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Teletrabalho avança em Portugal, mas ainda encontra resistência

De acordo com dados do iNE, no segundo trimestre de 2022, existiam 958.600 pessoas em teletrabalho, ou seja 19,6% da população empregada. destes, 59,9% pertencia ao grupo profissional dos especialistas das atividades intelectuais e científicas e 75,1% tinha ensino superior. “um empregado com uma profissão

neste grupo profissional tinha uma probabilidade de estar em teletrabalho superior em oito pontos percentuais (p.p.) à de um empregado com uma profissão na classe de referência. de igual modo, a probabilidade de um empregado com ensino superior estar em teletrabalho é 11,7 p.p. mais elevada do que para aqueles que completaram, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico”, adianta o destaque do iNE, de 10 de agosto de 2022.

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A “Actualidad€-Economia ibérica” quis saber como está a ser encarada esta nova realidade por parte de algumas empresas, que desafios é que este regime coloca a empregadores e empregados e, ainda, que outras tendências ao nível da flexibilidade são esperadas também para os próximos tempos. As respostas são dadas por empresas de recursos humanos ou de tecnologias de informação (ti) e sugerem que esta é uma realidade já dominante em certos segmentos profissionais, mas não ainda para a

generalidade dos serviços que poderia estar a efetuar trabalho à distância (através de meios tecnológicos).

As vantagens deste tipo de prestação de trabalho são muitas, quer para os que o realizam quer para as empresas. Segundo um entrevistado, que trabalha no setor das ti, as possibilidades conferidas pelo trabalho remoto permitem contratar skills e talentos específicos, que de outra forma não seria possível captar. com a atual organização territorial super concentrada nas duas grandes zonas metropolitanas de lisboa e do Porto, e com os graves constrangimentos daí decorrentes (sobrecarga de transportes, inflação nos preços do alojamento e dos escritórios, poluição), talvez seja a altura dos empregadores reequacionarem a forma de se articularem com os colaboradores e permitirem regimes mais adequados aos novos tempos.

Alexandra Andrade, country manager da Adecco Portugal, antecipa mesmo que esta será uma tendência que se irá acentuar, como forma de reter colaboradores nas empresas, que assim podem beneficiar do bem-estar permitido pelo equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. A concessão de “formação com impacto na progressão das carreiras, ou a oferta de dias de férias” poderão ser outros benefícios-chave para a satisfação e retenção de colaboradores, adianta.

Mas as mudanças que se avizinham no mercado de trabalho serão ainda mais drásticas do que a que foi permitida pelo aceder remotamente ao local de trabalho, como antecipam alguns entrevistados no “Grande tema” deste mês (págs. 32-39). A sustentabilidade ambiental, a inclusão de minorias e a equidade, a inteligência artifical ou a prevenção face a futuros desastres climáticos globais, são outros fatores a ponderar no âmbito do planeamento e gestão dos recursos humanos em meio empresarial, alertam os especialistas.

Muitos destes temas têm sido abordados em edições anteriores desta revista, e nesta mesma edição poderá ler outros artigos onde se falam destas tendências, a que as empresas devem estar atentas nos próximos tempos. 

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