Nada me impedirá de cumprir o que Deus quer
A
os 25 anos de idade, ter a honra de ver seu primeiro livro de 64 páginas sendo lido por centenas de pessoas era um sonho que parecia distante, especialmente porque, oito anos antes, mais precisamente em 24 de outubro de 1844, a jovem Ellen Gold Harmon havia participado de um evento traumatizante para muitas pessoas: Eles pensaram terem descoberto a data do retorno de Jesus e foram personagens do episódio conhecido como o Grande Desapontamento. Mas, não! O livro era real e as pessoas gostaram muito! Para editar seu primeiro livro, intitulado A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G White, Ellen teve o apoio irrestrito do marido, Tiago White. Era a primeira experiência literária em uma jornada que resultou em 49 livros originais em Inglês, e mais de cinco mil artigos, e um reconhecimento mundial como autora. Tudo começou com um grave incidente, vivenciado aos nove anos de idade, ao voltar da escola com a irmã gêmea, Elisabete. Anos antes, nascidas em uma família de oito filhos, as meninas assistiriam os primeiros movimentos para a abolição da escravatura americana, que submetia negros a trabalhos pesados desde o início da colonização do país, ocorrido em 1619. No ano do seu nascimento, 1827, a escravidão foi oficialmente abolida no estado de Nova Iorque, mas havia ainda um caminho longo até que todo o país tomasse as mesmas medidas; naquele ano foi lançado o primeiro jornal afro-americano, Freedom’s Journal, que publicava as lutas pela liberdade dos negros escravizados. A imprensa se tornava uma poderosa ferramenta para divulgação de filosofias e enfrentamentos. Não fazia muito tempo que toda a família havia se mudado da fazenda onde as gêmeas nasceram para a cidade de Portland, no Maine, ao norte dos Estados Unidos. O pai, Robert Harmon, se aventurava no mundo dos negócios produzindo chapéus, com a ajuda dos filhos nas horas livres. A escola ficava a cerca de três quadras da casa onde moravam. 59