Coordenador Pedagógico

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Reflex玫es e desafios no dia a dia da escola

M么nica Ferreira Lemos M么nica G. G. Guerra



M么nica Ferreira Lemos M么nica G. G. Guerra

Coordenador Pedag贸gico

Reflex玫es e desafios no dia a dia da escola

Fortaleza- CE 2012


Copyright © 2012 by, Mônica Ferreira Lemos /Mônica G. G. Guerra

Coordenação Editorial Patrícia Ferreira Projeto gráfico e Capa Adriano Rodriguês Revisão Bruno Mota Pinheiro Catalogação Gabriela Alves Gomes Impressão Tecnograf

Mônica Ferreira Lemos; Mônica G. G. Guerra. Coordenador Pedagógico: reflexões e desafios no dia a dia da escola /Mônica Ferreira Lemos /Mônica G. G. Guerra Fortaleza: Aprender Editora, 2012. 142.; il. 1. Educação. 2. Pedagogia. I. Título. CDD: 372

Índice para Catálogo Sistemático: 1. Educação: 372 ISBN: 978-85-99546-97-0

Todos os direitos de edição reservados exclusivamente a APRENDER EDITORA CEARENSE DE MATERIAL DE ENSINO LTDA. Rua Marvin, 104 – Parque Manibura / CEP: 60.821-790 - Fortaleza - Ceará Fone/Fax: (85) 3194.1300 www.aprendereditora.com.br E-mail: aprendereditora@aprendereditora.com.br


Sumário Apresentação .............................................................................................5 Reflexão sobre o papel do coordenador pedagógico na formação docente.......................................................................................................9 A prova como instrumento avaliativo do trabalho do professor e da promoção do aluno................................................................................16 Uma nova proposta para a construção do projeto político-pedagógico ....26 Os pilares da gestão em sala de aula: visão caleidoscópica do ensino-aprendizagem............................................................................37 Acompanhamento da prática docente na gestão da sala de aula................48 Atividade de formação de educadores: sessão reflexiva............................65 O papel do coordenador pedagógico nas relações interpessoais: o grupo, a comunicação e o ambiente........................................................72 Reunião de pais e mestres: onde aparece o coordenador pedagógico?...... 82 Coordenador pedagógico na educação infantil: para que e por quê?.........96 A construção de instrumentos para o planejamento na educação infantil........................................................................................................101 Modalidades organizativas: uma forma de organização do trabalho pedagógico.................................................................................................114 Referências Bibliográficas.........................................................................127 Sobre as organizadoras..............................................................................141



Apresentação Há quase duas décadas, quando cheguei a São Paulo e iniciei o curso de Mestrado, recebi o convite para ser coordenadora de uma escola. Na época, com o apoio da Profª. Drª. Cecília Magalhães (Ciça), então minha orientadora, resolvi aceitar o desafio que foi enorme. Poucos textos sobre o tema em Português, ou mesmo em Inglês, cursos com focos muito teóricos e pouco ligados às minhas necessidades. Ao chegar ao final da minha jornada de mestrado, com uma dissertação sobre o papel do coordenador no processo reflexivo, resolvemos, Ciça e eu, propor um curso sobre o mesmo tema. Assim, começou o curso “O papel do coordenador”, hoje realizado em dois módulos e que foi o objeto de meu estudo de doutoramento, palco para o encontro de tantos alunos de mestrado e doutorado, e hoje se tornou o fomentador deste livro, que trata de experiências reais sobre coordenação e gestão. O prazer de ver este material é enorme. Abrilhantado pelo cuidado das duas organizadoras, minhas ex-alunas e companheiras de formação de educadores em diferentes espaços. Cada capítulo apresentará ao leitor possibilidades de refletir e propor modos de agir para suas ações, sempre imbuídos do caráter transformador do Grupo Linguagem em Atividades no Contexto Escolar (LACE), que é o grande organizador das propostas de cursos oferecidos na COGEAE. O primeiro capítulo, Reflexão sobre o papel do coordenador pedagógico na formação docente, das organizadoras, Mônica Ferreira Lemos e Mônica G. G. Guerra, discute o conceito de Cadeia Criativa (LIBERALI, 2006/2009) e a importância da linguagem para pensar o papel mediador do coordenador pedagógico. Na sequência, Ednéia Markevicius, Fabiana Elias Mano de Oliveira, Sílvia Ottolia Takashi e Vanessa de Carvalho Salamon, no segundo capítulo, A prova como instrumento avaliativo do trabalho do professor e da promoção do aluno, refletem sobre o papel da prova como norteadora do planejamento do professor. No capítulo de Marta Salete Gavioli e Fernanda Grangeiro - Uma nova proposta para a construção do Projeto Político-Pedagógico – é indicado que um Projeto Político-Pedagógico é um instrumento de aprendizado de todos em um quadro de formação criativa dos envolvidos com a transformação da escola e sociedade. No capítulo - Os pilares da gestão em sala de aula: visão


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caleidoscópica do ensino-aprendizagem - Mônica G. G. Guerra apresenta sua proposta para a gestão de alguns aspectos essenciais da sala de aula: conhecimento, espaço, tempo e relacionamento. Adriana Watanabe, Carolina G. Araújo Rodrigues, Daniela Conti de Oliveira e Silvia Mara Borges Medeiros, em Acompanhamento da prática docente na gestão da sala de aula, abordam a gestão de sala de aula por meio de uma perspectiva sócio-histórico-cultural e apresentam propostas para a ação do coordenador no processo reflexivo do professor, com foco em observação de aulas. Na sequência, Mônica Lemos discute a sessão reflexiva, suas principais características e sua contribuição para a formação do educador no capítulo Atividade de Formação de Educadores: sessão reflexiva. Carolina Salaki Dantas e Bonan Nunes, Maíra Vitale Costa, Rosângela Rita de Cássia Fonseca Fernandes, no capítulo O Papel do Coordenador Pedagógico nas Relações Interpessoais: o Grupo, a Comunicação e o Ambiente, discutem como proporcionar um ambiente favorável ao relacionamento interpessoal e possibilitar trocas produtivas entre os professores, a partir das intervenções realizadas pelo coordenador. Cilmara Cristina Cardoso Marques e Juliana de Amorim Almeida, no capítulo Reunião de Pais e Mestres: onde aparece o Coordenador Pedagógico?, discutem as dificuldades e possibilidades de reuniões de pais e mestres e o papel do coordenador pedagógico nestes encontros. Na sequência, Angélica A. Curvelo Alves, no capítulo Coordenador Pedagógico na Educação Infantil: para que e por quê?, discute a dinâmica das atividades do coordenador pedagógico no contexto das unidades escolares públicas de Educação Infantil. Eliete Marinalva Silva Souza e Karina Graziela Lins abordam a funcionalidade dos planejamentos escolares no cotidiano da Educação Infantil, refletindo sobre a distância entre o projeto pedagógico planejado pela instituição e o efetivamente realizado, no capítulo A Construção de Instrumentos para o Planejamento na Educação Infantil. Finalmente, Cristiane Ap. Balchuna Pavan e Nilza F. Carvalho Menezes descrevem as modalidades organizativas e seu papel na Educação Infantil, no capítulo Modalidades Organizativas: uma forma de organização do trabalho pedagógico. As propostas expressas permitem aos leitores que considerem as práticas do coordenador pedagógico a partir de uma perspectiva sócio-históricocultural, ao prever que os sujeitos estão em constante transformação e que esse


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processo é fruto de suas escolhas intencionais de modo de agir. Ao ler as ideias e discussão, é possível ao leitor compor novas possibilidades para pensar seu papel, organizar sua prática e agir de maneira mais engajada. Criar um livro, montar um curso, coordenar uma escola, organizar uma aula, ensinar-aprender não são simples atividades desencontradas. Ao escrever este livro, as autoras se envolveram em uma Cadeia Criativa que envolveu estudar suas práticas e teorias para que pudessem melhor compreender e realizar suas ações, empreender atividades concretas para formar nos espaços em que desenvolveram seus estudos e acompanhar o desenvolvimento dessas ações. Além disso, cada autora entrelaçou suas ideias às das demais, na tentativa de alcançar um objeto compartilhado – a edição de um livro que agisse como fonte de sentidos novos para a produção de novos significados, prenhes de sentidos, para cada um que, corajosamente, se engajar argumentativamente, em ler, conversar, articular, avaliar, criticar e agir de forma crítico-criativa em relação às ideias aqui esposadas. Produzir significados não é assumir a voz do outro como uma verdade absoluta, mas permitir que novas vozes componham quem somos. Desejo a todos os leitores a experiência fantástica e desafiadora de compor quem são a partir do que lerem neste livro. Com carinho, Fernanda Liberali



Reflexão sobre o papel do coordenador pedagógico na formação docente

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Este capítulo objetiva trazer a relevância do papel mediador do coordenador pedagógico nas atividades que realiza na escola. Partindo do conceito de Cadeia Criativa (LIBERALI, 2006/2009), buscamos trazer uma reflexão sobre a importância da linguagem do coordenador pedagógico em atividades de formação docente. Vários autores (VASCONCELOS, 2009; BRUNO, 2003; FRANCO, 2001) apontam que muitas vezes o coordenador da escola realiza diferentes trabalhos: atende pais, substitui funcionário que faltou, distribui materiais, entre outras coisas, mas o foco principal da atuação do coordenador pedagógico precisa ser a formação contínua de seus professores. Com efeito, destacamos nesse capítulo a relevância do desenvolvimento de um trabalho do coordenador pautado pela reflexão crítica, bem como trazemos a importância da criatividade nesse contexto. Para tanto, este capítulo está organizado em três seções: a) Cadeia Criativa e a importância da linguagem na atuação do coordenador pedagógico; b) Argumentação na formação de professores; e c) A colaboração como essência de todo processo de formação docente. a) Cadeia Criativa e a importância da linguagem na atuação do coordenador pedagógico Com base numa perspectiva sócio-histórico-cultural, recuperamos a atuação do coordenador pedagógico nas escolas brasileiras como eixo central do trabalho escolar. Sendo assim, a compreensão de linguagem apoiada no quadro da Teoria da Atividade (VYGOTSKY, 1934/2003; LEONTIEV, 1977/2008; ENGESTRÖM, 1987) é a base para destacarmos a importância desse profissional no desenvolvimento de atividades de formação de professores que objetivem a uma práxis transformadora. Para colocar nossos ideais em prática, as atividades de formação de


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professores, por exemplo, a reunião pedagógica, precisam ser espaços para reflexões e discussões entre o coordenador pedagógico e os professores, possibilitando que todos os participantes se encontrem “em um contexto social e político”. (KEMMIS, 1987). Sobre esse prisma, percebemos que a atividade humana constitui-se nas relações entre o indivíduo e o grupo social do qual faz parte. Essa perspectiva compreende as relações sociais como “interligadas às forças produtivas que transformam o exterior, ao mesmo tempo em que transformam cada um dos sujeitos envolvidos” (LIBERALI, 2006). Por meio do trabalho, uma atividade prática, o homem age sobre e na natureza. A produção pelo trabalho é compreendida, pois, como o motor do processo histórico, demonstrando, assim, o caráter histórico e social do homem. De acordo com a abordagem de Marx e Engels (1845-46/1888), no materialismo histórico-dialético, o modo de produção da vida material é determinado pela vida social, política e econômica. As condições materiais são a base da sociedade: suas regras, ideias e valores. Nessa abordagem, é importante partir da atividade real do ser humano para compreender e analisar o seu desenvolvimento. Com origem na atividade de formação de professores realizada pelo coordenador pedagógico, podemos perceber as atividades de coordenação como um processo de desenvolvimento criativo. Nesse sentido, Liberali (2006) estabelece intencionalidade como conceito-chave para pensar em Cadeia Criativa. De acordo com a autora, Cadeia Criativa são atividades intencionalmente interconectadas como elos em uma cadeia. A Cadeia Criativa precisa estar presente em contextos colaborativos de produção de significado, ou seja, implica parceiros em uma atividade produzindo significados compartilhados que, posteriormente farão parte dos sentidos que alguns dos envolvidos compartilharão com outros sujeitos, cujos sentidos foram produzidos em contextos diferentes daquela atividade primeira. (LIBERALI 2006/2010). Esse movimento necessita estar presente em todas as atividades de coordenação, de modo que os significados intencionalmente compartilhados interconectem as atividades de coordenação como elos criativos, e promovam um movimento de desenvolvimento de todos os envolvidos das atividades. Para isso, é importante ter em mente a noção de que desde a produção e desenvolvimento do projeto pedagógico, produção e acompanhamento do planejamento, reuniões pedagógicas e outras atividades do coordenador já precisam estar em cadeia, ou seja, por meio da intencionalidade, precisam


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Reflexões e desafios no dia a dia da escola Mônica Ferreira Lemos Mônica G. G. Guerra

O livro intitulado "Coordenador Pedagógico: reflexões e desafios no dia a dia da escola" busca contribuir para a análise e aprofundamento de questões que norteiam a atuação dos coordenadores pedagógicos na Educação Infantil, Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Os capítulos agregam preciosas contribuições para aquilatar a atuação dos coordenadores pedagógicos. O leitor encontrará informações em cada capítulo para a análise e reflexão da sua prática, bem como outras tantas referências para pensar a educação como transformadora de uma sociedade mais cidadã.

9 788599 546970 Aprender Editora Cearense de Material de Ensino Ltda. Rua Marvin, 104 - Parque Manibura - CEP: 60.821-790 Fone/Fax: (85)3194.1300 E-mail: aprendereditora@aprendereditora.com.br www.aprendereditora.com.br


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