Revista Algo Mais - Março de 2014

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Novo ciclo de desenvolvimento de Goiana

indústria âncora do polo automotivo, a fiat Chrysler começa neste ano a produção dos primeiros veículos.

Município recebe investimentos de R$ 6 bilhões com os polos automotivo, vidreiro e farmacoquímico Rafael Dantas

A

trajetória econômica de Goiana, marcada historicamente pela cana de açúcar e pela produção têxtil, começa a dar espaço para uma nova fase do município, com a instalação dos polos automotivo, vidreiro e farmacoquímico. A terceira onda de desenvolvimento do município da Zona da Mata Norte coloca a cidade mais uma vez como uma das protagonistas da economia de Pernambuco. A ainda presente produção sucroalcooleira, responsável por uma parcela significativa do PIB local, convive no mesmo cenário dos novos polos de investimentos, que estão atraindo para a região mais de R$ 6 bilhões, além de milhares de empregos diretos e indiretos. Porém, dentro desse panorama de grandes oportunidades e players internacionais, a inserção dos trabalhadores e empresas locais nos elos dessas cadeias produtivas é o grande

desafio para transformar o prometido crescimento da região em desenvolvimento sustentável. O novo tecido industrial que começa a ganhar forma na Mata Norte difere em muito das atividades econômicas características do município. Goiana viveu intensamente os ciclos da cana de açúcar e da indústria de tecidos – com o auge da Fiação de Tecidos Goiana, fases em que havia uma forte dinâmica na economia pernambucana. Além disso, o município viveu ainda uma grande projeção comercial devido ao funcionamento do Porto Fluvial local, que serviu de abastecimento para as grandes cidades que se localizavam ao norte do Estado. “Goiana foi o polo abastecedor de grande parte das províncias do Nordeste. (…) Desenvolveram-se em Goiana, em torno do seu porto flu-

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vial, durante todo o século XIX, atividades manufatureiras de diversas espécies, destacando-se a tecelagem, vidraçaria e cerâmica. De acordo com Teobaldo Machado, no livro "Insurreições liberais em Goiana". A publicação do historiador pontua que na época 94 engenhos do município eram responsáveis por alimentar os carregamentos das barcaças que seguiam para o Recife. A exemplo das ondas econômicas anteriores, Goiana entrou no ritmo de reindustrialização do Estado com a instalação dos três polos industriais em seu território. No entanto, juntamente com as oportunidades, a entrada nesse mercado global amplia as ameaças de colapsos sociais e urbanos. “A chegada desses grandes empreendimentos vai estimular o surgimento de novas cadeias produtivas e reposicionar antigas atividades, além de redesenhar a nova economia, ocasionando um forte crescimento populacional. O preço do desenvolvimento é bom, mas é preciso ter consciência dos efeitos colaterais que o Algomais • mar/2014

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