Nº7 - MAIO 2021
BIO HEITOR
REVISTA ESCOLAR DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA BIOLOGIA 12ºANO
FICHA TÉCNICA:
Título: Bio Heitor Edição: Número 7 Ideia original e Curadoria: Mónica Ramôa monica.ramoa@sapo.pt
Logótipo: Mélanie Matthey-Doret e Simão Gonçalves Capa: José Pedro Fernandes
Apoio técnico digital/informático: Sílvia Martins e José Pedro Fernandes
Responsável científico-pedagógico: Mónica Ramôa Entidade responsável: Escola Secundária Frei Heitor Pinto www.aefhp.pt (+351) 275 331 228 gabinete-diretor@aefhp.pt Autores: Alice Simões, Beatriz Gaspar, Beatriz Timóteo, Beatriz Conceição, Bruna Marques, Bruno Ferreira, Carolina Susana, Catarina Sousa, Célia Pires, Cláudia Gonçalves, Diana Droguete, Fernando Martins, Gonçalo Charro, Lara Lopes, Leonor Gomes, Maria Arsénio, Maria Nogueira, Mélanie Matthey-Doret, Nádia Duarte, Pedro Marques, Rafaela Bernardo, Rodrigo Sousa, Rute Ferreira, Sérgio Morais, Simão Gonçalves, Sofia Esteves, Sofia Pereira, Vanessa Sardinha, Vitória Simão. Local: Covilhã e ESFHP Data: Ano letivo 2020/2021 – Maio 2021
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Índice
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Recursos Naturais:
Nádia Duarte
Rute Ferreira
Consumo e sustentabilidade Recursos naturais: Tudo aquilo que o ser humano retira da natureza e que lhe é essencial (Aguilar, 2018), podem ser: Perpétuos: recursos oriundos de reservas inesgotáveis numa escala temporal humana, por exemplo, o sol e o vento (Arze, 2019).
Consumo O consumo irracional aliado ao crescente e descontrolado ritmo de produção que promoveu a degradação do meio ambiente em níveis exorbitantes, multiplicou com o crescimento da população mundial, e isto levou à necessidade de adquirir instrumentos que possam conciliar o progresso económico e a preservação dos recursos ambientais. (Lima, 2010). “Acredita-se que a adoção de uma nova ética no consumo, através da educação ambiental, seja a forma mais eficiente para se alcançar um modelo sustentável de desenvolvimento, formando consumidores conscientes e responsáveis pelo seu papel atualmente na sociedade.” (Lima, 2010, pág 1).
Renováveis: Recursos em que as taxas de produção são equivalentes ou superiores às taxas de consumo, desde que o consumo não seja excessivo, por exemplo, plantas e os seus derivados As atuais tendências de consumo são insustentáveis para o (Aguilar, 2018). planeta que nos abriga e isso requer criar medidas de forma a reduzir Não renováveis: São existem em número finito regiões do planeta, sendo produção é muito inferior, taxa de consumo. São combustíveis fósseis e (Aguilar, 2018)
aqueles que em diferentes que a taxa de em relação à exemplos, os os minerais
este mesmo consumo pois mantendo-se as tendências atuais do crescimento populacional, consumo de energia, de materiais e da degradação ambiental perseverarem, as necessidades humanas deixarão de ser saciadas e as desigualdades sociais irão aumentar. Ou seja, é necessária encontrar novas formas de proporcionar às populações os bens essenciais ao seu dia-a-dia. Para isso é necessário adotar padrões de consumo e produção que salvaguardem os recursos que vão ser necessários há sobrevivência das futuras gerações. (Zanirato, 2016)
Sustentabilidade Sustentabilidade pode ser compreendida como o número máximo de seres que os subsistemas terrestres permitem suportar, permitindo uma coexistência de uma vida com boas condições e respeito pelos recursos que a terra dispõe sem comprometer os mesmo de forma a assegurar um futuro para as gerações futuras. ( Carrajola, 2009). A sustentabilidade pode se dizer que está sustentada em três pilares: sociedade, ecologia e economia ou baseada num triplo resultado final de pessoas, planeta e lucro. No fundo,a ideia é de que se um destes três pilares cair, os outros dois também. Desta forma a sustentabilidade requer um equilíbrio estático e rígido, de modo a funcionar. (Thiele, 2016)
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A sustentabilidade requer também criatividade e inovação: “… even if you are on the right track, you will eventually get run over by a train if you just sit there. To practice sustainability, we cannot just sit there. We have to learn and we have to adapt. Without creativity, it is impossible to sustain what we value.” (Thiele, 2016, pág. 16)
Pegada ecológica: “How much of Earth’s bio-capacity is dedicated to supporting any specified population at its average material standard of living?” (Rees, 2018, pág. 6) O cálculo da pegada ecológica diz-nos que as populações sobre consumiram e “estragaram” os recursos que o planeta terra oferece. É um método para quantificar o impacto das atividades humanas nos diversos subsistemas. (Marazzi, 2017) Dia 22 de Agosto foi o “Overshoot Day” (média global), dia em que se esgotam os recursos naturais do planeta, nesse ano. Apesar de este ser uma média global, cada pais começa a viver com uma dívida ecológica em alturas diferentes. Manter este défice a partir do dia estimado para cada país vai liquidar os seus recursos ecológicos ou sobre produzir resíduos ou importar de países vizinhos. Nenhum país chegou ao fim de 2020 sem aumentar este défice. (Shirinov, 2021)
Exploração (in)sustentável: A dinâmica não regulamentada da exploração dos recursos por parte dosexploradores tem a tendência a empurrar para a sobre exploração e mesmo quando existe regulamentação de forma a proteger ou a explorar de foram sustentável, os exploradores conseguem dar a volta a essa regulamentação de forma a que estas sejam menos eficazes. A sustentabilidade acaba por ser assegurada por comunidades de pequena escala ou propriedade privada. (Ludwig, 1995) Os resultados da exploração insustentável são cada vez mais percetíveis pelas populações e exemplos dessas sobre exploração são a desflorestação, pesca (Sutherland, 2009) e os recursos não renováveis, como por exemplo a indústria mineira. (Wellmer, 2002)
Fig.1 - Country Overshoot Day in 2020. (Shirinov, 2021)
Notícias: “Torres Novas | Município firma protocolo para instalação de hortas urbanas” Cláudia Gameiro, Mediotejo.net - 27 de Maio, 2021 https://www.mediotejo.net/torres-novas-municipio-firma-protocolo-para-instalacaode-hortas-urbanas/
“Portugal vive a partir desta quintafeira em "crédito ambiental" até fim do ano” Observador – 13 de Maio, 2021 https://observador.pt/2021/05/13/portugal-vive-a-partir-desta-quinta-feira-emcredito-ambiental-ate-fim-do-ano/
“Projeto cria marco para exploração sustentável da Amazônia” Fonte: Agência Senado – 16 de Outubro, 2020 https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/10/16/projeto-cria-marco-paraexploracao-sustentavel-da-amazonia
Bibliografia: Aguilar, E.A., Erreyes, K.R., Contreras, O.O., Iñiguez, M.C. (2018). Uso y valoración de los recursos naturales y su incidencia en el desarrollo turístico: Caso Casacay, cantón Pasaje, El Oro-Ecuador. Revista Interamericana de Meio Ambiente e Turismo. Artigos de investigação. Arze, S.P.O. (2019). Derecho de los Recursos Renovables. Universidad Mayor de San Simón Carrajola, C., Castro, M. J., Hilário, T. (2009). Planeta com Vida, biologia. Santillana. Barcarena Hilborn, R., Walters, C. J., & Ludwig, D. (1995). Sustainable exploitation of renewable resources. Annual Review of Ecology and Systematics, 45-67. Lima, A. K. F. G. (2010). Consumo e sustentabilidade: em busca de novos paradigmas numa sociedade pós-industrial. XIX Encontro Nacional do CONPEDI. Marazzi, L. (2017). Our ecological footprint. CRC Press. Rees, W. (2018). Ecological footprint. In Companion to environmental studies (pp. 43-48). Routledge. Shirinov, A. Q. (2021). Earth overshoot day and the case of central Asian countries (Human development vs. running out of resources). Science and Education, 2(2). Sutherland, W. J. (Ed.). (2009). Conservation science and action. John Wiley & Sons. Thiele, L. P. (2016). Sustainability. John Wiley & Sons. Wellmer, F. W., & Becker-Platen, J. (2002). Sustainable development and the exploitation of mineral and energy resources: a review. International Journal of Earth Sciences, 91(5), 723-745. 5 Zanirato, S. H., & Rotondaro, T. (2016). Consumo, um dos dilemas da sustentabilidade. Dilemas ambientais e fronteiras do conhecimento I.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E DEPLEÇÃO DO OZONO ESTRATOSFÉRICO Simão Gonçalves ; Mélanie Matthey-doret ; Lara Lopes
A atmosfera é um dos principais subsistemas do planeta Terra, este invólucro gasoso do planeta tem duas funções de primordial importância, sendo esta a principal reguladora do clima e protetora da Terra dos efeitos da radiação solar, como também do bombardeamento de partículas sólidas vindas do espaço [1]. Hoje em dia, encontra-se a ser alvo de uma grande poluição, oriunda de diversas atividades humanas, que libertam não só gases, mas também partículas nocivas para o equilíbrio da mesma, acabando por a danificar. Um dos gases com maior incidência de destruição pelo ser humano é o ozono, que na estratosfera está misturado com outros gases atmosféricos, formando uma camada de partículas. Esta tem uma importância vital para a existência de vida fora da água no nosso planeta, já que atua como um filtro de radiações extremamente nocivas aos seres vivos [2].
Figura 1- Bomba de petróleo
Figura 2- Centrais de produção de energia libertadoras de gases
A poluição atmosférica, alteração da composição maioritária do subsistema, provoca modificações da qualidade do ar, assim como também afeta negativamente o funcionamento dos ecossistemas e antropo-sistemas [3]. Este desequilíbrio da composição da atmosfera é causado principalmente pela atividade humana, em termos de libertação de gases, como por exemplo, o CO, CO2, NOX, SOX, H2O, CH4, provenientes de indústrias, queima de combustíveis fosseis, exploração excessiva de gado e também da diminuição de zonas florestais pela sua destruição. Existem igualmente diversos outros poluentes libertados que afetam significativamente mais a composição da estratosfera, onde se localiza a camada de ozono [4].
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A camada de ozono, tal como o nome indica, é constituída por moléculas de O3, sendo a camada mais importante para a possibilidade de existência de vida no meio terrestre, tendo como principal função a absorção de ultravioletas UV-B e UV-C. A mesma, foi alvo de uma diminuição da sua concentração no princípio dos anos 80, devido à poluição atmosférica onde foram emitidos compostos azotados, cloretos e brometos, principalmente os CFC (clorofluorocarbonetos), que chegaram à estratosfera [5], desencadeando reações químicas, destruindo assim a molécula e desequilibrando o seu ciclo de formação-destruição [2]. Destas modificações repentinas no subsistema, são esperadas graves consequências para a vida na Terra, por exemplo, um aumento da temperatura mundial que provoca problemas diretos relacionados com a destruição de glaciares e desaparecimentos de espécies, um maior registo de cancros da pele e outras patologias, como catarata [5], alergias, problemas respiratórios [6] e cardiovasculares [7].
Figuras 3 e 4- Processo de destruição do ozono e penetração dos tipos de UV na pele
Em suma, a poluição atmosférica é ainda uma problemática bastante presente no mundo, apesar de, em relação à camada de ozono, a mesma já apresenta sinais de recuperação alargada, a libertação de gases que contribuem para o efeito de estufa e gases tóxicos, continua a ocorrer em grande escala. Como tal, devemos estar sensibilizados da quantidade acrescida de complicações que estas atividades provocam nas nossas vidas, visando alcançar a diminuição das mesmas, por meio de atividades individuais, das quais evitar usar veículos pessoais, consumir menos carne, comprar produtos de produtores locais ou tentar cultivar os seus próprios vegetais, como também regulações mais rigorosas em indústrias e políticas ambientais, por acabar definitivamente com a emissão de CFC, contruir centrais de energia alternativa, reduzir a desflorestação e florestar com espécies adequadas as zonas degradadas e usar uma agricultura mais sustentável [4]. Bibliografia [1] - Guernier Dias, A., Guimarães, P., Rocha, P. (2006). Geologia 10, Biologia e Geologia 10. 1° Edição, Porto, Portugal. [2] - Paiva, J., Ferreira, A. J., Fiolhais, C. (2015). Física e Química 10, Química – 10°ano. 1° Edição, Lisboa, Portugal. [3] - Goger, T. (2006). Un indicateur d'impact environnemental global des polluants atmosphériques émis par les transports. [4] - Carrajola, C; José Castro, M; Hilário, T. (2009). Planeta com vida. 1°Edição Santillana. Barcarena, Portugal. Constância. [5] - Mahieu, E., Theate, P., & Brahy, V. (2007). La destruction de la couche d'ozone. Rapport analytique sur l'état de l'environnement wallon 2006-2007, 316-321. [6] - Pénard-Morand, C., & Annesi-Maesano, I. (2008). Maladies allergiques respiratoires et pollution atmosphérique extérieure. Revue des maladies respiratoires, 25(8), 1013-1026. [7] - Maitre, A., Bonneterre, V., Huillard, L., Sabatier, P., & de Gaudemaris, R. (2006). Impact of urban 7 atmospheric pollution on coronary disease. European Heart Journal, 27(19), 2275-2284.
CHUVA ÁCIDA e SMOG Beatriz Conceição, Maria Nogueira, Rodrigo Sousa
Durante a primeira metade do século XX observou-se o aumento significativo da acidez das águas da chuva em várias regiões do planeta. Esta acidez foi associada, predominantemente, à presença de ácidos fortes (sulfúrico e nítrico) e ácidos orgânicos (acético e fórmico), originados da oxidação de compostos de enxofre, azoto e carbono, provenientes de processos industriais e da queima de combustíveis fósseis (Cowling, 1982; Fornaro, 1991). Porém, o termo “chuva ácida” surgiu pela primeira vez no século XIX. Já nessa altura verificou-se que a composição química da precipitação era influenciada pela queima de carvão, decomposição de matéria orgânica, direção dos ventos, proximidade do mar, quantidade e frequência da chuva. Observou-se, ainda, que as chuvas ácidas causavam prejuízos às plantas e materiais, além da primeira associação desses efeitos com a presença de ácido sulfúrico (Cowling, 1982). Os efeitos da chuva ácida têm sido amplamente discutidos no meio científico, onde diversos trabalhos mostram desastres ecológicos resultantes da acidez da água da chuva. E, embora este fenómeno também tenha origem natural, como vulcões, as pesquisas revelam que a ação antrópica, atualmente, tem maior origem este problema (Cowling, 1982). La Bastille (1981) constatou que a primeira chuva ácida aconteceu quando as primeiras gotas de chuva caíram no planeta, uma vez, que as erupções vulcânicas, fogo em florestas e a decomposição bacteriológica de matéria produziam compostos de enxofre e azoto como fonte de acidez à água de chuva. Porém, este ciclo natural foi modificado, principalmente nos últimos 2 séculos, e trouxe consigo enormes prejuízos ambientais como o constatado no Lago Andirondack (USA) e em lagos da Escandinávia onde diversos peixes são mortos, por asfixia, devido à poluição da água por ácidos sulfúrico e nítrico provenientes da água da chuva e do degelo (LaBastille,1981).
EFEITOS DA DEPOSIÇÃO ÁCIDA
(Fornaro, 1991)
- Saúde humana: a asma, bronquite pneumonia, gripe e resfriado; - Animais: baixa produtividade dos animais aumento da mortandade embrionária; - Lagos: impacto negativo sobre espécies sensíveis de postos como salmão e truta; - Bens materiais: danos incalculáveis às obras arquitetónicas metálicas e de alvenaria, assim como monumentos históricos e frota veicular; - Vegetação: amarelamento e queda das folhas e brotos de árvores destruição das pequenas raízes pela ação de bactérias perda de vitalidade e diminuísse diminuição do crescimento e produtividade. No solo pode causar aceleração do processo substituição e lixiviação de cátions fundamentais como cálcio, magnésio, sódio, potássio, com consequente solubilização de alumínio, manganês, ferro, zinco, silício, ferro e metais pesados.
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É importante ressaltar o problema da dispersão dos poluentes atmosféricos uma vez que a emissões de poluentes em determinada região pode ser sentida em áreas muito distantes como é o caso dos Estados Unidos e do Canadá. Excessivas emissões de dióxido de enxofre e óxidos de azoto que são produzidos nos Estados Unidos chegam ao Canadá através dos ventos de elevadas altitudes que transportam os poluentes migrantes durante o ano todo (Castro, 1993).
SMOG Smog é um termo usado para definir a concentração da poluição do ar nas cidades que forma uma grande neblina de fumo no ambiente atmosférico próximo da superfície. Esse fenómeno prejudica a qualidade do ar e também diminui a visibilidade nos ambientes urbanos (Manaham, 1994). Este tipo de poluição do ar pode ser prejudicial à saúde. Isto porque pode causar irritação nos olhos, garganta, nariz, afetar os pulmões, provocar tosse e agravar doenças respiratórias como a asma, para além de prejudicar também as plantas e os animais (Manaham, 1994). Existem 2 tipos de smog: o fotoquímico e o industrial. O smog fotoquímico é formado na atmosfera em presença de hidrocarbonetos e NOx, na presença de luz solar e em massa de ar parada. São formadas substâncias oxidantes sendo oxidante primário o ozono, havendo também a formação de peróxido de hidrogénio, peróxidos orgânicos (ROOH), nitrato de peroxiacetila (PAN) e nitrato peroxibenzoíla (PBN) (Manaham, 1994). Muitas áreas urbanas em todo o mundo sofrem com altos níveis de ozono troposférico, uma substância indesejável presente em concentrações de baixas altitudes. Os principais reagentes envolvidos na formação do ozono troposférico são o óxido nítrico e os hidrocarbonetos. A formação do smog fotoquímico é dependente da presença de luz solar, portanto observa-se uma variação da concentração das espécies envolvidas ao longo do dia. A formação destes poluentes acontece algum tempo depois da emissão e a uma certa distância da fonte dos poluentes primários (Seinfeld,1989). Quando se trata de uma atmosfera fortemente oxidante o smog pode ocasionar redução da visibilidade e intensidade da radiação solar direta. O ozono pode causar tosse, espirros e irritações nas mucosas. O PAN e o NOx são prejudiciais à flora. Entretanto, devido à baixa toxicidade do NOx e às baixas concentrações de PAN e outros oxidantes, o O3 é considerado a maior ameaça à vida das plantas, pois rápidas exposições a nível de 0,06 ppm podem, temporariamente, reduzir a taxa de fotossíntese em metade, reduzindo o crescimento da planta sem apresentar lesões visíveis da mesma (Manahan, 1994). O smog industrial ocorre principalmente no inverno e é composto principalmente por dióxido de enxofre e por uma mistura de fumo neblina, cinzas e ácido sulfúrico entre outros compostos nocivos à saúde, trazendo muitos riscos à população é aquele que é produzido pelo fumo expelido pelas chaminés das indústrias e ocorre quando estas se aglomeram em espaços urbanos densamente povoados gerando o acúmulo de gases tóxicos no ambiente. A principal diferença entre o smog industrial e o smog fotoquímico é que o primeiro se dá no inverno e o fotoquímico necessita de luz solar para se formar havendo mais tendência para ocorrer no verão (Pena, 1995). Este tipo de poluição foi o que desencadeou os primeiros problemas ambientais em relação à qualidade do ar na história após a revolução industrial nos países industrializados do hemisfério norte. Embora ainda seja um problema específico nas áreas urbanas da China, da Índia, da Ucrânia e em alguns países do leste europeu, a sua principal causa foi a queima de grandes quantidades de petróleo pesado e carvão em usinas elétricas, fábricas e para aquecimento de lares (Miller, 2007).
Bibliografia Soares, F., Albuquerque, E., & Tomaz, E. (2003). Estudo preliminar da concentração de cov selecionados na atmosfera próxima a postos de abastecimentos de combustíveis Galvão, P. (1996). Chuva acida: Estudo de caso no campus USP/SP (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). Kerr, A. S., Correia, A., dos Santos, L. C. A., & Leite, M. A. (2013). Notas Sobre Poluição do Ar-III. A*→A, 100, 2. Seinfeld, J. H. (1989). “Urban Air Pollution: State of the Science”, Science, Vol. 243, p. 745-752. Manahan, S. E. (1994), Environmental Chemistry, 6th ed., Lewis Publishers, USA. Miller, G. Tyler. Ciência ambiental. São Paulo: Tomson Learning, c2007. 123p., il. ISBN 9788522105496(broch.)
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Aquecimento Global- O aquecimento global é o processo de mudança da temperatura média global da atmosfera e dos oceanos. A acumulação de altas concentrações de gases de efeito estufa, na atmosfera, bloqueia o calor emitido pelo sol e prende o na superfície terrestre, aumentando a temperatura média da Terra. (Nobre, 2007).
Efeito de estufa- O efeito de estufa é um fenómeno natural que ocorre quando a radiação visível e parte da radiação ultravioleta provenientes do Sol, atravessam a atmosfera e incidem na Terra, aquecendo assim a superfície, que emite energia sob a forma de radiação infravermelha. (Moreira, 2013).
A dinâmica climática é condicionada, pela radiação solar, que é a fonte básica de energia para a Terra. Cerca de 30% dessa radiação é refletida, imediatamente ao entrar na atmosfera terrestre, de volta para o espaço, dos quais as nuvens são responsáveis por 15% e os 15% restantes pelos aerossóis e moléculas que compõem a atmosfera e pela superfície terrestre, sem produzir qualquer aquecimento. A proporção entre a radiação refletida e a incidente é chamada albedo, que é variável para diferentes tipos de superfície a exemplo dos oceanos, cerca de 10%, e a neve e o gelo aproximadamente de 90% (Lino, 2009).
Sem o efeito de estufa natural a vida como é conhecida não seria possível na Terra, já que a temperatura média do planeta seria negativa (cerca de -18ºC) (Maruyama, 2009). Este processo natural dá-se quando a radiação terrestre é absorvida pelo vapor de água e dióxido de carbono, responsáveis por cerca de 90% do efeito estufa; os restantes 10% cabem ao metano, ozono, óxido nitroso e outros gases. Estes gases, por sua vez, emitem a radiação terrestre em todas as direções, nomeadamente, em direção à superfície e ao espaço. A absorção e emissão destes gases, pelas várias camadas atmosféricas, reduz a perda de radiação terrestre, emitida pela superfície, que iria para o espaço (Molion, 2008). Nesse sentido, o efeito de estufa resulta da interação de componentes da Troposfera com a energia emitida pela superfície terrestre ao arrefecer (Mendonça e Danni-Oliveira, 2017). Durante os últimos 4,5 mil milhões de anos, o clima do planeta foi alterado por emissões vulcânicas, mudanças na intensidade solar, movimentos dos continentes devido ao deslocamento das placas tectónicas (Miller, 2008).
Causas e consequências do efeito de estufa
(https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/efeito-estufa.htm)
O efeito de estufa é um fenómeno natural que se tem intensificado devido às atividades humanas ligadas à indústria, atividades agropecuárias, uso de transportes e desflorestação. A queima de combustíveis fósseis é uma das atividades que mais produz gases de efeito estufa. As concentrações destes gases na atmosfera impedem que o calor seja irradiado, aquecendo ainda mais a superfície terrestre aumentando, assim, a temperatura média. Verifica-se, atualmente, a fusão de calotes polares, o aumento do nível do mar, o agravamento da segurança alimentar, o aumento dos períodos de seca, a escassez de água e o aumento significativo da temperatura terrestre. Todos estes fenómenos decorrem do aumento médio da temperatura, isto é, são a consequência do aumento do efeito de estufa. 10
O aquecimento global acontece porque o equilíbrio natural desses gases tem sido alterado por ações humanas, em especial, a queima de combustíveis derivados de petróleo e a destruição das florestas. A liberação, em excesso, dos “gases-estufa” exacerba o efeito estufa e altera o clima mundial, com efeitos imprevisíveis. (Graça, 2009). A humanidade não está a interferir apenas nos níveis de carbono no ar, mas também nos de azoto. Embora a queima de combustíveis fósseis seja conhecida por libertar óxidos de nitrogênio que podem fertilizar excessivamente ecossistemas ou reagir com outros compostos para formar smog e chuva ácida, os pesquisadores encontram dificuldade em identificar a extensão da interferência antropogénica nos níveis de nitrogênio da atmosfera. (Casagrande, et al., 2009). Por outro lado, mas em número bastante inferior, aparecem 12,9% de informações para as quais o processo de mudanças climáticas do presente responde, sobretudo, aos ciclos da própria natureza do planeta. Esta categoria tem por base a tese de que durante sua história natural, a Terra experimentou períodos de aquecimento e resfriamento. Existem vários dados que afirmam que a troposfera está a ficar mais quente devido aos efeitos naturais, tais como as emissões vulcânicas, mudanças na intensidade solar, movimentos dos continentes devido aos terremotos. (https://revistas.ufpr.br/revistaabclima/article/view/25793/17212)
“A elevação do nível do mar na era do gelo levanta questões sobre derretimento dos glaciares. Graças à longa estabilidade geológica da ilha Maiorca, as cavernas registam os níveis do mar das últimas dezenas a centenas de milhares de anos na forma de estruturas de pedras. Ao examinar essas formações rochosas, uma equipe de geólogos concluiu que, em comparação com os dias de hoje, o nível do mar estava aproximadamente 1 metro mais alto há 81 mil anos, quando o mundo supostamente passava por uma era do gelo que teria aprisionado água no gelo glaciar”. (Casagrande, et al.,2010)
Assim é possível concluir que os perigos representados pelo aquecimento global não são palpáveis, imediatos ou visíveis no decorrer da vida quotidiana, por mais assustadores que se afigurem, não há ainda a consciencialização, por parte das pessoas de que é urgente tomar medidas que revertam esta tendência. Pois, esperar que as consequências se tornem visíveis e agudas para se tomar medidas sérias será, por definição, tarde demais (Giddens, 2010). Casagrande, A., Silva Junior, P., Mendonça, F. (2009) Revista Scientific American Brasil, set./2009, p. 20, maio/2010, p. 15 Giddens, A., (2010). A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar. Graça, P.M.L.A. (2009) Revista Ciência Hoje, jul./2009, p. 24 Lino, G.L., (2009). A fraude do aquecimento global: Como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial. Capax Dei. Maruyama, S, (2009). Aquecimento Global? São Paulo: Oficina de Textos Mendonça, F.; Danni-Oliveira, I. M., (2007) Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos. Miller, G.T., (2008). Ciência ambiental. São Paulo: Cengage Learning Molion, L.C. B., (2008) Aquecimento global, manchas solares, El Niños e Oscilação Decadal do Pacifico. Moreira, C., (2013) Efeito de Estufa, Rev. Ciência Elem., V1(1):035 Nobre, C.A. (2007). Mudanças Climáticas Globais e o Brasil: Porque Devemos nos Preocupar. Boletim da Sociedade Brasileira de Meteorologia, 30, 7-11.
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POLUIÇAO DOS MARES E OCEANOS BRUNA MARQUES E RAFAELA BERNARDO 12ºB
O oceano ocupa cerca de 70% da superfície da Terra, sendo bastante importante em vários aspetos, como manutenção da Biodiversidade, acesso a recursos minerais, dessalinização, turismo e alimentação humana. Atualmente, devido ao acelerado crescimento demográfico, ao aumento da pressão urbana e o desenvolvimento das atividades econômicas, a contaminação das águas é muito elevada, fazendo com que os oceanos não consigam depurar totalmente as elevadas concentrações de poluentes. Essa contaminação tem como principal origem a ação humana, podendo ser de natureza agrícola, urbana e industrial. Os mares e oceanos transformam-se cada vez mais nas maiores reservas de lixo mundiais. (Toledo e Correia 2008).
Poluição das águas A poluição da água avança a um ritmo alarmante. Cada vez mais, o número de compostos lançados na água aumenta dramaticamente. A poluição das águas é proveniente de várias origens, entre muitas as principais são: a poluição industrial, a agricultura e os esgotos domésticos. (Faria, Marcondes e Jardim 2012).
Além do petróleo e derivados, dos esgotos domésticos e lixo, outros grupos de substâncias que podem destruir o meio marinho são os metais pesados, os materiais radioativos e os pesticidas organoclorados. Os poluentes organoclorados podem afetar os sistemas imunológicos e reprodutivos dos organismos estes pesticidas são utilizados para controlar pragas no entanto em alguns casos são arrastados pelas águas até aos mares e aos oceanos. Por fim, é preciso alertar que o despejo de esgotos domésticos e de lixo nos oceanos é um problema global e, a par dos impactos negativos na sobrevivência e na manutenção da biodiversidade, representa elevado risco para a saúde pública, uma vez que organismos patogênicos presentes nesses resíduos podem transmitir, por exemplo, cólera e hepatite. (Faria, Marcondes e Jardim 2012).
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Águas residuais urbanas (esgotos) O esgoto urbano contém lixo orgânico, resíduos de alimentos, sabão e detergente. Este contém carbonatos, gorduras, bactérias, etc .Cada pessoa, manda diariamente a mesma quantidade e o mesmo tipo de detritos para os esgotos. (Faria, Marcondes e Jardim 2012). A contaminação das águas por esgoto urbano, contém três problemas graves: pode causar contaminação por bactérias (a maior parte patogénicas para o homem), contaminação com substâncias orgânicas e por fim a contaminação com sais de degelo. (Faria, Marcondes e Jardim 2012).
Águas residuais de origem agro-pecuária Na agricultura, pode-se verificar três fatores importantes: a contaminação pela pecuária, a contaminação por fertilizantes e a contaminação por pesticidas segundo Faria, Marcondes & Jardim (2012). Contaminação pela pecuária : Outro grande problema, são os resíduos do uso de agro tóxico que vêm da prática ativa nos campos, o que origina o envio de grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. Os detritos dos animais ultrapassam os detritos dos humanos. Contaminação por fertilizantes O uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acaba por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos, propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigénio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água oxigénio. Contaminação pesticidas: Para proteger as plantas de insetos, fungos e ervas daninhas, é utilizado uma grande quantidade de inseticidas, fungicidas e herbicidas. Estes contaminam as águas superficiais, os solos e as águas pluviais. (Faria, Marcondes e Jardim 2012).
Águas residuais de origem industrial A indústria é responsável pelas diferentes substâncias poluentes encontradas na água. As indústrias produzem grande quantidade de resíduos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos como os líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. São característicos dois tipos de compostos: os compostos orgânicos (como o petróleo) e os inorgânicos (metais e seus derivados). (Faria, Marcondes e Jardim 2012).
Bibliografia: Toledo, André Correa, Luana Ly Kwai, and Rafael Unger. "A Poluição dos Mares." Holos Environment 8.2 (2008). Faria, Carmen Rachel Scavazzini Marcondes, and Tarciso Dal Maso Jardim. "Rio+ 20: oceanos, mares e zonas costeiras." (2012).
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POLUIÇÃO DOS RIOS, LAGOS E LAGOAS Beatriz Timóteo, 12ºB
●
Vitória Simão, 12ºB
Com secas cada vez mais extremas, o planeta está em constante alarme pois, sem água, não há vida. Além de ser fundamental para a sobrevivência dos seres vivos que habitam o planeta Terra, este recurso também é fundamental para o desenvolvimento socio-económico, para a produção de energia como também para a adaptação às mudanças climáticas. Ao longo dos anos, o planeta está a enfrentar um enorme desafio, que, até aos dias de hoje, tem vindo a piorar: a poluição dos rios, lagos, lagoas, entre outros (Wetzel,1993).
Fig 1:Portal dos residuos, Gestão de risco ambientsl e treinamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que, a água contaminada, sofre alterações na sua composição, até chegar ao ponto de não ser favorável para a utilização humana da mesma. Ou seja, a água que se torna tóxica devido à poluição, não pode ser consumida nem utilizada em atividades essenciais como a agricultura. Além disso, tornase uma falta de higiene como também deixa de ser algo benéfico para a saúde, que provoca mais de 500.000 mortes por ano, a nível global. Provoca diarreia e transmite doenças como cólera, disenteria, febre tifóide e poliomielite. Milhares de rios são poluídos por todo o mundo, todos os dias, o que representa um grande problema ambiental (Virgílio, 2020).
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Os principais poluentes da água podem ser: bactérias, vírus, parasitas, fertilizantes, pesticidas, medicamentos, nitratos, fosfatos, plásticos e até substâncias radioativas. Estes elementos nem sempre “mancham” a água, de tal forma que, a poluição hídrica, por vezes, é despercebida. Devido à poluição ser, muitas vezes, invisível à observação macroscópica, são realizadas análises químicas de pequenas amostras e organismos aquáticos, que tem como objetivo saber o estado da qualidade da água (Vasconcelos, 1995).
A poluição dos rios pode ser química, física ou biológica. Poluição química: é caracterizada por dois tipos de poluentes, os biodegradáveis que são produtos químicos decompostos pelo trabalho das bactérias ao final de um certo tempo, como por exemplo detergentes e inseticidas, e os persistentes que preservam no meio ambiente e nos seres vivos, sendo considerado um poluente bastante tóxico para estes, como por exemplo o mercúrio (Wetzel, 1993). Poluição física: tal como o nome indica, altera as características físicas da água, a principal é a poluição através de sólidos. Biológica: caracteriza-se como a contaminação da água por organismos patogénicos (bactérias, vírus, vermes, entre outros.) (Wetzel, 1993).
Fig 2: iGUi, Ecologia
Causas da poluição - A grande expansão urbana, associada ao desenvolvimento da indústria e das atividades agrícolas são as principais causas da poluição dos rios. As atividades domésticas, industriais e comerciais estabelecem poluentes próprios, que modificam e influenciam de diferentes formas a qualidade das águas. As descargas de produtos químicos vindos destes setores provocam uma grande alteração da qualidade da água (Vasconcelos, 1995). - Aquecimento global, o aumento da temperatura terrestre, em função das emissões de CO2, aquece a água, levando a uma diminuição de seu nível de oxigénio (Virgílio, 2020).
- A emissão de esgotos domésticos, industriais e hospitalares, não tratados, para os rios, são também uma grande causa da poluição da água. Leva a um aumento da quantidade de matéria orgânica na água e esgota o oxigénio que se encontra no processo de decomposição, causando a morte dos seres vivos que vivem no meio aquático. Além disso, causa um cheiro desagradável e torna-se um risco para a saúde pública, uma vez que é constituído por vários micro-organismos patogénicos (Magossi e Bonacella,1997). - O depósito de lixo nos rios, influencia bastante a qualidade da água dos rios, lagos e lagoas. Esse mesmo lixo é formado por resíduos sólidos, principalmente residenciais e industriais. À medida que o lixo se acumula, o fluxo da água pode não ser estrangulado em locais onde o rio é canalizado, provocando cheias quando ocorrem chuvas de elevada intensidade (Magossi e Bonacella,1997).
Soluções para a poluição da água Está previsto que metade dos habitantes do planeta poderá viver em áreas com elevada escassez de água em 2025, razão pela qual cada gota contaminada, nos dias de hoje, significa uma perda irremediável para o dia de amanhã. Neste sentido, há várias propostas de medidas, para evitar a poluição da água e, desta forma, mitigar o problema da escassez da água de qualidade. As medidas são: - Reduzir as emissões de dióxido de carbono, para evitar o aquecimento global - Reduzir o uso de pesticidas químicos e nutrientes nos cultivos agrícolas. - Realizar uma purificação nas águas residuais de forma segura para que, além de não poluírem, possam ser reutilizadas para rega e produção de energia. - Limitar o uso excessivo de plásticos, que, em muitos casos, se encontram a flutuar nos rios, lagos e oceanos. - Possibilitar a pesca sustentável para garantir a sobrevivência das espécies e evitar a decadência dos mares. (Magossi e Bonacella,1997).
- Magossi, L. R. & Bonacella, P. H. (1997). Poluição das águas. São Paulo: Editora Moderna. - Wetzel, R.G. (1993). Limnologia. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa. 919p. - Vasconcelos, V. M. D. O. (1995). Toxicologia de cianobactérias: Distribuição de cianobactérias tóxicas e suas toxinas em águas doces portuguesas: Bioacumulação em bivalves - Virgilio, L. R., Silva, A. L. C., Saldanha, R. F., Suçuarana, M., Fernandes, E. C., & Vieira, L. J. S. (2020). Fish Fauna in Oxbow Lakes of the Middle Purus River in the Neotropical Region of the Amazon Rainforest. Brazilian Journal of Development, 6(8), 55545-55564. 15
Poluição do solo Carolina Susana, Pedro Marques
Solo O solo é a camada superficial da crosta terrestre, sendo de importância extrema para a vida de várias espécies. No entanto, as atividades humanas têm provocado a poluição do solo, a um ponto extremamente prejudicial para todos nós. O uso do solo para a urbanização, nas cidades, para as atividades agrícolas, pecuária e industrial tem tido, como consequência, a existência de elevados níveis de contaminação. A estes resíduos associam-se descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo, deposição não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixeiras e/ ou aterros sanitários não controlados, chuvas ácidas, entre outros (Toledo et al, 2017). No estudo da poluição do solo é importante compreender o papel das próprias características do solo, como a permeabilidade e a capacidade de retenção do solo. Há uma relação inversa da capacidade de retenção com a permeabilidade do solo, ou seja, a capacidade de retenção de microrganismos é mais eficiente em solos argilosos (menos permeáveis) do que em solos arenosos e rochosos. Sendo assim, no caso de existência de solos com fraturas e canais de dissolução, esses podem ter maior vulnerabilidade à contaminação (Pacheco, 2000).
Poluição do solo Com a expansão urbana desordenada, o solo tem sido modificado intensa e continuamente pelo ser humano. Também a exploração agrícola, mineira e processos como compactação, erosão, deslizamentos, inundações, poluição por substâncias orgânicas, inorgânicas e patogénicos são constantes, o que provoca efeitos negativos na qualidade do solo. Deste modo, a degradação do solo tem assumido um ritmo de difícil retorno, levando à desertificação de extensas áreas (Pedron, 2004).
O solo deve ser utilizado conforme a sua aptidão, com observação das suas potencialidades, respeitando as suas limitações e fragilidades, pois a sua degradação pode causar prejuízos irreparáveis (Pedron, 2004).
Bibliografia: Toledo, R. C. P. L., Alpoim, M. T., Dutra, J., & Rabello, M. V. T. (2017). Capacitações em agroecologia e inclusão digital para agricultores realizadas por graduados da UFF Dirlane de Fátima do Carmo. Anais do 2 Encontro de Diálogos UFF em Ambientes, Culturas, Educação E Cidadania, 53. Pacheco, A. (2000). Cemitério e meio ambiente (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). Pedron, F., Diniz, R. S. D., de Azevedo, A. C., & Kaminski, J. (2004). Solos urbanos. Ciência Rural, 34(5), 1647-1653.
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Produção de Resíduos e efeitos dos poluentes nos ecossistemas Beatriz Gaspar . Leonor Gomes
O que é um ecossistema? Um ecossistema é formado pelo conjunto de seres vivos que vivem numa determinada área, o meio envolvente e a interdependência que os seres vivos estabelecem entre si e entre eles e esse meio (Reis, 2010).
O que são resíduos? Resíduos são quaisquer substâncias ou objetos que sobram após um processo produtivo, e de que o detentor se desfaz ou tem intenção de se desfazer. A sua classificação é realizada com base nas suas características físicas, químicas e biológicas (Carrajola et al, 2009).
Efeitos dos poluentes nos ecossistemas: Os efeitos dos poluentes dependem de vários fatores nomeadamente daqueles que podem ser imputados a diferentes
Solubilidade de uma substância tóxica: algumas substâncias são solúveis em água e circulam com
características: Características do tóxico: o tempo de resistência de uma sustância à sua decomposição; Via de acesso tóxico: uma substância, quando injetada, tende a atuar mais rapidamente do que quando é ingerida por via oral (Carrajola et al, 2009);
facilidade quer entre os vários substratos, quer no interior dos organismos, outros são decompostos por gorduras apresentando alguma dificuldade em circular onde se penetram nas células e acumulam-se (Carrajola et al, 2009)
Produção de Resíduos Uma das consequências da ação humana sobre o ambiente é a produção de resíduos. Estes, ao serem acumulados, podem provocar o que vulgarmente se designa por poluição ou contaminação. Poluição corresponde à introdução ou remoção pelo homem de substâncias ou energia no Ambiente, suscetíveis de causar efeitos nocivos aos organismos vivos e sistemas ecológicos; Contaminação é o fenómeno que se caracteriza também pela introdução ou remoção pelo ser humano de substâncias ou energia no Ambiente, mas que podem ou não causar efeitos nocivos aos organismos vivos e aos sistemas ecológicos (Carrajola et al, 2009).
Bibliografia
Forma de exposição ao tóxico: o efeito de uma dada substância num determinado indivíduo está muito relacionado com a dose da substância a que o mesmo é sujeito; Características do organismo: a forma como um organismo reage a uma determinada quantidade de um tóxico não é uniforme, variando de espécie, e dentro da mesma espécie (Carrajola et al, 2009).
Fatores bióticos
Fatores Abióticos
Os fatores Bióticos são as interações
Os fatores Abióticos são fatores
que se estabelecem entre os seres vivos
que interferem na vida dos seres
que se dividem em intre-específicas, que
vivos de um ecossistema, mas não,
ocorrerm entre seres vivos da mesma
na sua maioria, independentes da
espécie, e em interespecíficas, que
sua atividade, como por exemplo a
ocorrem entre seres vivos e espécies
água, a temperatura, a humidade
diferentes (Santos, 2010).
etc. (Simões, 2013).
(Reis,2010) https://pt.slideshare.net/treis/ecossistemas-5955299 (Santos, 2010) https://pt.slideshare.net/catiacsantos/factores-biticos-3115795 (Simões, 2013) https://pt.slideshare.net/mmbbss/fatores-biticos-e-abiticos-16492088 (Carrajola,C.; Castro,M. E Hilário,T. (2009), Planeta com Vida, Santillana, Barcarena, Portugal
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Diana Droguete & Sofia Esteves | 12ºA Só na União Europeia, por ano são produzidos 2,5 mil milhões de toneladas de lixo e como tal, promover a mudança de uma economia linear para uma economia circular é de extrema importância. Esta mudança já está em ação, num plano aprovado na Comissão Europeia que inclui propostas para uma produção mais sustentável de produtos, a redução de resíduos e a capacitação de cidadãos (Mhatre, Panchal, Singh, & Bibyan, 2021). É um plano que tem como principal foco os setores que utilizam de forma mais intensiva os recursos, como a eletrónica, os plásticos, os têxteis e a construção. Neste plano é exigido que se alcance uma economia sustentável, neutra em termos de carbono, livre de substâncias tóxicas e totalmente circular, num prazo máximo até 2050 (Mhatre et al., 2021).
Mas do que falamos quando mencionamos economia circular? Quais são as razões e as vantagens de tal mudança?
ECONOMIA CIRCULAR
Já paraste para pensar em como é extraordinário o planeta Terra? É como um organismo vivo que se autorregula, onde a energia é providenciada em abundância pelo Sol e onde todos os resíduos de uma espécie, são os alimentos de outra. Tudo nasce para depois morrer e se transformar em energia para o ambiente. É um ciclo que funciona em harmonia, ou deveria! O ser humano desequilibra esta frágil balança, tornando difícil para os ecossistemas se recuperarem. Existe no entanto uma solução que aponta para a economia circular como minimizador do impacto do ser humano no meio ambiente (Hartley, van Santen, & Kirchherr, 2020). A economia circular é um modelo de produção e consumo que envolve a partilha, a reutilização, a reparação, a renovação e a reciclagem de materiais e produtos existentes, de forma a prolongar o ciclo de vida dos mesmos. É a ciência que repensa as práticas económicas para que vão de encontro aos famosos 3 R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar (Walter, 2016). Este modelo ultrapassa a simples gestão de resíduos e de reciclagem, procurando uma ação mais ampla, desde da reestruturação de processos, produtos e modelos de negócio até à otimização da utilização dos recursos e serviços de forma economicamente viável e ecologicamente eficiente. Procura a minimização da extração de recursos, maximização da reutilização, aumento da eficiência e desenvolvimento de novos modelos de negócios (Nikolaou, Jones, & Stefanakis, 2021). Este método circular, contrasta com o tradicional modelo económico linear, baseado no princípio “produz-utiliza-deita fora”. O modelo linear é insustentável e exige vastas quantidades de materiais a baixo preço e fácil acesso e muita energia (Sariatli, 2017).
;ETNEIBMA OIEM O ERBOS OÃSSERP AD OÃÇUDER
ESTÍMULO AO CRESCIMENTO ECONÓMICO E A CRIAÇÃO DE EMPREGOS.
BENEFÍCIOS DA
ECONOMIA CIRCULAR ;OÃÇAVONI AD OÃÇOMORP
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MAIOR SEGURANÇA NAS PROVISÕES DE MATÉRIAPRIMA;
HIERARQUIA NA GESTÃO DE RESÍDUOS
Este conceito de hierarquia pretende definir e priorizar as intervenções na gestão de resíduos, tendo em consideração a maximização do potencial do resíduo e a minimização do seu impacto ambiental. Este modelo valoriza a redução e reutilização como pontos mais importantes na gestão residual (L, 2018).
REDUÇÃO
Usar menos material no design e fabrico do material. Manter produtos durante mais tempo. Uso de materiais menos perigosos
REUTILIZAÇÃO Verificar, limpar, reparar, reformar artigos inteiros ou partes
RECICLAGEM
Transformar resíduos numa nova substância ou produto. Inclui compostagem
RECUPERAÇÃO
Digestão anaeróbia, incineração com recuperação de energia, gaseificação, pirólise (combustíveis, calor e energia)
DEPOSIÇÃO Aterro e incineração sem recuperação de energia
Figura 1. Pirâmide hierárquica das opções aplicáveis à gestão de resíduos. Adaptado da Diretiva 2008/98/CE (L, 2018)
Tabela 1. Hierarquia de gestão de resíduos vs impacto ambiental. Adaptado de AEA – Report to the Welsh Assembly Government: Modelling of Impacts for Selected Residual Waste Plant Options using WRATE (Guidance, 2011)
PAPEL E CARTÃO Redução/ Prevenção
RESÍDUOS DE ALIMENTAR TÊXTIL JARDIM Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Reutilização
Reciclagem
Digestão Anaeróbia
Redução/ Prevenção
MADEIRA
VIDRO
METAIS
PLÁSTICO*
REEE&
Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Redução/ Prevenção
Reutilização
Reutilização Reutilização Reutilização
Reutilização
Reutilização
Revenda
Reciclagem
Reciclagem Reciclagem Reciclagem (refundição)
Reciclagem (circular)
Reciclagem (metais e plásticos)
Valorização energética (cimento)
Outro tipo de reciclagem
Outro tipo de reciclagem
Digestão Anaeróbia (seca)
Compostagem Compostagem
Valorização energética (Pequenas fibras)
Eliminação
Valorização energética
Eliminação
Eliminação
PNEUS
Eliminação
Valorização energética
Eliminação
Eliminação
Valorização energética + reciclagem
Eliminação
Valorização energética
Eliminação
Valorização energética (Pirólise) Valorização energética (Mistura de plásticos não tóxicos
Eliminação
RESIDUOS INDIFERENCIADOS# Redução/ Prevenção
Valorização energética (calor/ energia) Tratamento mecânico biológico
Gaseificação/ Criação de Incineração combustível derivado de resíduos Eliminação
Eliminação
& - Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos * - Dependendo do tipo de plástico de origem biológica, a hierarquia de gestão residual pode ser diferente # - Adaptado ao cenário do território português
BIBLIOGRAFIA
Geissdoerfer, M., Savaget, P., Bocken, N. M. P., & Hultink, E. J. (2017). The Circular Economy – A new sustainability paradigm? Journal of Cleaner Production, 143, 757-768. doi: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2016.12.048; Guidance, W. H. (2011). Guidance on applying the Waste Hierarchy www.defra.gov.uk. Hartley, K., van Santen, R., & Kirchherr, J. (2020). Policies for transitioning towards a circular economy: Expectations from the European Union (EU). Resources, Conservation and Recycling, 155, 104634. doi: https://doi.org/10.1016/j.resconrec.2019.104634 ; L, O. (2018). Directiva 2008/98/CE. Jornal Oficial da União Europeia, Volume 034 P. 99 - 126. ; Mhatre, P., Panchal, R., Singh, A., & Bibyan, S. (2021). A systematic literature review on the circular economy initiatives in the European Union. Sustainable Production and Consumption, 26, 187-202. doi: https://doi.org/10.1016/j.spc.2020.09.008 ; Nikolaou, I. E., Jones, N., & Stefanakis, A. (2021). Circular Economy and Sustainability: the Past, the Present and the Directions. Circular Economy and Sustainability. doi: 10.1007/s43615-021-00030-3; Rodrigues, B., & Rodrigues, P. (2020). Guia para uma gestão circular de resíduos In L. BioRumo - Consultoria em Ambiente e Sustentabilidade (Ed.), Resíduos do Nordeste, EIM, S.A. .; Sariatli, F. (2017). Linear Economy versus Circular Economy: A comparative and analyzer study for Optimization of Economy for Sustainability. Visegrad Journal on Bioeconomy and Sustainable Development, 6, p. 31–34. ; Walter, S. (2016). The circular economy Nature, 531, 435–438. doi: doi:10.1038/531435a; Webster, K. (2021). A Circular Economy Is About the Economy. Circular Economy and Sustainability. doi: 10.1007/s43615-021-00034-z
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Transição Demográfica: Sérgio Morais nº 24 / Bruno Ferreira nº 5
O que é a transição demográfica: A transição demográfica é uma premissa social elaborada pelo demógrafo estadunidense Frank Notestein, na primeira metade do século XX, para refutar, por meio de números e dados, a teoria populacional malthusiana, que afirmava que o crescimento demográfico ocorria em ritmo exponencial.
A teoria da transição demográfica afirma que não existe um processo único e constante de explosão demográfica ou crescimento populacional muito elevado. Quando esse fenómeno ocorre, postula-se que a tendência, por parte dos diversos lugares, é que haja uma posterior estabilização, sobretudo pelas sucessivas modificações nas taxas de natalidade e mortalidade. O principal efeito da transição demográfica é o processo de envelhecimento populacional. (Irineu, 2012)
Fases da transição demográfica: De acordo com os principais teóricos da teoria populacional em questão, a transição demográfica pode ser segmentada em quatro diferentes fases .
1ª Fase -Pré-transição: A primeira fase da transição demográfica, também chamada de pré-transição, ocorre quando há um certo equilíbrio entre as taxas da natalidade e mortalidade, porém ambas com valores muito altos . (Alves, 2012)
Nestes casos, são sociedades com baixo desenvolvimento económico e social, onde nascem muitas crianças anualmente e, ao mesmo tempo, perdem-se muitas vidas, em virtude de epidemias, baixa esperança média de vida e precárias condições sanitárias. Um cenário como este ocorreu na Europa na fase inicial da industrialização (Alves, 2012).
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2ª fase – Aceleração ou explosão demográfica: Na segunda fase ocorre aquilo que muitos denominam de explosão demográfica. O crescimento acentuado da população num curto período de tempo. Mas a teoria da transição demográfica demonstra que este processo não ocorre pelo aumento das taxas de natalidade mas, sim, pela diminuição brusca das taxas de mortalidade, devido às melhorias sociais em termos de saúde, saneamento, acesso à água potável, entre outros fatores. (Alves, 2012)
3ª fase – Desaceleração demográfica À medida que as sociedades se desenvolvem, a tendência geral é haver uma redução nas taxas de natalidade. O que se explica pela generalização do planeamento familiar, a inclusão da mulher no mercado de trabalho, a intensiva urbanização, entre outros fatores. Por este motivo, há um processo gradual de declínio do número de nascimentos, o que acontece a uma velocidade inferior à queda da mortalidade (Alves, 2012).
4ª fase – Estabilização demográfica A estabilidade demográfica é atingida quando as taxas de natalidade e mortalidade finalmente se equilibram, mantendo patamares que, embora possam apresentar oscilações conjunturais, mantêm-se em médias muito baixas. Nesse cenário, diz-se que há um total controle do crescimento demográfico (Alves, 2012).
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Fatores que influenciam a transição demográfrica, segundo M. Bandeira (1996) Desenvolvimento do país O nível de desenvolvimento do país está diretamente relacionado com transição demográfica, sendo que países desenvolvidos normalmente se encontram na 3.ª fase da transição enquanto os países em desenvolvimento estão na 1.ª ou 2.ª fases (Bandeira, 1996).
Qualidade de Vida ( Saúde, Ensino, Planeamento Familiar, Saneamento,... ) Este fator está relacionado com o fator anterior, portanto as pessoas tendem a concentrar-se em localidades para terem acesso aos serviços básicos com maior facilidade (Bandeira, 1996).
Imigração A imigração é um dos fatores que tem maior influência na transição demográfica. A maioria das pessoas procura melhores oportunidades de emprego, melhor qualidade de vida e paz (Bandeira, 1996).
Fonte :Instituto nacional de estatística
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Transição demográfica em Portugal Segundo Medeiros (2005), são associados os seguintes períodos às três fases da transição demográfica em Portugal, ao longo do século XX:
De finais do século XIX a finais dos anos 50, a 1.ª fase, pré-moderna ,onde prevalecem taxas de natalidade e mortalidade muito elevadas, verificando-se , em termos geográficos , uma oposição norte-sul , que carateriza um país tradicional e rural, sendo que, o crescimento da população depende da quebra da mortalidade e do impacto da imigração;
De início dos anos 60 a começo dos anos 90, a 2.ª fase, apelidada de moderna é, de facto, o período de modernização do país, a nível económico e social, que regista uma taxa de fecundidade ainda elevada, embora em quebra e onde os contrastes territoriais evidenciam agora uma opção litoral-interior; De meados dos anos 90 ao início do século XXI, a 3.ª fase, pós-moderna, com taxas de crescimento estáveis e muitos baixas, em que o crescimento passa a depender dos fluxos migratórios, havendo um distanciamento nítido entre regiões urbanas funcionais e espaços não integrados.
Fonte : Medeiros, 2005-2006
Bibliografia : Medeiros, C. A. (Direção), Geografia de Portugal, Vol. 2, Lisboa, Círculo de Leitores, 2005-2006 Bandeira, Mário L., “Teorias da população e modernidade: o caso português”, in Análise Social, vol. XXXI (135), 1996 (1.°), pp.7-43 Alves, F. P. R. (2015). Despovoamento no Norte Nordeste de Minas Gerais: consequências sociais e econômicas da mudança da estrutura demográfica. (F.Alves,Transição Demográfica; 2012) Rigotti, J. I. R. (2012). Transição demográfica. Educação & Realidade, 37(2), 467490(J. Irineu; transição demográfica; 2012). 23
OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Gonçalo Charro e Maria Arsénio,12ºA Fig.1. Objetivos do desenvolvimento sustentável (https://bcsdportugal.org/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/)
Desenvolvimento sustentável Desenvolvimento sustentável consiste num modelo de desenvolvimento que se baseia na satisfação das necessidades atuais sem colocar em risco a sobrevivência das gerações futuras, ou seja, o desenvolvimento económico sustentável consiste em garantir o crescimento económico e, ao mesmo tempo, proteger a sociedade, o ambiente, e os seus recursos, de forma a não comprometer a vida no futuro (Mendes, 2008). A ONU divulgou dados que revelam que se toda a população mundial passasse a consumir como os americanos, eram necessários mais 2,5 planetas idênticos à terra. Atualmente, estamos a utilizar muitos mais recursos do que aqueles que a natureza consegue repor. Se continuarmos a este ritmo, prevê-se que, no futuro, haja escassez de recursos naturais (Mendes, 2008). Para se atingir o desenvolvimento sustentável é necessário que se reconheçam os recursos naturais como finitos e que estes sejam utilizados com critério e planeamento, para depois se elaborar um novo modelo de desenvolvimento económico para a humanidade. Assim, o desenvolvimento sustentável está relacionado com a qualidade e não com a quantidade, de forma a reduzir o uso de matérias primas (Mendes, 2008).
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Em 2015, os Chefes de Estado e de Governo e Altos Representantes reuniram-se em Nova York, na sede das Nações Unidas. Nessa reunião decidiram acabar com a pobreza e a fome em todo o mundo até 2030, combater as desigualdades, construir sociedades pacíficas, justas e inclusivas, proteger os direitos humanos e promover a igualdade de género e a emancipação das mulheres, assegurar a proteção do planeta e dos seus recursos, criar condições para o desenvolvimento sustentável, inclusivo e economicamente sustentado, a prosperidade compartilhada e o trabalho decente para todos, consoante os diferentes níveis de desenvolvimento e as capacidades nacionais (Mundo, 2016). Foi então, definida a Agenda de 2030, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A Agenda de 2030 é uma agenda alargada e ambiciosa que expõe várias dimensões do desenvolvimento sustentável, que promove a paz, a justiça e instituições eficazes e que abrange tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento, focando-se especialmente nos países em desenvolvimento. Esta agenda é uma carta para as pessoas e o planeta no século XXI, visto que o ser humano é o agente fundamental para a mudança e para a criação de um mundo melhor (Mundo, 2016).
Fig. 2. Desenvolvimento sustentável: conceitos, significados e interpretações (https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S167869712011000300004&script=sci_arttext)
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, presentes na Agenda de 2030, são interdependentes, indivisíveis e universais, tendo em conta as diferentes realidades, capacidades e níveis de desenvolvimento nacionais e respeitando as políticas e prioridades nacionais. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são (Mundo, 2016): Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares. Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos Objetivo 7. Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia. Objetivo 8. Promover o crescimento económico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. Objetivo 9. Construir infra-estruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos. Objetivo 14. Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
Fig. 3- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (https://www.ecycle.com.br/6149-ods.html)
Os objetivos e metas serão acompanhados e revistos, sendo estes complementados por indicadores a nível regional e nacional e guiados pelos seguintes princípios (Mundo, 2016) : Vão ter em conta as diferentes realidades, capacidades e níveis de desenvolvimento nacional, respeitando o espaço e as prioridades políticas, sendo a apropriação nacional fundamental para o desenvolvimento sustentável ser alcançado. Irão ajudar a impulsionar os meios de implementação e parcerias necessários, apoiando também a identificação de soluções e melhores práticas, impulsionando também a eficácia do sistema de desenvolvimento internacional. Serão imparciais e abertos para todas as pessoas, apoiando a comunicação por todos os grupos interessados relevantes. Irão respeitar os direitos humanos, ajudando especialmente os países em desenvolvimento, onde as pessoas são mais vulneráveis a nível económico. Serão rigorosos e baseados em evidências de alta qualidade, acessíveis, oportunos, confiáveis e desagregados por renda, sexo, idade, raça, etnia, deficiência e localização geográfica. Evoluirão ao longo do tempo, tendo em conta as questões emergentes, o desenvolvimento de novas metodologias, e minimizarão o fardo para as administrações nacionais de reportar informações. Irão prover do apoio constante do Sistema das Nações Unidas , como de outras instituições multilaterais.
Bibliografia Mendes, M. C. (2008). Desenvolvimento sustentável. Net. Disponível em< http://educar. sc. usp. br. biologia/textos/m_a_txt2. html. Mundo, T. N. (2016). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Recuperado em, 15, 24. https://bcsdportugal.org/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/ https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-69712011000300004&script=sci_arttext
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https://www.ecycle.com.br/6149-ods.html