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Orçamento do Estado 2023: quais as medidas com maior impacto para as PME?
Por Eduardo Silva*
Orçamento do Estado 2023:
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quais as medidas com maior impacto para as PME?
Foi aprovado no final de novembro, o Orçamento do Estado para 2023. importa, por isso, olhar para algumas das medidas com maior impacto para as PME, identificando quais os principais destinatários e as suas características principais.
1. Novo Incentivo à Capitalização das Empresas
Este incentivo fiscal tem como objetivo estimular a capitalização das empresas. Surge da fusão e simplificação dos regimes fiscais atualmente contemplados na dedução por lucros retidos e reinvestidos (dlRR) e na remuneração convencional do capital social (RccS). com este novo incentivo fiscal cria-se a possibilidade de dedução, à taxa anual de 4,5% e durante dez exercícios, do montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios das empresas, os quais incluem, entre outros, as entradas em dinheiro e em espécie realizadas pelos sócios, os prémios de emissão de participações sociais, bem como os lucros aplicados em resultados transitados, em reservas ou no aumento do capital social. Adicionalmente, determina-se um aumento daquela taxa de dedução para 5%, no caso de empresas que qualifiquem como micro, pequena, média ou de pequena-média capitalização (small mid cap). A referida dedução pode ser efetuada até ao maior dos seguintes valores: dois milhões de euros ou 30% do EBidtA (podendo o excedente, face a este último valor, ser deduzido nos cinco exercícios posteriores).
2.Alterações ao Regime Fiscal de
Apoio ao Investimento (RFAI) devido às alterações recentemente efetuadas ao mapa nacional de auxílios estatais com finalidade regional para o período 20222027, será efetuada uma melhoria do RFAi, através do reforço da dedução à coleta aplicável dos atuais 25% para 30% das aplicações relevantes, relativamente ao investimento realizado até ao montante de 15 milhões de euros, nas regiões Norte, centro,
Alentejo e Regiões Autónomas.
3.Novo Incentivo Fiscal à
Valorização Salarial
Promove o aumento dos salários, em linha com o acordo de competitividade e rendimentos, garantindo uma diminuição do iRc às empresas. Serão majorados em 50% todos os custos – quer remuneração fixa, quer contribuições sociais – inerentes ao aumento promovido. de modo a incentivar a estabilidade dos vínculos laborais, são abrangidos pelo regime os encargos relativos a trabalhadores com vínculos a tempo indeterminado e com remunerações acima da remuneração mínima mensal garantida do ano respetivo. de notar que não poderão beneficiar deste regime as empresas que agravem o seu leque salarial entre a maior e menor remunerações atribuídas aos trabalhadores num determinado ano.
4.Custos Energéticos e de
Produção Agrícola obtêm majoração
Esta medida poderá abranger todas as empresas, com exceção das empresas produtoras de
energia, e tem como objetivo mitigar os efeitos da subida dos preços da energia na estrutura de custos das empresas, através de uma majoração em iRc, de 20% dos gastos e perdas com eletricidade e gás natural, na parte que exceda os gastos e perdas suportados no período de tributação anterior. de igual modo, propõe-se a majoração em 40%, face ao período anterior, dos gastos e perdas incorridos com a aquisição de fertilizantes, corretivos de solo, rações, demais alimentação animal e água para rega, quando usados para atividades de produção agrícola.
5. Taxa Reduzida de IRC de 17% alargada a lucros tributáveis até 50 mil euros
Esta medida aplica-se a todas as micro, pequenas e médias empresas, bem como empresas de pequena-média capitalização (small mid caps) e tem como objetivo apoiar o crescimento da generalidade das empresas nacionais. definiu-se o alargamento do âmbito de aplicação da taxa reduzida de iRc de 17% a lucros tributáveis até 50 mil euros, ao invés do montante atual de 25 mil euros.
Adicionalmente, alarga-se o âmbito de aplicação daquela taxa a empresas de pequena-média capitalização (small mid cap). Além disso, de forma a incentivar operações de concentração de empresas, permite-se a aplicação excecional da taxa reduzida de iRc, durante dois anos, a empresas que perderam a sua natureza de PME ou small mid caps, por força de operações de restruturação realizadas entre 2023 e 2026.
6.Regime de Taxa Reduzida de IRC e Majoração dos Custos Salariais abrangem empresas do interior
Esta medida tem como destinatários as empresas localizadas no interior do país e pretende promover a coesão territorial e o desenvolvimento equilibrado do emprego nas várias regiões do país. Em termos práticos, determina a possibilidade de majoração, em 120%, dos encargos salariais com a criação líquida de postos de trabalho nos territórios do interior. Os encargos salariais em causa, para efeitos da presente majoração, englobam quer a remuneração fixa do trabalhador, quer as contribuições para a segurança social a cargo da mesma entidade. Adicionalmente, e no seguimento da medida anterior, estipula o alargamento do âmbito de aplicação da taxa reduzida de iRc de 12,5% a lucros tributáveis até 50.000 euros, ao invés do montante atual de 25.000 euros, alargando-se ainda o escopo de aplicação daquela taxa a empresas de pequena-média capitalização (small mid cap).
7.Ajustamento nas Tributações
Autónomas
Esta medida visa a diminuição da tributação de viaturas ligeiras de passageiros híbridas plug-in e de viaturas ligeiras de passageiros movidas a gás natural veicular (GNV), passando a ser tributadas às taxas de 2,5%, 7,5% e 15% em função do valor de aquisição do veículo em causa.
Passam ainda a ser tributados autonomamente, à taxa de 10%, os veículos movidos exclusivamente a energia elétrica com um valor de aquisição igual ou superior a 62.500 euros (montante este que corresponde ao valor de aquisição elegível para efeitos da dedução dos custos de aquisição de veículos elétricos em sede de iVA).
8.Simplificação do Regime de
Reporte de Prejuízos Fiscais
Esta medida visa simplificar o regime de reporte de prejuízos fiscais, com base no princípio da solidariedade entre exercícios, fazendo com que as empresas deixem de ter um prazo limite para reportarem os seus prejuízos fiscais. Procede-se, igualmente, à simplificação dos procedimentos de prejuízos fiscais no âmbito dos processos de reestruturação de sociedades, passando estes a ser diretamente declarados pelas empresas. Em contrapartida, é ajustado o montante de prejuízos fiscais dedutíveis de 70% para 65% do lucro tributável do exercício em causa. uma nota importante: de modo a salvaguardar o regime especial de dedução de prejuízos fiscais estabelecido no âmbito da pandemia da doença covid-19, mantém-se a majoração deste limite em 10 pontos percentuais para prejuízos fiscais apurados em 2020 e 2021.
9.Suspensão do Agravamento de Tributações Autónomas para Empresas com Prejuízos
Fiscais
Nos períodos de tributação de 2022 e 2023, o OE 2023 prevê o não agravamento das tributações autónomas, nas situações em que o sujeito passivo tenha prejuízo fiscal, caso tenha obtido lucro tributável em um dos três períodos de tributação anteriores e se verifique o cumprimento das respetivas obrigações declarativas nos dois períodos precedentes. de igual modo, prevê-se o não agravamento das tributações autónomas para os três primeiros anos de atividade das entidades.
* Diretor técnico da Yunit Consulting Email eduardo.silva@yunit.pt
Banco sabadell organiza novo programa de emissões de papel comercial verde da corticeira Amorim
A Corticeira Amorim assinou com o Banco Sabadell–Sucursal em Portugal um programa de emissões de papel comercial, no montante de 35 milhões de euros, com maturidade em 2029. As emissões a decorrer no âmbito deste programa qualificar-se-ão como instrumentos de financiamento verde, de acordo com o “Green Finance Framework – November 2022” da Corticeira Amorim. O encaixe desta operação, cuja organização, montagem e garantia de subscrição foi assegurada pelo Banco Sabadell, que assumirá ainda o serviço de agente pagador, será aplicado no refinanciamento da aquisição da sociedade Herdade de Rio Frio (empresa detentora de parte significativa da Herdade de Rio Frio) e no financiamento do investimento em novas plantações de sobreiros. Este programa permitirá alongar a estrutura de maturidades do financiamento da Corticeira Amorim, reforçando os seus capitais permanentes e a componente de financiamento sustentável, adianta a empresa. Em dezembro de 2020, a Corticeira Amorim realizou a sua primeira emissão de obrigações verdes, no valor de 40 milhões de euros, com uma maturidade de cinco anos. Em 2021, concretizou um programa de emissões de papel comercial sustainability linked, de 20 milhões de euros, e de papel comercial verde, de 11,6 milhões, com prazos de três e cinco anos, respetivamente. “A Corticeira Amorim considera que os instrumentos de financiamento verde são ferramentas eficazes para sustentar projetos com impactos positivos na mitigação e adaptação às alterações climáticas”. Este programa contribuirá, ainda “para o financiamento do programa de sustentabilidade da Corticeira Amorim (“Sustentável por natureza”) e está ligado às iniciativas de sustentabilidade que se enquadram no pilar “Montado”, que visa preservar o montado e os serviços dos ecossistemas através do aumento do conhecimento, mobilização de recursos e proposta de medidas, contribuindo para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, 12 e 15”, revela ainda a empresa liderada por António Rios Amorim. Ao abrigo do “Green Finance Framework - November 2022”, serão concretizados investimentos que visam a aquisição de terrenos, a realização de novas plantações com maior densidade florestal, a investigação & desenvolvimento, manutenção, reabilitação, recuperação e gestão, em parte com recurso a novos modelos florestais. Estes investimentos, inseridos no Projeto de Intervenção Florestal da Corticeira Amorim (em curso) e outros, preveem o aumento da área ocupada por sobreiros (Quercus Suber) e a melhoria das áreas já existentes.
Mercadona chega ao distrito de lisboa e inaugura supermercado em oeiras
A Mercadona abriu, há duas semanas, o seu primeiro supermercado no distrito de Lisboa, que é a 39ª unidade da cadeia espanhola em Portugal. Esta nova loja, aberta no concelho de Oeiras (na foto), gerou a criação de uma centena de novos postos de trabalho, com contratos sem termo desde o primeiro dia, contribuindo para a criação de emprego local, sublinha a retalhista. À semelhança dos outros supermercados, também este dispõe de uma área de vendas de 1.900 metros quadrados e obedece ao “Modelo de Loja Eficiente” que a empresa está a implementar em toda a cadeia, com corredores amplos, poupanças energéticas de até 40% comparativamente a uma loja convencional, entre outras características. Esta loja conta com 155 lugares de estacionamento e dois lugares destinados ao carregamento de veículos elétricos indo ao encontro do compromisso da empresa para com a mobilidade elétrica. A Mercadona aposta nas energias renováveis, designadamente através da instalação de painéis solares nos supermercados. É o caso desta loja, em Oeiras, onde existem 532 painéis solares com capacidade para produzir 200 kW. Ao gerar energia renovável de origem fotovoltaica nas coberturas das lojas, para autoconsumo, a empresa poupa aproximadamente 20% de energia elétrica anualmente. A empresa adianta que “continua a contratar em Portugal” para diversas funções profissionais.
lucros do novobanco subiram 178% nos primeiros nove meses do ano
O Novobanco obteve, nos primeiros nove meses do ano, um resultado líquido de 428,3 milhões de euros, ou seja, mais 274,3 milhões do que no mesmo período do ano passado. No terceiro trimestre do ano, o resultado foi superior a 161 milhões de euros, uma variação de 30,3% face ao trimestre anterior. O banco justifica o resultado com o “crescimento sustentado do negócio”, refletindo a “capacidade de geração de receita e capital, apesar do atual contexto macroeconómico, pressões inflacionistas e subida das taxas de juro”. Por exemplo, o principal rácio de capital cresceu 160 pontos base, para 12,7%, em termos homólogos. “O crescimento da atividade nos primeiros nove meses de 2022, reflexo da estratégia de crescimento sustentado do negócio bancário em Portugal, com geração crescente de receita e capital, conduziu à criação de valor para todos os stakeholders”, segundo refere o presidente executivo do Novobanco, Mark Bourke (na foto), citado no comunicado. O produto bancário cresceu 26,5%, para 851,1 milhões de euros, fruto do “contributo positivo dos outros resultados de exploração de 161,3 milhões de euros, impulsionado pelo processo de desalavancagem do portefólio imobiliário, incluindo a mais valia de 71,5 milhões de euros resultante da venda do edifício da atual sede no terceiro trimestre”.
santander lança conta negócios 100% digital
O Santander lançou no mercado uma solução inovadora, que permite aos pequenos negócios terem uma conta 100% online, facilitando, assim, a gestão do dia a dia. Este lançamento vem dar resposta a uma crescente procura pelos canais digitais e por uma maior personalização do serviço prestado pela banca, afiança a instituição. A Conta dirige-se a pequenos negócios e ENI, que ainda não sejam clientes do banco, e que queiram fazer essa gestão diária dos seus negócios utilizando apenas o online. É personalizável, em função dos produtos e serviços pretendidos, tendo uma opção mais simples – a Ready – e outra mais completa – a Start. Nos últimos anos, a relação com o cliente mudou, o que levou o Santander a acelerar a sua transformação digital, através de processos e produtos mais simples e com maior valor acrescentado para o cliente, melhorando assim a sua experiência de utilização. Paralelamente, e reconhecendo os enormes desafios que os empresários atravessam, o banco disponibiliza mecanismos para ajudá-los a desenvolver os seus negócios, começando com as questões mais rotineiras de gestão diária das suas finanças, e que permite libertá-los para o core dos seus negócios e para o que realmente necessitam para se tornarem mais competitivos. A abertura é feita no site do banco, através da autenticação com chave móvel digital.
Breves
Bosch reforça fábrica de Braga para desenvolver software para airbags e travões
A Bosch “continua a apostar fortemente na expansão das suas atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) em Braga, agora com a criação de uma nova equipa de desenvolvimento de software para sistemas de segurança automóvel. Esta nova equipa vai ser criada no início de 2023, com cerca de 20 engenheiros de software, mas o objetivo passa por recrutar mais 60 perfis especializados até ao final do próximo ano”, anunciou a multinacional, que irá arrancar com o recrutamento na próxima semana. “Este novo projeto é mais um reconhecimento das nossas competências, vai permitir diversificar ainda mais as nossas áreas de desenvolvimento e continuar a criar a partir de Portugal para o mundo”, afirma Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e administrador técnico da Bosch em Braga. Esta nova equipa será responsável por desenvolver sistemas de software embebido (embedded software) para airbags e travões da última geração para a mobilidade do futuro, tecnologias que vão representar um marco na inovação e no futuro dos sistemas de segurança de veículos de passageiros, bem como nos futuros veículos autónomos. “A partir de Braga, vamos contribuir para o objetivo de continuar a salvar vidas, tornando a condução mais segura e confortável. A segurança a bordo dos veículos automóveis e da sua envolvente continua a ser grande prioridade para a Bosch, e embora os padrões de segurança e as estatísticas de acidentes variem muito de região para região, acreditamos na visão da mobilidade sem acidentes e estamos a investir para tornar essa visão uma realidade”, reforça Carlos Ribas.
Roca marcou presença no maior congresso nacional de hotelaria e turismo
A Roca marcou presença na 33ª edição do “Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo”, que se realizou em Fátima entre 16 e 18 de novembro, para dar a conhecer aos principais players deste setor um overview das suas coleções de produtos para espaços de banho, os projetos que tem em curso e a ambição da marca para este segmento. No seu stand, a Roca apresentou as suas soluções para espaços de banho, aqui particularmente direcionadas para o canal hoteleiro. As coleções em destaque evidenciaram “pequenos pormenores que marcam uma grande diferença, numa indústria que se pauta pelos mais elevados padrões de higiene, segurança e também de sustentabilidade. Pormenores como materiais que facilitam a limpeza e
Breves
higienização dos espaços, formatos e detalhes do funcionamento dos produtos que permitem uma maior poupança de água, distinguem os produtos da Roca dos restantes concorrentes e atendem às necessidades mais especificas do setor hoteleiro”, concluiu a marca de sanitários.
Mercado de veículos elétricos sobe 21,5% até novembro
Em novembro de 2022, foram matriculados pelos representantes legais de marca a operar em Portugal 17.283 veículos automóveis, ou seja, mais 24% do que no mesmo mês de 2022 e menos 11,5% quando comparado com novembro de 2019. Entre janeiro e novembro de 2022, foram colocados em circulação 166.935 novos veículos, o que representou um incremento de 1,8% relativamente ao mesmo período do ano anterior. Por categorias e tipos de veículos observou-se que os automóveis ligeiros de passageiros registaram mais 35% de unidades matriculadas e que totalizaram 141.552 unidades (mais 5,6% em termos homólogos), nos primeiros 11 meses de 2022. No caso dos veículos ligeiros de passageiros movidos a energias alternativas, destaque-se que, de janeiro a novembro, 40,1% dos veículos ligeiros de passageiros matriculados novos eram movidos a outros tipos de energia, nomeadamente elétricos e híbridos. Em particular, verifica-se que 11,1% dos veículos ligeiros de passageiros novos eram elétricos. Tal significa que este mercado cresceu 21,5%, entre janeiro e novembro, adianta a ACAP-Associação Automóvel de Portugal.
GlobalWe reorganiza estrutura e cria We Contabilidade
A GlobalWe, grupo que atua na área da consultoria, assessoria financeira, gestão e contabilidade, mediação de seguros e incentivos, reorganizou a sua estrutura e criou uma marca autónoma para a área da contabilidade, a We Contabilidade. Para os clientes, a alteração da designação comercial não afetará o funcionamento da empresa, sendo que o apoio prestado é reforçado pela maior especialização nos serviços de contabilidade e fiscalidade. A GlobalWe passa agora a ser a designação do grupo, constituído pelas três marcas– We Contabilidade, We Seguros e We Incentivos. Paulo Garrett, managing partner do grupo GlobalWe afirma ser muito importante “fidelizar os atuais clientes que têm ajudado a consolidar a sua carteira e o desenvolvimento de novas áreas de negócio e ramificações que implicaram esta organização da casa. Apostamos no crescimento gradual e queremos deixar de estar posicionados apenas a contabilidade, uma das áreas core, para sermos percecionados como consultora”.
insolvências em portugal devem subir 20% este ano
Este ano, o crescimento do número de insolvências entre as empresas portuguesas deverá ser de cerca de 2%. Contudo, o cenário deverá alterar-se de forma muito significativa em 2023: a Allianz Trade, acionista da Cosec – Companhia de Seguro de Créditos, estima uma subida de 20% das insolvências, devido ao agravamento das pressões inflacionistas sentidas na economia mundial, à crise energética e às perturbações nas cadeias de abastecimento. Esta projeção representa uma revisão em alta face à anterior estimativa, que apontava para um crescimento das insolvências em Portugal na casa dos 16% em 2023. As previsões da Allianz Trade, refletidas no estudo “Energy crisis, interest rates shock and untampered recession could trigger a wave of bankruptcies”, indicam que, após dois anos de uma diminuição das insolvências, é agora expectável uma aceleração à escala mundial. Para a Zona Euro, as estimativas apontam para que as insolvências avancem 20% em 2022 e 18% em 2023. Ao nível da União Europeia, as contas da líder mundial em seguro de créditos apontam para que as insolvências aumentem 18% neste ano e 17% no próximo ano. O velho continente deverá assim ultrapassar os níveis de insolvências pré-pandémicos já neste ano de 2022. O bloco europeu é, de acordo com os analistas, dos mais impactados pelo aumento das insolvências nos próximos dois anos, sendo que as principais economias vão estar a braços com um crescimento significativo do número de companhias insolventes. As estimativas da Allianz Trade sugerem que a economia francesa vai enfrentar uma subida de 46% das insolvências neste ano e de 29% no próximo ano. Já a Alemanha, motor da economia do euro, deverá assistir a uma subida de 5% das insolvências em 2022 e uma expansão de 17% em 2023. Fora da União Europeia, o Reino Unido deverá registar uma aceleração de 51% no número de empresas insolventes em 2022 e uma subida de 10% em 2023.
promove 2023 abre candidaturas para projetos nas regiões do interior
Estão abertas as candidaturas à edição de 2023 do Programa Promove, uma iniciativa da Fundação La Caixa, em parceria com o BPI e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). O concurso atribui apoios a fundo perdido a projetos piloto, projetos de I&D mobilizadores e ideias inovadoras, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável de regiões do interior de Portugal. O prazo de candidatura decorre até 24 de janeiro de 2023. Os projetos piloto e as ideias deverão centrar-se nos domínios de gestão de recursos naturais, criação de novos polos de desenvolvimento e atração de turistas e novos residentes. Os projetos I&D mobilizadores deverão estar enquadrados em domínios estratégicos identificados pelo Governo português para o desenvolvimento do interior, nomeadamente: águas termais, parques e reservas naturais, estudos sobre riscos biológicos e promoção de novas culturas e produtos naturais. Nesta edição de 2023, mantém-se a participação da FCT, numa parceria iniciada em 2020, visando a promoção de projetos de I&D que contribuam para o desenvolvimento das regiões do interior, tendo por base o conhecimento e a inovação numa perspetiva de valorização dos recursos e competências locais e de reforço dos recursos humanos qualificados. Em quatro edições, o Programa Promove já apoiou 46 projetos e 22 ideias inovadoras, num valor total de perto de 7,6 milhões de euros.
“i Barómetro do consumidor sénior”: maioria ajuda os filhos e ainda poupa mensalmente
A geração “silver” é independente, ajuda os seus familiares mais próximos e ainda consegue pôr de lado algumas poupanças todos os meses. Estas são algumas das conclusões do “I Barómetro do Consumidor Sénior em Portugal”, apresentado pela Fundação MAPFRE, em Lisboa, a 26 de outubro último. Este estudo analisou os comportamentos dos consumidores seniores (mais de 55 anos) em Portugal, através do Centro de Investigação Ageingnomics, criado em 2020, em Espanha, pela Fundação MAPFRE. A maioria dos inquiridos considera que Portugal é um ótimo país para viver a reforma e, apesar de recear que a sua qualidade de vida seja posta em causa com o aumento dos preços (sobretudo na habitação, energia e alimentação), esta população quer continuar a viajar. Por outro lado, “não se sentem valorizados pelo mercado de trabalho e acreditam que a sua situação económica futura será a mesma ou melhor do que a atual”. Quase 65% “acredita que o atual sistema de pensões está em risco”, adianta a Fundação MAPFRE, num comunicado sobre o mesmo estudo. O estudo conclui ainda que este universo dos mais de 55 anos abrange cerca de 3,8 milhões de pessoas, ou seja, perto de 40% da população portuguesa, “o que coloca enormes desafios a empresas, instituições e marcas”, alerta a mesma fonte.
sunenergy ultrapassa as 20 delegações em 2022
A SunEnergy, especialista em soluções de produção de energia elétrica a partir do sol, previa abrir quatro novas delegações no mês passado, em Castelo Branco, Montalegre, Viana do Castelo e Viseu, ultrapassando o objetivo de chegar às 20 delegações em 2022. Para o início de 2023, estão já previstas mais três aberturas. Esta expansão ocorre no âmbito da campanha “Vem Ligar Portugal ao Sol”, lançada em março, com o objetivo de expandir a presença da marca no território português, garantindo uma maior proximidade na relação com pessoas e empresas suas clientes. Com estas aberturas, em Castelo Branco, Montalegre, Viana do Castelo e Viseu, a SunEnergy chega a regiões nas quais ainda não estava presente, conseguindo desta forma ter uma cobertura cada vez maior do território nacional. No início de 2023, a SunEnergy contará com um total de 24 delegações, distribuídas em várias regiões do país, sendo que a sua expansão a nível nacional irá continuar. “Cada vez mais, os portugueses optam por soluções mais sustentáveis, pelo que o mercado das energias renováveis continua em crescimento, em particular o da energia solar. A expansão da nossa rede pretende reforçar a nossa proximidade para com pessoas e empresas, de forma a responder ao aumento de procura que temos sentido nos últimos anos”, afirma Raul Santos, CEO da SunEnergy. “Com a abertura das novas delegações, acreditamos que reforçaremos também o nosso posicionamento enquanto marca de referência da energia solar em Portugal”.
Gestores
em Foco
Nuno Jacinto (na foto) é o novo diretor de Logística da Santos e Vale. Com uma vasta experiência em operações logísticas de armazém, transportes e distribuição, o gestor licenciado em Distribuição e Logística, tem participado e liderado vários projetos de melhoria contínua e de construção e implementação de ERP/WMS. Os últimos anos foram dedicados à logística do ramo automóvel como gestor de Operações no Grupo Nors, com a gestão estratégica e operacional de todas as operações logísticas da área de negócio de Aftermarket no grupo, acumulando com a responsabilidade de implementação SAP nas respetivas áreas. Mais recentemente, exerceu funções de Warehouse & Distribution manager na área de FMCG, na Central de Cervejas, pertencente ao grupo Heineken.
Francisco Miranda Duarte é o novo partner da Expense Reduction Analysts em Portugal, consultora especializada em otimização de custos e gestão de compras. Com mais de 20 anos de percurso em cargos de administração e gestão financeira, o responsável tem uma experiência vasta nos setores de saúde e banca, tendo exercido, nomeadamente, funções de destaque no grupo José de Mello Saúde. Na Expense Reduction Analysts, irá mobilizar as suas competências para aumentar a competitividade da rede de clientes da consultora em Portugal e, lado a lado com os restantes partners, proporcionará aos CEO e CFO a oportunidade de optimizarem recursos e potencializarem a rentabilidade e eficiência das empresas portuguesas.
A Epson Ibérica anunciou a nomeação de Karl Angove para liderar o compromisso do grupo para a inovação sustentável na Península Ibérica. O novo managing director da Epson Ibérica e vice-presidente de Consumer & Channel da Epson Europa chega num “momento-chave de compromisso total em soluções tecnológicas mais sustentáveis, que ajudam os clientes da empresa a alcançar os seus próprios objetivos de sustentabilidade”. Karl Angove vai, assim, acrescentar a responsabilidade empresarial ibérica ao seu atual cargo de vice-presidente de Consumer & Channel na Epson Europa, liderando a transição para uma impressão doméstica mais sustentável com o Epson EcoTank e o ReadyPrint como principais motores da mudança.
Breves
Acciona Energía firma un megaproyecto de baterías en Texas por 233 millones de euros
Acciona Energía ha comprado un proyecto de almacenamiento de energía en baterías con una potencia de 190 MW, el mayor de Texas por 233 millones de euros, de los que ya ha desembolsado 20 millones y el resto los pagará en enero de 2023. La compañía española ha suscrito este acuerdo de compra con Qcells, filial del grupo industrial surcoreano Hanwha Corporation, y las operaciones comenzarán en el primer trimestre del próximo año. El acuerdo incluye, además, una cartera de seis proyectos en avanzado estado de desarrollo en Texas que superan un GW de potencia, con una capacidad conjunta de más de dos GWh por cada ciclo. Esta transacción permite a Acciona Energía dar un paso más en su estrategia de energías renovables al contar también con instalaciones que permiten capturar el exceso de la energía generada a partir de fuentes limpias e intermitentes y liberarla durante los picos de mayor demanda o de alteraciones del sistema, permitiendo la inyección de la electricidad a red bajo demanda.
España reactiva la hidroeléctrica con planes de inversión de 15.000 millones de euros
El Ministerio para la Transición Ecológica y el Reto Demográfico ha recibido ya propuestas para construir hasta 27 mil MW en nuevas plantas hidroeléctricas y centrales de bombeo que podrían representar una inversión de más de 15.000 millones de euros si todas ellas se llevasen a cabo. Iberdrola, Repsol, Capital Energy y Atalaya Generación, entre otras, son algunas de las empresas que han dado ya los primeros pasos para llevar a cabo estas inversiones en nuevos aprovechamientos hidroeléctricos. Todos estos proyectos se encuentran además pendientes del desarrollo de un nuevo marco normativo para el almacenamiento de energía. La negociación de este nuevo marco se afrontará además con una visión ibérica. España y Portugal han decidido crear un grupo de trabajo sobre agua y energía, que contribuya a afrontar conjuntamente el papel del agua como generador de energía y a explorar las oportunidades del almacenamiento.
FCC gana a ACS la ampliación del Metro de Toronto por 1.800 millones de euros
FCC ha resultado adjudicatario del contrato de estaciones y servicios para el proyecto de extensión del Metro de Scarborough, un municipio ubicado en la zona oriental de la ciudad de Toronto, en Canadá. El grupo español, a través de su división de Construcción, forma parte, junto con la firma norteamericana Aecon Infrastructure Management (al 50%), del consorcio Scarborough Transit Connect (STC) que ha sido seleccionado
repsol acelera en renovables con la compra de Asterion energies y suma 7.700 MW
Repsol ha firmado la adquisición de Asterion Energies al fondo de infraestructuras europeo Asterion Industrial, por 560 millones de euros, más un máximo de 20 millones en concepto de pagos contingentes. La operación es un importante hito en la ambición de la compañía del Ibex de convertirse en un actor global en energía renovable y refuerza la posición de la compañía en mercados clave en Europa, según ha señalado a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV). Asterion Energies, plataforma de desarrollo creada por Asterion en 2019, gestiona una cartera de proyectos principalmente en desarrollo de 7.700 megavatios (MW) renovables en España (84%), Italia (12%) y Francia (4%), mercados estables y con gran potencial. Así, incluye 4.900 MW de solar fotovoltaica y 2.800 MW de generación eólica, de los que 2.500 MW están en un avanzado estado de desarrollo o en construcción.
caja rural del sur obtiene la licencia para operar en portugal y continuar su expansión
Caja Rural del Sur ha obtenido su licencia de operación en Portugal, abriendo su sucursal con Servicios Centrales en Lisboa y oficinas empresariales en Lisboa y Faro. Pretende así ampliar su área de influencia a todo el territorio portugués, “apostando por la cooperación entre regiones como forma de combatir la periferia en relación con Europa y los grandes centros de decisión”, según ha explicado la entidad. Caja Rural del Sur, que inició sus actividades en Portugal hace dos años con una oficina de representación, también ha firmado con la entidad portuguesa Agrimútuo–Federación Nacional de las Cajas de Crédito Agrícola Mutuo el Convenio de las Cooperativas Agrícolas Ibéricas, en el que están integradas las cooperativas financieras y no financieras portuguesas. Este acuerdo de cooperación institucional tiene como objetivo “promover la expansión y el fortalecimiento del sistema cooperativo, mediante el desarrollo de proyectos comunes de carácter económico y sociocultural, la producción y comercialización de bienes y la prestación de servicios de interés común a sus socios y clientes”.
las relaciones ibéricas más fuertes y estratégicas en un año difícil
La comunidad portuguesa se reunió el pasado 14 de diciembre en Madrid para celebrar la tradicional cena de Navidad organizada por el Forum dos Portugueses. Una cita en la que estuvo presente el Embajador de Portugal en España, João Mira-Gomes (en la foto a la derecha), quien aprovechó su discurso para recordar que en un año difícil como ha sido 2022, “las relaciones entre España y Portugal han sido más fuertes y estratégicas con un año récord en exportaciones, turistas y con más eventos culturales en España”. Un balance de año muy satisfactorio para el diplomático luso quien asumió su cargo en la capital española poco antes del inicio de la pandemia. El presidente del Forum dos Portugueses, Manuel Pereira Ramos (en la foto a la izquierda), por su parte, mostró su alegría por juntar en el evento a cerca de 200 portugueses que ocupan muy diversos cargos en distintos sectores de la economía española, algunos de ellos de gran responsabilidad.
goldman sachs controla el 6,12% de iberdrola y se convierte en su segundo accionista
Goldman Sachs ha comunicado a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV) que posee un 6,12% del capital de Iberdrola, un porcentaje valorado en más de 4.000 millones de euros, a precios de mercado. Con ello, Goldman Sachs (que no tenía posiciones previas en la energética española) se convierte en el segundo mayor accionista de la empresa, solo por detrás del fondo soberano Qatar Investment Authority (QIA), que controla un 8,7% de Iberdrola. De esta forma, el gigante financiero americano desplaza a BlackRock de la segunda posición, que mantiene un 5,4% de la española, mientras que Norges Bank también retrocede un puesto, con su 3,12%. Iberdrola es la primera energética española por capitalización bursátil y la primera eléctrica europea, con una capitalización que ahora roza los 70.000 millones de euros. La presencia de Goldman Sachs en la compañía se sustancia a través de derivados financieros, liquidables en los próximos años.
Breves
por las autoridades canadienses para desarrollar el proyecto, cuyo valor se estima en cerca de 1.800 millones de euros al cambio actual El proyecto consiste en la construcción de 7,8 kilómetros de vías, incluyendo acondicionamiento de túneles, tres nuevas estaciones, salidas de emergencia, subestaciones de propulsión y conexiones con otras líneas de la red de metro, así como de cercanías y autobuses
Extremadura participará en tres proyectos estratégicos destinados a promover la transformación digital del tejido productivo
La Comunidad Autónoma extremeña participará en tres grandes proyectos estratégicos regionales destinados a promover la transformación y especialización digital del tejido productivo. En concreto, participará en el desarrollo de tres proyectos de Redes Territoriales de Especialización Tecnológica (RETECH) en las áreas de “Gemelos Digitales”, “Smart Agro” y “Ciberseguridad”. Con el primero de ellos, se proponen la “aceleración de ecosistemas de emprendimiento e innovación basados en gemelos digitales” a través de los que desarrollar soluciones basadas en inteligencia artificial, que permitan el desarrollo económico y empresarial, en especial de las startups y pymes. El segundo pretende acelerar el proceso de transformación digital en el ámbito de la industria agroalimentaria a través de un plan de actuación con el que facilitar el uso de tecnologías punteras adaptadas a las necesidades más demandadas por el sector. Por último, el Proyecto CIBERREG- Impulso a la Ciberseguridad desde los Territorios está liderado por el Gobierno de Navarra al que acompañan los gobiernos regionales de Asturias, Canarias, Cantabria, Castilla-La Mancha, Extremadura, Islas Baleares, Murcia y Madrid.
Mr. Wonderful cierra el año con la apertura de nueve tiendas nuevas
La firma española de artículos de regalo y decorativos Mr. Wonderful ha cerrado un año marcado por su apuesta el canal retail en el que ha realizado once aperturas de tiendas físicas entre España e Italia. La compañía ha estado inmersa durante el último cuatrimestre del año en la apertura de seis nuevos espacios que contarán con localizaciones excepcionales, tres de ellos en outlets. Cuatro se encuentran en Madrid, donde la compañía sumará un total de nueve tiendas. Una de ellas, inaugurada en noviembre, está situada en la Terminal 4 del Aeropuerto Adolfo Suárez Madrid Barajas, un emplazamiento totalmente estratégico para la marca que busca impactar en un público internacional, que cuenta con 90 metros cuadrados.
Nuno David Silva Diretor da Yilport Ibéria
Em menos de 20 anos, a Yilport tornou-se o 11º maior operador portuário do mundo e quer integrar o top ten. Para esta ascensão também contribuíram os portos portugueses de Leixões (TCL), Aveiro (Socarpor), Figueira da Foz (Liscont), Lisboa (Sotagus e Liscont), Setúbal (Sadoport e Tersado), e os espanhóis de Ferrol (Galiza) e Huelva (Andaluzia), que o grupo adquiriu em 2016 à Mota-Engil e ao Novo Banco, donos da então concessionária Tertir. Nuno David Silva assumiu a direção regional da Yilport Ibéria em outubro e conta-nos quais os planos do grupo turco para tornar estes portos mais eficientes, sustentáveis e competitivos. A empresa tem em curso um investimento de 200 milhões de euros e quer investir mais 500 milhões nos próximos anos.
Oque fez a Yilport investir em portos portugueses e espanhóis? A Yilport tem a ambição de se tornar o décimo maior operador mundial em 2025. Somos atualmente o décimo primeiro. Esse objetivo estaria já na cabeça de Robert Yildirim [fundador, cEO e chairman da Yilport Holding e do Yildirim Group] quando criou a Yilport em 2004 e entrou no negócio portuário, porque é um empreendedor apaixonado por esta área e alguém que concretiza. Em 2016, quando a Yilport avaliou a oportunidade de aquisição de portos em Portugal, integrar o top tem já era um objetivo assumido. Para chegar a esse lugar é preciso fazer aquisições. temos uma equipa no HQ dedicada a avaliar oportunidades de negócio, com gente a viajar pelo mundo para avaliar possíveis novas aquisições. Há oportunidades de aquisição em todo o mundo, mas eu diria que o grupo Yilport está mais vocacionado para infraestruturas já existentes, com potencial de desenvolvimento, que acusem a necessidade de uma restruturação e de investimentos na infraestrutura portuária. Ou seja, interessam-nos portos que precisem de investimentos em terraplenos, em equipamentos, em tecnologia e em práticas operacionais para dotar as infraestruturas de capacidade para se tornarem mais competitivas no mercado. A Yilport comprou a posição maioritária da Mota-Engil na tertir, porque estes portos estão bem localizados, na fachada atlântica, tinham um hinterland e volumes de carga interessantes– maioritariamente, volumes associados a contentores e a alguma carga geral, movimentada pelos mercados português e espanhol. No entanto, estes portos necessitavam de fortíssimos investimentos nas infraestruturas, porque funcionavam com equipamentos antigos, com 30, 40 anos. As infraestruturas estavam num estado letárgico e foi isso que atraiu a Yilport a fazer a aquisição, porque viu uma boa oportunidade para, através de investimento, desenvolver as infraestruturas e conseguir prestar um melhor serviço.
O que permite à Yilport prestar um melhor serviço? O que nos distingue dos restantes maiores operadores é que nós não somos armadores. isto é importante para a competitividade da economia porque somos um operador portuário independente. Os três primeiros operadores portuários do mundo, a MAERSK (dinamarquesa), a MSc (italiana) e a cMA cGM (francesa), são também dos maiores armadores, como são também as chinesas Evergreen e cosco. Estas empresas começaram por ser armadores e decidiram verticalizar o negócio, adquirindo, de há uns anos para cá, terminais de contentores nos quais os seus próprios navios começaram a operar, de modo a garantir janelas de atracação e tarifas preferenciais nos portos onde operam. Sines é um terminal explorado pela PSA (Singapura), que é independente, mas o outro acionista é a til (grupo MSc) que também é armador. isso faz com que o porto de Sines seja o porto de um só cliente, porque 99% dos navios que lá operam são da MSc. Há outros navios que lá entram devido às alianças globais entre armadores (partilham slots nos navios para serem mais eficientes). Se uma empresa quiser mandar um contentor para Sines só pode mandar para carregar nos navios da MSc ou de um aliado. Os nossos portos, em Portugal, escalam todos os armadores direta ou indiretamente. temos navios da MAERSK, da MSc e da cMA cGM, ONE, HAPAG, e muitos outros. Ainda não temos da cosco, por exemplo, mas a cosco carrega noutros navios onde tem slots [espaços]. Mas temos todos os armadores a trabalhar connosco num terminal, o que é bom para a economia porque quanto mais concorrência houver, melhor servido fica o tecido económico ou seja os preços são mais competitivos para as empresas que exportam ou importam através dos nossos portos. Além disto, investimos constantemente em equipamento “state of the art”, em tecnologia, na reformulação de processos e na formação das nossas equipas para sermos mais eficientes e prestarmos melhor serviço à carga.
Quanto investiram até ao momento? comprometemo-nos com um investimento de 200 milhões de euros, mas não está ainda todo realizado. devemos ter uns 130 milhões realizados e os restantes 70 serão investidos num curtíssimo prazo. investimos já 50 milhões de euros em leixões, numa obra que está quase concluída– a reconversão do
terminal Sul, que aumentou a capacidade do tcl de 650 mil para 850 mil tEu [unidade equivalente a 20 pés ou a contentor de 6,1 metros] por ano. Apresentámos em novembro o investimento que está a decorrer na liscont (terminal de Alcântara, em lisboa), o nosso terminal deep sea em Portugal. Já temos quatro novos pórticos superpost panamax a operar no cais, que podem ser vistos de toda a lisboa. São elétricos e têm capacidade para 22 fiadas de contentores. O investimento inclui também eco-reach stakers, a repavimentação do pátio de contentores e a construção dos edifícios de operações e inspeções de Alfândega. dentro de dois anos deverá estar terminada esta primeira fase de investimento em Alcântara. Queremos investir mais e estamos em negociação com as diferentes autoridades portuárias para investir no terminal de contentores de leixões. Numa primeira fase, será um investimento na ordem dos 50 milhões de euros. No entanto, temos um projeto para leixões que pode atingir os 500 milhões de euros. temos que ter retorno do investimento e num modelo de concessões temos sempre que negociar com as autoridades portuárias e com o Estado. É preciso dotarmos alguns dos nossos portos de capacidade para receberem navios maiores porque é essa a evolução natural da indústria. São investimentos vitais para que estes portos possam competir com portos da fachada Atlântida como Bilbau (País Basco) e Gijón (Astúrias) e Sines e com os da fachada Mediterrânica como Barcelona, Valencia, Algeciras.
Que garantias têm de que esses investimentos vão avançar? Em Huelva, a autoridade portuária, recorrendo aos fundos europeus de recuperação e resiliência vai destinar 23,4 milhões de euros para melhorar as acessibilidades marítimas e ferroviárias, de modo a permitir aos operadores portuários serem mais eficientes e competitivos. Em Portugal, infelizmente para a economia nacional e apesar de ser público que a execução dos fundos europeus é baixa, apesar de ser muito urgente esse investimento nos portos, os portos têm até esta data previsto o montante de zero euros de investimento no PRR. Se queremos exportar mais, temos que investir nas infraestruturas que tornam o processo de exportação mais competitivo e menos caro para as empresas.
Nesta altura, tudo aponta para que o PRR seja uma oportunidade perdida para o setor portuário. Espero que o Governo olhe para os portos como infraestruturas críticas e que ainda possamos ir buscar fundos para viabilizar esses investimentos. O investimento nas infraestruturas portuárias implica investimento dos operadores, dos concessionários, como nós, mas também de todos os outros investimentos que garantem a acessibilidade de navios de grande calado aos portos, na entrada da barra do tejo e de acesso aos terminais do tejo, os fundos de acesso a leixões, como é o quebra-mar. O porto de leixões para conseguir fazer face aos custos acrescidos da obra de prolongamento do quebra-mar (que atrasou com a pandemia) teve que aumentar os custos de exploração. isso torna o porto menos atrativo e menos competitivo. Resultado: menos exportações nacionais porque exportar é mais caro. As autoridades portuárias sabem que os investimentos são necessários para que os portos continuem a ser relevantes para a economia. No norte, temos um grande número de pequenas e médias empresas com um peso muito importante no PiB nacional, às quais temos que dar soluções logísticas eficientes para permitir que essas empresas sejam competitivas e exportem, que é o desígnio nacional. termos o porto ciente dessa necessidade é meio caminho andado para que esse investimento se possa realizar. O prolongamento do quebra-mar, que é uma obra da autoridade portuária e está a ser realizada, deverá estar concluído daqui a dois anos. Permitirá a entrada de navios maiores em segurança, mas não é suficiente porque em leixões só conseguimos ter navios até cinco mil tEu, Vigo já consegue até 14 mil, por exemplo. temos que ter depois investimento num terminal (o terminal Norte) capaz de os operar, com equipamentos adequados e essa será a nossa parte do investimento. É o que queremos fazer e esperamos que em 2023 possamos ter boas notícias e que arranque o processo de investimento. O porto de leixões deveria ter um novo terminal, capaz de operar navios até 14 mil tEu, no máximo até ao início de 2028. A liscont é o único porto nacional com fundos naturais capazes de receber navios de grande porte, até pelo menos 14 mil tEu e é uma infraestrutura fundamental para dar novas opções de transporte marítimo deep sea à economia nacional. Queremos leixões e a liscont com capacidade para receber os navios maiores. O principal objetivo neste momento é assegurar escalas diretas nos nossos terminais, no imediato na liscont, para os EuA, para a
Em 2021, a Yilport Ibéria obteve um volume de negócios de mais de 100 milhões de euros. A expectativa é que o crescimento seja mais rápido nos próximos anos
Um gestor “ao serviço da carga”
Nuno David Silva conhece o porto de Leixões desde criança porque o pai e o avô trabalhavam no local. Em outubro, tornou-se diretor da Yilport Ibéria, que integra o grupo turco que adquiriu a Tertir em 2016 (à Mota-Engil e ao Novo Banco, no que foi, à data de aquisição, o maior investimento feito por uma empresa turca em Portugal), ficando com a concessão de terminais de contentores e granéis nos portos de Leixões (TCL), Lisboa (Liscont e Sotágus), Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal (Sadoport e Tersado), Ferrol (Galiza) e Huelva (Andaluzia). Depois de estudar e trabalhar na Alemanha, de regressar a Portugal para trabalhar na banca e em consultoria, em Lisboa, o gestor regressa ao Porto, em 2004, para trabalhar no porto de Leixões. Começou pelas operações, foi diretor de operações, diretor-geral do TCL e agora tem a missão de reconverter e fazer crescer todos os portos portugueses e espanhóis concessionados à Yilport (os oito em que o grupo detém 100% da concessão; na Tersado, a Yilport só tem 25% do capital social). “Venho trabalhar diariamente com vontade de melhorar os processos para sermos mais eficientes”, comentou, confessando-se apaixonado pelo que faz. A Yilport pertence ao grupo de origem turca Yildirim, fundado pela família de Robert Yildirim, com negócios na área da energia, exploração mineira, química e fertilizantes, construção, transporte de mercadorias (Yilmar) e na área da gestão portuária (Yilport), segmento que iniciou em 2005. A empresa é a décima primeira maior operadora portuária do mundo, operando terminais de contentores, de carga geral, graneis e fertilizantes, tendo anunciado o objetivo de estar entre as dez maiores até 2025.
América central, para o México, para o Brasil e para Argentina. Já conseguimos fazê-lo na liscont. Queremos atrair esses serviços para os nossos portos, esses tráfegos para a América (Norte, centro e Sul). Já tivemos a primeira escala em dezembro para os EuA. Esses serviços só existiam em Portugal, em Sines, porque é o único terminal capaz de operar esses navios. O que faz com que o mercado não tenha outra opção para serviços diretos em Portugal que não seja Sines. No entanto, isso colocava o mercado dependente de um só armador (a MSc, acionista em Sines, através da til) para exportar as suas cargas com escalas diretas a partir de Portugal.
Que balanço fazem do investimento já feito pela Yilport? Que melhorias e resultados podem apresentar? Em leixões, falta só concretizar o investimento no sistema de operações de terminal, que será o NAViS N4, replicando os terminais de todo o grupo. Estamos a investir na liscont, onde já estamos a operar, mas ainda não temos a capacidade total de armazenagem que teremos daqui a um ano, com mais espaço no pátio e capacidade para operarmos de forma mais eficiente. temos investimentos a decorrer na Sotágus, também em lisboa. Esperamos que lisboa dê um salto grande em volume movimentado nos próximos tempos. também já investimos em Huelva. Vamos investir em Setúbal e em Aveiro. São obras demoradas e a pandemia atrasou-as, mas apesar de todos os contratempos estamos no bom caminho, com equipamentos de movimentação novos e também mais e novos serviços. É possível fazer um balanço positivo, na perspetiva em que se atingiram muitos objetivos, mas ainda não atingimos o retorno pleno do investimento realizado. A nossa expetativa é que agora isso comece a acontecer e que passemos a trabalhar de forma mais eficiente, ser mais produtivos para atrair mais carga para os nossos portos e aumentar as nossas receitas. isso tem acontecido gradualmente desde 2016, mas acredito que cresceremos mais e mais rápido daqui em diante.
Queremos estar mais presentes junto dos nossos clientes armadores, mas também dos diferentes operadores logísticos e da carga e contribuir para melhores e mais eficientes processos logísticos, promovendo desta forma o crescimento das exportações nacionais pelos nossos portos.
Qual foi o volume de carga movimentada e de negócios da Yilport Ibéria em 2021 e qual é o esperado em 2022? Em 2021, movimentámos aproximadamente 1.200.000 de tEu, 2.500.000 de toneladas de carga geral e 40.000 unidades ro-ro, a que corresponde um volume de negócios de mais de 100 milhões de euros. Em 2022, vamos crescer os volumes movimentados, mas é nossa expetativa que esse crescimento seja mais rápido nos próximos anos, agora que temos os portos de leixões e, nomeadamente da liscont em lisboa, com capacidade para receber as escalas diretas transatlânticas que o tecido empresarial nacional necessita há muitos anos. temos crescido, mas queremos dar um salto maior e esse salto só se consegue dar com a melhoria das infraestruturas, com capacidade de receber navios maiores, com maior eficiência operacional e melhores procedimentos nos terminais. Estamos a fazer esses investimentos que vão permitir ir buscar carga mais longe e só assim é que vamos crescer. A nossa missão não é só servir a economia nacional, é servir a economia ibérica e, se possível, chegar ainda mais longe. Somos a porta de entrada e saída da Europa para estes tráfegos transatlânticos para a América do Norte, central e do Sul. Queremos estabelecer parcerias com os chamados portos secos em locais como a Guarda, Salamanca, Elvas e Madrid, utilizando a ferrovia para atrair carga para esses terminais. A maior parte do tráfego atlântico passa à porta dos nossos terminais, mas ainda não faz escala nos nossos terminais. Navios que vêm do FarEast, Mediterrâneo, de África, para o Norte da Europa e de lá para a América. temos que ter a capacidade intermodal para operar essas escalas, tanto com a carga que nos chega de camião como a que chega de comboio. Ainda não movimentamos muita carga de comboio, mas chega cada vez mais. Aí teremos que ter um crescimento exponencial. temos que ter portas avançadas para podermos ir buscar e entregar carga mais longe, de modo a descongestionar os nossos terminais.
Até que ponto as carências da ferrovia em Portugal têm condicionado o crescimento do setor? Precisamos de mais oferta e de investimento na ferrovia, nomeadamente na alta velocidade entre lisboa e Vigo. A mercadoria não precisa de circular em alta velocidade porque não é economicamente viável. Precisamos desse investimento porque significa a duplicação do canal de passagem dos comboios, o que libertará canal para comboios de mercadoria. ligar Vigo a lisboa é importante, como também é importante agilizar a conclusão das obras de beneficiação da linha da Beira Alta. depois temos que ter os portos secos para ligar tudo isto. Ao problema em termos de infraestruturas, que estamos a resolver, acresce a atual falta de locomotivas para efetuar o transporte ferroviário de mercadorias, que se prevê só será ultrapassado daqui a dois ou três anos. Até lá temos que ser criativos, arranjar soluções e promover a entrada de novos players no mercado. temos os nossos portos todos preparados para receber carga da ferrovia, mas em Portugal temos pouca oferta de serviço ferroviário. temos dois transportadores, a Medway, que tem 95% do mercado e pertence à MSc e naturalmente privilegia os tráfegos da MSc, e a takargo. Precisamos de mais concorrência e mais oferta também nesse segmento.
Estão também a trabalhar no sentido de uma maior eficiência energética? Além do investimento nas infraestruturas, a eficiência dos terminais e a descarbonização da operação portuária são os maiores desafios que temos pela frente. Mais uma vez, para concretizar de forma célere, tudo isto, precisamos da cooperação das autoridades portuárias e governamentais. O grupo Yilport tem como meta atingir a neutralidade carbónica em 2040, dez anos antes da meta traçada pela união Europeia. Os nossos terminais do norte da Europa, região nórdica, já atingiram a neutralidade carbónica e temos muito conhecimento e experiência adquirida que queremos aproveitar e utilizar no nosso portfolio ibérico. No porto de leixões, queremos atingir a neutralidade carbónica em 2035. Em lisboa, também é importantíssimo definirmos uma meta e colaborarmos com a autoridade portuária, para que o porto se integre com a cidade e possa ser, inclusive, um exemplo na descarbonização da sua atividade. Estamos a investir para fazer a transição de equipamentos a diesel (tratores, guindastes, gruas, etc) para equipamentos elétricos e no futuro a hidrogénio, em todos os tipos de equipamentos em que isso é possível.
Para produzir energia verde, esses investimentos só poderão ser feitos em parceria com as autoridades portuárias. O edifício Yilport em leixões já produz energia através de painéis solares. O porto de leixões tem um projeto para turbinas eólicas no quebra-mar e há um projeto de energia das ondas. O hidrogénio como fonte energética é uma realidade e fará parte da solução, que terá que ser um mix de várias fontes de energia. Estamos disponíveis (através da Yildirim Energy), para co-investir e permitir que esses investimentos avultados possam ser uma realidade no mais curto prazo.
A forma de trabalhar também mudou? O que trouxe a Yilport de novo? Foi feita uma restruturação grande na forma de gestão administrativa dos terminais. temos hoje serviços partilhados centralizados na Yilport ibéria. Estamos também a trabalhar numa mudança cultural e a fomentar o trabalho de equipa. trata-se de uma forma diferente de trabalhar e que acredito que seja para melhor. A cultura da Yildirim/Yilport assenta especificamente, no caso dos portos, na filosofia de Robert Yildirim, que é um empreendedor e tem uma cultura de fazer e de responsabilização para atingir objetivos. tem uma visão e executa-a, porque quer ver os objetivos cumpridos. Estamos a falar de uma empresa turca com operações em 51 países, onde, obrigatoriamente, há regras e procedimentos, fluxos de informação, uma hierarquia e delegações de responsabilidade a respeitar e a cumprir. Há regras, mas também há uma relação de confiança com a operação local. A política do grupo é sempre que possível manter a gestão com equipas locais que têm conhecimento do mercado e do negócio locais.
Tendo em conta a vossa experiência noutros mercados, em que pode distinguir-se a Yilport Ibéria? Nós queremos que os terminais deixem de ser uma zona cinzenta, que ninguém conhece, com uma atitude passiva à espera que a carga chegue. Os terminais têm que ser proativos no mercado. Nós trabalhamos para a carga. A carga é o nosso negócio. Os nossos clientes diretos não são a carga, são os armadores, que escalam os nossos terminais, mas o nosso cliente final é a carga. São os clientes que nos trazem carga que temos que servir, é com eles que queremos falar, saber quais são as suas dificuldades e é para eles que temos que arranjar soluções logísticas eficientes. É para isso que aqui estamos, com uma atitude proativa, de servir, de ajudar, de contribuir para a solução, para que tenhamos cada vez mais exportações, cada vez mais contentores movimentados nos nossos portos e com processo logísticos cada vez mais eficientes. um porto para ser competitivo tem que ter boas infraestruturas, mas tem que ter também uma boa equipa portuária. Não chega ter um bom operador, tem que ter uma boa autoridade portuária, uma boa alfândega, uma boa capitania, boas empresas logísticas e exportadoras à sua volta. A equipa tem que remar toda para o mesmo lado. Se o porto for bem-sucedido e aumentar as suas receitas, poderá criar mais emprego, remunerar melhor os seus trabalhadores, as empresas que utilizam ganham mais eficiência e cria-se um ciclo vicioso positivo. leixões tem crescido sempre porque adotou essa cultura que queremos implementar nos outros portos. O número de trabalhadores foi aumentando porque há negócio, há trabalho. Em alguns portos houve problemas sociais, porque nem todos os intervenientes da comunidade portuária entenderam que o porto tem que crescer e que só assim podemos remunerar melhor e criar mais emprego. Primeiro vem o trabalho e depois vem o retorno. Não podemos inverter o ciclo.
TBMB apoia empresas em projetos de expansão ou internacionalização
A TBMB-Think Big Make Bigger pretende continuar a consolidar a sua área de consultoria em projetos de investimento, destinados sobretudo à expansão, projetos de i&d ou internacionalização de empresas nacionais, mas também de companhias de outras origens que queiram criar novas unidades de negócios em Portugal. Um dos mercados externos onde a consultora está já muito presente é o Brasil.
Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR
Aexpansão geográfica ou a diversificação da atividade são duas das formas de crescimento mais utilizadas pelas empresas, mas, para o concretizarem, muitas vezes é necessário aconselhamento especializado, nomeadamente quando há necessidade de alavancagem financeira para desenvolver os projetos. Segundo incentiva Rafael Silva, diretor-geral da tBMB-think Big Make Bigger, as empresas nacionais devem equacionar expandir-se para outros mercados, para comercializar os seus bens ou serviços, dadas as limitações do mercado português. O responsável sugere que este processo conte com apoio de consultoria, que pode ir desde a fase de conceção do projeto, até à sua alavancagem financeira (por meio de incentivos comunitários ou por financiamento bancário, ou por parte de investidores particulares), e ainda até à sua implementação no terreno.
Este é o papel que a tBMB desenvolve com os seus clientes, que são sobretudo PME nacionais. Rafael Silva adianta que são sobretudo as PME que necessitam deste tipo de aconselhamento externo, quer ao nível da elaboração de projetos de investimento, quer da definição do seu plano de ação e de financiamento e posterior execução.
Para já, caso pretendam enveredar por submeter projetos aos fundos comunitários via Portugal 2030, têm de esperar pelo lançamento dos concursos públicos e das respetivas condições, mas caso tenham projetos de investimento preparados para avançar ao nível da inovação produtiva ou de investigação & desenvolvimento tecnológico (i&dt), poderão desde já fazer um pré-registo de candidatura, salvaguardando o importante “efeito de incentivo”, enquanto aguardam mais dados quanto às condições de elegibilidade, prazos de execução, nível de comparticipação, entre outros fatores, adverte Rafael Silva.
Captação de investimento estrangeiro Mas não são apenas empresas nacionais que procuram este tipo de apoio ao financiamento de projetos de investimento, já que algumas subsidiárias de companhias de outras nacionalidades
e com atividade em Portugal concorrem também a estes fundos. Segundo o mesmo responsável, a tBMB tem clientes de diversas nacionalidades que procuram a consultora para se submeterem aos quadros de incentivos públicos. “temos, de forma consistente, vários clientes oriundos do Brasil, e, pontualmente, também de Espanha, dinamarca, costa Rica, canadá, Reino unido, Suíça ou Alemanha temos empresas a procurar os nossos serviços de consultoria ao investimento e, nomeadamente aos programas de fundos públicos, nacionais ou comunitários”.
A captação de investimento estrangeiro tem sido, de resto, uma das frentes de atuação da tBMB, que conta já com uma forte implantação no Brasil, por via de parcerias com empresas e entidades locais. “Portugal é uma plataforma de atuação para o mercado europeu, e mesmo para o resto do mundo”, considera o consultor, salientando que o país tem sido muito procurado por investidores de várias nacionalidades, com destaque para o mercado brasileiro, que desde 2016 tem vindo a acentuar a sua procura, refere o gestor da tBMB. também o mercado espanhol, em especial a região da Galiza, representa um target para a empresa, devido à forte interpenetração desta comunidade autónoma com a região do Minho: “é um mercado-alvo estratégico para nós, já que as empresas são, globalmente, de maior dimensão do que as portuguesas, em cada setor de atividade”.
O turismo, a indústria ou o setor da tecnologia e startups são alguns dos principais setores onde atuam os clientes da tBMB.
Esta empresa portuguesa foi criada em 2019, resultando da cisão da área de negócios de consultoria ao investimento de uma outra empresa de Setúbal, dedicada a serviços de contabilidade.
Além das vertentes da expansão da atividade (modernização, ampliação ou inovação produtiva) e da internacionalização, a tBMB apoia ainda as empresas que querem desenvolver projetos de i&d, e que geralmente precisam também de alavancagem financeira. uma quarta área a desenvolver será a do aconselhamento empresarial ao nível da fiscalidade e benefícios fiscais, acrescenta Rafael Silva. contando com uma equipa de 10 pessoas, a tBMB tem escritórios em lisboa, Setúbal e Évora e planeia abrir também uma delegação no norte do país, para acompanhar os seus clientes, que são sobretudo do setor industrial. Em 2022, a tBMB faturou 500 mil euros e “para os próximos quatro anos, quer crescer cerca de 25% por ano”, graças sobretudo aos projetos alavancados por via do programa Portugal 2030.