TESTEMUNHOS
Sem exceção HÁ UM PRINCÍPIO SIMPLES DE CRESCIMENTO DE IGREJA: TODOS PRECISAM TRABALHAR MIC H A E L R YA N
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R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2020
Foto: TA Crafts
O
assoalho da picape Datsun azul do escritório local da igreja estava todo empoeirado e o barulho dos amortecedores do veículo indicavam que já havíamos passado por várias crateras das ruas sem pavimentação da capital daquele país. Três pequenas congregações adventistas escondidas tinham sobrevivido ao massacre brutal que havia devastado o sul do país. Um tratado de paz negociado pela ONU tinha levado os líderes das igrejas a me convidarem para ajudar no planejamento evangelístico que seria realizado pelos membros. Naquele ambiente em que o desespero pairava no ar, eu me esforçava para lembrar que Jesus estava ali. O seminário contou com a participação de 42 adventistas. Eles eram apaixonados pela missão. Planejaram, falaram e imaginaram a possibilidade de plantar 12 novas congregações, além do estabelecimento de um escritório da ADRA e uma estação de rádio FM. Nunca me esquecerei da pergunta inflamada que me fizeram na última tarde: “Pastor, sabemos que o Espírito Santo nos dará o poder do Céu, mas como vamos fazer tudo isso?” Convencido de que a simplicidade seria mais eficiente, respondi: “É simples, mas não deve haver exceção. Se vocês querem que a igreja cresça, todos devem fazer algo pelo Senhor, independentemente do seu talento.” Dezesseis meses mais tarde, sentei-me numa das cadeiras do escritório daquela Missão. Tinham sido abertas 14 novas congregações, totalizando 17 igrejas na capital do país. A ADRA então ocupava um escritório no fim do mesmo corredor e, de onde eu estava sentado, eu conseguia ouvir a música cristã que era veiculada na rádio adventista local, a única emissora FM em toda a cidade. Tudo foi um milagre. “Foi simples. Trabalhar e orar”, explicou o presidente da Missão adventista. Com alegria, ele me informou que no sábado seguinte eu falaria para novos membros numa reunião campal. No sábado de manhã, caminhei a curta distância entre o hotel e o local do acampamento. Num cruzamento movimentado, reparei um jovem que abordava rapidamente pessoa por pessoa, entregando um pedaço de papel. Pensei que fosse algum alfaiate, mecânico ou barbeiro fazendo propaganda de seus serviços. Ele me entregou um jornal que não consegui ler imediatamente, mas reconheci o logo da Igreja Adventista. “Você é adventista?”, perguntei. “Sim, há dois meses”, ele respondeu. Sabendo que ainda estávamos a certa distância do acampamento, perguntei: “Por que você está aqui?” Com um inglês mal falado, ele respondeu: “Senhor, na Igreja Adventista todos têm um trabalho para Deus, todos.” “Qual é a sua função?”, questionei. Com um orgulho santo no olhar, ele explicou: “Senhor, eu