Catalogo Therence by ADD Comunicação

THERENCE MIR 17/11

THERENCE MIR Casado com Tania e tem dois filhos, Sofia e Santiago. Nasceu em 12/11/1971 na cidade de Joinville/SC. Começou a pintar aos 13 anos de idade por influência e convívio na produção artística de seu pai Antonio Mir. Aos 14 anos estagiou na extinta agência de propaganda Núcleo Sul, como arte finalista, e seguiu essa profissão até os 20 anos. A partir de 16 anos começou a participar de

THERENCE MIR

salões e expor em cidades catarinenses. Até o momento pintou em torno de 200 obras e muitas em posse de colecionadores. Em 2014 realizou na Galeria El Clandestino em Joinville a exposição individual intitulada KALIMOTXO.

A CIDADE COMO COR E AFETO NA ARTE DE THERENCE MIR A pintura de Therence Mir tem como principal virtude a sua transparência: permite ver perfeitamente não só o tema representado, mas, sobretudo, o rastro e a velocidade do gesto pictórico, as referências mais próximas e mais distantes que influenciam sua visualidade, além do sempre bem-vindo equilíbrio entre a razão e a emoção, que caracteriza os verdadeiros artistas. Em suas telas, a tinta assume conformações figurativas muito peculiares, esquemáticas e vibrantes, herança do cromatismo caliente e impulsivo do trabalho de Antonio Mir – ainda que, no filho, a reverência e a afinidade de memórias típicas das cenas representadas pelo pai sejam substituídas por certa dose de humor pop e, arriscaria dizer, até mesmo de cinismo. Therence traz na superfície das obras o inocultável estigma do estilo, mas sabe combiná-lo com os recursos da contemporaneidade em busca de um protocolo criativo próprio que inclui desde aproximações com a arte de rua e com o expressionismo abstrato – a chamada “pintura de tipo americano” greenberguiana, para ser mais exato – até traduções da linguagem publicitária e do estilo de vida nômade, marcado tanto pela errância internacional do sujeito, quanto pelo zapping midiático da informação. Urbanas, assim, apresenta mais do que a primeira incursão de Therence Mir pela pintura abstrata. O conjunto destas dez telas resume com nitidez um projeto artístico composto de memória, de afeto, de técnica e de senso de continuidade profissional. Uma proposta visual que associa o peso genético da tradição espanhola a uma capacidade de arranjo e de adaptação antropofágica tipicamente brasileira, para reorganizar as paisagens de dez metrópoles ao redor do mundo. Vemos nessa exposição, entre outros trabalhos, uma Berlim em franco processo de reconstrução identitária, a racionalidade e o perfil tecnológico que configuram Tóquio, o choque entre a tradição local e os fluxos do poder narcotraficante em Bogotá, o cosmopolitismo visceral de Barcelona em contraste à histórica formalidade de Londres, os mercados ameaçadoramente abertos de Nova York em oposição às práticas artesanais de uma Havana que luta pela subsistência. Como se fizesse a sobreposição de suas lembranças e vivências aos mapas urbanos, Therence Mir reorganiza os elementos visuais mais característicos de cada cidade na forma de uma cartografia particular, e traça renovadas possibilidades de identificação poética, onde as impressões pessoais e os fatores culturais que destaca cumprem a mesma função ordenadora das ruas e dos monumentos. GLEBER PIENIZ. Jornalista e professor, doutorando em Artes Visuais pela UFRGS. Atua como crítico, curador e coordenador do programa Laboratório de Arte.

MULTIPLICIDADE INDIVIDUAL O mais sedutor para mim, quando penso em arte, é o processo para chegar ao produto final. Cada pincelada é a própria digital que o artista imprime. Quase como procurar o amor da sua vida, ou a cura para algum mal. Não existe receita, nem ctrlC ctrlV. Cada caminho é absolutamente individual, assim como o do expectador também o é, por isso ele tornas-se parte da criação. Depois de anos de experimentações e busca, Therence Mir vem a público. Caminho mais árduo ainda pois inevitavelmente há de haver comparações. Mas passado o frenesi , o artista volta-se enquanto projeta,para si, conectando - se ao seu próprio Id, sua identidade arqueológica. Neste momento, qualquer comparação se dissipa. Bem vindo Therence, com trabalhos tão latentes, vivos e múltiplos individualmente. Vejo aqui, um longo e belo navegar. RAFAELA BELL. Poetisa e projetora cultural.

Therence Mir nos convida a um voo sobre as cidades que, de certa forma, marcaram a sua trajetória. Essas cidades se constituem como espaços privilegiados, onde a estética pictórica nos permite absorver a identidade e o fluxo incessante das mudanças urbanas. Assim, é possível refletir sobre a concepção estrutural de cada pintura e perceber nela uma série de elementos visuais que são trabalhados enquanto linguagem plástica, estimulando novas percepções a respeito das noções de espaço e de tempo. SOLANGE SIMAS. Artista visual, presidente da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (AAPLAJ) e especialista em História da Arte.

CATÁLOGO DE OBRAS

(2,20 X 1,40 m)

BARCELONA Acrílica sobre tela, 100% algodão cru,verniz acrílico fosco.

BERLIM