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ENTREVISTA

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ENFIM

ENFIM

Gilbert Valentine NATHAN BROWN

Depois de retratar W. W. Prescott para a Série dos Pioneiros Adventistas, nos últimos dez anos o doutor Gilbert Valentine se dedicou a um projeto ainda mais ousado: a biografia de John N. Andrews. O resultado foi um livro de 728 páginas, publicado pela Pacific Press em 2018. Nesta entrevista, concedida originalmente ao site da Adventist Record (bit.ly/33ltnS7), revista da igreja na AustráLUZ SOBRE O PASSADO lia, e reproduzida aqui de maneira resumida, ele revela detalhes de sua exaustiva investi gação e discute a relevância da pesquisa histórica para a igreja.

AUTOR DE NOVA BIOGRAFIA DE JOHN ANDREWS FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DE ENTENDERMOS DE MANEIRA MAIS AMPLA E CONTEXTUALIZADA A HISTÓRIA DA IGREJA

Parece haver um ânimo renovado entre os historiadores adventistas. O que motivou esse fenômeno? Em tempos recentes, uma grande quantidade de material novo se tornou acessível ao historiador adventista, e algumas cartas que antes eram consideradas reveladoras, ou sensíveis demais para os pesquisadores, agora também estão disponíveis. Além disso, nossas editoras hoje estão mais dispostas a publicar os resultados de estudos que contam a história de nossa igreja de modo a desafiar a compreensão tradicional do nosso

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passado, que às vezes se mostra incompleta. Isso pode nos ajudar a preencher lacunas, corrigir mitos e mal-entendidos, abrir perspectivas mais amplas sobre fenômenos complexos e revelar nossos antepassados de novas maneiras.

O que chamou sua atenção em John N. Andrews?

Um dos aspectos que me impressionaram foi como Andrews vivenciou a iminência do advento, como isso concentrou nitidamente seu senso de dever em tudo o que fazia, mas também gerou um sentimento permanente de culpa de que ele nunca havia feito o suficiente.

Qual foi a sua descoberta mais surpreendente?

Talvez as ideias mais reveladoras tenham sido sobre Ellen e Tiago White como colegas próximos de Andrews. Ver Tiago White lutando com o que parece ter sido um transtorno de humor bipolar, conforme sugiro no livro, é esclarecedor. Além disso, foi possível compreender melhor suas lutas e a razão de a pioneira ter vivenciado períodos de depressão, à medida que seu esposo se tornou cada vez mais disfuncional, em resultado de sucessivos derrames.

Andrews é frequentemente elogiado como o primeiro missionário adventista estrangeiro, mas parece que seu trabalho duro e seus melhores esforços tiveram pouco sucesso. Ele morreu na Suíça com uma sensação de fracasso.

Os líderes da igreja na década de 1870 acreditavam que poderiam simplesmente pegar o que chamavam de “modelo americano” de evangelismo, colocá-lo para funcionar na Europa e ser bemsucedidos. Nesse período, a igreja fez pouca ou nenhuma análise do impacto do choque cultural e das dificuldades de comunicação intercultural. Andrews ajudou a denominação a aprender a fazer a missão como ele próprio havia aprendido.

Qual é a contribuição mais significativa dele para o adventismo?

Embora esteja um pouco desatualizado, o trabalho de Andrews sobre a história do sábado foi uma contribuição notável. Ele foi pioneiro em ensinar sobre o valor das “notas de rodapé” e da cuidadosa pesquisa histórica na busca e defesa da verdade.

Por que a história de nossos pioneiros é tão importante?

A história não se resume a eventos e datas, guerras e descobertas. É sobre pessoas e feita por pessoas. Mas do que qualquer outra coisa, biografias podem contar nossa história com mais detalhes, revelando quem éramos e quem somos. ]

Revista Adventista // Dezembro 2019

Foto: Andrews University

6 a 15 de fevereiro

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