Como implantar projectos de VoluntariadoEmpresarial?

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial Adaptação do manual “Como as Empresas Podem Implementar Programas de Voluntariado”, editado pelo Instituto Ethos.

Agradecemos a colaboração das entidades que trabalharam na adaptação deste documento: Alcatel BES BP Essilor Fundação PT IBM Linklaters Microsoft Santander Totta Agradecemos igualmente ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado pelo apoio técnico dado à edição deste documento.

Concepção Grace Design gráfico Spirituc Impressão Gar Tiragem 3 000 exemplares Maio 2006


5 O desenvolvimento e a sociedade civil 9 O voluntariado dentro e fora da empresa 15 O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas 21 Como implementar programas de voluntariado empresarial 63 Voluntariado – direitos e deveres 67 Pråticas de sucesso 102 Anexos 124 Bancos locais de voluntariado



O desenvolvimento e a sociedade civil “Escolhamos conjugar as forças criadoras da iniciativa privada com as necessidades dos desfavorecidos e as exigências das gerações futuras” Kofi Annan

O voluntário pode ser entendido como todo aquele que, devido à sua atitude e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo e das suas competências, de forma espontânea e desinteressada, ao serviço da comunidade. A origem histórica do trabalho voluntário está intimamente ligada à formação de uma consciência comunitária, impulsionada ou por razões sociais, ou por razões religiosas, e tem uma forte componente assistencial. Tradicionalmente, apesar da multiplicidade de organizações no âmbito da solidariedade social, podem ser destacadas as Misericórdias, as Associações de Bombeiros Voluntários e a Cruz Vermelha Portuguesa, entidades que se têm alicercado em grande medida no trabalho voluntário. Com o passar dos tempos, a diversificação da base de actividades em que se verifica o trabalho voluntário resultou em larga medida do aparecimento de uma consciência crítica e activista, cobrindo, nomeadamente, o combate à pobreza e às diferentes formas de discriminação social, o acesso à educação, à saúde e à cultura ou a intervenção no plano ambiental. Tal evolução conduziu igualmente a uma crescente organização do voluntariado, quer no domínio institucional, quer ao nível do enquadramento legal e operacional do mesmo. Com as comemorações, em 2001, do Ano Internacional dos Voluntários, por recomendação da ONU, promoveu-se uma ampla reflexão sobre o valor da solidariedade e da vida em comunidade e a sua relevância na construção de um mundo melhor, procurando obter um maior reconhecimento, por parte dos governos e autoridades e incentivar o voluntariado. 5


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Mais recentemente, o voluntariado assumiu uma outra forma com peso igualmente relevante e com iniciativas cada vez mais diversificadas e criativas. Associado à progressiva consciencialização de responsabilidade social por parte das empresas e instituições, públicas e privadas, estas passaram a ser responsáveis pela promoção de um leque alargado de projectos no domínio do voluntariado empresarial. E é sobre esta forma de voluntariado que nos iremos debruçar. O modo como uma empresa gere as suas relações económicas, sociais e ambientais, e o modo como se compromete com a sociedade, tem um impacto decisivo no seu sucesso. As empresas passam a encarar a sua intervenção na comunidade, não apenas, como uma obrigação social e moral estritamente conotada com acções de mecenato ou de filantropia, mas também como uma razão de ordem estratégica e de sustentabilidade a longo prazo. Cada vez mais se reconhece que a competitividade não deve estar, apenas, confinada ao preço e à qualidade dos produtos e dos serviços, ou às relações com os colaboradores e com os clientes, mas deve contribuir para a qualidade de vida, desenvolvimento da comunidade e preservação do ambiente. Em Portugal os modelos adoptados têm recolhido inspiração nos EUA e dos países nórdicos onde o envolvimento social faz parte integrante da actividade regular das empresas. Portugal tem, no entanto, desenvolvido um importante trabalho no âmbito da responsabilidade social das empresas, com um número crescente de organizações que promovem o envolvimento social, pese embora as, muitas fragilidades sociais e económicas ainda existentes. Nos últimos anos, o envolvimento social das empresas tem vindo a ocupar um lugar cada vez mais destacado no desenvolvimento do seu negócio. O envolvimento social das empresas é alicerçado em quatro princípios basilares que se cruzam e completam, e que poderemos sintetizar: · Sem sociedade não há mercado; · Numa sociedade desenvolvida há mais e melhor negócio; · Colaboradores socialmente participativos originarão colaboradores profissionalmente mais empenhados e produtivos; · Empresas socialmente responsáveis fidelizam e atraem o mercado. Há um cada vez maior entendimento que as actividades voluntárias são de importância estratégica para as empresas, pois, se por um lado, constituem um incentivo à criatividade e ao trabalho em grupo, concorrendo para alicerçar os compromissos entre a empresa, os seus colaboradores e a 6


O desenvolvimento e a sociedade civil

comunidade, por outro melhoram a imagem pública da empresa e constituem um veículo para a sua divulgação. Além de financiar projectos de interesse social, as empresas devem procurar incentivar os seus colaboradores a doar tempo e trabalho e a pôr as suas capacidades e competências ao serviço da viabilização dessas iniciativas. O voluntariado, como qualquer outro programa empresarial, precisa de ser balizado por critérios de eficiência: dispor dos meios materiais e humanos necessários à sua execução e fazer a avaliação de resultados. Procurando uma definição de voluntariado empresarial que, de modo sucinto e abrangente, pudesse ser o ponto de partida para harmonizar o conceito, optamos por considerá-lo como: · um conjunto de acções realizadas por empresas, ou qualquer forma de apoio ou incentivo dessas empresas que visem o envolvimento dos seus colaboradores, disponibilizando o seu tempo e competências, em actividades voluntárias na comunidade. A definição pretende, apenas, aproximar-nos do que se pretende que seja o voluntariado empresarial. Deste modo, poderá a empresa construir um projecto, definir os objectivos, ainda que estes sejam comuns aos colaboradores e às necessidades evidenciadas pela comunidade, orçamentar o projecto, definir os meios humanos e materiais a afectar, ou disponibilizar meios, equipamentos ou os próprios colaboradores que desejem servir, voluntariamente, a comunidade. Todavia, e para que o envolvimento por parte dos colaboradores seja efectivo, torna-se necessário criar espaço para que estes apresentem propostas contribuindo para desenvolver as potencialidades da empresa na área do voluntariado. Para que um projecto seja consistente é necessário que esteja em sintonia com a missão e valores da empresa, que aposte no envolvimento de todas as pessoas, passando pela gestão de topo, e que tenha por objectivo um desenvolvimento sustentado da comunidade.

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O voluntariado dentro e fora da empresa

Prática do Voluntariado Empresarial Na sequência do conceito atrás definido, o voluntariado empresarial funciona como um grande patrocinador do exercício da cidadania organizacional e social incluindo os voluntários a título pessoal. No processo de criação de um projecto de voluntariado, podem ser envolvidos directamente os colaboradores e/ou indirectamente cidadãos ligados à empresa tais como ex-colaboradores, reformados, familiares. Das motivações e opções pessoais se passará para um sentimento social de solidariedade que contribuirá para a concretização do voluntariado, de forma a criar um efeito multiplicador junto de um maior número de empresas. São encontradas, no ambiente das empresas, características favoráveis ao incentivo do trabalho voluntário. As empresas são formadas por um conjunto de indivíduos reunidos no mesmo espaço, no qual a aprendizagem e as expectativas vão para além do desenvolvimento profissional. Existe entre a empresa e o colaborador um compromisso mútuo em que a empresa enquanto organização promotora da gestão de desempenho e desenvolvimento profissional, se compromete a assegurar aos seus colaboradores, mais ou menos directamente, o desenvolvimento das competências profissionais e pessoais. Os colaboradores podem exercitá-las em actividades relacionadas com a sua profissão, ou poderão explorar áreas completamente diferentes, enriquecendo a sua experiência pessoal e profissional. O voluntariado empresarial é uma prática comum em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha, Brasil, entre outros. 9


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

De acordo com o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, acompanhando esta evolução, também em Portugal, se verifica um crescendo de projectos e iniciativas de voluntariado empresarial, acompanhado por uma valorização pública também acrescida do contributo destas acções para o bem-estar da comunidade e das próprias pessoas e organizações nela envolvidas. Em termos de objectivo do voluntariado nas empresas, segundo a experiência internacional, a meta a atingir seria conseguir que pelo menos 10% da população da empresa estivesse inserida neste programa, nunca esquecendo que o aspecto chave do conceito de voluntariado, quer empresarial ou pessoal, assenta no livre arbítrio dos colaboradores. Isto significa que são estes que têm que escolher onde actuar e como o fazer pois, se assim não fosse, o conceito de voluntariado perderia o seu significado, não passando de mais uma função ou tarefa profissional que o colaborador desempenha para a empresa. O voluntariado empresarial adoptado na gestão estratégica traz vantagens para a comunidade, empresa e colaboradores. Na vertente social, permite obviar problemas que aflijam verdadeiramente a comunidade, resultando em melhorias na qualidade de vida, ajudando a construir uma sociedade mais saudável e ao mesmo tempo trabalhando nas actividades da empresa. No âmbito empresarial, os programas de voluntariado das empresas contribuem para o desenvolvimento de capacidades pessoais e profissionais, promovendo a lealdade e a satisfação com o trabalho, ajudando a atrair e a reter colaboradores qualificados e a sensibilizar as restantes partes interessadas, vulgo stakeholders. Também podem contribuir para que a empresa promova a sua imagem de boa cidadã ou melhore a reputação dos seus produtos. Como a empresa pode apoiar um programa de voluntariado empresarial O tipo de apoio que uma empresa pode oferecer a um programa de voluntariado varia conforme o grau de estruturação que ela pretende incutir à iniciativa. Acções mais estruturadas e complexas invariavelmente exigem maior esforço, dedicação e investimento. Empresas com menos colaboradores apresentam a vantagem da agilidade nas decisões, da comunicação rápida e eficiente, o que pode ajudar muito na gestão dos recursos humanos voluntários. Para que uma empresa inicie um programa de voluntariado empresarial, deverá certificar-se que a cultura e os valores da mesma contemplam, difundem e permitem viver os princípios do voluntariado. 10


O voluntariado dentro e fora da empresa

Caso estes aspectos sejam inexistentes, deverão ser lançadas as bases para que tal se torne uma realidade. Um programa de voluntariado empresarial só alcançará os seus objectivos, e só será bem sucedido, se for assumido por toda a empresa. É fundamental, o envolvimento dos colaboradores, a começar pela gestão de topo, para que todos se sintam integrados e responsáveis no processo. Alguns exemplos de apoio: 1) Voluntariado em acções da empresa · Incluir o tema voluntariado, aquando do recrutamento, por forma a que este seja um elemento de selecção por parte do candidato e vice-versa. · Incluir no Manual de Acolhimento as acções mais importantes de voluntariado. A divulgação deste manual é uma oportunidade única de dar a conhecer os valores e a cultura da empresa aos novos colaboradores, incluindo estagiários. · Envolver a empresa num projecto cujo objectivo se aproxime da sua própria missão. Por exemplo, uma empresa do ramo alimentar poderá preparar e servir refeições junto dos mais carenciados ou uma empresa do ramo da óptica poderá organizar rastreios ou consultas oftalmológicas, junto de escolas, juntas de freguesia, entre outros. · Estabelecer parcerias com outras empresas, de forma a desenvolver projectos em que a união de esforços aporte maior valor acrescentado. · Envolver os quadros superiores e médios. Os gestores de topo e as chefias intermédias da empresa deverão ser desafiados a dar o exemplo, oferecendo as suas competências profissionais e pessoais na execução de trabalho voluntário. · Disponibilizar recursos para projectos/acções de carácter assistencial, educacional, cultural, ambiental, entre outros. · Criar uma base de dados de oferta e procura de actividades voluntárias. · Elaborar os regulamentos adequados ao exercício do trabalho voluntário. · Facultar formação para o colaborador melhorar a sua prestação como voluntário; · Reconhecer publicamente os colaboradores pelo trabalho voluntário ou criar quaisquer outros mecanismos de incentivo ao trabalho voluntário. · Assegurar a cobertura dos riscos a que os voluntários e as pessoas beneficiadas estão sujeitos no decorrer da acção e os danos que estes, não propositadamente, possam provocar em terceiros.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

2) Voluntariado em acções pessoais devidamente justificadas e fundamentadas · Disponibilizar tempo para o voluntariado, permitindo a dispensa (remunerada e sem prejuízo para o período de férias, antiguidade e assiduidade) de colaboradores para a realização de trabalho voluntário junto da comunidade. · Permitir que os colaboradores usem as instalações da empresa para planear e, eventualmente, executar acções voluntárias; · Permitir que o colaborador utilize o telefone e equipamento informático no horário de trabalho para organizar acções de voluntariado e, eventualmente, parte do horário de trabalho para fazer a sua actividade; · Permitir que o colaborador utilize viatura da empresa nas suas iniciativas voluntárias. O que o voluntariado pode fazer Cada pessoa é voluntária à sua maneira e é a soma das diferentes maneiras de exercer o voluntariado que torna a proposta de agir em grupo muito rica. A melhor forma para definir como actuar é identificar as potencialidades de colaboração de cada um, as necessidades da comunidade e pôr a imaginação a funcionar. A acção do voluntário não demite o Estado das suas obrigações e não deve ser encarada como mão-de-obra gratuita – o trabalho voluntário agrega valor. A seguir, referimos algumas possibilidades concretas de actuação individual ou colectiva: · Fazer palestras sobre temas genéricos (como respeito pelo ambiente, educação rodoviária, combate à toxicodependência) ou específicos (nutrição, desenvolvimento infantil, economia doméstica, equilíbrio trabalho-família, apoio aos idosos e/ou a pessoas com deficiência). · Ajudar na renovação das instalações de uma instituição de solidariedade social; · Organizar campanhas e promover eventos de angariação de recursos; · Realizar actividades educativas, como contar histórias para crianças em instituições de apoio à infância; · Dar apoio emocional a pessoas hospitalizadas ou doentes crónicos; · Realizar actividades de entretenimento para idosos; · Organizar passeios para adolescentes em situações de risco; · Organizar acções lúdicas e educativas para pessoas com deficiência; · Criar e desenvolver projectos de média duração, atendendo a necessidades específicas da comunidade; 12


O voluntariado dentro e fora da empresa

· Disponibilizar as suas competências profissionais específicas ao serviço das instituições; · Facultar trabalho voluntário gratuito, no âmbito das suas competências profissionais. Por exemplo: Psicólogo, contabilista, advogado; · Participar nos órgãos sociais de entidades sem fins lucrativos; · Utilizar os seus contactos para recrutar novos recursos para as instituições apoiadas. · Promover a limpeza, reflorestação e manutenção das zonas afectadas por incêndios; · Contribuir para a reabilitação ou renovação de áreas urbanas, nomeadamente através da criação de espaços de convívio (de rua ou fechados) direccionados para a camada infantil, juvenil e idosos. · Promover acções que estimulem o relacionamento e partilha de experiências a nível intergeracional; · Criar e divulgar bolsas ou bases de dados de voluntariado, em articulação com outras organizações, designamente, os Bancos Locais de Voluntariado. · Reencaminhar a população reformada para acções de voluntariado. A título de exemplo, referimos os “patrulheiros” – voluntários que ajudam as crianças a atravessar as estradas, nas áreas circundantes às escolas, com sinalização própria para o efeito. As empresas podem ainda apoiar instituições sem fins lucrativos, através da divulgação e promoção de produtos e serviços produzidos pelos seus utentes recorrendo, quando aplicável, à sua força de trabalho ou a outros recursos da empresa.

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O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

Um programa de voluntariado empresarial compreende um conjunto de acções estruturadas e organizadas que a empresa empreende para envolver os colaboradores em actividades de voluntariado. A gestão de um programa desta natureza passa por dirigir e apoiar as actividades da comunidade – individuais ou colectivas –, que poderão ter lugar em escolas, hospitais, institutos de apoio a crianças, centros de dia, entre outros, em que o objectivo comum é a procura do bem-estar social. A implementação de programas de voluntariado tem vindo a constituir uma opção estratégica das empresas no contexto actual. Discute-se hoje que o envolvimento nestas actividades pode trazer um valor acrescido para a comunidade, para a empresa e para os próprios colaboradores nelas envolvidos. A área de Recursos Humanos deverá ser envolvida neste tipo de projectos sociais, contribuindo para o sucesso da implementação do voluntariado dentro da empresa. Não é de todo possível dissociar um programa de voluntariado da política de gestão dos recursos humanos de uma empresa, devendo esta ser adequada de modo a permitir a sua concretização. Em grande medida, os benefícios concedidos à comunidade por parte das empresas são provenientes do trabalho voluntário dos seus colaboradores, para o qual contribuem com os seus conhecimentos e disponibilidade para participar em iniciativas de desenvolvimento comunitário. O colaborador da empresa dedica uma porção do seu tempo profissional, ou mesmo, pessoal, à actividade de voluntariado que desenvolve em benefício de projectos ou programas comunitários em áreas de carência. 15


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Muitas vezes, sucede que, à parte da ocupação do seu tempo livre, o planeamento e preparação das actividades, na sua maioria em grupo, pode exigir a sua disponibilidade durante o horário de trabalho. As áreas responsáveis pela organização das acções de voluntariado são confrontadas, ainda, com outras exigências, como a necessidade de: · garantir o direito ao exercício do voluntariado a todos os colaboradores; · incentivar e promover a participação dos colaboradores em iniciativas de voluntariado; · prestar informação sobre os programas de voluntariado no processo de recrutamento de novos colaboradores; · sensibilizar as hierarquias dos colaboradores voluntários em questões relacionadas com o voluntariado, entre outras. Mas a adesão ao programa de voluntariado empresarial não requer apenas exigências, também proporciona benefícios. Do lado dos colaboradores, ser parte integrante de uma empresa que tem uma cultura organizacional orientada para o envolvimento em projectos de intervenção social e comunitária poderá constituir, desde logo, um factor de orgulho pessoal e motivação. Ao mesmo tempo, os colaboradores de empresas que participam em actividades de voluntariado empresarial tendem a manifestar um sentimento de pertença e de concordância maior para com o trabalho e com a empresa e, por conseguinte, a apresentar uma forte identidade organizacional. Estudos revelam que estes colaboradores sentir-se-ão mais satisfeitos e conseguirão estabelecer uma relação mais positiva tanto na vida pessoal, como profissional. O voluntariado empresarial tem sido, ainda, perspectivado em termos dos efeitos produzidos sobre as atitudes e competências dos colaboradores das empresas. O estudo realizado pelo Conference Board, EUA, por exemplo, mostrou os efeitos da participação em projectos comunitários sobre atitudes e competências, tendo identificado o desenvolvimento das competências de comunicação, organizacionais e de gestão de tempo, de relacionamento interpessoal, de avaliação e de planeamento. Ao nível dos comportamentos e atitudes, foram evidenciadas as capacidades de trabalho em equipa, de inovação, de afirmação pessoal, entre outras. Num estudo realizado em Londres por Lucie Carrington (em 2004) é igualmente referido que os programas de voluntariado empresarial têm assumido uma importância estratégica face às competências que podem trazer para o local de trabalho. A Fundação Manuel Leão, num trabalho desenvolvido sobre o volunta16


O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

riado empresarial no contexto social português, intitulado “Voluntariado e as Empresas: um estudo exploratório do caso português” (2001) identificou vários benefícios dos programas de voluntariado empresarial ao nível dos colaboradores: · aumento e melhoria das relações interpessoais; · proporcionar uma outra perspectiva da função do trabalho quotidiano; · permitir o conhecimento de novas realidades sociais; · gerar de satisfação pessoal; · incremento da auto-estima; · maior confiança nas capacidades pessoais; · estímulo da criatividade; · desenvolvimento e colocação em prática de novas capacidades; · permitir o desenvolvimento de interesses pessoais. É, ainda, realçado o contributo que a actividade de voluntariado pode aportar ao enriquecimento do currículo. Os resultados de um inquérito realizado junto de empresas portuguesas mostram que as competências desenvolvidas através do envolvimento em actividades de voluntariado são valorizadas pelas empresas em: · determinadas práticas de recrutamento profissional, designadamente, as que incidem ao nível de jovens candidatos com pouca experiência profissional; · competências ao nível do trabalho em equipa, espírito empreendedor, relacionamento interpessoal, liderança, resolução de problemas; · práticas adquiridas através do envolvimento em determinadas acções de voluntariado (exemplo, cooperação para o desenvolvimento, solidariedade e economia social, educação/formação, desporto/ actividades recreativas); · desempenho de funções profissionais no sector dos serviços; · exercício de actividades de chefia/coordenação. A participação dos colaboradores nos projectos sociais da empresa tende a proporcionar, ainda, um ambiente interno mais coeso e favorável ao desenvolvimento pessoal e à ampliação de conhecimentos. No Fórum Voluntariado das Empresas, foi apresentado o trabalho intitulado “A Curva da Aprendizagem: construindo um eficaz envolvimento da empresa na comunidade”, que evidencia que o envolvimento comunitário das empresas oferece uma oportunidade singular para a aprendizagem activa e experiencial, em resultado do que se aprende sobre os outros sectores e situações e do que se aprende sobre si próprio. O envolvimento comunitário da empresa poderá constituir um desafio e 17


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

uma curva de aprendizagem criativa para todos os envolvidos. Evidencia-se, assim, como uma mais-valia para os colaboradores que participam nestas iniciativas, e subsequentemente, para a própria empresa. Partindo do pressuposto de que diferentes tipos de envolvimento comunitário da empresa proporcionam diferentes formas de ‘acção aprendizagem’, numa óptica de experiência sustentada, o envolvimento comunitário da empresa assume o papel de agente de mudança. A aprendizagem, descrita enquanto aprendizagem pela experiência, está no centro de todo o envolvimento comunitário e «transporta-nos a uma espécie de viagem: da exposição ao desafio, da reflexão ao conhecimento, do conhecimento à acção e da acção à transformação do mundo» (Otília Bacelar e outros, p.54). Uma gestão eficaz dos programas exige que os decisores possuam determinadas competências que permitam garantir que os programas vão ao encontro dos requisitos das populações, dos objectivos da empresa e que contribuam para a aprendizagem dos colaboradores. Em simultâneo, a empresa pode aproveitar os conhecimentos e a formação adquiridos pelas pessoas que se envolvem e participam em programas de voluntariado, que se poderão tornar em valor acrescido dentro da organização. De acordo com o estudo da Fundação Manuel Leão, os benefícios dos programas de voluntariado para as empresas consubstanciam-se no contributo para: · o desenvolvimento de uma “cultura de empresa” assente na responsabilidade social; · o incremento da motivação dos seus colaboradores; · a facilitação da comunicação interna; · a aquisição de uma visão mais ampla do “ambiente” que rodeia a empresa; · a eliminação de barreiras entre departamentos; · a melhoria da imagem externa; · o aumento do grau de relação da empresa com o contexto envolvente. O envolvimento dos colaboradores em projectos na comunidade poderá ser utilizado como uma “ferramenta de gestão” com a finalidade de aumentar o seu nível de satisfação e contribuir para a melhoria do meio social. As empresas reforçam a sua dinâmica interna através do aumento da motivação dos colaboradores que advem do sentimento de pertença a uma empresa que apoia projectos desta natureza. Contudo, o voluntariado empresarial em Portugal é muito recente e a sua expressão está ainda aquém das expectativas. 18


O voluntariado empresarial e a gestão das pessoas

Podemos no entanto verificar o envolvimento de um número cada vez maior de empresas e respectivos colaboradores em actividades de voluntariado em Portugal. Inserem-se maioritariamente neste quadro organizações de grande dimensão. Nos diversos rankings das melhores empresas para trabalhar é crescente o número de empresas que manifestam preocupação em contribuir de forma efectiva para a comunidade. Com a globalização da economia de mercado e com o aumento da importância das empresas como motor de desenvolvimento, a função social da empresa tem sofrido reajustamentos. A responsabilidade social, onde o voluntariado empresarial se insere, é cada vez mais entendida como um factor de competitividade das empresas. 10 sugestões à gestão na implementação de programas de voluntariado empresarial 1 Garantir o direito ao exercício do voluntariado a todos os colaboradores; 2 Apoiar os colaboradores voluntários no desenvolvimento das acções a que se propõem; 3 Criar incentivos e formas de motivação aos colaboradores que participam activamente em projectos sociais, como reconhecimento na participação em iniciativas de voluntariado; 4 Desenvolver acções bem estruturadas e organizadas para envolver os colaboradores nas iniciativas e garantir o sucesso dos mesmos; 5 Adequar a política de gestão dos Recursos Humanos ao programa de voluntariado, para permitir a sua viabilização; 6 Garantir que os responsáveis pela gestão das pessoas e dos programas de voluntariado detém as competências necessárias que permitam garantir que os programas vão ao encontro das necessidades das comunidades, dos objectivos da empresa e que contribuam para a aprendizagem dos colaboradores; 7 Sensibilizar as chefias dos colaboradores voluntários para questões relacionadas com o voluntariado para evitar conflitos de interesse; 8 Implementar mecanismos que permitam aproveitar os conhecimentos e formação adquiridos pelos colaboradores nas actividades de voluntariado; 9 Prestar informação sobre os programas de voluntariado no processo de recrutamento de novos colaboradores; 10 Replicar o bom ambiente interno criado pelos colaboradores que participam nos programas, que se evidencia como mais favorável ao desenvolvimento pessoal e à ampliação de conhecimentos.

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Como implementar programas de voluntariado empresarial

O processo de elaboração de um programa de voluntariado empresarial depende muito da identidade cultural de cada empresa, da sua área de actividade, da sua estratégia e forma de actuação. Não se pode pois sugerir apenas um modelo único mas sim um conjunto de recomendações, ou orientação para um caminho a percorrer. Nesse sentido, passamos a enumerar alguns passos que vão, certamente, ajudar a definir o trajecto para a elaboração desse programa. Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5 Passo 6 Passo 7 Passo 8 Passo 9

Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa Formação de uma equipa de trabalho Definições ao longo do processo Formas de contribuição dos colaboradores Identificação das necessidades da comunidade ou de uma instituição Transformação de ideias em propostas O programa de voluntariado na prática Valorização, Reconhecimento e Comunicação como factores-chave para o sucesso Vantagens de trabalhar em parceria

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Passo 1 Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa Promover discussões sobre a missão, a visão, os valores, as prioridades institucionais e as acções de responsabilidade social da empresa. Definir os objectivos da empresa ao decidir elaborar um programa de voluntariado.

Antes de iniciar a elaboração de um programa de voluntariado é imprescindível promover uma reflexão, por parte da empresa, quanto à sua missão, visão, valores, prioridades institucionais e à sua conduta no campo da responsabilidade social empresarial. Da mesma forma, deve existir uma definição clara dos propósitos da empresa ao elaborar um programa de voluntariado e a análise das possíveis interfaces desse programa com as prioridades institucionais da organização. O conceito de Responsabilidade Social passa por um comportamento sustentado e continuado e pela criação de uma cultura de responsabilidade no mundo corporativo, abrangendo todas as áreas, desde a saúde, a segurança, o ambiente, a ética, a educação e a área social propriamente dita. Uma empresa que polui o ambiente, que está envolvida em problemas laborais, que comete ilegalidades e que possui um clima organizacional tenso não tem condições para implementar um programa de voluntariado. Por outro lado, empresas em que a prática da responsabilidade social está presente e que o compromisso com a comunidade faz parte integrante da sua missão institucional, têm uma base sólida para o sucesso do programa. Se uma empresa quer ser reconhecida como socialmente responsável, um programa de voluntariado pode ser uma excelente forma de transformar essa vontade institucional em realidade. Outras orientações institucionais que um programa de voluntariado empresarial pode ajudar a atingir são, por exemplo, a integração e o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores e a aproximação à comunidade. 23


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Ao fazer uma auto-avaliação, a empresa verifica se existe de facto sintonia entre a sua proposta de incentivar os seus colaboradores a realizar acções sociais de voluntariado e o seu comportamento institucional. Nesse sentido, a política do bom exemplo – que deve vir de cima – é extremamente importante. Em qualquer empresa, a forma como os gestores de topo vêem o seu negócio tende a estender-se a toda a organização. Do mesmo modo, o seu envolvimento na implementação de um programa de voluntariado encoraja a participação dos colaboradores. Missão Cerne, razão de ser da própria empresa. Visão Metas, objectivos e aspirações da empresa. Valores Princípios pelos quais a empresa se rege. O processo de reflexão sugerido neste primeiro passo deve pois ser liderado pelos gestores de topo, ou alguém indicado por eles, e desenvolvido entre os diversos níveis hierárquicos da empresa, independentemente da sua função, com base numa demonstração fundamentada das vantagens do programa, tanto para a empresa, como para a comunidade. Existem várias ferramentas para a elaboração de um processo de reflexão nas empresas. É possível aproveitar os canais de comunicação já existentes, tais como artigos no jornal interno, temas de discussão na intranet, ou introduzir o tema em reuniões. Apresentamos em seguida algumas ideias que podem ajudar a esta reflexão: Para que a empresa prospere precisa da confiança dos colaboradores, dos seus clientes, dos investidores e, a um nível mais alargado, das comunidades onde opera. Essa confiança obtém-se através do cumprimento da sua missão, dos seus valores, da sua visão e, acima de tudo, depende do seu modo de actuação. Não deve existir qualquer discrepância entre aquilo que a empresa diz e aquilo que faz. A sua reputação e, consequentemente, o seu futuro como empresa depende do empenho, honestidade, integridade e responsabilidade de todos os seus membros. Alguns valores, como o respeito e a dignidade, devem estar sempre presentes na sua relação com colaboradores, consumidores, fornecedores, concorrência, autoridades, instituições e outros. A empresa não deverá aceitar colaborar com outras empresas que, de algum modo, desrespeitem ou não aceitem trabalhar em conformidade com o seu código de conduta. Não se trata apenas de criar riqueza nas comunidades onde as empresas 24


Promover uma reflexão sobre a cultura da empresa

desenvolvem a sua actividade mas de melhorar as condições de vida dessas comunidades. A criação de um programa de voluntariado empresarial bem estruturado e bem implementado, é pois uma mais valia para as empresas, para os seus colaboradores e, acima de tudo, para a comunidade. No decorrer do processo de reflexão surgem dúvidas que levam à obtenção de respostas e esclarecimentos e, acima de tudo, criam oportunidades de crescimento para a empresa. Nem todas as perguntas poderão ser imediatamente respondidas e nem todas as necessidades poderão ser prontamente satisfeitas. Algumas questões exigem um período de maturação para poderem ser equacionadas e outras, até, podem ser consideradas ilegítimas ao longo do percurso. Nesse sentido, recomenda-se que a reflexão sobre a prática da organização seja contínua, uma vez que as empresas estão em constante mudança. Isso reflecte-se, por exemplo, na entrada de novos colaboradores e em mudanças de estratégia. Se a reflexão for conduzida com ética, transparência e coerência pode dar origem a um processo construtivo, um caminho de evolução para a empresa, que vai servir como um alicerce para a criação de um programa de voluntariado consistente e promissor. À medida que a empresa avançar neste Passo, irá abrir um caminho que possibilitará a discussão, entre os colaboradores, de temas como a cidadania e o voluntariado. Após este processo de reflexão surge a necessidade de reunir colaboradores, que se identifiquem com o voluntariado, dispostos a formar uma primeira equipa de trabalho.

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Passo 2 Formação de uma equipa de trabalho Incentive a formação de uma equipa de trabalho composta por colaboradores. Facilite os encontros dessa equipa. Trabalhe na criação de um plano de acção.

A implementação de um programa de voluntariado requer os mesmos princípios de ética e a mesma seriedade de conduta que é adoptada pela empresa nos seus projectos de natureza operacional. À semelhança de qualquer outra iniciativa, o êxito do programa depende do empenho, do envolvimento e do esforço dos diversos sectores da empresa. Para a formação do grupo de trabalho devem ser convidados colaboradores de vários sectores e escalões hierárquicos que, nesta fase inicial do processo, poderão candidatar-se à liderança do programa de voluntariado empresarial. O gestor ou responsável do programa até então passa, a partir daí, a actuar apenas como elemento de apoio a equipa. A formação de uma equipa de trabalho é recomendada por vários motivos. Para além de propiciar uma discussão colectiva das bases do programa, a partir da visão de pessoas que conhecem o dia-a-dia da empresa, proporciona a construção de uma proposta conjunta, o que poderá garantir uma aceitação mais rápida no seio dos diversos sectores da organização. A diversidade dos colaboradores que o constituem ajuda também a alargar a reflexão sobre o sentido de uma empresa possuir um programa de voluntariado, tanto do ponto de vista teórico como do prático, e a esclarecer possíveis dúvidas acerca do objectivo final da empresa com a implementação deste programa. Sendo, por si só, uma experiência de trabalho voluntário, a equipa funciona também como um fórum de ideias, aprendizagem e planeamento. O seu papel dentro da empresa passa pela pesquisa de iniciativas de 27


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

apoio às áreas sociais já existentes, a identificação de outras oportunidades de acção, a avaliação das preferências dos colaboradores, as necessidades da comunidade, a selecção de áreas temáticas com as quais exista afinidade para actuar e a identificação de possíveis benefícios para a empresa. O diálogo com outras organizações que possuam programas de voluntariado, a avaliação das ferramentas necessárias à divulgação do programa e o tipo de mensagens que deverão ser passadas para o exterior, são algumas das actividades que devem ser desenvolvidas no âmbito externo. O trabalho culmina com a elaboração de um plano de acção, que será avaliado e eventualmente reajustado pela empresa para mais tarde integrar o programa final de voluntariado. Os membros da equipa não precisam de possuir experiência em voluntariado embora alguns já a possam ter. São normalmente pessoas que se identificam com uma causa social, dispostas a desenvolver acções socialmente úteis e que, de acordo com as suas aptidões e interesses, constituem já uma base excelente para a formação da equipa. Podem juntar-se espontaneamente, através de uma acção de divulgação, ou a convite pessoal. Desde a primeira reunião, a equipa apresenta-se como um espaço de troca de ideias, partilha de experiências, e da visão de cada um sobre a área social. O coordenador, incumbido de liderar a formação da equipa, deve conduzir a primeira reunião, explicando de forma clara as intenções e motivações da empresa, que contribuição é esperada do grupo e introduzir os conceitos-chave para a compreensão do que é um programa de voluntariado empresarial. Isto inclui a definição do tema, noções sobre cidadania empresarial, responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável. A partir daí, a função principal desse coordenador passa a ser a de promover e facilitar a realização das reuniões da equipa e conceder-lhe a autonomia necessária para o desempenho das suas atribuições. Para ajudar os membros da equipa a adquirirem de forma eficiente conhecimentos no domínio da responsabilidade social, deverá ser-lhes facilitada a participação em seminários e o contacto com pessoas de outras organizações que já possuam programas de voluntariado, dispostas a partilhar a sua experiência ou a fornecer informações úteis à elaboração do plano de acção. A presença de um superior hierárquico da empresa em todas as reuniões do grupo de trabalho pode funcionar como orientação, incentivo ou reafirmação do compromisso social da empresa. É necessário que a equipa compreenda a importância de passar pelas etapas da reflexão, qualificação e planeamento, antes mesmo da fase de execução, pois a contribuição dessas etapas é essencial para o sucesso do programa. 28


Formação de uma equipa de trabalho

Algumas sugestões para a organização da primeira equipa de trabalho · Garanta que o convite para integrar a equipa de trabalho é feito, sempre que possível, por um gestor de topo; · Incentive a participação dos diversos níveis hierárquicos; · Procure ter a presença de pessoas com perfis e experiências diferentes em voluntariado, tendo em atenção que a ausência de prática de voluntariado não deve ser um factor de exclusão; · Tente evitar que o grupo tenha muitos participantes considerando um número adequado à dimensão da empresa; · Apresente os objectivos da equipa com clareza: apresente as suas ideias dando mote a um debate; · Permita que os participantes se apresentem e contem suas experiências pessoais nesta área durante o primeiro encontro; · Abra espaço a perguntas; · Incentive o grupo a definir com clareza as atribuições de cada membro; · Solicite relatórios breves, por escrito, de forma a acompanhar a evolução das reuniões da equipa; · Recomende à equipa que deverá terminar as reuniões com a definição dos passos seguintes, a divisão de tarefas e a marcação da data do próximo encontro.

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Passo 3 Definições ao longo do processo Comece a pensar na operacionalização do programa. Defina quais os recursos necessários ao desenvolvimento do programa.

Para que um programa de voluntariado empresarial se possa desenvolver é preciso ter em mente, desde o início da sua implementação, quais as estratégias a adoptar pela empresa de modo a permitir que venha a ser bem estruturado e sustentado. Por outras palavras, é preciso definir a forma de operacionalização. O empenho e a dedicação no cumprimento desta etapa são essenciais, pois as políticas e os posicionamentos aqui adoptados terão reflexos em toda a implementação do programa e é importante que mesmo as mudanças e necessidades futuras sejam previstas desde o início. Parte da definição da operacionalização do programa de voluntariado passa pela identificação dos recursos a disponibilizar, nomeadamente em termos financeiros, materiais e humanos, e das prioridades institucionais. Baseada nos dados que o grupo de trabalho reuniu após a sua pesquisa, a empresa precisa de ter conhecimento das acções sociais em curso na organização, desde os donativos atribuídos por um departamento ou sector, às campanhas de fim-de-ano lideradas por outro, actividades voluntárias individuais que utilizam competências profissionais, entre outras práticas frequentes, mesmo em pequenas e médias empresas. Na posse desses dados, do plano de acção sugerido pelo grupo de trabalho e das suas próprias convicções, prioridades e objectivos, a empresa começa a delinear a sua política de actuação social e a prever quais as áreas a abranger, considerando os seguintes factores:

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Disponibilização de recursos Cabe à empresa definir claramente quais os recursos que deverá disponibilizar ao projecto de voluntariado. Recursos financeiros · A empresa precisa de definir quais serão os recursos financeiros necessários às diversas acções que vão fazer parte do programa de voluntariado; · Deve ter em conta a possibilidade de destacar um colaborador para liderar o programa ou contratar um profissional que se dedique exclusivamente ao projecto, bem como contratar serviços de consultoria para avaliação, entre outros; · Para além da disponibilização de voluntários, a empresa poderá considerar a atribuição de verbas específicas a afectar a cada iniciativa do programa de voluntariado; · Dependendo da política da empresa, a verba a disponibilizar pode ter como critérios: uma percentagem sobre a facturação ou lucro; uma quantia fixa anual; uma parte da verba destinada às áreas de marketing e comunicação, entre outras. Recursos materiais · Doação de materiais. A título de exemplo, incluem-se neste caso móveis, utensílios, softwares ou equipamentos, novos ou em bom estado de utilização, em complemento da acção de voluntariado. Recursos humanos · Disponibilização de horas de trabalho de colaboradores especializados da empresa para a prestação de serviço voluntário em organizações sem fins lucrativos que possam beneficiar das suas competências, seja na área financeira, informática, contabilística, recursos humanos, saúde, manutenção ou outras; · Dispensa dos colaboradores voluntários para actuação durante as horas de trabalho; · Permissão para que um colaborador desempenhe actividades voluntárias de curta duração, a título pessoal, também durante as horas de trabalho, na empresa ou fora dela. Um processo de gestão de recursos humanos adequado, deverá ser aplicado de forma a garantir o equilíbrio entre as diversas actividades de voluntariado e as obrigações profissionais de cada colaborador. 32


Definições ao longo do processo

Disponibilização de espaço físico · Disponibilização de salas nas instalações da empresa para que os colaboradores realizem reuniões de planeamento e actividades voluntárias, tais como acções de formação e palestras; · Facilitar o uso de telefone e internet para assuntos específicos de voluntariado; Estruturação do programa A empresa deve deliberar quanto aos aspectos estruturais do programa, desde a escolha do(s) departamento(s) ao(s) qual(is) esta iniciativa deverá ficar vinculada até à política de monitorização e avaliação dos resultados da actividade voluntária. Escolha do departamento que deverá gerir o programa de voluntariado A responsabilidade social, a cidadania empresarial, o desenvolvimento sustentável, isto é, a actuação corporativa e social da empresa, estão muito ligadas à gestão de pessoas e à comunicação, o que leva muitas vezes a empresa a optar pela escolha dos departamentos de Recursos Humanos e/ou de Comunicação para a gestão destas áreas. Algumas empresas têm ou estão a criar sectores específicos para gerir os assuntos ligados à área da responsabilidade social, na qual se pode incluir o voluntariado empresarial. Definição do Coordenador Todos os programas de voluntariado necessitam de um coordenador. Pode ser um colaborador, que se disponha a acumular essa função, ou que se dedique exclusivamente a ela. A escolha depende da complexidade do programa, do número de voluntários e dos projectos a serem apoiados. Quanto maior for o número de actividades propostas pelo programa, tanto maior será o número de voluntários necessário e mais tempo será exigido ao coordenador. Por outro lado, se a proposta de apoio ao programa for pontual, como por exemplo, viabilizar uma campanha de um dia de voluntariado por mês, a carga horária de trabalho exigida ao coordenador será menor. Política e mobilização dos colaboradores O incentivo e a consciencialização dos colaboradores para a importância da participação social e do exercício de cidadania, contribuem para que as actividades de voluntariado recebam um apoio continuado por parte de toda a empresa. 33


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A escolha de uma forma adequada de dar a conhecer o programa dentro da organização vai certamente assegurar que todos os colaboradores tenham acesso às suas mensagens e objectivos. Campanhas internas, exemplos vindos dos superiores hierárquicos e o convite para que colaboradores não-voluntários conheçam as actividades desenvolvidas pelos voluntários, são algumas das estratégias a adoptar. Dar a conhecer as acções de voluntariado já realizadas em publicações internas, na intranet, através de e-mail, afixar fotografias e informação sobre essas acções em áreas comuns, podem também ajudar a sensibilizar novos voluntários. Deverá também ser desenvolvida uma política de reconhecimento por parte da empresa aos colaboradores que participaram nessas acções e a criação de mecanismos destinados a avaliar e medir a participação e a satisfação dos voluntários. Política de formação Para além da formação genérica em voluntariado, poderá ser necessária formação específica para que os voluntários possam colaborar em determinadas acções. Selecção e encaminhamento dos colaboradores para acções voluntárias De uma maneira geral os voluntários têm sensibilidades e conhecimentos diferentes. O programa de voluntariado pode portanto abranger um conjunto de opções, oportunidades e instituições que lhes permita escolher o tipo de acção em que desejam colaborar. Uma adequada política de recrutamento e selecção dos voluntários de forma a que o seu perfil se adeque aos projectos a desenvolver, deverá ser assegurada para o bom êxito destes projectos, para a satisfação dos voluntários e para a própria imagem da empresa. Esta selecção poderá ser assegurada por recursos da empresa ou de outras instituições da comunidade, com as quais se estabeleça colaboração. A empresa pode optar pela criação de uma base de dados de ofertas e oportunidades de trabalho voluntário ou, eventualmente, unir-se a outras empresas da mesma região e criar uma base de dados alargada. De qualquer modo, uma escolha múltipla de actividades, em espaços fechados ou ao ar livre, que envolvam um trabalho manual ou intelectual a serem executadas individualmente ou em grupo, que permitam interacção com a comunidade seja a nível da saúde, do ambiente, social ou da educação, é mais atractiva. Por outro lado, traz simultaneamente vantagens a nível 34


Definições ao longo do processo

pessoal – desde a redução do stress ao aumento do sentido de responsabilidade e da auto-estima –, e a nível empresarial, através do aumento do grau de satisfação dos colaboradores e da sua notoriedade. Política de comunicação A comunicação é uma área fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa e o mesmo conceito se aplica à implementação de um programa de voluntariado. A escolha dos métodos de comunicação é crucial para o sucesso do programa. Em primeiro lugar devem ser cuidadosamente concebidas as mensagens que indiquem claramente os objectivos do programa, assegurem o empenho dos gestores de topo, informem sobre o tipo de apoio a ser prestado a todos os que estiverem interessados em participar, expliquem o que se espera dos colaboradores e quais os benefícios tangíveis e intangíveis que o programa pode trazer, tanto a estes como à empresa e à comunidade. A comunicação interna deve assegurar que todos os membros da empresa tenham conhecimento da actuação socialmente responsável da organização, trabalhando no sentido de informar e mobilizar os seus colaboradores. Cabe à comunicação externa dar a conhecer as actividades de voluntariado realizadas pela empresa e seus colaboradores. Para além dos efeitos a nível da notoriedade, esta divulgação poderá igualmente servir para sensibilizar outras empresas para a adopção de práticas socialmente responsáveis. Política de valorização e reconhecimento Embora para a maioria dos colaboradores envolvidos em acções de voluntariado o melhor reconhecimento seja a sua satisfação pessoal, deverá existir uma política de valorização e reconhecimento por parte da empresa. São várias as sugestões que podemos dar nesse sentido, que vão desde o reconhecimento oficial por parte dos gestores de topo à divulgação das actividades em publicações internas e externas, entre outros. Política de monitorização e de avaliação Adoptar um sistema de registo das actividades de voluntariado para avaliação do impacto junto da empresa, dos colaboradores e da comunidade é uma prática recomendável. Uma avaliação periódica permitirá identificar os aspectos do programa que estão a ser bem geridos e os que precisam de ser melhorados. Simultaneamente, dará à empresa uma percepção real da evolução do programa de voluntariado. 35


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A escolha dos indicadores de impacto mais apropriados depende da natureza da acção social realizada pelos voluntários e do que é prioritário medir (veja no fim deste capítulo). Prática social A empresa precisa de definir as directrizes da sua prática social e qual vai ser o modo de integração do programa de voluntariado nesse contexto. Foco de actuação A escolha das áreas temáticas e dos públicos-alvo depende de cada empresa, da sua dimensão, do empenho dos seus colaboradores e da área para a qual está mais vocacionada. Por outras palavras, a empresa pode desenvolver trabalho voluntário apoiando as instituições locais, nas áreas da saúde, da educação, do ambiente, ajudar organizações de carácter social sem fins lucrativos entre outras. Área geográfica de actuação A comunidade ou comunidades, que a empresa elege para as suas acções de voluntariado, estão normalmente inseridas na área geográfica onde a empresa opera. Estímulo à acção voluntária A empresa deverá definir claramente se o seu programa de voluntariado vai envolver apenas os colaboradores ou vai abranger familiares, reformados, prestadores de serviços e outros. Relação entre projectos financiados pela empresa e voluntariado Cabe à empresa decidir sobre os apoios a projectos sociais em que haja, ou não, a participação de colaboradores voluntários. Apoio a organizações sem fins lucrativos Do mesmo modo, as políticas de apoio já existentes a instituições sem fins lucrativos e o possível alargamento a outras, sugeridas pelos colaboradores, deverá ficar exclusivamente ao critério e decisão da empresa. Estabelecimento de critérios para o apoio a projectos sociais Devem ser criados critérios que permitam justificar as decisões de apoio a uma determinada acção, em detrimento de outra.

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Definições ao longo do processo

Perfil de actuação A empresa pode optar por actuar sozinha ou considerar parcerias com empresas, outras organizações de iniciativa privada ou organismos públicos no sentido de viabilizar a execução de alguns projectos que abranjem um maior número de beneficiários. A avaliação ajuda a corrigir caminhos e a melhorar o programa Os processos de avaliação destinam-se a analisar as acções implementadas, a verificar se o processo adoptado foi o mais adequado, a demonstrar a evolução face aos objectivos traçados e a identificar os pontos a ajustar. São eles que fornecem as informações acerca da relevância do trabalho que está a ser realizado. Os mecanismos de avaliação deverão ter em conta os seguintes aspectos nas duas áreas: Empresa e Colaboradores · Consulta ao público interno, designadamente sob a forma de um questionário, sobre: › política de actuação social da empresa e do programa de voluntariado; › aceitação do programa de voluntariado pela estrutura hierárquica e pelos pares; › nível de satisfação dos voluntários sobre as acções em que estão envolvidos; › nível de empenho demonstrado pelo grupo de voluntários e o seu perfil. · Consulta ao público externo, designadamente sob a forma de um estudo: › Auscultar a opinião pública sobre as actividades da empresa relativamente às áreas da responsabilidade social, da cidadania empresarial e, mais concretamente, do voluntariado empresarial. › Analisar o reconhecimento obtido, através dos órgãos de comunicação social, nomeadamente do ponto de vista dos consumidores, da sua fidelidade aos produtos e serviços, da evolução nas vendas e do reconhecimento público através de prémios e participação em eventos.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Comunidade Inteirar-se junto da comunidade beneficiada sobre o impacte das iniciativas na melhoria de qualidade de vida da população, designadamente nos aspectos relacionados com o processo de autonomia para a resolução dos seus problemas e actuação em áreas prioritárias. Segue-se um modelo de acompanhamento e avaliação do programa de voluntariado do ponto de vista da sua coordenação interna: Ficha de registo pessoal A ser preenchida em cada actividade voluntária. Data: ………………………………….…………………………………………………......... Projecto e entidade(s) beneficiada(s): ……………………………………….………… …………………………………………………………………………………………………... Número de horas dentro do horário de trabalho: ………………………………….. Número de horas fora do horário de trabalho: ………………………………......... Descrição das actividades desenvolvidas: …………………………………………..... …………………………………………………………………………………………………... …………………………………………………………………………………………………... …………………………………………………………………………………………………... Resultados: ………………………………………………………………….................... Pontos fortes: …………………………………………………………………................. Pontos fracos: ……….…………………………………………………………................ Sugestões: …………….…………………………………………………….....................

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Passo 4 Formas de contribuição dos colaboradores Conheça a experiência e as potencialidades dos seus colaboradores no campo do voluntariado.

Qualquer programa de incentivo ao voluntariado que vise uma adesão continuada e níveis de participação que favoreçam o trabalho em equipa deve ter em conta a experiência e as expectativas dos que procura envolver. Para tal, a realização de um questionário junto dos colaboradores pode ser uma forma eficaz de obter estas informações. Este diagnóstico permitirá à empresa conhecer o grau de receptividade inicial à proposta, bem como a vocação do seu grupo de colaboradores para o trabalho voluntário. Estes têm capacidades, interesses e valores distintos. Por exemplo, enquanto que alguns colaboradores poderão mostrar relutância em utilizar os seus conhecimentos técnicos fora do âmbito do seu local de trabalho, outros poderão achar este tipo de actividade bastante recompensadora. Assim, as possibilidades deverão ser vastas, de modo a preencher as preferências de cada um: · Actividades em espaços fechados e/ou ao ar livre · Actividades que requeiram ou não conhecimentos técnicos · Actividades que envolvam a parte teórica e cognitiva e outras que envolvam o trabalho manual · Actividades orientadas para o trabalho em grupo · Actividades que permitam a interacção com diferentes públicos-alvo, nomeadamente idosos, crianças e jovens, pessoas com deficiência · Actividades que permitam interacção com a Natureza e/ou animais · Horários diferentes para as actividades voluntárias · Actividades em determinadas épocas do ano (Natal, Páscoa, entre outros) 39


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Quando a empresa decide realizar o questionário, deverá já ter reflectido e definido a sua política de actuação social, seus objectivos e metas (Passo 1). Para que consiga partilhar com todos os colaboradores a intenção de desenvolver acções de voluntariado deverá escolher os mecanismos de comunicação mais eficazes e acessíveis a todos. Alguns exemplos de mecanismos de comunicação eficazes: · Intranet e Web site da empresa · E-mail · Newsletter da empresa · Brochura · Apresentação a todos os colaboradores, a ser feita por um representante da empresa (gestores de topo, estruturas intermédias, entre outros) · Placardes, quiosques electrónicos, posters · Reuniões internas e externas · Contactos pessoais Posto isto, o questionário dá voz aos colaboradores. Este deve ser conciso (questionários muito longos acabam por ser deixados para depois ou esquecidos) e directo (pergunte o que é realmente necessário saber). Caso a empresa já tenha uma política activa de intervenção social e deseje conjugar a experiência existente e a motivação do colaborador para ser voluntário, o questionário pode incluir perguntas que abordem directamente esta possibilidade e tentar descobrir a existência de sinergias. As hipóteses são grandes, sobretudo se o projecto em andamento não obedecer a um foco de trabalho muito específico ou limitado. Outros conselhos para que este instrumento de pesquisa seja eficaz são a procura de um formato atractivo e um prazo de devolução curto. Um exemplo possível será distribuir o questionário em eventos da empresa, onde cada um possa responder e entregar na altura. A página seguinte deste manual apresenta um modelo de questionário que pode ser usado como referência ou ponto de partida para a construção do mesmo. A sistematização dos dados pode ser feita por alguém designado pela empresa ou pela equipa de trabalho, que precisa desse levantamento para elaborar o plano de acção que lhe cabe sugerir. É pertinente ressalvar que há exemplos de empresas com programas de voluntariado bem sucedidos que não cumpriram a etapa da pesquisa de interesses durante a sua concepção e lançamento. Por vezes, as empresas optam por lançar o programa propondo actividades de campo que ajudam 40


Formas de contribuição dos colaboradores

a conferir credibilidade à proposta de voluntariado empresarial, oferecendo oportunidades para os colaboradores participarem numa acção voluntária em grupo. Accionada quase em paralelo, uma política de reconhecimento baseada na valorização da participação aumenta a adesão ao projecto. Sugestão de questionário de opinião aos colaboradores Inclua na apresentação do questionário uma mensagem da empresa a anunciar o programa de voluntariado e a explicar o motivo da sua realização. Nome do(a) colaborador(a): ………….....……………………………………………… Função: ……………………………....……………………………………………………….. Departamento/Sectores: ……………………...………………………………………….. Telefone: ……………………………. Email: ….....………………………………………… 1. Participa ou já participou em alguma acção de voluntariado? Sim ….. Não ….. (Se respondeu Não, passe directamente para a questão 5) 2. Nome da entidade ou do projecto no qual está/esteve envolvido(a) ……………………………………………………………………………………………….. 3. Acção desenvolvida: ………………....………………………………………………….. 4. Localização: ………………....……………………………………………………………. 5. Gostaria de participar em futuras acções de voluntariado? Sim ….. Não ….. Se respondeu Não, indique os seus motivos: ……………………………………………………………………………………………….. 6. Em que áreas de actuação tem interesse em trabalhar? ….. Acção cívica ….. Saúde ….. Educação ….. Acção Social ….. Arte e Cultura ….. Ciência e Tecnologia ….. Desporto ….. Defesa o Património Arquitectónico ….. Defesa do Património Arqueológico ….. Preservação do Ambiente ….. Protecção dos Animais ….. Emprego e Formação Profissional ….. Protecção Civil ….. Reinserão Social ….. Promoção do Voluntariado ….. Outras. Quais? ….………………………………………………………………….. 41


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7. Com que público gostaria de trabalhar? ….. Crianças ….. Jovens ….. Pessoas com Deficiência ….. Pessoas hospitalizadas ou dependentes ….. Idosos ….. Reclusos ….. Minorias Étnicas ….. Outros. Quais? ..…..………………………………………………………………. 8. Quais os tipos de trabalho voluntário que lhe despertam mais interesse: ….. Contacto directo com o público beneficiado ….. Acções de apoio, administrativas ou de manutenção ….. Orientação e consultoria aos responsáveis do projecto ou entidade ….. Participação em eventos, campanhas ….. Divulgação e recolha de fundos ….. Outros. Quais? ..…..………………………………………………………………. 9. Em que horários teria interesse em ser voluntário(a)? Durante a semana, de segunda a sexta-feira: ….. Manhã ….. Tarde ….. Noite Fins de semana: ….. Manhã ….. Tarde ….. Noite 10. Faça alguns comentários e sugestões de como a empresa pode contribuir para apoiar e incentivar a prática do voluntariado dos seus colaboradores, familiares, reformados e parceiros: ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. ……………………………………………………………………………………………….. 42


Passo 5 Identificação das necessidades da comunidade ou de uma instituição Seleccionar a comunidade ou a instituição onde se vai actuar. Avaliar as necessidades reais dessa comunidade ou instituição.

O sucesso e o impacte de um programa de voluntariado dependem do grau de motivação e mobilização das pessoas envolvidas, mas também estão intimamente relacionados com a satisfação das necessidades reais de uma comunidade ou instituição a apoiar. É necessário: Seleccionar a comunidade ou a instituição onde se vai actuar Algumas empresas e grupos de voluntários optam por concentrar esforços no local onde a própria organização está inserida, ou onde um grupo de colaboradores reside ou ainda através de proposta de algum dos seus colaboradores, interagindo assim de uma forma mais activa com a comunidade onde se inserem. Outras preferem fazer a diferença em comunidades distantes. Esta é uma decisão estratégica que a empresa terá que tomar. Projectos sociais situados em áreas próximas do local de trabalho podem ser acompanhados com maior assiduidade e facilitam o envolvimento dos colaboradores na acção voluntária. Identificar as causas e necessidades sociais dessa comunidade ou instituição Uma vez identificada a comunidade ou instituição, recomenda-se a realização de um levantamento das suas necessidades específicas. Estamos a falar de um questionário breve que o próprio voluntário pode fazer, reunindo dados gerais sobre a organização, o tipo de atendimento realizado, o número de beneficiários e as suas principais necessidades. As respostas 43


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desse questionário serão um bom ponto de partida para o projecto de voluntariado definir quais as instituições a apoiar. Muitas vezes, os voluntários decidem actuar numa determinada causa não tendo em atenção as reais necessidades da comunidade ou da instituição. Não consideram o que já está a ser feito e continuam a oferecer um serviço que, de alguma forma, já é prestado ou que não é tão necessário, em vez de suprir uma necessidade que ainda não está a ser satisfeita e onde a sua acção teria um impacte muito maior. Por exemplo, um grupo de colaboradores pode insistir na recolha de roupa para uma instituição cuja principal dificuldade, no momento, é a falta de produtos de higiene. Quer seja por estratégia de negócio da empresa ou por maior sensibilidade por parte dos gestores de topo para algumas temáticas, algumas organizações definem de antemão a sua área de actuação preferencial – educação, cultura, saúde, desenvolvimento comunitário, ambiente, cidadania, deficiência, entre outros. Neste caso, o ideal seria direccionar a pesquisa das necessidades para a área temática escolhida, descobrindo dentro daquele segmento a contribuição que faria mais sentido. Identificar potencialidades a serem desenvolvidas nessa comunidade ou instituição Há várias possibilidades de identificar as principais necessidades de uma comunidade ou instituição de forma a potenciar acções a serem aí desenvolvidas. Os colaboradores de uma empresa têm um papel essencial nesta etapa da estruturação de um programa de voluntariado, sobretudo quando a comunidade ou instituição seleccionada é circundante à organização. Por vezes os colaboradores de uma empresa moram perto do local de trabalho e, pela sua vivência e rede de contactos, conhecem a história da região, as suas prioridades e as entidades sociais que ali actuam. Assim, os voluntários podem organizar-se para obter informações junto dos colaboradores da empresa, às instituições comunitárias, igrejas e associações de moradores para melhor aferirem quais as potencialidades a serem desenvolvidas na sua comunidade. Outras possíveis fontes de informação são os serviços locais de Saúde, Educação e Segurança Social, as autarquias e universidades. Mais do que o conhecimento da problemática local, tais entidades poderão reunir dados estatísticos que são úteis para apontar as principais lacunas e necessidades no momento e servir de referência, mais tarde, na avaliação dos resultados da intervenção do projecto de voluntariado. Os voluntários podem, ainda, recorrer aos Bancos Locais de Voluntariado, que têm inscritas entidades sociais que os podem acolher. 44


Identificação das necessidades da comunidade ou de uma instituição

Podem igualmente ser consultadas outras organizações actuantes na região, como institutos, ONG e fundações, solicitando dados sobre instituições credíveis, com oportunidades de voluntariado. Criar laços entre a empresa e a comunidade ou instituição A proximidade entre a empresa e a comunidade ou instituição onde o seu programa de voluntariado empresarial ganha corpo permite o estreitamento de laços, a construção de uma aliança benéfica entre as partes. Tanto assim que a maioria das empresas que desempenham algum tipo de acção social o faz nas localidades onde opera. As empresas, as comunidades e as instituições ganham ao trabalharem juntas. Segundo a Business for Social Responsability, o programa de voluntariado empresarial é um “aliado importante para muitas empresas que querem demonstrar compromisso com as comunidades onde actuam”.

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Passo 6 Transformação de ideias em propostas Estabeleça o programa de voluntariado a implementar na empresa.

As informações recolhidas até ao momento constituem matéria-prima suficiente para criar e elaborar uma ou mais propostas para o programa de voluntariado empresarial. Assim, a proposta escrita é o materializar da ideia, um instrumento de comunicação e um rumo para a sua realização. A referida proposta que conduzirá à implementação de um programa de voluntariado empresarial é um documento que deverá revelar objectivos e estratégias, definir actividades, prever a disponibilização dos recursos e contemplar a avaliação de resultados. No fundo, não é mais do que uma maneira organizada de apresentar o diagnóstico feito até então, por isso é perfeitamente admissível que alguns dos pontos não estejam totalmente definidos ou que venham a ser revistos à medida que vão surgindo novos dados. Isso não diminui a sua importância, e é recomendável que seja encaminhada para aprovação da gestão da empresa. Apresenta-se de seguida um guia para a construção de uma proposta de programa de voluntariado empresarial. › Sumário É o resumo do programa. › Introdução Breve histórico da proposta da implementação de programas de voluntariado na empresa, desde o surgimento da ideia até ao estado actual.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

› Contexto e caracterização Descrição objectiva da empresa, filial ou departamento onde o programa será implementado, incluindo número de colaboradores, número expectável de voluntários, actividade principal, horário de laboração, acções sociais já apoiadas pela empresa e/ou colaboradores, interesse de participação dos mesmos, expectativas da empresa e dos colaboradores quanto à cidadania e responsabilidade social, dados socioculturais da comunidade circundante, principais necessidades e listagem das ONG já existentes. › Importância do programa Explicação da importância que o programa de voluntariado terá para a empresa, revelando de que maneira a iniciativa pode corresponder às expectativas e necessidades especificadas no ponto “Contexto e caracterização”. Recomenda-se a demonstração do carácter de complementaridade e de eventuais sinergias que o programa de voluntariado possua em relação a outras acções em desenvolvimento na empresa. › Objectivos gerais Representam o mais importante compromisso do programa. Os objectivos a médio/longo prazo são orientados tendo em conta as prioridades de cada empresa, os interesses dos colaboradores e as necessidades da comunidade. › Objectivos específicos Consistem no desdobramento dos objectivos gerais em objectivos a curto/médio prazo e preferencialmente quantificáveis. › Metodologia É o processo adoptado para a implantação do programa e inclui a filosofia adoptada, estratégia de suporte da empresa ao programa e etapas de implementação. › Actividades do programa Especificação das actividades do programa tanto no campo prático (referentes ao leque de acções voluntárias identificadas, promovidas e apoiadas), como no campo estrutural ou de gestão do próprio programa (formas de recrutamento, selecção e sensibilização/formação de voluntários, comunicação, valorização e reconhecimento, entre outros). 48


Transformações de ideias em propostas

› Recursos Definição dos recursos humanos, materiais, logísticos e financeiros necessários à implementação do programa, acautelando inclusive a cobertura de riscos dos voluntários e beneficiários (apólice de seguro, ambulância, entre outros). › Cronograma de gestão de recursos Cronograma de disponibilização de recursos que garanta a realização das actividades do programa conforme as prioridades estabelecidas. › Avaliação Especificação do sistema de monitorização a ser adoptado para acompanhar a implantação do programa, dos instrumentos que irão avaliar os impactes obtidos, bem como de possíveis riscos que ameacem o programa e, por isso, necessitem ser acautelados. Para além deste modelo mais elaborado, a proposta pode ser apresentada de maneira mais simplificada, respondendo-se às seguintes perguntas: O quê? Onde? Porquê? Como? Quem? Quanto? Quando? A proposta de um programa de voluntariado empresarial pode ser elaborada a partir da colaboração entre os membros da primeira equipa de trabalho e o gestor do programa, um profissional cujo perfil e atribuições falaremos no próximo Passo.

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Passo 7 O programa de voluntariado na prática Designar o gestor do programa Faça o programa funcionar

Para implementar o programa, a empresa necessitará de uma pessoa que encare e abrace a tarefa de forma profissional. Uma pessoa do seu quadro de colaboradores que assuma a gestão do programa paralelamente às suas funções, alguém designado exclusivamente para esta função ou através do recurso a uma entidade externa. Estudos realizados em empresas norte-americanas pela Fundação “Points of Light” revelam que a gestão de programas de voluntariado, por profissionais que acumulam outras responsabilidades na empresa, mostra ser o modelo mais comum. Em regra, estes profissionais integram as equipas dos departamentos de Recursos Humanos, de Comunicação, de Relações Públicas e de Marketing. A principal função do gestor de um programa de voluntariado é o de dinamizador – alguém que articulará as diversas frentes do trabalho que surgirão dentro e fora da empresa, que fará a ligação entre os grupos, bem como coordenará todas as actividades. Sem esse elemento central, torna-se impossível atender às necessidades que surgem. E elas são inúmeras. Desde a orientação técnica e o suporte a um projecto, até à tarefa de ouvir os relatos das experiências dos voluntários. A não instituição de um gestor significaria, em última instância, não proporcionar condições reais para o programa se desenvolver. O perfil do gestor de um programa de voluntariado deve atender a requisitos muito vastos. Do ponto de vista de competências, recomenda-se que tenha capacidade para trabalhar em equipa, senso prático de realização, rapidez de raciocínio na resolução de problemas, familiaridade com a lógica de funcio51


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

namento das instituições (inclusivamente a preocupação com a eficiência e eficácia), capacidade de se relacionar bem com os diversos níveis hierárquicos e com a comunidade e conhecimento da cultura e dos valores da organização em que se insere. A nível pessoal, considera-se importante o poder de liderança e o carisma, a experiência enquanto voluntário, o compromisso com a sociedade e a sensibilidade para compreender os problemas alheios. É recomendável que o trabalho desse gestor conte com o apoio, desde o início, de um conselho consultivo composto por membros de áreas e níveis hierárquicos diversos, em moldes similares aos da primeira equipa de trabalho. Esta, por sua vez, tende a perder a sua função original – de planeamento – à medida que o programa começa a ser colocado em prática. Chega a ser comum que alguns dos seus elementos sintam a sensação de “missão cumprida” e queiram passar para acções no terreno. A formação do conselho consultivo pode considerar então, os membros remanescentes da primeira equipa de trabalho e procurar complementar-se, garantindo a presença de representantes dos departamentos de Recursos Humanos, de Comunicação, de Marketing, entre outros. Principais áreas de gestão de um programa de voluntariado: · Incentivo à participação de voluntários Organização de, campanhas de recolha de roupas, alimentos, medicamentos, livros, entre outros, e o posterior envolvimento dos colaboradores na distribuição dos mesmos através de organizações credenciadas. De referir que a motivação dos colaboradores para o voluntariado acontece, fundamentalmente, através da difusão de boas experiências neste campo. · Selecção de projectos a serem apoiados Realizada segundo a orientação dos critérios estabelecidos pelo programa, tendo em conta as prioridades da empresa, expectativas dos colaboradores e acima de tudo as necessidades da comunidade. · Formação dos voluntários Preparação dos colaboradores enquanto voluntários, quer em termos de noções gerais (conceitos básicos, história, papel do voluntário, relação com entidades sociais), quer em termos de noções mais específicas (conforme a área escolhida para exercer o voluntariado). Estas informações poderão ser disponibilizadas nos meios de comunicação interna das empresas (exemplo: intranet), ou poderão ser prestadas por entidades externas. Apresenta-se em seguida, a título exemplificativo, temas a abordar na preparação dos voluntários. 52


O programa de voluntariado na prática

Temas de interesse geral Conceito de cidadania; conceito de voluntariado, importância das relações interpessoais e legislação aplicada. Temas de interesse específico Técnicas de relacionamento com crianças e jovens em risco, pessoas com deficiência, idosos, entre outros noções sobre preservação da natureza e reciclagem · Monitorização e avaliação Acompanhamento e análise da evolução do programa de voluntariado quanto ao impacte junto dos colaboradores, da comunidade e da empresa. O processo de monitorização e de avaliação envolve o uso de ferramentas específicas para a recolha de dados quantitativos (pesquisas) e qualitativos (relatos, impressões e observação informal). Medir a eficiência do programa traz resultados essenciais para que a organização reflicta sobre a validade do mesmo. · Comunicação e reconhecimento Comunicação permanente das actividades do programa junto dos voluntários e dos colaboradores em geral, com a função de informar, mobilizar, sensibilizar, valorizar e reconhecer a importância da participação social do colaborador. Essa é uma etapa vital para o sucesso de um programa de voluntariado e será tratada em separado no próximo Passo deste manual. · Elaboração de relatórios Registo contínuo de actividades e sistematização das informações do programa pelo seu gestor. · Novo planeamento Reorganização contínua das actividades conforme o aparecimento de novos dados ou a reflexão sobre os resultados. Recomenda-se que todo o programa de voluntariado passe por uma revisão geral anual e que correcções na sua linha orientadora sejam realizadas com flexibilidade, sempre que necessário.

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Passo 8 Valorização, Reconhecimento e Comunicação como factores-chave para o sucesso Destaque formas de actuação exemplares. Dê à comunicação a importância devida.

Neste Passo trataremos de duas áreas de actividade inter-relacionadas e vitais para o desenvolvimento de um programa de voluntariado empresarial: a valorização e reconhecimento da acção do voluntário e a comunicação interna e externa. Tais áreas merecem atenção contínua desde os primeiros passos da implementação do programa, pois têm influência crítica ao longo de todo o processo. Valorização e reconhecimento Na escola, na família, no trabalho, no convívio social ou na actividade voluntária, o reconhecimento surge com um dos grandes factores de motivação do ser humano. Por mais abnegado que seja um indivíduo, ver valorizado o resultado do seu esforço voluntário traz satisfação pessoal e o sentimento de se “ser útil” para com a sociedade. A simples constatação dos benefícios que a acção voluntária gera já é, por si só, um forte estímulo para continuar o trabalho. Porém, quando o mérito dessa acção é oficialmente reconhecido, a motivação vê-se reforçada. Mas nem toda a forma de reconhecimento surte os mesmos efeitos nas pessoas. Alguns voluntários sentem-se melhor quando os seus esforços são valorizados num círculo restrito de colegas, no trabalho ou na comunidade. Outros apreciam ver a sua história nos meios de comunicação internos da empresa, servindo como exemplo para suscitar novas acções. Outros, ainda, gostam de se sentir elos de uma corrente, membros de uma equipa, daí a valorização do trabalho em equipa ser mais importante. 55


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Parte do sucesso da política de valorização e de reconhecimento é descobrir qual a maneira mais adequada de homenagear os seus voluntários, sobretudo aqueles que realmente se destacaram, sem diminuir o trabalho dos outros. Afinal, as políticas de reconhecimento e de valorização devem servir como um estímulo e não como um instrumento de competição. Um dos segredos para evitar esse risco é não deixar que o grupo de voluntários perca de vista a dimensão da solidariedade e da cidadania, o compromisso maior esperado de cada um com a promoção do bem comum. Destacamos, a seguir, algumas práticas de valorização e de reconhecimento adoptadas pelas empresas. Formas de valorização e de reconhecimento · Prémios por equipa, baseados em critérios claros, objectivos e, de preferência, que tenham sido definidos pela equipa de trabalho. Recomenda-se que o prémio seja simbólico, em sintonia com a própria causa; · Divulgação das acções do voluntário, de determinadas equipas de voluntários ou de departamentos nos meios de comunicação da empresa (intranet, newsletters, revistas, entre outros); · Distribuição de pins, t-shirts, entre outros materiais; · Envio de mensagens de agradecimento por parte da gestão da empresa; · Convite aos voluntários para que apresentem aos demais colegas as suas experiências; · Visita e participação dos gestores de topo da empresa a projectos apoiados pelos voluntários; · Realização de eventos especiais. O reconhecimento deve ser: · Merecido, imediato e personalizado e continuado · Criativo, inovador, original · Amplamente divulgado Comunicação Interna e Externa A comunicação assume um papel preponderante na valorização e reconhecimento do trabalho voluntário. O papel da comunicação, sobretudo a comunicação com o público interno, ultrapassa e muito o suporte ao reconhecimento num programa de voluntariado empresarial, interagindo de forma transversal em todas as suas áreas. Junto do público interno, composto basicamente por colaboradores 56


Valozização, reconhecimento e comunicação como factores-chave para o sucesso

efectivos, temporários, contratados e podendo abranger indirectamente os familiares, a comunicação é utilizada para: a) Informar os colaboradores, inclusive os não-voluntários, sobre a política de incentivo ao voluntariado vigente na organização, para que a acção dos voluntários seja compreendida, valorizada e respeitada; b) Divulgar e facilitar o acesso às informações operacionais referentes ao programa: o que está a acontecer, quem são os responsáveis, qual o apoio directo da empresa, qual o funcionamento do programa, como se aproximar do grupo de voluntários, quais são as possibilidades de actuação, como melhorar a actuação enquanto voluntário; c) Mobilizar colaboradores a aderirem ao programa; d) Sensibilizar os colaboradores para a importância da actuação voluntária; e) Dar visibilidade à acção de voluntariado; f ) Promover a troca de conhecimentos, experiências e informações entre voluntários; g) Integrar e motivar os voluntários; h) Divulgar constantemente os impactes gerados com o trabalho dos voluntários, criando um clima propício à continuidade da acção. A comunicação com o público interno pode efectivar-se através de inúmeras maneiras, desde a realização de reuniões periódicas ao uso de correio interno, de correio electrónico, de jornal, da intranet, de vídeo-conferência, entre outros. Conforme o perfil do público-alvo, cada empresa deverá fazer o seu diagnóstico e identificar os suportes de comunicação mais eficientes para os objectivos a alcançar. É fundamental que a comunicação com o público interno esteja bem estruturada e em funcionamento, antes mesmo da organização iniciar acções de comunicação voltadas ao público externo, o que inclui não só a comunidade circundante como a sociedade em geral. As formas mais usuais de comunicação das empresas com o público externo são a exposição nos meios de comunicação social (nacionais, regionais, locais, generalistas ou especializados), a promoção de campanhas, a participação em seminários, conferências, fóruns e eventos em geral ou, ainda, a realização de eventos dentro da própria organização com o intuito de explicar a sua experiência em voluntariado empresarial à comunidade interessada.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A comunicação com o público externo permite: a) Legitimar a proposta, interna e externamente; b) Difundir experiências de sucesso que possam vir a ser replicadas; c) Dar visibilidade às acções da empresa na área do voluntariado empresarial, agregando valor à sua imagem. A comunicação deve ser: · Clara, objectiva e focada no público-alvo · Verdadeira e transparente · Sistemática e esclarecedora Qualquer acção de comunicação, interna ou externa, deverá sempre ter em conta o direito à boa imagem e à privacidade individuais. Por exemplo, no trabalho com crianças a divulgação de imagens carece de autorização dos progenitores ou representantes legais dos mesmos.

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Passo 9 Vantagens de trabalhar em parceria Estabeleça contacto com outras organizações. Partilhe experiências e conhecimentos. Contribua para o desenvolvimento do voluntariado empresarial em Portugal.

As múltiplas possibilidades de contribuição social e as experiências resultantes de um programa de voluntariado empresarial são ricas demais para ficarem restritas à organização que as vivencia. A perspectiva de desenvolver um trabalho em rede, participando em fóruns de discussão com outras instituições que realizam actividades ou estudos na área, é altamente recomendável. O trabalho em rede propicia a reflexão sobre a prática do voluntariado empresarial, promove a troca de experiências, a transferência de tecnologias, o debate sobre dificuldades e desafios comuns. Além de contribuir para o engrandecimento do programa de voluntariado da empresa, tudo isto ajuda a fortalecer as instituições que fazem parte da rede e faz o voluntariado empresarial crescer enquanto movimento social em Portugal. Participar de um fórum de discussão sobre o tema permite ainda ampliar o nível de conhecimento sobre outras empresas e organizações, identificar valores, crenças e compromissos afins. Esses contactos podem evoluir para o estabelecimento de parcerias ou de alianças estratégicas que viabilizem a execução de actividades que a sua instituição não consiga ou não deseje levar a cabo sozinha, maximizando esforços. O conceito de parceria remete para uma união com fins específicos, normalmente uma acção ou um projecto de curto/médio prazo, seguindo a lógica da intercomplementaridade de recursos e de capacidades entre as organizações parceiras, ensina Marlova Jovchelovitch Noleto, autora do livro “Parcerias e alianças estratégicas: Uma abordagem prática”. Exemplo claro deste conceito de parceria é o Projecto Mão-na-Mão. 59


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Criado em 2001, por iniciativa da PT Comunicações, o Mão-na-Mão foi na altura uma iniciativa pioneira em Portugal, ao reunir pela primeira vez sob um projecto de características empresariais, diferentes entidades apostadas em concretizar o objectivo comum de levar solidariedade e apoio a segmentos mais desfavorecidos da população. A concretização de várias iniciativas neste âmbito, movimentou até hoje mais de 3000 voluntários que ao longo de 19 784 horas de voluntariado do seu tempo de trabalho, beneficiaram directamente mais de 153 330 pessoas ligadas a instituições de solidariedade social do nosso país. Grupos de cidadãos vítimas de exclusão social, designadamente idosos, crianças em risco, pessoas com deficiência ou com doenças severas, puderam contar ao longo destes anos com o contributo dos milhares de voluntários das empresas parceiras do Mão-na-Mão. Este projecto estabelece as condições necessárias para que os colaboradores das empresas signatárias participem nas várias iniciativas promovidas pelo Mão-na-Mão, durante o horário normal de trabalho, sem qualquer perda de benefício inerente à retribuição e assiduidade, assumindo cada empresa a logística necessária à concretização das acções desenvolvidas. Encontrando-se na sua terceira fase, o Mão-na-Mão é constituído actualmente por um grupo de dezassete entidades, contemplando a actualização de algumas linhas de orientação, que visam reforçar a sua operacionalidade e o rigor com que se pretende levar a cabo os objectivos para os quais foi criado. Já sobre a aliança estratégica, Marlova Jovchelovitch Noleto refere que “organizações que poderiam actuar de forma independente diante de uma determinada questão decidem fazê-lo conjuntamente, motivadas pela consciência da magnitude e complexidade da acção a ser empreendida e, principalmente, pela constatação de que as organizações aliadas compartilham crenças e valores, pontos de vista e interesses, que as levam a ter um posicionamento estratégico comum diante de uma determinada realidade”. Relações de parceria ou alianças estratégicas bem construídas – isto é, elaboradas a partir da correcta identificação e selecção das partes envolvidas, bem como da definição clara dos objectivos e atribuições de cada um – também levam ao fortalecimento das organizações. Este é um caminho desejado para que modelos de trabalho social bem sucedidos, gerados em escala piloto pela iniciativa privada, possam inspirar a formulação de políticas públicas mais eficazes, que estendam tais experiências à população em geral.

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Vantagens de trabalhar em parceria

Vantagens de trabalhar em parceria: · Reflectir sobre a prática; · Praticar conhecimentos, experiências, informações; · Valer-se do conhecimento acumulado por outros para vencer os desafios e dificuldades impostos pelo seu programa; · Estabelecer parcerias e alianças estratégicas com outras empresas, instituições públicas e privadas, entre outros; · Influenciar políticas públicas; · Contribuir para a evolução e difusão do voluntariado empresarial em Portugal.

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Voluntariado Direitos e deveres

No mundo em que vivemos regista-se um consenso cada vez mais alargado a respeito da necessidade de a sociedade civil se organizar e colaborar na prossecução de tarefas que ainda recentemente eram deixadas ao Estado. O voluntariado constitui precisamente a forma por excelência de a sociedade civil auxiliar, de forma desinteressada mas organizada, pessoas, famílias e comunidades. Em domínios tão díspares como o emprego ou a saúde, a educação ou a protecção civil, é possível fazer a diferença passando das palavras à prática. A definição de voluntariado, a fixação dos seus direitos e deveres, a relação entre as organizações promotoras e os voluntários carece de regulamentação jurídica. Todo o enquadramento jurídico do voluntariado em vigor, além de insuficiente também não é aplicável directamente ao voluntariado empresarial, âmbito deste manual. Devemos, no entanto, realçar os Direitos e Deveres que se podem aplicar igualmente ao voluntariado empresarial, não deixando de salientar que a responsabilidade final cabe às empresas e não aos seus voluntários. Direitos e Deveres O voluntário oferece a sua ajuda e – em troca – recebe o prazer de ajudar. Para exercer a sua missão, o voluntário precisa decerto que lhe sejam reconhecidos direitos. Mas ser voluntário é, essencialmente, cumprir os deveres de ajuda a que nenhum de nós pode ficar insensível. Vejamos, em todo o caso, uns e outros: 63


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

1. Direitos dos Voluntários Entre os direitos dos voluntários assumem especial importância aqueles que passamos a elencar: · Desenvolver um trabalho de acordo com os seus conhecimentos, experiências e motivações; · Receber apoio no desempenho do seu trabalho com acompanhamento e avaliação técnica; · Exercer o trabalho voluntário em condições de higiene e segurança; · Participação nas decisões que dizem respeito ao seu trabalho; · Ser reconhecido pelo trabalho desenvolvido. 2. Deveres do Voluntário Os voluntários assumem – por sua livre iniciativa – diversos deveres e responsabilidades: para com os destinatários; para com a organização promotora; para com os respectivos profissionais; para com os outros voluntários; e para com a sociedade em geral. Entre esses deveres e responsabilidades destacamos os seguintes: 2.1. Para com os destinatários: · Respeitar a dignidade da pessoa humana; · Respeitar as convicções ideológicas, religiosas e culturais de cada um; · Respeitar a vida privada e guardar segredo sobre assuntos confidenciais; · Agir com bom senso; · Actuar de forma gratuita e desinteressada, sem receber quaisquer contrapartidas patrimoniais; · Contribuir para o desenvolvimento pessoal do destinatário; 2.2. Para com a organização promotora · Observar os princípios e normas que regulam a actividade, tendo em conta os domínios em que a mesma é exercida; · Conhecer e respeitar os estatutos e demais regras de funcionamento da organização, bem como as normas dos respectivos programas e projectos; · Actuar de forma diligente, isenta e solidária; · Zelar pela boa utilização dos bens e meios postos ao seu dispor; · Não assumir o papel de representante da organização sem seu conhecimento ou prévia autorização; · Informar a organização promotora com a maior antecedência possível sempre que pretenda interromper ou cessar o trabalho voluntário. 64


Voluntariado – direitos e deveres

2.3. Para com os profissionais: · Colaborar com os profissionais da organização promotora, respeitando as suas opções e seguindo as suas orientações técnicas; · Contribuir para o estabelecimento de uma relação fundada no respeito pelo trabalho que cada um compete desenvolver. 2.4. Para com os outros voluntários: · Respeitar a dignidade e liberdade dos outros voluntários, reconhecendoos como pares e valorizando o seu trabalho; · Fomentar o trabalho de equipa, contribuindo para uma boa comunicação e um clima de trabalho e convivência agradável; · Facilitar a integração, formação e participação de todos os voluntários. 2.5. Para com a sociedade: · Fomentar uma cultura de solidariedade; · Difundir o voluntariado; · Conhecer a realidade sócio-cultural da comunidade, onde desenvolve a sua actividade de voluntário; · Complementar a acção social das entidades em que se integra; · Transmitir com a sua actuação, os valores e os ideais do trabalho voluntário. Aspectos legais Os voluntários exercem o seu múnus de forma desinteressada. Mas fazemno no âmbito de projectos e programas desenvolvidos promovidos por organizações, dirigidos por profissionais e com vista a ajudar pessoas, famílias ou comunidades. No entanto, voltamos a realçar que a definição de voluntariado, a fixação dos seus direitos e deveres, a relação entre as organizações promotoras e os voluntários… carece de regulamentação jurídica. Em Portugal esta actividade encontra-se regulada essencialmente pelos diplomas legais que se passa a elencar. Depois destes, far-se-á também referência aos textos internacionais mais marcantes neste domínio. Enquadramento Legal 4.1. Lei nº71/98, de 3 de Novembro – Anexo 1 – Estabelece as bases do enquadramento jurídico do voluntariado.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

4.2. Decreto-Lei nº389-99, de 30 de Setembro – Anexo 2 – Regulamenta a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, que estabeleceu as bases do enquadramento jurídico do voluntariado. 4.3 Resolução nº50/2000 – Anexo 3 – Define a composição e o funcionamento do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado. Normas e Documentos Internacionais 5.1. Resolução 40/212 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 17 de Dezembro de 1985 – Anexo 5 – Convida todos os governos a celebrar anualmente, a 5 de Dezembro, o Dia Internacional dos Voluntários. 5.2. Resolução 52/17 da Assembleia Geral das Nações Unidas – Anexo 6 – Proclama o ano de 2001 como o Ano Internacional dos Voluntários. 5.3. Declaração Universal do Voluntariado de Janeiro de 2001 – Adoptada pelo Conselho Internacional de Administradores da IAVE, Associação Internacional para o Esforço Voluntário, na sua 16ª Conferência Mundial de Voluntariado, em Amesterdão – Anexo 7

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Prรกticas de sucesso



Alcatel

Avós n@ Net “Avós n@ Net” é o nome de uma iniciativa, levada a cabo pela Alcatel Portugal em conjunto com a Câmara Municipal de Cascais, que consiste em dar formação básica em novas tecnologias, nomeadamente Internet, à população idosa dos centros de dia e lares de Cascais. A primeira edição desta iniciativa decorreu entre Abril e Junho de 2005 e, visto ter sido um grande sucesso, a segunda edição teve início em Abril deste ano. Para a Alcatel, é muito importante poder contribuir para o desenvolvimento sustentado da comunidade, neste caso, deste segmento da população, que tantas vezes é esquecido. Enquanto líder mundial em Banda Larga, e sendo uma empresa em constante preocupação com o combate à infoexclusão, a Alcatel pretende, deste forma, sensibilizar a população idosa para a utilidade das tecnologias de informação, nomeadamente a Internet e o correio electrónico, por forma a proporcionar o acesso a meios potenciadores da melhoria de qualidade de vida e bem estar a este segmento da população. O programa é composto por formações, que têm a duração de 4 dias, em sessões de 3 horas diárias, e contará com a presença de 10 formandos, num total de 70. A equipa de formadores é constituída por colaboradores da Alcatel que se voluntariam para o efeito. A formação, tendo em conta a idade avançada da maioria dos formandos, não exigiu dos formadores voluntários qualquer aptidão específica na área informática, apenas a vontade e a disponibilidade em partilhar os conhecimentos. Desta forma, é possível reforçar a interacção dos nossos colaboradores com a população idosa do concelho de Cascais. Os participantes aprendem noções básicas de Internet, como por exemplo, a pesquisa de informação útil na área da saúde, gastronomia, cultura, entre outros. Para além disto, os formandos podem também comunicar com a família através de correio electrónico.

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Banco Espírito Santo

Em 2004 e no âmbito do programa Realizar Mais, que agrega todas as iniciativas de Responsabilidade Social do Grupo Banco Espírito Santo, criou-se um programa de voluntariado com o objectivo de motivar a cidadania dos colaboradores e promover a integração ocupacional dos reformados, com idades compreendidas entre os 50 e 65 anos das zonas de Lisboa e Porto. Este programa actua como “facilitador” do encontro entre a procura (instituições de solidariedade) e a oferta de voluntariado (colaboradores e reformados). Numa primeira fase o programa destinou-se somente a colaboradores na reforma que tinham à sua escolha três instituições: AMI, Associação Novo Futuro e Acreditar – e diferentes funções a desempenhar, numa base de presença semanal. No final do ano o programa de voluntariado alargou-se aos colaboradores no activo. Em Dezembro de 2004 os colaboradores de um Departamento Central do Grupo proporcionaram um Jantar de Natal a 200 sem abrigo que vivem nas ruas da cidade de Lisboa. As 200 refeições foram confeccionadas numa das messes do Banco Espírito Santo e distribuídas por colaboradores voluntários do BES, contando para este fim com o auxílio de 2 elementos da Legião da Boa Vontade, instituição que actua em Portugal há já 15 anos e que tem como principal fundamento o combate à exclusão social. De forma a acompanhar o interesse e motivação demonstrada pelos seus colaboradores, o BES decidiu implementar esta acção durante o ano de 2005 e estendê-la a outros departamentos centrais do Banco. Em 2005, foram feitas duas acções de distribuição de refeições a sem abrigos, uma em Junho e outra em Dezembro, confeccionadas pela Messe do BES. Neste contexto, procedeu-se também à angariação de roupas e agasalhos junto de todos os colaboradores do BES.

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BP

BP recupera habitat natural no Cabo da Roca Há muito que para a BP os conceitos de Cidadania Empresarial, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Ética Empresarial foram interiorizados e passaram a fazer parte da sua maneira de agir, pois é a partir do interior da empresa que se criam as ligações com os stakeholders, sem esquecer que a criação de riqueza não pode ignorar os aspectos relacionados com o factor humano. O voluntariado é apenas uma das vertentes de todos estes conceitos que estão sempre presentes em tudo o que a empresa faz, em todas as suas actividades e em todos os seus negócios. Em parceria com o Parque Natural Sintra Cascais (PNSC), a BP realizou, no dia 5 de Maio de 2005, uma acção com vista à recuperação de um dos habitats naturais da faixa costeira do Cabo da Roca. A iniciativa, integrada no âmbito da reunião anual dos colaboradores da companhia e enquadrada nas actividades do PNSC, levou cerca de 200 colaboradores, em regime de voluntariado a, sob orientação de técnicos desta Área Protegida, removerem milhares de chorões. Esta espécie invasora impede o desenvolvimento da flora autóctone característica da zona. As falésias são extremamente sensíveis à erosão eólica e hídrica, sendo fundamental o revestimento vegetal característico, bem como a manutenção da sua permeabilidade como forma de assegurar regimes de escorrência de águas superficiais baixos, minimizando a erosão. A BP, sensível às questões ambientais, disponibilizou-se a colaborar com o Parque Natural Sintra Cascais na defesa e recuperação da vegetação das falésias impedindo o alargamento de áreas dominadas por plantas infestantes, como o chorão. A Companhia colaborou também na produção de 10.000 folhetos de divulgação sobre o Litoral do PNSC, e doou os utensílios usados na remoção dos chorões. No âmbito da sua política social e ambiental, a BP tem realizado inúmeras iniciativas com vista à recuperação das zonas verdes do nosso país nos últimos anos. 73



DHL

Programa Mãos Dadas com a Comunidade De acordo com os seus Valores Corporativos, a DHL Express Portugal assume o seu inegável papel social na cooperação para o desenvolvimento das comunidades locais destacando, por isso, a Comunidade como um dos seus cinco Pilares de Excelência. Por outro lado, a DHL valoriza o espírito participativo e pro-activo dos seus Membros, e reconhece na sua equipa um potencial de juventude que pode ser dinamizado no sentido da solidariedade social e da boa cidadania. Nesse sentido, foi criada uma estrutura de suporte, integrada no organigrama funcional do Sistema de Gestão para a Excelência da DHL Express Portugal (ver em baixo), a qual garante a gestão e operacionalização das várias iniciativas levadas a cabo no âmbito deste programa, tendo por base os objectivos definidos anualmente e aplicando metodologias de intervenção que se encontram perfeitamente definidas e formalizadas.

SMT Sponsor Envolvimento Comunitário Managing Director PT

Qualidade/Excelência ISO 9001/EFQM

Ambiente ISO 14001

Segurança e Saúde Trabalho OHSAS 18001

Resp. Social interna SA 8000/DPWN Fórum

Envolvimento Comunitário

Coordenador Proj. Comunitários

Contacto externo e Concepção

Mobilização interna

Voluntariado

Protocolos e Repr. Institucional

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Esta estrutura conta com a participação de Membros que para além da sua função principal, integrada num dos departamentos da empresa, têm também responsabilidades relativas a: contactos com IPSS, ONG e empresas parceiras em projectos sociais ou ambientais e planeamento das acções; comunicação das iniciativas e mobilização dos Membros DHL em regime de voluntariado; provisão dos recursos necessários à realização das acções; avaliação de pedidos externos para colaboração em projectos ou acções específicas; etc. No âmbito deste programa estabelecemos protocolos e parcerias em várias áreas, apoiando nomeadamente a exclusão social, a pobreza, a deficiência, a educação, entre outras. Em função das necessidades das instituições/projectos apoiados, as acções de voluntariado podem decorrer durante o horário normal de trabalho, sem qualquer prejuízo para os voluntários envolvidos – Voluntariado Empresarial – ou durante o tempo livre dos mesmos – Voluntariado Individual. Para além das acções organizadas pela DHL, este programa está também aberto a acções de voluntariado de iniciativa individual, i.e., situações em que o Membro se dedica – pessoal e isoladamente – a actividades voluntárias, contando assim com o apoio da empresa para o poder fazer durante o horário de trabalho. Para que as regras de participação, em termos de tempo, despesas, etc., nas diversas situações ficassem bem definidas, foi concebido e distribuído aos Membros o Guia de Voluntariado Empresarial da DHL Express Portugal. Com o Banco Alimentar contra a Fome (BA) estabelecemos uma parceria sólida, participando numa base semestral, desde 2001, nas Campanhas de recolha de alimentos levadas a cabo pelos BA de Lisboa e Porto, e mais recentemente o BA de Coimbra. O apoio dos Voluntários DHL nestas campanhas desenvolve-se em diversas vertentes e em vários momentos: Pré campanha: · Acompanhamento das reuniões de preparação das campanhas por Membros das áreas operacionais da DHL, os quais asseguram a alocação das viaturas disponíveis, em função da origem e tipologia das mesmas, aos supermercados envolvidos, face à quantidade de alimentos prevista para os mesmos.

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Práticas de sucesso

Durante a campanha (2 dias): · Voluntários das áreas operacionais DHL efectuam a gestão das rotas das viaturas e respectivas recolhas nos supermercados. · Voluntários estafetas/motoristas DHL asseguram a condução dos veículos DHL alocados ao transporte dos bens doados em alguns supermercados até aos armazéns do BA. · Voluntários DHL realizam a recolha das doações de alimentos em supermercados, o que consiste em distribuir sacos do BA aos clientes que entram no supermercado, receber os bens alimentícios doados e prepará-los para o transporte. Para cada supermercado gerido pela DHL são formadas equipas de Voluntários com horários de cerca de 3-4 horas cada. · Voluntários que participam na separação dos alimentos nos armazéns dos BA. Na última campanha do Banco Alimentar contra a Fome em 2005, que decorreu em 26 e 27 de Novembro, contou com a participação de 46 Voluntários DHL. Os benefícios da participação da DHL são analisados desta forma por Maria João Torres Pereira, Coordenadora da campanha do Banco Alimentar contra a Fome de Lisboa: “O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela DHL através da disponibilização de recursos na sua área de especialidade para apoio a algumas actividades do Banco Alimentar Contra a Fome é um exemplo concreto da forma como a assunção da responsabilidade social, por parte das empresas, pode potenciar a actuação das organizações da sociedade civil. Esta parceria, criada entre duas organizações com objectivos distintos, é a prova de que é possível conjugar esforços e criar sinergias entre dois mundos com características muito diferenciadas em prol de uma sociedade melhor. Dada a dimensão e complexidade que envolve a organização e o decorrer de uma campanha de recolha de alimentos, consideramos que a contribuição da DHL tem sido extremamente importante. Em termos futuros, consideramos que quanto maiores forem os contributos, nomeadamente na área da logística e transportes, maiores serão as possibilidades do Banco Alimentar Contra a Fome ampliar as campanhas e, consequentemente, o apoio às instituições e às pessoas carenciadas.”

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Grupo PT

O Grupo PT encara o voluntariado como uma responsabilidade da empresa e por isso promove acções neste âmbito efectuadas durante o período de funcionamento das empresas e sem que a retribuição ou a assiduidade dos colaboradores envolvidos seja, por qualquer forma, afectadas. O Grupo Portugal Telecom inicia a sua actividade na área do voluntariado empresarial em Abril de 2001, contabilizando, nestes 5 anos, 65 iniciativas que envolveram 2735 voluntários, o que ascende a 26 770 horas. Nesta iniciativas foram abrangidas 1 252 Instituições de Solidariedade Social. Está subjacente às acções de voluntariado fazer o que for necessário, sob orientação de quem sabe fazer. Estas iniciativas podem traduzir-se em recolha de bens, promoção da saúde, preservação do ambiente, distribuição de roupa e alimentos a sem abrigo, formação nas áreas comportamental e micro-informática, organização de passeios e eventos destinados a crianças, jovens e/ou idosos vítimas de exclusão. O Grupo PT tem dois programas de voluntariado, coordenados pela Fundação PT, o Programa Aurora e o Projecto Mão-na-Mão. · O Programa Aurora, coordenado pela Fundação Portugal Telecom, é um banco de horas de voluntariado do Grupo PT que promove acções de na área da formação, da consultoria e gestão, da webização, e da animação e cultura. O Programa Aurora consiste na oferta de 35 horas de trabalho por colaborador/ano, o que implicou a criação de um código de assiduidade para o voluntariado. Os projectos são trabalhados e desenvolvidos a partir da Fundação Portugal Telecom e podem ser apresentados individualmente pelos colaboradores do Grupo, cabendo à Fundação a sua aprovação e a disponibilização de apoio logístico. De entre as acções de voluntariado que têm vindo a ser realizadas, destacam-se: › Consultoria e gestão para a viabilidade da UET da Acapo; 79


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

› Acções de formação a pessoas com deficiência visual nas áreas comportamental, de gestão e da microinformática; › A preparação da Ceia de Natal dos Sem Abrigo, acção realizada durante a quadra Natalícia, com o objectivo de contribuir para a organização de um evento que, ultimamente, tem decorrido na cantina universitária, onde são servidas refeições aos sem abrigo da região de Lisboa apoiados pela Comunidade Vida e Paz; › A Campanha de Recolha de Roupa uma parceria do Grupo PT e da CAIS, iniciativa que tem lugar ao longo do mês de Dezembro, que se propõe recolher peças de vestuário para distribuição pelos sem abrigo, e que antigiu já as 20 toneladas; › Os Jogos de Sonho que levaram muitas crianças e jovens ao Open do Estoril e ao Euro 2004; › Acção de voluntariado na Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, que teve por objectivo servir um almoço aos idosos acamados em lares tutelados por aquela instituição e que proporcionou uma tarde de convívio e animação aos idosos e crianças da zona e contou com a “Operação Nariz Vermelho”; › Uma Visita ao Museu do Traje com o objectivo de acompanhar um grupo de jovens e adultos com deficiência mental e/ou motora da Casa de São Vicente, aos Museus do Traje e do Teatro em Lisboa; › Diversas Visitas ao Oceanário, que decorrem há já 5 anos, com o objectivo de organizar e acompanhar visitas de estudo de crianças e jovens apoiados pela Fundação do Gil, instituição com quem foi celebrado um Protocolo; › A Feira das Estrelinhas 2005, em cooperação com a Associação Novo Futuro, os voluntários colaboraram na montagem e desmontagem dos stands, nas bilheteiras, no bar ou nos postos de venda; › Reflorestação da Tapada do Mouco; › Preservação da Serra de Sintra com abate de acácias; › Preservação das pegadas de dinossauros na Serra d’Aire; › O Projecto Mão-na-Mão é um movimento de voluntariado empresarial, promovido pela PT à luz da política de de cidadania empresarial, pioneiro em Portugal, que resultou do empenho e da disponibilidade das entidades que o integram, contando, actualmente, com 17 empresas/ organizações, para participar em acções de solidariedade direccionado para instituições privadas de solidariedade social e organizações não governamentais que actuam, nomeadamente, na área dos cidadãos vítimas de exclusão social. 80


Práticas de sucesso

O desenvolvimento do Projecto Mão-na-Mão passa pela execução de tarefas específicas comprometendo-se as entidades envolvidas a disponibilizar trabalhadores seus durante o horário normal de trabalho. De entre as acções que têm vindo a ser desencadeadas, contam-se: › A Acção de Verão que leva, pelo 4º ano consecutivo, crianças e jovens que frequentam Centro de Reabilitação de Alcoitão com idades compreendidas entre os 4 os 18 anos à praia do Tamariz; › A Campanha de recolha de brinquedos da Fundação do Gil, com o objectivo de distribuir brinquedos a crianças integradas em hospitais e instituições de solidariedade social; › A Almoço Convívio com os Sem-Abrigo, realizado no Estádio 1o de Maio; › Um Workshop de Futebol que levou crianças de várias instituições de solidariedade social à Escola de Futebol do Carlos Xavier; › Pintura das Portas Amigas em que os voluntários envolvidos fizeram trabalhos de pintura neste centro gerido pela AMI; › Visita ao Badoca Parque das crianças do Instituto Jacob Rodrigues Pereira da Casa Pia de Lisboa.

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IBM

Desde que iniciou as suas operações nos EUA em 1914 que, a par com as suas actividades comerciais, a IBM desenvolve programas de responsabilidade social em que alia tecnologia e conhecimento de uma forma eficaz. A Companhia procura assim dar resposta a problemas de tradicional impacto na sociedade, na economia e na qualidade de vida das comunidades em que está inserida. No âmbito do seu programa de Corporate Community Relations, a IBM Portugal tem desenvolvido vários projectos, nomeadamente o KidSmart, o Training for Work, o Reinventing Education, o EXITE, o MentorPlace, o World Community Grid, o Voluntariado. No que respeita a este último projecto, foi decisão da Direcção da IBM Portugal implementar, em 2001, Ano Internacional do Voluntariado, um programa que prevê a disponibilização média de 1 dia por empregado, por ano, para a prática de acções que se enquadrem neste contexto. Deste modo, quer individualmente, quer em associação com outras empresas ou organizações, a IBM tem vindo a desenvolver vários programas e/ou acções de voluntariado. No âmbito das suas políticas e práticas de voluntariado a nível mundial, a IBM lançou em 25 de Novembro de 2003 o Programa On Demand Community, uma iniciativa que aplica a estratégica IBM On Demand Business à sua tradição de serviço prestado à comunidade. O On Demand Business assenta na utilização das Tecnologias de Informação e de Comunicação à medida de cada cliente, adaptando-se a especificidades como a dimensão, os objectivos ou o plano de crescimento de cada estrutura, sejam empresas, administrações, universidades ou outras entidades. Permite assim, a optimização dos recursos e o acesso a sistemas avançados de processo e de gestão numa base de consumo em função das reais necessidades. E é precisamente no mesmo princípio, do serviço prestado pelos nossos colaboradores à medida das necessidades das comunidades envolventes, que se inspira o On Demand Community. Esta iniciativa resulta numa equipa global de voluntários, no activo ou em situação de reforma, que conta com formação online, ferramentas e 83


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

recursos que pode partilhar – em qualquer altura, em qualquer lugar – com escolas e organizações comunitárias locais. Todos os interessados poderão, mediante registo num site interno especialmente concebido para o On Demand Community, aceder e utilizar as soluções disponibilizadas neste programa no âmbito do trabalho que desenvolvem ou podem vir a desenvolver em diferentes organizações ou instituições sociais. Este programa é complementado pelo “IBM Community Grants”, que possibilita que o número de horas prestadas por cada voluntário, e registadas online em base de dados própria, seja convertida em montante ou em equipamento, que reverterá a favor da instituição, em nome do voluntário que aí desenvolveu acção social. O On Demand Community constitui, assim, o primeiro esforço deste tipo para apoiar, através da tecnologia, dos serviços e de inovação da IBM, o trabalho que os nossos voluntários desenvolvem junto das comunidades em que estão inseridos. Estão hoje registados mais de 70 mil voluntários, entre IBMers no activo ou em situação de reforma, com cerca de 3 milhões e 200 mil horas de voluntariado já realizadas. Em Portugal, contamos já com 247 voluntários com mais de 9 mil e 900 horas de voluntariado registadas. Explorando o Interesse pelas Tecnologias e Engenharia é o mote do programa EXITE [“EXploring Interests in Technology and Engineering”], iniciativa da IBM realizada anualmente a nível mundial, em países que são seleccionados com base em dados estatísticos recolhidos junto de entidades oficiais com domínio na matéria, como é o caso dos Ministérios de Educação de cada país. Em Portugal, esta iniciativa reuniu no IBM Forum Lisboa, de 11 a 15 de Julho de 2005, 30 raparigas dos 11 aos 13 anos, provenientes de escolas de Lisboa e de Loures, e também filhas de empregados da IBM. Durante esta semana as jovens desenvolveram e partilharam um conjunto de actividades com o claro objectivo de despertar o interesse pelas áreas das ciências, das matemáticas e das tecnologias, num ambiente construtivo e divertido. Com esta acção proporcionou-se às raparigas um olhar mais profundo sobre a tecnologia e a engenharia através de actividades práticas, criando junto das jovens um entusiasmo que as conduza, no futuro, a uma carreira técnica e/ou à utilização da Tecnologia em qualquer carreira de sua vocação. Pretendeu-se, essencialmente, desmistificar a ideia do mundo das Tecnologias e das Ciências como uma esfera predominantemente masculina, através do esclarecimento de algumas das dúvidas com que as jovens desta faixa etária se deparam. Para este efeito, em muito contribuíram os diversos testemunhos, quer de estudantes, quer de profissionais IBM, que através da 84


Práticas de sucesso

partilha do seu exemplo e das suas experiências, explicaram as razões que os levaram a optar por cursos ou carreiras mais ligados a estas áreas. Ao longo de uma semana, as jovens puderam participar em projectos variados de engenharia e de ciência e, entre outras matérias, ficaram a par do impacte que a tecnologia tem no quotidiano e no modo como pode ser utilizada para resolver questões práticas do dia-a-dia. A preparação do EXITE e das diversas actividades (programação de um robot, matemática musical, geometria maluca, jornal do dia, jogos de provérbios, visitas temáticas no domínio das ciências,…) teve início logo em Fevereiro e contou com a participação de 70 voluntários IBM, entre colaboradores no activo e em situação de reforma, que se dedicaram ao planeamento e execução desta iniciativa, maioritariamente em tempo pós-laboral. O ambiente extraordinário vivido ao longo destes cinco dias foi resultado não só do empenho e da dedicação que os voluntários colocaram no sucesso da acção, mas também do entusiasmo e da alegria com que todos aderiram ao EXITE. Também a nível interno, a semana “exitiana” contribuiu para que muitos IBMers interagissem e trabalhassem pela primeira vez em equipa, sempre com a boa-disposição e a vontade de ensinar e aprender como pano de fundo. Aos voluntários foi distribuída informação útil para o desenvolvimento da iniciativa, abordando aspectos tão relevantes como a segurança, o voluntariado com crianças em idade escolar ou o programa de actividades de toda a semana. Em suma, o desiderato do EXITE não é definir a opção vocacional das jovens mas sim dar-lhes as ferramentas e a visão para encararem todas as profissões sem mitos nem tabus. De uma forma educativa e divertida, procurámos transmitir-lhes que “podem ter a profissão que quiserem desde que gostem do que façam e sejam bons a cumpri-lo.” Este Programa é complementado com um outro, o MentorPlace, que garante que, ao longo do ano escolar imediato, as 30 alunas presentes nesta iniciativa são acompanhadas, quer através de ferramentas online, quer presencialmente, por 30 mentoras, voluntárias IBM, na consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo de uma semana.

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Linklaters

Programa de voluntariado na Linklaters – Juntos fazemos a diferença A Linklaters é uma sociedade de advogados que aconselha algumas das maiores empresas e instituições financeiras do mundo, nas suas transacções e actividades. Uma das grandes preocupações da Linklaters tem sido, desde sempre, o apoio às comunidades em que está presente, apostando na responsabilidade social, principalmente nas seguintes áreas, onde entende que o seu apoio pode fazer a diferença: · Sucesso/Êxito – Fomentando os talentos emergentes por forma a alcançar as potencialidades de cada pessoa; · Empreendimento – Encorajando o empreendimento; · Acesso à Justiça – Assegurando os direitos e as responsabilidades legais. No âmbito deste esforço, destaca-se o plano de voluntariado. De acordo com Anthony Cann, Linklaters Senior Partner “o programa evidencia um forte sentido de responsabilidade social da firma e um compromisso de partilhar o nosso tempo e conhecimentos sempre que necessário”. Este programa visa alternativas flexíveis de voluntariado para os colaboradores, apostando em flyers (cartões informativos de voluntariado) nas áreas sociais das instalações. Estes podem ser encontrados nos restaurantes, cafés, recepções, intranet e salas de reuniões da Linklaters e apresentam as diferentes actividades de voluntariado. Estes flyers enquadram toda a informação inerente à actividade, incluindo o tempo a disponibilizar, o perfil necessário do voluntário e os benefícios inerentes para cada uma das actividades. Estas abrangem diferentes tipos de voluntariado, dos quais podemos destacar: pro-bono, lecionar em escolas, levantamento de fundos, entretenimento para crianças, actividades com idosos, etc. O programa permite, que cada voluntário decida qual a área temática e público-alvo actuar, assim como, a adequação à sua própria disponibilidade. A Linklaters permite ainda, que cada um dos colaboradores dedique um dia no ano para fins de voluntariado à sua escolha. 87



Microsoft

A Microsoft associou-se à Cais no desenvolvimento do projecto Cais Digital que surge como resposta ao desafio da criação de um Centro Comunitário de Aprendizagem Tecnológica, CTLCs (Community Technology Learning Centers) pela Microsoft, que visam proporcionar aos seus utentes formação em TIs de acordo com um curriculum Microsoft criado especificamente para estes projectos – o Unlimited Potential Curriculum. Este curriculum de 135 horas engloba os seguintes módulos sobre princípios elementares de: computador pessoal, processadores de texto, folha de cálculo, base de dados, apresentação, internet, web design e media digital. No âmbito do Cais Digital, foram criados dois espaços de utilização, um de formação, onde os utentes que se inscrevem no centro de inclusão digital da CAIS poderão ter acesso ao Curriculum acima discriminado, assim como uma zona de utilização livre, onde é possivel tirar partido dos seis computadores ali instalados para fazerem trabalhos pessoais, consultarem a Internet. Para que este projecto permita aos seus colaboradores conhecer a realidade do projecto e da comunidade que pretende servir, foi desenvolvido um programa de voluntariado. Neste âmbito, cada um dos colaboradores da Microsoft pode passar até dois dias por ano no projecto os utilizadores do centro na consulta e acesso livre. Para que cada um dos voluntários sinta que contribuiu para o projecto, são tidas em atenção as necessidades do espaço da CAIS Digital/Utilização Livre e horários de funcionamento. Assim, os utentes poderão utilizar o espaço livre entre as 14 horas e as 18 horas, para as seguintes actividades: › Acompanhamento e assistência na formação de 12 horas, curso de DCB (Diploma de Competências Básicas) – ajuda na resolução dos exercícios, sugestões de actividades no âmbito do programa de conteúdos do DCB (todos os dias das 14:00 às 16:00); › Acompanhamento e esclarecimento de dúvidas aos utilizadores do Espaço Livre – elaboração de Curriculum, resposta a anúncios de trabalho via Internet, pesquisas na Internet, formatar textos no Word, dúvidas sobre a utilização do e-mail, etc. (todos os dias das 16:00 às 18:00). 89



Miranda Correia Amendoeira & Associados

Desde as suas origens a Miranda procurou, de forma rigorosa e empenhada, colocar os seus recursos humanos e financeiros ao serviço das várias comunidades em que se encontra inserida. Tal contribuição traduz-se, por um lado, na participação, patrocínio e envolvimento em projectos e, por outro, na prestação de serviços e de aconselhamento jurídico de forma não remunerada. A Miranda acredita que o auxílio que pode prestar aos projectos, iniciativas e pessoas com que se envolve não se deve resumir à mera prestação de serviços jurídicos, enquanto resultado da prossecução da sua actividade. Na verdade, uma sociedade de advogados com as características da Miranda, para além dos serviços jurídicos pode, e deve, dar muito mais à comunidade de que faz parte. A criação de condições para que os seus advogados tenham flexibilidade nos seus horários de trabalho para a realização de trabalho voluntário é apenas um dos muitos exemplos em como, com pequenos passos, se podem criar condições para uma eficaz política de voluntariado. A Miranda acredita que o advogado, para além de um técnico em questões jurídicas, é também um servidor da justiça e da equidade. Estes princípios devem ser entendidos e interpretados em função do meio em que está inserido e, para tanto, é indispensável conhecer e participar nas comunidades que nos rodeiam. Por isso, a participação dos seus advogados em acções de voluntariado é uma forma de os enriquecer como profissionais. A Miranda, enquanto organização vocacionada para a prestação de serviços a clientes de grande dimensão, também consegue proporcionar condições para que certos projectos de voluntariado sejam melhor sucedidos ou assegurem a devida sustentabilidade. O relacionamento diário com clientes, fornecedores e parceiros nas mais variadas áreas de actividade, permitiu a concretização de diversos projectos de voluntariado. Um dos projectos que merece destacar é o envolvimento da Miranda com a ICAF.

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

A Experiência ICAF Como paradigma da mais recente parceria da Miranda destaca-se a estabelecida com a International Child Art Foundation (ICAF). A ICAF é uma organização privada sem fins lucrativos, com sede em Washington, nos Estados Unidos, que tem como principal objectivo promover e fomentar a criatividade infantil através duma interacção constante entre crianças de todo o mundo e as diversas disciplinas relacionadas com as artes. Pretende-se através da criatividade e arte infantil sensibilizar a consciência civil para os problemas da paz e da pobreza mundial. O representante da ICAF em Portugal é Francisco Silva Santos, advogado da Miranda. A colaboração entre ambas as entidades resultou, até agora, na divulgação da actividade prosseguida pela ICAF em Portugal, assim como na elaboração de documentos e contratos, passando pelo patrocínio de uma exposição de pintura de arte infantil a realizar brevemente. Informação adicional sobre a ICAF pode ser obtida em www.icaf.org.

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Pfizer

A Pfizer é uma empresa que procura descobrir, desenvolver e inovar através dos seus produtos, na luta por uma vida mais longa, mais saudável e mais produtiva. Esta missão estende-se aos Programas de Cidadania Empresarial da Pfizer, espalhados por todo o mundo, com o desejo de construir uma vida melhor e ajudar a encontrar soluções para os problemas da comunidade onde vive e trabalha. Em Portugal, a Pfizer apoia regularmente várias causas e instituições que considera válidas: escolas, associações de doentes, instituições de solidariedade social, iniciativas artísticas, programas de ajuda humanitária, bolsas de incentivo à investigação científica, acções de voluntariado, entre outras. Inserido no seu programa de responsabilidade, a Pfizer lançou um projecto intitulado “Ajudar é o melhor remédio” Através deste projecto, a Pfizer apoia e encoraja a os seus funcionários a participar em acções de voluntariado, contribuindo com os seus conhecimentos e tempo, para causas que ajudem ao desenvolvimento da Comunidade onde se insere e a torná-la um espaço bom para viver, prosseguir carreira e expandir horizontes culturais. Este projecto é desenvolvido em colaboração com associações e organismos de solidariedade social, sem fins lucrativos. Ao abrigo do projecto “Ajudar é o melhor remédio!”, anualmente organiza-se um dia inteiramente dedicado ao trabalho voluntário, promovendo uma actividade de apoio à comunidade, em que se incentiva e facilita a participação de todos os colaboradores. Pretendem com este acção, desenvolver actividades que sirvam por um lado, as necessidades das instituições envolvidas, por outro, proporcionar um enriquecimento pessoal (melhor compreensão de outras realidades), e uma sensação de missão cumprida. Um dos exemplos desta iniciativa foi o auxílio dado ao Centro de Acolhimento Temporário de Tercena, uma instituição que apoia cerca de 50 crianças e jovens em risco, retiradas às suas famílias na sequência de situações de abandono ou maus-tratos. A intervenção incluiu a pintura da 93


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

fachada do edifício e os seus interiores, o arranjo dos espaços verdes e a criação de uma sala de brincar polivalente. A intervenção ocorreu no dia 22 de Outubro, contando com o entusiástico apoio dos elementos da Pfizer, divididos em várias equipas. No final do dia, o resultado ficou à vista que, nas palavras dos seus técnicos, assim o resumiram: “esta acção solidária, transformou esta casa, qual varinha mágica, dando-lhe mais cor, alegria e conforto; uma casa linda, de que todas as crianças se orgulham”. Ao promover projectos como este, a Pfizer fomenta o espírito de equipa dos funcionários, traz para o dia-a-dia da empresa o valor Comunidade, aumentar o sentimento de orgulho em trabalharem para a empresa e humanizam a imagem da mesma, que é feita de pessoas comuns.

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Roche

Na Roche os colaboradores, incluindo Director-geral, são dispensados no seu horário de trabalho para participarem em acções de voluntariado. Todas as semanas, um grupo de quatro funcionários, independentemente da sua posição hierárquica, serve refeições ou distribui roupa nos centros Porta Amiga, que a AMI tem em Cascais e nas Olaias. «Quisemos não só passar o cheque ou oferecer medicamentos, o que seria relativamente fácil para nós, mas também envolver as pessoas numa acção a longo prazo», explica João Frias Pereira, assessor de comunicação da farmacêutica. Esta iniciativa com cariz sistemático só foi possível devido à «sensibilidade» do director-geral para estes problemas, uma vez que implicou reestruturações a nível de serviço, organização e, claro, vontade por parte dos funcionários. E a empresa não fica prejudicada? «As pessoas estão satisfeitas, sentem que estão a ajudar, e nunca ouvi dizer que deixaram de fazer o seu trabalho», avalia George Gemayel. É bom para a companhia, porque, dando um contributo à sociedade, desenvolve-se também o lado humano das pessoas. «Temos consciência de que é uma gota no oceano, mas não temos a pretensão de dizer que estamos a mudar o mundo», afirma, de forma humilde. A esta iniciativa não é alheio o facto de George Gemayel ter trabalhado nos Estados Unidos, onde 50% da população está envolvida neste tipo de trabalho sem remuneração. «Na Holanda, na Bélgica e nos Estados Unidos, este tipo de iniciativas é comum», explica Ana Martins, coordenadora da AMI. São muitas as empresas que oferecem horas do seu funcionamento normal para quem deseje fazer voluntariado em instituições de solidariedade ou sem fins lucrativos. «Se uma companhia contribuir monetariamente para estas instituições ou tiver funcionários que dediquem parte do seu tempo a fazer voluntariado, automaticamente, os impostos diminuem», refere Maria do Carmo Romão, confessando o seu desejo de que, em Portugal, o trabalho de voluntariado fosse uma missão de cidadania, tal como acontece nos Estados Unidos. «É outra mentalidade», afirma o director-geral da Roche. 95



Santander Totta

Núcleo de Voluntariado do Santander Totta em linha com a missão do Banco O Núcleo de Voluntariado Santander Totta foi criado em 2004 com o objectivo de incentivar a participação dos colaboradores do Banco em acções de cidadania empresarial e criar uma atitude de cooperação entre os colaboradores e as comunidades envolventes. Desde a sua criação, o Núcleo de Voluntariado do Banco Santander Totta já integrou um conjunto de iniciativas comunitárias onde tem participado activamente. Os colaboradores voluntários contribuem com a oferta do seu trabalho e do seu know-how especializado enquanto o Banco disponibiliza o tempo de trabalho dos membros do Núcleo, bem como apoia financeiramente as acções concretizadas. O Núcleo decidiu iniciar a sua actividade focando os seus esforços numa única instituição, para que fosse aprendendo a construir uma relação de confiança entre o Banco e a instituição alvo. A escolha recaiu sobre a FENACERCI, pela sua acção social e pelo facto de estar implantada a nível nacional. Desde a sua criação, o Núcleo tem vindo a gerar inúmeras iniciativas, nomeadamente: · Dia do Voluntário, onde os voluntários do Santander Totta dedicaram um dia, disponibilizado pelo Banco, para acompanhar as crianças numa iniciativa de âmbito nacional promovida pela FENACERCI. Os colaboradores animaram, assim, um encontro de crianças que incluiu um peddy paper, piquenique e uma visita ao Portugal dos Pequeninos em Coimbra; · Campanha interna – “Seja Voluntário por um Dia”–, destinada a recolher fundos junto de todos os colaboradores do Banco para a aquisição de equipamentos destinados à Cerci Póvoa; · Circo de Natal – Acompanhamento por parte dos Voluntários todos os anos de crianças das CERCIs aos espectáculos de Circo que o Banco promove para os filhos dos seus Colaboradores;

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Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

· Oferta pelo Núcleo de Voluntários de obras de arte do espólio do Banco, por este cedidas, para leilão e angariação de fundos; · Entrega pelo Núcleo de Voluntariado de um donativo por altura do aniversário da CERCI de Lisboa; · Participação activa na “Campanha do Pirilampo Mágico”, com o envolvimento directo de dezenas de voluntários; · Integração de técnicos da FENACERCI em acções formativas promovidas pelo Santander Totta. Para além da rela ção de dedicação à FENACERCI, o Núcleo tem respondido de forma muito dinâmica a outras iniciativas, com destaque para: · “Pão de Todos” – Cerca de 30 voluntários participam desde 2004 nesta iniciativa, organizada pela CAIS com o objectivo de sensibilizar a sociedade para a realidade das pessoas que passam fome em Portugal. Nesta ocasião, o Banco associou-se com a oferta de dois mil cachecóis aos sem-abrigo da cidade de Lisboa que foram distribuídos pela CAIS no almoço de Natal; · Cerca de uma centena de Voluntários esteve envolvida na “Campanha de doação de medula” lançada pelo CEDACE; · Angariação de filmes para o IPO do Porto e para as Aldeias SOS. De referir que para além da actividade do Núcleo de Voluntariado, o Banco participa em outras inúmeras iniciativas sociais e culturais, assumindo assim como parte da sua missão a responsabilidade como elemento activo da sociedade.

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Sonaecom

A Sonaecom é a sub-holding do Grupo Sonae para a área das Telecomunicações, Media e Software e Sistemas de Informação (SSI). Um dos valores assumidos por esta organização é a Responsabilidade Social. Neste âmbito, a Sonae.com criou a equipa de voluntariado Smile, constituída por colaboradores de todas as empresas participadas da Sonaecom e que materializa uma das vertentes da política de Responsabilidade Social do Grupo, ao promover o envolvimento e comprometimento com a comunidade. O Smile desenvolve a sua actividade durante todo o ano através de acções regulares, como o apoio a escolas, crianças hospitalizadas e centros de dia de terceira idade; acções extraordinárias, de carácter não contínuo, mas que exigem maior envolvimento e espírito de coesão; e acções de sensibilização como doação de sangue, recolha de medula óssea e boas práticas ambientais. No âmbito das suas actividades, O Smile – equipa de voluntariado da Sonaecom, realizou o sonho a 40 crianças da Instituição da Obra do Frei Gil e da Aldeia SOS, ao proporcionar-lhes a sua primeira visita ao Estádio do Dragão. Para além de assistirem a um jogo de futebol entre colaboradores e Clientes Corporate da Optimus, ainda houve tempo para visitar o recinto e pedir autógrafos ao Rui Barros, ao João Pinto e ao Frasco que se juntaram à iniciativa. Por cada golo marcado por ambas as equipas, foi atribuído o montante de duzentos euros a dividir equitativamente pelas duas instituições. Enquanto no relvado se esqueciam os negócios e se corria para marcar golos, nas bancadas, as 40 crianças, vestidas a rigor com o tradicional cachecol e boné do Futebol Clube do Porto faziam as honras de uma claque à séria. Para quem esteve no campo, mais importante do que a vitória no jogo foi o sorriso no rosto destas crianças. Esta acção do Smile – equipa de voluntariado da Sonaecom, para além do apoio financeiro que conseguiu para as duas instituições, demonstrou, uma vez mais, o crescente envolvimento dos colaboradores da Sonaecom em apoiar iniciativas que envolvam a comunidade.

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Universidade Católica Portuguesa

A “CASO” A Universidade Católica Portuguesa, com o intuito de desempenhar um papel mais activo combater numa sociedade cada vez mais marcada pelo individualismo, criou a CASO, um grupo que visa fomentar o voluntariado dentro da Universidade Católica. O primeiro objectivo da CASO é o de sensibilizar a Comunidade Universitária para os problemas sociais que nos rodeiam e que não podem ser inteiramente resolvidos pela caridade tradicional, que a cada dia que passa se torna menos suficiente. Os universitários, até pela sua formação superior, têm obrigação de perceber melhor a realidade, de saber interpretá-la, reconhecendo nela as situações de carência que justificam o trabalho social voluntário. O segundo objectivo é o de mobilizar os necessários apoios junto da comunidade escolar, apoio às iniciativas de uma das áreas principais: a Loja CASO, onde poderão ser prestados apoios materiais que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas mais carenciadas e/ou colaborações pontuais em tudo o que contribua para o desenvolvimento deste projecto. A actividade da CASO é desenvolvida exclusivamente por voluntários e está orientada para cinco áreas principais: a Terceira Idade, as Crianças, a Deficiência, o Banco Alimentar e a Loja CASO. Existe um coordenador para cada uma destas áreas que é o responsável directo pelas relações entre a Associação e as Instituições com quem colaboram. Completa a estrutura o coordenador geral, cuja tarefa principal é a de procurar assegurar a complementaridade do trabalho desenvolvido nas diferentes áreas. A CASO é uma associação jovem mas já conta com a adesão de vários docentes, funcionários e estudantes. Mas se, por se tratar de uma associação ainda jovem, a CASO tem um passado curto, o presente é cada vez mais motivador e o futuro será certamente demonstrativo do bom trabalho que tem sido desenvolvido. Os planos para um futuro de colaboração entre universitários são alargados, mas a CASO pretende dar um passo de cada vez e, firmemente, avançar rumo a um projecto mais sólido e concreto de sensibilização do voluntariado universitário. 101


Anexos

ANEXO 1 Assembleia da República Lei nº71/98 de 3 de Novembro Bases do enquadramento jurídico do voluntariado A Assembleia da República decreta, nos termos do artigo 161º, alínea c), do artigo 166º, nº3, e do artigo 112º, nº5, da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte: capítulo i Disposições gerais Artigo 1º Objecto A presente lei visa promover e garantir a todos os cidadãos a participação solidária em acções de voluntariado e definir as bases do seu enquadramento jurídico. Artigo 2º Voluntariado 1 – Voluntariado é o conjunto de acções de interesse social e comunitário realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas. 2 – Não são abrangidas pela presente lei as actuações que, embora desinteressadas, tenham um carácter isolado e esporádico ou sejam determinadas por razões familiares, de amizade e de boa vizinhança.


Anexos

Artigo 3º Voluntário 1 – O voluntário é o indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma organização promotora. 2 – A qualidade de voluntário não pode, de qualquer forma, decorrer de relação de trabalho subordinado ou autónomo ou de qualquer relação de conteúdo patrimonial com a organização promotora, sem prejuízo de regimes especiais constantes da lei. Artigo 4º Organizações promotoras 1 – Para efeitos da presente lei, consideram-se organizações promotoras as entidades públicas da administração central, regional ou local ou outras pessoas colectivas de direito público ou privado, legalmente constituídas, que reúnam condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade, que devem ser definidas nos termos do artigo 11º 2 – Poderão igualmente aderir ao regime estabelecido no presente diploma, como organizações promotoras, outras organizações socialmente reconhecidas que reúnam condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade. 3 – A actividade referida nos números anteriores tem de revestir interesse social e comunitário e pode ser desenvolvida nos domínios cívico, da acção social, da saúde, da educação, da ciência e cultura, da defesa do património e do ambiente, da defesa do consumidor, da cooperação para o desenvolvimento, do emprego e da formação profissional, da reinserção social, da protecção civil, do desenvolvimento da vida associativa e da economia social, da promoção do voluntariado e da solidariedade social, ou em outros de natureza análoga.

capítulo ii Princípios Artigo 5º Princípio geral O Estado reconhece o valor social do voluntariado como expressão do exercício livre de uma cidadania activa e solidária e promove e garante a sua autonomia e pluralismo. 103


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Artigo 6º Princípios enquadradores do voluntariado 1 – O voluntariado obedece aos princípios da solidariedade, da participação, da cooperação, da complementaridade, da gratuitidade, da responsabilidade e da convergência. 2 – O princípio da solidariedade traduz-se na responsabilidade de todos os cidadãos pela realização dos fins do voluntariado. 3 – O princípio da participação implica a intervenção das organizações representativas do voluntariado em matérias respeitantes aos domínios em que os voluntários desenvolvem o seu trabalho. 4 – O princípio da cooperação envolve a possibilidade de as organizações promotoras e as organizações representativas do voluntariado estabelecerem relações e programas de acção concertada. 5 – O princípio da complementaridade pressupõe que o voluntário não deve substituir os recursos humanos considerados necessários à prossecução das actividades das organizações promotoras, estatutariamente definidas. 6 – O princípio da gratuitidade pressupõe que o voluntário não é remunerado, nem pode receber subvenções ou donativos, pelo exercício do seu trabalho voluntário. 7 – O princípio da responsabilidade reconhece que o voluntário é responsável pelo exercício da actividade que se comprometeu realizar, dadas as expectativas criadas aos destinatários do trabalho voluntário. 8 – O princípio da convergência determina a harmonização da acção do voluntário com a cultura e objectivos institucionais da entidade promotora.

capítulo iii Direitos e deveres do voluntário Artigo 7º Direitos do voluntário 1 – São direitos do voluntário: a) Ter acesso a programas de formação inicial e contínua, tendo em vista o aperfeiçoamento do seu trabalho voluntário; b) Dispor de um cartão de identificação de voluntário; c) Enquadrar-se no regime do seguro social voluntário, no caso de não estar abrangido por um regime obrigatório de segurança social; d) Exercer o seu trabalho voluntário em condições de higiene e segurança; e) Faltar justificadamente, se empregado, quando convocado pela organi104


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zação promotora, nomeadamente por motivo do cumprimento de missões urgentes, em situações de emergência, calamidade pública ou equiparadas; f ) Receber as indemnizações, subsídios e pensões, bem como outras regalias legalmente definidas, em caso de acidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário; g) Estabelecer com a entidade que colabora um programa de voluntariado que regule as suas relações mútuas e o conteúdo, natureza e duração do trabalho voluntário que vai realizar; h) Ser ouvido na preparação das decisões da organização promotora que afectem o desenvolvimento do trabalho voluntário; i) Beneficiar, na qualidade de voluntário, de um regime especial de utilização de transportes públicos, nas condições estabelecidas na legislação aplicável; j) Ser reembolsado das importâncias despendidas no exercício de uma actividade programada pela organização promotora, desde que inadiáveis e devidamente justificadas, dentro dos limites eventualmente estabelecidos pela mesma entidade. 2 – As faltas justificadas previstas na alínea e) contam, para todos os efeitos, como tempo de serviço efectivo e não podem implicar perda de quaisquer direitos ou regalias. 3 – A qualidade de voluntário é compatível com a de associado, de membro dos corpos sociais e de beneficiário da organização promotora através da qual exerce o voluntariado. Artigo 8º Deveres do voluntário São deveres do voluntário: a) Observar os princípios deontológicos por que se rege a actividade que realiza, designadamente o respeito pela vida privada de todos quantos dela beneficiam; b) Observar as normas que regulam o funcionamento da entidade a que presta colaboração e dos respectivos programas ou projectos; c) Actuar de forma diligente, isenta e solidária; d) Participar nos programas de formação destinados ao correcto desenvolvimento do trabalho voluntário; e) Zelar pela boa utilização dos recursos materiais e dos bens, equipamentos e utensílios postos ao seu dispor; f ) Colaborar com os profissionais da organização promotora, respeitando as suas opções e seguindo as suas orientações técnicas;

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g) Não assumir o papel de representante da organização promotora sem o conhecimento e prévia autorização desta; h) Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário de acordo com o programa acordado com a organização promotora; i) Utilizar devidamente a identificação como voluntário no exercício da sua actividade. capítulo iv Relações entre o voluntário e a organização promotora Artigo 9º Programa de voluntariado Com respeito pelas normas legais e estatutárias aplicáveis, deve ser acordado entre a organização promotora e o voluntário um programa de voluntariado do qual possam constar, designadamente: a) A definição do âmbito do trabalho voluntário em função do perfil do voluntário e dos domínios da actividade previamente definidos pela organização promotora; b) Os critérios de participação nas actividades promovidas pela organização promotora, a definição das funções dela decorrentes, a sua duração e as formas de desvinculação; c) As condições de acesso aos locais onde deva ser desenvolvido o trabalho voluntário, nomeadamente lares, estabelecimentos hospitalares e estabelecimentos prisionais; d) Os sistemas internos de informação e de orientação para a realização das tarefas destinadas aos voluntários; e) A avaliação periódica dos resultados do trabalho voluntário desenvolvido; f ) A realização das acções de formação destinadas ao bom desenvolvimento do trabalho voluntário; g) A cobertura dos riscos a que o voluntário está sujeito e dos prejuízos que pode provocar a terceiros no exercício da sua actividade, tendo em consideração as normas aplicáveis em matéria de responsabilidade civil; h) A identificação como participante no programa a desenvolver e a certificação da sua participação; i) O modo de resolução de conflitos entre a organização promotora e o voluntário.

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Artigo 10º Suspensão e cessação do trabalho voluntário 1 – O voluntário que pretenda interromper ou cessar o trabalho voluntário deve informar a entidade promotora com a maior antecedência possível. 2 – A organização promotora pode dispensar a colaboração do voluntário a título temporário ou definitivo sempre que a alteração dos objectivos ou das práticas institucionais o justifique. 3 – A organização promotora pode determinar a suspensão ou a cessação da colaboração do voluntário em todos ou em alguns domínios de actividade no caso de incumprimento grave e reiterado do programa de voluntariado por parte do voluntário.

capítulo v Disposições finais e transitórias Artigo 11º Regulamentação 1 – O Governo deve proceder à regulamentação da presente lei no prazo máximo de 90 dias, estabelecendo as condições necessárias à sua integral e efectiva aplicação, nomeadamente as condições da efectivação dos direitos consignados nas alíneas f ), g) e j) do nº1 do artigo 7º 2 – A regulamentação deve ter ainda em conta a especificidade de cada sector da actividade em que se exerce o voluntariado. 3 – Até à sua regulamentação mantém-se em vigor a legislação que não contrarie o preceituado na presente lei. Artigo 12º Entrada em vigor A presente lei entra em vigor 30 dias após a sua publicação.

Aprovada em 24 de Setembro de 1998. O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. Promulgada em 21 de Outubro de 1998. Publique-se. O Presidente da República, Jorge Sampaio. Referendada em 23 de Outubro de 1998. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.

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ANEXO 2 Ministério do Trabalho e da Solidariedade Decreto-Lei nº389/99 de 30 de Setembro O voluntariado é uma actividade inerente ao exercício de cidadania que se traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral. Reconhecendo que o trabalho voluntário representa hoje um dos instrumentos básicos de participação da sociedade civil nos mais diversos domínios de actividade, a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, estabeleceu as bases do enquadramento jurídico do voluntariado. Procurando ir ao encontro das necessidades sentidas pelos voluntários e pelas diversas entidades que enquadram a sua acção, a lei do voluntariado delimitou com precisão o conceito de voluntariado, definiu os princípios enquadradores do trabalho voluntário e contemplou um conjunto de medidas consubstanciadas em direitos e deveres dos voluntários e das organizações promotoras no âmbito de um compromisso livremente assumido de dar cumprimento a um programa de voluntariado. Tendo em conta a liberdade que caracteriza e define o voluntariado, a regulamentação da citada lei, nos termos do seu artigo 11º, cinge-se às condições necessárias à sua integral e efectiva aplicação e às condições de efectivação dos direitos consignados no nº1 do seu artigo 7º, designadamente nas alíneas f ), g) e j). Partindo destas premissas, designadamente no que respeita à garantia da liberdade inerente ao voluntariado e do exercício de cidadania expresso numa participação solidária, a presente regulamentação, no desenvolvimento da Lei nº71/98, contempla também instrumentos operativos que permitam efectivar direitos dos voluntários e promover e consolidar um voluntariado sólido, qualificado e reconhecido socialmente. Neste contexto, são, assim, objecto de regulamentação as condições de efectivação dos direitos consignados no nº1 do artigo 7º, bem como outras medidas que, de harmonia com o disposto no seu artigo 11º, se mostram necessárias à sua integral e efectiva aplicação. É, designadamente, o caso de se contemplar a criação do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, cuja composição será definida por resolução do Conselho de Ministros, o mesmo acontecendo ao organismo que prestará o apoio necessário ao seu funcionamento e execução das deliberações. Esta entidade, para além de operacionalizar diversas acções 108


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relacionadas com a efectivação dos direitos dos voluntários, designadamente no que respeita à cobertura de responsabilidade civil das organizações promotoras, em caso de acidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário e à emissão e controlo do cartão de identificação do voluntário, terá como objectivos fundamentais: Desenvolver as acções indispensáveis ao efectivo conhecimento e caracterização do universo dos voluntários; Apoiar as organizações promotoras e dinamizar acções de formação, bem como outros programas que contribuam para uma melhor qualidade e eficácia do trabalho voluntário, e desenvolver todo um conjunto de medidas que, situadas numa lógica de promoção e divulgação do voluntariado concorram, de forma sistemática, para a sua valorização e para sensibilizar a sociedade em geral para a importância da acção voluntária como instrumento de solidariedade e desenvolvimento. Nesta base, o presente diploma procede à regulamentação da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, criando as condições que permitam promover e apoiar o voluntariado tendo em conta a relevância da sua acção na construção de uma sociedade mais solidária e preocupada com os seus membros. Assim: Em cumprimento do previsto no artigo 11º da Lei nº17/98, de 3 de Novembro, e nos termos da alínea c) do nº1 do artigo 198º da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: capítulo i Disposições gerais Artigo 1º Objectivos O presente diploma regulamenta a Lei nº71/98, de 3 de Novembro, que estabeleceu as bases do enquadramento jurídico do voluntariado. Artigo 2º Organizações promotoras 1 – Reúnem condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade as pessoas colectivas que desenvolvam actividades nos domínios a que se refere o nº3 do artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, e que se integrem numa das seguintes categorias: a) Pessoas colectivas de direito público de âmbito nacional, regional ou local; 109


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b) Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa; c) Pessoas colectivas de utilidade pública, incluindo as instituições particulares de solidariedade social. 2 – Podem ainda reunir condições para integrar voluntários e coordenar o exercício da sua actividade organizações não incluídas no número anterior, desde que o ministério da respectiva tutela considere com interesse as suas actividades e efectivo e relevante o seu funcionamento. Artigo 3º Emissão do cartão de identificação do voluntário 1 – A emissão do cartão de identificação de voluntário é efectuada mediante requerimento da organização promotora dirigido à entidade responsável pela sua emissão. 2 – Do requerimento deverão constar os seguintes elementos: a) Referência à celebração do programa do voluntariado a que se refere o artigo 9º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro; b) Nome e residência do voluntário, bem como duas fotografias tipo passe; c) Identificação da área de actividade do voluntário, nos termos do nº3 do artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro. 3 – A suspensão ou a cessação da colaboração do voluntário determina a obrigatoriedade da devolução do cartão de identificação do voluntário à organização promotora. 4 – No caso da cessação da colaboração do voluntário a organização promotora deverá dar conhecimento do facto e devolver o cartão de identificação do voluntário à entidade responsável pela sua emissão. Artigo 4º Cartão de identificação de voluntário 1 – O cartão de identificação de voluntário deve obedecer às dimensões de 8,5x6,5 cm e conter obrigatoriamente elementos respeitantes à identificação do voluntário, da organização promotora e da área de actividade do voluntário. 2 – Do cartão deve ainda constar a identificação da entidade responsável pela sua emissão, bem como a data em que foi emitido. 3 – O cartão de identificação de voluntário é emitido segundo modelo a aprovar por portaria do Ministro do Trabalho e da Solidariedade.

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Artigo 5º Acreditação e certificação do trabalho voluntário A acreditação e certificação do trabalho voluntário efectua-se mediante certificado emitido pela organização promotora no âmbito da qual o voluntário desenvolve o seu trabalho, onde, para além da identificação do voluntário, deve constar, designadamente, o domínio da respectiva actividade, o local onde foi exercida, bem como o seu início e duração.

capítulo ii Enquadramento no regime do seguro social voluntário Artigo 6º Requisitos Pode beneficiar do regime do seguro social voluntário a que se refere a alínea c) do nº1 do artigo 7º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, o voluntário que preencha, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) Tenha mais de 18 anos; b) Esteja integrado num programa de voluntariado, nos termos do artigo 9º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro; c) Não esteja abrangido por regime obrigatório de protecção social pelo exercício simultâneo de actividade profissional, nomeadamente auferindo prestações de desemprego; d) Não seja pensionista da segurança social ou de qualquer outro regime de protecção social. Artigo 7º Requerimento 1 – O enquadramento no regime do seguro social voluntário depende da manifestação de vontade do interessado, mediante a apresentação de requerimento no centro regional de segurança social cujo âmbito territorial abranja a área de actividade da respectiva organização promotora, instruído com os seguintes documentos: a) Bilhete de identidade, cédula pessoal, certidão de nascimento ou outro documento de identificação; b) Declaração emitida pela organização promotora comprovativa de que o voluntário se insere num programa de voluntariado; c) Declaração do interessado de que preenche os requisitos constantes das alíneas c) e d) do nº1 do artigo 6º;

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d) Certificação médica de aptidão para o trabalho efectuada pelo sistema de verificação de incapacidades, através do médico relator. 2 – O interessado deve comunicar ao centro regional de segurança social todas as alterações da sua situação susceptíveis de influenciar o enquadramento no regime do seguro social voluntário. Artigo 8º Cessação do enquadramento 1 – A cessação do trabalho voluntário determina a cessação do enquadramento no regime do seguro social voluntário, devendo a organização promotora comunicar tal facto ao centro regional competente, até ao final do mês seguinte àquele em que se verificou a respectiva cessação. 2 – Verifica-se ainda a cessação do enquadramento no regime quando o beneficiário deixar de preencher algum dos requisitos constantes do artigo 6º 3 – A cessação do enquadramento produz efeitos a partir da data do facto determinante da mesma. Artigo 9º Reinício do enquadramento O enquadramento pode ser retomado, a requerimento do voluntário, desde que os requisitos sejam de novo comprovados. Artigo 10º Esquema de prestações 1 – O voluntário abrangido pelo seguro social voluntário, nos termos do presente diploma, tem direito às prestações nas eventualidades de invalidez, velhice, morte e doença profissional. 2 – A cobertura do risco de doenças profissionais é assegurada pelo Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais. 3 – Para efeitos do disposto no número anterior, a actividade prestada como voluntário considera-se equiparada a actividade profissional. Artigo 11º Obrigação contributiva 1 – As contribuições para a segurança social são determinadas pela aplicação das taxas contributivas, para as respectivas eventualidades, nos termos do disposto nos artigos 39º e 40º do Decreto-Lei nº40/89, de 12 de Fevereiro, à remuneração mínima nacional garantida à generalidade dos trabalhadores.

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2 – O pagamento das contribuições referidas nos números anteriores é efectuado pela organização promotora que integra o voluntário. Artigo 12º Regime subsidiário Em tudo o que não se encontre especificamente regulado no presente capítulo aplicam-se as disposições em vigor para o seguro social voluntário constantes do Decreto-Lei nº40/89, de 1 de Fevereiro.

capítulo iii Voluntário empregado Artigo 13º Convocação do voluntário empregado, durante o período de trabalho 1 – O voluntário empregado pode ser convocado pela organização promotora, para prestar a sua actividade durante o tempo de trabalho, nos seguintes casos: a) Por motivo de cumprimento de missões urgentes que envolvam o recurso a determinados meios humanos que não se encontrem disponíveis em número suficiente ou com a preparação adequada para esse efeito; b) Em situação de emergência, calamidade pública, acidentes de origem climatérica ou humana que pela sua dimensão ou gravidade justifiquem a mobilização dos meios existentes afectos às áreas responsáveis pelo controlo da situação e reposição da normalidade ou em casos de força maior devidamente justificados; c) Em situações especiais inadiáveis em que a participação do voluntário seja considerada imprescindível para a prossecução dos objectivos do programa de voluntariado. 2 – Para efeitos do disposto na alínea c) do número anterior o voluntário dispõe de um crédito de quarenta horas anuais. Artigo 14º Termos da convocatória As faltas ao trabalho pelos motivos referidos no artigo anterior devem ser precedidas de convocação escrita da organização promotora, da qual conste a natureza da actividade a desempenhar e o motivo que a justifique, podendo, em caso de reconhecida urgência, ser feita por outro meio, designadamente por telefone, devendo ser confirmada por escrito no dia útil imediato.

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Artigo 15º Efeitos das faltas As faltas ao trabalho do voluntário empregado, devidamente convocado, consideram-se justificadas, sem perda de retribuição ou quaisquer outros direitos e regalias, nos termos do nº2 do artigo 7º da Lei nº71/98, mediante a apresentação da convocatória e do documento comprovativo do cumprimento da missão para que foi convocado, passado pela organização promotora.

capítulo iv Acidente ou doença contraída no exercício do trabalho voluntário Artigo 16º Seguro obrigatório 1 – A protecção do voluntário em caso de acidente ou doença sofridos ou contraídos por causa directa e especificamente imputável ao exercício do trabalho voluntário é garantida pela organização promotora, mediante seguro a efectuar com as entidades legalmente autorizadas para a sua realização. 2 – O seguro obrigatório compreende uma indemnização e um subsídio diário a atribuir, respectivamente, nos casos de morte e invalidez permanente e de incapacidade temporária. Artigo 17º Apólice de seguro de grupo Para a realização do seguro obrigatório será contratada apólice de seguro de grupo.

capítulo v Programa de voluntariado Artigo 18º Programa de voluntariado 1 – Na elaboração do programa de voluntariado a que se refere o artigo 9º da Lei nº71/98 deverão ser tidas em conta as especificidades de cada sector de actividade em que se exerce o voluntariado. 2 – A especificidade de cada sector de actividade poderá justificar a elaboração de um modelo de programa a aprovar pelo ministro da tutela.

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Artigo 19º Despesas derivadas do cumprimento do programa de voluntariado 1 – O voluntário, sem prejuízo da realização de despesas inadiáveis e reembolsáveis nos termos da alínea j) do artigo 7º da Lei nº71/98, não pode ser onerado com despesas que resultem exclusivamente do exercício regular do trabalho voluntário nos termos acordados no respectivo programa. 2 – Sempre que a utilização de transportes públicos pelo voluntário seja derivada exclusivamente do cumprimento do programa de voluntariado, a organização promotora diligenciará no sentido de ser facultado ao voluntário o título ou meio adequado de transporte.

capítulo vi Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado Artigo 20º Constituição 1 – Com o fim de desenvolver e qualificar o voluntariado é criado o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado. 2 – Por resolução do Conselho de Ministros serão definidas a composição do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, assim como o organismo que lhe prestará o apoio necessário ao seu funcionamento e execução das suas deliberações. Artigo 21º Competências Compete ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado desenvolver as acções indispensáveis à promoção, coordenação e qualificação do voluntariado, nomeadamente: a) Desenvolver as acções adequadas ao conhecimento e caracterização do universo dos voluntários; b) Emitir o cartão de identificação do voluntário nos termos estabelecidos no artigo 3º; c) Promover as acções inerentes à contratação de uma apólice de seguro de grupo entre as organizações promotoras e as entidades seguradoras tendo em vista a cobertura da responsabilidade civil nos termos referidos nos artigos 16º e seguintes;

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d) Providenciar junto das empresas transportadoras, sempre que se justifique, a celebração de acordos para utilização de transportes públicos pelos voluntários, considerando o disposto no nº2 do artigo 19º; e) Dinamizar, com as organizações promotoras, acções de formação, bem como outros programas que contribuam para uma melhor qualidade e eficácia do trabalho voluntário; f ) Conceder apoio técnico às organizações promotoras mediante a disponibilização de informação com interesse para o exercício do voluntariado; g) Promover e divulgar o voluntariado como forma de participação social e de solidariedade entre os cidadãos, através dos meios adequados, incluindo os meios de comunicação social; h) Sensibilizar a sociedade em geral para a importância do voluntariado como forma de exercício do direito de cidadania, promovendo a realização de debates, conferências e iniciativas afins; i) Promover a realização de estudos sociológicos, designadamente em colaboração com as universidades, sobre a atitude, predisposição e motivação dos cidadãos para a realização do trabalho voluntário; j) Sensibilizar as empresas para, em termos curriculares, valorizarem a experiência adquirida em acções de voluntariado, especialmente dos jovens à procura de emprego; l) Acompanhar a aplicação do presente diploma e propor as medidas que se revelem adequadas ao seu aperfeiçoamento e desenvolvimento. capítulo vii Disposições finais Artigo 22º Avaliação No prazo de um ano após a entrada em vigor do presente diploma será feita a avaliação dos mecanismos no mesmo estabelecidos para operacionalização e promoção do trabalho voluntário, nomeadamente o desenvolvido pelos titulares dos órgãos sociais das organizações promotoras, tendo em vista a introdução das alterações que se mostrem necessárias. Artigo 23º Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor um mês após a data da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 22 de Julho de 1999. – Jaime José Matos da Gama – Guilherme d’Oliveira Martins – Francisco Ventura 116


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Ramos – Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues – José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Promulgado em 17 de Setembro de 1999. Publique-se. O Presidente da República, Jorge Sampaio. Referendado em 20 de Setembro de 1999. O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. ANEXO 3 Presidência do Conselho de Ministros Conselho de Ministros Resolução nº50/2000 (2ª série) As bases do enquadramento jurídico do voluntariado foram estabelecidas pela Lei nº71/98, de 3 de Novembro. Trata-se de uma lei quadro que visou precisar conceitos e definir direitos e obrigações sem colidir com a liberdade essencial que caracteriza e define o voluntariado. Com idêntica preocupação, o Decreto-Lei nº389/99 de 30 de Setembro, que procedeu à sua regulamentação, teve não só em conta a definição do quadro regulador das condições de acesso e garantia dos direitos do voluntário mas também a criação de mecanismos que permitam potenciar, valorizar e divulgar o voluntariado. É assim que, completando e desenvolvendo as previsões da citada lei, foi criado, no âmbito da sua regulamentação, pelo artigo 20º do Decreto-Lei nº389/99, o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado. Trata-se de uma entidade que, para além de promover diversas acções especialmente relacionadas com a efectivação dos direitos dos voluntários, tem ainda como competência desenvolver todas as acções indispensáveis à promoção, coordenação e qualificação do voluntariado tal como se encontram enunciadas no artigo 21º daquele decreto-lei. Nos termos do citado artigo 20º, a composição deste Conselho assim como o organismo que lhe prestará apoio necessário ao seu funcionamento e à execução das suas deliberações serão definidos por resolução do Conselho de Ministros.

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Assim: Nos termos da alínea g) do artigo 199º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve: 1 – Definir a composição e funcionamento do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, tendo em vista a concretização das competências que, nos termos do artigo 21º do Decreto-Lei nº389/99, de 30 de Setembro, lhe foram cometidas. 2 – O Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, adiante designado por Conselho Nacional, é constituído na dependência do Ministro do Trabalho e da Solidariedade e nele estão representadas as entidades públicas ou privadas com intervenção nos diversos domínios de actividade do voluntariado. 2.1 – O Conselho Nacional é composto por: a) Uma individualidade a nomear por despacho do Ministro do Trabalho e da Solidariedade, a qual presidirá ao Conselho Nacional; b) Um representante do Ministro dos Negócios Estrangeiros; c) Um representante do Ministro da Defesa Nacional; d) Um representante do Ministro da Administração Interna; e) Dois representantes do Ministro do Trabalho e da Solidariedade; f ) Um representante do Ministro da Justiça; g) Um representante do Ministro da Educação; h) Um representante do Ministro da Saúde; i) Um representante do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território; j) Um representante do Ministro da Cultura; l) Um representante do Ministro para a Igualdade; m) Um representante do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros; n) Um representante do Secretário de Estado da Juventude; o) Um representante do Governo Regional dos Açores; p) Um representante do Governo Regional da Madeira; q) Um representante da Associação Nacional dos Municípios Portugueses; r) Um representante da Associação Nacional de Freguesias; s) Um representante da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social; t) Um representante da União das Misericórdias Portuguesas; u) Um representante da União das Mutualidades Portuguesas; v) Um representante da Cruz Vermelha Portuguesa. 118


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2.2 – Integram ainda o Conselho Nacional representantes das associações com uma actuação mais directamente relacionada com o exercício do voluntariado, sendo designado um representante por cada domínio de actividade referido no nº3 do artigo 4º da Lei nº71/98, de 3 de Novembro, pelo membro do Governo que assegure a respectiva tutela. 3 – O Conselho é constituído pelos seguintes órgãos: a) O presidente; b) O plenário. 3.1 – O plenário é composto por todos os membros do Conselho Nacional. 3.2 – Os membros do Conselho Nacional são designados por um período de três anos, renovável. 4 – Ao presidente do Conselho Nacional compete: a) Dirigir o Conselho Nacional e representá-lo publicamente; b) Elaborar a agenda das reuniões; c) Convocar e dirigir as reuniões do plenário; d) Assegurar o encaminhamento das deliberações do Conselho Nacional; e) Elaborar o plano anual de acordo com as suas competências a submeter à apreciação e aprovação do plenário. 4.1 – O presidente é coadjuvado, na sua acção, por um secretário, que designará de entre os representantes do Ministério do Trabalho e da Solidariedade que integram o respectivo Conselho Nacional. 4.2 – O presidente designa, de entre os membros do Conselho Nacional, quem o substituirá nas suas ausências e impedimentos. 5 – Ao plenário compete desenvolver todas as acções necessárias à promoção, coordenação e qualificação do voluntariado no âmbito das competências previstas no artigo 21º do Decreto-lei nº389/99, de 30 de Setembro. 5.1 – O plenário reúne ordinariamente uma vez por trimestre e extraordinariamente sempre que convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou a requerimento de, pelo menos, um terço dos seus membros. 5.2 – O plenário delibera por maioria, tendo o presidente voto de qualidade. 5.3 – Podem ser constituídas comissões especializadas para a análise e estudo de matérias específicas a submeter à deliberação do plenário. 5.4 – Das reuniões são lavradas actas. 6 – O Conselho Nacional deve elaborar e divulgar um relatório anual de actividades. 7 – Compete ao Instituto para o Desenvolvimento Social assegurar o apoio permanente necessário ao bom funcionamento do Conselho Nacional e à execução das suas deliberações bem como providenciar a sua instalação. 119


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8 – O Conselho Nacional deve estar constituído até ao final do mês seguinte ao da publicação da presente resolução e entrar em funcionamento nos 30 dias subsequentes. 9 – As normas de funcionamento interno constam de regulamento a elaborar pelo Conselho no prazo de 90 dias a contar da data da entrada em funcionamento e a aprovar pelo Ministro do Trabalho e da Solidariedade. 10 – Até 30 de Outubro de 2000 o Conselho deverá elaborar um primeiro relatório contendo a avaliação dos mecanismos estabelecidos no Decreto-Lei nº389/99, de 30 de Setembro, nos termos definidos no respectivo artigo 22º, e também a avaliação da composição e funcionamento do Conselho Nacional, tendo em vista a realização dos objectivos que presidiram à sua constituição. 30 de Março de 2000 – O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. ANEXO 4 Assembleia Geral das Nações Unidas Resolução 40/212 Día Internacional de los Voluntarios para el Desarrollo Económico y Social La Asamblea General, Tomando nota del informe del Administrador del Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo sobre el Programa de Voluntarios de las Naciones Unidas y de la decisión pertinente del Consejo de Administración. Considerando que los servicios de voluntarios, incluido el de los Voluntarios de las Naciones Unidas, aportan una contribución importante a las actividades de desarrollo socioeconómico. Reconociendo la conveniencia de estimular la labor de todos voluntarios, que trabajan tanto sobre el terreno como en el marco de organizaciones multilaterales, bilaterales o nacionales, no gubernamentales o con apoyo de los gobiernos de dar aliento a esos voluntarios, muchos de los cuales prestan sus servicios a costa de considerables sacrificios personales. Invita también a los gobiemos a celebrar todos los años, el 5 de Diciembre, él Día Internacional de los Voluntarios para el Desarrollo Económico y Social, y los exhorta a adoptar medidas para que se cobre mayor conciencia de la importante contribución que aportan los voluntarios, lo cual estimulará a más personas de toda condición a ofrecer sus servicios coma voluntarios, tanto en sus países de origen como en el extranjero. 120


Anexos

Invita también a los organismos especializados, a otras organizaciones del sistema de las Naciones Unidas y a las organizaciones no gubernamentales que facilitan servicios de voluntarios, están afiliados a ese tipo de servicios o se benefician de ellos en cualquier forma a que emprendan y promuevan actividades encaminadas a que el público cobre mayor conciencia de la contribución que los voluntarios aportan a su labor. Pide al Secretario General que continúe promoviendo en todo el mundo la publicidad acerca de la importante función que cumplen los servicios de voluntarios. ANEXO 5 Résolution A/RES/52/17 de l’ONU, apdoptée par l’Assemblée générale, proclamant 2001 Année Internationale des Volontaires

Resolution Adoptée Par L’Assemblée Générale [sans renvoi a une grande commission (A/52/L.22 et Add.1)] 52/17. Année Internationale des Volontaires, 2001 L’Assemblée générale, Rappelant ses résolutions 2659 (XXV) du 7 décembre 1970, 31/131 du 16 décembre 1976, 31/166 du 21 décembre 1976, 40/212 du 17 décembre 1385 et 49/139 B du 20 décembre 1994, et ayant à l’esprit la décision 96/32 du Conseil d’administration du Programme des Nations Unies pour le développement/Fonds des Nations Unies pour la population, dans laquelle le Conseil prenait acte de l’ampleur de la contribution dês volontaires dans le monde entier et appuyait les efforts des Volontaires des Nations Unies tendant à promouvoir plus avant le volontariat. Tenant compte de sa décision 35/424 du 5 décembre 1980 et de la résolution 1980/67 du Conseil économique et social en date du 25 juillet 1980 relatives aux principes directeurs concernant les années internationales et les anniversaires. Notant l’importante contribution des volontaires, dans leur propre pays, à l’amélioration du bienêtre de leurs concitoyens et à la réalisation des aspirations de ceux-ci à des conditions économiques et sociales meilleures, le fait que leurs activités sont financées dans une large mesure par la société civile, y compris le secteur privé, et les principales réalisations des volontaires qui ont pour mission, a l’échelle internationale, d’atteindre les objectifs de développement des états membres, Notant l’aide que les Volontaires des 121


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Nations Unies apportent en particulier aux organismes et aux opérations des Nations Unies, dans les domaines du développement social et économique, de l’aide humanitaire et de la promotion de la paix, de la démocratie et du respect des droits de l’homme, avant tout pour aider à établir un lien étroit entre ces efforts et les populations bénéficiaires. Notant également qu’il importe que de nouveaux acteurs, notamment des particuliers et des organisations de la société civile, prennent l’initiative au niveau local, national et international, en partenariat avec les gouvernements, comme cela est souligné dans la déclaration de Copenhague sur le développement social et le programme d’action du sommet mondial pour le développement social,(1) Ayant à l’esprit la conclusion de la quatrième Conférence mondiale sur les femmes, selon laquelle l’éducation des femmes devrait être un processus continu tout au long de la vie, qui englobe le volontariat,(2) et notant que beaucoup d’activités de volontariat sont réalisées par des femmes et que ce travail utile sur le plan social devrait être reconnu et soutenu comme il convient. Convaincue que le volontariat est plus nécessaire que jamais, étant donné l’impact négatif sur les couches les plus vulnérables de la société de problèmes mondiaux tels que la dégradation de l’environnement, l’abus des drogues et le Virus de l’Immunodéficience Humaine/Syndrome d’Immunodéficience Acquise, et la tendance de la société civile, en partenariat avec les pouvoirs publics et le secteur privé, à assumer des responsabilités toujours plus importantes dans le processus de développement. Convaincue également que la proclamation d’une année aux fins de mieux faire connaître, faciliter, coordonner et promouvoir le volontariat, l’accent étant mis sur l’activité à l’échelon local, pourrait grandement contribuer à mieux faire prendre conscience des réalisations et du potentiel supplémentaire du volontariat, à encourager un nombre beaucoup plus grand d’individus à offrir leurs services et à dégager dês ressources permettant d’accroître l’efficacité dans ce domaine. Notant avec satisfaction que le projet de proclamation de l’année a bénéficié d’un appui général au sein de la société civile, 1. Proclame l’année 2001 Année internationale des volontaires; 2. Invite les gouvernements, les organismes des Nations Unies, les organisations intergouvernementales, les organisations de volontaires, les Organisations Non Gouvernementales et les organisations communautaires à collaborer en vue de définir les moyens de mieux faire connaître, faciliter, coordonner et promouvoir le volontariat, dans le cadre des préparatifs et de la célébration de l’Année; 122


Anexos

3. Désigne le Programme des Volontaires des Nations Unies, sans préjudice des priorités actuelles, comme centre de coordination des préparatifs, de la célébration et du suivi de l’Année en étroite collaboration avec les autres organisations du système des Nations Unies, et encourage les Volontaires des Nations Unies à poursuivre le processus d’étroite collaboration et de partenariat avec les gouvernements, les organisations internationales et nationales de volontaires et les Organisations Non Gouvernementales, en particulier dans le cadre dês préparatifs et de la célébration de l’Année; 4. Invite les organes directeurs et les organisations compétentes du système des Nations Unies à envisager, compte tenu de leurs domaines d’activité ainsi que des principes et des objectifs de l’Année, de faire des efforts particuliers par le biais de programmes en cours et nouveaux durant la période 1998-2001 et à assurer le suivi de l’Année au profit de tous les pays et de tous les peuples; 5. Exhorte les États Membres et tous les autres participants à la célébration de l’Année à faire de l’an 2001 un événement exceptionnel qui sera utile aux peuples du monde dans leur quête pour une vie meilleure, sur la base d’un engagement librement consenti de particuliers et de groupes disposés à donner de leur temps et à partager leurs ressources et leurs connaissances dans l’intérêt des plus démunis; 6. Demande qu’une campagne de promotion et d’information concertée soit menée en faveur de l’Année aux niveaux national, régional et international, avec une forte participation des médias; 7. Prie le Secrétaire général de prendre des mesures spécifiques, dans la limite des ressources existantes et avec l’aide de contributions volontaires et en mobilisant tous les moyens de communication à sa disposition, en particulier dans le cadre du mandat du département de l’information du secrétariat, pour donner une large publicité aux préparatifs et à la célébration de l’Année et diffuser des informations sur ce sujet. 1 Rapport du Sommet Mondial sur le Développement Social, Copenhague, 6-12 Mars 1995 (publication des Nations Unies, No. E.96.IV.8), chap I, résolution 1. 2 Rapport de la Quatrième Conférence sur les Femmes, Pékin, 4-15 Septembre 1995 (publication des Nations Unies, No. E.96.IV.13), chap. I, résolution 1, annexe II, para. 73.

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Bancos locais de voluntariado

Aveiro Banco de Voluntariado de Oliveira de Azeméis Câmara Municipal Av. Dr. Albino dos Reis, Ed. Vista Alegre 3720-241 Oliveira de Azeméis T: 256 682 846 F: 256 668 761 projectoversus@clix.pt

Banco de Voluntariado de Proença-a-Nova Câmara Municipal Largo Dr. Pedro da Fonseca 6150-518 Proença-a-Nova T: 274 672 800 F: 274 672 697 re-vivernopinhal@iol.pt

Coimbra

Banco de Voluntariado Santa Maria da Feira Câmara Municipal Praça da República 4720-909 Santa Maria da Feira T: 256 370 800 F: 256 370 878 rede.social@cm-feira.pt

Banco Voluntariado de Arganil Câmara Municipal Praça Simões Dias Apartado 10 3304-954 Arganil T: 235 200 177 F: 235 200 164 gascma@sapo.pt

Castelo Branco

Banco de Voluntariado de Cantanhede Câmara Municipal Praça Marquês de Marialva 3060-133 Cantanhede T: 231 410 123 F: 231 410 199

Banco de Voluntariado de Idanha-a-Nova Câmara Municipal Largo Sra do Rosário 6060 – 163 Idanha-a-Nova T: 277 201 100 F: 277 201 101 gab_social_cmin@hotmail.com 124


Bancos locais de voluntariado

Banco de Voluntariado de Coimbra Câmara Municipal Praça 8 de Maio 3000-300 Coimbra T: 239 828 220 F: 239 820 114 geral@cm-coimbra.pt Banco de Voluntariado da Figueira da Foz Câmara Municipal Av. Saraiva de Carvalho 3084-501 Figueira da Foz T: 233 403 300 F: 233 403 316 Banco de Voluntariado da Lousã Câmara Municipal Rua Dr. João Santos 3200-953 Lousã T: 239 990 370 F: 239 990 379 Évora Banco de Voluntariado de Évora Fundação Éugenio de Almeida Páteo de S. Miguel Apartado 2001 7001-901 Évora T: 266 748 344 F: 266 748 320 bancodevoluntariado@fea-evora. com.pt www.fea-evora.com.pt/bancovoluntariado

Faro Banco de Voluntariado de Tavira Câmara Municipal Praça da República 8800-951 Tavira T: 281 320 589 F: 281 322 888 Leiria Banco de Voluntariado de Caldas da Rainha Câmara Municipal Largo 25 de Abril 2500 Caldas da Rainha T: 262 83 97 00 F: 262 839 726 Lisboa Banco de Voluntariado de Lisboa Câmara Municipal e Associação Coração Amarelo Rua Projectada à Rua Sousa Lopes, 10 A T: 217 931 759 F: 217 931 761 banco.voluntariado@cm-lisboa.pt Bolsa de Voluntariado de Oeiras Câmara Municipal Largo Marques de Pombal 2780 Oeiras T: 214 408 573 F: 214 408 568 das@cm-oeiras.pt www.cm-oeiras.pt 125


Como Implementar Projectos de Voluntariado Empresarial

Banco de Voluntariado de Cascais Câmara Municipal Praça 5o de Outubro 2754-501 Cascais T: 214 825 000 F: 214 837 714 www.cm-cascais.pt Banco de Voluntariado de Odivelas Câmara Municipal Rua Laura Alves, 5-1o 2675 Odivelas T: 219 344 660 F: 219 344 669 rede.social@cm-odivelas.pt Banco de Voluntariado de Torres Vedras Câmara Municipal Av. 5 de Outubro 2560-270 Torres Vedras T/F: 261 336 652 neliafeliciano@cm-tvedras.pt

Portalegre Banco de Voluntariado de Nisa Câmara Municipal Praça do Município 6050 Nisa T: 245 410 000 F: 245 412 799 bancovoluntariado_nisa@hotmail. com www.excelêncianasolidariedade.org Banco de Voluntariado de Castelo de Vide Santa Casa da Misericórdia de Castelo de Vide Rua de Santo Amaro, 23-25 7320 Castelo de Vide T: 245 908 175 Porto

Banco de Voluntariado de Sintra Câmara Municipal Rua Dr. Álv. de Vasconcelos, Lt 2-1o Portela de Sintra 2710 Sintra T: 219 236 022 Fax 219 236 038

Banco Voluntariado de Santo Tirso S. C. da Misericórdia de Santo Tirso Rua da Misericórida, 171 Apartado 76 4874-909 Santo Tirso T: 252 808 260 F: 252 808 269 est.proj@misericordia-santotirso.org www.misericordia-santotirso.org

Banco de Voluntariado de Linda-A-Velha Junta de Freguesia Largo do Mercado, Lj 9 2795-141 Linda-a-Velha T: 214 141 895 F: 214 144 304

Banco Voluntariado V. N. de Gaia Câmara Municipal Rua Álvares Cabral 4400-017 Vila Nova de Gaia T: 223 742 915 F: 223 742 917 asocial-saude@cm-gaia.pt

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Bancos locais de voluntariado

Setúbal Agência de Voluntariado Social do Barreiro Conselho local de Acção Social do Barreiro (Rede Social) e Câmara Municipal Rua Miguel Bombarda 2830-355 Barreiro T: 212 068 255 F: 212 068 222 div.ass.social@iol.pt www.cm-barreiro.pt Viana do Castelo Banco Voluntariado de Ponte da Barca Câmara Municipal Rua Conselheiro Rocha 4980-626 Ponte da Barca T:258 480 180 F: 258 455 976 Madeira Casa do Voluntário Casa do Voluntário Rua dos Barreiros, 26 9050-033 Funchal T: 291 281 938 Casa.voluntario@sapo.pt http://casadovoluntario.no.sapo.pt

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