e o futuro passam pela educação como direito fundamental da pessoa humana, que é matriz de todos os direitos capazes de garantir a equidade nas sociedades modernas. Tais parâmetros, segundo ele, também passam por um compromisso radical (no sentido de “raiz”) da universidade com a crítica ampla e profunda, sobretudo de si própria e de seu contexto. Os participantes do Encontro ainda tiveram a oportunidade de trabalhar o conhecimento a partir da arte, com o espetáculo teatral Pauliceia Desvairada, inspirado na obra homônima de Mário de Andrade. A peça foi desenvolvida pelo grupo de extensão universitária Teatro Didático da Unesp e pelo grupo Teatro de Brancaleone. “Eu acho que existe outro nível do conhecimento, que é o conhecimento a partir do sensível. O conhecimento não se faz somente por meio do inteligível, do intelecto. A proposta desse espetáculo objetiva aguçar outros meios de produção de conhecimento acerca dos problemas da Universidade. Nós não podemos somente pensar a Universidade de forma pragmática”, argumentou o professor Wagner Cintra, vice-diretor do Instituto de Artes, câmpus da Unesp de São Paulo, e diretor do Pauliceia Desvairada. Para ele, o raciocínio precisa estar associado à sensibilidade e à emoção. “Não dá para pensar a universidade sem emoção! O espetáculo propôs uma história em que as pessoas façam um mergulho na sua própria sensibilidade e na sua própria capacidade de reflexão subjetiva, que não é apoiada na racionalidade”, enfatizou.

- Educação em Bambu para o Desenvolvimento, coordenado pela professora Juliana Cortez Barbosa, câmpus de Itapeva. Realiza ações educacionais e de transferência tecnológica, de capacitação e de desenvolvimento de produtos de maior valor agregado para demonstrar novas alternativas de geração de trabalho e renda, por meio da produção de edifícios, móveis e objetos em bambu e em madeira. Com o uso desses materiais lignocelulósicos renováveis e ainda com o aproveitamento de seus resíduos, promove-se uma reflexão sobre todas as vantagens de sua aplicação (agilidade de construção, disponibilidade de material, custo competitivo, qualidades arquitetônicas e estéticas, valores ambientais etc.), com possibilidades de ampliação de renda na região, especialmente no sudoeste paulista – maior polo madeireiro do estado de São Paulo. - Incubadora de Cooperativas Populares da Unesp, coordenado pela professora Ana Maria de Carvalho, da Faculdade de Ciências e Letras, câmpus de Assis. Além da proposta de incubadora, serve como um núcleo de estágio profissionalizante para alunos de quarto e quinto anos da graduação

em Psicologia. É um projeto reconhecido como política pública na Secretaria Nacional de Economia Solidária e no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e busca, a partir da articulação da Universidade com a comunidade, apoiar grupos populares que queiram se organizar ou estejam organizados em forma de cooperativas populares ou associações que visam à geração de trabalho e renda a partir da perspectiva da economia solidária. – Aula Passeio com Professores: Conhecendo e Ressignificando Aspectos da História Local, coordenado pela professora Rosane Michelli de Castro, da Faculdade de Filosofia e Ciências, câmpus de Marília. Articula ensino, pesquisa e extensão ao proporcionar aos professores de escolas de Ensino Fundamental I, mediante a chamada “aula passeio”, o conhecimento ou o re-conhecimento de locais e monumentos representativos da história local da cidade de Marília (SP). Isso lhes proporciona subsídios para a apropriação de saberes para a ressignificação dos conteúdos de história a serem ensinados em processos escolares. O projeto contribui para o desenvolvimento de projeto de pesquisa sobre a forma como o conhecimento entra na escola. - Proteção contra os Raios X em Odontologia: Conhecimento e Realidade, coordenado pela professora Andréa Gonçalves, da Faculdade de

Odontologia, câmpus de Araraquara. Realiza atividades de ensino e de divulgação para os cirurgiões-dentistas, estudantes de Odontologia e pacientes, a fim de contribuir para melhorar ao máximo o uso da radiação ionizante na obtenção de imagens em Odontologia, considerando tanto o público interno da Faculdade, que executa atendimento odontológico de pacientes, quanto a comunidade de pacientes/usuários de serviços de saúde da Faculdade e do município de Araraquara e região, por meio de participação de outra instituição: a Fundação Araraquarense de Ensino e Pesquisa em Odontologia (Faepo). - Arte de Forma Empreendedora, coordenado pelo professor Eduardo Guilherme Satolo, da Faculdade de Ciências e Engenharia, câmpus de Tupã. Promove a troca de conhecimentos e aprendizado entre alunos da unidade e o grupo de artesãos que atua na Feira de Artesãos da Estância Turística de Tupã para a melhoria na gestão dos negócios, a partir de uma visão empreendedora. Foca em desenvolver a criatividade e o empreendedorismo em todos os participantes do projeto, identificar as atuais ações realizadas desde o processo produtivo da peça de artesanato até a sua comercialização, propor ferramentas para melhorar a gestão e produtividade dos artesãos e avaliar as ações conduzidas. Tudo para possibilitar a geração de maior renda pelo trabalho desse grupo.

Os coordenadores dos projetos (da esq. para a dir.): Ana Maria de Carvalho, Andrea Gonçalves, Rosane de Castro, Juliana Barbosa, o professor Vilson da Proex e Eduardo Satolo


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REORGANIZAÇÃO DA PÓS

Mudanças em programas se baseiam nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável Jorge Marinho

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eunidos no III Fórum da Pós-Graduação, em Rubião Júnior, câmpus de Botucatu, nos dias 8 e 9 de agosto, os coordenadores dos programas de Pós-Graduação da Unesp e a Pró- Reitoria de Pós-Graduação (Propg) intensificaram o diálogo sobre o futuro da área na Universidade. O foco principal foi a reorganização dos cursos de mestrado e doutorado com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um estudo da Propg identificou as fortalezas da pesquisa e a excelência dos programas de Pós-Graduação na Unesp. A investigação considerou a qualidade da produção intelectual, o nível de internacionalização, a capacidade de captação e financiamento para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e a formação de recursos humanos de alto nível para o enfrentamento dos desafios da sociedade. A partir desse trabalho, a Propg organizou uma proposta com sete temas transversais ligados aos ODS, que foi definida por um grupo executivo de 38 docentes e pesquisadores. O grupo elaborou a fundamentação teórica e metodológica e definiu os grandes projetos para a pós-graduação relacionados a esse novo olhar, que conta com a participação de 150 programas de pós-graduação da instituição. Os temas são: 1. Sociedades plurais: contribuir para erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades; aprimorar/fortalecer a educação inclusiva e de qualidade; promover sociedades pacíficas, plurais e integradas, dotadas de instituições democráticas e eficazes; produzir cidades inteligentes, sustentáveis e seguras; estimular a comunicação e informação de qualidade; e valorizar a cultura e a arte. 2. Desenvolvimento sustentável: buscar soluções para o uso sustentável do ambiente e dos recursos naturais; produção mais limpa (industrial e agropecuária); consumo consciente; e saneamento básico universal para o desenvolvimento econômico e social.

Fotos Jorge Marinho

Participantes do III Fórum de Pós-graduação: elaboração de sete temas transversais e proposta de novo Regimento Geral 3. Bioeconomia: conseguir a eficácia das atividades econômicas relacionadas a invenção, desenvolvimento, produção e uso de produtos e processos biológicos em fisiologia, bioquímica, genes e processos celulares complexos; biomassa renovável; integração de aplicações de biotecnologias em todos os setores para que não haja resíduos, mas coprodutos das cadeias produtivas; e bioeconomia para a segurança energética, hídrica e alimentar. 4. Saúde e bem-estar: desenvolver pesquisas direcionadas ao entendimento e ações de prevenção, terapia e controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis; desenvolver e avaliar novos fármacos e medicamentos; estudar patologia humana e animal associada a saúde e bem-estar; e produzir alimentos dentro dos critérios de sustentabilidade que caracterizam os

pilares da condição de saúde e bem-estar. 5. Materiais e tecnologias: pesquisar nanotecnologias, biotecnologias, materiais avançados, manufatura flexível e processos limpos nas áreas de saúde, energia, ambiente e transportes; e desenvolver fármacos e produzir materiais biocompatíveis para resolver problemas terapêuticos relacionados a doenças não tratáveis com medicamentos convencionais. 6. Biodiversidade e mudanças climáticas: caracterizar, conservar e estabelecer uso sustentável da biodiversidade e seu papel no provisionamento de importantes serviços ambientais, além da caracterização dessa diversidade desde o ponto de vista molecular ao morfológico, fisiológico, ecológico e comportamental; e construir conhecimento sobre os processos físicos, a adaptação e a mitigação do clima e das mudanças climáticas, considerando os desafios da produção de biocombustíveis,

da agricultura de baixo carbono e dos setores de transporte e indústria. 7. Ciência básica na fronteira de conhecimento: realizar pesquisas de alto impacto e complexidade nas áreas da teoria das partículas elementares, física experimental de partículas, teoria de campos e cordas, gravitação e cosmologia, sistemas complexos, física de poucos corpos e matéria condensada e análise, geometria e topologia puras e aplicadas. NOVO REGIMENTO GERAL Durante o Fórum, também foi apresentada a proposta de um novo Regimento Geral da Pós-Graduação para a Unesp. A medida contempla a necessidade de mais autonomia das unidades, permitindo-lhes mais atribuições e independência na administração acadêmica da pós-graduação stricto sensu e lato sensu, a necessidade de procedimentos conforme diretrizes para uma pós-graduação de excelência e internacionalizada, e a atualização das regras da área na Universidade.

O plano tem o objetivo de contemplar todos os níveis de pós-graduação (stricto sensu e lato sensu) e todas as modalidades (individuais, interunidades, interinstitucionais e internacionais). Com o novo Regimento, pretende-se flexibilizar e dar equilíbrio entre a acreditação e a carga horária, repensando a composição e as características das comissões julgadoras (tempo, forma, composição das bancas), aumentar o “peso” das atividades complementares, incentivar a oferta de disciplinas conjuntas, estimular a utilização de tecnologias de informação e reduzir o “peso” das disciplinas. A proposta também indica a diminuição de regras, estabelecendo critérios mínimos com flexibilização de normas em correspondência com os parâmetros de avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), além de considerar que mestrado não é pré-requisito para o doutorado. Também explicita o conceito de pós-graduação, o que se


Reportagem de capa entende por tese de doutorado e dissertação de mestrado, os parâmetros de credenciamento, descredenciamento e recredenciamento de docentes, a organização administrativa e como funcionarão os programas de pós-graduação. A expectativa é que o documento entre na pauta de discussão da Câmara Central de Pós-Graduação (CCPG) e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) até dezembro deste ano. Segundo o pró-reitor de Pós-Graduação, João Lima Sant’Anna Neto, o objetivo central dessas reflexões é a implementação de uma nova política de gestão acadêmica que permita melhorar a excelência, por meio de uma reengenharia organizacional da pesquisa e pós-graduação em torno dos temas transversais apontados. A esperança é que essas ações levem à diminuição do número de programas e aumento da sua qualidade, reorientando a internacionalização por meio de parcerias estratégicas e prioritárias com

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a autonomia nem a liberdade intelectual.

Mesa de abertura: estudo da Pró-reitoria focalizou pontos fortes da pesquisa e de programas instituições estrangeiras de classe mundial. Lima enfatizou que é necessário resistir ao modelo neoliberal: “A Universidade não

é um negócio, os alunos não são clientes, o conhecimento não é uma mercadoria e o financiamento da Universidade não é gasto, mas investimento”.

Nesse sentido, o pró-reitor realça ainda a necessidade de se buscar maior interação com a sociedade, o poder público e a iniciativa privada, sem perder

PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DEPARTAMENTAL Na abertura do encontro, o vice-reitor da Unesp, professor Sergio Nobre, fez um balanço das atividades da Vice-Reitoria, destacando a aprovação da nova metodologia de Planejamento e Avaliação Departamental realizada pelo Cepe. Nobre explicou que, com a nova sistemática, os departamentos passam a atuar de maneira protagonista e com visão estratégica, permitindo o estabelecimento de metas e ações para superar desafios locais por meio do diálogo construtivo entre seus professores, pesquisadores e servidores técnico-administrativos. O professor Nobre lembrou ainda outra contribuição dada pelo Cepe este ano: a aprovação do Programa de Aperfeiçoamento e Apoio à Docência no Ensino Superior (Paades), uma medida que visa aprimorar a formação dos pós-graduandos para a atividade docente na graduação.

Nadando contra a corrente

Unesp aumenta investimento na pós-graduação, mesmo em momento de crise financeira

O

s 122 programas de Pós-Graduação (PPGs) da Unesp – níveis 3, 4 e 5 – receberão R$ 4,4 milhões para serem investidos até abril de 2019. Os recursos virão do Programa de Apoio à Pós-Graduação (Proap) da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O valor supera em R$ 1,4 milhão o repasse anterior no convênio com a agência federal, que foi de abril de 2017 a agosto deste ano, representando um aumento de 47%. Mas como isso foi possível, em meio à atual crise financeira e ao anunciado corte orçamentário no governo federal? O crescimento é resultado de dois fatores, segundo a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg) da Universidade. Primeiro, a Unesp cumpriu o acordo assumido com a Capes de empregar plenamente todos os recursos solicitados no período anterior, o que foi possível graças a uma gestão ágil e eficiente do dinheiro. A Propg também demonstrou à Capes a necessidade de mais recursos para investir no mestrado e no doutorado da Unesp. A Universidade conseguiu utilizar toda a verba concedida.

Para isso, a Propg precisou de muita agilidade. Até março deste ano, o repasse do convênio, feito em agosto de 2017, apresentava um saldo remanescente de R$ 598 mil não utilizados pelos PPGs. Dos 122 programas, apenas dez haviam usado todo o recurso encaminhado para eles, enquanto outros dois não conseguiram gastar uma única porção do que receberam. A devolução média seria de 20%. Para não devolver esse dinheiro para o governo federal, a Propg montou uma força de trabalho que envolveu três pessoas do setor financeiro da Pró-Reitoria de Planejamento Estratégico e Gestão (Propeg), quatro pessoas da Propg, cinco pessoas recrutadas das unidades e uma da Assessoria Jurídica (AJ) da Reitoria para conseguir remanejar os recursos para outros programas usarem, cumprindo assim o prazo da Capes para a execução do convênio. Foram treze pessoas para cobrir o saldo remanescente de 23 unidades onde funcionam os 122 programas de Pós-Graduação. “Se não houver a utilização plena dos recursos, a Capes

entende que a Unesp não precisa de mais recursos e que pode fazer um repasse menor no convênio subsequente”, explicou Maurício Bacci Júnior, assessor da Propg. Bacci Júnior relata ainda que o desafio será bem maior nos próximos oito meses, com o novo repasse pelo convênio, porque os 122 PPGs precisão investir 47% mais recursos que no período anterior. A primeira parcela, de R$ 3,4 milhões, já foi liberada. A segunda será implementada em dezembro, no valor de R$ 1,03 milhão. Para conseguir vencer esse desafio, a Propg, junto com a AJ e a Propeg, estão, aos poucos, reduzindo a burocracia, além de realizar um trabalho conjunto com ações por projetos e não por setores. “Nós tivemos que mudar o paradigma de trabalhar por setores e passamos a operar por projetos. Montamos um setor único de execução na Propg onde ficam todos na mesma sala, e com isso modernizamos o sistema de gestão de recursos”, comentou o assessor. Outra ação para aumentar a velocidade de processamento

do investimento foi a adequação ao Novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação. Essa legislação dispensa licitação para bens para pesquisa e desenvolvimento e também documentos previstos na Lei 8.666/1993, desde que para entrega em até trinta dias ou para compras de até R$ 17,6 mil. A Propg, a Propeg e a AJ também estão elaborando uma minuta de portaria da Unesp para normatização de procedimentos institucionais. A AJ autorizou ainda o pagamento para empresas com conta em outros bancos que não o Banco do Brasil, no caso de recursos do Proap. Se os processos de compra também cumprirem todas as orientações da Assessoria, será desnecessário retornar os autos para o setor. Enquanto isso, a Propg acompanha o saldo dos PPGs, mês a mês, no Sistema da Pós-Graduação (SisPPG) e, quando necessário, realiza o remanejamento de saldos e o ajuste de planos de trabalho. Já o Setor de Compras da Reitoria elabora, confere e garante um “cheklist” de documentação.

A pró-reitoria estimula ainda o trabalho colaborativo entre os coordenadores dos PPGs e o diretores de unidades universitárias, para que possam remanejar recursos e fornecer todos os documentos necessários para os processos de compra. Também incentiva a colaboração e o trabalho não fragmentado entre as Seções Técnicas de Pós-Graduação, os Setores de Finanças e de Compras, e as diretorias técnicas de Administração e Acadêmica, tudo isso para aumentar a eficiência na utilização dos recursos do Proap/Capes. Para alinhar toda a gestão do Proap, já estão disponíveis no Portal Unesp, na página da AJ, os procedimentos que devem ser seguidos para dar entrada em processos de aquisição de materiais ou serviços: https://bit.ly/2LxkWdp Também serão realizados em breve uma adequação de procedimentos e um treinamento sobre a nova legislação com representantes de todas as unidades, tudo para aumentar o comprometimento de todos com a nova sistemática.


12 Programa da Capes contempla Unesp Agosto 2018

Geral

Universidade foi selecionada em proposta de apoio a estratégias de internacionalização Divulgação

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Unesp foi uma das 25 instituições de ensino superior (IES) e institutos de pesquisa (IP) contemplados na chamada Capes/ PrInt (Programa Institucional de Internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os projetos escolhidos começam em novembro e o prazo de duração é de quatro anos, até 2022. Ao todo, 108 instituições se inscreveram no edital, cujo resultado foi divulgado no dia 20 de agosto. A Capes investirá, a partir de 2019, R$ 300 milhões anualmente no programa, montante que será distribuído entre as IES e os IP selecionados. Para a Unesp, os recursos possibilitarão a concessão de quase 2 mil bolsas ao longo dos quatro anos do programa, prevê

Capes investirá R$ 300 milhões em 25 instituições escolhidas a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unesp (Propg). Serão seis modalidades de bolsas: doutorado sanduíche para aluno de doutorado fazer estágio no exterior; saída de docente para pós-doutorado;

missões de trabalho para convênios, encontros com parceiros internacionais, reuniões de projetos de pesquisa etc.; treinamento técnico; vindas de talentos estrangeiros; e atração de pesquisadores estrangeiros

para atuar nos programas de pós-graduação da Universidade. “A grande vantagem desse programa é que podemos ter uma ação estratégica, dizer quais as áreas que a gente quer priorizar, quais universidades e em quais áreas do conhecimento. Assim, a gente pode atrelar ao nosso plano de internacionalização”, afirma o professor João Lima Sant’Anna Neto, pró-reitor de Pós-Graduação da Unesp. A opção da Universidade será articular os projetos escolhidos aos sete temas do desenvolvimento sustentável traçados como prioridade. Esses temas derivaram dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas).

ANÁLISE DE MÉRITO A Capes afirmou, em nota, que a análise de mérito dos projetos escolhidos envolveu diagnóstico institucional, capacidade técnica do grupo gestor, coerência e viabilidade da proposta, bem como seu caráter inovador e sua relevância, considerando o impacto sobre a instituição. O uso de estratégias inovadoras para internacionalização e a capacidade da instituição de atender às metas definidas também contaram para a avaliação. O acompanhamento e o monitoramento dos projetos serão feitos por um comitê internacional de especialistas, considerando as metas propostas pelas próprias instituições.

A importância do equilíbrio na Universidade Em evento sobre métricas de rankings, reitor enfatiza combate a assimetrias entre unidades Fábio Mazzitelli

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a abertura do workshop do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas, realizado no dia 8 de agosto no Instituto de Física Teórica (IFT), em São Paulo, o reitor da Unesp, professor Sandro Roberto Valentini, enfatizou a necessidade de se levar em consideração a equidade como instrumento para desconstruir a assimetria existente entre unidades das universidades públicas, sugerindo contemplar referenciais de impacto social nas métricas de construção de rankings. Sandro Valentini lembrou que a Unesp reúne institutos de excelência em ensino e pesquisa, unidades maduras, quase centenárias, e câmpus recém-criados nos processos mais recentes de expansão que necessitam de apoio para se desenvolver. “Como possibilitar o atendimento de todas as demandas [da Unesp]? Seria impossível administrá-la sem a equidade. Se não nos utilizarmos da equidade para fazer os atendimentos e desconstruir a assimetria, buscando um pouco mais de igualdade, precisaríamos esperar muito tempo da história para isso”, diz.

O professor afirma que a diretriz atual da Reitoria tem como foco uma postura imparcial à frente da Universidade, no sentido de reconhecer necessidades e direitos das unidades em busca de maior simetria entre elas. Nesse sentido, acredita o reitor, a Unesp pode contribuir bastante para a construção de métricas que possam levar em conta o impacto social derivado do conjunto de atividades e ações das universidades públicas. “Considero que seja importante, na questão da equidade, buscar outros indicadores para evitar que não se dificulte ou se atrapalhe o desenvolvimento dessas outras unidades, que estão crescendo e precisam de um apoio para se desenvolver”, diz Sandro Valentini. “Se olharmos apenas para os indicadores que o Instituto de Física Teórica tem condições de atender, praticamente mataremos o crescimento desses outros grupos no seio da Universidade”, exemplifica o reitor da Unesp. O professor Sandro Valentini destacou também as considerações feitas por Jacques Marcovitch, ex-reitor da USP e responsável pelo projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades

Estaduais Paulistas, no livro Repensar a universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais, lançado durante o workshop. Marcovitch ressalta na obra a necessidade de métricas que ajudem na interlocução com a sociedade, apresentando de maneira precisa e aprofundada a contribuição decisiva das universidades públicas estaduais de São Paulo. “Corremos o risco, se não nos posicionarmos contra o que tem se colocado na mídia [contra as universidades públicas], de perder ou desmontar algo que é um referencial de qualidade não só para o estado de São Paulo, mas para o país”, afirma o reitor da Unesp. PROJETO COMUM O workshop realizado no IFT foi o terceiro do projeto Indicadores de Desempenho nas Universidades Estaduais Paulistas, que reúne Unesp, USP e Unicamp e é apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) no âmbito do programa Pesquisa em Políticas Públicas. Além do reitor Sandro Valentini, participaram do encontro o reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, e o vice-reitor e reitor em

Roberto Rodrigues

Para reitor, indicadores não podem prejudicar novas unidades exercício da USP, Antonio Carlos Hernandes. Também estiveram presentes e participaram do workshop o presidente da Fapesp, José Goldemberg, o diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, e o coordenador de Programas Especiais e Colaborações em Pesquisa da Fapesp, Luiz Nunes de Oliveira, além dos demais pesquisadores associados ao projeto. O evento reuniu cerca de cem pesquisadores no auditório do IFT e deu continuidade aos

debates que resultarão em um conjunto de propostas de novas métricas de avaliação para as três universidades públicas estaduais. O livro Repensar a universidade: desempenho acadêmico e comparações internacionais, organizado por Jacques Marcovitch e lançado no workshop, tem sua apresentação assinada pelos reitores de Unesp, USP e Unicamp, em nome do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), instituição parceira do projeto.


Gente

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Professora é premiada por contribuição à ciência

Associação homenageia engenheiro agrônomo

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engenheiro agrônomo Antonio Tubelis, professor aposentado da Unesp, foi condecorado pela Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (Aeasp) na modalidade Defesa Agropecuária por sua contribuição para o agronegócio do setor de citros. O evento, realizado no dia 2 de maio no Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto, homenageou engenheiros agrônomos que contribuíram para o agronegócio do Brasil. Antonio Tubelis graduou-se em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, em 1963. Em 1966, foi contratado como docente do Departamento de Física da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. Quando da criação da Unesp, em 1976, passou a fazer parte do corpo docente da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), em Botucatu. Nos anos 1990, em parceria com Ary Apparecido Salibe, também docente da FCA, e com a engenheira agrônoma Heloísa Sabino Prates, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria da Agricultura

Ex-aluna de Medicina destaca-se nos EUA Divulgação

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line Camargo se formou em Medicina pela Faculdade de Medicina do câmpus da Unesp de Botucatu em 2013. Depois da graduação, foi para os Estados Unidos para se especializar em radiologia na Pennsylvania State University. De julho de 2017 a julho de 2018, ela foi “intern” na especialidade Preliminary Year em Clínica Médica no Hospital MedStar Harbor, na cidade de Baltimore, estado de Maryland. Ser “intern” é pré-requisito para iniciar residências em radiologia, dermatologia e outras. “É necessário passar por todo o processo de seleção para a residência, inclusive pelas entrevistas para ambos: o Preliminary Year e a especialidade, que no meu caso é radiologia”, explica. Aline foi selecionada e hoje é residente de radiologia no hospital da Pennsylvania State University, no estado da Pensilvânia.

Aline: trabalhos selecionados para apresentação em evento Durante o Preliminary Year, Aline realizou uma pesquisa no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, destinada a estabelecer o valor diagnóstico da tomografia de crânio para pacientes na UTI com sepse e alteração do nível de consciência. A pesquisa resultou num artigo, cujo resumo foi submetido ao evento MedStar Research Symposium. O texto obteve o segundo lugar na seleção, o que garantiu a participação da brasileira no encontro. “Pelo mesmo trabalho, também fui selecionada para apresentação no

American College of Physicians de Maryland, em maio”, enfatiza a médica. Ainda em seu período no Hospital Johns Hopkins, a pesquisadora desenvolveu um estudo sobre ética médica publicado no site AuntMinnie. “Apesar de haver diferenças significativas na prática da medicina e no sistema de saúde dos Estados Unidos em relação ao Brasil, a formação que a Faculdade de Medicina de Botucatu da Unesp me proporcionou foi e continua sendo fundamental para minha carreira”, assinala Aline.

Esta notícia é um resumo da matéria publicada no Portal Alumni da Unesp, no endereço https://alumni.unesp.br/ O portal também é tema da reportagem da página 7 deste jornal

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Estudos de Tubelis beneficiaram agronegócio da área de citros e Abastecimento do estado de São Paulo, desenvolveu estudos sobre a difusão da anomalia “amarelinho” dos citros em São Paulo e outros estados, além de na Argentina. Em 2003 instalou uma área demonstrativa-experimental na Fazenda Santa Irene, em Bebedouro (SP). Os resultados dessa iniciativa foram publicados no livro Recuperação e renovação de pomar de laranja com ‘amarelinho’, editado em 2006. Outra significativa contribuição de Tubelis para a citricultura do Brasil foi seu envolvimento com a doença “tristeza dos citros”.

Professor ministra palestra na Johns Hopkins University

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médico urologista e professor do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina do câmpus da Unesp de Botucatu (FMB), João Luiz Amaro, esteve durante duas semanas na Johns Hopkins University, em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos. Na ocasião, o docente participou como observador de procedimentos cirúrgicos, acompanhou a discussão de casos clínicos e ministrou uma palestra na instituição norte-americana sobre um novo produto que está sendo testado em pacientes com incontinência urinária. “Trata-se de um estudo multicêntrico com diferentes serviços do Brasil, liderado por nosso serviço e com apoio da Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin), apoiado pela Fapesp. Está sendo testado um novo esfíncter artificial para tratamento da incontinência urinária em homens pós-prostatectomia radical (tratamento do câncer da próstata). Foram apresentados resultados preliminares

bastante animadores”, explicou o professor Amaro. A visita do especialista da FMB se deu por meio de convite feito pelo dr. Christian Pavlovich, da Johns Hopkins University. Divulgação

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rofessora titular do Instituto de Química da Unesp, câmpus de Araraquara, Vanderlan da Silva Bolzani, 68, recebeu a medalha de comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2 de agosto, durante reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia realizada em Brasília. A Ordem Nacional do Mérito Científico é concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecer contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no Brasil. A professora Vanderlan Bolzani, que está no quadro Vanderlan recebeu Ordem docente da Unesp desde 1980, Nacional do Mérito Científico recebeu a medalha na área de Ciências Químicas. Natural de Santa Rita, na University, nos Estados Unidos, e Paraíba, e de ascendência obteve livre-docência na Unesp, indígena, Vanderlan graduou-se em 1996. em Farmácia pela Universidade É vice-presidente da SociedaFederal da Paraíba em 1973. de Brasileira para o Progresso Em São Paulo, construiu grande parte da carreira acadêmica: fez da Ciência (SBPC) e, ao longo mestrado em Química Orgânica da carreira, já recebeu diversas e doutorado em Ciências pelo premiações, entre as quais a que Instituto de Química da Univera reconheceu como “mulher nosidade de São Paulo, estágio de tável na ciência”, concedida pela pós-doutoramento no Virginia Sociedade Química Americana. Polytechnic Institute and State

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Amaro apresentou produto usado contra incontinência urinária


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Alunos

Triunfo no Academicxs Game

Estudantes da Unesp conquistam 11 das 30 bolsas oferecidas, sendo 8 do Câmpus de Itapeva Jorge Marinho Divulgação

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studantes da Unesp ficaram entre os trinta melhores do Brasil na segunda edição do Academicxs Game, competição virtual realizada por meio do aplicativo Santander Universidades. O campeonato dá como prêmio bolsas de estudo na Babson College, instituição norte-americana reconhecida na área de empreendedorismo localizada em Boston, Massachusetts, para participar do curso Babson Build: the Entrepreneurship Program for University Students. As bolsas concedidas a brasileiros foram conquistadas por estudantes de dezoito instituições diferentes, entre públicas e privadas, de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro,

Grupo da Unesp participou de curso no Babson College, em Boston Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal, Bahia e Ceará. Participaram da competição cerca de 23 mil universitários de todo o país. Os estudantes da Unesp conquistaram onze das

trinta bolsas, oito delas foram para o Câmpus Experimental de Itapeva. Um dos destaques foi o aluno Victor Augusto Martins, do último semestre do curso

de Engenharia de Produção do câmpus Itapeva. “As aulas progrediam e convergiam para apresentação da conclusão do curso. Todos apresentaram as próprias ideias de forma fantástica, utilizando tudo o que aprenderam nas aulas. Além de todo o aprendizado, os laços de amizade criados são inesquecíveis. Estou muito grato”, afirma Martins. Durante o programa, que ocorreu em uma imersão de catorze dias, os estudantes aprenderam com as diversas experiências tanto de professores com práticas empreendedoras quanto de colegas de turma e de palestrantes convidados. E puderam testar suas próprias ideias, por meio de simulações de negócios e competições, usando

pensamento tático e estratégico. “O curso me deu uma visão empreendedora a que poucos biomédicos têm acesso. Aprendemos desde saber quando uma ideia de negócio é válida até como elaborá-la para garantir que o empreendimento seja viável”, diz Virgínia Juliani Gomes, biomédica formada no ano passado no Instituto de Biociências e mestranda em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia na Faculdade de Medicina do câmpus Botucatu. O programa Santander Universidades, criado há vinte anos pelo banco Santander, foi o responsável por todos os custos relacionados a passagens aéreas, hospedagem, alimentação e material didático. No Brasil, o programa tem mais de trezentas instituições conveniadas.

Evento nacional destaca projetos de Tese conquista prêmio nacional de geomorfologia Empreendedorismo de Bauru Divulgação

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estre e doutor pela Unesp no câmpus de Rio Claro, o estudante Hudson de Azevedo Macedo inscreveu sua tese no concurso promovido pela União da Geomorfologia Brasileira (UGB) e recebeu o prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Geomorfologia Prof. Aziz Nacib Ab’Sáber. A premiação foi entregue no 12º Simpósio Nacional de Geomorfologia (Sinageo), realizado no final de maio no Ceará. Segundo Hudson, doutor em Geociências e Meio Ambiente pela Unesp, a ideia de estudar a geomorfologia fluvial do rio Paraguai no Pantanal, que deu origem à tese premiada, surgiu quando ele estava terminando a graduação em Geografia, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Por incentivo do professor Aguinaldo Silva, ele ingressou na pós-graduação e, posteriormente, fez a inscrição de sua tese no concurso. Antes da premiação nacional, o estudante já havia recebido um prêmio como destaque do 2º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal (Geopantanal), evento que tem como objetivo promover o encontro de profissionais das comunidades acadêmico-científicas

Hudson com o prêmio: ideia do trabalho começou na graduação e estudantes de nível técnico, graduação e pós-graduação interessados no uso de geotecnologias para estudos do Pantanal. Hudson teve projetos aprovados pelo CNPq e pela Fapesp. “Com os recursos financeiros dos projetos, pudemos realizar todas as atividades (trabalhos de campo e análises laboratoriais) da pesquisa. A minha relação com o meu orientador José Cândido Stevaux sempre foi muito boa. Ele geralmente confiava e concordava com minhas decisões a respeito de como deveríamos realizar a pesquisa”, diz o estudante.

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ções de empreendedorismo social realizadas por extensionistas das unidades de Bauru foram premiadas no Campeonato Nacional da Enactus, organização internacional de Empreendedorismo Social Universitário. Nos dias 18, 19 e 20 de julho, o time Enactus Unesp Bauru, formado por alunos da Faculdade de Ciências (FC), da Faculdade de Engenharia (FEB) e da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), participou do Evento Nacional Enactus Brasil (Eneb), em Fortaleza, e conquistou dois troféus. De acordo com Beatriz Aliberti, integrante da equipe, o evento é o maior da América Latina no âmbito do empreendedorismo social, reunindo cerca de 2 mil pessoas, entre estudantes, professores e empresários. No campeonato, ocorreram a apresentação de palestras, o Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social e o Campeonato Nacional, que contou com a participação de 66 times Enactus de várias cidades brasileiras. Os representantes do câmpus Bauru conseguiram alcançar a fase semifinal, ficando entre os 24 times do Brasil com projetos de maior impacto nas comunidades. Além disso, receberam o reconhecimento por terem um

Divulgação

Comunicação do IGCE/Rio Claro

Equipe elaborou projeto que associa ambiente, renda e trabalho projeto considerado referência em um dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), o de proteção dos ecossistemas terrestres. Isso foi possível devido ao projeto de extensão Ambiente, Renda e Trabalho: um Projeto de Empreendedorismo Social e de Sustentabilidade, mais especificamente a ação chamada de Ubiraci (madeira boa). A ação foi realizada com os moradores da Comunidade Terapêutica Masculina Bom Pastor para transformar pallets doados em móveis e utensílios de decoração, evitando que sejam

incorretamente descartados no meio ambiente. Os móveis e utensílios que surgem do projeto são comercializados. Os participantes aprendem atividades de marcenaria e contribuem com a instituição por meio do lucro obtido a partir do trabalho. O time Enactus Unesp Bauru existe há quatro anos e está envolvido atualmente em três projetos de impacto social, ambiental e econômico em comunidades de Bauru. “Voltar para casa com dois reconhecimentos é uma grande motivação para todos os seus membros continuarem o trabalho”, afirma Beatriz Aliberti.


Geral

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AGÊNCIA UNESP DE INOVAÇÃO

Auin apresenta trabalhos no evento Supera

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o dia 16 de agosto, o Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, em parceria com a Agência USP de Inovação, promoveu um evento sobre oportunidades na área de biotecnologia industrial com o intuito de conectar universidades e empresas. A Agência Unesp de Inovação (Auin) participou do evento, apresentando seu trabalho de transferência de tecnologia e os modelos de negócios que tem a oferecer. Para Rita Costoya, gerente de Transferência de Tecnologia da Auin, que esteve no evento, esse tipo de encontro traz a chance

de descrever os desafios da interação entre academia e empresas, além de expor o papel da agência de inovação nessa mediação. “Acredito que a importância está em divulgar a agência em um primeiro momento e captar empresas interessadas em nos conhecer”, comenta. A programação contemplou os trabalhos do Núcleo de Inovação Tecnológica do Supera Parque, bem como as oportunidades de interação com a USP, no câmpus de Ribeirão Preto, e com a incubadora InovaJab, do câmpus Unesp de Jaboticabal. Houve a exposição de painéis de tecnologias

GOVERNADOR: Márcio França SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO SECRETÁRIO: Jânio Francisco Benith

desenvolvidas pela Unesp de Jaboticabal e pela USP. As patentes apresentadas pela Unesp foram: rações nutracêuticas e seus usos; processo de obtenção de ésteres de sacarose para uso agrícola como agente pesticida; processo de obtenção da enzima lacase por fungo marinho, enzima lacase e seu uso; método de processamento de terras raras mediante bioextração indireta; método de obtenção de bacteriocinas, bacteriocinas e seu uso. No momento de negociações e reuniões, empresas como Iled, IFTNET Telecom, Ourofino e Santa Clara, por exemplo, procuraram a Auin.

REITOR: Sandro Roberto Valentini VICE-REITOR: Sergio Roberto Nobre PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO: Leonardo

Theodoro Büll PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO: Gladis Massini-Cagliari PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO: João Lima Sant’Anna Neto PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:

Cleopatra da Silva Planeta PRÓ-REITOR DE PESQUISA: Carlos Frederico de Oliveira Graeff SECRETÁRIO-GERAL: Arnaldo Cortina CHEFE DE GABINETE: Carlos Eduardo Vergani ASSESSOR-CHEFE DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA : Fabio Mazzitelli de Almeida ASSESSOR-CHEFE DA ASSESSORIA DE INFORMÁTICA :

Ney Lemke ASSESSOR-CHEFE DA ASSESSORIA JURÍDICA :

Edson César dos Santos Cabral ASSESSOR-CHEFE DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO:

José Roberto Ruggiero ASSESSOR-CHEFE DE RELAÇÕES EXTERNAS:

José Celso Freire Júnior ASSESSOR ESPECIAL DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:

Rogério Luiz Buccelli DIRETORES/COORDENADORES-EXECUTIVOS DAS UNIDADES UNIVERSITÁRIAS:

Escola internacional de Física atrai alunos da América Latina Malena Stariolo Divulgação

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ntre os dias 16 e 22 de julho foi realizada a escola internacional Journeys into Theoretical Physics. O evento reuniu cerca de oitenta participantes do Brasil e de vários países latino-americanos. Essa foi a terceira edição do evento, concretizado em 2016 pela colaboração do International Centre for Theoretical Physics, South American Institute for Fundamental Research (ICTP-SAIFR) e Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp com o Perimeter Institute for Theoretical Physics (Waterloo, Canadá). Mais recentemente, o Center for the Physics of Biological Function (Princeton, EUA) juntou-se à iniciativa. Organizada ao longo de uma semana, a escola oferece imersão em assuntos da Física Teórica, promovendo interação entre alunos e professores. Além disso, os que tirarem as melhores notas nas provas finais podem conseguir bolsas de pós-graduação no IFT-Unesp, podendo passar um ano na Princeton University ou no Perimeter Institute. A parceria para a realização desse evento nasceu da vontade dos pesquisadores Nathan Berkovits, diretor do ICTP-SAIFR, e Pedro Vieira, integrante do Perimeter Institute e do ICTP-SAIFR/IFT-Unesp, de atrair alunos de excelência da América Latina para os programas de

Evento: melhores alunos recebem bolsas de pós-graduação pós-graduação do ICTP-SAIFR e promover o crescimento do instituto, que por sua vez incrementaria a qualidade de estudantes e pesquisadores. “Aqui o aluno tem condições excepcionais para fazer um doutorado, com escolas e workshops a toda hora. É um ambiente ótimo comparado com qualquer outra universidade na América Latina”, comenta Vieira. “Essa escola atrai estudantes de todo o continente. Os alunos têm a chance de vir e nos conhecer, mas também de interagir entre si e formar grupos que podem se tornar grupos de pesquisa, além de criar uma comunidade conosco, o Perimeter e a Princeton”, acrescenta Berkovits. Os organizadores consideram que a terceira edição da escola foi a melhor já promovida.

A aluna Kathia Marcela Campo, da Universidad de Antioquia, da Colômbia, se surpreendeu: “A semana foi fantástica; esses eventos são importantes porque abrem nossos olhos para o que está acontecendo na Física e isso nos ajuda a ter vontade de continuar estudando, de fazer um mestrado, um doutorado…”, afirma. Diana Marcela García, estudante da Universidad Nacional de Colombia, concorda com sua colega: “Minha experiência foi incrível, os cursos foram completos e eu consegui aprender muito”, argumenta. “Algo importante foi que o nível das aulas é para alunos que querem entrar no mestrado; é raro encontrar eventos com esse público-alvo, em geral o foco são os alunos do doutorado, ou pós-doutorado.”

Max José de Araújo Faria Júnior (FMV-Araçatuba), Wilson Roberto Poi (FO-Araçatuba), Luis Vitor Silva do Sacramento (FCF-Araraquara), Elaine Maria Sgavioli Massucato (FO-Araraquara), Cláudio César de Paiva (FCL-Araraquara), Eduardo Maffud Cilli (IQ-Araraquara), Andréa Lúcia Dorini de Oliveira (FCL-Assis), Marcelo Carbone Carneiro (FAAC-Bauru), Jair Lopes Junior (FC-Bauru), Luttgardes de Oliveira Neto (FE-Bauru), Carlos Frederico Wilcken (FCA-Botucatu), Pasqual Barretti (FM-Botucatu), Maria Dalva Cesario (IB-Botucatu), José Paes de Almeida Nogueira Pinto (FMVZ-Botucatu), Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo (FCAT-Dracena), Murilo Gaspardo (FCHS-Franca), Mauro Hugo Mathias (FE-Guaratinguetá), Enes Furlani Junior (FE-Ilha Solteira), Antonio Francisco Savi (Itapeva), Pedro Luís da Costa Aguiar Alves (FCAV-Jaboticabal), Marcelo Tavella Navega (FFC-Marília), Edson Luís Piroli (Ourinhos), Rogério Eduardo Garcia (FCT-Presidente Prudente), Patrícia Gleydes Morgante (Registro), Cláudio José Von Zuben (IB-Rio Claro), José Alexandre de Jesus Perinotto (IGCE-Rio Claro), Guilherme Henrique Barris de Souza (Rosana), Maria Tercília Vilela de Azeredo Oliveira (Ibilce-São José do Rio Preto), Estevão Tomomitsu Kimpara (ICT-São José dos Campos), Valerie Ann Albright (IA-São Paulo), Marcelo Takeshi Yamashita (IFT-São Paulo), Marcos Antonio de Oliveira (IB/CLP-São Vicente), Eduardo Paciência Godoy (ICT-Sorocaba) e Danilo Fiorentino Pereira (FCE-Tupã).

EDITOR: André Louzas REDAÇÃO: Fabio Mazzitelli, Marcos Jorge e Jorge Marinho REVISÃO: Andressa Picosque | Tikinet COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Participaram desta edição:

Malena Stariolo (texto); Roberto Rodrigues (foto) PROJETO GRÁFICO: Phábrica de Produções DIAGRAMAÇÃO: Natalia Bae | Tikinet APOIO ADMINISTRATIVO: Thiago Henrique Lúcio Este jornal, órgão da Reitoria da Unesp, é elaborado mensalmente pela Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI). A reprodução de artigos, reportagens ou notícias é permitida, desde que citada a fonte. ENDEREÇO: Rua Quirino de Andrade, 215, 4.º andar, Centro,

CEP 01049-010, São Paulo, SP. Telefone: (11) 5627-0323. HOME PAGE: http://www.unesp.br/jornal E-MAIL: jornalunesp@reitoria.unesp.br

VEÍCULOS Unesp Agência de Notícias: <http://unan.unesp.br/>. Rádio Unesp: <http://www.radio.unesp.br/>. TV Unesp: <http://www.tv.unesp.br/>.


16 Dando vida ao barro Agosto 2018

Artes

Exposição e várias atividades no Instituto de Artes marcam aniversário de 25 anos do grupo de pesquisa em cerâmica coordenado pela professora Lalada Dalglish André Louzas Fotos André Louzas

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o dia 20 de agosto foi aberta a mostra “25 Anos de Pesquisa Cerâmica”, na Galeria Alcindo Moreira Filho, no Instituto de Artes (IA), câmpus da Unesp de São Paulo. A exposição foi o ponto de partida de uma série de atividades – como mesas-redondas, apresentações de pesquisas, palestras e workshops – voltadas para a arte produzida a partir do barro. O evento marca as duas décadas e meia de vida do Grupo de Pesquisa Panorama da Cerâmica Latino-Americana: Tradicional e Contemporânea, fundado e coordenado pela professora Lalada Dalglish, do IA. A mostra coloca em evidência as várias dimensões da atuação do grupo. Há, por exemplo, peças de cerâmica popular, como o casal de noivos e outros personagens criados pela artista Zezinha, do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, analisada no doutorado de Camila da Costa Lima; ou os bichos e bonecas feitos por dona Trindade, do Vale do Ribeira, em São Paulo, um dos trabalhos pesquisados no mestrado de Amanda Magrini. Outros componentes da mostra são exemplares da cerâmica shipibo-conibo – um dos principais povos da Amazônia peruana –, focalizados por Priscilla Araujo Paiva em seu mestrado. Ao lado desses trabalhos estão obras de expressão artística, como as da série Mulheres Recipientes, criadas durante o mestrado de Flávia Leme. E, ainda, trabalhos que associam cerâmica e arte terapia, como os do projeto Ser Âmica, que oferece aulas dessa arte a jovens de 12 a 17 anos em um ateliê no bairro de Artur Alvim, na periferia da capital paulista, sob a coordenação de Elainy Mota, que apresentou algumas das obras desses adolescentes em seu mestrado. “As pesquisas do grupo abrangem as vertentes de arte popular, arte indígena, arte contemporânea e arte terapia”, resume Lalada. Paralelamente a essas atividades no IA, foi lançada a edição especial da revista Arte e Cultura da América Latina, editada pela Sociedade Científica de Estudos da Arte, que tem como tema “A pesquisa cerâmica no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista – Unesp”.

Obras expostas pertencem a coleção que Lalada doou à Unesp

Produção do projeto de arte terapia Ser Âmica, criado por Elainy Mota

Peça da série Mulheres Recipientes, produzida por Flavia Leme

Trabalhos da artista Zezinha, do Vale do Jequitinhonha, em Minas

PESQUISADORA DEDICADA Um dos grandes nomes da cerâmica artística brasileira, Lalada Dalglish ajudou a tornar a Unesp – onde atua desde os anos 1990 – uma referência nacional nas pesquisas do setor. “Meu maior orgulho não é a obra que eu produzo”, assinala a docente. “A minha grande paixão é incentivar a produção científica na área da cerâmica.” Lalada criou o grupo após passar dezoito anos nos Estados Unidos, onde fez estudos de pós-graduação em Artes Plásticas e em Integração da América Latina. Ao voltar, constatou que o sistema universitário brasileiro não tinha exemplos de pesquisa, ensino ou extensão no campo da cerâmica. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes do IA, Agnus Valente ressalta o empenho de Lalada na materialização de propostas como o ateliê de cerâmica do Instituto. “A produção dos alunos é queimada nos fornos que temos aqui, por exemplo”, acentua. “A Lalada encampa a produção poética de

seus orientandos e faz um grande esforço para que as obras deles sejam colocadas em exposição.” A dedicação da docente também é destacada por Valerie Ann Albright, diretora do IA. “Eu tenho testemunhado como o projeto de Lalada ganhou corpo nas últimas três décadas”, afirma. “Eu quero parabenizá-la pela mostra no IA, que está sendo realizada em tempos de crise, com poucos recursos.” Coordenadora da revista Arte e Cultura da América Latina, a crítica de arte Mariza Bertoli enfatiza o papel de Lalada na esfera universitária: “Ela instituiu o ensino de cerâmica na Unesp e desenvolveu com outros pesquisadores vários ramos de estudo da cerâmica, desde a produção tradicional até as formas contemporâneas de expressão”, opina. A CERÂMICA NA UNESP Atualmente, os alunos de graduação e pós-graduação do IA podem ter uma formação consistente nesse campo. Na graduação, além das matérias

obrigatórias na grade curricular, eles desenvolvem atividades de pesquisa em modelagem, torno, esmaltação, queimas e construção de fornos, utilizando os vários equipamentos do Laboratório de Cerâmica. A partir da década de 1990, foram orientados 44 trabalhos de conclusão de curso e monografias com enfoque na cerâmica como componente artístico, educativo e de inserção social. Na pós-graduação, a Universidade oferece opções stricto sensu de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Desde 2007 já foram produzidas 34 pesquisas de mestrado e doutorado, algumas já publicadas pela Editora Unesp. “No momento, temos dois orientandos de pós-doutorado na área da cerâmica”, informa Lalada. Na pós-graduação lato sensu são oferecidos três cursos de especialização: Arte terapia/Terapias Expressivas (Cerâmica: a modelagem como terapia), Fundamentos da Cultura e da Arte (Cerâmica, criatividade e panorama

histórico) e Ecologia, Arte e Sustentabilidade (Cerâmica, ecologia e sustentabilidade). Na extensão, é promovido desde 1994 o projeto Panorama da Cerâmica Brasileira, aberto a alunos de graduação e pós-graduação e a toda a comunidade, com viagens pelo país para conhecimento e divulgação da cerâmica nacional. Outros projetos de extensão envolvem exposições de alunos e convidados, seminários, workshops e mesas de pesquisa. A COLEÇÃO DE LALADA As peças da exposição no IA integram a Coleção de Cerâmica Lalada Dalglish, doada em comodato para a Unesp para a futura criação do Museu Brasileiro da Cerâmica, com obras já catalogadas e em acervo nas instalações da Universidade no bairro do Ipiranga, em São Paulo. O professor Agnus Valente assinala sua expectativa pela criação do museu num futuro breve: “Esse será mais um legado da Lalada para a arte cerâmica brasileira”, assegura.


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