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O Sagrado Feminino
O SAGRADO FEMININO
O que vem a ser o Sagrado Feminino? Essa expressão lhe é familiar ou é a primeira vez que você ouve falar sobre o assunto?
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O Sagrado Feminino é considerado uma filosofia, um modo da mulher ver a si de uma forma diferente, de uma forma divina, indo além apenas de aparências físicas e valores impostos pela sociedade. A base dos ensinamentos tem a ver com harmonização dos seus corpos e dos ciclos com a natureza. Tem a ver com um equilíbrio entre o físico, emocional, mental e espiritual.
Inês Gaya, em seu livro Sagrado Feminino diz:
“O movimento Sagrado Feminino surge num momento de transformação planetária em que a sociedade moderna entrou num desequilíbrio de energias, vivendo polarizada num masculino “doente” e num feminino “oprimido”. Nesta mudança de paradigma tornou-se essencial resgatar a essência feminina em cada ser humano, pois é no Amor, na Beleza, na Gentileza e na Compaixão que mora a Cura do mundo”. (Inês Gaya, Sagrado Feminino, p. 46)
Trabalhar o Sagrado Feminino envolve, entre outros, trabalhar os ciclos femininos, que são mensais e tem a ver com a Lua, do contrário dos ciclos masculinos, que são anuais e tem a ver com o Sol.
O Sagrado Feminino tem uma força que é associada à amorosidade, ao acolhimento, tanto que é a mulher que gera um ser humano em seu útero.
E a energia feminina se renova todos os meses, pelo ciclo menstrual, e ela funciona de acordo com os ciclos da lua.
Até mesmo a gestação tem a contagem considerando nove luas.
Era assim que se contava os meses de gestação de uma mulher antigamente.
Nos tempos antigos, as mulheres faziam rituais nas diferentes luas do mês, honrando os seus ciclos.
Essa ritualística se perdeu com o passar do tempo, principalmente quando o Feminino perdeu lugar para o Masculino.
Estamos vivendo uma fase de redescoberta, de resgate das energias essenciais femininas.
E isso não tem nada a ver, como já mencionei anteriormente, com feminismo. O Sagrado Feminino é a nossa energia essencial e merece nossa especial atenção.
Quando se fala em Sagrado Feminino, fala-se em uma sabedoria interna que vem do coração, fala-se em autoconhecimento, fala-se em acessar a intuição inerente ao Feminino.
Falar do Sagrado Feminino é falar do despertar de memórias antigas, de conexão com a natureza, de valores essenciais, do despertar da feminilidade e de sua sexualidade sagrada.
De acordo com Juliana Viveiros Tonin, no artigo “Conheça o Sagrado Feminino – A Deusa em cada mulher – Especial dia da mulher”:
“Com esse despertar, é possível se livrar dos padrões da sociedade, estabelecer conexão com a natureza, ouvir a intuição, despertar uma consciência maior e agir com ajuda do coração e pensamentos puros. Para tal conscientização, é necessário lembrar também que, em todas as mulheres, existem Deusas, iguais à Gaia, Lilith e Afrodite, que servem como chaves para reviver a mulher que está guardada, originando-se, assim, uma nova deusa”. (https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/ wicca/sagrado-feminino/)
Em cada ser humano existe uma centelha divina, tanto nas mulheres quanto nos homens, onde reside o aspecto Sagrado de nosso ser. Esse aspecto sagrado ainda está adormecido na grande maioria das pessoas. É como se ele tivesse sido apagado ou esquecido ou estivesse adormecido. Mas essa sacralidade está lá, em cada mulher e em cada homem para ser despertada. Dessa forma, gera-se uma nova consciência, uma consciência divina, que
mudará por completo a vida da mulher e do homem, pois ambos estarão vivendo conectados com sua essência.
Você agora deve estar se perguntando como você pode se conectar com seu aspecto sagrado. Há muitas maneiras de você vivenciar o Sagrado Feminino. A forma mais comum é a reunião de mulheres em chamados círculos de mulheres, em que são feitas vivências específicas, meditações, danças sagradas, músicas, em que as mulheres acessam a sua essência e, dessa forma, transformam-se na deusa.
O estudo do Sagrado Feminino é muito antigo e remonta à época celta, em que as mulheres cultuavam a sua sacralidade. Elas foram chamadas de bruxas, e, mais tarde, de Wicca, por trabalharem o seu poder sagrado. A grande maioria sofreu perseguições e muitas foram queimadas em fogueiras. Na época não se falava em Sagrado Feminino. As mulheres simplesmente eram chamadas de bruxas e sofriam as consequências, pelo fato de dominarem a medicina natural e terem relação estreita com as forças da natureza. Elas tinham o conhecimento das plantas medicinais, observavam as fases lunares, tinham conexão com seu corpo físico e tinham consciência sobre seu aspecto sagrado.
Segundo Juliana Viveiros Tonin, no artigo “Conheça o Sagrado Feminino – A Deusa em cada mulher – Especial dia da mulher”,
(https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/wicca/sagrado-feminino/) há vários benefícios por se te ter conhecimento do Sagrado
Feminino. No referido artigo, a autora cita: equilíbrio emocional; autoconhecimento; revitalização da energia feminina; valorização; controle da ansiedade; conexão com a natureza; força; corte dos medos, dúvidas, fraquezas, inseguranças e críticas; maior facilidade de lidar com desafios.
Como pode-se ver, os benefícios são muitos. Seguir o caminho do Sagrado Feminino cria nas mulheres uma ligação com sua essência, permitindo o autoconhecimento. Com o autoconhecimento, vem a autovalorização e o reconhecimento de uma força que elas nem sequer imaginavam existir.
Cultuar o Sagrado Feminino é fazer uma reverência a si mesma. É reconhecer a sua essência divina e viver a vida como
deusa e não com as limitações que as próprias mulheres se impõem. É romper as correntes que aprisionam a conceitos limitantes. É viver a vida com sentido, com Ikigai, tema sobre o qual falaremos em capítulo posterior.
É preciso deixar claro que o Sagrado Feminino não é uma religião.
É antes uma filosofia, um modo de vida, conforme foi iniciado este capítulo. A filosofia propõe que a mulher se desligue do mundo tecnológico e busque uma conexão maior com o mundo interior, onde residem os instintos e os insights. Com isso, a mulher despertará uma nova consciência sobre si mesma.
Quando a mulher está conectada consigo mesma e consciente da sua sacralidade, ela passa a desvendar regras sociais e passa a desconstruí-las, mas sem forçar nada.
Tudo é muito natural, sadio e harmonioso, porque a mulher compreende que ela não precisa gritar ao mundo a sua condição de mulher. Basta apenas ser mulher, aceitar-se exatamente como se é, aceitar e valorizar os ciclos naturais da vida, entre eles a menstruação e suas diferentes fases na vida. Isso resulta em uma autocontemplação profunda e uma nova forma de ver a vida.
A vida, que antes poderia parecer uma inimiga, abraça-lhe e lhe acolhe com profundidade.
O despertar do Sagrado Feminino, da essência feminina, influencia diversas áreas da vida da mulher, tais como relacionamentos românticos, a sexualidade e a carreira profissional.
Na área de relacionamentos românticos, a mulher descobre que para o verdadeiro amor acontecer, é preciso que ela tenha autoestima e que a relação envolva sinceridade, confiança e cumplicidade.
A autoestima vem do
autoconhecimento.
A mulher que conhece a si mesma, sabe o que quer e o que não quer. A mulher que vive sua sacralidade não aceita qualquer relacionamento apenas para ter alguém ao seu lado, pois a mulher que vive sua essência celebra a sua independência, ela sabe amar com independência. Isso não significa que ela não queira estar com alguém, e sim, significa que ela não depende da pessoa amada para viver e tem a convicção de que o relacionamento é um somatório de forças, de energias.
Quando o casal ama dessa forma, naturalmente vem a vontade de se dedicar ao relacionamento e de uma forma genuína. Com o despertar da sacralidade, a mulher vive sua deusa interior, conscientiza-se de sua beleza, de suas virtudes e sabe o poder que
tem.
Inês Gaya diz:
“O Sagrado Feminino tem como propósito unir a Humanidade e devolvê-la à sua essência, equilibrando as energias e curando as guerreiras e os guerreiros feridos. Nesse sentido, intrínseco a este movimento está o renascer da Grande Deusa. Uma Deusa que há milhares e milhares de anos regia a vida na Terra e unia homens e mulheres em perfeita harmonia com o Sagrado, trazendo paz e cooperação. Nessa altura, não havia poder de uma energia sobre a outra, antes uma complementaridade e respeito por cada polaridade, por cada ser e por cada homem e mulher dentro da sociedade”. (Inês Gaya, p. 50)
A mulher, na condição de deusa, vive feliz com sua sexualidade, conhece e pratica o Tantra, assunto que será abordado em um próximo capítulo.
A falta de amor-próprio faz com que a mulher se submeta aos prazeres de seu parceiro, satisfazendo seus desejos, porém não considera os próprios desejos.
Grande parte das mulheres até mesmo foge do ato sexual porque não sente o envolvimento com seu parceiro.
Muitas têm relações sexuais apenas para satisfazer o parceiro e pelo medo de que ele possa procurar outras parceiras.
Pelo medo da perda, submetem-se a relações que lhe causam desconforto e, por isso, não têm o menor prazer.
Por não viver plenamente sua sexualidade, muitas mulheres desenvolvem problemas sexuais, que vão desde a problemas de saúde, como candidíase, corrimentos, infecções diversas e a vaginismo, ato involuntário em que a mulher se contrai ao invés de relaxar.
A mulher que vive sua sacralidade não vive na obrigatoriedade.
Ela não tem obrigação de satisfazer o parceiro.
O casamento serve para que um casal viva sua sacralidade, um respeitando o outro, com cumplicidade proporcionando alegrias e prazeres.
Porém a intimidade não pode ser forçada, não pode ser uma obrigação.
Como a intimidade faz parte dos relacionamentos, esta deve proporcionar prazer a ambas as partes.
O casal deve criar os momentos íntimos, como se fossem um ritual sagrado.
E é isso que é o ato sexual: um ritual sagrado, em ambas as partes compartilham energias.
Estas energias são tão poderosas, que criam vínculos que levam anos para se desfazerem naturalmente.
Por isso, é preciso ter cuidado com quem uma pessoa se envolve. Quanto mais parceiros(as), mais vínculos vai criando.
Esses vínculos, em grande parte, são nocivos, posto que não envolvem amor. São apenas encontros furtuitos, sem o menor envolvimento afetivo.
No entanto, os vínculos se estabelecem, estando cientes ou não, querendo ou não.
Existem técnicas específicas que rompem essas ligações energéticas, que drenam energia. Uma delas é a Jornada de Transformação, técnica desenvolvida em 2009.
Com a ritualística certa, a pessoa se liberta destas e muitas outras energias indesejadas e maléficas.
Os trabalhos que envolvem o resgate da sexualidade sagrada acontecem através da expressão artística e aqui podemos citar a dança, o desenho, a escrita, a maquiagem, rituais que envolvem a energia das luas.
As atividades proporcionam o equilíbrio em todos os corpos, como também a reconexão entre o corpo e a sexualidade, sendo o
ventre a região que representa a capacidade de criar e que absorve as energias sagradas.
O Sagrado Feminino na carreira profissional mostra que um emprego é muito mais que receber um salário no final do mês.
O emprego é sinônimo de dignidade, prazer e é o reflexo da identidade da mulher.
É sinônimo de descobrir a deusa interior, que é a essência mais pura dentro da mulher.
Muitas mulheres não se sentem realizadas profissionalmente e estão em empregos que estão longe de ser o emprego de seus sonhos.
Entretanto, por razões financeiras, não saem dos empregos para irem atrás de suas verdadeiras carreiras. Ainda não descobriram suas virtudes, a sua beleza, a guerreira, a deusa que vive dentro delas.
Além desse fator, muitas mulheres não encontraram ainda a carreira dos sonhos, ainda não sabem o que querem. Esse não saber o que querem tem a ver com a falta de conexão com seu aspecto sagrado.
A mulher que vive em concordância com sua essência sabe muito bem o que quer e onde quer chegar.
A mulher que vive sua sacralidade, mesmo que não conheça as qualidades de certas deusas, vivem estas qualidades.
De acordo com Sumaia de Santana Salgado, da Equipe Eu Sem Fronteiras, no artigo O que significa o Sagrado Feminino, no site
( https://www.eusemfronteiras.com.br/o-que-significa-o-sagrado-feminino/ ), relacionou seis deusas, com suas características.
Veja a descrição feita por Sumaia de Santana Salgado e veja qual das deusas se aplica a sua vida profissional:
“Afrodite: a mulher com este perfil precisa sentir paixão pelo trabalho. Ela preza o amor pela arte e beleza também na carreira. Caso ela não trabalhe especificamente com arte, fará questão de decorar seu local de trabalho, ou pelo menos a sua mesa. A mulher Afrodite sempre vai trabalhar vestida com roupas bem femininas.
Atena: o trabalho é um grande prazer para a mulher perfil Atena. A alegria em trabalhar melhora a capacidade de comunicação no ambiente profissional.
Deméter: de perfil protetor e zeloso, esta mulher leva comida que
ela mesma fez para almoçar, oferece quitutes para os colegas e coloca fotos da família em seu espaço de trabalho.
Ártemis: a mulher Ártemis tem dificuldade para cumprir ordens e a liberdade de expressão é fator que trará felicidade profissional.
Perséfone: a vida profissional precisa trazer vantagens pessoais, por exemplo: caso trabalhe em uma livraria, sentir-se-á feliz ao vender livros que tenham ligação com sua personalidade.
Hera: a mulher Hera gosta de liderar e adora quando precisam usar sua criatividade para organizar eventos”.