História além dos 25

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Ainda que

eu não seja curada

A

os seis anos de idade, Maria das Graças Barboza Ferraz, a mais velha de quatro irmãos, perdeu a mãe, Carlotina Barboza durante o parto dos irmãos gêmeos. Era final da década de 1940, e não havia fácil acesso a médicos, comunicação ou transporte, e a mortalidade materna era bastante grande. Logo o pai, Evaristo Barboza, casou-se com alguém que o ajudaria no cuidado dos filhos, porém, especialmente depois do nascimento do primeiro filho do casal, a madrasta começou a maltratar as crianças. Maria das Graças teve uma história que começou cheia de percalços, logo cedo. Os Barboza eram uma família pobre e, aos 10 anos, Maria das Graças já começou a trabalhar como doméstica, sem ao menos ter estatura, força ou coordenação motora para desempenhar todas as atividades. Não era assalariada, recebia apenas comida. Aos 15, começou a receber dinheiro pelo seu trabalho, mas tudo era integralmente utilizado para o sustento da família. Quando uma irmã se casou e mudou para o Rio de Janeiro, e em seguida engravidou, Maria das Graças também teve a oportunidade de deixar Santo Antônio do Grama, em Minas Gerais, em busca de melhores oportunidades. Primeiro ajudou a irmã durante o resguardo, depois foi trabalhar em uma casa de família, onde permaneceu por nove anos. O primeiro sapato havia sido adquirido somente aos 16 anos, e já adulta ela nunca tinha ido para a escola. Quando soube da possibilidade de estudar o supletivo à noite, só teve a permissão dos patrões porque combinou de finalizar as atividades domésticas do jantar após voltar das aulas. Por muito tempo, as empregadas domésticas que residiam com as famílias empregadoras não tiveram direitos trabalhistas regulamentados e a carga horária era muito grande.

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Cap 25: Quanto vale um garoto?

6min
pages 100-104

Cap 23: Pioneira como meus antepassados

3min
pages 94-96

Cap 24: Meu sonho era ter uma Bíblia

4min
pages 97-99

Cap 21: O Ministério da Mulher transforma a igreja

4min
pages 88-90

Cap 22: Uma mulher entre os anciãos

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pages 91-93

Cap 19: Minha casa, minha igreja

4min
pages 80-83

Cap 20: Meus pais me ensinaram a ser missionária

4min
pages 84-87

Cap 18: Contra os nãos que recebi quando criança

5min
pages 76-79

Cap 17: Todos agora conhecem a Igreja Adventista

5min
pages 72-75

Cap 15: Me redescobri ao ser missionária

5min
pages 64-67

Cap 11: Vi tanta pobreza que não consigo esquecer

6min
pages 46-49

Cap 16: Uma poetisa cristã

5min
pages 68-71

Cap 10: Quero um marido missionário

4min
pages 43-45

Cap 13: As mulheres sempre trabalharam

4min
pages 55-58

Cap 14: Nada me impedirá de cumprir o que Deus quer

8min
pages 59-63

Cap 12: Ter sucesso é pregar sobre Jesus

7min
pages 50-54

Cap 9: Encontrei minha missão no voluntariado

6min
pages 39-42

Cap 7: Não quero casar e serei missionária

7min
pages 29-33

Cap 3: E eu não sou uma mulher?

6min
pages 13-16

Cap 8: A oração me salvou

5min
pages 34-38

Cap 2: Ainda que eu não seja curada

6min
pages 9-12

Cap 5: Quero me casar com um pastor

4min
pages 21-24

Cap 6: Entender e explicar a Bíblia não tem preço

5min
pages 25-28

Cap 1: As mulheres podem fazer mais

4min
pages 5-8

Cap 4: Não entendo o que a Bíblia diz

5min
pages 17-20
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