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NOVA GERAÇÃO
Eu já estava indo para algum lugar quando disse pela primeira vez a Deus que aceitaria o novo chamado Dele para mim. Isso foi há oito anos. Alguns amigos que participavam do clube de missão da Escola de Saúde da Universidade Adventista Del Plata, na Argentina, tinham o sonho de organizar um encontro internacional que reunisse palestrantes do mundo todo que pudessem inspirar jovens ao compromisso missionário.
Na primeira edição, as coisas começaram pequenas, como sempre acontece. Eu fazia parte da equipe organizadora e participei apaixonadamente do evento, junto com outras centenas de universitários. Em setembro, estive com mais de 3 mil pessoas na Universidad Peruana Unión, próximo à capital Lima, onde novamente fui inspirada ao ouvir experiências de pessoas que estão servindo ao redor do planeta. No 5º Congresso I Will Go, muitos universitários tomaram a decisão de ser luz do mundo.
Eu já estava indo para algum lugar quando disse pela quinta vez a Deus que aceitaria um novo chamado Dele para mim. Junto com alguns amigos, viajamos com nossas mochilas nas costas do norte da Argentina até o Peru para participarmos do congresso missionário. No caminho, passamos pela Bolívia e as ilhas fl utuantes do Lago Titicaca. Na volta do evento, visitamos as famosas ruínas de Machu Picchu, já do lado montanhoso do Peru.
PARA CONJUGAR O VERBO “IR” NO FUTURO É PRECISO VIVER O CHAMADO DE DEUS JÁ NO PRESENTE
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ESTOU INDO...
SUA PARTICIPAÇÃO NA MISSÃO DE DEUS COMEÇA ONDE VOCÊ ESTÁ
CAROLINA RAMOS
O profeta Isaías ouviu o chamado de Deus e estava disposto a ser enviado (Is 6:8). No entanto, tenho certeza de que ele já estava ocupado servindo ao Senhor em algum lugar. Ele foi chamado para uma nova missão, mas já era um missionário. Ele já estava “indo”. Há muito tempo senti que Deus estava me chamando para a missão transcultural, mas concluí que, antes de Ele me mandar para fora do meu país, eu precisava ser missionária onde eu estava. Li na página 195 do livro O Desejado de Todas as Nações, de Ellen White, que “todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário”. Por isso, entendi que essa viagem na qual embarquei com meus amigos para o Peru também poderia ser uma experiência missionária. Não foi fácil fazer isso, pois me distraí e perdi o foco algumas vezes ao longo do caminho. Além disso, conversar sobre Deus com pessoas desconhecidas não é algo tão espontâneo assim.
Quando cheguei ao congresso deste ano, mesmo reafi rmando que irei aonde Deus me mandar, percebi que conjugar esse verbo no futuro requer que eu viva o chamado Dele para mim já no presente. As coisas melhoraram após o evento, e meus amigos e eu pudemos testemunhar mais sobre nossas crenças para pessoas com as quais nos encontramos durante o retorno para casa. Encontramos inclusive alguns ex-adventistas que nunca haviam pensado em ser voluntários, mas que passaram a cogitar essa possibilidade por causa do nosso testemunho.
Às vezes, confundimos os tempos verbais e as coisas se complicam. Aprendi que a intenção precisa ser correta, a convicção e o entusiasmo devem ser reais, mas não pode faltar a entrega diária para o compromisso que abraçamos. Se nossa missão não começar em casa, podemos perder o foco ao longo da caminhada. Todos os dias quero dizer: “Eu vou.” ]
CAROLINA RAMOS estuda tradução, ensino da língua inglesa e educação musical na Universidade
Adventista Del Plata, na Argentina
Revista Adventista // Adventist World // Dezembro 2019
Foto: arquivo pessoal