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Quando mais investidores privados conseguirem ver o potencial do mundo à escala nano…
Quando mais investidores privados conseguirem ver
o potencial do mundo à escala nano…
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Oapelo do paradoxo é quase irresistível: falar de nanotecnologia e falar de nanociência é mergulhar num mundo, só visível aos microscópios mais poderosos, onde já se operam transformações que prometem fazer do futuro um tempo muito melhor. Falar de nanotecnologia e falar de nanociência é falar do gigantesco impacto das coisas mais pequenas, que já é uma realidade em alguns contextos, mas que é também uma promessa em praticamente todas as áreas.
A descoberta de que o tamanho importa quando falamos de propriedades da matéria revelou um mar de possibilidades. Por outras palavras, percebeu-se que as propriedades da matéria à escala nanométrica são distintas das propriedades da matéria quando a vemos a olho nu. Se o comportamento muda, então imagine-se o que poderemos fazer em intervenções à escala nanométrica, que nas últimas décadas se tornou mais acessível para cientistas e engenheiros. Na verdade, não existe área em que a nanotecnologia e a nanociência não possam intervir. A revolução está em curso e são já visíveis os seus efeitos na agricultura, no ambiente, na medicina, na área dos medicamentos, na cosmética, nos têxteis, nos materiais desportivos, nos produtos eletrónicos, no setor automóvel, na construção civil, na indústria naval e da aviação, na extração e processamento de petróleo, etc.
Apesar de o investimento para as investigações no domínio da
nanociência serem ainda na maioria públicos, é de salientar que são cada vez mais os privados interessados em apostar em projetos de nanotecnologia. No caso do laboratório internacional ibérico de Nanotecnologia (iNl), o contributo das empresas tem vindo a crescer e a direção do organismo acredita que continuará a atrair capital privado, confiando no potencial transformador da investigação que desenvolvem, desde 2008.
Para que o investimento em nanotecnologia aumente é fundamental que mais empresas percebam que têm na ciência um aliado. Há setores onde a entrada de privados está a acelerar visivelmente a evolução, como é o caso do setor aeroespacial, outrora totalmente dependente do investimento público e atualmente cada vez mais incentivado por privados. O futuro passa pela nanotecnologia, como sugeria o físico sueco lars Montelius, atual diretor do iNl, no EuroNanoForum, realizado no ano passado: “As investigações à escala nano são a chave para o futuro e para pôr novos produtos e serviços no mercado, que permitirão ir ao encontro e mitigar os desafios que temos pela frente”. O mesmo responsável identifica “o acordo entre os ministros da ciência de Portugal e Espanha, formalizado em 2006, para a criação conjunta do iNl” como um momento decisivo”, não tendo dúvidas de que os dois países têm agora motivos para se orgulharem dessa decisão.