Me redescobri ao ser
missionária
J
osimar Machado tem dificuldade de contar quantas vezes mudou de casa, de cidade e de estado até os 10 primeiros anos de sua vida. É que o pai, José Andrade Machado, era um colportor evangelista, o que significava que, periodicamente, ele deveria se apresentar em localidades onde era identificada a necessidade de pregação. A primeira ferramenta era a venda de livros e revistas, mas sempre acompanhadas da oferta de estudos bíblicos. A venda de livros foi a primeira estratégia missionária utilizada no Brasil no início do adventismo, por volta de 1890. Tudo começou com a venda de livros em alemão, trazidos na bagagem em longas viagens de navio, porém logo se fez necessária a publicação de periódicos e livros em Português. A revista O Atalaia foi lançada em 1923 e a revista Nosso Amiguinho em 1955; esta última continua em circulação até os dias de hoje. O fato é que Josi, os seis irmãos e os pais chegaram ao Rio de Janeiro, por volta de 1968, e se estabeleceram em Caxias. Os filhos foram logo matriculados na escola adventista e não demorou muito para que iniciassem o estágio com o pai, um profissional que é reconhecido como um dos maiores colportores evangelistas do Brasil. A ideia era simples: após a aula, no período da manhã, os filhos partiam com José para o campo, o que quer dizer bater de porta em porta, ele oferecendo livros, e os filhos as revistas. Josi amava trabalhar com o pai e sempre estava de olho em cada técnica de venda. A habilidade de comunicação, a empatia no trato com as pessoas de diferentes condições sociais e culturais e o espírito missionário eram atitudes que não passaram despercebidas do olhar da pequena aprendiz. Logo ela já tinha condições de sair sozinha para vender, após a aula e o nutritivo almoço preparado pela mãe. A renda era também importante para o sustento da família e a adolescente encarava tudo com bastante responsabilidade.
64