O NOVO PAPEL DO EDUCADOR Adriana Friedmann
Para começarmos a pensar no novo papel do Educador nesta era Pós moderna, precisamos definir, antes de tudo, o contexto no qual este educador está inserido, no nosso caso, a escola e o público com o qual ele trabalha, as crianças. A institucionalização da criança é um fato histórico relativamente recente que enquadrou as crianças em um sistema que tem por principal objetivo ‘prepará-las para a vida’. Mas vamos nos deter em uma reflexão do que é INFÂNCIA e do que é ser CRIANÇA. Segundo o Sociólogo Claude Javeau a infância designa um conceito polissêmico que reenvia a uma multiplicidade de dimensões ou campos. Se esse conceito é reduzido: - ao termo “criança”, entra-se no campo psicológico; - ao termo “infância”, no campo demográfico, o qual se revela ser também de ordem econômica; - se se fala de “crianças”, entra-se no campo propriamente antropológico ou socioantropológico A criança O campo semântico que tem por denominação o termo “criança” é o primeiro a ser proposto. A conotação desse campo é de ordem psicológica. Com efeito nas disciplinas originadas da psicologia comportamental, o discurso que trata das “fases de desenvolvimento” da criança, considerado de modo canônico, adquiriu uma forte legitimidade. Depois de Piaget, que se deve evidentemente evitar de caricaturar como o faz uma certa doxa para uso de revistas especializadas, assim como de certas escolas onde são formadas as puericultoras, construiu-se um objeto abstrato, a “criança”, destinado a passar por níveis diversos e sucessivos na aquisição de competências, cada um deles constituindo uma etapa na fabricação da personalidade dos indivíduos. Em certos textos, essas etapas adquirem uma coloração normativa, pouco se importando com a variedade dos contextos efetivos nos quais indivíduos concretos são chamados a se “desenvolver”.
Uma variante desse paradigma, no sentido lingüístico do termo, encontra-se na imagem do aluno visto sob o ângulo de competências cognitivas e comportamentais, entre outras, tais como são tomadas a cargo pela instituição escolar. Nesse caso também, o modo de aquisição dessas competências passa muitas vezes por caracterizações normativas. Essa normatividade se inscreve no mais profundo da pedagogia escolar, nas suas diversas variantes. Não é minha intenção contestar a existência dessa normatividade, mas sim mostrar sua camuflagem sob o álibi da objetividade científica. A escola é um dos lugares essenciais onde se forjam as modalidades de integração dos mais jovens à sociedade global, ao lado da família (cujo papel neste sentido teria tendência a enfraquecer), dos grupos de pares (muitas vezes constituídos na escola, mas podendo também surgir da “rua” em geral), dos diversos dispositivos próprios à cultura do divertimento de massa. A infância A infância constitui o nosso segundo campo semântico. Esse paradigma se inscreve no ponto de partida numa perspectiva demográfica. Esbocei-a acima. Às faixas de idade constituindo a “infância propriamente dita” sucedem com efeito as da adolescência, da idade adulta, da terceira, da quarta idade etc. Aluno, jovem delinqüente, “pequeno trabalhador infatigável”, cada uma dessas imagens da infância reenvia a uma trajetória ideal-típica, Bauman aponta a idéia, que eu penso deve ser o nosso leit motif para resgatar a humanidade nas novas gerações, de ‘refundar a sacralidade da infância’, não a partir de noções românticas ou ingênuas, mas a partir da idéia de seres conscientes e capazes de escolha. Qual é nosso referencial de Infância? De que criança falamos ou em que criança pensamos quando planejamos aulas, estudamos e levantamos objetivos enquanto educadores? Muitos são os estudos que têm se debruçado sobre a Infância e ainda mantemos no nosso inconsciente coletivo muitas idéias de uma infância romântica e idealizada. Mas será que conseguimos olhar de frente e profundamente para estas crianças que partilham hoje conosco dos seus cotidianos? Conseguimos aceitá-las nas suas singularidades? Estamos adequando as nossas propostas educacionais a estas crianças reais de carne, osso e alma?
Iniciamos nossa reflexão com a visão multidisciplinar pela qual a infância tem sido pensada, estudada, pesquisada começando pela história, a antropologia e a cultura da infância, incursionando pelos estudos feitos nas áreas de psicologia, educação e áreas afins de ciências humanas, para adentrar na neurociência que tem importante contribuição na compreensão do conceito de infância. Também refletiremos a respeito da influência exercida pela mídia e pelo mercado na construção destes conceitos. As crianças Trata-se aqui do meu terceiro campo semântico, de coloração deliberadamente antropológica. Os indivíduos reagrupados sob esse nome constituem um “território”, no sentido literal (as populações ditas “primitivas”) ou metafórico do termo, de contorno mais ou menos preciso no tempo e no espaço, com suas estruturas e seus modelos de comportamentos particulares, seus “gêneros de vida, isto é, seus sistemas de ação construídos pelos próprios atores” (Juan, 1991). Segundo esse paradigma as crianças devem ser consideradas uma população ou um conjunto de populações com pleno direito (científico), com seus traços culturais, seus ritos, suas linguagens, suas “imagens-ações” ou, menos preciso no tempo e no espaço, com suas estruturas e seus “modelos de ações” etc. Se trata antes de tudo de pôr em evidência as significações que as crianças atribuem aos diversos componentes dos estilos de vida que levam, tanto na perspectiva da constituição bruta de uma cultura específica quanto na da relação desta com os diversos processos de socialização em ação, dos quais um grande número surge na realidade da auto-socialização, qualquer que seja o quadro: família, escola, rua, terreno vago, colônia de férias etc. Como os outros grupos sociais, as crianças arranjam suas existências cotidianas com os meios que podem. Esses meios lhes são dados pelos dispositivos de socialização que lhes são impostos ou propostos. Nos países ricos, os meios de comunicação de massa, compreendendo também atualmente os processos informáticos (o Net), ocupam no centro desses dispositivos um lugar privilegiado. Entre as competências esperadas das crianças, de agora em diante, até mesmo exigidas, o domínio da manipulação informática tornou-se imperativo. Não se poderia esquecer de levar em consideração, no que diz respeito às crianças de diversos meios (e não só às das sociedades desenvolvidas), as importantes modificações advindas em torno delas, entre as quais a mais imediata que lhes possa passar pela cabeça é a família. Segundo as diversas recomposições podendo se reproduzir no seio desta, os papéis dos “outros significativos” são
desempenhados por uma multiplicidade de pessoas que se tornam outros tantos personagens: padrastos, madrastas, concubinos, concubinas etc., que podem ser, num casal, do mesmo sexo. Isso supõe que reencontrar “uma alma de criança”, não obstante um arranjo melhor, do que o que se tinha outrora, das vias de passagem entre os universos adultos e os universos infantis, constitui certamente, atualmente, um desafio cada vez mais difícil de levantar. O grupo (ou a configuração) é seguramente o objeto mais indicado para uma investigação do tipo socioantropológico. É dentro dele que se elaboram as culturas infantis (falar de uma só “cultura infantil”, salvo em termos de “forma”, no sentido simmeliano do termo, seria, com efeito, extremamente redutor), em função de determinantes de ordem macrossocial que intervêm no processo de estruturação do qual esse grupo participa, como todos os outros. Educação hoje
Por uma educação significativa e contextualizada diante da multiculturalidade trazida pelas crianças – a criança influenciada pela cultura x a criança produzindo cultura Necessidade do professor reagir e agir – a partir de fatos e realidades concretas. Papel do professor NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO PODERÍAMOS FAZER UMA ANALOGIA ENTRE TESEU E O PROFESSOR, NO SENTIDO DO CAMINHO ATRAVÉS DO LABIRINTO, ONDE, AO MESMO TEMPO EM QUE ELE PODE SE PERDER, ELE TEM DIVERSAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS A SEREM DESCOBERTOS. ELE PRECISA, PORÉM, ENFRENTAR E VENCER ESSE LADO OBSCURO (REPRESENTADO PELO MINOTAURO), SEUS MEDOS, ANGÚSTIAS E PRESSÕES, PARA PODER ENCONTRAR SUA VERDADEIRA ESSÊNCIA E REENCONTRAR SEU CAMINHO SEGUINDO O NOVELO DE OURO; PRESTAR ATENÇÃO AOS SINAIS DA INTUIÇÃO, DAS SENSAÇÕES, EMOÇÕES, SENTIMENTOS, PARA RETORNAR E JUNTAR-SE AO SEU ASPECTO FEMININO.
- Conhecer a cultura do seu grupo – escuta e observação
- Introduzir as culturas infantis tradicionais como patrimônio a ser disseminado – Recriação - Incentivar a produção da cultura infantil através de: Porque não conseguimos ouvir as crianças? Para onde achamos que as estamos conduzindo nesta nossa semi-consciência, arrastados e vítimas também que somos de uma sociedade adormecida na sua crueldade de tratamento inumano? A alma, a essência das nossas crianças fora (filhos, alunos, etc.) e da nossa criança dentro, está abafada. É para esta consciência que precisamos acordar para abrir a porta que nos permita entrar e compreender este universo da infância atual. A) PERFIL DO PÚBLICO COM O QUAL TRABALHAMOS: AS CRIANÇAS E SUAS INFÂNCIAS A) AS CRIANÇAS E SUAS INFÂNCIAS CLAUDE JAVEAU A infância designa um conceito polissêmico que reenvia a uma multiplicidade de dimensões ou campos. Se esse conceito é reduzido: -
“criança” - campo psicológico;
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“infância” - campo demográfico;
- “crianças” - campo antropológico ou socioantropológico A CRIANÇA A partir das disciplinas originadas da psicologia comportamental “fases de desenvolvimento” da criança - construiu-se um objeto abstrato, a “criança”, destinado a passar por níveis diversos e sucessivos na aquisição de competências, cada um deles constituindo uma etapa na fabricação da personalidade dos indivíduos, pouco se importando com a variedade dos contextos efetivos nos quais indivíduos concretos são chamados a se “desenvolver”. Imagem do aluno visto sob o ângulo de competências cognitivas e comportamentais, entre outras, tais como são tomadas a cargo pela instituição escolar.
Nesse caso também, o modo de aquisição dessas competências passa muitas vezes por caracterizações normativas. Essa normatividade se inscreve no mais profundo da pedagogia escolar, nas suas diversas variantes. A escola é um dos lugares essenciais onde se forjam as modalidades de integração dos mais jovens à sociedade global, A família Os grupos de pares (na escola,da“rua”) Os diversos dispositivos próprios à cultura do divertimento de massa. A INFÂNCIA
infantia - dificuldade ou incapacidade de falar CRIANÇA é o novo. Infância - símbolo de simplicidade natural, de espontaneidade. Há uma infância ideal, das teorias nas diferentes áreas de conhecimento que precisa dialogar com a infância real do nosso cotidiano. Há também uma infância real que precisa se “alimentar” de uma infância idealizada para visualizar caminhos. Podemos falar de Infâncias: Infâncias idealizadas, romantizadas; infâncias machucadas, envergonhadas e que envergonham pelos índices de violência, doenças, abusos, mortes; infâncias marginalizadas; infâncias discriminadas; infâncias erotizadas; infâncias robotizadas; infâncias entronizadas; infâncias de contos de fadas; infâncias bélicas; infâncias trabalhadoras; infâncias paparicadas. INFÂNCIAS DESRESPEITADAS! INFÂNCIAS NÃO OUVIDAS! INFÂNCIAS ENGASGADAS! INFÂNCIAS CALADAS! INFÂNCIAS CENSURADAS! ESTUDOS nas ÁREAS:
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História – Rousseau, Ariès, Charlot, Heywood, Mary del Priori
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Sociologia e Antropologia – Benjamim, Florestan Fernandes, James & Prout, Corsaro, Sarmento, Gregory Bateson, Margaret Mead
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Educação – Montessori, Freinet, Piaget, Janusz Korczak, Paulo Freire, Larrosa
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Psicologia – Freud, Jung, Winnicott, Wallon, Vygotsky, Dolto
. Neurociências – Damásio Filosofia – Bachelard . Biologia - Cyrulnik, Maturana . Artes - Sebastião Salgado, Portinari, Milton da Costa, Di Cavalcanti, Ianelli, Orlando Teruz, Scliar, andra Guinle . Literatura - Graciliano Ramos, Manoel de Barros, Gilberto Freyre . Linguagem - Lacan, Bakhtin, Barthes, Foucault . Medicina – Pasternack, Michaela Gloecker, Spodeck,Terry Brazelton . Espiritualidade – Rudolf Steiner AS CRIANÇAS Trata-se aqui do terceiro campo semântico -antropológica. Segundo esse paradigma as crianças devem ser consideradas uma população ou um conjunto de populações com pleno direito, com seus traços culturais, seus ritos, suas linguagens, suas “imagens-ações” ou, suas estruturas e seus “modelos de ações” etc. É dentro do grupo que se elaboram as culturas infantis. Quem são nossas crianças hoje?: -
crianças ou jovens idealizados, globalizados, bem alimentados, limpos e educados, membros de famílias tradicionais nucleares) ou estendidas: referência veiculada pela mídia;
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crianças ou jovens provindos de famílias desestruturadas, desde a família de mãe solteira, pais separados, até crianças adotadas;
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crianças ou jovens discriminados por raça, sexo, origem sócioeconômica, coeficiente intelectual ou necessidade especial;
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crianças ou jovens criados em instituições que abrigam crianças abandonadas ou que sofreram algum tipo de abuso; crianças ou o jovens das periferias das cidades que vivem em barracos, favelas;
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crianças ou jovens viciados em álcool, drogas;
- crianças ou jovens doentes, internados em hospitais; - crianças ou jovens das zonas rurais, comunidades ribeirinhas ou indígenas; - crianças ou jovens de diversas origens étnicas: orientais, judeus, italianos, latinos; -
crianças ou jovens de rua;
- crianças ou jovens que trabalham. Reais problemas que afligem a infância neste início de Século XXI . crianças hiperativas, com o conhecido Déficit de Atenção; . crianças agressivas que expressam sua raiva através de brincadeiras violentas; . crianças com diversas doenças: alergias, problemas digestivos pela qualidade dos alimentos ingeridos, estresse, obesidade, câncer . crianças com depressão, tristeza, apatia; . crianças com problemas de sono: . crianças sobrecarregadas de atividades , sem tempo para brincar, ser elas mesmas;. pressão escolar precoce; . crescente evasão escolar: desafio de encontrar caminhos que respondam aos interesses e às necessidades dos alunos, . falta de interesse e concentração por parte das crianças o que leva muitas delas a serem encaminhadas para acompanhamento terapêutico; Será que estamos conseguindo olhar para nossas crianças ?
- crianças muito inteligentes: participam das dificuldades do cotidiano dos pais e estão em contato direto e estimuladas pela mídia, videogames, computador, por imagens externas que vão substituindo as imagens internas. - Crianças extremamente frágeis - Crianças tremendamente sensíveis, tudo as afeta: o corpo - primeiro veículo a sentir diretamente qualquer estímulo ou invasão vindos de fora. Na medida em que crescem vão criando, de forma inconsciente, defesas, camadas de proteção FRENTE A ESTA DIVERSIDADE DE CRIANÇAS QUE RECEBEMOS NAS NOSSAS ENSCOLAS, FRENTE A ESTA MULTICULTURALIDADE E AO OBJETIVO DE PRODUZIR CULTURA, QUAL É O NOVO PAPEL DO EDUCADOR? IMPORTÂNCIA DE EMPREENDER O CAMINHO DO AUTODESENVOLVIMENTO DAS NOSSAS POTENCIALIDADES E DA NOSSA AUTO-EXPRESSÃO
NOSSAS DIFERENÇAS SÃO O NOSSO MAIOR TESOURO GRANDE DESAFIO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO É O DESAFIO DA QUALIDADE CAMINHAR PARA ESSA QUALIDADE COLOCANDO COMO O PRINCIPAL DESAFIO DO PROFESSOR HOJE, O DE SE TRANSFORMAR EM UM EDUCADOR DE PROFESSOR A EDUCADOR • PROFESSOR - AQUELE QUE PROFESSA UMA CRENÇA, QUE DÁ AULAS SOBRE ALGUM ASSUNTO, QUE TRANSMITE ALGUM ENSINAMENTO A OUTRA PESSOA. ETIMOLOGIA – O QUE CULTIVA •
CRIADOR - O QUE CRIA, PRODUZ, GERA, É FECUNDANTE, CRIADOR DE ENERGIAS, DE RIQUEZAS, DA IMAGINAÇÃO. É O INICIADOR, O INVENTOR, CONSTRUTOR, POETA, AUTOR. CRIADOR DE CASOS OU DIFICULDADES. ETIMOLOGIA – O QUE PROCRIA, PRODUZ.
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EDUCADOR – AQUELE QUE EDUCA. ETIMOLOGIA – O QUE CRIA, NUTRE, CULTIVA. A FUNÇÃO DO EDUCADOR OFERECER INSTRUMENTOS AO SEU ALUNO PARA QUE ELE POSSA ENCONTRAR O CAMINHO PARA A EXPRESSÃO DO SEU VERDADEIRO SER ALAVANCAR NOVOS RUMOS, MOTIVAR PARA A MUDANÇA, O AUTOCONHECIMENTO, A AUTOTRANSFORMAÇÃO E A REFORMULAÇÃO DE VALORES. FACILITAR E ORIENTAR O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO(S) OUTRO(S), COLOCAR QUESTIONAMENTOS QUE “PROVOQUEM” E “DESEQUILIBREM” SEU(S) INTERLOCUTOR(ES), EM PROL DA TRANSFORMAÇÃO
O QUE NOS MOBILIZA PARA AS TRANSFORMAÇÕES SÃO PEQUENOS DESCONFORTOS, SENTIMENTOS DE QUE AS COISAS NÃO ESTÃO CERTAS DO JEITO QUE ESTÃO EXEMPLO DA VIDA COTIDIANA PORQUE EM UM DETERMINADO MOMENTO DAS NOSSAS VIDAS, TOMAMOS A DECISÃO DE MUDAR DE CASA? OU DE REFORMAR A NOSSA ANTIGA CASA? PEQUENOS SINAIS NOS DÃO O INDÍCIO DESSA NECESSIDADE DE MUDANÇA PARALELO COM O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO PROFESSOR NECESSIDADE DE REFLETIR A RESPEITO DE: QUE ESTILO QUERO ADOTAR, QUE TAMANHO MINHA CASA HÁ DE TER PARA ADEQUAR-SE ÀS MINHAS NECESSIDADES, INTERESSES E GOSTOS (FILOSOFIA). O QUE É ESSENCIAL PARA MIM (MEUS VALORES) E O QUE É SUPERFICIAL (JUSTIFICATIVA) O QUE QUERO NESTA NOVA FASE PARA MINHA VIDA (MEUS OBJETIVOS)
COMO VOU DISPOR DO MOBILIÁRIO, QUE MATERIAIS VOU UTILIZAR, QUE ATIVIDADES ADEQUADAS VOU CRIAR, OFERECER (METODOLOGIA)
E UMA VEZ DENTRO DA NOVA CASA, AVALIAR O QUE ESTÁ CONFORTÁVEL, O QUE ESTÁ PRÁTICO, O QUE NÃO CONDIZ COM MEU COTIDIANO, IR FAZENDO OS PEQUENOS AJUSTES PARA IR ADEQUANDO O MEU ESPAÇO AO MEU JEITO. PRECISO, NA MEDIDA DO POSSÍVEL, ADEQUAR A MINHA FILOSOFIA DE TRABALHO ÀS NECESSIDADES DE TODOS AQUELES QUE MORAM COMIGO OU VÊM ME VISITAR. PROPOSTA DA POSTURA DO NOVO EDUCADOR, FACILITADOR DO PROCESSO DO OUTRO •
OUVINTE / OBSERVADOR - RECONSIDERA O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO SEU ALUNO/EDUCANDO/APRENDIZ • GUIA - “DISTRIBUIDOR DE OPORTUNIDADES” • REFLETE A RESPEITO DA SUA PRÓPRIA PRÁTICA, RECRIANDO-A: AVALIA O SEU PROCESSO E POSTURA • RECONSTRÓI JUNTO COM O(S) OUTRO(S) OS SABERES • FLEXÍVEL E ABERTO PARA AS MUDANÇAS • TRABALHA A PARTIR DOS CONFLITOS • UTILIZA O ERRO COMO ALAVANCA PARA NOVOS DESAFIOS E APRENDIZAGENS • SEU MAIOR OBJETIVO - FORMAR, PROPICIAR A ABERTURA DE CANAIS NO OUTRO E OFERECER FERRAMENTAS PARA QUE O OUTRO POSSA SER ELE MESMO, SE DESCOBRIR, SE EXPRESSAR QUANDO PENSAMOS NO AMBIENTE, NO ESPAÇO, É IMPORTANTE LEVAR EM CONTA TANTO O QUE VEMOS QUANTO O QUE NÃO VEMOS MAS SENTIMOS, PERCEBEMOS. AMBOS ASPECTOS REFLETEM, COMO UM ESPELHO, O CLIMA DO QUE ACONTECE E QUAL É A PROPOSTA DAQUELE ESPAÇO, DAS IDÉIAS, VALORES E ATITUDES DE QUEM VIVE NELE. O AMBIENTE É UM SISTEMA VIVO, EM TRANSFORMAÇÃO. É IMPORTANTE CONSIDERAR O MODO COMO O TEMPO É ESTRUTURADO.
CONSIDERADO UM EDUCADOR, O AMBIENTE PRECISA SER FLEXÍVEL: ELE TEM O POTENCIAL DE ORGANIZAR PROMOVER RELACIONAMENTOS ACOLHER OFERECER MUDANÇAS PROMOVER ESCOLHAS E ATIVIDADES PROPOR APRENDIZAGENS O ESPAÇO PRECISA COMUNICAR-SE, ELE PODE FALAR MUITAS LINGUAGENS OS CENTROS DE EDUCAÇÃO SÃO LUGARES ONDE SE CRIA A CULTURA DA CRIANÇA. ATRAVÉS DELES PODEMOS OFERECER UMA IMAGEM DAS CRIANÇAS, DA INFÂNCIA, DO PROFESSOR E DA FAMÍLIA. ESTES CENTROS PRECISAM OFERECER ESPAÇOS COMUNS, INDIVIDUAIS, ESPAÇOS PARA AS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS, ESPAÇOS DE EXPRESSÃO E EXPLORAÇÃO. MÓVEIS, PAREDES, TETOS, ESPELHOS, CARPETES, ALMOFADAS, MESAS, BANCADAS, PRATELEIRAS, CORES, JANELAS, CORTINAS, HIGIENE, DECORAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, DOCUMENTOS DAS CRIANÇAS, SÃO TODOS REFLEXOS DA PROPOSTA EDUCACIONAL, DA ORGANIZAÇÃO DIÁRIA, DAS ATIVIDADES E DAS ESCOLHAS DOS EDUCADORES. VALORES ESSENCIAIS DO GRUPO CARACTERÍSTICAS DE CADA GRUPO: FAIXA ETÁRIA NECESSIDADES INTERESSES, PREFERÊNCIAS CONFLITOS, DIFICULDADES, LIMITAÇÕES POTENCIAIS, HABILIDADES, DESAFIOS. VALORES, CRENÇAS EMOÇÕES, MEDOS PARÂMETROS PARA AVALIAR O DESENVOLVIMENTO DO(S) PROCESSO(S)? GRUPO COMO ESPELHO DO EDUCADOR E VICE-VERSA
ESPAÇO, AMBIENTE, CLIMA, ENERGIA, OBJETOS, CORES REVELAM A PROPOSTA. SINAIS NÃO VERBAIS, CORPORAIS, POSTURAS, TENSÕES, DORES, SENTIMENTOS DE EUFORIA, TRISTEZA, REJEIÇÃO, EMPATIA, ANTIPATIA, ETC. EPISÓDIOS,ATITUDES E EXPRESSÕES ESPELHAM AS CARACTERÍSTICAS DAS CRIANÇAS PARA DESCOBRI-LOS É FUNDAMENTAL: PROPICIAR E ESTIMULAR A CRIANÇA A ESCOLHER DE FORMA AUTÔNOMA DENTRE DIVERSAS ATIVIDADES DISPONÍVEIS A CADA DIA OU A CADA SEMANA, CRIANDO UM AMBIENTE ADEQUADO AOS OBJETIVOS DO EDUCADOR. OBSERVAR E REGISTRAR AS MANIFESTAÇÕES DO JOGO, DA EXPRESSÃO ARTÍSTICA, DO MOVIMENTO, DA EXPRESSÃO MUSICAL, AS REAÇÕES E INTERAÇÕES, OS APEGOS, AS ESCOLHAS DE BRINQUEDOS, OBJETOS, MATERIAIS, ATIVIDADES E PARCEIROS COM ESSE LEQUE DE INFORMAÇÕES O EDUCADOR TEM A CAPACIDADE E A CHANCE DE CONHECER E COMPREENDER MAIS PROFUNDAMENTE SEU GRUPO DE CRIANÇAS E ADEQUAR ATIVIDADES E PROPOSTAS COM AS NECESSIDADES E O MOMENTO PROCESSUAL ESPECÍFICO DE CADA DETERMINADO GRUPO DE CRIANÇAS, QUE NUNCA É O MESMO NEM SE CONSTITUI DA MESMA FORMA. MUDANÇA DE PARADIGMA NÃO ACONTECE DE FORMA INSTANTÂNEA. É NECESSÁRIO PERCEBER INCÔMODO INICIALTRANSFORMAÇÃO É UM PROCESSO QUE ACONTECE DE DENTRO PARA FORA, DOLORIDO E PRAZEROSO - EXIGE REFLEXÃO E REFORMULAÇÃO CONSTANTE NÃO MUDAMOS SOZINHOS: CADA UMA TEM UM RITMO DIFERENTE É ASSIM QUE EDUCAR TRANSFORMA-SE EM UMA ARTE, UM DESAFIO E O PROFESSOR EM UM EDUCADOR, EM UM ARTISTA CUJAS POSSIBILIDADES SÃO CRIAR UM AMBIENTE DE ALTA QUALIDADE. O NOVO PAPEL DO EDUCADOR, EM SÍNTESE
Considerando a situação da Infância hoje, os novos paradigmas educacionais e a URGÊNCIA de mudanças, o educador precisa: Passar por um processo de auto-conhecimento, desenvolvimento e atualização permanentes Trabalhar com seus alunos tanto a transmissão de saberes quanto a formação integral, estimulando potenciais e criando oportunidades. Conhecer e propiciar a expressão das linguagens verbais e não verbais próprias e das crianças (artes, brincar, movimento, música, poesia, etc.) Transmitir nosso patrimônio cultural, acolher a diversidade cultural dos alunos, incentivar a produção de culturas atuais. •
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Ouvir / observar / registrar analisar e recriar a partir das necessidades, interesses e potenciais de cada aluno e de cada grupo Criar espaços flexíveis Adequar as atividades que respeitem ritmos, habilidades e necessidades Dialogar com os teóricos, a equipe escolar, os pais e, principalmente com as crianças e consigo mesmo. Estabelecer uma contínua dialética entre as imagens internas e externas Resgatar nossa humanidade, nossa sensibilidade para uma educação com alma, significado e dignidade.