missão voluntariado
Encontrei minha
O
no
círculo da vingança provocou uma tragédia na vida de Lidinalva Fernandes Araújo quando ela era ainda um bebê com menos de dois anos. Após se envolver em uma discussão, o pai dela foi assassinado na presença da família. Era final da década de 1960, na cidade de Divisa Alegre, entre MG e BA; e a estrutura da família foi abalada, especialmente no aspecto financeiro. O pai de Lidinalva era capataz em uma fazenda, o que proporcionava conforto aos quatro filhos e esposa. Viúvo do primeiro casamento e mais velho do que a esposa, era um homem de trato difícil e havia se envolvido em uma briga simples de ser solucionada, mas que resultou em uma agressão e duas mortes. Após o funeral, enganada pelo enteado, a mãe partiu para Minas Gerais, levando as seis crianças, onde pensou que seriam amparados, mas tudo era uma parte na estratégia para retirar deles o direito de herança. A família acabou abandonada em uma favela. Com o filho mais velho, a mãe de Lidinalva passou a vender verduras e legumes de porta em porta, enquanto os demais ficavam em casa sozinhos, o que resultou numa denúncia ao Juizado de Menores. Na visita de assistência social foi decidido pela não retirada da guarda, mas o envio para uma instituição que abrigava viúvas e seus filhos, e ainda oferecia a oportunidade de trabalho. As crianças poderiam estudar desde a educação infantil, gratuitamente, o que era perfeito. A mãe de Lidinalva havia sido adventista desde a Bahia, e por isso continuou levando os filhos para os cultos. Mas, por causa das inúmeras dificuldades que encontrava na época, afastou-se. Lidinalva era ainda muito pequena naquela época. Quando Lidinalva completou sete anos, e iniciava a alfabetização, a mãe ficou gravemente doente, e decidiu deixar os filhos com pessoas da comunidade, cada um em uma casa. Ela partiu para Salvador, levando apenas a caçula, meses mais nova que Lidinalva. Começou então o episódio mais marcante da vida de Lidi, como ela gosta de ser chamada. Além do sentimento de ter sido preterida pela mãe, ela não foi bem aceita pela dona da casa onde foi deixada. Nos períodos de ausência do esposo, a mulher cometia maus tratos à menina, que chorava muito, todos os dias. 39