Revista Acqua - Edição 4 - Julho/2013

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EDIÇÃO 4 - JULHO - 2013

Água, o

OuroAzul

Esse recurso essencial é finito!


Foto: Horia Varlan/Arte: Chello

As principais pautas do cenĂĄrio polĂ­tico internacional http://podcast.unesp.br/podmundo


Imagem

Carlos Antonholi ĂŠ escritor e poeta. www.micropoetricidade.blogspot.com.br

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Sumário

Água, o ouro azul!

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O Brasil detém as maiores reservas de água doce do mundo. Porém, é preciso usar racionalmente esse recurso essencial mas finito!

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Pesquisa analisa pagamentos por serviços ambientais

Tema é visto sob a ótica do novo Código Florestal e como instrumento de gestão das águas

A espiritualidade da imagem A natureza como vedete nas obras do pintor Miguel Penha

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Reavaliando o consumo de água na cidade e no campo

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Vida marinha é tema de novo jogo educativo on-line

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Espetáculo O rio foi visto por 3 mil pessoas

22 Tânia Turcato: o paradigma romântico que une razão e emoção

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Guardar as águas de março

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PodAcqua Unesp Este mês o tratamento de água, o dumping com o comério de água virtual e o Projeto Guarani foram os temas do PodAcqua

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Expediente

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Reitor Julio Cezar Durigan Vice-reitora Marilza Vieira Cunha Rudge Pró-reitor de Administração Carlos Antonio Gamero Pró-reitor de Graduação Laurence Duarte Colvara Pró-reitor de Pós-Graduação Eduardo Kokubun Pró-reitor de Extensão Universitária Mariângela Spo i Lopes Fujita Pró-reitora de Pesquisa Maria José Soares Mendes Giannini Secretária-geral Maria Dalva Silva Pago o Chefe de Gabinete Roberval Daiton Vieira Assessor-chefe da Assessoria de Comunicação e Imprensa Oscar D’Ambrosio

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Coordenador Editorial Oscar D’Ambrosio Arte Marcelo Carneiro (Chello) Design Gráfico Darlene Magalhães, Gustavo Sousa, Marcelo Correia (graduandos em Design Gráfico pela FMU) Colaboradores Imagens: acewill, Alex E. Proimos, AndresAZP, Cyron, geezaweezer, Horia Varlan, Maria Cecilia Preda Bronzoni, Micah Taylor, Nadja Kouchi, Roberto Trm e visualterrorist Textos: Edmar José Scaloppi, Klaus Hofer, Oscar D’Ambrosio e Vininha F. Carvalho Revisão Maria Luiza Simões Projeto Gráfico Marcelo Carneiro (Chello) Produção Mara Regina Marcato Apoio administrativo Thiago Henrique Lúcio Endereço Rua Quirino de Andrade, 215, 4° andar, CEP 01049-010, São Paulo, SP. Tel. (11) 5627-0323. Contato projetoacqua@reitoria.unesp.br Sites h p://www.unesp.br/revistaacqua h p://www.unesp.br/projetoacqua


Editorial

Maria Cecilia Preda Bronzoni - “Dessemelhança”

Desenvolvimento sustentável

O

desenvolvimento sustentável precisaria atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas. O dilema proposto é usar os recursos naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Acima de tudo, estaria o pressuposto de que preservar os bens naturais significa atentar para a dignidade humana numa perspectiva de que o desenvolvimento não esgote os recursos naturais, num exercício de conciliação econômica com preservação da natureza. O fato é que o ser humano está usando muito mais os recursos naturais do que a natureza consegue repor. Nesse ritmo, tornase difícil imaginar que haverá, por exemplo, água ou energia em volume suficiente. Nessa visão, que implica em reconhecer que os recursos naturais são finitos, usar os bens naturais com critério e planejamento é o primeiro passo para estabelecer um renovado modelo de desenvolvimento econômico. De fato, dentro do espírito geral de que o desenvolvimento sustentável está ligado a princípios de crescimento econômico que não deixem de lado a preservação dos recursos naturais, a economia verde procura agredir o mínimo possível o meio

ambiente, almejando também os avanços tecnológicos e econômicos. Torna-se, assim, uma forma de alcançar progresso de forma responsável, com minimização de problemas e maximização nos benefícios para as gerações futuras. Assuntos como mudança do clima, energia, água, uso do solo, produção e consumo sustentáveis e segurança alimentar, entre outros, são cada vez mais debatidos nas escolas brasileiras e levados pelas crianças aos pais. Em paralelo, os debates sobre desenvolvimento sustentável e economia verde são progressivamente crescentes, no Brasil, nos meios diplomático, político, técnico, acadêmico e empresarial. O princípio de que o desenvolvimento sustentável é distinto do mero desenvolvimento econômico é bastante claro entre todas as esferas da sociedade, assim como o debate de como a conservação ambiental pode caminhar ao lado da inclusão social numa atmosfera colaborativa e que traga benefícios para a população.

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Artigos

Água, o ouro azul!

Cyron

VININHA F. CARVALHO

O

direito à água é um Direito Humano e a sustentabilidade de seu uso não deve ser só econômica, mas humana, social, cultural, ambiental e política. A água é uma substância excepcional, essencial para a vida, sacia nossa sede e traz beleza e prazer à nossa vida. A vida começou com a água e a falta dela pode nos extinguir. A água é um recurso natural finito, e sua quantidade per capita diminui a cada dia com o crescimento da população mundial e da degradação dos mananciais. Os estoques mundiais de água formam um volume de 1,5 bilhão de km³, mas cerca de 97,5% desse total são constituídos de água salgada. Restam, portanto, 2,5% � que ainda incluem os gelos polares � de água doce, fundamental à vida de todos os seres da biosfera. Desse total de água doce, 79% concentram-se nas regiões polares, logo, são inacessíveis. Somente 1% dela pode ser facilmente acessada na superfície. Os 20% restantes podem ser

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encontrados em regiões subterrâneas, nos aquíferos. O Brasil detém as maiores reservas mundiais de água doce do planeta. O homem é o grande consumidor de água doce, quer direta, quer indiretamente. Cada pessoa consome em média 200 litros de água/dia, em números aproximados, e o consumo de uma família na cidade é seis vezes maior que o de outra família no campo. A preocupação com a situação das águas, que em alguns países se tornou nacional, está longe de ter no Brasil a dimensão necessária e merecida. Trazer os rios para o foco das atenções da sociedade deveria ser objetivo de cada cidadão brasileiro. Integrá-los, ampliar seu número e seu alcance tem sido a preocupação das ONGs que se propõem conscientizar a populaç ão, tecendo os fios de uma rede que já existe potencialmente, acreditando na capacidade que esta rede terá no estabelecimento de uma nova cultura referente às águas e na reedição multiplicadora desta ideia.


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Água e saúde são interconectadas de muitas maneiras, sendo importante considerar a crescente necessidade por água adequada e saudável, para proteger tanto as pessoas quanto o planeta. A água, o ouro azul, é um dos recursos ameaçados mais preciosos da Terra. Saúde é um dos recursos mais preciosos do ser humano. Todos os setores da economia necessitam de grandes quantidades de água, por isso as águas doces dos rios devem constituir-se como prioridade imediata no que se refere à preservação de sua qualidade. Dessa forma, toda atividade agrícola, urbana e industrial deve ser controlada, pois cada litro de esgoto lançado em um rio inutiliza dez litros de água. A situaç ão dos limnossistema s no Bra sil e no mundo é extremamente preocupante. Da água doce disponível no mundo, o Brasil detém 8%. Todavia, cumpre lembrar que uma parte incalculável dela foi jogada ao mar com a drenagem parcial ou total de lagos e com a retificação de rios. A parcela que restou vem sendo poluída por esgotos domésticos, efluentes industriais e metais pesados, entre tantos outros contaminantes. A biodiversidade dos limnossistemas está sendo empobrecida por drásticas ações antrópicas. A defesa do meio ambiente, em nosso caso, ao contrário dos países do Primeiro Mundo, é ainda pouco cobrada pela população, que se esquece que a degradação ambiental é um fator altamente contribuinte para o abaixamento da qualidade de vida, o que, por sua vez, implica em geração de mais pobreza. No Brasil, a legislaç ão nunc a tratou a água como par te fundamental dos ecossistemas. O Decreto Federal nº 24.643, de 10 de julho de 1934, instituindo o Código de Águas, seguiu a tradição portuguesa de reservar áreas de servidão pública junto a rios e lagoas, mas valorizou nas águas seu caráter de meio de transporte e seu potencial gerador de energia elétrica.

Cada pessoa consome em média 200 litros de água/dia

At r av é s d a L e i 9.433/97 o us o e a p oluiç ão da água começaram a ser cobrados, com a intenç ão de reduzir o consumo e punir quem não se preocupa com a sustentabilidade de nossos recursos hídricos. Esta lei expressa a preocupação mundial com a escassez progressiva da água como bem de consumo. Diante disso, não basta apenas considerar a água como mercadoria e cobrar por ela. É preciso restaurar e revitalizar os limnossistemas, aproximando legislação, políticas públicas e educação mais da ecologia que da economia. A cobrança pela água só tem cabimento se visar o renascimento dos ecossistemas aquáticos.

Vininha F. Carvalho é jornalista, administradora de empresas, economista, ambientalista e presidente da Fundação Animal Livre ( www.animalivre.org.br).

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Artigos

Reavaliando o

consumo de รกgua na cidade e no campo EDMAR JOSร SCALOPPI

Micah Taylor

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É

preocupante constatar que, provavelmente, mais de 95% da água potável, clorada e fluoretada, que se paga às concessionárias responsáveis pelo abastecimento predial urbano são utilizados na descarga de vasos sanitários, nos chuveiros, banheiras, lavatórios, tanques e pias, na irrigação de parques, jardins e hortas domésticas, na limpeza de casas e pátios, na lavagem de veículos, enfim, usos rigorosamente não potáveis. Trata-se de um desperdício cada vez mais inaceitável. A rigor, as instalações prediais deveriam disponibilizar dois sistemas para o abastecimento de água: um potável e outro não potável, uma possibilidade, a nosso ver, sem nenhum apelo futurista, que muito pouco oneraria o orçamento das instalações hidráulicas prediais projetadas ou já executadas. Nesse caso, poder-se-ia destinar as instalações existentes para o consumo não potável, mais generalizado, e providenciar outras, com muito menor demanda e mais localizadas, para o consumo potável. Resta saber se as concessionárias poderiam providenciar o fornecimento de ambas, provavelmente, a um custo bastante diferenciado, flexibilizando, assim, o rigor no tratamento não potável, com uma significativa e desejável redução de custos. Sabese que, em função de diferentes novos contaminantes lançados, clandestinamente ou não, nas águas superficiais, as exigências analíticas estão sendo frequentemente atualizadas, com maior rigor e especificidade, tornando a exigência de potabilidade cada vez mais onerosa e seletiva. Portanto, em locais estratégicos, a proposta de fornecimento de água não potável poderia ser complementada até pela possibilidade da reutilização de água, alternativa já praticada, na forma experimental, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que abastece com água reciclada algumas empresas da região metropolitana de São Paulo. Há um interesse, também, na reutilização de água para fins agrícolas, embora continue pendente de uma regulamentação específica. A

água reutilizada é fornecida por R$ 0,17/m3 para as comunidades da região metropolitana de São Paulo, enquanto que para as indústrias e consumidores particulares o preço estabelecido é de R$ 0,30/m3, muito inferior ao valor mínimo de R$ 1,63/m3 cobrado pela Sabesp para consumo predial até 10 m3, que aumenta progressivamente até R$ 4,18/m3 para consumo superior a 50 m3 (valores locais). Outro aspecto curioso no abastecimento urbano refere-se à pequena confiabilidade que a população credita ao rigor no tratamento. Prova disto é o grande número de instalações que consomem água envasada para dessedentação e preparo de alimentos, mesmo que as concessionárias para o abastecimento divulguem seus resultados analíticos, atestando a boa qualidade da água fornecida a seus consumidores e ocorram inúmeras comprovações de contaminação da água envasada. Conforme foi publicado na revista Unesp Ciência (vol. 40, p. 42-43, abril de 2013), as análises realizadas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara revelaram que dois terços dos 60 recipientes de 20 litros analisados apresentavam contagens de microrganismos superiores ao valor máximo aceitável de 500 unidades formadoras de colônia por mililitro de água, às vezes atingindo valores superiores a mil vezes o padrão aceitável para abastecimento. Há ainda um agravante relacionado aos prejuízos ambientais decorrentes da fabricação e lançamento irresponsável das embalagens PET na natureza. O fato é que, em geral, a falta de higienização e limpeza periódica dos reservatórios prediais acaba se constituindo na vilã responsável pela degradação da qualidade da água fornecida às populações. Considerando um fornecimento com elevado grau de confiabilidade, seriam os reservatórios prediais realmente necessários? Ainda mais quando se identifica que, em geral, se localizam em locais de difícil acesso, mal iluminados e inadequados para se proceder a uma recomendável limpeza e higienização periódicas, além dos transtornos para sua instalação, exigindo um considerável reforço

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Artigos

estrutural capaz de assegurar a sua estabilidade. A existência eventual de uma pressão excessiva nas instalações hidráulicas prediais poderia ser facilmente solucionada, introduzindo-se simples dispositivos capazes de promover uma necessária redução de pressão na entrada da instalação, no cavalete que abriga o hidrômetro. Mesmo em condições de baixa confiabilidade no fornecimento, os reservatórios poderiam ser acionados apenas nos momentos de escassez, com pequenas intervenções no circuito hidráulico predial. No ambiente rural, a situação é mais grave. Raras comunidades rurais conhecem a qualidade da água que consomem. E não existe divulgação de qualquer iniciativa para facilitar que suas amostras sejam eventualmente analisadas pelos laboratórios das concessionárias, mesmo que sejam constituídas com a participação governamental. Parece que, ao ultrapassar o perímetro urbano, o cidadão rural perde grande parte de sua cidadania e fica sujeito a um grave desamparo assistencial. Será que as comunidades rurais não podem ter acesso aos compromissos de responsabilidade

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social tão propagados pelas empresas concessionárias? O que representaria para o orçamento dessas empresas a inclusão de algumas amostras eventuais da água consumida no meio rural para análise em seus bem equipados laboratórios que, rotineiramente, processam centenas de amostras todos os dias? Além da dificuldade para análise, não existe um efetivo programa de extensão, governamental ou não governamental, capaz de orientar o cidadão residente na zona rural a melhorar a qualidade da água consumida em suas instalações, mesmo sabendo-se da existência de diversas providências de baixo custo que, quando adequadamente executadas, poderiam contribuir positivamente nesse processo. Ações desta natureza estimulariam a conscientização do agricultor como elemento “produtor de água”, um processo já valorizado pela Agência Nacional de Águas, capaz de promover a recarga dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos com água de boa qualidade, beneficiando assim toda a sociedade dependente daquela bacia hidrográfica. Torna-se difícil permanecer passivo face a esta aviltante realidade.


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Mais de 95% da água potável é empregada em usos rigorosamente não potáveis

Alex E. Proimos

Em termos quantitativos, as culturas irrigadas representam o maior uso consuntivo de água no meio rural. Em média, apenas 1 hectare irrigado consome 40 m3 de água por dia, quantidade que será ampliada nos sistemas de irrigação para contabilizar as perdas que inevitavelmente ocorrem durante o processo de aplicação, facilmente atingindo 50 m3/ha por dia, um reservatório razoável com dimensões de 10 x 5 x 1 m. Em geral, utilizam recursos hídricos superficiais, mais baratos e disponíveis, porém, nem sempre com qualidade aceitável. Nesses casos, a prática de sistemas de irrigação adequados, que aplicam águas reconhecidamente poluídas na superfície do solo, representa uma forma recomendável de mitigação de impactos ambientais, ao retirar das águas superficiais muitos contaminantes que poderiam se constituir em nutrientes para os vegetais irrigados ou sofrer degradação pela ação de microrganismos presentes no solo. Havendo percolação e evitando-se o arrastamento de contaminantes dissolvidos, uma água com melhor qualidade certamente será restituída à bacia hidrográfica. Por outro lado, o emprego de sistemas de irrigação que colocam

águas poluídas em contato com as partes vegetais consumidas in natura por pessoas ou animais pode causar sérios riscos à saúde das populações. Por essas razões, pode-se avaliar a importância de se concientizar os agricultores irrigantes de suas responsabilidades sociais relacionadas à disseminação de substâncias nocivas ou agentes patogênicos presentes na água utilizada em seus sistemas de irrigação. Na ausência de orientação técnica, quase sempre se verifica uma tendência dos irrigantes praticarem aplicações excessivas de água em suas culturas irrigadas, uma condição que ocorre também, em menor escala, em áreas ajardinadas e hortas domésticas. Nesses casos, falta um programa efetivo de orientação que pudesse racionalizar o uso criterioso da irrigação, reduzindo o desperdício, o prejuízo ambiental e os custos. Em resumo, inúmeras alternativas bem adequadas à qualidade da água disponível para irrigação agrícola encontram-se acessíveis aos irrigantes. Ao mesmo tempo, não há dúvida que o uso racional da água pelas populações urbanas e rurais é determinante para assegurar a desejável sustentabilidade ambiental. Ao setor público, urge estabelecer regulamentações específicas e atualizadas, capazes de disciplinar criteriosamente sua progressiva utilização competitiva, uma realidade já observada em várias regiões do país.

Edmar José Scaloppi possui graduação em Engenharia Agronômica pela USP, mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela USP e doutorado em Engenharia de Irrigação — Utah State University. É professor titular da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, Câmpus de Botucatu. Foi membro do Comitê de Engenharias Agroindustriais do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, secretário e presidente da Comissão de Estudos de Irrigação e Drenagem da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

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AndresAzp

Reportagens

Pesquisa analisa pagamentos por serviços ambientais Tema é visto sob a ótica do novo Código Florestal e como instrumento de gestão das águas

P

esquisa de iniciação científica em andamento, “O Novo Código Florestal e o pagamento por serviços ambientais como instrumentos de gestão das águas” está inserida no contexto de um projeto maior denominado “Gestão das águas e planejamento ambiental de bacias hidrográficas: estudos aplicados na bacia do Rio Paranapanema”, aprovado no Edital CNPq como projeto de Políticas Públicas e Gerenciamento de Recursos Hídricos na Bacia do Rio Paranapanema. Os resultados de Aline Kuramoto Gonçalves, graduanda em Geografia,

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e Antonio Cezar Leal, da Unesp de Presidente Prudente, até agora são referentes ao relatório parcial da bolsa CNPq/Pibic do início de 2013, no qual constam os estudos sobre o Novo Código Florestal e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) como medidas de contribuição à gestão da bacia hidrográfica do Córrego Palmitalzinho, no município de Regente Feijó, São Paulo. A metodologia contemplou revisão bibliográfica, sobretudo, de estudos da Legislação Ambiental Brasileira: O Novo Código Florestal (Lei 12.727/12) que destaca um método de gestão ambiental da


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preservação do meio ambiente e dos recursos naturais de duas principais fontes de proteção ambiental – previstas através de situações de preservação e conservação –, que são as Áreas de Preservação Permanente (APP) e a Reserva Legal (RL), que sofreram diversas alterações ao longo dos anos, sendo que a partir de 2009 foi intensificado o debate, gerando, em maio de 2012, a Lei 12.651 e posteriormente, em 17 de outubro do mesmo ano, a Lei 12.727 e também o Sistema do Cadastro Rural (CAR). Dessa forma, segundo os pesquisadores, a legislação auxiliará a avaliar o uso e ocupação da bacia do Córrego do Palmitalzinho em Regente Feijó — SP, através dos conflitos em APP, e a produção exercida dentro da bacia. Outro item que será parte desse trabalho é o PSA, que se apresenta atualmente como um novo instrumento de gestão ambiental das águas através da remuneração econômica aos produtores rurais que buscam recompor suas áreas de APP e a prática de manejo correto dos recursos naturais em suas propriedades. Para os autores, o cumprimento da legislação ambiental mostra-se como um mecanismo e instrumento fundamental para o planejamento e o gerenciamento de recursos hídricos. A manutenção da cobertura florestal em bacias hidrográficas contribui para sua preservação e conservação e também para sua qualidade ambiental em benefício de todos. Com isso, para Aline e Leal, é importante a verificação da aplicação do Novo Código Florestal na bacia do Córrego do Palmitalzinho, no município de Regente Feijó, a fim de que esta legislação subsidie a conservação do solo e dos recursos hídricos, tendo em vista que o uso e a ocupação do solo nessa bacia é a pastagem. “Quanto à gestão das águas, outro instrumento em destaque na atualidade é o Pagamento por Serviços Ambientais que, junto com as legislações ambientais brasileiras, dentre elas o Código Florestal, contempla a proteção e o manejo correto dos recursos naturais,

mas principalmente da água”, afirmam os autores. A pesquisa foi apresentada no Simpósio Internacional “Questões do Trabalho, Ambientais e da Saúde do Trabalhador”, que ocorreu entre os dias 15 e 17 de maio na Unesp de Presidente Prudente. O evento foi organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas do Trabalho, Ambiente e Saúde (CETAS) e contou com professores da Universidade da Geórgia (EUA), do Centro de Estudos Ambientais Cienfuegos (Cuba) e da Universidad Nacional de San Juan (Argentina). A trajetória de pesquisa do coletivo CETAS expressa predomínio da compreensão dos impactos sobre trabalhadores, ambiente e sociedade. O CETAS é formado pelo Centro de Estudos de Geografia do Trabalho (GEGeT/Laboratório CEMOSI/OTIM), pelo Grupo de Pesquisa “Gestão Ambiental e Dinâmica Socioespacial” (Gadis) e pelo Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde. Neste sentido, o evento possui um eixo fundamental de discussão vinculado às atuações dos Grupos de Pesquisa que dão origem ao CETAS.

AssEssORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENsA

Informações: aline587@gmail.com

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Reportagens

Arte: Chello

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Este jogo e muitos outros podem ser acessados em: http://bit.ly/ZLGwC6

Vida marinha é tema de novo jogo educativo on-line Jogo está no Portal Ludo Educativo, desenvolvido com Centro de Pesquisa da Unesp

A

vida marinha é o tema do novo jogo ludo educativo on-line que está disponível gratuitamente na Internet, no Portal Ludo Educativo, desenvolvido em parceria com o Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Materiais Nanométricos, com sede no Instituto de Química (IQ) da Unesp, em Araraquara, com financiamento da Fapesp e do CNPq. No ludo Vida Marinha, os estudantes do Ensino Fundamental e Médio se divertem e aprendem. Ao responder às questões, o jogador vai ganhando produtos para colocar no aquário. No início o jogador possui um aquário vazio. Através de pontos, pode adquirir diversos itens, como peixes e peças do cenário aquático. “Quanto mais souber, mais fácil ficará o jogo”, explica Elson Longo, professor do IQ/Unesp e diretor geral do CMDMC. As perguntas são sobre diversos assuntos, instigando o jogador a entender melhor o mundo ao seu redor. Se o jogador responder incorretamente, ele poderá ver qual a resposta correta e aprender com seu erro. Caso responda corretamente, ganha uma pontuação

que valerá para a compra de itens. Na loja de itens é possível ver quais itens estão disponíveis, de acordo com a sua pontuação e nível. Quanto mais respostas corretas, mais elevado será seu nível. Já a pontuação diminui quando se compra algum item, levando o jogador a tentar responder a novas perguntas para deixar seu aquário cada vez mais completo. O desenvolvimento do jogo foi realizado pela equipe da Aptor Games, em especial por Rener Baffa da Silva,atualmente mestrando na Universidade Federal de São Carlos, Bruno Silva Rangel, Denis Oliveira, Alexandre Rosenfeld, Gabriel Luis Alves Lima e Julio Cesar Carrega.

JOsÉ ANGELO sANTILLI

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Nadja Kouchi

Reportagens

Espetáculo O rio foi visto por 3 mil pessoas

Teatro Didático da Unesp tem apresentações marcadas até setembro AssEssORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENsA

O

rio, criação teatral do Teatro Didático da Unesp inspirada no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, vem sendo encenado desde dezembro de 2012. O espetáculo, trabalho de conclusão de três anos de investigação e experimentação em Teatro Visual, já foi visto por cerca de três mil pessoas. Projeto de extensão coordenado por Wagner Cintra, professor do Instituto de Artes da Unesp, o Teatro Didático, com 20 anos de tradição no campo da criação teatral, tem, nos últimos quatro anos, se dedicado ao desenvolvimento de uma linguagem teatral

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marcada pelo hibridismo, ou seja, uma linguagem que atua na interface do teatro com as artes visuais. Segundo o professor Wagner Cintra: “A partir desse princípio (da interdisciplinaridade), elegemos o universo do teatro visual, uma disciplina do teatro de formas animadas, como elemento central do seu processo criativo”. No teatro visual encontram-se conjugados no mesmo nível de importância bonecos, atores, máscaras, objetos, iluminação, sonoplastia. Dessa forma, trabalhar com essa linguagem exige um cuidado singular com a composição da matéria cênica,


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Fotos e vídeos do espetáculo: http://www.facebook.com/teatrodidaticodaunesp http://bit.ly/131djUC

Ag en

Fotos: divulgação facebook

de acordo com o grupo: “Estamos em um constante trânsito entre ateliê, oficina e sala de ensaio, onde se desenvolvem exaustivamente técnicas de manipulação e confecção”. O espetáculo, que mistura atores com bonecos, máscaras e matéria bruta, apresenta, de maneira singular, um aspecto de uma realidade objetiva brasileira que é subjetivada pela criação de imagens icônicas. “Neste processo, esta realidade é contextualizada universalmente e o regionalismo do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto torna-se universal”, afirma Cintra. Para o diretor, "O espetáculo não é a ilustração do poema". A sintaxe cabralina, em segundo plano, inspira a sintaxe visual, em primeiro plano, do Teatro Didático, que, conjugadas, resultaram em um espetáculo de imagens requintadas e imbuídas de poeticidade. “Nesse contexto, a encenação de O rio realiza-se como pura poesia para o olhar”, conclui.

apresentaçõe e d s a d Agosto (data a confirmar): Apresentação no teatro do IFEES Vitória ES setembro Semana de Arte e Cultura da USP 15 de setembro: Bauru; 17 de setembro: Piracicaba; 20 de setembro: São Carlos; 22 de setembro: Ribeirão Preto

Leia mais em: http://blogaci.unesp.br/diariodaaci/

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Artes

A espiritualidade da imagem Miguel Penha

Á

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rvores, cachoeiras, rios, fauna e flora da Chapada dos Guimarães e do Cerrado brasileiro são os assuntos desenvolvidos pelo pintor Miguel Penha. Nascido em Cuiabá, Mato Grosso, ele consegue captar aquilo que a região tem de mais deslumbrante: o fascínio de uma natureza que leva a meditar sobre a própria existência humana.

ressaltar a criação de um mundo em que a natureza é a vedete. Isso se torna principalmente importante tanto nos quadros em que a horizontalidade predomina, com valorização dos nascentes e poentes como espetáculos divinos, quanto nas obras mais verticais, em que as árvores ganham a centralidade com toda a sua monumentalidade.

O artista, ao não colocar figuras humanas em seus quadros e mostrar paisagens em focos bastante abertos, instaura um clima absolutamente mágico, no qual o uso da luz e as gamas de verdes ganham destaque como recursos técnicos da pintura para

C ada tela revigora a sua admiraç ão pela natureza e estimula a nossa. Existe nelas um grande cuidado no processo de composição, já que o equilíbrio se faz onipresente na construção de sistemas visuais harmoniosos, marcados por uma

filosofia de vida que tem o amor pela natureza como credo principal. Miguel Penha busca formas de transformar as maravilhas da Chapada e do Cerrado em objeto plástico. Para ser fiel a essas fascinantes imagens, o pintor introduz nelas, com sensibilidade e competência, a própria concepção estética, alcançada com divino respeito ao que vê.

OSCAR d'AMBROSIO Contato www.miguelpenha.com


geezaweezer

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Chuva Boa A chuva boa Faz a terra entrar em cio E a canoa voltar ao rio A chuva boa Que esconde o sol e a lua Apaga o pó e banha a rua A chuva boa Que bate e corre na vidraça É uma criança de pirraça A chuva boa Que escorre no corpo acalma Limpa o olhar e lava a alma

Oásis Na paisagem árida Pranto perpétuo Da natureza morta

visualterrorist

A chuva boa Qual suor de quem lida Faz-se sinônimo de vida

Rudinei A Massaia ranchodopoeta@hotmail.com

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Foto: Roberto Trm / Manipulação Digital: Chello

Artes

Guardar as águas de março

Q

uando chove, minha rua, em Botafogo, vira um rio chamado Dona Mariana. Não é tão bonito quanto o Rio da Minha Aldeia nem tão engraçado quanto Um Peixe Chamado Wanda, o filme dos anos 1980 que adoro e cujo título me inspirou essa brincadeira. Mas de tanto a novela se repetir, esse (des)caso do Rio Dona Mariana virou um conto que eu fiz para o Vicente: em dias de muita chuva, minha rua se transforma em um parque aquático para baratas e ratos que se divertem com as ondas que se formam a cada tentativa de os carros passarem. Na esquina com Voluntários da Pátria fica uma padaria onde, volta e meia, os moradores se abrigam para traçar uma rota que não coincida com a área de lazer dos bichos

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dos esgotos. Que eu saiba, ratos não pagam IPTU, mas não estou a fim de discutir a preferência debaixo de chuva. Prefiro preservar meus sapatos e passar por debaixo da marquise, entrar correndo na portaria e esquecê-los. Convocadas pelos moradores da Rua Dona Mariana, as crianças da história tinham uma missão: encontrar um jeito de guardar as águas da chuva para ajudar a salvar o Planeta, que está ameaçado com a escassez da água doce. A água da chuva pode ser muito útil se for bem tratada, o Vicente sabe. Ao mesmo tempo, sem alagamentos, os ratos e baratas, que tantas doenças e tanto nojo causam nos humanos, se veriam convidados a ir assustar em outra


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freguesia. O desafio para os meninos era encontrar uma solução antes de se tornarem adultos. O Vicente anda às voltas com muitas histórias que envolvem escassez e excesso de água. Sabe que no Nordeste falta água até para beber e que a casa da sua babá, em Santa Cruz da Serra, alagou por causa das chuvas fortes, tendo ela e sua família perdido tudo o que tinham. Muito impactado, Vicente acompanhou o entra-e-sai das sacolas com as doações que arrecadamos com amigos e quis doar o dinossauro que tinha acabado de ganhar de presente para o neto de sua babá. Pouco depois, ouviu dizer que ela não tinha como lavar suas roupas porque estava faltando... água! Mas, afinal, sobra ou falta água lá? E por que não se pode guardar a que está sobrando? E como entrou chuva dentro da casa da Malena? Venho olhando a chuva pela janela do ônibus que me levará até a Voluntários da Pátria. É muita água lá fora, e minha boca seca cantarola Águas de Março, mesmo estando em outro mês. Janeiro, por exemplo, tem sido campeão. Se é que se pode chamar de campeão um mês que mata. Afinal, ninguém ganha nada com essas águas de março. E há muito quem perca mais do que você que lê esta crônica e do que eu. Perde a casa, os cachorros, um irmão. No meio dos escombros (insuportável é a dor que essa palavra causa), a vida que fica obriga os desabrigados a tentarem

cavar até encontrar esperança. Na vida, pode faltar até água que passarinho não bebe, mas esperança, como o samba, só pode agonizar, morrer não. Benza Deus o poeta do samba que disse que fazer samba é, na verdade, uma forma de oração. É só com isso que podemos contar? As forças divinas não param de mandar sinais. Já as governantes parece que só pensam nos Jogos, no futebol e no carnaval. O que mais será que Deus quer dizer se não: “Pelamor, parem de pensar em poder e comecem a governar para melhorar o estado de vida da população! Tomem providências, concretizem ações preventivas, preparem a cidade para que receba as chuvas e não corram de suas responsabilidades de governantes”? As águas de janeiro de 2014 vão rolar. Antes da Copa.

Sol Mendonça, é jornalista e escritora. Desde 2007, vem

se dedicando a publicações editoriais nas áreas da cultura. Entre 2000 e 2008, atuou como pesquisadora em publicações voltadas para música brasileira. Entre elas os Cancioneiros Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque. Em 2006, produziu o evento “Semeando samba e outras batucadas”, dedicado ao público infantil. O evento era composto de oficinas oferecidas gratuitamente ao público. O repertório era um passeio por ritmos brasileiros. Em 2011, publicou seu primeiro livro, E com quantos paus se faz uma canoa?, pela Editora Griphus

Contato solmcm@gmail.com

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Artes

Tânia Turcato

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ânia Turcato nasceu no Brasil em 1973. Começou a pintar já na adolescência e rapidamente desenvolveu grande virtuosismo técnico. Após conquistar importantes prêmios no Brasil, a artista iniciou em 2012 sua inserção no mercado internacional, realizando exposições na Suíça e em Portugal. Entre as características marcantes de sua produção artística está o total domínio das ferramentas de trabalho e um exímio controle das cores. Seus temas assumem um paradigma romântico, em que razão e emoção não estão divorciadas. Contudo, foi o contato com as culturas do Extremo Oriente o que mais contribuiu para apurar sua sensibilidade estética. Desde então, questões formalistas e conceituais, apesar de laboriosamente lapidadas em suas telas, exercem

Gestação de universos

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Revista Acqua - Edição 4 - Julho 2013

menor relevância, uma vez que não representam um fim em si mesmas, mas apontam para algo que as ultrapassa: o universo emocional da artista; que considera suas obras uma expressão pessoal, de natureza mais íntima, cuja linguagem ordinária não consegue tocar. “Minha intenção é tocar as pessoas através das emoções produzidas pelas cores e a delicadeza das formas, na expectativa de que elas experimentem minha força e alegria de viver." Diz a artista. Trata-se de um processo mais intuitivo, de contemplação, e menos conceitual ou analítico. Com uma madura autonomia perante as diversas teorias da arte, Tânia Turcato concebe o universo artístico como um lugar fundamentalmente livre e procura sempre transportar essa liberdade para seu dia a dia. É a isso que ela se dedica, reinventar seu mundo, com pincel e tinta.

KlAuS HOfeR

Contato http://www.taniaturcato.com

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Podcast

PodAcqua Unesp fala sobre tratamento de água, dumping e Projeto Guarani Conheça os entrevistados entre

O

PodAcqua Unesp é um canal em que o ouvinte poderá conhecer um pouco do trabalho de pesquisadores dedicados ao tema que será, sem dúvida, um dos protagonistas deste século: a água. O produto, semanal, disponível às quartas-feiras, em http://podcast.unesp.br, na aba PodAcqua, traz trechos de entrevistas com especialistas da Unesp e de outras instituições sobre água, nas mais diferentes áreas do conhecimento, com atenção especialmente voltada à gestão responsável dos recursos hídricos. Cada edição tem cerca de 3min30s e pode ser baixada, reproduzida e veiculada livremente, mediante os devidos créditos. A jornalista responsável pelo projeto é Cínthia Leone. Formada pela Unesp de Bauru, integra a equipe da assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp. Especializada em Divulgação Científica pelo Núcleo José Reis da USP e em Relações Internacionais pelo Programa San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP), é aluna de mestrado em Ciência Ambiental pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. Os interessados em divulgar seus projetos por meio do PodAcqua podem encaminhar e-mail para unesp.imprensa@reitoria.unesp.br

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26 de junho e 18 de julho Sâmia Maria Tauk-Tornisielo, da Unesp em Rio Claro, explica as vantagens do tratamento de água pelo modelo de alagados construídos. José Gilberto de Souza, professor da Unesp em Rio Claro, classifica como dumping o comércio de água virtual no país. Marcelo Carvalhal, professor da Unesp em Ourinhos, condena busca por lucros sobre recursos hídricos. Danielle Castro, graduada em jornalismo pela Unesp em Bauru, acompanhou o Projeto Guarani em Ribeirão Preto, onde o reservatório está em risco.

Divulgação


Unesp Agência de Notícias - UnAN Voltado a jornalistas, difunde as principais atividades da Universidade http://www.unesp.br/agenciadenoticias Portal Unesp Divulga notícias de ensino, pesquisa, extensão e administração http://www.unesp.br Podcast Unesp Disponibiliza arquivos de áudio com pesquisas e opiniões de especialistas http://podcast.unesp.br Minuto Unesp Informativo diário em áudio e vídeo sobre diversas atividades http://unesp.br/agenciadenoticias/minutounesp Revista Unesp Ciência É a revista de divulgação científica da instituição http://www.unesp.br/revista Jornal Unesp Enfoca pesquisas e atividades de ensino e extensão http://www.unesp.br/jornal Unesp Informa Está voltado aos funcionários da Universidade http://www.unesp.br/unespinforma Guia de Profissões É destinado a orientar o estudante do Ensino Médio sobre os cursos oferecidos pela Unesp http://www.unesp.br/guiadeprofissoes Blog ACI Realiza cobertura on-line de importantes eventos nacionais ou internacionais http://blogaci.unesp.br Debate Acadêmico Publica artigos sobre os mais diversos temas http://www.unesp.br/debate-academico/ Infonômico Informação sobre as condições econômicas do interior paulista e da região metropolitana de São Paulo http://www.unesp.br/infonomico Você Sabia? Traz, de forma bem-humorada, dados inusitados da Unesp. http://www.unesp.br/vocesabia



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