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Giovana Pasquini

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Jeanete Domingues

Jeanete Domingues

São Paulo, SP

@giovanapasquini

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Graduada em Comunicação Social e Fotografia (2002), é freelancer em design gráfico e animação. Na fotografia, dedica-se à cobertura de espetáculos e fotografia autoral. Participou de exposições coletivas e individuais entre 2012 e 2018. Publicou a série de zines “Crap Noir” e o livro “Quando o deserto já não basta”. Desde 2017, gerencia junto a sua sócia o espaço Vacca Madre, centro cultural independente.

Fotografo tudo o que me chama a atenção no meu dia a dia ou que de certa forma me emociona. Estou o tempo todo guardando essas imagens. Quando uma ideia para um trabalho aparece é por necessidade de começar a expor algum pensamento ou emoção de forma mais organizada, para que eu consiga entender o porquê de sua existência. É nesse momento que revisito as imagens que guardei e começo a juntar os pedaços. Às vezes, ainda estou no processo de criá-las, outras vezes elas já estão todas lá.

Para o exercício proposto na oficina, escolhi uma das muitas questões que tem me acompanhado: a morosidade e as incertezas deste período que estamos vivendo (sanitário, social e político). E, aproveitando um ensaio que já havia iniciado anteriormente, usei o violoncelo como objeto afetivo.

A música me acompanha desde cedo, por conta dos meus pais que apreciavam muito e fizeram questão de que cada filho aprendesse um instrumento. Eu aprendi flauta quando criança, mas, mais recentemente, me apaixonei pelos instrumentos de corda.

O cello, especificamente, me remete a um passado aconchegante e carinhoso, por conta de seu som, e, também do cheiro de madeira. Para mim, este instrumento traz similaridades com o corpo humano e, ao tocar, com ele apoiado na altura do peito, do coração, é possível sentir toda a vibração do som, provocando a sensação de fusão do meu corpo com o do instrumento. Além disso, seu som melancólico é capaz de preencher o espaço próximo ao chão, provocando a sensação de uma certa melancolia. Aqui, estão algumas das imagens que compõem o ensaio ainda em desenvolvimento.

O nome, Solilóquio para a melancolia, veio como uma “brincadeira” de fazer uma sonata em homenagem à melancolia. Solilóquio é uma reflexão que se realiza em voz alta, de forma solitária. É um discurso que a pessoa mantém consigo mesma.

Giovana Pasquini

Aprenda a encantar e a desencantar. Observe, estou lhe ensinando qualquer coisa de precioso”

Clarice Lispector

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