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Novo ciclo de desenvolvimento de Goiana
indústria âncora do polo automotivo, a fiat Chrysler começa neste ano a produção dos primeiros veículos.
Município recebe investimentos de R$ 6 bilhões com os polos automotivo, vidreiro e farmacoquímico Rafael Dantas
A
trajetória econômica de Goiana, marcada historicamente pela cana de açúcar e pela produção têxtil, começa a dar espaço para uma nova fase do município, com a instalação dos polos automotivo, vidreiro e farmacoquímico. A terceira onda de desenvolvimento do município da Zona da Mata Norte coloca a cidade mais uma vez como uma das protagonistas da economia de Pernambuco. A ainda presente produção sucroalcooleira, responsável por uma parcela significativa do PIB local, convive no mesmo cenário dos novos polos de investimentos, que estão atraindo para a região mais de R$ 6 bilhões, além de milhares de empregos diretos e indiretos. Porém, dentro desse panorama de grandes oportunidades e players internacionais, a inserção dos trabalhadores e empresas locais nos elos dessas cadeias produtivas é o grande
desafio para transformar o prometido crescimento da região em desenvolvimento sustentável. O novo tecido industrial que começa a ganhar forma na Mata Norte difere em muito das atividades econômicas características do município. Goiana viveu intensamente os ciclos da cana de açúcar e da indústria de tecidos – com o auge da Fiação de Tecidos Goiana, fases em que havia uma forte dinâmica na economia pernambucana. Além disso, o município viveu ainda uma grande projeção comercial devido ao funcionamento do Porto Fluvial local, que serviu de abastecimento para as grandes cidades que se localizavam ao norte do Estado. “Goiana foi o polo abastecedor de grande parte das províncias do Nordeste. (…) Desenvolveram-se em Goiana, em torno do seu porto flu-
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vial, durante todo o século XIX, atividades manufatureiras de diversas espécies, destacando-se a tecelagem, vidraçaria e cerâmica. De acordo com Teobaldo Machado, no livro "Insurreições liberais em Goiana". A publicação do historiador pontua que na época 94 engenhos do município eram responsáveis por alimentar os carregamentos das barcaças que seguiam para o Recife. A exemplo das ondas econômicas anteriores, Goiana entrou no ritmo de reindustrialização do Estado com a instalação dos três polos industriais em seu território. No entanto, juntamente com as oportunidades, a entrada nesse mercado global amplia as ameaças de colapsos sociais e urbanos. “A chegada desses grandes empreendimentos vai estimular o surgimento de novas cadeias produtivas e reposicionar antigas atividades, além de redesenhar a nova economia, ocasionando um forte crescimento populacional. O preço do desenvolvimento é bom, mas é preciso ter consciência dos efeitos colaterais que o Algomais • mar/2014
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desenvolvimento irá trazer. Não são só benefícios, mas problemas também”, declara Luciano Pinto, diretor da Agência Condepe/Fidem. A Fiat Chrysler tem a projeção de gerar 7 mil empregos durante as obras e 4,5 mil na operação da fábrica. Juntamente com a montadora italiana, o parque industrial de Goiana será constituído por 16 empresas. O parque de fornecedores irá produzir 450 itens, que serão demandados pela fábrica, que terá capacidade de produção de 200 mil unidades de veículos por ano. As linhas de produtos responderão por 40% da demanda de partes e componentes da montadora. Entre as empresas que integrarão o parque estão as italianas Magneti Marelli/Faurecia e Tiberina, a americana Lear e a alemã Brose. Os polos farmacoquímico e vidreiro, juntos, com 18 empresas, serão responsáveis pela geração de cerca de 2,5 mil postos de trabalho. Juntamente com esses empreendimentos estruturadores, a possibilidade de adensamento dessas cadeias produtivas na região e a atração de serviços para atender a nova população local tendem a gerar um volume ainda maior de oportunidades para a mão de obra goianense e pernambucana. Na Hemobrás, âncora do polo farmacoquímico, o acesso aos postos de trabalho depende de concurso público. A empresa, no entanto, com o objetivo de gerar oportunidades para os moradores de Goiana, criou um programa de estágio voltado para alunos do ensino médio das escolas públicas locais. Além disso, a estatal prevê a criação de 2.720 empregos indiretos assim que a fábrica entrar em operação. Entre as oportunidades de fornecimento de serviços, que em tese são mais os elos da cadeia onde a população e as empresas locais teriam maior facilidade de participar, são nas áreas de lavanderia industrial, comércio de combustíveis, distribuidores de insumos farmacêuticos em geral, fornecimento de fardamento específico para a indústria farmacêutica, entre outras. Com a geração de empregos surge um dos maiores desafios para a região: a requalificação da sua mão de obra. A tradição da economia cana30
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Novos Polos Industriais Polo Automotivo da Fiat Investimentos: R$ 4 bilhões
Empregos diretos: 4,5 mil (na operação)
Polo Vidreiro 7 empresas Âncora: Vivix (R$ 1,04 bilhão) Investimentos: R$ 1,09 bilhão Empregos diretos: 1.129
Polo Farmacoquímico 11 empresas Âncora: Hemobrás (R$ 800 milhões) Investimentos: R$ 1,09 bilhão Empregos diretos: 1.443
Perfil do Município de Goiana: População: 75 mil habitantes
60 km de distância do Recife 2,2 mil foi o saldo de empregos em 2013 PIB Municipal R$ 789,431 milhões (2011)
FARMACOQUÍMICA A FÁBRICA DA HEMOBRÁS É UMA DAS GIGANTES QUE SE INSTALAM NO MUNICÍPIO. QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL É O GRANDE GARGALO PARA TRABALHAR NA EMPRESA.
vieira, em que há mínima demanda por formação educacional e qualificação profissional, resultou numa vasta população de analfabetos nos municípios da Mata Norte. Segundo dados do IBGE, elaborados pela Ceplan, 57% da população ocupada do município não tem instrução ou dispõe apenas do ensino fundamental incompleto. “Goiana possui ainda um legado maldito da sua economia dedicada à cana de açúcar. Ao mes-
mo tempo que o município convive com indicadores de saúde e educação de um mundo decadente, com graves problemas sociais, ele passa a receber empresas maduras e de escala global”, declara o economista Jorge Jatobá. Além da reduzida taxa de educação formal, a cultura do trabalho na cana de açúcar é outra barreira a ser vencida. No polo de Suape, por exemplo, poucos trabalhadores vindos das atividades econômicas tradicionais, que foram capacitados pelos programas de formação do Governo do Estado, não se adaptaram à rotina de trabalho das empresas que desembarcaram em Ipojuca. As expectati-
vas na Mata Norte não são distintas. “As grandes empresas que estão chegando tem dificuldade de absorver essa mão de obra local, que está acostumada com o ciclo da cana. Seis meses trabalhando e seis meses inativos. Na cultura industrial não existe entressafra, além de uma série de procedimentos e rotinas que esse trabalhador tem dificuldade em se adaptar. É preciso preparar a mão de obra das gerações futuras. Provavelmente os filhos e netos dos cortadores de cana e catadores de caranguejo, se bem preparados, poderão aproveitar a oportunidade de trabalhar numa indústria do porte da Fiat”, aponta Jatobá. Ao mesmo tempo em que há um
esforço em capacitar a população jovem do município para o novo momento econômico da região, através de instituições como Senai e Sesi, existe uma preocupação do poder público na preservação das atividades tradicionais, como a agricultura, comércio e o artesanato. Em participação na Rodada da Mata Norte de Desenvolvimento, promovida pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, representantes do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) destacaram a necessidade de proteger e investir na produção agropecuária familiar. “Cerca de 67% dos alimentos de
mesa são produzidos pela produção familiar camponesa, mas as pesquisas e inovações tecnológicas ainda são são voltadas para os pequenos produtores. E com o aumento da atividade industrial em Goiana, haverá um crescimento na demanda por consumo. Isso é uma oportunidade grande para a agricultura, mas se não houver um despertamento nesse sentido, a tendência é que as empresas adquiram alimentos de fora do Estado”, diz José Horário Siqueira, chefe do serviço de assistência técnica e extensão rural do Incra.
GESTÃO MUNICIPAL. Junto com o crescimento de empregos e investimentos, Goiana começa a ver um Algomais • mar/2014
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PATRIMÔNIO A IGREJA DE NOSSA SENHORA DE ROSÁRIO DOS PRETOS (FOTO ACIMA) É UM DOS VÁRIOS TEMPLOS HISTÓRICOS COM SEDE EM GOIANA. A PRESERVAÇÃO DESSES ESPAÇOS É UM DOS DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL.
aumento da arrecadação municipal, como reflexo do momento econômico da região. “Teríamos um orçamento financeiro previsto de R$ 127 milhões e foi arrecadado em torno de R$ 150 milhões. Isso mostra crescimento importante do orçamento. Mas o déficit social de Goiana é enorme e a estrutura da máquina pública é ainda muito ineficiente. Fundamentalmente só se consegue melhorar a cidade se melhorar a gestão”, afirma o secretário de Planejamento do município, Bruno Lisboa. O crescimento da receita municipal, de acordo com o secretário, se deu através do Imposto sobre Serviço (ISS) e dos impostos urbanos (IPTU e ITPI). 32
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Ao mesmo tempo que crescem os recursos, as demandas sociais advindas do novo momento econômico, como o déficit de moradias e os sinais no trânsito, se multiplicam. As estimativas mais pessimistas indicam que em quatro anos a população goianense, que atualmente é de 75 mil habitantes, deve dobrar. Alguns cenários a longo prazo apontam para uma população de 350 mil pessoas em 30 anos, um crescimento habitacional que passaria da esfera dos 450%. Para evitar os processos de favelização e de desequilíbrios sociais – que já aconteceram, por exemplo, em Camaçari (BA), Betim (MG), Macaé (RJ) e Suape - as empresas âncoras da região estão apoiando a capacitação da gestão pública da prefeitura, um dos maiores desafios das cidades que passam por processos acelerados de crescimento econômico. Na preparação das leis de Orçamento Anual (LOA), Diretrizes Orçamentárias (LDO) e no Plano Plurianual (PPA), a
prefeitura já pode contar com o apoio da TGI Consultoria e Gestão, que foi contratada pela Fiat e está assessorando na qualificação do quadro de pessoal técnico da prefeitura e na elaboração do planejamento local. De acordo com a consultora Carmem Cardoso, as empresas traçaram diagnósticos não só de Goiana, mas de toda a área de influência dos polos, que compreende quatro municípios da Paraíba e 13 de Pernambuco. “Esse estudo evidenciou uma carência endêmica na perspectiva social e cultural. Goiana tem um patrimônio histórico e cultural enorme, mas tudo descuidado. A situação ambiental também é muito fragilizada. Mas, paradoxalmente, há um volume de investimentos impressionante indo para lá. Já temos exemplos de municípios de Pernambuco, na Mata Sul, que a partir de Suape poderiam ter acompanhado o desenvolvimento social, sintonizando com os investimentos, mas isso não aconteceu e agora está se tentando correr atrás do prejuízo. A perspectiva é de Goiana estar preparada para receber esse desenvolvimento ao menos ao final dessa gestão”, declara. Além da situação socioeconômica da cidade, o diagnóstico da estrutura do Poder Público também é bastante negativo. Os últimos PPAs do município foram considerados pelos especialistas como uma peça de ficção e o Plano Diretor uma colcha de retalhos, que não retratam a situação nem os desafios locais. A exemplo da maioria das prefeituras do Nordeste, a capacidade de controle e planejamento da prefeitura é muito reduzida e sem um choque de gestão e um esforço na capacitação dos recursos humanos dificilmente será possível enfrentar as pressões sociais advindas do desenvolvimento da região. “O desafio é ter uma gestão de fato efetiva, eficiente no uso de recursos, mas eficaz na produção dos resultados, e controlada. Além de oferecer serviços qualificados para a população e conduzir o desenvolvimento econômico de forma articulada”, pontua Carmem Cardoso. Além do apoio da TGI, a prefeitura assinou um convênio com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), que irá trabalhar em três frentes: a) atuar
ECONOMIA. AO LADO DO BOOM INDUSTRIAL, ATIVIDADES TRADICIONAIS COMO O COMÉRCIO DE RUA E O ARTESANATO SEGUEM VIVAS.
de imediato nos principais gargalos administrativos e financeiros da prefeitura; b) implementar o plano diretor e de mobilidade urbana; c) criar um banco de projetos. “Agora iremos construir um plano de metas do município e criaremos posteriormente um Conselho de Desenvolvimento Sustentável e o programa Goiana Participa, que é uma ferramenta de escuta popular”, afirma Bruno Lisboa, secretário de Planejamento de Goiana.
PRESERVAÇÃO CULTURAL. Uma característica singular de Goiana, em comparação a outras cidades que receberam polos industriais com alto volume de investimentos, é a riqueza do patrimônio histórico e cultural do município. A preocupação com a preservação das igrejas, dos prédios históricos e das tradições da cidade é compartilhada pelo Poder Público, população e também pela iniciativa privada. “A modernidade e os sítios históricos não entraram em conflito em outros países, onde foi valorizada a perspectiva da preservação do patrimônio histórico. Além disso, é importante não deixar à margem desse processo de desenvolvimento as populações que fazem a história da
região”, declarou Alexandre Moura, membro do Clube de Engenharia e coordenador da Rodada de Desenvolvimento da Mata Norte. A cidade é conhecida por sua participação nas revoluções que marcaram a história de Pernambuco, além das insurreições liberais que marcaram a trajetória do município. Fatos como a Batalha das Heroínas de Tejucupapo e a participação da Junta de Goiana na instauração da Confederação do Equador são apenas dois episódios da sua vasta tradição de luta política. A abolição da escravatura em Goiana, por exemplo, aconteceu mais de um ano antes da assinatura da Lei Áurea, feita pela princesa Isabel, em 1888. Um dos guardiões da história da região é Alcides Rodrigues, advogado aposentado, que há 74 anos mora no município, e é dono de uma biblioteca de sete mil livros. “Em 1570 começou a história conhecida de Goiana, que sempre teve essa característica de ser rebelde e de muita prosperidade. Agora que está estourando esse novo ciclo de Goiana uma das grandes preocupações que temos é de lutar para manter toda essa riqueza histórica”, declara o ancião que mora ao lado da igreja de Nossa Senhora do Rosá-
rio dos Homens Pretos, um dos oito templos religiosos locais que foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 1938. Além das igrejas, a cidade possui ainda outros prédios históricos que compõem o patrimônio arquitetônico do município e contam um pouco dos fatos e costumes vividos na região. Mas, mesmo com o potencial turístico do local, a maioria desses prédios encontra-se em grau elevado de degradação. “Se não tivermos cuidado de guardar a identidade da Goiana histórica, com seu patrimônio e diversidade cultural, vamos acabar com a cidade. Talvez Goiana seja o primeiro caso do País de receber um grande empreendimento num polo com forte identidade cultural. Mas essa parceria com as grandes empresas pode resultar num case de sucesso da preservação cultural patrimonial”, acredita Bruno Lisboa, que é ex-presidente da Fundarpe.
RODADA DE DESENVOLVIMENTO.
As queixas levantadas pela população de Goiana foram o insumo para que o Clube de Engenharia de Pernambuco discutisse soluções para a região com Algomais • mar/2014
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a 4ª Rodada de Desenvolvimento da Mata Norte, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de fevereiro. Sete painéis reuniram representantes de diversos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, que tiveram a oportunidade de expor as suas iniciativas e ouviram as demandas dos moradores locais. “Nossos seminários tem o objetivo de discutir soluções para os problemas. A situação que observamos ainda não
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se constitui um problema, mas representa um risco. Temos que ver o crescimento econômico integrado com o desenvolvimento. É preciso fazer que esse momento possa efetivamente financiar o desenvolvimento social. Pois, se não houver distribuição de renda efetiva e a resolução de problemas sociais, não há porque se falar em crescimento econômico”, disse Alexandre Santos, presidente do Clube de Engenharia.
O espaço da população local no processo de desenvolvimento da região e a cobrança por uma revolução social no mesmo ritmo dos investimentos econômicos foram colocados em debate em todos os seminários. É do resultado dessa equação entre o passado, presente e o futuro que passa o sucesso dos empreendimentos da Mata Norte para o povo pernambucano.
Jenner Guimarães
Presidente da AD Diper
“Existem municípios e mesorregiões com um bom potencial a ser explorado” Jenner Guimarães, presidente da AD Diper, fala a Algomais sobre a possibilidade de chegada de mais investimentos a região e acerca dos desafios logísticos e de adensamento das cadeias produtivas. Ainda há expectativa para atração de novos investidores para esses polos? Tem havido procura de empresários de olho em Goiana? Sim. E não só expectativa. Isso já é uma realidade. Basta ver as empresas que já começam a anunciar seus investimentos como fornecedoras da Fiat e outras que obtiveram aprovação de seus respectivos projetos de incentivos fiscais para integrar o Polo Vidreiro, que gravitará em torno da Vivix, composto por um total de sete empresas. Ademais, no esforço para continuar intensificando os investimentos no interior do Estado, o Governo de Pernambuco, através da AD Diper, já identificou outras áreas, em municípios vizinhos, que poderão abrigar outros empreendimentos ligados à cadeia automotiva e também ao Polo Vidreiro, como é o caso de Aliança onde deverá ser implantado mais um loteamento industrial importante, nas proximidades de Goiana, além de Timbaúba, onde já contamos com área disponível para abrigar novos empreendimentos. A questão logística ainda é um entrave 34
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Norte e Sul e até mesmo alguns do Agreste, que se tornarão mais próximos às BRs 101 e 232.
para novas captações de empreendimentos e para a operação dos atuais? Não chega a ser um entrave, mas, no Brasil inteiro, a logística é um problema que precisa ser atacado. Existem municípios e mesorregiões com um bom potencial a ser explorado, mas que dependem de uma infraestrutura mais adequada à produção e ao escoamento dessa produção. Salgueiro, por exemplo, apresenta-se como um polo de logística estratégico para a Região Nordeste como um todo. Em Pernambuco, o dever de casa está sendo feito. Obras importantes estão sendo realizadas e monitoradas. Uma delas que em breve estará saindo do papel é exatamente o Arco Metropolitano, que ligará Goiana ao Porto de Suape, integrando à rota do crescimento diversos municípios das Matas
Como tem sido a reação dos empresários locais a todo esses investimentos que chegam ao Estado e em especial a região? Existe alguma sinalização de adensamento dessas cadeias produtivos com as empresas locais? Em geral, mesmo os grandes investimentos que chegam de outras regiões e até de outros países são instados a utilizar os serviços e produtos de empresas pernambucanas. Obviamente, que nem tudo que elas precisam é produzido no Estado, mas a AD Diper vem desenvolvendo um trabalho de adensamento das cadeias produtivas e clusters locais, buscando identificar os principais insumos que são adquiridos por essas empresas, em que quantidade são adquiridos e, sobretudo, onde estão sendo adquiridos. O objetivo é exatamente saber qual a expectativa de mercado que se pode criar em torno desses grandes investimentos externos, para que as empresas pernambucanas possam também investir e aproveitar essas oportunidades, agregando valor aos seus respectivos produtos e serviços para se habilitarem como fornecedores ou integrantes das cadeias de suprimento desses grandes investimentos. Algomais • mar/2014
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