CHOVE, CHUVIN HA • Local: Nordeste • Desenvolvimento: A chuva, no norte, sempre foi importante para os adultos e, por ser agradável, também para as crianças. Olhar a chuva cair, brincar e até mesmo se banhar com água das biqueiras, lançar barquinhos de papel nas poças e regos tudo era uma delícia. Por isso, era comum as crianças brincarem de pedir chuva. Faziam caretas, as mais horríveis, olhando para o céu, pra que o sol se zangassee s escondesse,e gritavam: _ Bem - te - vi ! . . .Bem - - te - vi ! . . . Ilimitando o pássaro, cujo canto era tido como prenúncio de mau tempo e sinal de chuva. Não satisfeitos, passavam à brincadeira mais poderosa, que devia irritar finalmente o pobre sol. Com pauzinhos finos, riscavam na terra um círculo enorme, dentro do qual desenhavam a cara do sol, sempre deformada e grotesca. Em volta do círculo, traçavam um serrilha de dentes agudos, que representavam os raios, ou a cabeleira do sol. Em seguida, davam-se as mãos e faziam roda, pulando e cantando: Chove, chuvinha, chove ! Chove, chuvinha, chove ! Chove, chuvinha ! Chove, chuvinha ! Chove, chuvinha, chove ! Chove, chuvinha, chove ! Confiantes na força da invocação vigiavam o céu, e qualquer fiapo de nuvem que aparecesseera saudado com gritos, vivas e palmas de regozijo.
• Fonte - Rodrigues, Anna Augusta Título: Rodas, brincadeiras e costumes Data da coleta: 1955 Data da publicação: 1984