BÚSSOLA
EPIs ESPIRITUAIS SEM A DEVIDA PROTEÇÃO, FICAREMOS VULNERÁVEIS AOS ATAQUES DO INIMIGO INVISÍVEL ERTON KÖHLER
Foto: Adobe Stock
O
uso de EPIs está em alta. Essa sigla praticamente desconhecida começa a fazer parte de nosso vocabulário. Os “equipamentos de proteção individual” não surgiram para enfrentar a Covid-19, mas são usados para proteger trabalhadores em situações normais de risco. São óculos, capacetes, botas e outros equipamentos. Já na atual pandemia, os profissionais de saúde e a população em geral passaram a depender de escudo facial, máscara, luvas e álcool em gel. Na guerra contra os poderes espirituais do mal, também precisamos usar um EPI espiritual, que Paulo descreve como a “armadura de Deus” (Ef 6:12-17), com base na vestimenta dos soldados romanos. Suas peças cobriam todo o corpo, pois uma cobertura parcial certamente levaria à derrota. Por isso, o apóstolo apelou para usarmos “toda a armadura”. ▪ Cinto da verdade. Era usado para firmar a túnica dos soldados, evitando que ela dificultasse movimentos rápidos. A verdade nos motiva a permanecer firmes e deixar tudo que atrapalha na luta contra o mal. Trata-se de um chamado à integridade, fazendo o que é certo, não o que é fácil. ▪ Couraça da justiça de Cristo. Era feita de couro e usada sobre o peito para proteger os órgãos vitais. Ela nos convida a guardar o coração, pois, segundo Ellen White, “o poder de Satanás hoje para tentar e enganar é dez vezes maior do que nos dias dos apóstolos” (Spiritual Gifts, v. 2, p. 277). Ele nos tenta de R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2020
ASSIM COMO OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E A POPULAÇÃO PASSARAM A DEPENDER DE ESCUDO FACIAL, MÁSCARA, LUVAS E ÁLCOOL EM GEL, NÓS TAMBÉM TEMOS QUE USAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PROVIDO POR DEUS todas as maneiras. Para resistir, precisamos diariamente trocar nossa própria couraça pelo manto da justiça de Cristo. Somente ele é invulnerável. ▪ Calçados do evangelho da paz. Os soldados romanos usavam sandálias com pregos, que as firmavam no chão durante o combate. Essa analogia é uma lembrança de nosso chamado a sair, compartilhar o evangelho e conquistar aqueles que o Senhor já preparou. O envolvimento com
a missão aumenta a proteção, pois Deus está ao nosso lado. ▪ Escudo da fé. Paulo se referia a um grande escudo capaz de proteger todo o corpo contra as flechas de fogo, uma das armas mais perigosas da época. Hoje, a fé “detém as flechas da tentação, antes que se tornem pecado” (Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1161). O escudo também era elemento de ataque. Quando os soldados formavam um batalhão, com escudos por todos os lados, tinham grandes chances de vitória. O mesmo acontece com a igreja quando está unida. ▪ Capacete da salvação. Ele protegia a cabeça, o alvo principal na batalha. A mente humana também é o alvo central do grande conflito. “Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás devem guardar bem as vias de acesso à mente; devem-se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. [...] Pois de outra maneira os males externos despertarão os internos, e a pessoa vagará em trevas” (Atos dos Apóstolos, p. 291). ▪ Espada do Espírito. A espada era a arma mais importante de um soldado na batalha, assim como a Palavra de Deus é mais poderosa do que as armas de Satanás. Ela pode ser usada defensivamente para nos proteger dos ataques do inimigo, e ofensivamente para destruir as estratégias do mal. Mas, se ficar empoeirada, a vida correrá risco. Não é possível gastar horas na internet e depois ler a Bíblia por minutos, esperando receber forças para a batalha. Paulo concluiu com a tão esperada vacina contra o vírus do mal: “orem em todo o tempo” e “com todo o tipo de oração” (Ef 6:18). Nessa batalha, “ninguém, sem oração, se encontra livre de perigo durante um dia ou uma hora que seja” (O Grande Conflito, p. 530). ] ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
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