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BEM-ESTAR
A ADOÇÃO DE UM ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL FAZ DIFERENÇA, POIS PODE ALTERAR ATÉ MESMO NOSSA GENÉTICA
DIAGNÓSTICO FAVORÁVEL
SAIBA COMO REDUZIR OS RISCOS DO CÂNCER DE MAMA
PETER N. LANDLESS E ZENO L. CHARLES-MARCEL
Ocâncer de mama é mais comum em mulheres, tanto nos países desenvolvidos como nas nações em desenvolvimento. Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que em 2011 essa doença tenha matado 508 mil mulheres. O índice mais baixo de câncer de mama é entre as mulheres do leste da África, mas a incidência dessa enfermidade tem aumentado ali.
Nos países ricos, embora a expectativa de vida seja maior hoje do que décadas atrás, têm aumentado também os casos de câncer de mama. Esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores: a urbanização, o sedentarismo e o aumento do consumo de álcool e de alimentos refinados, gordurosos e muito calóricos. No caso dos países mais pobres, o aumento da incidência também se explica pelo diagnóstico tardio da doença.
Os fatores de risco para o câncer de mama já estão bem documentados. Conheça os principais: 1. Histórico familiar. A presença da mutação genética (genes
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danificados ou alterados) como os denominados BRAC1, BRAC2 e p53. Eles aumentam significativamente o risco de desenvolvimento da doença, mas são relativamente raros. 2. Exposição prolongada ao estrógeno. O hormônio feminino vinculado à ovulação é produzido pelo corpo (endógeno) desde a primeira menstrução até a menopausa. O maior risco decorre de menstruar precocemente ou ter o primeiro filho e/ou passar pela menopausa em idade avançada. O mesmo pode acontecer com quem consome hormônios (estrógeno/ progesterona), como contraceptivos orais e terapias de reposição hormonal, após a menopausa. 3. Estilo de vida. Cerca de 20% das mortes por câncer de mama podem ser atribuídas ao uso de álcool, obesidade e sedentarismo. Esses fatores de risco são principalmente associados ao estilo de vida dos países mais industriali zados, onde o sobrepeso e a obesidade são mais comuns; e nos países mais pobres, onde a falta de atividade física é um elemento importante.
Por sua vez, podemos recorrer aos fatores protetores. São eles: (1) amamentar; (2) fazer atividade física regular, o que pode modificar até o risco genético, segundo artigo publicado na revista acadêmica Clinical Cancer Research, em maio; e (3) manter um bom IMC (Índice de Massa Corporal), ou seja, uma relação saudável entre peso e altura.
É importante lembrar que essas medidas não dispensam cuidados também preventivos, como o autoexame e exame clínico periódico. Se algum caroço for encontrado nas mamas, é essencial procurar ajuda imediata. Qualquer secreção anormal no mamilo (especialmente sangue), rigidez anormal, vermelhidão ou sensibilidade na mama deve ser relatada imediatamente ao médico e investigada adequadamente.
As consultas regulares ao médico também são fundamentais, pois a mamografia e o raio X são os únicos exames que comprovadamente ajudam a salvar vidas. Eles devem ser conduzidos por profissionais de saúde qualificados, porque não devem ser usados de maneira inadequada ou excessiva.
Por fim, vale lembrar que a adoção de um estilo de vida cuidadoso e consciente pode fazer a diferença. Lembre-se de que Deus prometeu estar com você em todas as circunstâncias, mesmo diante de um diagnóstico preocupante. ]
PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial
adventista em Silver Spring, Maryland (EUA);
ZENO CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor
associado desse mesmo ministério
Revista Adventista // Adventist World // Dezembro 2019
Foto: Monkeybusiness