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EM FAMÍLIA
SEXO É VIDA
E OS IDOSOS TAMBÉM PODEM DESFRUTÁ-LO COM ALEGRIA E PRAZER
TALITA CASTELÃO
Todos nós estamos envelhecendo. E nesse processo ocorrem mudanças inevitáveis em nosso corpo, mente e comportamento, inclusive na sexualidade. Apesar de o impulso sexual ser geralmente associado à SEXUALIDADE juventude, idosos também têm desejo por sexo e podem encontrar satisfação nessa área da vida. O primeiro ponto é pensar na sexualidade É MAIS DO QUE UM ATO; TEM como algo mais amplo que o ato sexual em si. Na verdade, ela compreende uma série de QUE VER COM manifestações, como afeto, desejo, intimidade, senso de pertencimento e outras experiências AFETO, DESEJO, que podemos sentir e expressar na busca do INTIMIDADE amor e do vínculo. Portanto, a sexualidade faz parte da nossa personalidade e vai existir E SENSO DE independentemente de tabus, idade, gênero, nacionalidade ou religião. Obviamente, o modo PERTENCIMENTO, como se experimenta a sexualidade varia com o avanço da idade, mas ela não pode ser jamais negligenciada. NA BUSCA DO AMOR E DO Especificamente em termos de atividade sexual, o idoso enfrenta mudanças que são VÍNCULO naturais e que implicam na diminuição da resposta aos estímulos sexuais. Nos homens, ocorre a redução na produção dos espermatozoides e da testosterona, que é o hormônio mais importante na questão do desejo. As ereções se tornam mais raras e menos firmes. O volume ejaculado também diminui, e episódios de falha nas ereções são experimentados mais regularmente.
Por sua vez, as mulheres, em virtude do climatério e da menopausa, sofrem com a redução de seus hormônios sexuais. O ressecamento vaginal provocado pela queda hormonal pode gerar desconforto e até dor durante o ato sexual. O uso de lubrificantes e a reposição hormonal podem ajudar nesse sentido. Mulheres mais velhas também experimentam impactos na autoimagem e autoestima, que podem afetar a sexualidade. Além disso, problemas de saúde como diabetes, hipertensão, colesterol alto ou uso de alguns medicamentos prejudicam o desempenho sexual, em ambos os sexos. O maior problema é que há resistência na busca de tratamento quando aparece alguma disfunção sexual.
Mesmo diante de mudanças físicas, a vida sexual na terceira idade vai provavelmente seguir a tendência demonstrada ao longo dos anos. Casais hipersexuais continuarão fazendo sexo com frequência e os menos sexualizados poderão até cessar esse tipo de contato. Com o aumento da longevidade e as mudanças no estilo de vida das pessoas, podemos dizer que os idosos de hoje não são como os de antigamente. São mais ativos, gostam de experimentar coisas novas e não abrem mão da qualidade de vida, inclusive no aspecto sexual.
Isso, aliás, tem gerado um alerta das autoridades de saúde. Entre 2016 e 2017, segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde (2018), aumentou em 81% o número de casos de HIV em pessoas acima de 60 anos. Esse crescimento nas taxas ocorreu em ambos os sexos e se deve principalmente à não utilização de preservativo, seja em virtude de crenças equivocadas ou preconceitos em relação ao método.
Sexualidade é vida. E a vida não tem idade. Ela acontece o tempo todo e requer criatividade e renovação constante. Que nossos idosos a desfrutem com alegria e prazer, dentro dos parâmetros corretos! ]
TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências